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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/360194192
Semiologia oftálmica veterinária: Revisão
Article  in  PubVet · April 2022
DOI: 10.31533/pubvet.v16n04a1082.1-18
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Ana Luiza Nunes Galdino
Universidade Federal do Acre
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Soraia Souza
Universidade Federal do Acre
38 PUBLICATIONS   94 CITATIONS   
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https://doi.org/10.31533/pubvet.v16n04a1082.1-18 
PUBVET v.16, n.04, a1082, p.1-18, Abr., 2022 
Semiologia oftálmica veterinária: Revisão 
Brenda Cordeiro Bastos1* , Deborah de Oliveira Soares1 , Juliana Orlando Silva1 , Maria 
Eduarda de Souza Pinto Albano1 , Ana Luiza Nunes Galdino1 , Gabriel Batistuta de Souza 
Lima1 , Lydia Gurgel Facundo Berger1 , Lucas Agueiro de Carvalho1 , Acácio Duarte 
Pacheco2 , Soraia Figueiredo de Souza3 
¹Graduando(a) da Universidade Federal do Acre – UFAC, Departamento de Medicina Veterinária. Rio Branco – AC. Brasil. 
2Professor da Universidade Federal do Acre- UFAC, Departamento de Medicina Veterinária. Rio Branco – AC. Brasil. 
3Professora da Universidade Federal do Paraná UFPR, Departamento de Medicina Veterinária. Curitiba - PR. Brasil. 
*Autor para correspondência, E-mail: brenda.bastos@sou.ufac.br 
Resumo. A semiologia é a área de estudo que provê a metodologia do exame clínico, interpreta 
sintomas e reúne elementos necessários para o diagnóstico e a evolução do caso de um animal 
enfermo. Nos últimos anos, com o avanço de técnicas e publicações de estudos na área de 
oftalmologia, possibilitou-se grandes conquistas nesta especialidade veterinária, permitindo 
assim a identificação precoce de doenças oculares. Apesar de médicos veterinários utilizarem 
tecnologia especializada, um exame oftálmico pode ser realizado com o uso de equipamentos 
simples e de forma completa. Objetivou-se com este trabalho realizar um levantamento 
bibliográfico acerca da semiologia oftálmica em animais domésticos, destacando pontos cruciais 
na realização do exame oftálmico, tais como instrumentação utilizada, técnicas diagnósticas, 
principais testes utilizados e particularidades do sistema visual dos animais domésticos. A 
abordagem diagnóstica em oftalmologia deve ser realizada de forma metódica. A anamnese, a 
inspeção visual e os principais testes e exames adotados são indispensáveis à condução do caso 
clínico e ao sucesso da abordagem terapêutica. Conclui-se, então, que é de suma importância a 
realização de trabalhos com a temática de semiologia oftálmica veterinária, auxiliando 
profissionais no exame clínico e, posteriormente, no diagnóstico e tratamento adequado. 
Palavras-chave: Animais, oftalmologia, propedêutica 
Veterinary ophthalmic semiology: Review 
Abstract. Semiology is the field of study that provides the methodology of clinical 
examination, interprets symptoms and gathers elements necessary for the diagnosis and 
evolution of the case of a sick animal. In recent years, with the advancement of techniques and 
publications of studies in the field of ophthalmology, great achievements have been made in 
this veterinary specialty, thus allowing the early identification of eye diseases. Although 
veterinarians use specialized technology, an eye exam can be fully performed with the use of 
simple equipment. The objective of this work was to carry out a bibliographical survey about 
ophthalmic semiology in domestic animals, highlighting crucial points in the performance of 
the ophthalmic examination, such as instrumentation used, diagnostic techniques, main tests 
used and particularities of the visual system of domestic animals. The diagnostic approach in 
ophthalmology must be carried out methodically. The anamnesis, visual inspection and the 
main tests and exams adopted are essential for conducting the clinical case and for the success 
of the therapeutic approach. It is concluded, then, that it is of paramount importance to carry 
out works with the theme of veterinary ophthalmic semiology, assisting professionals in the 
clinical examination and, subsequently, in the diagnosis and proper treatment. 
Keywords: Animals, ophthalmology, propaedeutics 
https://doi.org/10.31533/pubvet.v16n04a1082.1-18
http://www.pubvet.com.br/
mailto:brenda.bastos@sou.ufac.br
http://lattes.cnpq.br/4036175473178259
https://orcid.org/0000-0003-2641-7544
http://lattes.cnpq.br/3837896971486441http://lattes.cnpq.br/4351195007259779
http://lattes.cnpq.br/3704557269799089
http://lattes.cnpq.br/5459838333035461
http://lattes.cnpq.br/0959632660168805
http://lattes.cnpq.br/9670585762676329
http://lattes.cnpq.br/3745853479936045
http://lattes.cnpq.br/1125581925806977
http://orcid.org/0000-0002-5080-7799
http://lattes.cnpq.br/0089650879670803
https://orcid.org/0000-0002-2673-2264
Bastos et al. 2 
PUBVET DOI: 10.31533/pubvet.v16n04a1082.1-18 
Introdução 
Na Medicina Veterinária, a especialidade de oftalmologia exige que o clínico geral, além de contar 
com conhecimentos anatomofisiológicos do sistema visual dos animais deve associar a capacitação 
técnica para a realização de um exame oftalmológico acurado (Feitosa, 2014). Nos últimos anos, com o 
avanço de técnicas e publicações de estudos na área de oftalmologia, possibilitou-se grandes conquistas nesta 
especialidade veterinária, permitindo assim a identificação precoce de doenças oculares (Leite et al., 2013). 
O exame oftálmico deve ser executado de maneira metódica, sempre associando os sinais clínicos à 
história clínica do animal. Para obter o diagnóstico oftálmico preciso é necessária a conciliação de boa 
base teórica em oftalmologia, habilidade com a instrumentação e investigação minuciosa da 
manifestação clínica em questão (Peiffer & Petersen-Jones, 2001). 
O processo de envelhecimento dos animais domésticos leva a diversas alterações e patologias nos 
componentes oculares, principalmente nas estruturas da retina e cristalino. Dessa forma, o 
oftalmologista veterinário deve buscar alternativas terapêuticas, visto que muitas dessas enfermidades 
não possuem tratamento e muitas vezes sua evolução é muito rápida, a exemplo da esclerose nuclear 
(Souza et al., 2016). Para o aperfeiçoamento dessa abordagem, é necessária a compreensão da 
epidemiologia das oftalmopatias para adoção de medidas profiláticas (Oliveira et al., 2014). 
Objetivou-se com este trabalho realizar um levantamento bibliográfico acerca da semiologia 
oftálmica em animais domésticos, destacando pontos cruciais na realização do exame oftálmico, tais 
como instrumentação utilizada, técnicas diagnósticas, principais testes utilizados e particularidades do 
sistema visual dos animais domésticos. 
Conceitos de semiologia e oftalmologia 
A semiologia é a área de estudo que provê a metodologia do exame clínico, interpreta sintomas e 
reúne elementos necessários para o diagnóstico e a evolução do caso de um animal enfermo. A palavra 
semiologia vem do grego, sēmeîon (sintomas/sinais) e logía (ciência/estudo) (Feitosa, 2014). 
É subdividida em Semiotécnica, que se trata do uso de recursos para avaliar o paciente, sejam os 
humanos como olhos, olfato, tato e audição ou exames modernos como diagnóstico por imagem, exames 
gráficos, entre outros. A semiotécnica pode ainda ser dividida em física, determinando alterações 
anatômicas por meios físicos; funcional, determinando alterações funcionais por meio de registros 
gráficos; e experimental, a qual promove alterações orgânicas para comprovar o diagnóstico. A clínica 
propedêutica é a reunião dos dados obtidos no exame do animal, a partir dele o médico veterinário 
fará a interpretação e análise para o diagnóstico (Feitosa, 2014). E a Semiogênese, a qual objetiva a 
busca para explicar os mecanismos pelos quais os sintomas aparecem e se desenvolvem (Feitosa, 2014). 
A oftalmologia é o estudo dos olhos, um órgão sensorial que está constantemente recebendo 
informações externas para o sistema nervoso central (Junqueira & Carneiro, 2013). 
Conceitos gerais sobre anatomia ocular 
A visão é baseada em um processo complexo, o qual envolve todas as estruturas oculares, inclusive 
componentes anexos, assim como diversas regiões do encéfalo (Köning & Liebich, 2011). Embora a 
visão possa ser dividida em componentes individuais, a experiência visual plena é dotada de uma síntese 
de todas essas partes em uma percepção unificada da realidade (Maggs et al., 2017). 
O bulbo ocular é composto por três túnicas delgadas que o envolvem em seu interior, são elas: túnica 
fibrosa, túnica vascular e túnica interna. A túnica fibrosa é composta de tecido colágeno que contribui 
amplamente na morfologia ocular. Essa região é formada por duas estruturas denominadas esclera e 
córnea. Essas unem-se em uma região denominada limbo. A túnica vascular é composta de tecido 
conectivo, fibras elásticas e é altamente vascularizada é formada por três componentes: coroide, o corpo 
ciliar e a íris. E por fim, a túnica interna é caracterizada pela retina (Köning & Liebich, 2011). 
Esclera 
A esclera é a face posterior e opaca da túnica fibrosa, consiste em uma densa rede de fibras colágenas 
e elásticas, geralmente brancas, podendo apresentar tonalidade azulada ou cinza (Dyce et al., 2004). Na 
Semiologia oftálmica veterinária 3 
PUBVET v.16, n.04, a1082, p.1-18, Abr., 2022 
junção entre a córnea e a esclera, a face interna escleral possui o anel da esclera, onde é fixado o músculo 
ciliar. Enquanto que a face externa possui o sulco da esclera. O seio venoso escleral, entre a face interna 
e externa, é o local responsável por drenar o humor aquoso, importantíssimo para a regulação da pressão 
ocular. No caso de obstrução da passagem do humor, ocorre o aumento da pressão intraocular, condição 
que pode levar ao glaucoma (Köning & Liebich, 2011). 
Córnea 
A córnea é uma estrutura transparente que permite a passagem de luz pelo globo ocular (Sanchez et 
al., 2020). Caracteriza-se por ser uma estrutura avascular. Sua nutrição é fornecida pelos vasos 
sanguíneos presentes no limbo e de regiões adjacentes da câmara anterior (Junqueira & Carneiro, 1997). 
O endotélio da córnea é responsável pela filtração de fluidos excedentes, e quando não há esse 
processo, há o surgimento de edemas. Apesar de ser avascular, a córnea é extremamente inervada, por 
esta razão os pacientes demonstram imenso desconforto quando injúrias acometem essa estrutura (Leite 
et al., 2013). 
Essas terminações nervosas são essenciais no teste do reflexo corneal, que oclui as pálpebras quando 
a córnea é tocada. Esse reflexo é muito utilizado no monitoramento de anestesia profunda (Dyce et al., 
2004). 
Coroide 
A coroide está localizada posteriormente a esclera, a revestindo desde o nervo óptico ao limbo (Dyce 
et al., 2004). É intensamente pigmentada devido a uma rede de vasos sanguíneos agregada ao tecido 
conjuntivo (Junqueira & Carneiro, 2013). Ela subdivide-se em quatro lâminas: supracorioide; vascular; 
corioideocapilar e basilar. Em sua porção dorsal está o tapete lúcido, o qual é celular em carnívoros e 
fibroso em herbívoros. Essa estrutura é responsável por auxiliar a visão noturna e tem aparência 
iridescente (König & Liebich, 2011). 
Corpo ciliar 
Próximo ao limbo, o corpo ciliar é um segmento espessado da coroide. Sua principal característica é 
o anel em relevo (Junqueira & Carneiro, 2013). Do corpo ciliar surgem os processos ciliares que 
convergem em direção à lente, há cerca de 70 a 80 em cães e até mais de 100 em bovinos e equinos. O 
corpo ciliar, ainda, é um anel simétrico em carnívoros (ou pequenos animais) e assimétrico nos 
ruminantes e equinos (grandes animais). No corpo há ainda o músculo ciliar que altera seu formato para 
focar em diferentes distâncias (König & Liebich, 2011). 
Íris 
A íris, uma continuação do corpo ciliar, consiste em três camadas: uma camada epitelial na parte 
posterior da córnea; a segunda camada possui o estroma com dois músculos lisos, esfíncter e dilatador 
da pupila; e a terceira camada sendo a parte irídica da retina. A íris ainda possui células pigmentadas 
que podem proteger a retina da luminosidade intensa, além da sua coloração determinar a cor que o olho 
possui, a depender do número de células pigmentadas presentes (Dyce et al., 2004). 
Retina 
A túnica nervosa do bulbo ocular, que contém células fotossensíveis e é conhecida como retina, se 
tratade um prolongamento do diencéfalo que permanece conectado devido ao nervo óptico, componente 
do sistema nervoso (Dyce et al., 2004). A retina pode ser dividida em parte cega, que reveste a camada 
anterior e não apresenta pigmentos, e parte óptica, camada posterior e altamente pigmentada (Junqueira 
& Carneiro, 2013). Ambas as partes são delimitadas pela chamada ora serrata. Há ainda três neurônios 
que podem ser encontrados na parte nervosa da retina (Köning & Liebich, 2011). 
Corpo vítreo 
O corpo vítreo é a maior estrutura do globo ocular, ocupa cerca de 75% de toda a região. Localiza-
se entre a lente (ou cristalino) e a retina. Estão entre suas funções a difusão de nutrientes e a retirada de 
Bastos et al. 4 
PUBVET DOI: 10.31533/pubvet.v16n04a1082.1-18 
metabólitos tóxicos de outros segmentos do olho (Krishnan et al., 2020). Consiste em um gel 
viscoelástico incolor que é composto basicamente de água, ácido hialurônico e fibrilas colágenas (Leite 
et al., 2013). 
O corpo vítreo é praticamente acelular, mas apresenta uma pequena quantidade de hialócitos, que 
são capazes de produzir fibras proteicas, essas fibras auxiliam em sua sustentação e determinam sua 
característica gelatinosa (Köning & Liebich, 2011). 
Aparelho lacrimal 
A glândula lacrimal é o principal componente deste sistema, tem aparência em forma de diamante e 
está localizada na face dorsolateral do globo ocular (Gelatt, 2003; Whitley & Gilger, 2003). As lágrimas 
fluem sobre a córnea e são drenadas pelo ducto nasolacrimal. O fluxo pleno do filme lacrimal pela 
córnea é vital para o perfeito funcionamento dessa estrutura (Cunningham, 2011). 
As glândulas meibomianas (ou glândulas tarsais) são glândulas sebáceas localizadas próxima as 
pálpebras inferiores, sua principal função é por produzir compostos oleosos presentes na camada lipídica 
do filme lacrimal, evitando assim que a lágrima evapore facilmente (Kitamura et al., 2020). 
Exame oftálmico 
O exame ocular é de imensa gratificação para o médico veterinário que o realiza, pois, a inspeção 
visual é realizada como em nenhum outro órgão, permitindo até que o diagnóstico clínico seja feito 
instantaneamente durante a consulta clínica (Gould & McLellan, 2012). 
A proficiência deste exame é crítica para pacientes, como o gato, que venham a apresentar doenças 
oculares ou distúrbios sistêmicos. Apesar de médicos veterinários utilizarem tecnologia especializada, 
o exame oftálmico pode ser realizado com o uso de equipamentos simples e de forma completa (Stiles 
& Kimmitt, 2016). 
O exame também pode, inclusive, prover sinais e informações sobre os demais órgãos. Por exemplo, 
o exame ocular, além de verificar os reflexos neuro oftálmicos também permite a inspeção do nervo 
óptico. O exame fundico permite a inspeção do sistema cardiovascular pela visualização das veias e 
artérias. A fundoscopia é uma maneira rápida e de baixo custo capaz de visualizar a possível presença 
de hipertensão em gatos idosos. Ainda é possível, através de hemorragias da conjuntiva ou da retina, 
perceber uma coagulopatia sistêmica, além é claro das enfermidades que têm seus sinais oculares no 
começo da doença, como a catarata para a diabetes mellitus e a icterícia em doenças hepáticas (Gould 
& McLellan, 2012). 
Contenção dos animais para a realização dos exames oftalmológicos 
Para a realização do exame oftálmico os animais devem ser submetidos a uma boa contenção física. 
É preferível que o tutor o faça para que ele se sinta mais confortável e não o leve a estresse desnecessário 
(Gould & McLellan, 2012). Considerando a proximidade do animal e o médico veterinário (Figura 1) é 
recomendável o uso de focinheiras e mordaças, visando a segurança de todos os presentes. Quando o 
animal é agressivo ou a contenção física não é suficiente, pode-se fazer o uso de contenção química com 
tranquilizantes ou fenotiazínicos (Feitosa, 2014). No entanto, deve-se levar em consideração os efeitos 
que a maioria dos medicamentos podem causar, como a alteração da pressão intraocular e dos resultados 
dos testes lacrimais, assim podem influenciar negativamente o exame oftalmológico (Gould & 
McLellan, 2012). 
Dentre os fármacos mais utilizados na contenção química de pequenos animais pode-se destacar a 
associação de medetomidina ou dexmedetomidina e butorfanol para cães. Em gatos, a combinação de 
cetamina e midazolam ou medetomidina, cetamina ou opioides pode ser utilizada (Gould & Mclellan, 2012). 
Em gatos, a contenção física deve ter atenção especial pois estes animais se estressam muito 
facilmente. Pequenas pausas durante o exame, a presença do tutor e adesão do chamado manejo cat 
friendly (Figura 2) podem ajudar na realização plena do procedimento (Stiles & Kimmitt, 2016). 
Semiologia oftálmica veterinária 5 
PUBVET v.16, n.04, a1082, p.1-18, Abr., 2022 
 
Figura 1. Realização do exame de biomicroscopia através do 
uso de lâmpada de fenda, note a proximidade entre 
o paciente e o médico veterinário. Fonte: Gould & 
Mclellan (2012). 
Figura 2. Realização de exame utilizando um oftalmoscópio em 
gato, sem utilização de demasiada contenção física. 
Fonte: Stiles & Kimmitt (2016). 
Ambiente para realização do exame oftálmico 
Primeiramente, o exame deve começar em ambiente iluminado, para em seguida ser conduzido em 
ambiente completamente escuro (Martins & Galera, 2011), preferencialmente em sala escura ou box 
apropriado e luz artificial, dessa forma, haverá menores reflexos interferentes. Em cavalos, uma vez 
sedado, o examinador pode cobrir a própria cabeça e a do animal com um cobertor ou pano escuro 
(Maggs et al., 2017). É necessário, também, que o consultório seja silencioso, e no caso do gato a 
contenção deve ser baixa (a depender do comportamento do animal) e com pequenas pausas entre os 
procedimentos para que o animal não fique muito estressado (Stiles & Kimmitt, 2016). 
Para acalmar cães e gatos, também é possível utilizar música no consultório. Cães ficam menos 
ansiosos ao ouvir música clássica, e gatos podem ficar menos ansiosos e estressados ao ouvir músicas 
específicas para eles, com vocalizações felinas, mantendo assim um comportamento adequado para o 
exame clínico (Hampton et al., 2020). 
Histórico clínico 
A obtenção da história clínica completa e detalhada é crucial na abordagem e orientação para o 
diagnóstico oftálmico. O primeiro questionamento é a razão pela qual o tutor encaminhou o animal para 
o exame, descartando a coleta de dados irrelevantes ao quadro clínico do paciente (Maggs et al., 2017). 
Na realização da anamnese oftálmica, a princípio deve ser direcionada à queixa principal do animal, 
sendo pontuados os sinais clínicos, comorbidades, tratamentos anteriores e em curso e cirurgias prévias 
(Maggs et al., 2017). 
Fatores como espécie, raça, pelagem e idade, podem ser sugestivos para diagnósticos e diagnósticos 
diferenciais já que algumas patologias ocorrem com maior frequência em algumas espécies a exemplo da 
anormalidade do olho do Collie. Alguns padrões raciais podem ser fatores predisponentes, como é o caso de 
ceratites por exposição em animais braquicefálicos, como os Pugs e Bulldogs (Martins & Galera, 2011). 
Cães de meia idade ou idosos tendem a ter casuística maior nos casos de ceratoconjuntivite seca, 
enquanto em animais jovens é observada a incidência da protrusão da glândula da terceira pálpebra 
(Martins & Galera, 2011). Outro ponto a ser observado é a quantidade de animais que residem no 
ambiente e se estes têm acesso à rua. Gatos que são contactantes de outros animais apresentam grande 
potencial de ser acometidos por doenças infecciosas específicas que possuem manifestações clínicas 
oculares (Gould & McLellan, 2012). 
Bastos et al. 6 
PUBVET DOI: 10.31533/pubvet.v16n04a1082.1-18 
Ficha oftalmológica 
Segundo Gould & McLellan (2012), a ficha oftalmológica é essencial na realização da consulta 
oftálmica. Tal ficha serve para a adoção de uma sequênciacorreta na execução de exames e na obtenção 
de parâmetros clínicos, sendo, então, especificada para os padrões oculares. A sequência oftalmológica 
deve ser feita de fora para dentro. Isso ocorre para que não ocorram interferências de um exame no outro. 
Sendo assim, espera-se que ao final da ficha se obtenha o possível diagnóstico e o protocolo de tratamento. 
No quadro 1 é possível observar um modelo de ficha oftalmológica adaptado de Feitosa (2014). 
Quadro 1. Ficha oftalmológica adaptada de Feitosa (2014). 
Nome do Animal: Espécie: 
Nome do Proprietário: 
Sexo: Data: 
Raça: Local do Exame: 
Idade: Médico Veterinário: 
Histórico: 
Anamnese/Exame Clínico: 
Olho Direito Olho Esquerdo 
Reflexos: ( ) Direto ( ) Consensual ( ) Ameaça Reflexos: ( ) Direto ( ) Consensual ( ) Ameaça 
Exame: ( ) Microbiologia ( ) Citologia Exame: ( ) Microbiologia ( ) Citologia 
Teste da Lágrima de Schirmer: mm/min Teste da Lágrima de Schirmer: mm/min 
Tonometria de Indentação: mmHg Tonometria de Indentação: mmHg 
Tonometria de Aplanação: mmHg Tonometria de Aplanação: mmHg 
Pálpebra: Pálpebra: 
3ª Pálpebra: 3ª Pálpebra: 
Aparelho Lacrimal: Aparelho Lacrimal: 
Teste de Floculação de Lágrima: Teste de Floculação de Lágrima: 
Tempo de Ruptura do Filme Lacrimal: Tempo de Ruptura do Filme Lacrimal: 
Teste de Canulação do Ducto Nasolacrimal: Teste de Canulação do Ducto Nasolacrimal: 
Teste de Jones: Teste de Jones: 
Conjuntiva: Conjuntiva: 
Teste de Rosa Bengala: Teste de Rosa Bengala: 
Córnea: Córnea: 
Teste de Fluoresceína: Teste de Fluoresceína: 
Câmara Anterior e Ângulo de Drenagem: Câmara Anterior e Ângulo de Drenagem: 
Gonioscopia: Gonioscopia: 
Íris e Espaço Pupilar: Íris e Espaço Pupilar: 
Lente: Lente: 
Vítreo e Retina (Fundo do Olho): Vítreo e Retina (Fundo do Olho): 
Procedimentos Especiais: 
( ) Eletrorretinografia 
( ) Ecografia Ocular 
Achados: 
Procedimentos Especiais: 
( ) Eletrorretinografia 
( ) Ecografia Ocular 
Achados: 
Diagnóstico: 
Tratamento: 
Semiologia oftálmica veterinária 7 
PUBVET v.16, n.04, a1082, p.1-18, Abr., 2022 
Exame sistemático do olho 
Após a realização de anamnese e exame físico geral, pode-se seguir com a realização específica do 
exame físico do olho. Deve-se estar atento de que existe uma ordem a ser seguida, sendo relevante 
sempre examinar ambos os olhos e sempre começar pelo olho saudável, somado a condições que não 
estressem o paciente, deixando assim, o tutor acompanhado, pois a agitação do animal pode 
proporcionar a midríase (Gelatt, 2003). 
Em situações que o tutor tem a queixa de cegueira no animal, é importante deixar o paciente caminhar 
pelo consultório, notando se há embate nos objetos, sendo mais fácil a realização dessa condição em 
pequenos animais (Feitosa, 2014). 
O médico veterinário deve inspecionar se há alterações como assimetria, secreção ocular, rubor, 
alopecia, corrimento nasal, estrabismo, entre outras. Dessa forma, realiza-se: testes de visão, inspeção 
dos olhos, observação de reflexos, avaliação da lágrima, coloração, pressão do olho, avaliando todas as 
estruturas anatômicas do olho. Para assim, poder partir para exames complementares (Gelatt, 2003). Em 
casos de secreção pode-se conduzir a execução de citologia, utilizando swab estéril, escova ou espátulas, 
não fazendo limpeza prévia. Posteriormente são examinados os anexos oculares e as túnicas: fibrosa, 
vascular e nervosa, respectivamente (Feitosa, 2014). 
Exame neuroftalmológico 
Para a realização de exames neuroftalmológicos, são necessários os seguintes testes: resposta a 
ameaça, reflexo pupilar direto e consensual, reflexo palpebral, reflexo corneal e reflexo vestibular, que 
possibilita analisar os pares de nervos cranianos, outrossim recomenda-se não utilizar anestésicos, 
tranquilizantes e sedativos (Feitosa, 2014). 
O teste de resposta a ameaça (Figura 3) é realizado com a mão do médico veterinário indo em direção 
ao olho do animal. Dessa forma, deve-se ter o cuidado para não provocar vento, nem tocar no animal. 
Esse teste abrange a retina, quiasma óptico, nervo óptico e nervo facial, sendo que a finalidade principal 
é conhecer se o animal possui ou não visão (Stiles & Kimmitt, 2016). Além disso, deve-se levar em 
consideração que os gatos podem não responder a esse teste, principalmente por conta do estresse no 
consultório veterinário (Quitt et al., 2019). 
Para realizar o reflexo pupilar direto e consensual deve-se adotar o uso de ambiente escuro e luz 
artificial com a finalidade de observar a diminuição do tamanho da pupila, ou seja, constrição. No reflexo 
direto, a luz é apontada diretamente para o olho e no consensual a luz atinge somente um olho, e observa-
se a resposta do olho ao lado. Ambos os testes investigam a totalidade da retina, estado do nervo óptico, 
bem como, função do músculo da íris (Gould & McLellan, 2012). 
 
Figura 3. Teste de resposta a ameaça em um 
felino. Fonte: Quitt et al. (2019). 
Bastos et al. 8 
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Nos casos em que o teste de resposta à ameaça for inexistente, é considerável suceder na prática do 
reflexo palpebral, tocando delicadamente nas pálpebras constatando o ato de piscar. Esse reflexo 
mensura o nervo trigêmeo e o nervo facial (Stiles & Kimmitt, 2016). O reflexo corneal tem o mesmo 
princípio do reflexo palpebral, pois ambos analisam o comportamento de proteção do olho, que impede 
traumatismos (Gould & McLellan, 2012). Por último, o reflexo vestibular envolve o deslocamento da 
cabeça, verificando os olhos e assim, examinando os nervos oculomotor e abducente, sistema vestibular 
e músculos oculares (Feitosa, 2014). 
Exame sequencial das estruturas extraoculares e intraoculares 
O exame oftálmico é feito para que se encontre as alterações relatadas pelo tutor, e é necessário em 
ambos os olhos mesmo que a enfermidade seja unilateral. A inspeção deve ser cuidadosa e livre de 
estresse e, de forma sistemática, são avaliados os anexos oculares e as túnicas fibrosa, vascular e nervosa 
(Feitosa, 2014) como destacado na Figura 4. 
 
Figura 4. Ordem sugerida para o exame oftálmico completo em todas as espécies: PIO, Pressão intraocular; RPL, 
Reflexos pupilares à luz; TLS, Teste de lágrima de Schirmer. Fonte: Adaptado de Maggs et al. (2017). 
Semiologia oftálmica veterinária 9 
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Equipamentos utilizados para a realização do exame oftálmico 
Para o diagnóstico definitivo o clínico geral ou o profissional especializado em oftalmologia 
veterinária precisa de alguns equipamentos que auxiliem na consulta. Na clínica é necessária a utilização 
de alguns materiais básicos, como por exemplo: lanterna clínica e alguns colírios (Maggs et al., 2017). 
Outros materiais são: tiras de papel de Schirmer, oftalmoscópio, lâmpada de fenda, tonômetro, 
colírios anestésicos, colírio de rosa bengala, lissamina verde, luvas, swabs estéreis, escovas para coleta 
de citologia e tropicamida 1% (Feitosa, 2014). A fonte de luz como, por exemplo, a lanterna tem como 
objetivo clarear partes do olho (extra e intraocular), para a realização de um exame nítido, somado à luz, 
o uso de lupas faz uma apuração melhor para o diagnóstico (Feitosa, 2014). Emprega-se as tiras de papel 
de Schirmer, na realização do teste de Schirmer, que considera a produção de lágrima. A tira é disposta 
no interior do saco conjuntival por um minuto (Emery, 2018). Swabs ou escovas estéreis são utilizados 
para coleta de material para submeter a citologia, distinguindo se há processo infeccioso, observação de 
presença ou ausência de bactérias ou fungos, além de pesquisar doenças corneais (Cooley & Dice, 1990). 
O tonômetro (indireto ou direto) mensura o valor da pressão intraocular (PIO), e assim, permite 
diagnosticar principalmente o glaucoma. Entretanto, o aparelho tem alto investimento, tornandoassim, 
um exame limitado (Andrade et al., 2013). 
A tropicamida (1%) possui rápida ação ao promover midríase, ou seja, a condição de pupila dilatada. 
Com o oftalmoscópio (Figura 5) se visualiza o fundo o olho, esse instrumento possui uma luz específica, 
além disso, para boa visualização da retina, os animais devem estar com a pupila dilatada na 
oftalmoscopia direta, sendo complementada com a indireta (Gelatt, 2003). 
Para abundância de detalhes há a disposição do instrumento chamado lâmpada de fenda (Figura 6) 
ou biomicroscópio, que permite a ampliação da imagem em até 40x, este equipamento proporciona uma 
qualidade alta na visibilização do ângulo iridocorneal, ademais, é indicado para examinar o segmento 
anterior do olho, vítreo e retina (Gould & McLellan, 2012). 
 
Figura 5. Oftalmoscópio. Figura 6. Lâmpada de fenda manual. Fonte: Gould & Mclellan (2012). 
Na rotina oftalmológica há alguns corantes essenciais, como é o caso do corante de fluoresceína e do 
rosa bengala (Martins & Galera, 2011). 
É empregado o colírio ou fitas de fluoresceína para avaliação se há presença de úlcera de córnea ou 
também avaliar o ducto nasolacrimal (teste de Jones). Deve-se aplicar uma gota e induzir que o animal 
pisque para espalhar o corante, em seguida retirar o excesso e observar se o corante se ligou em algum 
local do olho (continuando laranja) indicando o local da lesão. Além disso, verificar se o corante 
apareceu no nariz, se não ocorrer, significa que o ducto está obstruído (Stiles & Kimmitt, 2016). 
Para o exame da conjuntiva, superfície ocular e identificação de ceratoconjuntivite seca (deficiência 
lacrimal) é ideal o uso do corante chamado rosa bengala, que possui ação de unir-se a mucina, tingindo 
células necróticas e vivas, além de demonstrar úlceras superficiais. Não há problema em utilizar na 
mesma consulta os dois corantes: fluoresceína e rosa bengala. Além disso, o colírio lissamina verde, tem 
Bastos et al. 10 
PUBVET DOI: 10.31533/pubvet.v16n04a1082.1-18 
função semelhante ao rosa bengala, se diferenciando apenas por não corar células saudáveis (Martins & 
Galera, 2011). Certos equipamentos descritos estão representados na Tabela 1. 
Tabela 1. Instrumentos e suprimentos básicos que auxiliam no exame oftalmológico em animais 
Instrumentos e suprimentos básicos Função 
Fonte de luz Iluminar as estruturas extra e intra-ocular 
Lupas de aumento Aumento das estruturas oculares 
Tiras de papel de Schirmer Avaliar a quantidade de lágrima 
Swabs/escovas estéreis Auxílio na coleta para citologia 
Tonômetro (indentação e aplanação) Avaliação da pressão intra-ocular 
Tropicamida (1%) Promover midríase da pupila 
Oftalmoscópio (direto e indireto) Visualização das estruturas situadas no segmento posterior do globo ocular 
Lâmpada de Fenda ou biomicroscopio Detalhamento extra e intra-ocular que a lupa não proporciona. 
Colírio de fluoresceína Identificar úlcera de córnea 
Colírio de rosa bengala Auxílio no diagnóstico de problemas na superfície ocular 
Fonte: Feitosa (2014). 
Testes empregados para a avaliação da superfície ocular 
Esses cinco testes são empregados quando existe a suspeita de alterações patológicas na superfície 
ocular. Para que não ocorram alterações nos resultados, é preciso que tais testes sejam realizados antes 
da aplicação de corantes e fármacos (Silva et al., 2016). 
Teste da floculação da lágrima 
O teste da floculação da lágrima apresenta como objetivo a avaliação da integridade funcional do 
filme lacrimal. Ele observa, principalmente, a distribuição da mucina perante à superfície do olho. Para 
a sua realização, é necessária a coleta, que acontece através do uso de um tubo microhematócrito, de 
uma pequena quantidade de lágrima (Figura 7). A amostra coletada deve ser espalhada sobre a superfície 
de uma lâmina de vidro limpa, para que, assim, a leitura possa ser realizada através de microscópio de 
luz polarizada. O padrão a ser encontrado são estruturas que lembram folhas de samambaia, alterações 
nesta normalidade mostram a deficiência de mucina, ou seja, falhas na integridade funcional do filme 
lacrimal (Feitosa, 2014). 
Teste de canulação e lavagem do ducto lacrimal 
Segundo Grahn et al. (2015), o teste de canulação e lavagem do ducto lacrimal (Figura 8) é utilizado 
para realizar a avaliação da patência do ducto nasolacrimal. Além disso, também é empregado para o 
diagnóstico de modificações e perfurações. Geralmente, é realizado em associação com o Teste de Jones, 
que detecta a passagem ou ausência de fluoresceína através do canal nasolacrimal. Em sua maioria, é 
realizado através da via normógrada, ou seja, com a introdução da cânula por meio do olho, entretanto, 
o cavalo é a exceção, já que o teste nesta espécie é realizado de forma retrógrada. 
 
Figura 7. Coleta de lágrima para a realização do teste de floculação de 
lágrima. Fonte: Feitosa (2014). 
Figura 8. Representação da lavagem do ducto lacrimal em cão. 
Fonte: Feitosa (2014). 
Semiologia oftálmica veterinária 11 
PUBVET v.16, n.04, a1082, p.1-18, Abr., 2022 
Teste de rosa bengala 
De acordo com Oriá et al. (2010), o dicloro-tetra-iodo fluoresceína, mais conhecido como corante de 
Rosa Bengala, é empregado na análise de patologias da superfície ocular, especialmente as causadas por 
insuficiência de lágrimas, como a ceratoconjuntivite seca. Ademais, também é empregado na observação 
da presença da mucina na lágrima e para a detecção de alterações epiteliais corneais superficiais. Após 
a aplicação, a observação deve ser, principalmente, realizada com o auxílio da lâmpada de fenda 
(Williams & Griffiths, 2017). 
 
Figura 9. Coloração com corante de Rosa Bengala da córnea e da conjuntiva de um 
cão com ceratoconjuntivite seca. Fonte: Williams & Griffiths (2017). 
Teste da fluoresceína 
Já este teste é utilizado, principalmente, para o diagnóstico de úlceras de córnea. Tal avaliação se dá 
pela visualização da extensão da lesão na córnea e em defeitos epiteliais invisíveis ao exame da córnea. 
O corante de fluoresceína sódica é detectado de forma fácil através da utilização do filtro azul-cobalto 
existente na lâmpada de fenda. A predileção pelo teste em bastão deve ser dada, afinal a proliferação de 
bactérias no colírio é frequente. Além disso, outras avaliações podem ser realizadas através do uso desse 
teste, são elas: o Teste de Jones, que avalia a patência do ducto nasolacrimal; o Teste de Seidel, que é 
utilização para a detecção de rupturas na córnea; e a avaliação do tempo de ruptura do filme lacrimal 
(Sebbag et al., 2019). 
 
Figura 10. Realização do teste de fluoresceína com a fita. Fonte: Petterson-Jones & Crispin (2002). 
Bastos et al. 12 
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Tonometria 
A pressão intraocular é presumida pelo teste de tonometria, que é de extrema importância nos 
diagnósticos oftalmológicos. Para a realização deste teste, é necessária a anestesia da córnea. Enquanto 
as pálpebras são contidas, o tonômetro deve ser colocado sobre a região axial da córnea (Stiles & 
Kimmitt, 2016). A pressão intraocular pode ser determinada por dois aparelhos: o tonômetro de Schiõtz 
e a Tono-pen. Com o tonômetro de Schiõtz a pressão deve ser obtida através da média de três aferições 
e é de extrema importância lembrar de manter a córnea do paciente que está sendo examinado paralela 
ao chão, como em grandes animais, e à mesa de atendimento, como em animais de pequeno porte. Já 
quanto ao uso da Tono-pen, apesar do alto custo do equipamento, algumas vantagens são observadas, 
como a maior precisão, não sendo necessária a realização de três mensurações e nem que o animal 
permaneça com a cabeça na vertical. Dessa forma, a pressão intraocular alta confirma a presença de 
glaucoma, enquanto a pressão baixa é dada como a presença de uveíte (Feitosa, 2014). 
 
Figura 11. Utilização da Tono-pen em um cão. Fonte: Gould & McLellan (2012) 
Alterações que devem ser investigadas noexame oftálmico 
Ao realizar o exame oftálmico é necessário investigar alterações nas seguintes estruturas: pálpebras, 
terceira pálpebra, conjuntiva, córnea, sistema lacrimal, íris e espaço pupilar, lente, retina e nervo óptico 
(Feitosa, 2014). Alterações de pálpebras são observadas com o auxílio de luz ou lâmpada de fenda, 
podendo ter entrópio (pálpebra invertida), ectrópio (pálpebra se dobra para fora) e podem estar 
associados a secreção no olho. Outra modificação é chamada de epífora, sendo a secreção lacrimal 
aumentada (Feitosa, 2014). 
Nos cílios, há presença de alterações chamadas de: triquíase, distiquíase e cílio ectópico. A triquíase 
ocorre quando os cílios da pálpebra superior estão em direção à córnea, distiquíase ocorre nas glândulas 
sebáceas e cílio ectópico é a presença de cílios na pálpebra inferior, devendo utilizar luz para a 
visualização dessas anormalidades nos cílios (Gelatt, 2003). Na terceira pálpebra observa-se 
principalmente se há protrusão, sendo o caso mais comum, podendo originar inflamação (Merlini et al., 
2014). 
Na conjuntiva é averiguado vermelhidão, edema, hemorragia e secreção (Feitosa, 2014). Na córnea, 
ausência de transparência, tendo opacidade (Figura 12), vascularização e mudanças no contorno da 
córnea não são normais e devem ser investigados (Lim & Maggs, 2015). 
O teste da lágrima de Schirmer, teste de floculação da lágrima, teste de canulação e teste de Jones, 
são exames que detectam as alterações no sistema lacrimal, como a diminuição de lágrima, obstrução 
do ducto nasolacrimal ou epífora (Gould & McLellan, 2012). Na câmara anterior pode-se encontrar: 
corpo estranho, presença de pus (hipópio) ou de sangue, chamado de hifema, representado na Figura 13 
(Maggs et al., 2017). 
Dilatação da pupila (midríase), diminuição da pupila (miose), tamanho diferente das pupilas 
(anisocoria), vibração da íris (iridodenese), falta de reflexo da pupila, vermelhidão, vascularização na 
íris, coloração branca na pupila (leucocoria), são alterações que devem ser observadas na íris e espaço 
pupilar (Feitosa, 2014). 
Semiologia oftálmica veterinária 13 
PUBVET v.16, n.04, a1082, p.1-18, Abr., 2022 
Falta de cristalino (afacia), tamanho diminuído (microfacia), saliência cônica (lenticone), são 
algumas modificações vistas na lente, ou seja, é necessário averiguar se há mudança na dimensão ou 
falta de transparência da lente, caso tenha opacidade, o diagnóstico é a catarata (Gellat, 2003). 
 
Figura 12. Opacidade na córnea em um felino. Figura 13. Olho de um cão com hifema e hiperemia escleral. 
Na retina é importante inspecionar a cor e se há fixação normal. Colobomas (ausência de partes do 
nervo óptico), perda de sangue, atrofia ou multiplicação capilar (inflamação) são características de 
alteração no nervo óptico (Feitosa, 2014). 
Exames especializados 
A gonioscopia, eletrorretinografia, radiografia, e a angiografia fluoresceínica são exames 
especializados para o auxílio no diagnóstico oftalmológico (Feitosa, 2014). A análise do ângulo de 
drenagem é feita através de um exame chamado gonioscopia, sendo realizado principalmente em olho 
com glaucoma, mas também em alguns casos de tumores. Esse método possui vantagem pois possibilita 
visibilização das estruturas claramente (Martins & Galera, 2011). 
Além disso, se torna difícil o sucesso do exame na condição de córnea opaca, ou seja, não 
transparente, pois esse exame se dá pela verificação do ângulo em que a córnea e a íris se transpõem, 
observado comumente essa anormalidade na espécie canina, sendo chamada de goniodisgenesias, 
estando propenso ao glaucoma. O médico veterinário oftalmologista deve ficar atento em raças 
predispostas ao glaucoma, como por exemplo Cocker Spaniels e Beagles. Sobretudo, o resultado da 
gonioscopia permite distinguir se o olho possui glaucoma de ângulo aberto, estreito ou fechado, ou 
goniodisgenesia e para que a execução tenha êxito é importante o profissional ter experiência (Martins 
& Galera, 2011). 
Quando a luminosidade alcança a retina gera potenciais elétricos, e para o conhecimento dessa 
questão, faz-se necessário realizar o exame de eletrorretinografia (ERG), onde se apontam diferenças 
em relação a origem da cegueira ou o quadro da função da retina para o procedimento cirúrgico de 
catarata, além de diagnosticar problemas hereditários na retina. Nesse exame posicionam-se, em torno 
do olho, eletrodos identificando diferenças de potencial por meio de luz. Para a realização do ERG o 
animal precisa estar em anestesia ou sedação, reduzindo o músculo periocular (Maggs et al., 2017). 
A estratégia para observação de lesões que não são perceptíveis no exame oftalmoscópico é feita 
através da angiografia fluoresceínica. Esse exame possibilita detalhamento sobre a retina. Utiliza-se 
nesse exame o corante de fluoresceína e uma luz específica, em seguida é fotografado em segundos, 
sendo relevante a imobilidade do paciente, só sendo possível por meio de sedação. Existem fases nesse 
exame: fase coroidal, fase arteriolar, fase arteriovenosa, fase venosa e a fase tardia (Gould & McLellan, 
2012). 
Além disso, de acordo com Silva et al. (2018), existe a ultrassonografia em modo-B por meio de 
Doppler colorido, sendo uma técnica recente e que não necessita de sedação ou anestesia, aprimorando 
assim o diagnóstico. Com ela é possível a visibilização do globo ocular, verificando a artéria oftálmica 
Bastos et al. 14 
PUBVET DOI: 10.31533/pubvet.v16n04a1082.1-18 
externa. Em um estudo foram mensurados 60 bulbos oculares de cães, demonstrando referências de 
valores normais em cães saudáveis, ajudando na área de oftalmologia veterinária como parâmetro. 
Descolamento de retina, hemorragia intraocular, luxação do cristalino e presença de corpo estranho são 
exemplos de indicações para a realização da ultrassonografia ocular (Mirshahi et al., 2014). 
Particularidades do exame oftálmico entre as espécies domésticas 
O posicionamento dos olhos na cabeça dos animais varia de acordo com sua ecologia, abrangendo 
hábitos alimentares e o ambiente em que está situado. De forma geral, espécies ditas como predadoras 
possuem os olhos posicionados à frente e espécies classificadas como presas possuem essa estrutura 
localizada lateralmente (Dyce et al., 2004). 
Há diversas particularidades entre as espécies de animais domésticos quanto à forma e o tamanho de 
estruturas. Variações são relatadas inclusive entre indivíduos da mesma espécie. Por exemplo, 
proporcionalmente ao corpo, o gato conta com o maior bulbo ocular enquanto o suíno possui o menor 
entre as espécies de animais domésticos (Köning & Liebich, 2011). 
Pequenos animais 
De maneira geral há mínima restrição no processo do exame ocular em pequenos animais, com 
cautela na abordagem associada a cooperação do paciente juntamente com os tutores que são pontos 
chave na realização do procedimento oftálmico. Se houver a necessidade de contenção com o uso de 
focinheiras, no caso dos cães, o tutor preferivelmente deve colocar em seu animal de forma a estressá-
lo o mínimo possível e manter a focinheira bem ajustada para evitar acidentes (Gould & Mclellan, 2012). 
O animal deve ser posicionado bem próximo da borda da mesa examinadora. O tutor deve fornecer 
suporte com uma mão alcançando o peito e a outra apoiando o queixo do paciente levantando o cabeça 
para uma posição em que o animal possa ficar imóvel durante o exame. Dessa forma, com a presença 
do tutor, o animal se sentirá mais confiante (Gould & Mclellan, 2012). 
Uma alteração muito comum na clínica de pequenos animais é a protusão da glândula da terceira 
pálpebra em cães, sendo em gatos de ocorrência muito rara. Geralmente ocorre quando os animais ainda 
são filhotes de até um ano. Dentre as raças mais acometidas estão: Beagle, Shih-Tzu, Bulldogs e Lhasa 
Apso. Essa alteração não possui sua etiologia bem definida (Merlini et al., 2014). Há componente 
genético suspeito que é estudadocom base na predisposição das raças, especialmente em cães 
braquicefálicos e raças de porte grande e gigante (Michel et al., 2020). 
A avaliação oftálmica na espécie felina muitas vezes pode ser mais difícil que em cães. Os felinos, 
como mecanismo de defesa tendem a não exteriorizar que estão doentes, com isso, não mostram sinais 
de incoordenação quando apresentam manifestações visuais, como os cães normalmente fazem (Stiles 
& Kimmitt, 2016). 
Na realização do teste de ameaça em gatos deve-se atentar para não tocar nos bigodes e/ou vibrissas, 
para evitar o estímulo na córnea. Alguns pacientes podem ter resposta discreta ou ausente, enquanto 
outros podem apresentar resposta rápida. Filhotes apenas desenvolvem resposta a este teste após 12 
semanas de vida (Stiles & Kimmitt, 2016). 
Em relação ao teste de reflexo pupilar à luz (PLR) em gatos, mostra-se presente em filhotes quando 
as pálpebras se abrem. Alguns animais mais velhos podem ter pupilas midriáticas apenas com um leve 
feixe de luz ou ausente em razão de atrofias do músculo do esfíncter da íris, muito comum nessa fase da 
vida (Stiles & Kimmitt, 2016). 
Grandes animais 
Os bovinos e equinos apresentam diversas especificações referentes à semiologia ocular. Isso se dá 
principalmente na contenção e nas limitações do atendimento à campo. De acordo com Wintzer (1990), 
diferentemente de cães e gatos em que não se usam bloqueios anestésicos, para a realização de exames 
oftalmológicos em equinos é de extrema importância a utilização de anestésicos. O bloqueio do nervo 
sensitivo supraorbitário e do motor auriculopalpebral fornecem anestesia local e são os principais, 
entretanto, se necessário, pode-se optar pela sedação intravenosa. 
Semiologia oftálmica veterinária 15 
PUBVET v.16, n.04, a1082, p.1-18, Abr., 2022 
É muito comum em cavalos a obstrução do sistema nasolacrimal ou a perfuração dos pontos 
lacrimais, por isso é de extrema importância a realização do teste de canulação, para que assim se 
obtenha a patência do ducto nasolacrimal. Distintivamente das outras espécies, em equinos a avaliação 
da patência dos canais lacrimais é feita por via retrógrada, sendo assim, é feita através da canulação do 
orifício distal, ou seja, o que está presente no nariz do animal (Feitosa, 2014). 
Quando se trata de grandes ruminantes, não existem grandes especificidades, já que os exames 
oftalmológicos são pouco explorados nessa espécie. A rotina oftalmológica de bovinos é bem básica, 
sendo assim, os principais testes realizados são: o teste lacrimal de Schirmer, os testes de reflexo 
pupilares e o uso de colírios, como fluoresceína. Todavia, é de extrema importância manter uma 
sequência, de modo que a execução de certos testes não interferiram nos resultados de outros (Maggs et 
al., 2017). 
Animais silvestres 
Por apresentarem maior sensibilidade ao estresse da manipulação e contenção, os animais silvestres 
devem ter uma maior atenção a alguns critérios básicos da realização de exames semiológicos, como o 
tempo, acesso rápido ao material necessário, às características biológicas, técnicas de contenção 
aplicadas de forma correta, risco de acidentes, e principalmente, a transmissão de zoonoses (Santana et 
al., 2020). 
Quando se trata de anfíbios e peixes, os estudos semiológicos e oftálmicos são basicamente 
inexistentes, porém, as maiores diferenças são vistas na parte anatômica de tais animais (Pereira et al., 
2020). Quanto aos répteis, por ser um mercado que está cada vez maior. As alterações de manejo fazem 
com que ocorram também alterações na semiologia, principalmente na oftálmica, já que surgiram mais 
alterações visuais em tais animais (Lange et al., 2014). 
A semiologia oftalmológica de animais silvestres é mais destrinchada em aves. Conforme Rauscher 
et al. (2013), aves de rapina e psitacídeos são apresentadas ao profissional veterinário com maior 
prevalência de doenças oculares diversas das demais espécies e estão sujeitas a diferentes procedimentos 
semiológicos. Na avaliação do reflexo palpebral, normalmente as pálpebras não se contraem 
completamente, mas se movimentam com facilidade. Em aves, por conta da ausência dos músculos 
retratores do bulbo, o bulbo não retrai. Sendo assim, a terceira pálpebra é capaz de se movimentar 
rapidamente sobre a córnea (Peixoto & Galera, 2012; Queiroz et al., 2015). 
Já quando se trata do reflexo pupilar, em situações de excitação, por conta do controle do movimento 
voluntário, podem ocorrer movimentos espontâneos. Devido à interseção completa das fibras do nervo 
óptico, não são esperados reflexos consensuais. Em aves com a visão hígida, a reação à ameaça 
geralmente é fraca, de tal forma, é de pouca notabilidade para o diagnóstico. Apesar da pouca rotina no 
exame de aves, o reflexo corneal é notado pela movimentação da terceira pálpebra, pela resposta 
negativa aos estímulos externos e pelo movimento de piscar (Rodarte-Almeida et al., 2013). 
O teste de Schirmer é utilizado para medir a quantidade de lágrimas produzidas, entretanto, devido a 
um menor tamanho da fissura palpebral em aves, a inserção da tira de papel utilizada no teste é 
dificultada. Por isso, uma melhor alternativa é optar pelo uso do vermelho de fenol teste de corda, que, 
além disso, é um método menos estressante e que exige 15 segundos para sua execução (Oliveira et al., 
2014). 
Considerações finais 
As semelhanças básicas entre os olhos de todos os animais vertebrados e como eles respondem a 
insultos possibilita que o oftalmologista trate com seguridade uma gama de manifestações oculares nas 
mais variadas espécies animais. A abordagem diagnóstica em oftalmologia deve ser realizada de forma 
metódica. A anamnese, a inspeção visual e os principais testes e exames adotados são indispensáveis à 
condução do caso clínico e ao sucesso da abordagem terapêutica. 
O exame oftálmico completo inclui a utilização de uma diversidade de testes, os quais são realizados 
em ambiente do qual possa regular a incidência de luz. Animais de pequeno porte são mais bem 
examinados na mesa de exame clínico; em contrapartida, animais de raças grandes a gigantes podem ser 
Bastos et al. 16 
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examinados no chão. A contenção do paciente deve ser mínima para que não interfira em alguns 
parâmetros, tal como a pressão intraocular (PIO). 
O acompanhamento oftálmico periódico, sobretudo em animais idosos e de raças predispostas a 
doenças oculares é de suma importância, tendo em vista que a ocorrência de doenças oculares como a 
catarata pode estar relacionada com a faixa etária do animal. Conclui-se, então, que é de suma 
importância a realização de trabalhos com a temática de semiologia oftálmica veterinária, auxiliando 
profissionais no exame clínico e, posteriormente, no diagnóstico e tratamento adequado. 
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Histórico do artigo:
Recebido: 21 de dezembro de 2021 
Aprovado: 02 de fevereiro de 2022 
Disponível online:15 de abril de 2022 
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