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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Secretaria Educação do Espírito Santo (SEDU-ES) 
Professor B – Ensino Fundamental e Médio - Biologia/Ciências 
 
1. CITOLOGIA. 1.1. Componentes minerais e orgânicos (água, sais minerais, carboidratos, lipídios, 
proteínas e vitaminas, enzimas, ácidos nucléicos). 1.2. Membrana celular e parede celular. 1.3. 
Citoplasma. 1.4. Núcleo. .......................................................................................................................... 1 
 
2. GAMETAS E GAMETOGÊNESE. 2.1. Morfologia dos gametas humanos. 2.2. Espermatogênese. 
2.3. Ovulogênese. .................................................................................................................................. 28 
 
3. EMBRIOLOGIA. ............................................................................................................................. 31 
 
4. GENÉTICA. 4.1. Conceitos básicos. 4.2. Leis de Mendel (mono e poliibridismo). 4.3. Noções de 
probabilidades. 4.4. Genealogia. 4.5. Grupos sanguíneos: sistema ABO; fator RH. Interação gênica e 
pleiotropia. 4.6. Herança ligada ao sexo. 4.7. Determinação de paternidade através da análise de DNA. 
4.8. Atuação da engenharia genética: na cura de doenças, no combate a pragas na lavoura e na criação 
de espécies transgênicas. 4.9. Mutações cromossômicas e gênicas. 4.10. Principais síndromes humanas: 
Down, Turner e Klinefelter ...................................................................................................................... 39 
 
5. EVOLUÇÃO. 5.1. Criacionismo ou fixismo. 5.2 Evolucionismo ...................................................... 84 
 
6. CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS: 6.1. Sistemas de classificação. 6.2. Regras de 
nomenclatura. 6.3. As categorias taxonômicas. 6.4. Classificação dos grandes grupos de organismos: 
Vírus, Monera; Protista; Fungi; Plantae; Animália ................................................................................. 102 
 
7. ANATOMIA E FISIOLOGIA COMPARADA DOS SERES VIVOS (ZOOLOGIA). 7.1. Reprodução 
humana. 7.2. Aspectos anatomo-fisiológicos dos sistemas reprodutores masculino e feminino. 7.3. Ciclo 
menstrual e controle hormonal no processo. 7.4. Ciclos biológicos das principais espécies de 
invertebrados causadores de doenças ................................................................................................. 147 
 
8. Anatomia e fisiologia comparada dos seres vivos ........................................................................ 168 
 
9. ANATOMIA E FISIOLOGIA COMPARADA DE VEGETAIS. 9.1. Estrutura geral de talófitas, briófitas 
e traqueófitas ....................................................................................................................................... 197 
 
10. ECOLOGIA: conceitos básicos .................................................................................................. 197 
 
11. Metodologia do ensino da Biologia ............................................................................................. 208 
 
Questões ......................................................................................................................................... 210 
 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 1 
 
 
Histórico 
 
O descobrimento da célula ocorreu após a invenção do microscópio por Hans Zacarias Jensen (1590). 
Robert Hook, 1665, apresentou a sociedade de Londres resultados de suas pesquisas sobre a estrutura 
da cortiça observada ao microscópio. 
 
 
 
A organização estrutural dos seres vivos 
 
a) Quando ao número de célula 
 
Dizemos que todos os seres vivos são formados por células , sendo conhecidos desde formas 
unicelulares até formas pluricelulares . 
O organismo unicelular tem a célula como sendo o próprio organismo, isto é, a única célula é 
responsável por todas as atividades vitais, como alimentação, trocas gasosas, reprodução, etc. O 
organismo pluricelula r, que é formado por muitas células (milhares, milhões, até trilhões de células), 
apresenta o corpo com tecidos, órgãos e sistemas, especializados em diferentes funções vitais. As células 
dos pluricelulares, diferem quanto às especializações e de acordo com os tecidos a que elas pertencem. 
Podemos então considerar, para o organismo unicelular ou pluricelular, que a célula é a unidade 
estrutural e funcional dos seres vivos. 
 
 
 
 
 
1. CITOLOGIA. 
1.1. Componentes minerais e orgânicos (água, sais minerais, 
carboidratos, lipídios, proteínas e vitaminas, enzimas, ácidos 
nucléicos). 1.2. Membrana celular e parede celular. 1.3. 
Citoplasma. 1.4. Núcleo. 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 2 
b) Quanto à estrutura celular 
 
Em relação a estrutura celular os organismos podem ser classificados em eucariontes e 
procariontes . 
As células procariontes ou procariotas apresentam inúmeras características que as diferem das células 
eucariontes. Entretanto, sua maior diferença é que as células dos organismos procariontes (bactérias e 
cianofíceas) não possuem carioteca . Esta estrutura consiste em uma membrana que separa o material 
genético do citoplasma. Conforme pode ser observado na figura abaixo, a células eucariontes ou 
eucariotas possuem a carioteca, individualizando o material nuclear da célula, isto é, tornando o núcleo 
um compartimento isolado do restante das organelas dispersas no citoplasma. 
 
 
 
 
Composição química da célula 
 
1Na composição química da célula aparecem componentes inorgânicos e orgânicos. Dentre os 
compostos inorgânicos da célula, temos a água e os sais minerais. Os constituintes orgânicos da célula 
são representados por açucares, lipídeos, proteínas, ácidos nucleicos e nucleotídeos. 
 
1. Compostos inorgânicos: 
-2Água: 
A água é constituinte celular mais abundante. O teor hídrico da célula varia de acordo o tipo de célula 
e a idade do organismo. Por exemplo, o cérebro tem quase 4x mais água do que os ossos, e os tecidos 
embrionários têm muito mais água que as células adultas, pois a taxa de água decresce conforme 
aumenta a idade do organismo. 
A quantidade de água também pode variar conforme a espécie: os seres humanos possuem 
aproximadamente 63% de água em sua composição, e as águas-vivas, 98%. 
 
Funções da água nas células: 
 
Entre as principais funções exercidas pela água, destacamos: 
 
1. Solvente de íons minerais e outras substâncias 
2. Constitui a fase dispersante do colóide protoplasmático, em que as proteínas representam a fase 
dispersa. 
3. Regulação térmica, visto que absorvendo grandes quantidades de calor permite que pouco varie a 
temperatura da célula. 
4. Atividade metabólica, dado que na ausência de água as enzimas permanecem inativas. 
 
Sais minerais 
 
 
1 Morandini. C. Editora sol. 
2 Amabis, José Mariano. Biologia. Volume 1. Editora Moderna. 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 3 
Os sais minerais aparecem sob duas formas: iônica e molecular. Os principais íons são: Na+, K+, Ca++, 
Mg++, Cl-, CO3--, No3- e P04--. O potássio eo magnésio são elementos predominantemente intracelulares, 
enquanto o sódio e o cloro aparecem nos líquidos extracelulares. O cálcio existe no plasma sanguíneo, 
sendo fundamental para a coagulação sanguínea, existindo também nos ossos sob a forma de fosfato. O 
magnésio aparece na molécula de clorofila enquanto o ferro existe na hemoglobina e citocromos, 
pigmentos respiratórios. A hemocianina, pigmento respiratório dos aracnídeos contém cobre. O íon que 
predomina na célula é o fosfato, que aparece tanto livre como formando fosfatos inorgânicos, fosfolipídios, 
fosfoproteínas e nucleotídeos. 
 
Funções dos sais minerais nas células 
 
1. Regulação osmótica- A pressão osmótica varia diretamente com a concentração de sais minerais 
existentes no meio. 
 
2. Sistema tampão: Os graus de acidez ou alcalinidade de uma solução são definidos através de 
valores que são medidos por uma escala de pH, conforme demonstrado na figura abaixo: 
 
 
Na maioria das células o pH varia entre 6 e 8. A manutenção de um pH constante é de vital importância 
porque ele influencia a atividade enzimática. 
Os organismos resistem a variações do pH por meio de soluções tampões. No tampão ocorre uma 
combinação de um doador de H+ e de um receptor de H+, na forma de ácido ou base fracos. No estômago, 
por exemplo, o bicarbonato de sódio (NaHCO3) é o melhor tampão contra o ácido clorídrico. Assim, o 
NaHCO3 dissocia-se em Na+ e HCO3- que se combina com H+ produzindo o ácido carbônico (H2CO3), 
que é instável. E, com isso, os íons H+ não tornam o pH ácido. 
 
32. Compostos orgânicos 
 
Açucares 
 
Os carboidratos também podem ser chamados de glicídios, glucídios, hidratos de carbono ou 
açúcares. São formados fundamentalmente por moléculas de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), 
por isso recém a denominação de hidratos de carbono. Há três classes gerais dos açucares: 
monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. 
 
-Monossacarídeos 
 
Os monossacarídeos são os carboidratos mais simples. Apresentam de 3 a 7 carbonos em sua 
estrutura, havendo uma proporção entre esses átomos e os átomos de hidrogênio, obedecendo uma 
fórmula geral, onde há um carbono para cada dois hidrogênios e um oxigênio: Cn(H2O)n. Se um 
monossacrídeo tiver 4 átomos de carbono, ele terá 8 átomos de hidrogênio e 4 átomos de oxigênio. 
Os monossacarídeos recebem o sufixo –ose, precedida pelo número de carbonos que contém em sua 
fórmula, então: 
 
Nº carbonos Fórmula Nome 
3 C3H6O3 Triose 
4 C4H8O4 Tetrose 
5 C5H10O5 Pentose 
 
3 Amabis, José Mariano. Biologia. Volume 1. Editora Moderna. 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 4 
6 C6H12O6 Hexose 
7 C7H14O7 heptose 
 
Os monossacarídeos que apresentam extrema importância biológica são: 
 
Pentose Função 
Ribose Participa da produção do ácido ribonucléico (RNA) atuando como matéria-prima. 
Desoxirribose Participa da produção do ácido desoxirribonucléico (DNA) atuando como matéria-prima. 
 
Hexose Função 
Glicose 
É a principal fonte de energia para os seres vivos, mais 
usada na obtenção de energia. É fabricada pelos vegetais 
na fotossíntese e utilizada por todos os outros seres vivos 
na alimentação. 
Frutose Possui função energética 
Galactose Possui função energética. Participa da composição de dissacarídeos da lactose, junto com a glicose. 
 
-Dissacarídeos 
 
Os dissacarídeos são o resultado da ligação entre dois monossacarídeos. Na reação de formação de 
um dissacarídeo há formação de uma molécula de água, portanto se trata de uma síntese por 
desidratação para cada ligação. Um dos monossacarídeos perde um hidrogênio (H) e o outro perde a 
hidroxila (OH). Essa duas moléculas se unem, formando uma molécula de água (H2O). A ligação que 
ocorre entre as extremidades dos monossacarídeos é chamada de ligação glicosídica. 
Esse mesmo tipo de ligação ocorre na formação das moléculas de DNA e RNA, através da ligação 
entre uma pentose e uma base nitrogenada. 
Os principais dissacarídeos de importância biológica são: 
 
Dissacarídeo Monossacarídeos constituintes Função 
Sacarose Glicose +frutose 
Apresenta função energética. Está 
presente nos vegetais, principalmente na 
cana-de-açúcar. 
Lactose Glicose + galactose Apresenta função energética e é o açúcar presente no leite. 
Maltose Glicose + glicose Apresenta função energética e é encontrado em vegetais. 
 
-Polissacarídeos 
 
Os polissacarídeos são moléculas (polímeros) formadas através da união de vários monossacarídeos. 
São constituídos por cadeias longas, geralmente insolúveis. Constituem uma forma de armazenamento 
e quando hidrolisados produzem monossacarídeos. Os principais polissacarídeos são: 
 
Principais Polissacarídeos estruturais: 
 
Polissacarídeo Função 
Celulose 
Participa da composição da parede celular dos 
vegetais. É o carboidrato mais abundante na 
natureza. 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 5 
Quitina 
Está presente na parede celular de fungos e no 
exoesqueleto dos atropodes. Possuem grupos 
amina(NH2) em sua cadeia. 
 
Principais Polissacarídeos energéticos: 
 
Polissacarídeo Função 
Amido Apresenta função de reserva. É encontrado em raízes, caules e folhas. 
Glicogênio 
É o carboidrato de reserva dos animais e dos 
fungos. É armazenado nos músculos e no fígado dos 
animais. 
 
Função dos carboidratos: 
 
1) Principal fonte de energia do corpo. Deve ser suprido regularmente e em intervalos frequentes, para 
satisfazer as necessidades energéticas do organismo. Num homem adulto, 300g de carboidrato são 
armazenados no fígado e músculos na forma de glicogênio e 10g estão em forma de açúcar circulante. 
Está quantidade total de glicose é suficiente apenas para meio dia de atividade moderada, por isso os 
carboidratos devem ser ingeridos a intervalos regulares e de maneira moderada. Cada 1 grama de 
carboidratos fornece 4 Kcal, independente da fonte (monossacarídeos, dissacarídeos, ou 
polissacarídeos). 
 
2) Regulam o metabolismo proteico, poupando proteínas. Uma quantidade suficiente de carboidratos 
impede que as proteínas sejam utilizadas para a produção de energia, mantendo-se em sua função de 
construção de tecidos. 
 
3) A quantidade de carboidratos da dieta determina como as gorduras serão utilizadas para suprir uma 
fonte de energia imediata. Se não houver glicose disponível para a utilização das células (jejum ou dietas 
restritivas), os lipídios serão oxidados, formando uma quantidade excessiva de cetonas que poderão 
causar uma acidose metabólica, podendo levar ao coma e a morte. 
 
4) Necessários para o funcionamento normal do sistema nervoso central. O cérebro não armazena 
glicose e dessa maneira necessita de um suprimento de glicose sanguínea. A ausência pode causar 
danos irreversíveis para o cérebro. 
 
5) A celulose e outros carboidratos indigeríveis auxiliam na eliminação do bolo fecal. Estimulam os 
movimentos peristálticos do trato gastrointestinal e absorvem água para dar massa ao conteúdo intestinal. 
 
6) Apresentam função estrutural nas membranas plasmáticas da células. 
 
Lipídeos 
 
Também conhecidos por lípides ou gorduras, são substâncias amplamente distribuídas nos seres 
vivos. Caracterizam-se por serem insolúveis em água, mas solúveis em solventes orgânicos, como éter, 
benzemos e clorofórmio. Podem ser divididos em: simples complexos e esteróides. 
 
-Lipídeos simples 
 
Os lipídeos simples são constituídos apenas C, H e O. São os triglicérides (óleos e gorduras) e as 
ceras. 
1. Triglicérides. São constituídos por três moléculas de ácidos graxos unidas a uma molécula de 
glicerol. As gorduras são conhecidas com denominações vulgares: banha, manteiga e margarina. Os 
óleos podem ser de origem animal, como o óleo de fígado de bacalhau, ou de origem vegetal, como o 
óleo de oliva e o de rícino. 
 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 6 
2. Ceras ou Cérides.São constituídos por ácidos graxos com álcool que não é o glicerol. São exemplos 
a cera de abelha e de carnaúba. 
 
-Lipídeos complexos 
 
Os lipídeos complexos são aqueles que contêm outros elementos além de C, H e O, encontrados nos 
lipídeos simples. Esses elementos podem ser enxofre, fósforo e nitrogênio. Os principais são os 
fosfolipídios e a esfingomielina. 
1. Fosfolipídeos. Associados a proteínas, integram as membranas das células. 
2. Esfingomielina. Forma a bainha de mielina, substância que atua como um isolante elétrico quando 
envolve o axônio do neurônio. 
 
-Esteroides 
 
São formados por ácidos graxos e colesterol. Funcionam como componentes estruturais das 
membradas celulares e como hormônios Assim, são esteróis os hormônio sexuais como a testosterona, 
progesterona e estradiol. 
 
Funções dos lipídeos 
 
1. Reserva. Como alimento armazenado, os lipídeos foram o tecido adiposo nos animais e as sementes 
oleaginosas dos vegetais. 
2. Estrutural. Quando se associam a proteínas, entram na estruturação das células 
3. Energética: Uma vez oxidados, servem como substrato respiratórios e libertam energia. 
4. Homeotermia: Situados na camada profunda da pele, normalmente no tecido adiposo, atuam na 
manutenção da temperatura constante de aves e mamíferos. 
 
 
Proteínas 
 
As proteínas são macromoléculas contendo C, H, O, N e, frequentemente, S e P, sendo os principais 
compostos orgânicos das células. Estruturalmente, as proteínas são cadeias de aminoácidos. 
 
Aminoácidos 
 
Os aminoácidos são moléculas orgânicas que apresentam um carbono saturado, denominado de 
carbono alfa, que realiza uma ligação com um átomo de hidrogênio, com um grupamento amino, com um 
grupamento ácido e com um radical orgânico qualquer, sendo esta última ligação a que distingue um 
aminoácido de outro. Com relação à sua denominação, estão presentes as funções amina e ácido 
carboxílico, obrigatoriamente, em toda molécula de aminoácido. A estrutura elementar de um aminoácido 
é representada na figura abaixo: 
 
 
Aminoácidos se ligam através de ligações peptídicas (a partir do grupo carboxílico do primeiro e do 
grupo amina do segundo, com liberação de uma molécula de água). 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 7 
Os vegetais podem sintetizar vinte tipos de aminoácidos. O mesmo não acontece com os animais, que 
não produzem nenhum deles, obtendo-os por meio da ingestão de vegetais. Para cada espécie chamados 
de naturais os aminoácidos que ela pode sintetizar e de essenciais aqueles que devem ser ingeridos. 
 
4Proteínas ou polipeptídios 
 
As proteínas são macromoléculas formadas por uma sucessão de aminoácidos. A maioria dos seres 
vivos, incluindo o homem, utiliza somente cerca de vinte tipos diferentes de aminoácidos, para a 
construção de suas proteínas. Com eles, cada ser vivo é capaz de produzir centenas de proteínas 
diferentes e de tamanho variável. 
As proteínas apresentam uma extensa lista de funções no organismo e são encontradas em todas as 
estruturas da célula, substâncias intersticiais, anticorpos, entre outros. Entre as funções que podem ser 
atribuídas às proteínas, destacam-se seu papel no transporte de oxigênio (hemoglobina), na proteção do 
corpo contra organismos patogênicos (anticorpos), como catalizadora de reações químicas (enzimas), 
receptora de membrana, atuação na contração muscular (actina e miosina), além de serem fundamentais 
para o crescimento e formação dos hormônios. 
Diante de tamanha importância, é fundamental que as proteínas sejam obtidas por meio de uma boa 
alimentação. Entre os alimentos que se destacam pela grande quantidade desse nutriente, podemos citar 
as carnes, leite, ovos, cereais integrais, feijão, legumes e vegetais folhosos. 
As proteínas podem ser classificadas em dois grandes grupos: as globulares e as fibrosas. As 
proteínas globulares formam estruturas com formato esferoide. Nesse grupo, são encontradas 
importantes proteínas, tais como as enzimas e anticorpos. Já as proteínas fibrosas organizam-se em 
forma de fibras ou lâminas, e as cadeias de aminoácidos ficam dispostas paralelamente. Diferentemente 
das globulares, estas são pouco solúveis em água. 
Além dessa classificação, podemos considerar as proteínas como simples , conjugadas e derivadas . 
As proteínas simples apresentam apenas aminoácidos. Nas proteínas conjugadas , além de 
aminoácidos, existe um radical de origem não peptídica, que é denominado de grupo prostético. As 
proteínas derivadas, por sua vez, não são encontradas na natureza e são conseguidas graças a 
processos de degradação de proteínas simples ou conjugadas. 
 
 
A hemoglobina é uma proteína em estrutura quaternária 
 
Utilizando-se como base seus níveis de organização, as proteínas também podem ser classificadas 
em primárias, secundárias, terciárias e quartenárias. Na estrutura primária, observa-se que a cadeia 
polipeptídica é linear e não apresenta, portanto, ramificações. Na estrutura secundária, por sua vez, 
observa-se que a proteína não está esticada, e sim torcida e dobrada, o que muitas vezes lembra a 
estrutura do DNA. Já na estrutura terciária, observa-se uma organização tridimensional globosa exclusiva 
das proteínas globulares. Por fim, temos as proteínas quartenárias, que formam grandes enovelados. 
Uma proteína só pode ser classificada como quartenária se apresentar duas ou mais cadeias 
polipeptídicas. 
Uma característica importante das proteínas é sua capacidade de desnaturação. Ao serem 
submetidas, por exemplo, ao calor excessivo, agitação, radiação e pH extremo, observarmos que as 
estruturas secundárias e terciárias desses compostos orgânicos alteram-se de maneira irreversível, o que 
causa a perda de suas propriedades. É por isso que, ao cozinhar alguns alimentos, perdemos muito do 
seu poder nutricional. 
 
 
 
 
4 http://www.mundoeducacao.com/ 
 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 8 
Os ácidos nucleicos 
 
Os ácidos nucleicos são macromoléculas encontradas em todas as células vivas, que constituem os 
genes, responsáveis pelo armazenamento, transmissão e tradução das informações genéticas. Tais 
moléculas recebem esse nome devido ao seu caráter ácido e também por terem sido descobertos no 
núcleo celular, em meados do século XIX. 
Existem dois tipos de ácidos nucleicos: o ácido desoxirribonucleico , mais conhecido pela sigla DNA 
e o ácido ribonucleico, conhecido como RNA. 
 
Ácido desoxirribonucleico (DNA) 
 
Localizado essencialmente no interior do núcleo da célula, o DNA representa o gene, estrutura 
responsável pela determinação das características hereditárias dos organismos 
O DNA é um polímero, isto é, uma macromolécula formada pelo encadeamento de unidades, os 
monômeros. 
Na macromolécula do DNA os monômeros são chamados de nucleotídeos. Portanto, o DNA é im 
polinucleotídeo, ou seja, uma enorme molécula formada pelo encadeamento de unidades chamadas de 
nucleotídeos. 
Por outro lado, cada nucleotídeo resulta da combinação de três moléculas: fosfato, açúcar e uma base 
nitrogenada. 
 
 
 
O açúcar encontrado é uma pentose (possui cinco carbonos) e recebe o nome de desoxirribose. As 
bases nitrogenadas do DNA podem ser classificadas em púricas e pirimídicas. As bases púricas são 
representadas pela adenina (A) e guanina (G) e as pirimídicas pela citosina (C) e timina (T). 
O DNA é formado por duas cadeias composta por muitos nucleotídeos (cadeias polinucleotídicas), as 
quais são caracterizadas por serem helicoidais, complementares e antiparalelas, comumente 
denominada de estrutura em dupla hélice. Como pode ser visto na figura abaixo, a parte externa de cada 
hélice é formada por uma sucessão de moléculas intercaladas de açúcar e fosfato, enquanto a parte 
interna das hélices é formada pela união de bases nitrogenadas, formando um par de bases, no qual 
sempre há uma base púrica ligada a uma base pirimídica por ligaçõesde hidrogênio. Podemos ver que 
as duas cadeias são complementares porque cada adenina liga-se a uma timina, enquanto que cada 
citosina liga-se com guanina. 
 
 
 
O DNA se duplica por um processo semiconservativo, mediado pela ação da enzima DNA polimerase, 
a qual é responsável pela quebra das pontes de hidrogênio e separação das cadeias. Nesse entremeio, 
cada cadeia liga-se a uma sequência complementar a partir do encadeamento de novos nucleotídeos. O 
1160671 E-book gerado especialmente para RODRIGO DA COSTA RIBEIRO
 
. 9 
resultado é a formação de duas novas cadeias completas, cada uma com metade da molécula de DNA 
original. Por conta disso o processo é chamado semiconservativo. 
 
 
 
Ácido ribonucleico (RNA) 
 
O RNA é um policnucleotídeos, cuja composição química é bastante similar à do DNA. Os nucleotídeos 
do RNA diferem do DNA em dois aspectos: pentose e base pirimídica. No RNA a pentose é a ribose, 
sendo que a base pirimídica timina (T) é substituída por uracila (U). 
O RNA é constituído por uma única cadeia de nucleotídeos, não existindo as relações de igualdade 
entre purinas e pirimidinas. 
Existem três tipos de RNA, desempenhando funções específicas no processo da síntese proteica. São 
eles: RNAr (ribossômico) , RNAm (mensageiro) e RNAt (transportador) . 
O RNA ribossômico (RNAr), associado a proteínas, entra na constituição do ribossomo, o organoide 
celular em que ocorre a síntese proteicas. 
O RNA mensageiro (RNAm) codifica sequência de aminoácidos das proteínas sintetizadas nos 
ribossomos. O RNAm é livre e apresenta um tamanho variável, dependendo da proteína por ele 
codificada; representa apenas 5% do RNA celular, mas é de vital importância na síntese proteica. 
 
Unidade fundamental da vida 
 
A teoria celular afirma que todos seres vivos são constituídos por células e produtos resultantes das 
atividades celulares. Portanto, a célula representa a unidade estrutural e funcional dos seres vivos, da 
mesma forma que o átomo é a unidade fundamental dos compostos químicos. Salvo raras exceções a 
célula realiza um ciclo no qual se alteram duas grandes fases: interfase e mitose. A interfase representa 
à fase de multiplicação. Durante a interfase, em função de sua estrutura, a célula é classificada em função 
de sua estrutura, a célula é classifica em eucariótica e procariótica. 
Na célula eucariótica existem três componentes básicos: membrana, citoplasma e núcleo. 
Na célula procariota não existe um núcleo, sendo o mesmo substituído por um equivalente nuclear 
chamado nucleoide. Os vírus escapam a essa classificação por não apresentam estrutura celular. 
 
A membrana plasmática 
 
Todas as células procariotas e eucariotas apresentam na superfície um envoltório, a membrana 
citoplasmática, também chamada de membrana plasmática ou plasmalema. Os vírus, não sendo de 
natureza celular, não possuem membrana plasmática; apresentam somente um envelope de natureza 
proteica, que envolve um filamento de ácido nucleico, seja ele DNA e RNA. 
Além de conter o citoplasma, essa membrana regula a entrada e saída de substância, permitindo que 
a célula mantenha uma composição química definida, diferente do meio extracelular. 
 
Constituição da membrana plasmática 
 
A membrana plasmática, por ser constituída de uma associação de moléculas de fosfolipidios com 
proteínas, é chamada de lipoproteica. Da mesma maneira, todas as outras membranas biológicas, tais 
como as do reticulo, da mitocôndria e do sistema de golgi são lipoproteicas. 
O modelo atualmente aceito da estrutura da membrana plasmática foi proposto por Singer e Nicholson. 
De acordo com este modelo a membrana plasmática apresenta duas camadas de fosfolipídeos onde 
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. 10 
estão “embutidas” proteínas. Sendo a camada de lipídios fluida, ela tem uma consistência semelhante à 
do óleo. Dessa forma, lipídios e proteínas estariam constantemente mudando de lugar de forma dinâmica. 
Por outro lado, o encaixe de proteínas entre os lipídios lembra um mosaico. Esses dois fatos justificam a 
expressão mosaico fluido, que se usa para designar este modelo. 
 
 
 
As proteínas da membrana plasmática exercem grandes variedades de funções: atuam 
preferencialmente nos mecanismos de transporte, organizando verdadeiros túneis que permitem a 
passagem de substâncias para dentro e para fora da célula, funcionam como receptores de membrana, 
encarregadas de receber sinais de substâncias que levam alguma mensagem para a célula, favorecem 
a adesão de células adjacentes em um tecido, servem como ponto de ancoragem para o citoesqueleto. 
 
Transportes entre célula e ambiente 
 
A membrana celular exerce um papel importante no que se diz respeito à seletividade de substâncias 
- característica esta chamada permeabilidade seletiva. Neste processo, elas podem ser: 
- Impedidas de atravessar o espaço intracelular ou intercelular; 
- Transportadas, mas com gasto de energia (transporte ativo); 
- Transportadas, sem gasto de energia (transporte passivo). 
No transporte passivo, temos a difusão simples, difusão facilitada e osmose. Neste contexto 
abordaremos apenas as duas primeiras, que ocorrem a fim de igualar a concentração intra e extracelular. 
 
5Transporte Passivo 
 
Ocorre sempre a favor do gradiente, no sentido de igualar as concentrações nos dois lados (interno e 
externo) da membrana. Não envolve nenhum gasto de energia. 
 
A-Difusão simples 
 
Consiste na passagem de partículas de soluto do local de maior para o local de menor concentração, 
tendendo a estabelecer um equilíbrio. É um processo geralmente lento, exceto quando o gradiente de 
concentração é muito elevado ou quando as distâncias a serem percorridas pelas partículas forem muito 
pequenas. 
 
 
 
A passagem de substâncias relativamente grandes através da membrana se dá por intermédio de 
poros que ela possui, e que põe diretamente em contato o hialoplasma e o meio extracelular. 
A velocidade com a qual determinadas moléculas se difundem pelas membranas das células depende 
de alguns fatores, anteriormente citados: tamanho das moléculas, carga elétrica, polaridade, etc. 
 
5 www.sobiologia.com.br 
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. 11 
B-Difusão facilitada 
Certas substâncias entram na célula a favor do gradiente de concentração e sem gasto energético, 
mas com uma velocidade maior do que a permitida pela difusão simples. Isto ocorre, por exemplo, com a 
glicose, com alguns aminoácidos e certas vitaminas. A velocidade da difusão facilitada não é proporcional 
à concentração da substância. Aumentando-se a concentração, atinge-se um ponto de saturação, a partir 
do qual a entrada obedece à difusão simples. Isto sugere a existência de uma molécula transportadora 
chamada permease na membrana. Quando todas as permeases estão sendo utilizadas, a velocidade não 
pode aumentar. Como alguns solutos diferentes podem competir pela mesma permease, a presença de 
um dificulta a passagem do outro. 
 
 
 
C - Osmose 
 
A osmose é a difusão da água através de uma membrana semipermeável (M.S.P.). É um fenômeno 
físico-químico que ocorre quando duas soluções aquosas de concentrações diferentes entram em contato 
através de uma membrana semipermeável. Existem muitos tipos dessas membranas, exemplos: Papel 
celofane, bexiga animal, paredes de células, porcelana, cenoura sem o miolo (oca). 
No movimento osmótico a água passa obedecendo ao gradiente de pressão de difusão, sendo um 
mecanismo de transporte passivo. Observe as figuras abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transporte Ativo 
 
Soluções de mesma pressão osmótica são chamadas de isotônicas . Em soluções de diferentes 
pressões osmóticas, a solução de menor pressão é chamada de hipotônica e a de maior pressão é 
chamada de hipertônica . Caso se aplica uma pressão sobre a solução maior que a pressão osmótica 
ocorre o processo denominadode osmose inversa, e é a partir desse processo que se obtém o sal. 
 
Quando solução e solvente puro (água) estão separados por uma membrana semipermeável, a 
água passa rapidamente de onde tem maior pressão de difusão (água pura) para onde tem menor 
pressão de difusão (solução) 
 
Quando duas soluções de concentrações diferentes estão separadas por uma membrana 
semipermeável, a água passa mais rapidamente de onde tem maior pressão de difusão (a solução 
diluída) para onde tem menor pressão de difusão (solução concentrada) 
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. 12 
Transporte ativo 
 
Neste processo, as substâncias são transportadas com gasto de energia, podendo ocorrer do local de 
menor para o de maior concentração (contra o gradiente de concentração). Esse gradiente pode ser 
químico ou elétrico, como no transporte de íons. O transporte ativo age como uma “porta giratória”. A 
molécula a ser transportada liga-se à molécula transportadora (proteína da membrana) como uma enzima 
se liga ao substrato. A molécula transportadora gira e libera a molécula carregada no outro lado da 
membrana. Gira, novamente, voltando à posição inicial. A bomba de sódio e potássio liga-se em um íon 
Na+ na face interna da membrana e o libera na face externa. Ali, se liga a um íon K+ e o libera na face 
externa. A energia para o transporte ativo vem da hidrólise do ATP. 
 
 
 
 
Transportes de Massa 
 
As células são capazes de englobar grandes quantidades de materiais "em bloco". Geralmente, esses 
mecanismos são empregados na obtenção de macromoléculas, como proteínas, polissacarídeos, ácidos 
nucléicos, etc. Essa entrada de materiais em grandes porções é chamada endocitose. Esses processos 
de transporte de massa sempre são acompanhados por alterações morfológicas da célula e de grande 
gasto de energia. 
 
A endocitose pode ocorrer por dois mecanismos fundamentais: 
 
A-Fagocitose 
 
É o processo pelo qual a célula engloba partículas sólidas, pela emissão de pseudópodos. 
Nos protozoários, a fagocitose é uma etapa importante da alimentação, pois é a forma pela qual esses 
organismos unicelulares conseguem obter alimentos em grandes quantidades de uma só vez. Nos 
metazoários, animais formados por numerosas células, a fagocitose desempanha papéis mais 
específicos, como a defesa contra microorganismos e a remodelagem de alguns tecidos, como os ossos. 
 
 
 
B-Pinocitose 
 
Processo pelo qual a célula engloba gotículas de líquido ou partículas de diâmetro inferior a 1 
micrômetro. 
 
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Depois de englobadas por fagocitose ou por pinocitose, as substâncias permanecem no interior de 
vesículas, fagossomos ou pinossomos. Nelas, são acrescidas das enzimas presentes nos lisossomos, 
formando o vacúolo digestivo. Voltaremos ao assunto quando estudarmos a digestão celular. 
Diferenciação da membrana plasmática 
 
No desempenho de funções específicas, surgem diferenciações da membrana plasmática de algumas 
células passamos a apresentar algumas dessas diferenciações. 
 
a) Microvilosidades: são expansões semelhantes a dedos de luvas, que aumentam a superfície de 
absorção das células que as possuem. São encontradas nas células que revestem o intestino e nas 
células dos túbulos renais. 
 
 
b) Interdigitações: são conjuntos de saliências e reentrâncias das membranas de células vizinhas, que 
se encaixam e facilitam as trocas de substâncias entre elas. São observadas nas células dos túbulos 
renais. 
 
 
 
c) Desmossomos: são placas arredondadas formadas pelas membranas de células vizinhas. O espaço 
entre as membranas é ocupado por um material mais elétron-denso que o glicocálix. 
Na sua face interna, inserem-se filamentos do citoesqueleto que mergulham no hialoplasma. É o local 
de "ancoragem" dos componentes do citoesqueleto, e de forte adesão entre células vizinhas. 
 
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. 14 
 
 
Os níveis de organização das Células Eucariotas 
 
Nesse grupo encontram-se: 
- Células Vegetais (com cloroplastos e com parede celular ; normalmente, apenas, um grande vacúolo 
central) 
- Células Animais (sem cloroplastos e sem parede celular; vários pequenos vacúolos) 
 
Parede celular 
 
A parede celular consiste em uma camada rígida que está localizada na parte externa da membrana 
plasmática nas células de bactérias, fungos, algas e plantas. A parede celular protege o conteúdo da 
célula, dá rigidez à estrutura celular, funciona como um mediador em todas as relações da célula com o 
meio ambiente e atua como um compartimento celular. Além disso, no caso de fungos e plantas, define 
a estrutura e dá suporte para os tecidos e muitos mais partes da célula. 
Parede celular é construída de materiais diferentes, dependendo da classe do organismo. Em plantas, 
a parede celular consiste principalmente de um hidrato de carbono chamado celulose, um polissacarídeo, 
polímero e também pode atuar como um armazenamento de hidratos de carbono para a célula. Em 
bactérias, a parede celular é composta por peptidoglicanos. Entre archaea têm paredes celulares com 
diferentes composições químicas, incluindo camada S de glicoproteínas, pseudopeptidoglicano ou 
polissacarídeos. Fungos têm paredes celulares de quitina e algas geralmente construímos paredes de 
glicoproteínas e polissacarídeos. No entanto, algumas espécies de algas podem ter uma parede celular 
composta de dióxido de silício. Muitas vezes ocorrem outras moléculas acessórias incorporadas na 
parede celular. 
 
 
 
A parede celular dos vegetais é uma complexa organela que, para além de dar suporte para o tecido 
de planta, tem a capacidade de condicionar o desenvolvimento de células ou estrutura. Como as paredes 
celulares das plantas superiores, parede celular de algas é composto de carboidratos, como celulose e 
glicoproteínas.a presença de alguns polissacarídeos nas paredes de algas, é usado como um caractere 
de diagnóstico na taxonomia de algas. Paredes de pilha bacterianas são feitas de peptidoglicano (também 
chamado de mureína), constituída por incomum atravessada pela cadeia de polissacarídeo de peptídeos 
contendo d-amino ácidos. Paredes de pilha bacterianas são diferentes das paredes de plantas e fungos, 
que são feitos de celulose e quitina, respectivamente. Também são diferentes das paredes de Archaea, 
que não contenham Peptidoglycan. Parede celular é essencial para a sobrevivência de muitas bactérias 
e a antibiótica penicilina pode matar bactérias inibindo uma etapa na síntese do peptidoglicano.7No de 
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todas as espécies de fungos têm parede celular, mas no caso eles tê-los, são compostas de glicosamina 
e quitina, o mesmo carburador dando dureza para o exoesqueleto dos insetos. Eles têm a mesma 
finalidade, como as paredes celulares das plantas, dar rigidez às células para manter sua forma e 
impedindo a lise osmótica. Ele também limita a entrada de moléculas que podem ser tóxicos para o fungo, 
como produzido por plantas ou fungicidas sintéticas a composição, as características e a forma da parede 
celular dos fungos varia durante o seu ciclo de vida e também varia de acordo com as condições de 
crescimento. 
A parede celular pode ser classificada em parede primária e parede secundária . Vale destacar, no 
entanto, que nem todas as células apresentam parede secundária, sendo essa característica encontrada 
principalmente em células do xilema e esclerênquima que estão envolvidas, respectivamente, com o 
transporte de água e sustentação da planta. 
A parede primária é encontrada em todas as células vegetais, sendo depositadas durante o processo 
de divisão celular, mais precisamente na telófase. É bastante fina, porém resistente o suficiente para 
evitar uma possível ruptura. As paredes primárias são formadas principalmente por celulose, 
hemicelulose e pectinase apresentam cerca de 70% de água em sua composição e além dessas 
substâncias, são encontradas glicoproteínas e algumas enzimas. A parede celular primária de uma célula 
une-se à célula vizinha através de uma camada formada principalmente por substâncias pécticas 
conhecidas como lamela média. Essa camada é dificilmente visualizada em microscópios tradicionais. 
A parede secundária, por sua vez, é aquela depositada posteriormente ao crescimento e está 
localizada entre a membrana plasmática e a parede celular primária. Normalmente ela é formada por três 
camadas distintas: S1, S2 e S3, sendo essa última a camada mais interna. De uma maneira geral, as 
células com parede secundária apresentam-se mortas na maturidade.A parede secundária é formada 
principalmente por celulose e hemicelulose e cerca de apenas 20% de água. Além desses compostos, 
frequentemente é encontrada lignina, que garante uma resistência ainda maior que a apresentada pela 
parede primária. As substâncias pécticas não estão presentes nessas paredes. 
 
Componentes Morfológicos das Células 
 
Já citamos anteriormente as diferenças entre a célula procariota e eucariota. Neste bloco, estudaremos 
o citoplasma dos eucariontes. 
Os componentes fundamentais do citoplasma de uma célula eucariota são: 
 
1. Hialoplasma e citoesqueleto 
 
O hialoplasma ou citosol corresponde ao fluido citoplasmático onde estão mergulhadas as orgânulos 
citoplasmáticos. Ele é constituído por proteínas, sais minerais, açúcares e íons dissolvidos em água, 
localizando-se entre a membrana plasmática e o núcleo. 
O hialoplasma ́ ´e considerado um colóide, ora no estado de sol (fluido), ora no estado de gel (viscoso). 
Nas regiões mais periféricas da célula, o hialoplasma costuma ter a consistência de gel, e é 
denominado ectoplasma. Já a parte mais interna do citoplasma é um sol, bastante fluido, e é chamada 
de endoplasma. 
 
Citoesqueleto 
 
Quando se diz que o hialoplasma é um fluido viscoso, fica-se com a impressão de que a célula animal 
tem uma consistência amolecida e que se deforma a todo o momento. Não é assim. Um verdadeiro 
“esqueleto” formado por vários tipos de fibras de proteínas cruza a célula em diversas direções, dando-
lhe consistência e firmeza. Essa “armação” é importante se lembrarmos que a célula animal é desprovida 
de uma membrana rígida, como acontece com a membrana celulósica dos vegetais. Entre as fibras 
proteicas componentes desse “citoesqueleto” podem ser citados os microfilamentos de actina , os 
microtúbulos e os filamentos intermediários . 
 
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Os microfilamentos são os mais abundantes, constituídos da proteína contráctil actina e encontrados 
em todas as células eucarióticas. São extremamente finos e flexíveis, chegando a ter 3 a 6nm 
(nanômetros) de diâmetro, cruzando a célula em diferentes direções, embora concentram-se em maior 
número na periferia, logo abaixo da membrana plasmática. Muitos movimentos executados por células 
animais e vegetais são possíveis graças aos microfilamentos de actina. 
 
 
 
Os microtúbulos, por sua vez, são filamentos mais grossos, de cerca de 20 a 25 nm de diâmetro, que 
funcionam como verdadeiros andaimes de todas as células eucarióticas. São, como o nome diz, 
tubulares, rígidos e constituídos por moléculas de proteínas conhecidas como tubulinas, dispostas 
helicoidalmente, formando um cilindro. Um exemplo, desse tipo de filamento é o que organiza o chamado 
fuso de divisão celular. Nesse caso, inúmeros microtúbulos se originam e irradiam a partir de uma região 
da célula conhecida como centrossomo (ou centro celular) e desempenham papel extremamente 
importante na movimentação dos cromossomos durante a divisão de uma célula. 
 
 
 
Outro papel atribuído aos microtúbulos é o de servir como verdadeiras “esteiras” rolantes que permitem 
o deslocamento de substâncias, de vesículas e de organoides como as mitocôndrias e cloroplastos pelo 
interior da célula. Isso é possível a partir da associação de proteínas motoras com os microtúbulos. Essas 
proteínas motoras ligam-se de um lado, aos microtúbulos e, do outro, à substância ou organoide que será 
transportado, promovendo o seu deslocamento. Por exemplo, ao longo do axônio (prolongamento) de um 
neurônio, as proteínas motoras conduzem, ao longo da “esteira” formada pelos microtúbulos, diversas 
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substâncias para as terminações do axônio e que terão importante participação no funcionamento da 
célula nervosa. 
 
 
 
Filamentos Intermediários 
 
Os filamentos intermediários são assim chamados por terem um diâmetro intermediário – cerca de 
10nm – em relação aos outros dois tipos de filamentos proteicos. 
 
Nas células que revestem a camada mais externa da pele existe grande quantidade de um tipo de 
filamento intermediário chamado queratina. Um dos papéis desse filamento é impedir que as células 
desse tecido se separem ou rompam ao serem submetidas, por exemplo, a um estiramento. Além de 
estarem espalhadas pelo interior das células, armando-as, moléculas de queratina promovem uma 
“amarração” entre elas em determinados pontos, o que garante a estabilidade do tecido no caso da ação 
de algum agente externo que tente separá-las. Esse papel é parecido ao das barras de ferro que são 
utilizadas na construção de uma coluna de concreto. Outras células possuem apreciável quantidade de 
outros filamentos intermediários. É o caso das componentes dos tecidos conjuntivos e dos 
neurofilamentos encontrados no interior das células nervosas. 
 
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Movimentos do hialoplasma 
 
1.1 Ciclose 
 
Células vivas observadas ao microscópio óptico mostram a existência de um movimento orientado da 
parte sol do hialoplasma (endoplasma), que arrasta orgânulos nele mergulhados. Este nome recebe o 
nome de ciclose e é facilmente observado em células vegetais, em que os cloroplastos- verdes, grandes, 
bem visíveis- são arrastados pelas correntes do citoplasma. Este fenômeno existe, aparentemente, em 
todas as células de eucariontes vivas, sejam elas animais ou vegetais. 
 
 
 
1.2 Movimento ameboide 
 
Certas células, como as bactérias e os glóbulos brancos, podem modificar sua forma, surgindo assim 
os pseudópodes (=falsos pés). Os pseudópodes estão relacionados com a locomoção ou com a 
habilidade de fagocitar alimentos. A formação de psudópodes depende de um movimento especial do 
hialoplasma celular, chamado movimento ameboide. 
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2. O retículo endoplasmático 
 
Consiste em uma complexa rede de membranas duplas lipoproteicas que está espalhada por todo o 
hialoplasma. Essas membranas duplas formam sacos achatados (também chamados de cisternas); 
vacúolos que armazenam substâncias de reservas; vesículas (bolsinhas), que podem se desprender do 
restante das membranas; e túbulos, que fazem a comunicação de sacos membranosos. 
Pode-se distinguir dois tipos de retículo: rugoso (ou granular) e liso (ou agranular). 
 
Retículo endoplasmático rugoso (RER) e liso (REL) 
 
O retículo endoplasmático rugoso (RER), também chamado de ergastoplasma, é formado por sacos 
achatados, cujas membranas têm aspecto verrugoso devido à presença de grânulos – os ribossomos – 
aderidos à sua superfície externa (voltada para o citosol). Já o retículo endoplasmático liso (REL) é 
formado por estruturas membranosas tubulares, sem ribossomos aderidos, e, portanto, de superfície lisa. 
 
 
 
Os papéis do retículo endoplasmático 
 
O retículo endoplasmático, devido à grande superfície de suas membranas, desempenha alguns 
papéis básicos no interior da célula: 
 
-Transporta substâncias, uma vez que apresenta uma verdadeira rede de comunicação entre as 
diversas regiões da célula. 
-Armazena materiais, principalmente no interiordos vacúolos, grandes espaços envolvidos por 
membrana plasmática. 
-Facilita muitas reações químicas do citoplasma, devido à associação de suas membranas com várias 
enzimas. 
-Sintetiza lipídios, como triglicerídeos, fosfolipídios e esteroides. Em células secretoras de hormônios 
sexuais, que são na realidade esteroides, o retículo apresenta –se bem desenvolvido. 
 
O retículo rugoso (ergastoplasma), desempenha todas as funções do reticulo liso. Além disso, devido 
a presença de ribossomos, está intimamente relacionado a síntese proteica. 
3. Os ribossomos 
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Os ribossomos são organelas celulares presentes em todo o citoplasma de células eucariontes quanto 
procariontes. Elas tem como função sintetizar proteínas que serão utilizadas em processos internos da 
célula. 
Eles podem estar agrupados em fila, com a ajuda de uma fita de RNA (formando os polirribossomos), 
espalhados no citoplasma (ou hialoplasma), ou grudados na parede do retículo endoplasmático, dando 
origem ao retículo endoplasmático rugoso. 
 
 
 
4. O complexo de Golgi 
 
O complexo de Golgi está presente em quase todas as células eucarióticas (núcleo organizado), e é 
constituído por dobras de membranas e vesículas. Sua função primordial é o processamento de proteínas 
ribossomáticas e a sua distribuição por entre essas vesículas. Funciona, portanto, como uma espécie de 
sistema central de distribuição na célula, atuando como centro de armazenamento, transformação, 
empacotamento e secreção de substâncias. 
O complexo Golgi é responsável também pela formação dos lisossomos, da lamela média dos 
vegetais, do acrossomo do espermatozoide, do glicocalix e está ligado à síntese de polissacarídeos. 
Acredita-se, ainda, que a organela seja responsável por alguns processos pós-traducionais, tais como 
adicionar sinalizadores às proteínas, que as direcionam para os locais da célula onde atuarão. 
A maior parte das vesículas transportadoras que saem do retículo endoplasmático, e em particular do 
retículo endoplasmático rugoso, são transportadas até o complexo de Golgi, onde são modificadas, 
ordenadas e enviadas na direção dos seus destinos finais. A organela está presente na maior parte das 
células eucarióticas, mas tende a ser mais proeminente nas células de órgãos responsáveis pela 
secreção de certas substâncias, tais como o pâncreas, a hipófise e a tireoide. 
 
 
 
5. Os lisossomos 
 
Os lisossomos são pequenas vesículas, formadas pelo complexo de golgi, repletas de enzimas 
digestivas de todos os tipos. Assim, estão diretamente relacionados com a digestão intracelular de 
materiais diversos. 
As enzimas presentes nos lisossomos, assim como qualquer outra proteínas, são produzidas nos 
ribossomos. Em seguida, são transferidas para o complexo de golgi, que finalmente as “empacota” em 
vesículas que são liberadas no hialoplasma celular. Essas vesículas são os lisossomos propriamente 
ditos, também chamados de lisossomos primários . Quando a célula engloba alguma partícula externa, 
como de alimento, por exemplo, forma-se um vacúolo alimentar , ou fagossomo . Um lisossomo se funde 
então ao vacúolo alimentar. Diante disso, as enzimas digestivas presente no lisossomo ficam em contato 
com a partícula a ser digerida, formando o vacúolo digestivo ou lisossomo secundário. As moléculas de 
nutrientes provenientes da digestão podem sair do vacúolo digestivo através de sua membrana e difundir-
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. 21 
se para o hialoplasma. No agora chamado vacúolo residual funde-se a membrana plasmática e despeja 
seu conteúdo para o meio externo, num processo chamado defecação celular ou clasmocitose . 
Os lisossomos podem também digerir o material proveniente da própria célula. Orgânulos fora de uso, 
por exemplo, são digeridos, e as moléculas que o compões são reaproveitadas pela célula. Neste caso, 
o lisossomo primário engloba o orgânulo, constituindo um vacúolo digestivo especial chamado de 
vacúolo autofágico , (auto= a si mesmo, fago= comer). 
 
 
 
 
6- Os peroxissomos 
 
Os peroxissomos são organelas membranosas que contêm alguns tipos de enzimas digestivas. Sua 
semelhança com os lisossomos fez com que fossem confundidos com eles até bem pouco tempo. 
Entretanto, hoje se sabe que os peroxissomos diferem dos lisossomos principalmente quanto ao tipo de 
enzimas que possuem. 
Os peroxissomos, além de conterem enzimas que degradam gorduras e aminoácidos, têm também 
grandes quantidades da enzima catalase. A catalase converte o peróxido de hidrogênio, popularmente 
conhecido como água oxigenada (H2O2), e água e gás oxigênio. A água oxigenada se forma normalmente 
durante a degradação de gorduras e de aminoácidos, mas, em grande quantidade, pode causar lesões à 
célula. 
 
 
 
7. As mitocôndrias 
 
As mitocôndrias estão diretamente relacionadas com a respiração celular aeróbica. No seu interior 
ocorre a oxidação de substâncias derivadas da glicose, com a consequente liberação de energia sob a 
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. 22 
forma de moléculas de ATP. Para as mitocôndrias funcionarem, se faz necessária a presença de oxigênio. 
Os resíduos produzidos nesta reação são o CO2 e a H2O. 
As mitocôndrias são delimitadas por duas membranas lipoprotéicas semelhantes às demais 
membranas celulares. Enquanto a membrana externa é lisa, a membrana interna possui inúmeras 
pregas – as cristas mitocondriais – que se projetam para o interior da organela. A cavidade interna das 
mitocôndrias é preenchida por um fluido denominado matriz mitocondrial , onde estão presentes 
diversas enzimas, além de DNA e RNA e pequenos ribossomos e substâncias necessárias à fabricação 
de determinadas proteínas. 
 
 
 
8. Os cloroplastos 
 
Os cloroplastos são os organoides responsáveis pelo processo de fotossíntese. Assim, enquanto as 
mitocôndrias consomem matéria orgânica, oxidando-a, os cloroplastos produzem-na. Veja o esquema 
abaixo que representa esse processo: 
 
 
 
Com relação a estrutura os cloroplastos têm certa semelhança com as mitocôndrias: também possuem 
duas membrana lipoproteicas envolventes. Além disso, existem sacos membranosos chamados lamelas, 
e estruturas semelhantes a moedas, chamadas tilacóides . Uma pilha de tilacóides chama-se granum (o 
termo grana representa o plural de granum). Lamelas e grana são ricas em clorofila, e estão mergulhadas 
numa material denominado estroma . Veja o esquema abaixo: 
 
 
 
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. 23 
9. Os centríolos 
 
Os centríolos são organelas que não estão envolvidas por membrana e que participam do progresso 
de divisão celular em células animais . Nas células de fungos complexos, plantas superiores 
(gimnospermas e angiospermas) e nematóides não existem centríolos. Eles estão presentes na maioria 
das células de animais, algas e vegetais inferiores como as briófitas (musgos) e pteridófitas 
(samambaias). 
Estruturalmente, são constituídos por um total de nove trios de microtúbulos protéicos, que se 
organizam em cilindro. 
 
 
 
São autoduplicáveis no período que precede a divisão celular, migrando, logo a seguir, para os pólos 
opostos da célula. 
Uma das providências que a fábrica celular precisa tomar é a construção de novas fábricas, isto é, a 
sua multiplicação. Isso envolve uma elaboração prévia de uma série de “andaimes” proteicos, o chamado 
fuso de divisão, formado por inúmeros filamentos de microtúbulos. Embora esses microtúbulos não sejam 
originados dos centríolos e sim de uma região da célula conhecido como centrossomo, é comum a 
participação deles no processo de divisão de uma célula animal. Já em células de vegetais superiores, 
como não existem centríolos, sua multiplicação se processa sem eles. 
 
10. Cílios e flagelos 
 
Os cílios e flagelos são estruturas móveis, encontradas externamente emcélulas de diversos seres 
vivos. Os cílios são curtos e podem ser relacionados à locomoção e a remoção de impurezas. Nas células 
que revestem a traquéia humana, por exemplo, os batimentos ciliares empurram impurezas provenientes 
do ar inspirado, trabalho facilitado pela mistura com o muco que, produzido pelas células da traquéia, 
lubrifica e protege a traquéia. Em alguns protozoários, por exemplo, o paramécio, os cílios são utilizados 
para a locomoção. 
 
Os flagelos são longos e também se relacionam a locomoção de certas células, como a de alguns 
protozoários (por exemplo, o tripanosssomo causador da doença de Chagas) e a do espermatozóide. 
Em alguns organismos pluricelulares, por exemplo, nas esponjas, o batimento flagelar cria correntes 
de água que percorrem canais e cavidades internas, trazendo, por exemplo, partículas de alimento. 
Estruturalmente, cílios e flagelos são idênticos. Ambos são cilíndricos, exteriores as células e cobertos 
por membrana plasmática. Internamente, cada cílio ou flagelo é constituído por um conjunto de nove 
pares de microtúbulos periféricos de tubulina, circundando um par de microtúbulos centrais. É a chamada 
estrutura 9 + 2. 
 
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. 24 
 
 
10. Os vacúolos 
 
Os vacúolos são cavidades existentes no interior do citoplasma, que surgiram a partir do 
desenvolvimento de vesículas do retículo endoplasmático. Essas cavidades contêm água e substâncias 
dissolvidas. Em certos casos, podem se originar a partir da membrana plasmática (fagocitose e 
pinocitose). Podemos considerar os seguintes tipos de vacúolos: 
 
10.1 Vacúolo alimentar ou fagossomo 
 
São comuns em organismos em que a digestão é intracelular. A célula engloba uma partícula através 
da fagocitose, que é introduzida no interior do citoplasma. 
 
10.2 Vacúolos digestivos 
 
Quando o vacúolo alimentar se funde com o lisossomo, o vacúolo resultante, onde ocorre a digestão 
de substâncias ingeridas pela célula, é chamado de vacúolo digestivo. 
 
10.3 Vacúolos contráteis 
 
Os vacúolos pulsáteis ou contráteis são organelas citoplasmáticas existentes na célula de alguns 
protozoários como o Paramecium, que realizam a osmorregulação, ou seja, o controle do volume celular, 
e deixam o meio externo com concentração idêntica ao meio interno do ser vivo, permitindo a expulsão 
do excesso de água com excretas tóxicas ao organismo. 
 
 
 
10. 4 Vacúolos de células vegetais 
 
Os vacúolos das células vegetais são regiões expandidas do retículo endoplasmático. Em células 
vegetais jovens observam-se algumas dessas regiões, formando pequenos vacúolos isolados um do 
outro. Mas, à medida que a célula atinge a fase adulta, esses pequenos vacúolos se fundem, formando-
se um único, grande e central, com ramificações que lembram sua origem reticular. A expansão do 
vacúolo leva o restante do citoplasma a ficar comprimido e restrito à porção periférica da célula. Além 
disso, a função do vacúolo é regular as trocas de água que ocorrem na osmose. 
 
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11. Plastos 
 
Os plastos são orgânulos citoplasmáticos encontrados nas células de plantas e de algas . Sua forma 
e tamanho variam conforme o tipo de organismo. Em algumas algas, cada célula possui um ou poucos 
plastos, de grande tamanho e formas características. Já em outras algas e nas plantas em geral, os 
plastos são menores e estão presentes em grande número por célula. 
Os plastos podem ser separados em duas categorias: 
-Cromoplastos que apresentam pigmentos em seu interior. O cromoplasto mais frequente nas plantas 
é o cloroplasto, cujo principal componente é a clorofila, de cor verde. Há também plastos vermelhos, os 
eritroplastos (do grego eritros, vermelho), que se desenvolvem, por exemplo, em frutos maduros de 
tomate. 
-Leucoplastos : São aqueles que não possuem nenhum pigmento, seu sistema de membranas interno 
não é muito elaborado e funcionam armazenando substâncias. Seu nome muda de acordo com a 
substância que é encontrada em seu interior: 
- Amiloplastos: Acumulam amido; 
- Proteínoplastos: Acumulam proteínas; 
- Elaioplastos ou oleoplastos: Acumulam substâncias lipofílicas. 
 
Os componentes do núcleo 
 
O núcleo das células que não estão em processo de divisão apresenta um limite bem definido, devido 
à presença da carioteca ou membrana nuclear, visível apenas ao microscópio eletrônico. A maior parte 
do volume nuclear é ocupada por uma massa filamentosa denominada cromatina. Existem ainda um ou 
mais corpos densos (nucléolos) e um líquido viscoso (cariolinfa ou nucleoplasma). 
 
Nucleoplasma ou suco nuclear 
 
O nucleoplasma é o material gelatinoso que preenche o espaço interno do núcleo. Embora muitos 
citologistas anteriores a ele já tivessem observados núcleos, não haviam compreendido a enorme 
importância dessas estruturas para a vida das células. O grande mérito de Brown foi justamente 
reconhecer o núcleo como componente fundamental das células. O nome que ele escolheu expressa 
essa convicção: a palavra “núcleo” vem do grego nux, que significa semente. Brown imaginou que o 
núcleo fosse a semente da célula, por analogia aos frutos. 
 
A carioteca 
 
A carioteca (do grego karyon, núcleo e theke, invólucro, caixa) é um envoltório formado por duas 
membranas lipoprotéicas cuja organização molecular é semelhante as demais membranas celulares. 
Entre essas duas membranas existe um estreito espaço, chamado cavidade perinuclear. A face externa 
da carioteca, em algumas partes, se comunica com o retículo endoplasmático e, muitas vezes, apresenta 
ribossomos aderidos à sua superfície. Neste caso, o espaço entre as duas membranas nucleares é uma 
continuação do espaço interno do retículo endoplasmático. 
 
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Poros da carioteca 
 
A carioteca é perfurada por milhares de poros, através das quais determinadas substâncias entram e 
saem do núcleo. Os poros nucleares são mais do que simples aberturas. Em cada poro existe uma 
complexa estrutura proteica que funciona como uma válvula, abrindo-se para dar passagem a 
determinadas moléculas e fechando-se em seguida. Dessa forma, a carioteca pode controlar a entrada e 
a saída de substâncias. 
 
 
A face interna da carioteca encontra-se a lâmina nuclear, uma rede de proteínas que lhe dá 
sustentação. A lâmina nuclear participa da fragmentação e da reconstituição da carioteca, fenômenos 
que ocorrem durante a divisão celular. 
 
Os nucléolos 
 
Na fase que a célula eucariótica não se encontra em divisão é possível visualizas vários nucléolos, 
associados a algumas regiões específicas da cromatina. Cada nucléolo é um corpúsculo esférico, não 
membranoso, de aspecto esponjoso quando visto ao microscópio eletrônico, rico em RNA ribossômico (a 
sigla RNA provém do inglês RiboNucleic Acid). Este RNA é um ácido nucléico produzido a partir o DNA 
das regiões específicas da cromatina e se constituirá um dos principais componentes dos ribossomos 
presentes no citoplasma. É importante perceber que ao ocorrer a espiralação cromossômica os nucléolos 
vão desaparecendo lentamente. Isso acontece durante os eventos que caracterizam a divisão celular. O 
reaparecimento dos nucléolos ocorre com a desespiralação dos cromossomos, no final da divisão do 
núcleo. 
 
A cromatina 
 
A cromatina é um conjunto de fios muito longos e finos, emaranhados desordenadamente no interior 
do núcleo. Ela contém a substância, associada com proteínas, na qual se encontra a informação genética: 
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. 27 
o DNA (ácido desoxirribonucleico). O DNA é responsável pelo controle da atividade celular e o comando 
da reprodução da célula. 
Na intérfase, a cromatina se organiza em dois estados diferentes. A maior parte é formada por 
filamentos desespiralados e pouco condensados, constituindo a eucromatina. O restante do material é 
formado por regiões espiraladas, muito condensadas e evidentes, formando a heterocromatina . Essa 
desigualdade estrutura, com dias regiões distintas da cromatina, está associada a diferenças funcionais 
do material genético. 
 
 
 
6Os cromossomos 
 
Os filamentos de cromatina na intérfase são muitos longos, emaranhados e misturados, a divisão 
celular, os fios enrolam-se, tornando-se mais curtos e grossos, o que facilita a separação do material 
genético. Desse modo, eles se individualizam em bastonetes denominados cromossomos. 
Durante a intérfase, o material genético que forma a cromatina duplica-se. Cada fio de cromatina forma 
um novo, igual a ele. Assim, no início do processo de divisão, cada cromossomo está formado por dois 
filamentos idênticos, as cromátides-irmãs . Elas estão ligadas entre si por um estrangulamento- o 
centrômero , ou constituição primária. A presença do centrômero é obrigatória e fundamental para o 
cromossomo, e sua função será estuda na divisão celular. 
 
 
 
As partes de um cromossomo separadas pelo centrômero são chamadas braços cromossômicos. A 
relação de tamanho entre os braços cromossômicos, determinada pela posição do centrômero, permite 
classificar os cromossomos em quatro tipos: 
-Metacêntrico : possuem o centrômero no meio, formando dois braços de mesmo tamanho; 
-Submetacêntricos : possuem o centrômero um pouco deslocado da região mediana, formando dois 
braços de tamanhos desiguais; 
-Acrocêntricos : possuem o centrômero bem próximo a uma das extremidades, formando um braço 
grande e outro muito pequeno; 
-Telocêntricos : possuem o centrômero em um das extremidades, tendo apenas um braço. 
 
 
6 6 Uzunian, A.; Castro, N. H. C..; Sasson, S. 2012. Biologia 1p.113 
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O número de cromossomos é fixo nos indivíduos de determinada espécie, mas não e exclusivo dela. 
Espécies diferentes apresentam o mesmo número de cromossomos; por exemplo, a seringueira, a 
mandioca, a barata e o caramujo têm 36 cromossomos nas células. 
 
 
 
Geralmente, os cromossomos das células somáticas (não relacionados com a reprodução) são 
encontrados aos pares. Esses cromossomos que formam pares são denominados homólogos e têm a 
mesma forma, o mesmo tamanho e a mesma sequência de genes. Os genes que ocupam a mesma 
posição (loco, ou locus) em cromossomos homólogos são chamados de genes alelos . 
 
 
 
Células que apresentam todos os seus cromossomos distribuídos em pares homólogos são células 
diploides ou 2n. As células somáticas (dos órgãos do corpo) na maioria dos organismos são diploides, 
inclusive as humanas. 
Quando uma célula não possui pares de cromossomos homólogos, mas só um representante de cada 
par, ela é haploide ou n. Os gametas (células reprodutoras) são exemplos de células haploides. 
 
 
 
A maioria das espécies possui um número diploide de cromossomos nas células somáticas. O número 
2n no homem é 46, no cachorro 78, e na mosca 12. Na reprodução sexuada ocorre a união de dois 
gametas, que devem ser haploides, para manter o número 2n da espécie. Assim, a fecundação (união 
entre os gametas) restabelece o número 2n de cromossomos ao formar o zigoto, que é a primeira célula 
de um organismo. 
O conjunto haploide de cromossomos de uma espécie constitui a bagagem cromossômica de um 
gameta, sendo a contribuição genética de cada genitor para o filho. Assim, o conjunto haploide humano 
é 23, e o do cachorro 39. 
 
 
 
 
 
Resumindo... 
Cromatina e cromossomos são dois diferentes aspectos do mesmo material 
 
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. 29 
Constituição química e arquitetura dos cromossomos 
 
Descobrir a natureza química dos cromossomos foi uma árdua tarefa que mobilizou centenas de 
cientistas e muitos anos de trabalho. O primeiro constituinte cromossômico a ser identificado foi o ácido 
desoxirribonucleico, o DNA. Em 1924, o pesquisador alemão Robert J. Feugen desenvolveu uma técnica 
especial de coloração que permitiu demonstrar que o DNA é um dos principais componentes dos 
cromossomos. Alguns anos mais tarde, descobriu-se que a cromatina também é rica em proteínas 
denominadas histonas. 
 
 
 
-Gametogênese 
 
Gametogênese é o processo pelo qual os gametas são produzidos nos organismos dotados de 
reprodução sexuada. Nos animais, a gametogênese acontece nas gônadas, órgãos que também 
produzem os hormônios sexuais, que determinam as características que diferenciam os machos das 
fêmeas. O evento fundamental da gametogênese é a meiose, que reduz à metade a quantidade de 
cromossomos das células, originando células haploides. Na fecundação, a fusão de dois gametas 
haploides reconstitui o número diploide característico de cada espécie. 
Em alguns raros casos, não acontece meiose durante a formação dos gametas. Um exemplo bastante 
conhecido é o das abelhas: se um óvulo não for fecundado por nenhum espermatozoide, irá se 
desenvolver por mitoses consecutivas, originando um embrião em que todas as células são haploides. 
Esse embrião haploide formará um indivíduo do sexo masculino. O desenvolvimento de um gameta sem 
que haja fecundação chama-se partenogênese. Se o óvulo for fecundado, o embrião 2n irá originar uma 
fêmea. Em linhas gerais, a gametogênese masculina (ou espermatogênese) e a gametogênese feminina 
(ovogênese ou ovulogênese) seguem as mesmas etapas. 
 
A Espermatogênese 
 
Processo que ocorre nos testículos, as gônadas masculinas e corresponde a uma sequência de 
eventos, através dos quais a célula primitiva masculina, a espermatogônia torna-se um espermatozóide 
maduro, pronto para a fertilização. No período fetal, o homem já possui células germinativas (gametas, 
células reprodutivas), porém ainda imaturas. Estas células são as espermatogônias, e são células 
diplóides, com 46 cromossomos. Estas permanecem inativas até a puberdade, quando passam por 
sucessivas divisões mitóticas e aumentam de tamanho, tornando-se espermatócitos primários. Cada 
espermatócito primário passa pela primeira divisão meiótica, dando origem a dois espermatócitos 
secundários. Em seguida, estes sofrem a segunda divisão meiótica, originando quatro espermátides, 
células haplóides, com 23 cromossomos cada. Gradualmente, as espermátides vão se tornando 
espermatozóides, e ficam armazenados no epidídimo, nos testículos até o momento da fecundação. 
 
 
2. GAMETAS E GAMETOGÊNESE. 
 2.1. Morfologia dos gametas humanos. 2.2. Espermatogênese. 
2.3. Ovulogênese 
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. 30 
Ovogênese 
 
Chamamos de ovogênese o processo de formação dos óvulos (gametas femininos). Este processo 
representa uma sequência de eventos, através dos quais, as ovogônias, células germinativas primitivas 
femininas tornam-se um óvulo maduro. 
 
A Ovogênese é dividida em três etapas: 
 
1. Fase de multiplicação ou de proliferação : É uma fase de mitoses consecutivas, quando as células 
germinativas aumentam em quantidade e originam ovogônias. Nos fetos femininos humanos, a fase 
proliferativa termina por volta do final do primeiro trimestre da gestação. Portanto, quando uma menina 
nasce, já possui em seus ovários cerca de 400 000 folículos de Graff. É uma quantidade limitada, ao 
contrário dos homens, que produzem espermatogônias durante quase toda a vida. 
 
2. Fase de crescimento : Logo que são formadas, as ovogônias iniciam a primeira divisão da meiose, 
interrompida na prófase I. Passam, então, por um notável crescimento, com aumento do citoplasma e 
grande acumulação de substâncias nutritivas. Esse depósito citoplasmático de nutrientes chama-se vitelo, 
e é responsável pela nutrição do embrião durante seu desenvolvimento. Terminada a fase de 
crescimento, as ovogônias transformam-se em ovócitos primários (ovócitos de primeira ordem ou ovócitos 
I). Nas mulheres, essa fase perdura atéa puberdade, quando a menina inicia a sua maturidade sexual. 
 
3. Fase de maturação: Dos 400 000 ovócitos primários, apenas 350 ou 400 completarão sua 
transformação em gametas maduros, um a cada ciclo menstrual. A fase de maturação inicia-se quando 
a menina alcança a maturidade sexual, por volta de 11 a 15 anos de idade. 
Quando o ovócito primário completa a primeira divisão da meiose, interrompida na prófase I, origina 
duas células. Uma delas não recebe citoplasma e desintegra-se a seguir, na maioria das vezes sem iniciar 
a segunda divisão da meiose. É o primeiro corpúsculo (ou glóbulo) polar. A outra célula, grande e rica em 
vitelo, é o ovócito secundário (ovócito de segunda ordem ou ovócito II). Ao sofrer, a segunda divisão da 
meiose, origina o segundo corpúsculo polar, que também morre em pouco tempo, e o óvulo, gameta 
feminino, célula volumosa e cheia de vitelo. Na gametogênese feminina, a divisão meiótica é desigual 
porque não reparte igualmente o citoplasma entre as células-filhas. Isso permite que o óvulo formado seja 
bastante rico em substâncias nutritivas. Na maioria das fêmeas de mamíferos, a segunda divisão da 
meiose só acontece caso o gameta seja fecundado. Curiosamente, o verdadeiro gameta dessas fêmeas 
é o ovócito II, pois é ele que se funde com o espermatozoide. 
 
 
 
7Fecundação 
 
Para que surja um novo indivíduo, os gametas fundem-se aos pares, um masculino e outro feminino, 
que possuem papéis diferentes na formação do descendente. Essa fusão é a fecundação ou fertilização. 
 
7 http://www.sobiologia.com.br/ 
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. 31 
Ambos trazem a mesma quantidade haploide de cromossomos, mas apenas os gametas femininos 
possuem nutrientes, que alimentam o embrião durante o seu desenvolvimento. Por sua vez, apenas os 
gametas masculinos são móveis, responsáveis pelo encontro que pode acontecer no meio externo 
(fecundação externa) ou dentro do corpo da fêmea (fecundação interna). Excetuando-se muitos dos 
artrópodes, os répteis, as aves e os mamíferos, todos os outros animais possuem fecundação externa, 
que só acontece em meio aquático. 
 
 
Quando a fecundação é externa, tanto os machos quanto as fêmeas produzem gametas em grande 
quantidade, para compensar a perda que esse ambiente ocasiona. Muitos gametas são levados pelas 
águas ou servem de alimentos para outros animais. Nos animais dotados de fecundação interna, as 
fêmeas produzem apenas um ou alguns gametas por vez, e eles encontram-se protegidos dentro do 
sistema reprodutor. 
Além da membrana plasmática, o óvulo possui outro revestimento mais externo, a membrana vitelínica. 
Quando um espermatozoide faz contato com a membrana vitelínica, a membrana do acrossomo funde-
se à membrana do espermatozoide (reação acrossômica), liberando as enzimas presentes no acrossomo. 
As enzimas do acrossomo dissolvem a membrana vitelínica e abrem caminho para a penetração do 
espermatozoide. Com a fusão da membrana do espermatozoide com a membrana do óvulo, o núcleo do 
espermatozoide penetra no óvulo. Nesse instante, a membrana do óvulo sofre alterações químicas e 
elétricas, transformando-se na membrana de fertilização, que impede a penetração de outros 
espermatozoides. No interior do óvulo, o núcleo do espermatozoide, agora chamado pró-núcleo 
masculino, funde-se com o núcleo do óvulo, o pró-núcleo feminino. Cada pró-núcleo traz um lote haploide 
de cromossomos, e a fusão resulta em um lote diploide, o zigoto. Nessa célula, metade dos cromossomos 
tem origem paterna e metade, origem materna. 
 
Desenvolvimento Embrionário 
 
O zigoto é portador do material genético fornecido pelo espermatozoide e pelo óvulo. Um vez formado 
o zigoto irá se dividir muitas vezes por mitose até originar um novo indivíduo. Assim, todas as células que 
formam o corpo de um indivíduo possuem o mesmo patrimônio genético que existia no zigoto. Apesar 
disso, ao longo do desenvolvimento embrionário as células passam por um processo de diferenciação 
celular em que alguns genes são “ativados” e outros são “desativados”, sendo que somente os “ativados” 
coordenam as funções das células. Surgem dessa maneira tipos celulares com formatos e funções 
distintos, que se organizam em tecidos. Conjuntos de tecidos reunidos formam os órgãos. Os grupos de 
órgãos formam os sistemas que, por sua vez, formam o organismo. 
 
 
 
A Embriologia estuda e descreve as diversas modificações morfológicas que ocorrem no 
desenvolvimento do embrião. Para efeito didático, podemos considerar os seguintes tópicos: 
-Classificação dos ovos 
-Segmentação 
-Gastrulação 
-Organogênse 
 
 
3. Embriologia 
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. 32 
Tipos de óvulos 
 
Pode-se definir ovo como sendo o zigoto resultante da fecundação do óvulo. Este zigoto é formado 
devido à união de dois gametas, ou seja, é produzido pela fertilização entre duas células haplóides, um 
óvulo de uma fêmea e um espermatozóide de um macho, que se juntam para formar uma única célula 
diplóide. O ovo formado contendo o embrião, pode se desenvolver internamente como também 
externamente, dependendo da espécie. 
Os ovos da maioria dos animais possuem formato elipsóide ou ovóide e são delimitados por uma 
membrana interna denominada vitelo, que é muito nutritiva e composta principalmente por fibras de 
proteína. A quantidade e a distribuição do vitelo variam em cada espécie. Portanto, podemos classificar 
os ovos em: 
 
Óvulos oligolécitos, isolécitos ou alécitos 
 
São aqueles possuem uma quantidade reduzida de vitelo, distribuídos uniformemente pelo citoplasma. 
São próprios das espécies nas quais o embrião não obtém o alimento do ovo, mas, sim, do corpo materno 
ou do meio ambiente. Aparecem nos espongiários, celenterados, equinodermas, protocordados e 
mamíferos. 
 
 
Óvulos heterolécitos, mediolécitos ou mesolécitos 
 
Apresentam nítida polaridade, distinguindo-se o polo animal, com pequena quantidade de vitelo, e o 
polo vegetativo, com abundante vitelo, permitindo a nutrição do embrião durante algum tempo. Aparecem 
em platelmintes, moluscos, anelídeos e anfíbios. 
 
 
 
Óvulos telolécitos completos ou megalécito 
 
Com grande quantidade de vitelo ocupando quase todo o ovo, ficando o citoplasma e o núcleo 
reduzidos a uma pequena área, a cicatrícula, ou disco germinativo, situada no pólo animal. Esse tipo de 
ovos são encontrados nos cefalópodes, aves, peixes e répteis. 
 
 
 
Óvulos Centrolécito 
 
Nestes o vitelo concentra-se no centro do ovo e separa duas zonas do citoplasma: uma central, 
contendo o núcleo, e outra periférica, circundando o vitelo. São ovos típicos de artrópodes. 
 
 
 
Segmentação 
 
As divisões que ocorrem durante a segmentação denominam-se clivagens, e as células que se formam 
são chamadas blastômeros. No Reino Animal, a diferença na quantidade e na distribuição do vitelo no 
ovo determina diferenças na segmentação, menor a velocidade de divisão. Em função disso, podemos 
considerar dois tipos básicos de segmentação: 
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. 33 
-Holoblástica ou total que ocorre no zigoto todo; Esse tipo de segmentação acontece nos alécitos, 
isolécitos e heterolécitos. Subdividida em três tipos, a segmentação holoblástica é dividida de acordo com 
o tamanho das células que se formam a partir da terceira clivagem. 
 
 
 
 
-Meroblástica ou parcial, que ocorre só em parte do ovo: Com a distribuição diferente do vitelo, 
existem, consequentemente, dois tipos básicos de segmentação meroblástica que serão explicadas nos 
tópicos abaixo. 
 
 
 
 
-Segmentação Holoblástica: A segmentação holoblástica ocorre nos alécitos, nos isolécitos (ou 
oligolécitos) e nos heterolécitos, e pode ser subdividida em três tipos, com base no tamanho das células 
que se formam a partir da terceira clivagem (quando muda o plano de divisão celular): 
-

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