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Natália Fortuny – Medicina UAM FISIOLOGIA RENAL É comum ter apenas um rim, ao invés de dois, por defeito embrionário, geralmente, descobre por US de rotina. Localização: é retroperitoneal (posterior), bem fixo (é uma forma do corpo se proteger contra certos impactos, logo, não é comum ter dor no rim, a não ser que tenha uma inflamação envolvida – cálculo, nefrite, tumor). Tamanho do rim adulto: homem 11 - 12cm e mulher 9,5 - 11cm. • Doença renal crônica: pacientes que perdem a função renal definitiva, por exemplo, os hipertensos, um dos sinais clínicos é a redução do rim, sendo relacionado com doenças crônicas (paciente perde massa renal). • Doença renal aguda: paciente não perde massa renal, ou seja, ele não reduz de tamanho. • Córtex: parte funcional do rim, que produz substâncias • Pirâmides: são as confluências dos tubos renais • Papilas: a urina que é formada, cai nos cálices pela papila renal. É o local onde as pirâmides renais se confluem. ➢ Abuso de anti-inflamatório (Ex: Aspirina): causa necrose de papila, causando uma insuficiência renal grave. Muitas vezes o uso é proposital como forma de suicídio. • Artéria renal: • Veia renal • Ureter • Parênquima renal é a junção do córtex (região externa) + medula (interna), sem os cálices. ➢ Importância do parênquima renal: no exame de TC ou US é avaliado a normalidade essa estrutura. No laudo desses exames, pode estar descrito: “parênquima renal com aumento da ecogenicidade/parênquima renal afilado/ parênquima renal com textura normal”. ➢ Doença crônica ou Diabetes: você perde tecido/massa do parênquima renal, (tecido fibrótico – parênquima renal hiper ecogênico ou heterogêneo ou afilado). Sistema coletor do rim: • Cálice menor • Cálice maior • Pelve renal: se há obstrução de ureter, a pelve dilata, causando hidronefrose ou dilatação pielocalicial. E quanto maior a dilatação da pelve, maior grave é, pois, o rim vai comprimir o parênquima renal, causando insuficiência renal. Causas obstrução de ureter: • Cálculos renais obstrutivos • Hiperplasia prostática: a próstata aperta a uretra, a urina não escoa pela uretra, causa o bexigoma e dilata o rim - dilatação pielocalicial bilateral. • Estenose JUP (junção ureter-pélvica): consiste no estreitamento no estreitamento da junção entre a pelve renal e o ureter, ducto este responsável por permitir a passagem da urina em direção à bexiga. • Estenose JUV (junção ureter-vesical): é o local onde o ureter une-se a bexiga urinária. A junção uretrovesical possui um mecanismo de válvula que permite a passagem da urina do ureter para a bexiga, impedindo o fluxo contrário, ou seja, da bexiga para o ureter. • Tumores externos que comprimem ureter (útero, ovário etc.) * • Elimina água e toxinas (produtos resultantes do metabolismo - ureia e creatinina). • Equilíbrio corporal de líquidos e sais minerais • Ativação de vitamina D • Produção hormônio (eritropoetina, renina) • Controle hidroeletrolítico • Controle volêmico através do sódio e água • Equilíbrio ácido básico (pH) • Produção de hormônios Constantemente produzimos energia via metabolismo e, consequentemente, o rim gera produtos finais (toxinas). Lei Homeostase: quantidade digerida de algo + quantidade produzida, tem que ser igual a quantidade excretada + quantidade consumida. Ou seja, tudo que entra, tem que sair e ser metabolizado. Não é interessante para o organismo acumular toxinas. Os órgãos típicos para eliminação de toxinas: pulmão fígado e rim → o que entra, tem que sair. Toxinas que produzimos: CO2, excesso de mineral (cálcio, potássio, magnésio, sódio) → perdemos essas toxinas pela urina, suor, respiração e fezes → principais meios de produção e excreção de toxinas. • Produtos nitrogenados: são derivados de proteínas (amônia, urina etc.). E quem elimina ureia é o rim. • Paciente com insuficiência renal → excesso de ureia → hálito urêmico, náusea, soluço, sonolência, vomito → “paciente em uremia” (excesso de ureia) → consumo proteico/ureia/amônia. • “Flapping”: paciente tem muita toxina. Obs: para quem tem uma pré-disposição renal, a água em excesso é deletéria, pois acaba forçando o órgão e vai acumulando por conta desse excesso, havendo risco até de edema agudo de pulmão, pois o rim não dá conta do trabalho. CASO CLÍNICO: paciente possui uma dieta rica em sal, gordura, proteina e aditivos, ele ingere muito mais do que necessita. Em decorrência disso: • Aumenta produtos do metabolismo • Aumenta atividade de excreção (rim tem que trabalhar muito mais já que tem muito mais toxina proveniente do metabolismo). Esse estava estável, mas depois de um certo tempo, esse paciente chega no PS com: edema, falta de ar, sonolência, acidose, náusea, sem apetite, potássio alto, calculo renal. Com exames laboratoriais alterados. E todas essas intercorrências se deram por conta do quadro evolutivo do paciente, em que ele desenvolveu: DM, hipertensão, dislipidemia, e foi perdendo a função renal (corpo entra em desequilíbrio). Se perda de função renal definitiva: a conduta é dialise. Diálise ou terapia renal substitutiva: é o nome genérico que se dá a qualquer procedimento que promova a remoção das substâncias tóxicas que ficam retidas quando os rins deixam de funcionar adequadamente → seria a “filtragem do sangue”. Função dialise: • Eliminação de líquidos. Se uma pessoa normal urina cerca de 1.5 litros/dia um paciente em hemodiálise pode necessitar de retirar por cada sessão de hemodiálise, por exemplo, 3.0 a 4.5 litros. • Controlo ácido-base. O doente insuficiente renal crónico em diálise apresenta acidose metabólica. Necessita de receber bicarbonato na diálise, através do líquido dialisante, por um mecanismo de difusão. • Eliminação de potássio. Em níveis elevados (acima de 7.0 mEq/litro) pode provocar paragem cardíaca. A diálise permite a sua eliminação através do mecanismo já referido de difusão. • Eliminação de restos do metabolismo proteico. Os doentes em diálise apresentam valores de ureia elevados no seu sangue. No caso da hemodiálise, esses valores são reduzidos de forma significativa em cada sessão de diálise e voltam a subir até à sessão seguinte. Esta oscilação de valores tem um aspeto gráfico parecido com os dentes de uma serra de corte comum. Eritropoetina: transforma células vermelhas imaturas em maduras, ajudando a manter as hemácias maduras. Portanto, se o paciente tem insuficiência renal, ele pode ter anemia ferropriva. Calcitriol ou 1,25-dihidroxicholecalciferol: a vitamina D ao passar pelo rim, ela se transforma em calcitriol (vitamina D ativa) cuja função é absorver cálcio da dieta e regular a quantidade de cálcio no osso. Portanto, se o paciente tem doença renal avançada, ele vai desenvolver uma perda de mineralização óssea, mais fraturas denominada hiperparatireoidismo secundário. Sistema SRAA: são reações químicas que ocorrem pra ajudar a controlar a PA. Quando a PA cai (no caso da pressão sistólica, para 100 mm Hg ou menos), os rins liberam a enzima renina no sangue: • A renina divide o angiotensinogênio em (proteína que circula no sangue) angiotensina I. • Angiotensina I: se mantém relativamente inativa, é dividida em partes pela enzima de conversão da angiotensina (ECA), a angiotensina II. • Angiotensina II: faz com que as paredes musculares das pequenas artérias (arteríolas) se contraiam, aumentando a PA. E ela também provoca a liberação do hormônio aldosterona pelas glândulas adrenais e da vasopressina (hormônio antidiurético - ADH) pela hipófise. • Aldosterona e a vasopressina: fazem com que os rins retenham sódio (sal). Além disso, ela faz com que os rins excretem potássio. • O aumento de sódio faz com que a água seja retida, aumentando, assim, o volume de sangue e a pressãoarterial. 20% do DC passa pelo rim. Depois do pulmão, o rim é o órgão que mais recebe sangue do coração. Por isso o rim é extremamente sensível a perfusão sanguínea. • Débito cardíaco (DC): é a medida (calculada em L/min) do sangue/fluxo sanguíneo produzido pelo coração a cada batimento. • DC normal do adulto é 4-5L por min e 20% desse sangue passa pelo rim → 130L de plasma é filtrado pelo rim (você filtra o seu plasma 60x por dia). Taxa de filtração glomerular normal: é quanto, por minuto, que o rim faz a filtragem do sangue, é a potência de filtração dos rins. • Taxa normal do rim: 100 - 120 ml de sangue por minuto. Existe uma relação direta entre coração e rim: insuficiência cardíaca → DC alterado (ao invés de ser 5L, passa 2L pelos rins)→ perfusão alterada → paciente com risco de ter uma insuficiência renal, pois se filtra menos, com isso se a capacidade renal → síndrome cardiorrenal (se tem uma doença cardíaca, onde se perfunde menos o rim, piorando a função renal, piorando o coração; se tornando um ciclo vicioso). O que o rim tem a ver com o coração? Os rins removem resíduos presentes no sangue, auxiliando no controle da pressão arterial e beneficiando o coração. Por outro lado, os rins são órgãos muito vascularizados e precisam que o sangue circule adequadamente para funcionar. Rins e coração trabalham sempre em parceria, desempenhando funções que se complementam NÉFRON O néfron é a parte funcional do rim, sendo essencial para a produção da urina. Ele é constituído por um longo túbulo, denominado de túbulo néfrico, e pelo corpúsculo renal. • Cápsula de Bowman ou glomerular: formação do filtrado glomerular • Glomérulo: filtração • Túbulo contorcido proximal (TCP): • Alça descendente de Henle: • Alça ascendente de Henle: • Túbulo contorcido distal: • Túbulo coletor: Processos que o glomérulo participa: depois da filtração, excreção e concentração, a urina é formada 1- Filtração. 2- Excreção. 3- Reabsorção. 4- Concentração. Glomérulo: função de filtração (algo sai do sangue e cai na cápsula de bowman). Se filtra pequenas moléculas, sendo elas: água, glicose, potássio, sódio etc. O glomérulo é enovelado pois serve para aumentar a superfície de contato entre as substâncias e permitir uma melhor filtração. Cápsula de bowman ou cápsula glomerular: o líquido cai diretamente na cápsula e esse líquido é chamado de filtrado glomerular (não é xixi ainda). Esse filtrado passa pelo túbulo renal. Túbulos renais: função de excreção; reabsorção e concentração. Quando o filtrado glomerular cai nos túbulos renais, ele realiza a excreção (tira do túbulo e volta para o sangue, realizando a reabsorção). Obs: 90% da filtração é reabsorvida (você reabsorve para o sangue de acordo com a necessidade do organismo). • Reabsorção: ocorre no túbulo contorcido proximal (TCP) • Excreção: molécula organica, potassio, creatinina, medicamentos de acordo com a necessidade. ➢ Exemplo de excreção: furosemida/lazix (diurético) é excretada/secretada na alça de henle (exemplo de excreção). • Concentração: no final do túbulo renal, o organismo é capaz de diluir ou concentrar a urina. ➢ Atividade física: existe mais sudorese (perde mais água pelo suor). Com isso, o organismo reabsorve mais água, com isso, a urina fica mais concentrada ➢ Hormônio ADH: age no túbulo renal pra concentrar ou diluir a urina. ➢ Alimentação rica em sal: se bebe mais agua por conta da quantidade de sódio na alimentação, com isso, urina mais, urina fica mais diluida. A arteríola aferente (chega) se enovela formando a arteríola eferente (sai). É uma entrada e saída só. Para se filtrar todas as substâncias, é necessária uma pressão boa dentro do vaso, denominada pressão de filtração. Exemplo: paciente traumatizado → hemorragia pela artéria femoral PA: 7/4→ perfusão do glomérulo diminuída → com modo de compensar, o rim dilata a entrada e fecha a saída para manter a pressão no interior do vaso, mantendo uma filtração mínima. Obs: esse paciente que está com hemorragia, urina pouco e tem uma filtração mínima por conta da ativação do sistema SRAA., mantendo assim, o funcionamento básico do rim. • Hormônio que faz vasodilatação da arteríola aferente: prostaglandina (abre aferente). • Hormônio que faz vasoconstrição da arteríola eferente: angiotensina II (fecha eferente). • Aldosterona: reabsorção de sódio. * ? • FG = kf x PEF • PEF = (pressão hidrostática capilar – pH cápsula Bowman) – pressão oncótica. Taxa de filtração glomerular (TFG) ou (FG) é a medida da depuração de uma substância que é filtrada pelos glomérulos e não sofre reabsorção/secreção tubular, por isso é usada como avaliação da função renal. KF: permeabilidade seletiva: • Relacionada com a superfície dos glomérulos (nº; tamanho e superfície): quanto mais glomérulo tiver, mais filtração haverá. • Ela depende da pressão de sangue dentro do capilar glomerular, denominada pressão efetiva de filtração (PEF) • Kf: 12,5ml/min x mmHg PEF: pressão efetiva de filtração: ela depende das diferentes pressões no glomérulo e no espaço na cápsula de bowman. Obs: ambas as pressões existem nos compartimentos intravascular e intersticial. • Pressão hidrostática: é uma força exercida pelos líquidos que tende a expulsar o líquido de seu compartimento. ➢ Favorece filtração (empurra íons para fora). ➢ Pressão positiva de 60mmHg. • Pressão oncótica: é uma força que atrai água para o compartimento. ➢ Onde é mais concentrado é no vaso. ➢ A água vai do menos concentrado para o mais concentrado. Existe uma pressão oncótica que traz a água de volta. ➢ Pressão negativa/contra de 32mmHg (se contrapõe a filtração). • Pressão capsular: é uma força que atrai água para a cápsula de bowman. ➢ A capsula de bowman é um espaço que contém liquido no seu interior e possui sua pressão capsular, que apesar de ser menor, empurra de volta tais moléculas de volta. ➢ Pressão negativa/contra de 18mmHg (se contrapõe a filtração). Qual dos seguintes itens provocaria aumento do ritmo de filtração glomerular (RFG)? a) Hiperproteinemia b) Calculo uretral c) Constrição arteríola aferente d) Constrição da arteríola eferente: fecha a saída, aumenta a pressão hidrostática, filtrando mais. e) Vomito e diarreia Letra A: Com o aumento de proteina no sangue, o sangue fica mais concentrado, aumentando a pressão oncótica (ao invés de ser 32, passa a ser 40mmHg), portanto, a resultante é menor. • Hiperproteinemia (dieta proteica) prejudica a filtração se o paciente tiver uma doença renal base. Além disso, pode favorecer a formação de cálculo renal. • Doença renal crônica tem uma dieta hipoproteica. Letra B: A filtração vai ser reduzida, pois fechou o ureter, a urina não escoa, aumentando a pressão capsular, acumulando liquido na cápsula de bowman. Esse cálculo está obstruindo o escoamento da urina. Letra C: A constrição da arteríola aferente (entra o sangue) causa uma redução da pressão hidrostática, reduzindo a filtração. Letra E: Vai reduzir a perfusão renal, reduzindo a pressão hidrostática. É necessário realizar hidratação para aumentar a volemia e aumentar a pressão hidrostática no rim. • Hipoperfusão renal: vomito e diarreia excessivo → hipotensão → hipoperfusão renal → reduz pressão hidrostática → paciente não vai urinar pois cai a filtração, logo, é preciso hidratar o paciente para aumentar a volemia e a pressão hidrostática no rim. * CASO CLÍNICO: a situação de uma idosa, hipotensa, desidratada, ou situação de um paciente em choque hemorrágico ou paciente atleta que ficou muito tempo sem água: são situações clássicas de cair a diurese, urinar menos e piorar a função renal agudamente: • Hipotensão • Hipovolemia • Choque Nesses casos acima, se altera a perfusão renal e não os númerosde glomérulos, por conta da hipovolemia/desidratação/perda sanguínea. Para o rim voltar ao normal e o paciente urinar normalmente, é preciso dar volume com o objetivo de restaurar a volemia renal do paciente. Se perde volemia, perde função renal. Se for perda aguda, pode estar relacionado com hemorragia, hipotensão e hipovolemia. A perda de volemia é uma situação potencialmente reversível se o profissional agir rápido. Caso demore muito, a situação pode se tornar crônica e criar sequelas diante do estresse. Antes do médico fornecer soro/volemia, o próprio rim tem seu mecanismo de defesa para manter uma filtração renal básica: toda vez que tem hipoperfusão renal, o glomérulo através da macula densa percebe essa variação de perfusão renal. Com isso, ela ativa renina para ativar o SRAA, onde haverá vasodilatação da arteríola aferente e vasoconstrição da eferente. Além disso, a aldosterona vai reabsorver sódio para subir a PA e melhorar a perfusão renal → situação de má perfusão renal. O primeiro passo de todo caso clínico é pensar na hipótese diagnostica (HD) e solicitar exames!! CASO CLÍNICO 1: paciente, 85 anos, internado no PS devido a uma fratura de colo de fêmur, aguarda CC na ortopedia, 2 dias sem jejum, não recebe soro, PA: 8/4, colega prescreve voltarem (diclofenato – antiinflamatório) para dor, paciente não está urinado. • Mecanismo renal para compensar a hipoperfusão: para o rim compensar o mecanismo, ele libera prostaglandina na via aferente (vasodilatação) e libera aldosterona na eferente (vasoconstrição). • Anti-inflamatório: inibe prostaglandina, logo, inibe o mecanismo compensatório do rim e acelerou a perda de função renal. A outra opção, nesse caso, é dar outro remédio para alívio da dor. • CUIDADO: anti-inflamatório acelera perda de função renal (insuficiência renal). CASO CLÍNICO 2: paciente diabética, hipertensa há 20 anos, bem hidratada e estável, PA 13/8→ ela tem uma função renal alterada pela hipertensão e diabetes (problema hemodinâmico) → lesão glomérulo (tem menos massa glomerular funcionante) → risco de fibrose do vaso → quadro vai evoluindo →glomérulo vai perdendo função (quadro crônico avançado) → se torna um problema de lesão estrutural, ou seja, não é mais um problema dinâmico por conta da evolução. • Obs: diabetes e hipertensão são as doenças definitivas que causam perda de função renal. CASO CLÍNICO 3: paciente lúpica → lesão renal aguda → a curto prazo pode ser reversível hemodinamicamente, mas se demorar muito, se torna crônico e o problema se torna estrutural. Medicações em uso: buscopam (antiespasmódico) e rocefin: (antibiótico) Pontos importantes: sonolência, PA baixa, desidratação e debito colostomia alto • Fator de risco de alteração estrutural renal: HAS, próstata (fator de risco) • Fator de risco hemodinâmico: pressão 9/6 paciente hipotenso • Sinal de insuficiência renal positivo: débito colostomia 3500ml em 24h (100ml em 12h), sendo sinal de oligúria + PA baixa + desidratação ➢ Oliguria: paciente tem diminuição da diurese (urina menos do que 0,5ml/kg/h). ➢ Oligúria é sinônimo de insuficiência renal. ➢ EX: se o paciente pesa 80kg, ele deveria urinar por hora → 0,5 x 80 = 40ml/h x 12h = diurese dele é 480ml em 12h Oligúria é excreção de urina < 500 mL/24h em adulto, ou < 0,5 mL/kg/h em adulto ou criança (< 1 mL/kg/h em neonatos). HD: essa paciente provavelmente tem insuficiência renal aguda pela evidência clínica e possui oligúria de 100ml em 12h, sendo uma diurese insatisfatória. Exame pra avaliar função renal: • Creatinina (marcador de função e lesão renal) • Ureia • Dosar eletrólitos (principalmente sódio e potássio). Resultado do exame: • Creatinina elevado (2,0mg/dL). • Ureia elevada (198mg/dL) • K+ baixo (3,0) • Sódio alto (150mg/dL) • Hb normal (14) • Não tem leucocitose • Bilirrubinas, TGO, TGP normais Pelos exames e história clínica, conseguirmos confirmar a insuficiência renal do paciente. Assim que afirmamos a lesão, temos que analisar se o quadro é agudo ou crônico. Nesse caso clínico, suspeitamos de uma lesão aguda porque a estrutura do rim está normal (tamanhos, parênquimas basais) e os sinais clínicos do paciente são suspeitos (PA baixa, desidratado). Quadro agudo X crônico: • Agudo: é reversível, tem perda rápida de função renal e é reversível, você trata e o paciente melhora. ➢ Ureia é muito mais alto do que a creatinina (não obrigatório, mas é indicativo) • Crônico: paciente vai perdendo a função renal lentamente (5-30anos), é irreversível e grande parte do tempo o paciente é assintomático, só tem sintoma em fase avançada. É um paciente com DM, cardiopata etc. É um paciente que você acha ou com alteração de US ou proteinúria (marcador de doença crônica) Obs: se a creatinina anterior dele fosse alta também, possivelmente esse paciente possa ter alguma hipertensão, sendo sugestivo de um quadro crônico. Por isso que seria bom solicitar exames anteriores pra confirmar essa hipótese. Qual o diagnóstico mais provável para a disfunção renal? a) Doença renal crônica b) Insuficiência renal aguda pós renal c) Insuficiência renal aguda renal (associado ao uso do rocefin) d) Insuficiência renal aguda pré-renal Baseado no caso anterior e na sua hipótese diagnostica, qual a conduta inicial? a) Retirar buscopan imediatamente por sua nefrotoxicidade b) Retirar rocefin imediatamente por sua nefrotoxicidade c) Iniciar hidratação endovenosa e observar diurese e repetir creatinina d) Indicar hemodiálise INSUFICIENCIA RENAL Crônica (DRC): • Perda de função renal lenta e progressiva • Sinais e sintomas de uremia avançada (anemia) • Antecedentes de HÁ, DM, nefropatia, doença valvar • US: rins contraídos ou hipoecogênicos • (exceção e a nefropatia diabética) Aguda (IRA): • Perda de função rápida • Sinais e sintomas sistêmicos • Causa reversível • Sem lesão renal definitiva • Ureia muito elevada Classificação: • Injuria renal aguda • Doença renal aguda • Doença renal crônica Diagnóstico IRA: é clínico, pela história e pelos exames laboratoriais. – 1. Pré-renal (relacionada ao fluxo sanguíneo): o rim não tem nenhuma alteração, é um problema hemodinâmico onde o paciente teve a redução da filtração renal pois o rim está mal perfundido. Se você restabelecer a volemia do indivíduo, o rim volta. Não tem nenhuma lesão estrutural do rim. • Urina muito pouco → oliguria • Presença de alteração hemodinâmica • Estrutura renal intacta CASO CLÍNICO: paciente hipovolêmico + hipotenso + queda da diurese. Hidratação SF:0,9% 1000ML ABERTO; PA 11x7 acordado; diurese 900ml clara; hidratação de manutenção; exames de controle (creatinina 1,3 e ureia 96) → HP: IRA pré-renal, pois é um problema hemodinâmico. O rim em si, não estava alterado. Etiologia IRA pré-renal: • Absoluta: perde volume para o meio externo (colostomia, vomito, diarreia, hemorragia). É tudo perda absoluta de liquido para o meio externo. • Relativa: é quando o volume sai do vaso para fora do vaso, por exemplo, o paciente hepatopata que tem barriga grande perde o liquido para a cavidade abdominal (a água saiu do vaso e foi para o interstício, não para fora). • Perda de volume efetivo intravascular: ➢ Trauma ➢ Queimadura ➢ Sangramento ➢ Pancreatite ➢ Perdas para o interstício e espaço peritoneal ➢ Náuseas e vômitos 2. Renal intrínseca (distúrbios renais): presença de alteração estrutura renal (por exemplo, alguma infecção presente). É um quadro intrínseco. CASO CLÍNICO: paciente desidratado + hipotenso + queda da diurese + febre + leucocitúria. Hidratação: SF 0,9% 1000ML ABERTO + antibiótico; PA 13x7 ainda sonolento; diurese 100ml.; hidratação de manutenção; exames de controle (creatinina 3 e ureia 150) → HD: IRA intrínseca que é quando já tem umaalteração do tecido renal. Necrose tubular aguda: é a lesão renal causada pelo dano às células tubulares do rim (células renais que reabsorvem o líquido e os minerais da urina quando ela se forma). É um subtipo de IRA intrínseca, então todo paciente que tiver IRA intrínseca, vai acabar tendo a necrose, é a principal. CASO CLÍNICO: • HD: infecção com foco urinário associado com febre, hipotenso e fadigado. Além disso, suspeitamos IRA agudo pois não tem doença previa, o US está normal e no momento tem uma doença ativa que, aparentemente, é a infecção. • Pré renal grave + drogas nefrotóxicas = IRA intrínseca = NTA • Conduta: hidratar, retirar nefrotóxicos, tratar infecção, suporte geral • Recuperação mais lenta da função renal (2-3 semanas) • Pontos que chamam atenção: amicacina EV; ibuprofeno; PA 9x6; FC 110; febre e desidratação. 3. Pós-renal (obstrução da saída): • Impossibilidade de escoamento • Doenças presentes como por exemplo: calculo renal – Fatores de risco: idosos e doenças bases. Após 7 dias de uso do fármaco: paciente continua urinando e o potássio é baixo. • Injuria tubular direta (fármaco é endocitado pela TP) • IRA não-oligúrica, hipocalemia e hipomagnesemia ➢ Devido a lesão tubular ➢ Perda de líquidos eletrólitos • Suspensão da droga: regeneração tubular progressiva • Doença autolimitada ATENÇÃO!!!! A lesão dos aminoglicosídeos é especificamente no tubo proximal renal. Risco: idosos, desidratação, comorbidade renal. Obs: os anti-inflamatórios de uso tópico não tem problema pois a dose de absorção é pequena. • Sódio: no 1º caso ele precisa reter sódio pois não é interessante o paciente perder mais água pois ele já está muito desidratado e no 2º caso ele não tem a capacidade de reter o sódio. • Osmolaridade urinaria: no 1º caso por incapacidade, a urina vai estar muito concentrada e no 2º caso vai estar baixa. • Sedimento urinário (exame de urina): ➢ Cilindros são células que se formam e se agrupam na urina. Os cilindros podem ser fisiológicos e patológicos. ▪ Cilindros hialinos são normais ▪ Cilindros granulosos são patológicos João 85 anos DPOC, correção de fratura em fêmur há 1 mês recebendo alta em boa estado geral com as seguintes medicação: enalapril 5 mg 12/12 hs (usava há 5 anos) e tylex 30 mg 12/12 hs; Antecedente Hiperplasia prostática benigna e hipertensão arterial; dá entrada hoje no PS por diminuição importante diurese. • PA 14x8 FC 55 hidratado Bexigoma. • Exames: C=9,0 mg/dL (era 1,3 há 1 semana) ; U= 256 mg/dL Pergunta: qual a sua hipótese diagnóstica principal para a disfunção renal? • Paciente tem insuficiência renal pois o paciente não está urinando • Paciente não tem sinal de hipovolemia, não tem hipotenso e não está instável. Logo, pode não ser pré- renal. • Pode ser um pós renal pois o abdome do paciente tem uma massa palpável mole com bexigoma. Com isso, foi feito um US e notou-se uma dilatação bilateral bexigoma: • Conduta: desobstruir, passar sonda vesical → paciente passou a sonda vesical → urinou 2,5L. • Preto no US: urina • Diagnostico: IRA pós renal
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