Buscar

impressao4

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

POLÍCIA COMUNITÁRIA E 
GESTÃO INTEGRADA 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Dalton Gean Perovano 
 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, discutiremos a respeito do papel desempenhado pelas 
instituições na gestão integrada que combina segurança pública e defesa social. 
Esse processo tem especial relação com a articulação de princípios de 
policiamento comunitário, tendo em vista que, segundo Rico (1998), a verdadeira 
prevenção do crime não é fruto da presença da polícia de forma ostensiva, mas 
da atuação proativa, antecipativa, com o estabelecimento do contato com a 
população. 
As instituições de segurança pública e de defesa social enfrentam 
obstáculos significativos relativos à prevenção eficaz do crime, em virtude da 
necessidade de reformas em seus sistemas, sobretudo no que diz respeito à 
aplicação de projetos desenhados e dimensionados à população. Na atualidade, 
é necessária a criação de novos e originais papéis para as forças policiais, como 
a criação do “policial da vizinhança”. Além disso, faz-se preciso que as unidades 
básicas das polícias tenham responsabilidade territorial e poder decisório da 
chefia local e que as tarefas da gerência superior sejam reconstruídas. 
 
TEMA 1 – GESTÃO INTEGRADA E COMUNITÁRIA DA SEGURANÇA PÚBLICA 
A integração das ações da segurança pública consiste em um sistema de 
proteção e regulação do convívio social, definido pela Constituição Federal de 
1988, art. 144, como "Dever do Estado, direito e responsabilidade de todos" e 
exercido pelas polícias Federal, Rodoviária Federal, Ferroviária Federal, Militar 
e pelo Corpo de Bombeiros. A Constituição, embora ainda preveja que as 
Guardas Municipais também façam parte desse processo, não descreve o 
sistema penitenciário e a aplicação da justiça. 
As instituições, por vezes, não trabalham de maneira integrada. Além 
disso, no cumprimento de seus papéis constitucionais, carecem de maior 
delimitação legal e do cumprimento, por parte dos gestores, do que já se 
encontra delineado pela lei. 
Para superar essas disparidades, Rico e Salas (1992) referem-se ao 
cumprimento das normas que precisam ter valor prático, a menos que seus 
conteúdo e significado sejam compreendidos, por meio da educação, da 
formação e do controle, por todos os funcionários responsáveis pela aplicação 
da lei. 
 
 
3 
Nesse sentido, o conceito de polícia comunitária e os modelos de 
policiamento comunitário consistem no que melhor atende aos princípios éticos 
e a uma lógica de planejamento para as ações de segurança pública, em 
qualquer sociedade. 
Para Dias Neto (2000, p. 27), o modelo de gestão fundamentado na 
administração hierarquizada auxilia na organização das ações da polícia: 
O modelo profissional implementou mudanças radicais nos sistemas 
internos de prevenção e punição de abusos. Implantou-se um estilo 
militarizado de gestão, baseado em regras e restrições que 
enfatizavam a importância da ordem e da disciplina. Para evitar 
ambiguidades na aplicação das regras, introduziu-se um modelo de 
administração altamente hierarquizado, conhecido como “sistema de 
comando e controle” (comand and control system). 
Nesse sentido, uma polícia profissional vai além do sistema de comando 
e controle. É também necessário que os policiais façam de seu ofício a sua vida 
e assim valorizem a instituição a que servem e, consequentemente, à 
comunidade que atendem. 
 
TEMA 2 – A NATUREZA DO POLICIAMENTO COMUNITÁRIO 
A atividade de policiamento transita por duas fronteiras: o policiamento 
repressivo/reativo e o policiamento preventivo. Seguramente, essas duas 
categorias são formas didáticas e práticas de nomearmos a polícia quando esta 
atua, respectivamente, de maneira repressiva/reativa ou de forma preventiva 
diante de terminadas situações. No entanto, entre essas duas categorias, 
existem múltiplas formas ainda não catalogadas, ou não estudadas, de diversas 
naturezas de ações policiais. 
Vale ressaltar que Trojanowicz e Bucqueroux (1999) descrevem o que 
não é policiamento comunitário e alertam que este não é um nome a mais para 
prevenção do crime, tendo em vista que prevenção não é necessariamente 
sinônimo de policiamento comunitário. A prevenção do crime, segundo os 
autores, é uma das ações realizadas pela polícia, mesmo que esta desenvolva 
suas atividades na perspectiva do policiamento tradicional. 
Pelo policiamento preventivo são assegurados: 
1. Presença de profissionais bem equipados e bem treinados; 
2. Condições de comparecimento rápido para uma repressão; 
3. Uso de investigação para descoberta de autores de delito e de 
apresentação provas contra eles, em caso de falha de repressão 
imediata; 
 
 
4 
4. Denúncia de infratores presos em flagrante ou identificados 
posteriormente; 
5. Julgamento e condenação de infratores denunciados; 
6. Recolhimento para cumprimento de pena de condenados – se recolhidos, 
são mantidos presos pelo tempo da sentença condenatória e devolvidos 
à sociedade recuperados. 
 
TEMA 3 – O POLICIAMENTO ORIENTADO AO PROBLEMA 
Uma das ferramentas de gestão adotadas no policiamento comunitário é 
o policiamento orientado ao problema (POP), ou Problem-Oriented Policing, que 
envolve a identificação e a análise das especificidades do crime, da desordem 
ou do problema, a fim de obter resposta eficaz. 
O POP foi desenvolvido por Goldstein, em 1979, e ampliado em 1987 por 
John E. Eck e William Spelman para o método Sara, focado também na 
resolução de problemas. O modelo Sara (no Brasil, Iara) adota quatro elementos 
básicos para a resolução do problema de segurança pública (Brasil, 2007, p. 
134-135): “scanning (identificação), analysis (análise), response (resposta) e 
assessment (avaliação)”. 
A comunidade consiste em um dos fatores fundamentais para a gestão 
comunitária da segurança pública e representa a força articuladora da 
sociedade, pois é por ela que as ações e a vontade da coletividade são 
desempenhadas. Segundo Dantas (2007), a comunidade é definida como um 
grupo de pessoas que vivem em determinadas zonas e que estão ligadas por 
mútuos interesses. 
A comunidade, por sua natureza, apresenta inúmeros problemas de 
ordem de interesse pessoal ou coletivo, que, por vezes, contrariam as volições 
individuais ou de grupo de pessoas, com as eventuais articulação e condução 
ou com a mediação da polícia para a resolução do problema. 
Dessa maneira, no policiamento comunitário, a ocorrência policial é 
apenas o sintoma de um problema. No POP, é apresentada uma nova 
ferramenta para que se trabalhem as causas e a solução desse problema. 
O foco do trabalho comunitário é assegurar que a polícia mobilize recursos 
e esforços na busca de respostas preventivas para as adversidades locais, em 
vez de reagir contra incidentes, isto é, trabalha com foco voltado aos sintomas 
 
 
5 
desses problemas. Em outras palavras, a polícia passa a trabalhar para a 
resolução das causas. 
 
TEMA 4 – A CONSTITUIÇÃO DAS FORÇAS NA COMUNIDADE 
Nos estudos de polícia comunitária, encontramos três categorias de 
comunidades: de negócios, escolar e organizada. 
O papel do município, no amplo sistema de segurança pública, além de 
ser protetor de seus bens e serviços, está direcionado à prevenção social e 
situacional, conforme atribuição específica do art. 144, parágrafo 8º, da 
Constituição Federal. 
Assim, a gestão integrada e comunitária da segurança pública, para obter 
resultados positivos, depende da ação planejada na participação dos agentes 
políticos, representados pelos poderes Executivo e Legislativo. 
Outras organizações sociais são de absoluta importância no cenário 
contributivo para a área da segurança pública, como a escola, as instituições de 
ensino superior, as organizações não governamentais (ONGs), as instituições 
religiosas, os clubes de serviço, o Sistema S, as federações de comércio, as 
associações comerciais, a maçonaria, entreoutros parceiros importantes. Uma 
comunidade organizada provê a mobilização inteligente dessas forças. 
A mídia consiste em outro fator fundamental na formação da opinião 
pública, e a comunidade, por sua vez, deve criar o ambiente favorável e 
inteligente para que a imprensa esteja a serviço de seus propósitos. 
Outro espaço de ação da polícia comunitária são os gabinetes de gestão 
integrada em segurança pública, implantados no Brasil em 2009, cuja finalidade 
é condensar esforços, articulando as instituições das diversas esferas de 
governo conforme um tema comum, nesse caso, a redução da violência e da 
criminalidade. 
Os principais participantes do amplo sistema de segurança pública são as 
polícias Militar, Civil, Federal, Rodoviária Federal, Ferroviária Federal, os 
Bombeiros Militares e os Guardas Municipais, os quais poderão desempenhar 
as ações de gestão de policiamento comunitário desde que sejam qualificados 
para tal. 
 
 
 
 
 
6 
TEMA 5 – O CONSELHO COMUNITÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA 
O Conselho Comunitário de Segurança Pública consiste em uma entidade 
de direito privado, com vida própria e independente com relação aos segmentos 
da segurança pública ou a qualquer outro órgão público. É uma modalidade de 
associação comunitária, de utilidade pública, sem fins lucrativos, constituída para 
o exercício do direito de associação garantido no art. 5º, inciso XVII, da 
Constituição Federal. 
Esse Conselho tem por finalidade mobilizar e congregar as forças da 
comunidade para a discussão de problemas locais da segurança pública, no 
contexto municipal ou em subdivisão territorial de um município. Ele difere dos 
conselhos municipais de segurança pública, visto que o objetivo destes é a 
criação dos poderes legislativos municipais, com propósitos político-partidários 
voltados à definição de ações estratégicas que influenciem o ente federativo. 
Além disso, o Conselho Comunitário de Segurança Pública consiste em 
um meio para incentivar e organizar o voluntariado, proporcionando um espaço 
em que ocorra o debate e a promoção da solidariedade. 
A participação de seus conselheiros e da comunidade permite o 
diagnóstico de problemas locais. Além disso, possibilita a criação de ações 
estratégicas preventivas referentes à segurança pública, por meio da 
mobilização do amplo espectro da rede comunitária, que inclui, por exemplo as 
pessoas organizadas, o poder público, o empresariado, as organizações não 
governamentais. 
As pautas referentes aos problemas locais são discutidas em reuniões 
periódicas entre representantes das comunidades, igrejas, escolas, 
organizações representativas da segurança pública e defesa social, nas quais 
as situações adversas são identificadas e analisadas de maneira sistêmica. 
Nesse contexto, as organizações representativas da segurança pública e a 
defesa social participam como parte da solução das causas desses problemas, 
uma vez que a solução e a sua articulação são de responsabilidade coletiva. 
 
NA PRÁTICA 
Suponha que o prefeito de um grande centro urbano de um estado 
brasileiro tenha realizado, ao longo de seu mandado eleitoral, grandes obras de 
revitalização, construção de longas extensões de ruas, incentivado e 
 
 
7 
implementado muitas indústrias de transformação, gerando, assim, muitos 
empregos e grande desenvolvimento econômico. 
Em consequência disso, imagine que tenha ocorrido a migração de muitas 
pessoas de áreas rurais – com pouca ou sem qualificação para a indústria – para 
esses centros, atraídas pela esperança de emprego e de melhor qualidade de 
vida. Com o deslocamento dessas pessoas do interior, munidas de poucos 
recursos financeiros e, em sua maioria, sem referências de familiares na nova 
área, formou-se um aglomerado ainda maior em uma favela próxima a um bairro 
tradicional e residencial. Em virtude disso, a polícia local registrou aumento nos 
níveis de ocorrências policiais, como pequenos furtos, crescimento da demanda 
de vagas na educação, problemas com o saneamento básico, entre outros 
aspectos. 
Diante do cenário imagético apresentado, de que maneiras as três 
categorias de comunidades poderiam se organizar para traçar um plano de 
contingência? 
FINALIZANDO 
O principal objetivo das políticas públicas é levar à população as 
condições mínimas dos processos de humanização, de dignidade e de bem-
estar social. No campo da segurança pública e da defesa social, os princípios de 
polícia comunitária permitem que os gestores articulem os melhores resultados 
operacionais e de condições de trabalho de seus agentes, em consonância com 
os anseios das comunidades. 
A força das comunidades está em estas interagirem e dependerem uma 
das outras, e são elas que se mobilizam/constroem o projeto de polícia 
comunitária, com a organização das demais forças da sociedade, a criação de 
um conselho comunitário de segurança, entre outros. 
Nesse sentido, o Poder Executivo, nos níveis federal, estadual e 
municipal, com o provimento de recursos para a preservação da ordem pública, 
contribui para a melhoria das condições de vida das pessoas, com a contratação 
e a qualificação de policiais, guardas municipais, promotores e juízes, a 
aquisição e a manutenção de equipamentos e armamentos, a construção de 
prédios para delegacias, quartéis, bases comunitárias, estabelecimentos 
prisionais, a aquisição e a manutenção da frota de veículos, entre outros 
aspectos. O Poder Legislativo, no exercício de suas funções previstas na Carta 
 
 
8 
Magna, tem a importância da criação de leis e a proteção das Instituições de 
Segurança Pública e Defesa Social, na perspectiva de Polícia Comunitária. 
 
 
 
 
9 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição Federal Anotada. São Paulo: Editora Método: 2014. 
BRASIL. Secretaria Nacional de Segurança Pública – Senasp. Curso nacional 
de polícia. Portaria nº 14/2006, Brasília, DF, 2007. 
DIAS NETO, T. Policiamento comunitário e controle sobre a polícia: a 
experiência norte-americana. IBCrim. 2000. 
DANTAS, G. F. de L. Em busca de um modelo de gestão da segurança 
pública: policiamento comunitário. 2007. 
RICO, J. M. La policía en américa latina: del modelo militarizado al comunitario, 
Pena y Estado. n. 3. Policía y sociedad democrática, Rústica, Buenos Aires, 
1998. 
RICO, J. M.; SALAS, L. Delito, insegurança do cidadão e polícia. Rio de 
Janeiro, 1992. 
TROJANOWICZ, R.; BUCQUEROUX, B. Policiamento comunitário: como 
começar. 2. ed. São Paulo: Polícia Militar do Estado de São Paulo, 1999.

Continue navegando