Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA 1 ESTRATÉGIA DE RUPTURA E TRANSIÇÃO SOCIOTÉCNICA Prof. Rony Ahlfeldt 2 TEMA 1 – AMBIENTE DE MUDANÇAS Nada é permanente, exceto a mudança. (Heráclito – filósofo pré-socrático) O estado de permanente mudança certamente tem sido a tônica da humanidade, de suas organizações e dos mercados ao longo do tempo. Por isto, estar no ambiente organizacional é lidar com mudanças. Estas podem ser grandes ou pequenas; impulsionadas por elementos externos (leis, tecnologias, comportamentos, economia etc.) e/ou por decisões internas buscando melhoria contínua, competividade, aumento de eficiência, implantação de novos processos, lançando novos produtos, enfim, uma infinidade de alternativas que visam alterar o rumo e os resultados. Nem sempre os efeitos das mudanças são desejados ou mesmo previstos. Por isso, saber responder a um mundo que vive em constante transformação é uma competência essencial tanto para os gestores quanto para as organizações. Especialmente aqueles que quiserem prosperar no século XXI, em que a velocidade e o impacto das mudanças têm crescido impulsionados pela tecnologia. Vamos compreender um pouco mais esse fenômeno e qual seu papel como gestor para responder adequadamente às mudanças, elevando os resultados organizacionais. A inventividade e a curiosidade humanas juntamente com a necessidade não apenas de sobreviver, mas também de prosperar, sempre exerceram importante papel na promoção de mudanças nos ambientes natural, social, tecnológico, legal e econômico. Assim, falar de um ambiente de mudanças é tratar da própria essência da humanidade. Ming Zeng, que atuou como assessor estratégico de Jack Ma (fundador do grupo chinês Alibaba), afirma que “vivemos num mundo de mudança rápida e expansiva. O senso comum nos diz que, quanto mais depressa mudam as coisas, mais difícil é prever o futuro” (Zeng, 2019, p. 207). Nossa impressão é a de que o mundo está mudando de forma cada vez mais acelerada. Viver no século XXI é ser impacto diariamente pelos avanços da tecnologia, especialmente das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Pádua (2017) apresenta um resumo desse contexto e de algumas das nossas grandes dúvidas e preocupações sobre o futuro, O mundo se transformou de forma tão acelerada que começou a abalar as certezas cultivadas ao longo do século passado. Foi-se o tempo do 3 emprego estável, da economia próspera e do descaso com o meio ambiente. Fórmulas consagradas para ser bem-sucedido perderam a credibilidade. Entraram em cena preocupações dignas de filmes de ficção científica: os robôs substituirão a força de trabalho humana? A internet será a ligação de tudo em nossa vida? Criaremos relações virtuais e artificiais com nossos semelhantes? Por outro lado, nossa história demonstra que já passamos por muitas mudanças de eras (Pré-história, Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea), que foram marcadas por grandes inovações, por mudanças de comportamentos, pelo uso de tecnologias, pela forma como nos organizamos em sociedade, por guerras e conquistas, ou seja, por rupturas que levaram a um novo período. Assim, mesmo que nosso senso comum nos diga que o passado era estável e previsível, muitas transformações ocorreram. Aos empreenderes e líderes é imprescindível entender que a história sempre foi marcada por mudanças e quais foram os seus impulsionadores. Com isso, poderá tomar melhores decisões no presente que levem em consideração que o futuro será diferente e que existem elementos ou grandes forças socioculturais, políticas, econômicas e tecnológicas que promoverão as bases para as mudanças. Um gestor com visão estratégica conhece muito bem o passado e tira valiosas lições dele. É comum ouvirmos que o mundo era muito mais estável e previsível e que agora vivemos em uma época de grandes transformações. É fato que nosso tempo trouxe muitas mudanças para as organizações e para a vida em sociedade. Desde o advento da internet, presenciamos inovações fantásticas que mudaram a forma como nos comunicamos, aprendemos, nos hospedamos, nos locomovemos e nos divertimos. No entanto, Rumelt (2011) ilustra como a sociedade passa por grandes mudanças utilizando o período de 1875 a 1925 para mostrar que a vida não é estável ou mesmo previsível há bastante tempo. Nos EUA, neste curto período de 50 anos, a eletricidade iluminou pela primeira vez cidades e fábricas; o trem reduziu o tempo das viagens encurtando distâncias de forma significativa e interligando o país; o bonde passou a levar as pessoas para o trabalho e para os subúrbios; os motores elétricos levaram energia para mais lugares; a máquina de costura alterou o preço final, a qualidade e a escala para a produção de roupas; a comunicação foi acelerada pelo telégrafo, pelo telefone e pelo rádio; o automóvel passou a fazer parte da rotina dos estadunidenses; o avião fez seu primeiro voo comercial; a IBM inventou 4 a primeira máquina de tabulação; grandes imigrações mudaram as cidades; surgiram novos padrões de publicidade e do varejo e muitas marcas de consumo que conhecemos até hoje se estabeleceram (Coca-Cola, Ford, GE, Kellogg´s, Hershey´s e Kodak) (Rumelt, 2011). Ou seja, “foram estabelecidas as bases do que atualmente vemos como ‘mundo moderno’ [...]” (Rumelt, 2011, p. 170). O tempo de mudanças que vivemos, como todos os outros, exige adaptação e novas competências. O fato é que a tecnologia está sendo o motor dessas mudanças e, por isto, a complexidade e a velocidade parecem ter aumentado. As regras de negócios mudaram. Em todos os setores de atividade, a difusão de novas tecnologias digitais e o surgimento de novas ameaças disruptivas estão transformando modelos e processos de negócios. Saiba mais 1920-2020: como era o mundo há 100 ANOS? Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Pawnzr6TPhw>. HISTORY of the World: Full Episodes – BBC Documentary. Disponível em:<https://www.youtube.com/playlist?list=PLPItERt69I2pOXEIjZENtctfAsFjDU EmT>. THE 10 greatest changes of the past 1,000 years. Disponível em: <https://www.theguardian.com/books/2014/oct/30/10-greatest-changes-of-the- past-1000-years>. Acesso em: 28 jan. 2021. TEMA 2 – MUDANÇAS GLOBAIS E LOCAIS Com tantas eras e transformações, o mundo foi se constituindo até chegarmos às tecnologias e à organização social que resultasse na Revolução Industrial. Desde então, as organizações se constituíram como parte cada vez mais importante e presente no cotidiano. Se as organizações, da forma como as conhecemos, foram o resultado das mudanças que ocorreram na sociedade, hoje elas são os grandes difusores de mudanças, tendências e até mesmo rupturas sociais. Tais mudanças acabam também por alterar as próprias organizações criando novos modelos de gestão e de negócios. Trazendo a discussão para a contemporaneidade, vamos nos debruçar sobre algumas das principais mudanças que estão ocorrendo no ambiente internacional e de nosso país. Compreender as mudanças que estão ocorrendo é essencial aos empreendedores. Por isso, no decorrer dessa disciplina, https://www.youtube.com/watch?v=Pawnzr6TPhw https://www.youtube.com/watch?v=dCmdpixogn8&list=PLPItERt69I2pOXEIjZENtctfAsFjDUEmT 5 mergulharemos no cenário de mudanças, nas forças motrizes que as iniciam e como elas impactam no futuro dos mercados e dos empreendimentos. Na década de 1990, tivemos um grande salto em diversos segmentos. Conforme apontaram Naisbitt e Aburdene (1990), nosso planeta cresceu economicamente, o estilo de vida e o indivíduo passaram por mudanças, muitos países ocuparam novas e mais importantes posições no cenário econômico mundial, por exemplo, os países asiáticos, e presenciamos o novo papel da mulher nas organizações. Estes são bons exemplos de mudanças em nível global e que afetam nossas vidas em nível local. Para se ter uma ideiado quanto o mundo mudou nos 20 anos entre 1999 e 2019, a revista Insider (Booth, 2019) apresentou um comparativo das 20 grandes questões que mudaram nesse período: • Uso da internet: • Em 1990, a internet era uma novidade e utilizada principalmente para trabalhar ou estudar. Em 2019, mais de 4 bilhões de pessoas passaram a ter acesso à internet. Entretenimento e se conectar com outras pessoas são dois dos principais motivos do uso. • O Google Chrome superou o uso do Internet Explorer. • TV versus cinema: com o crescimento da TV a cabo, os serviços de streaming e a possibilidade de assistir aos programas e filmes diretamente do computador, o cinema perdeu espaço para a televisão. • Download de músicas: o Napster foi criado em 1999 para fazer download de forma gratuita, porém, ilegal de músicas. Atualmente com os serviços de streaming (Spotify e Deezer), basta acessar e ouvir qualquer música. • Locação de filmes: em 1999, era necessário ir a uma locadora, como a Blockbuster, para locar um filme (em VHS ou DVD) e depois retornar para devolver. 20 anos depois, com os serviços sob demanda da NET Now ou Netflix, Amazon Prime e mais recentemente Disney+ o processo todo mudou. • Restaurantes: atualmente, ir um restaurante é uma experiência social e não apenas alimentar. Compartilhar na internet passou a fazer parte da experiência. Outra questão é que era permitido fumar em restaurantes. • Terrorismo: mesmo existindo em 1999, o terrorismo tomou nova proporção depois dos atentados de 11 de setembro 2001. Atualmente, especialmente 6 nos EUA e na Europa, as pessoas veem o terrorismo como uma ameaça factível. • Twitter: os presidentes de muitos países se comunicam diretamente com a população por meio do Twitter. Em 1999, o principal meio eram as coletivas de imprensa ou pronunciamentos em rede de TV. • Texto e voz: passamos a enviar mais mensagens de texto diminuindo as conversas por voz. A secretária eletrônica praticamente não é mais utilizada. • Os celulares substituíram as câmeras fotográficas. A maioria das pessoas tem um smartphone e grande parte delas nem sabe o que é um celular da Nokia. A respeito de mudanças climáticas e demográficas, em 2019, a BBC News (BBC, 2019) apresentou alguns exemplos de mudanças em escala global: • Mudança climática: aumento da temperatura do planeta e consequente degelo dos polos. • Poluição do plástico: especialmente as toneladas de plástico encontradas nos oceanos. • Conflitos globais: que resulta em aumento das desigualdades e milhares de refugiados. • Redução histórica da extrema pobreza, da mortalidade infantil e do analfabetismo juvenil e aumento da expectativa de vida. Exceção de países da África Subsaariana. • A energia solar foi a fonte de geração de energia que mais cresceu. Para tratar das mudanças que ocorreram no Brasil nas últimas duas décadas, vale a pena a leitura do livro O Brasil mudou mais do que você pensa (Gonzales et al., 2018). Os autores procuraram romper com a visão de que nada no Brasil dá certo e que nosso país anda apenas para trás e organizaram, a partir de dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e do IBGE sobre questões que melhoraram no país especialmente nas classes CDE entre 1995 e 2015. Segmentos da sociedade com muitas oportunidades para Startups e para muitas organizações já consolidadas. De acordo com Gonzales et al. (2018), apesar de sofrermos com crises econômicas que afetaram a motivação dos brasileiros e que tiveram efeitos 7 conjunturais negativos, não retrocedemos em muitos avanços que foram alcançados. A maior mudança estrutural foi em relação à educação. Se em 1995, cerca de 3 milhões de crianças das classes CDE estavam fora da escola, em 2015, esse número chegou próximo a 100% das crianças com acesso ao ensino fundamental. Além disso, observou-se o aumento de concluintes do ensino médio e com formação técnica ou superior. Os autores também apontaram melhoria nos indicadores do déficit habitacional. Mais pessoas das classes CDE conseguiram acesso à casa própria. Entre os motivos apontados, estão basicamente três: redução dos índices de inflação, acesso ao crédito e programas habitacionais. Por fim, é importante lembrar que estamos vivendo um momento de mudanças também causadas pela pandemia do novo coronavírus. Desde que foi decretado o estado de pandemia em março de 2020, muitas mudanças de hábitos ocorreram entre os brasileiros. Uma pesquisa1 realizada pelo Grupo Globo (Pesquisa Globo, 2020) identificou que 88% dos brasileiros estão preocupados com a crise sanitária e 62% indicaram temer a perda do emprego. Quanto aos hábitos de compra e o futuro pós-covid, a Pesquisa Globo (2020) identificou que 76% passaram a economizar temendo uma piora na economia; 90% dos entrevistados utiliza o e-commerce e, destes, 37% estão comprando mais on-line. Esses comportamentos e o foco das compras naquilo que é essencial também trarão mudanças no setor varejista brasileiro. Saiba mais As principais transformações da última década: <https://news.sap.com/brazil/2020/01/as-principais-transformacoes-da-ultima- decada-bl0g/>. Acesso em: 28 jan. 2021. Veja exemplos de mudanças no planeta ao longo dos anos por meio de imagens de satélites em seis áreas: urbanização, Golfo Pérsico, água, desmatamento, irrigação e glaciais: These 6 GIFs Show How Drastically Planet Earth Is Changing: <https://www.businessinsider.com/biggest-global-changes- 2014-2>. Acesso em: 28 jan. 2021. 1 Amostra de 1500 entrevistas e universo da população internauta de 16 anos ou mais das classes ABC nas cinco regiões brasileiras. 8 THE 8 Major Forces Shaping the Future of the Global Economy: <https://www.visualcapitalist.com/the-8-major-forces-shaping-the-future-of-the- global-economy/>. Acesso em: 28 jan. 2021. TEMA 3 – MUDANÇAS NAS ORGANIZAÇÕES As ondas de mudanças que vimos nos dois temas anteriores desta aula e que ocorrem na sociedade há séculos são, em geral, externas às organizações, não sendo de seu controle. No entanto, elas as afetam. Não são criadas pelas organizações ou mesmo por indivíduos. São resultados de uma infinidade de alterações e avanços na tecnologia, custos, concorrência, política e percepções dos compradores. [...] Essas mudanças conseguem perturbar as estruturas existentes de posições competitivas, apagando as antigas vantagens e permitindo o surgimento de novas. Elas desencadeiam forças que podem fortalecer ou radicalmente enfraquecer os líderes existentes. Elas podem viabilizar estratégias totalmente novas. (Rumelt, 2011, P. 168-169) Wood Jr. (1995, p. 190) define mudança organizacional como “qualquer transformação de natureza estrutural, estratégica, cultural, tecnológica, humana ou de outro componente, capaz de gerar impacto em partes ou no conjunto da organização”. As mudanças são, portanto, respostas da organização ao que ocorre em seu ambiente legal, competitivo, social, econômico e às pressões ou alterações geradas pelos acionistas, por diretrizes da rede da qual fazem parte e assim por diante. A mudança organizacional não é uma anomalia ou um estado de exceção. A mudança é uma “condição normal da vida organizacional” (Tsoukas; Chia, 2002, p. 567). Para os autores, nas organizações o estado de mudanças é mais natural do que a estabilidade e a rotina. Assim, uma vez que estão em contínuo estado de mudança que alteram hábitos e crenças, as organizações estão sempre acomodando novas experiências e promovem um “autoajuste”. Para Zeng (2019, p. 17) “autoajuste significa que a empresa está sempre aprendendo e inovando. Em consequência, a mudança é o resultado natural e uma característica essencial da empresa”. As mudanças podem ocorrer de forma não intencional ou de forma planejada pelos gestores. Podem ser os casos de decisões que tiveram efeitos não esperados e levarama outras mudanças nas quais as consequências não foram previstas pelos decisores. Um exemplo pode ser a adoção de uma nova tecnologia para aumentar a produtividade e que com o passar dos anos, diante 9 da complexidade para lidar com os novos equipamentos e softwares, ocorreu alteração no perfil de mão de obra de boa parte da organização. Um ponto que não pode ser esquecido quando se discute sobre mudanças organizacionais é a influência do ambiente externo. Ambientes ou períodos mais turbulentos ou de grande instabilidade, em geral, levam as organizações a adotarem novos modelos ou estruturas para lidarem melhor com o novo contexto, assim como ambientes mais estáveis requerem adaptação (NPP, 2001). Na prática, o que isso significa? Decisões sobre estruturas mais enxutas e mais dinâmicas, diminuição ou aumento dos níveis decisórios, redução ou aumento de setores ou departamentos, mudanças nos fluxos de comunicação interna e externa e assim por diante. Ou seja, a visão, o modelo de negócios e a estrutura organizacional são continuamente ajustados de acordo com as mudanças no ambiente. A experimentação é a forma de ajustar uma organização ao ambiente cada vez mais instável e imprevisível. Estruturas fixas e projetos de demorem muito tempo para gerarem resultados ou para serem executados, podem não ser a reposta mais adequada para este tipo de ambiente que exige flexibilidade e adaptações cada vez mais constantes. (Zeng, 2019, p. 173-174) Entretanto, essa relação entre ambiente externo e mudanças na organização nem sempre é tão direta (NPP, 2001, p. 55). Os membros da organização, acionistas, gestores, técnicos e demais colaboradores fazem uma interpretação própria das mudanças que ocorrem no ambiente, de acordo com a cultura organizacional, experiências passadas, nível de qualificação, relações de poder e política organizacional e tentam traduzir isto em respostas organizacionais. As respostas podem ser agir ou simplesmente não fazer nada (não ação). Esses pontos explicam em grande parte a diferença de estratégia, estrutura e desempenho entre organizações, como aquelas que estão dentro de um mesmo setor (concorrentes). Cada uma pode reagir de forma própria ao ambiente e obter com isto resultados diferentes em curto, médio e longo prazos. Para ser boa na mudança, a empresa tem de praticá-la com regularidade. Tradicionalmente, a mudança organizacional se realiza com transformações grandes, mas infrequentes. No entanto, quando se ajusta regularmente ao ambiente externo, a empresa tem menos necessidade de reformas arriscadas feitas todas de uma vez. (Zeng, 2019, p. 172) 10 Segundo o NPP (2001), as mudanças organizacionais podem ocorrer em três níveis: • Mudanças intraorganizacionais: mudanças que ocorrem em geral na estrutura organizacional, por exemplo, a redução de níveis hierárquicos e nova distribuição de poder e autoridade. • Mudanças organizacionais: podem se configurar pelo esforço de modernização do modelo de gestão e organização. Entre as mudanças organizacionais mais comuns, estão (NPP, 2001, p. 75): (1) a implantação de modelos baseados em unidades estratégicas de negócios (com amplo controle sobre a cadeia de valores) ou áreas estratégicas de negócios (com controle parcial sobre a cadeia de valores); (2) a elevação do grau de matricialidade, com aumento do compartilhamento de recursos e pessoas; (3) a melhoria do nível de comunicação interna e do processo decisório, com introdução de grupos de trabalho interdepartamentais em nível gerencial; (4) a proliferação de modelos baseados em projetos, principalmente entre empresas profissionais; (5) a disseminação do conceito de gestão por processos ou gestão de processos, porém nem sempre bem entendida ou convenientemente aplicada. • Mudanças na ecologia empresarial (nível das relações interorganizacionais): ocorrem quando há mudanças na estrutura do mercado, com privatizações, fusões e aquisições, mudanças nas cadeias produtivas, entrada de novos concorrentes, saída de empresas, mudanças para negócios baseados na internet ou e-commerce, entre outras. 3.1 Mas por que as organizações procuram a mudança? De acordo com Robbins (2002), as organizações mudam basicamente por dois motivos: em primeiro lugar, para se adaptar ao seu ambiente melhorando sua capacidade de atuação. Em segundo lugar e, como consequência do primeiro motivo, para promover mudanças nos comportamentos dos indivíduos da organização de modo que possam contribuir com a obtenção dos resultados desejados. Tais comportamentos podem ser relativos à aquisição de novos conhecimentos técnicos, dinâmica de trabalho em equipes, produtividade, foco na qualidade, clima organizacional etc. Robbins (2002) e Nadler et al. (1995) também identificaram alguns fatores que podem desencadear as mudanças nas organizações. 11 São estes: • Natureza da força do trabalho, tecnologia, choques econômicos, concorrência, tendências sociais e política mundial (Robbins, 2002). • Descontinuidade da estrutura organizacional, inovação tecnológica, crises e tendências macroeconômicas, mudanças legais e regulamentação, forças do mercado e competição e crescimento organizacional (Nadler et al., 1995) 3.2 Às vezes a reação à mudança é resistir a ela Rumelt (2011, p. 61) resume bem os motivos que podem levar a resistência à mudança, identificando que “quanto mais tempo um padrão de atividade é mantido, mais ele fica entrincheirado e a alocação de recursos que lhe dá suporte é cada vez mais tida como um direito adquirido”. Ou seja, as pessoas ao longo do tempo tendem a defender o que conquistaram em seus departamentos, cargos e funções em vez de renunciar a conquistas passadas para que a organização possa avançar rumo a um futuro melhor. A zona de conforto e dificuldade natural em aprender algo novo, de começar um novo projeto, de se lançar em desafios ainda desconhecidos podem fazer com que muitos prefiram manter a situação atual e isso não é necessariamente um pecado. Ocorre que, muitas vezes, a comunicação sobre os motivos e os rumos das mudanças não foram bem executados, gerando mais dúvidas do que estímulos. Para as organizações, é muito importante não apenas promover as mudanças, mas compreender o tempo adequado para implementá-las e não necessariamente enfrentar as resistências, mas envolver as pessoas no processo. Postergar até que a mudança seja a única saída ou mesmo que lhe seja imposta por questões externas não é a forma adequada de lidar com a questão. Para Rogers (2017, p. 13), “as empresas devem concentrar-se em aproveitar as oportunidades emergentes, descartando as fontes de vantagem competitiva decadentes e adaptando-se desde logo para manter-se na dianteira da curva de mudança”. 12 Saiba mais CAPÍTULO 2: Análise organizacional: CAMPOS, L. M. F. Administração estratégica: planejamento, ferramentas e implantação. Curitiba: Intersaberes, 2016. AS 20 maiores transformações de negócios da última década: <https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2019/10/transformacoes- de-negocios-da-ultima-decada.html>. MUDANÇAS organizacionais e impacto cultural: os dilemas da aquisição na versão de quem vivenciou o processo: <http://www.anpad.org.br/admin/pdf/EnEO508.pdf>. MUDANÇA Organizacional e Inovação Tecnológica em Processos: Estudo de Caso em uma Empresa Prestadora de Serviços do Estado do Paraná: <http://www.anpad.org.br/admin/pdf/Simposio419.pdf>. Acessos em: 28 jan. 2021. TEMA 4 – TRANSIÇÃO SOCIOTÉCNICA Nos três temas anteriores, discutimos conceitos de mudanças organizacionais, exemplos de mudanças em nível global, histórico e em nível organizacional, além de elementos que desencadeiam mudanças nas organizações. Esta disciplina tem como um de seus objetivos levar o estudante a desenvolver estratégias inovadoras e disruptivas, por isso,compreender a mudança pela perspectiva sociotécnica contribuirá para elevar a visão sobre mudanças a partir de múltiplos níveis e com foco em sustentabilidade. Na prática, isso significa que “as transições sociotécnicas diferem da transição tecnológica, pois incluem mudanças nas práticas dos usuários e na estrutura institucional (regulatória e cultural), para além da dimensão tecnológica” (Markard et al., 2012, p. 956). Transições sociotécnicas é um termo utilizado para entender como sociedade e tecnologia (neste caso não necessariamente tecnologia em termos de computador ou maquinário, mas toda nova inovação) juntas mudam como fazemos as coisas. A ideia da teoria da transição sociotécnica é que uma transição ocorre quando a maneira como fazemos as coisas atualmente é substituída por uma nova maneira de fazer as coisas. (Sustainable Transitions Blog, 2018) 13 Um exemplo seria a transição de uma cadeia produtiva da agricultura em grande escala com fins de exportação, para a produção, distribuição e consumo de produtos locais e orgânicos. Para esse tipo de decisão, é necessária uma abordagem holística que leve em consideração múltiplos níveis de fatores como considerações técnicas, econômicas, sociais, políticas, institucionais e ambientais – e não cada um de forma isolada. Pensar na mudança por meio da abordagem da transição sociotécnica é pensar de forma sustentável sob diversas perspectivas. Mudanças dessa ordem tendem a constituir bases mais fortes geram resultados com maior efetividade. As transições sociotécnicas estão relacionadas a processos de inovação multidimensionais (Geels, 2010). Para Schumpeter (1934, citado por Santos, 2017), a inovação se dá em processo em espiral no qual o sucesso de um empreendedor atrai outros empreendedores multiplicando os efeitos da ação. Não são processos rápidos de mudanças, os efeitos aparecerão somente em longo prazo e ocorrem de forma gradativa e não linear (Santos, 2017). De acordo com o Sustainable Transitions Blog (2018), as transições podem ocorrer de formas diferentes: 1. “Lentamente, a maneira como fazemos as coisas muda por conta própria”. A soma de muitas pequenas mudanças nos leva, sem percebermos e em médio e longo prazos, a fazer as coisas de forma diferente. Por exemplo, você passa a comprar produtos orgânicos, porém, das mesmas empresas que já lhe vendiam os produtos não orgânicos. 2. “De repente, nossas instituições podem decidir fazer as coisas de maneira diferente”. Em algum momento, todos os participantes concordam em fazer as coisas de forma diferente. Por exemplo, ao longo de um período, todos os concorrentes passam a vender produtos sem agrotóxicos. 3. “Uma nova maneira de fazer as coisas lentamente substitui a antiga, mas mudamos os atores principais”. Diferentemente da primeira forma, neste caso, mudamos os principais atores. Por exemplo, trocamos as grandes lojas de vestuário que exploram mão de obra em sua cadeia por produtores artesanais locais. 4. “Decidimos substituir nossa maneira de fazer as coisas por uma nova maneira de fazer as coisas”. Por exemplo, se houver leis que proíbam fumar em locais públicos fechados. 14 As quatros fases para a transição sociotécnica são (Geels et al., 2017): 1ª) Inovações radicais que surgem dos atuais regimes. 2ª) Inovações em pequenos nichos de mercado. 3ª) Inovações passam a competir diretamente com o regime vigente. 4º) Adoção generalizada das inovações promove a substituição do regime – ajustes em infraestrutura, indústrias, comercialização, políticas, estilo de vida e sobre o que é considerado normal. 4.1 Exemplo de transição sociotécnica Segundo Oliveira e Salles (2016), a transição sociotécnica que culminou com a revolução industrial levou a rupturas com o modelo vigente: • Primeira Revolução Industrial (revolução do carvão e do ferro): em 1776, com a invenção da máquina a vapor, foram lançadas as bases (utilização de máquinas na manufatura e nova concepção e organização do trabalho) para uma revolução que transformaria completamente a estrutura social, comercial, econômica e política vigentes (p. 3). • Segunda Revolução Industrial (revolução do aço e da eletricidade): a partir de 1856, novos pontos de ruptura surgem com o novo processo de fabricação do aço e do aperfeiçoamento do dínamo que levaram à invenção do motor a combustão interna em 1873 (p. 4). Essa mudanças no contexto podem ser consideradas rupturas. E como uma transição sociotécnica, vários níveis foram impactados. Desde mudanças na política internacional e do governo, na economia, na tecnologia, no estilo de vida e hábitos de consumo e nos negócios em geral. Saiba mais WHAT is a transition?: <https://www.youtube.com/watch?v=i2ioKSNQRew&feature=emb_logo>. SUSTAINABLE Transitions Blog: <https://www.sustainabletransitionsblog.com/blog-1/2018/6/11/what-is-a- transition>. TRANSIÇÃO Sociotécnica na Cadeia Produtiva do Café no Estado de Rondônia. 15 <https://www.researchgate.net/publication/342501673_Transicao_Sociotecnica_ na_Cadeia_Produtiva_do_Cafe_no_Estado_de_Rondonia_Socio_Technical_Tra nsition_in_The_Production_Chain_of_Coffee_in_The_State_of_Rondonia>. Acessos em: 28 jan. 2021. TEMA 5 – DESAFIOS DO GESTOR FRENTE ÀS MUDANÇAS Diante do que discutimos até o momento, são inúmeros os desafios que se apresentam aos gestores. É alta a complexidade para transformar as mudanças globais, nacionais, locais, tecnológicas, econômica entre outras em respostas organizacionais estratégicas. E é exatamente por isso que muitas organizações têm sucesso enquanto outras fracassam. De acordo com pesquisa realizada pela equipe da PWC Brasil (Alves e Roque, 2019, p. 5), Lidar com a velocidade das mudanças no século 21 é um desafio constante na gestão das grandes organizações. Quais são os pontos fortes únicos da sua organização que vão direcioná-la em meio a essa volatilidade? Como gerar comprometimento dos profissionais com a estratégia de negócios, ainda que ela esteja em constante transformação? Assim, para gestores que atuam como empreendedores, líderes transformacionais e inovadores, é importante compreender como o ambiente afeta sua organização/empreendimento, quais mudanças começam a se desenhar (atenção aos sinais fracos), que tendências internacionais e nacionais podem se concretizar, que hábitos estão mudando entre os consumidores, quais serão os novos consumidores de determinado mercado, enfim, é necessário estabelecer uma visão sobre o futuro. Zeng (2019, p. 207) considera que Quem tiver a visão mais clara sobre o futuro apostará corretamente e terá o potencial de ganhar muito, enquanto aqueles sem essa visão, obviamente, errarão o passo. [...] Como o sucesso de hoje exige uma visão de futuro, é preciso que você faça o possível para chegar a uma imagem mais clara de onde seu setor estará daqui a cinco ou dez anos. (Zeng, 2019, p. 207) E esse é o caminho que faremos ao longo das aulas desta disciplina em busca de modelos para a elaboração de uma visão adequada do futuro. 5.1 Exemplo de como a indústria de celulares mudou Por fim, para exemplificar os desafios dos gestores frente às diversas mudanças, utilizaremos o exemplo do setor de telefonia celular que é emblemático https://www.researchgate.net/publication/342501673_Transicao_Sociotecnica_na_Cadeia_Produtiva_do_Cafe_no_Estado_de_Rondonia_Socio_Technical_Transition_in_The_Production_Chain_of_Coffee_in_The_State_of_Rondonia https://www.researchgate.net/publication/342501673_Transicao_Sociotecnica_na_Cadeia_Produtiva_do_Cafe_no_Estado_de_Rondonia_Socio_Technical_Transition_in_The_Production_Chain_of_Coffee_in_The_State_of_Rondonia https://www.researchgate.net/publication/342501673_Transicao_Sociotecnica_na_Cadeia_Produtiva_do_Cafe_no_Estado_de_Rondonia_Socio_Technical_Transition_in_The_Production_Chain_of_Coffee_in_The_State_of_Rondonia 16para mostrar como mudanças podem ocorrer rapidamente em um segmento de base tecnológica. Houve a alternância de líderes de mercado ao longo dos anos, avanços tecnológicos e o surgimento dos concorrentes chineses. Há 20 anos, muitos não apostariam nos fabricantes chineses. • 1983: a Motorola lança o primeiro telefone móvel (modelo DynaTAC 8000x que pesava 800 g e custava US$ 4.000). A empresa se tornou a primeira grande referência do setor e dominou o mercado até meados dos anos 90.2 • Década de 1990: a Nokia3 conquista o mercado com aparelhos mais funcionais, menores e duráveis. A empresa foi pioneira na tecnologia GSM – Global System for Mobile Communications que introduziu os chips nos celulares. Essa marca foi por 14 anos consecutivos a maior fabricante de celulares do mundo. • 2007: a Apple lança o primeiro iPhone4 e o mercado muda completamente. Pela primeira vez, um celular pôde ser considerado como um smartphone comercialmente viável. A grande ruptura foi tanto em relação à tela sensível ao toque quanto ao uso mais efetivo da internet móvel em celulares. • 2010: Samsung laça o Galaxy e aproveita a oportunidade de incorporar o sistema operacional Android do Google e desde 2011 é líder mundial no mercado de celulares, ano em que passou a Nokia5. • 2015: marcas chinesas conquistam grande participação de mercado com novas tecnologias de hardware, desenvolvimento do 5G e grande participação de vendas na China, no maior mercado do mundo. • 2020: segundo o instituto de pesquisas e análises IDC (2020), os dados apurados de vendas nos três primeiros quadrimestres do ano indicam que participação de mercado global (market share) das marcas de celulares são: 1º Samsung (22,7%), 2º Huawei (14,7%), 3º Xiaomi (13,1%), 4º Apple (11,8%) e 37,7% todas as demais marcas juntas. 2Disponível em: <https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2014/03/13/primeiro-celular- comecava-a-ser-vendido-ha-30-anos-no-mundo.htm>. Acesso em: 28 jan. 2021. 3Disponível em: <https://helda.helsinki.fi/bitstream/handle/10224/3567/2005- 3236.pdf?sequence=1>. Acesso em: 28 jan. 2021. 4Disponível em: <https://run.unl.pt/bitstream/10362/20735/1/DISSERTACAO_LUIZFELIPPEMOTTA__FINAL.pdf> . Acesso em: 28 jan 2021. 5Disponível em: <http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2012/05/idc-confirma-samsung-na- lideranca-do-mercado-de-celulares.html>. Acesso em: 28 jan. 2021. 17 Pontos a destacar: • Mesmo em quarto lugar, a Apple ainda é a empresa mais lucrativa do setor6, demonstrando uma estratégia diferente dos seus principais concorrentes. • O caso da Huawei é um bom exemplo de como as mudanças geopolíticas podem interferir nos negócios. Com a guerra comercial estabelecida entre o governo de Donald Trump e o governo chinês e que teve efeitos sobre a tecnologia 5G, a expectativa para 2021 é que a empresa caia para o 4º lugar no ranking de venda de celulares (IDC, 2020). O que é possível aprender com o exemplo da Nokia e de todo um segmento? Como não deixar que a organização desapareça juntamente com as mudanças? Como se antecipar e surfar nas ondas de mudanças? Atenção aos sinais que o mercado apresenta e como eles podem trazer mudanças no setor de atuação. Às vezes, estamos diante de “bolhas” que estão por estourar levando a crises, como a quebra da bolsa em 1929, o estouro da bolha das “Ponto Com” no início dos anos 2000 e, em 2008, a crise dos derivativos que afetou todo o mercado imobiliário gerando recessão na economia mundial e especialmente nos EUA. Em outras, estamos diante de rupturas tecnológicas e sociais que exigirão capacidade de inovação e transformação das organizações e de seus líderes. Nas próximas aulas, trabalharemos em questões como estas. 6Disponível em: <https://www.counterpointresearch.com/apple-continues-lead-global-handset- industry-profit-share/>. Acesso em: 28 jan. 2021. 18 REFERÊNCIAS ALVES, F.; ROQUE, T. O impacto da cultura organizacional no futuro dos negócios: pesquisa de cultura organizacional 2019. PWC, 2019. Disponível em: <https://www.pwc.com.br/pt/estudos/preocupacoes-ceos/mais- temas/2019/pesquisa-cultura-organizacional-19.pdf>. Acesso em: 28 jan. 2021. BBC. Year Challenge: How the world has changed in a decade. BBC News, 18 jan. 2019. Disponível em: <https://www.bbc.com/news/world-46918799>. Acesso em: 28 jan. 2021. BOOTH, J. 20 big ways the world has changed since 1999. Insider, Nova Iorque 3 jan. 2019. Disponível em: <https://www.insider.com/how-life-has-changed-in- the-last-20-years-2018-12>. Acesso em: 28 jan. 2021. GEELS, F. W. Ontologies, socio-technical transitions (to sustainability), and the multi-level perspective. Research Policy, 39, p. 495-510, 2010. GEELS, F. W. et al. The Socio-Technical dynamics of low-carbon transitions. Joule, n. 15, p. 1-17, 2017. GONZALEZ, L. et al. (Org.). O Brasil mudou mais do que você pensa. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2018. IDC. Samsung Reclaims the Top Spot as Smartphone Market Performs Better Than Expected with 353.6 Million Device Shipments in 3Q20, According to IDC. IDC, 29 out. 2020. Disponível em: <https://www.idc.com/getdoc.jsp?containerId=prUS46974920>. Acesso em: 28 jan. 2021. MARKARD, J.; RAVEN, R.; TRUFFER, B. Sustainability transitions: an merging field of research and its prospects. Research Policy, 41, p.955-967, 2012. Disponível em: <https://www.academia.edu/24625117/Sustainability_transitions_An_emerging_fi eld_of_research_and_its_prospects>. Acesso em: 28 jan. 2021. NADLER, D. A.; SHAW, R. B.; WALTON, A. E. Discontinuous change: leading organizational transformation. San Francisco: The Jossey-Bass Management series, 1995. NAISBITT, J.; ABURDENE, P. Megatrends 2000: ten new directions for the 1990's. New York, William Morrow and Co., 1990. https://www.pwc.com.br/pt/estudos/preocupacoes-ceos/mais-temas/2019/pesquisa-cultura-organizacional-19.pdf https://www.pwc.com.br/pt/estudos/preocupacoes-ceos/mais-temas/2019/pesquisa-cultura-organizacional-19.pdf https://www.bbc.com/news/world-46918799 https://www.insider.com/how-life-has-changed-in-the-last-20-years-2018-12 https://www.insider.com/how-life-has-changed-in-the-last-20-years-2018-12 19 NPP. Relatório de pesquisa n. 37/2001. São Paulo: EAESP/FGV, 2001. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/2907/Rel%2037- 2001.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 28 jan. 2021. OLEGARIO, G. Z. Mapeamento da difusão de tecnologia no setor automotivo: caso dos veículos elétricos e híbridos no Brasil. Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica da UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Tecnológico, de Ciências Exatas e Educação. Departamento de Engenharia de Controle, Automação e Computação. OLIVEIRA, R. D.; SALLES, J. A. A. Estratégias e estruturas em ambientes de rupturas. anais inovarse. 2016. Disponível em: <https://www.inovarse.org/filebrowser/download/9215>. Acesso em: 28 jan. 2020. PESQUISA GLOBO. Panorama COVID-19: Conheça a pesquisa que acompanha o comportamento e a percepção da população brasileira sobre o coronavírus. Globo, 20 ago. 2020. Disponível em: <https://gente.globo.com/panorama- covid19/>. Acesso em: 28 jan. 2021. ROBBINS, S. P. Comportamento organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002. ROGERS, D. L. Transformação digital: repensando o seu negócio para a era digital. São Paulo: Autêntica Business, 2017. RUMELT, R P. Estratégia boa, estratégia ruim: descubra suas diferenças e importância. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. SANTOS, N. dos. Transição sociotécnica, valor transacional e relacional na cadeia produtiva. XIX Engema. Dez. 2017. Disponível em: <http://engemausp.submissao.com.br/19/anais/arquivos/353.pdf>. Acesso em: 28 jan. 2021. SILVEIRA, L. F. Mudanças organizacionais e impacto cultural: os dilemas da aquisição na versão de quem vivenciou o processo. In: V Encontro de EstudosOrganizacionais da Anpad – ENEO. Belo Horizonte: 18 a 20 jun. 2008. SINCLAIR, Bruce. IoT: Como usar a "internet das Coisas" Para Alavancar Seus Negócios. Autêntica Business, 2018. https://gente.globo.com/panorama-covid19/ https://gente.globo.com/panorama-covid19/ 20 SUSTAINABLE TRANSITIONS BLOG. What is a transition? June 11, 2018. Disponível em: <https://www.sustainabletransitionsblog.com/blog- 1/2018/6/11/what-is-a-transition>. Acesso em: 28 jan. 2021. TSOUKAS, H.; CHIA, R. On organizational becoming: Rethinking organizational change. Organization Science, 13(5), 567-599, 2002. WOOD, T. Jr. Mudança organizacional. Rio de Janeiro: Atlas, 1995. ZENG, M. Alibaba: estratégia de sucesso. São Paulo: M. Books do Brasil Editora Ltda., 2019.
Compartilhar