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Interpretação Clínica II TBL - TVP/TEP Mulher, 48 anos de idade, chega ao pronto-socorro com queixa de dispneia súbita há 2 horas. Estava fazendo o jantar quando sentiu falta de ar súbita, "sensação de desmaio e de batedeira no peito". Negou dor torácica, tosse e febre. Antecedentes pessoais: colecistectomia por litíase biliar há 2 semanas. O procedimento foi complicado por infecção pós-operatória, com necessidade de permanência no hospital, em leito de UTI, por 8 dias além do previsto; tendo recebido antibioticoterapia venosa, na ocasião. Ao exame: frequência respiratória = 28 irpm; SatO2 = 84%; frequência cardíaca = 124 bpm; PA = 120 x 88 mmHg; temperatura = 36°C. Dispneica, sudoreica e ansiosa. Mucosa oral levemente cianótica. Estase jugular a 45º. Ritmo cardíaco regular em dois tempos com hiperfonese de B2 audível em foco pulmonar. Ausculta pulmonar limpa. Abdome sem alterações. Extremidades: sem edema, boa perfusão periférica. Exames do caso: Enzimas cardíacas = resultado dentro do limite da normalidade. ECG = taquicardia sinusal. RX de tórax normal. a) Qual é o achado mais comum, no exame físico, da paciente com essa hipótese diagnóstica? b) Qual é o exame de escolha para confirmar a principal hipótese diagnóstica? c) Os resultados dos exames iniciais da paciente já eram esperados? Descartam a principal hipótese diagnóstica? d) De acordo com a principal hipótese diagnóstica do caso, quais são os dois exames sanguíneos que indicam o prognóstico clínico dessa paciente? - O trombembolismo venoso (TEV) → trombembolismo pulmonar (TEP) e/ou trombose venosa profunda (TVP). - Doenças de um mesmo espectro e apresentando os mesmos fatores de risco. - Terceira causa mais frequente de síndrome cardiovascular aguda no mundo. - Apresenta um alto índice de mortalidade, sendo que aproximadamente 34% dos pacientes acometidos morrem subitamente ou em poucas horas. - Quase 2/3 dos casos de TEV →TVP isolada, sendo a maioria das veias proximais do membro inferior e um terço por TEP Fatores de risco Diagnóstico TVP - Dor e edema; - Vinte a cinquenta por cento dos pacientes podem apresentar TVP extensa sem ter qualquer sintomatologia sugestiva - Logo, diagnóstico clínico → sem sensibilidade e especificidade satisfatórios. D-dímero - Subproduto da degradação da fibrina → se eleva quando há formação de trombos; - Quase todos os pacientes com embolia pulmonar apresentam níveis maiores do que 500 ng/ml - Resultados normais (< 500 ng/ml) deste exame são extremamente úteis, por tornarem muito improvável o diagnóstico de embolia pulmonar → Alto VPN - D- dímero < 500 ng/ml afasta, com alto nível de segurança, a possibilidade de embolia pulmonar em pacientes com probabilidade clínica baixa da doença, de forma que exames de imagem adicionais tornam-se desnecessários Diagnóstico TEP - Inespecíficos: dispneia, dor torácica, síncope, hemoptise… - Instabilidade hemodinâmica Diagnóstico TEP Diagnóstico TEP Troponina → Elevações são encontradas em 30% a 50% dos pacientes com embolia pulmonar. Associado a pior prognóstico → maior freqüência de disfunção ventricular direita, hipotensão prolongada e maior letalidade hospitalar Peptídeo natriurético cerebral (BNP) → Elevado em pacientes com disfunção ventricular direita secundária à embolia pulmonar. marcador de pior evolução Biomarcadores - Suporte hemodinâmico e respiratório (oxigenoterapia); - Reposição volume cautelosa + Norepinefrina + Dobutamina → Insuficiência VD - Anticoagulação parenteral: heparina de baixo peso molecular (clexane=enoxaparina) - Anticoagulação oral (NOAC's): dabigatrana, rivaroxabana… - Trombólise - Terapia percutânea (mecânica e farmacológica) Tratamento