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Análise de Balanço e Concessão de Crédito

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Prévia do material em texto

2013
Análise de BAlAnço e 
ConCessão de Crédito
Prof. Luciano Fernandes
Prof. José Alfredo Pareja Gomez de La Torre
Copyright © UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Prof. Luciano Fernandes
Prof. José Alfredo Pareja Gomez de La Torre
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 658.15076
 F363a Fernandes, Luciano 
 Análise de balanço e concessão de crédito / Luciano 
Fernandes, José Alfredo Pareja Gomez de La Torre. Indaial : Uniasselvi, 
2013.
 283 p. : il
ISBN 978-85-7830-826-1
 1. Contabilidade. 2. Balanço contábil. 3. Análise de crédito. 
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Impresso por:
III
ApresentAção
Caro(a) acadêmico(a)!
Conceder crédito implica em uma relação de confiança com seu 
cliente, e neste processo deve-se observar, entre outras coisas, a segurança, 
a liquidez e a rentabilidade de seus clientes, para oferecer crédito com certa 
margem de segurança, que garanta a eficiência e eficácia das operações.
Neste livro serão estudados todos os aspectos que envolvem a análise 
de balanço e concessão de crédito, e para se conseguir atingir este propósito, 
dividiremos este caderno em três unidades.
A Unidade 1 abordará os conceitos básicos para introdução à análise 
das demonstrações contábeis. Para isto, serão vistos de forma sucinta os 
tipos de sociedades existentes em nossa legislação atual, as principais 
demonstrações contábeis obrigatórias pela Lei 6.404/76 e atualizada pelas 
leis 11/638/07 e 11.941/09, conhecidas como Leis das Sociedades por Ações 
– LSA. Por fim, serão apresentados os conceitos teóricos relacionados 
ao seu fundamento, objetivos, processo e metodologia, padronização e 
reclassificação das demonstrações contábeis.
Na Unidade 2 será abordada a análise das demonstrações contábeis 
propriamente ditas, quanto ao seu método e principais indicadores de análises, 
bem como os indicadores fundamentalistas, os métodos quantitativos para 
previsão de insolvência e a etapa final quanto à elaboração do relatório ou 
parecer de análise das demonstrações contábeis.
Finalmente, na Unidade 3 será abordada a análise para concessão de 
crédito, explicitando seus fundamentos, o papel da informação no processo 
de crédito, os principais títulos de crédito e tipos de garantias, os riscos na 
concessão do crédito e a formação do parecer de crédito.
Bons estudos!
Luciano Fernandes
José Alfredo Pareja Gomez de La Torre
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1 – ESTRUTURA E PREPARAÇÃO PARA A ANÁLISE DAS 
 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ........................................................................... 1
TÓPICO 1 – CONTABILIDADE E A ATIVIDADE EMPRESARIAL ............................................ 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 OS TIPOS DE SOCIEDADES ............................................................................................................ 3
3 A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE NA ATIVIDADE EMPRESARIAL ..................... 5
4 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS ................................................................................................................. 7
5 REGIME DE COMPETÊNCIA VERSUS REGIME DE CAIXA .................................................... 7
6 PROVISÕES, DEPRECIAÇÕES, AMORTIZAÇÕES E EXAUSTÕES ....................................... 9
6.1 PROVISÕES ...................................................................................................................................... 9
6.2 DEPRECIAÇÕES, AMORTIZAÇÕES E EXAUSTÕES ............................................................... 10
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 13
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 14
TÓPICO 2 – ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .......................................... 17
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 17
2 BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................................... 20
2.1 ATIVO CIRCULANTE .................................................................................................................... 24
2.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE .......................................................................................................... 26
2.3 PASSIVO CIRCULANTE ................................................................................................................ 27
2.4 PASSIVO NÃO CIRCULANTE ..................................................................................................... 29
2.5 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................................................................................................ 30
3 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE ................................................. 34
3.1 DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS - DLPA. ...................... 40
4 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO – DMPL .................. 44
5 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA - DFC .................................................................. 44
6 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO – DVA ............................................................ 51
7 NOTAS EXPLICATIVAS E RELATÓRIOS QUE ACOMPANHAM AS 
 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .................................................................................................. 55
7.1 NOTAS EXPLICATIVAS ................................................................................................................. 56
7.2 RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE .........................................................................56
7.3 RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO .......................................................................................... 57
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 58
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 60
TÓPICO 3 – INTRODUÇÃO PARA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...... 63
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 63
2 FUNDAMENTOS PARA ANÁLISE DAS DEMONSTRACÕES CONTÁBEIS ....................... 63
2.1 OBJETIVOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...................................... 64
2.2 USUÁRIOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ....................................... 64
2.3 PROCESSO, METODOLOGIA E ETAPAS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES 
 CONTÁBEIS ..................................................................................................................................... 65
2.4 PADRONIZAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES 
 CONTÁBEIS PARA EFEITOS DE PREPARAÇÃO DA ANÁLISE ........................................... 71
sumário
VIII
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 75
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 80
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 81
UNIDADE 2 – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE BALANÇOS .............................................. 83
TÓPICO 1 – ANÁLISE POR ÍNDICE OU QUOCIENTES ........................................................... 85
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 85
2 INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DOS ÍNDICES OU QUOCIENTES ..................................... 86
3 ÍNDICES DE LIQUIDEZ (OU SOLVÊNCIA) ............................................................................... 90
3.1 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE OU LIQUIDEZ COMUM (LC) ................... 91
3.2 ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA (LS) .................................................................................... 92
3.3 ÍNDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA (LI).......................................................................... 93
3.4 ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL (LG) ............................................................................... 94
4 ÍNDICES DA ESTRUTURA DE CAPITAL ................................................................................... 96
4.1 PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS (GRAU DE ENDIVIDAMENTO) ......... 97
4.2 COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO.................................................................................. 98
4.3 IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ...................................................................... 99
4.4 IMOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS NÃO CORRENTES ........................................................ 100
5 ÍNDICES DE RENTABILIDADE E LUCRATIVIDADE ............................................................ 101
5.1 GIRO DO ATIVO .......................................................................................................................... 102
5.2 MARGEM LÍQUIDA .................................................................................................................... 103
5.3 RENTABILIDADE OU RETORNO DO ATIVO (ROI OU ROA) ............................................ 104
5.4 RENTABILIDADE OU RETORNO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (ROE) ........................... 104
5.5 ANÁLISE DO ROI PELO MÉTODO DUPONT ....................................................................... 105
5.6 GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA (GAF) ............................................................... 107
5.7 ALAVANCAGEM OPERACIONAL ............................................................................................ 115
5.8 ÍNDICE DE ATIVIDADE, PRAZO MÉDIO OU ROTATIVIDADE ....................................... 118
5.8.1 Prazo Médio de Estoques – PME ....................................................................................... 118
5.8.2 Prazo Médio de Clientes – PMC ........................................................................................ 120
5.8.3 Prazo Médio de Pagamento – PMP ................................................................................... 121
5.8.4 Ciclo Operacional e Ciclo Financeiro ................................................................................ 123
5.9 ÍNDICE-PADRÃO ........................................................................................................................ 127
5.10 ATRIBUIÇÃO DE PESOS NA ESTRUTURA DE ÍNDICE-PADRÃO ................................. 131
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 137
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 139
TÓPICO 2 – ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL .................................................................. 143
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 143
2 TÉCNICA DA ANÁLISE VERTICAL (AV) .................................................................................. 143
3 TÉCNICA DA ANÁLISE HORIZONTAL (AH)........................................................................... 145
4 ANÁLISE CONJUNTA – ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL ........................................ 148
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 152
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 153
TÓPICO 3 –ANÁLISE DA DINÂMICA DE CAPITAL DE GIRO .............................................. 157
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 157
2 MODELO FLEURIET – RECLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS DO ATIVO E PASSIVO 
 CIRCULANTE .................................................................................................................................... 157
3 APLICAÇÃO DA ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO NA GESTÃO EMPRESARIAL ...... 163
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 166
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 167
IX
TÓPICO 4 – ANÁLISE FINANCEIRA AVANÇADA .....................................................................169
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................169
2 VALOR ECONÔMICO ADICIONADO NAS EMPRESAS .......................................................169
3 EBITDA – EARNING BEFORE INTEREST, TAXES, DEPRECIATION AND 
 AMORTIZATION OU LAJIDA – LUCRO ANTES DE JUROS, IMPOSTOS, 
 DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO ..............................................................................................173
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................177
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................178
TÓPICO 5 – MODELOS DE PREVISÃO DE INSOLVÊNCIA .....................................................181
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................1812 MODELOS DE PREVISÃO DE INSOLVÊNCIA .........................................................................182
2.1 MODELO ALTMANN ..................................................................................................................182
2.2 MODELO ELIZABETSKY ............................................................................................................182
2.3 MODELO MATIAS ........................................................................................................................183
2.4 MODELO PEREIRA ......................................................................................................................184
3 MODELO DE KANITZ ......................................................................................................................184
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................188
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................189
TÓPICO 6 – RELATÓRIO DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...............193
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................193
2 PASSOS PARA ELABORAR UM RELATÓRIO DE ANÁLISE .................................................193
3 ESTRUTURA DE UM RELATÓRIO DE ANÁLISE .....................................................................195
3.1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................195
3.2 SUMÁRIO .......................................................................................................................................195
3.3 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES .......................................................................................196
3.4 CORPO ............................................................................................................................................196
3.5 ANEXOS ..........................................................................................................................................197
RESUMO DO TÓPICO 6......................................................................................................................198
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................199
UNIDADE 3 – PROCESSO DE CRÉDITO, GARANTIAS E ELABORAÇÃO 
 DE PARECERES ..........................................................................................................201
TÓPICO 1 – ANÁLISE DE CRÉDITO ...............................................................................................203
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................203
2 OBJETIVOS E CONCEITO ..............................................................................................................203
3 FUNDAMENTOS DA ANÁLISE.....................................................................................................204
4 O BOM SENSO E O PROCESSO DE DECISÃO..........................................................................205
4.1 OS 4 “C” DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO ..............................................................................206
4.1.1 C.1 Caráter ............................................................................................................................206
4.1.2 C.2 Capacidade ....................................................................................................................207
4.1.3 C.3 Capital..............................................................................................................................208
4.1.4 C.4 Condições ........................................................................................................................209
4.1.5 Colateral .................................................................................................................................210
5 DECISÕES ANALISANDO OS 4 “C” NAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO ...........................210
6 SEGURANÇA NA DOCUMENTAÇÃO DAS OPERAÇÕES ....................................................211
6.1 INFORMAÇÕES E DADOS CADASTRAIS ..............................................................................212
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................213
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................216
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................217
X
TÓPICO 2 – RISCOS E LIMITES DE CRÉDITO.............................................................................219
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................219
2 ANÁLISE DO RISCO NA OPERAÇÃO .........................................................................................220
3 LINHAS E LIMITES DE CRÉDITO ................................................................................................222
3.1 TIPOS E COMPATIBILIDADES DE LINHAS DE CRÉDITO ..................................................224
3.1.1. Crédito Pessoas Físicas ........................................................................................................224
3.1.1.1 Rotativas, crédito pessoal .......................................................................................224
3.1.1.2 Específicas, Crédito Pessoal ...................................................................................225
3.1.2. Crédito Empresas.................................................................................................................226
3.2 CONTROLE E GESTÃO DO RISCO EM FUNÇÃO DOS LIMITES DE CRÉDITO .............228
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................230
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................234
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................235
TÓPICO 3 – GARANTIAS NAS OPERAÇÕES ...............................................................................237
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................237
2 FONTES DE PAGAMENTO .............................................................................................................238
3 TIPOS DE GARANTIAS EM FUNÇÃO DOS LIMITES DE CRÉDITO .................................239
3.1 GARANTIAS PESSOAIS ..............................................................................................................239
3.1.1. Aval ........................................................................................................................................240
3.1.1.1 Fiança ...................................................................................................................................241
3.2 GARANTIAS REAIS .....................................................................................................................241
3.2.1 Hipotecas ...............................................................................................................................242
3.2.2 Alienação fiduciária ..............................................................................................................243
3.2.3 Penhor Mercantil ...................................................................................................................2443.2.4 Caução de duplicatas e cheques .........................................................................................244
3.2.5 Caução de cheques ...............................................................................................................245
4 PROCESSOS DE COBRANÇA E CONTROLE DAS GARANTIAS ........................................245
4.1 ALERTAS DE RISCO .....................................................................................................................246
4.2 PERFIL DEVEDOR ........................................................................................................................247
4.3 MEDIDAS PREVENTIVAS ...........................................................................................................248
4.4 PROCEDIMENTOS DE COBRANÇA ........................................................................................249
4.4.1 Contato telefônico .................................................................................................................250
4.4.2 Mensagens .............................................................................................................................250
4.4.3 Visita in loco ...........................................................................................................................250
4.4.4 Agência de cobrança e protesto ..........................................................................................251
4.4.5 Processo Judicial ...................................................................................................................251
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................252
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................256
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................257
TÓPICO 4 – ELABORAÇÃO DE PARECERES ................................................................................259
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................259
2 MÉTODOS DE ELABORAÇÃO DE PARECERES .......................................................................259
3 PROCESSOS NA GESTÃO DE ELABORAÇÃO DE PARECERES ..........................................260
4 ANÁLISE COM TÉCNICAS ESTATÍSTICAS ..............................................................................262
5 RATINGS DE CRÉDITO ....................................................................................................................266
5.1. GRAUS DE RATINGS ...................................................................................................................267
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................271
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................274
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................275
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................277
1
UNIDADE 1
ESTRUTURA E PREPARAÇÃO PARA 
A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade você será capaz de:
• conhecer os principais tipos de sociedades;
• conhecer os principais princípios contábeis e sua influência nas entidades;
• identificar conceitos relacionados aos eventos contábeis;
• conhecer as principais demonstrações e relatórios contábeis obrigatórios;
• identificar os principais fundamentos e objetivos de análise das demons-
trações contábeis;
• conhecer e aplicar o processo e a metodologia de análise;
• conhecer as formas de padronização e reclassificação durante a prepara-
ção para as demonstrações contábeis.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No primeiro você conhecerá 
os principais tipos de sociedades relacionadas com a legislação atual, 
o funcionamento da empresa, os postulados, princípios e convenções 
contábeis. Também será abordada a diferença entre regime de competência 
e caixa e ainda serão tratados conceitos envolvendo eventos contábeis. No 
segundo tópico será abordada a estrutura e apresentação das demonstrações 
contábeis obrigatórias pela Lei das Sociedades por Ações – LSA. No terceiro 
tópico serão abordados os principais fundamentos, processo, padronização e 
reclassificação das demonstrações contábeis.
TÓPICO 1 – CONTABILIDADE E A ATIVIDADE EMPRESARIAL
TÓPICO 2 – ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
TÓPICO 3 – INTRODUÇÃO PARA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
CONTABILIDADE E A ATIVIDADE 
EMPRESARIAL
1 INTRODUÇÃO
A necessidade de atender aos seus mais diversos usuários ao longo 
da história fez da Contabilidade uma ciência que acompanhou a evolução da 
necessidade de seus usuários. Isto se deu desde seus proprietários, que de 
forma rudimentar controlavam sua riqueza, até o surgimento do método das 
partidas dobradas para evidenciar as transações e garantir aporte de recursos nas 
atividades empresariais.
Aliás, a atividade empresarial sempre existiu, desde os tempos mais 
remotos, concebida através do meio de troca das mercadorias excedentes da 
produção (escambo). Mais tarde a produção passou a ser trocada por moeda 
(dinheiro), estabelecendo um comércio mais dinâmico, estruturado e organizado.
Como tema relevante no estudo desta disciplina, este tópico abordará 
uma visão contábil focada em conceitos, estruturas e relatórios adequados aos 
novos padrões harmonizados com os padrões internacionais.
Além destas, a compreensão do tipo de sociedade analisado poderá 
influenciar em seus aspectos legais, tributários e fiscais, entre outros, sendo 
determinante sua compreensão.
2 OS TIPOS DE SOCIEDADES
Caro acadêmico! Imagine que você tenha uma ideia que possa lhe render 
economicamente e queira abrir um negócio! Qual é o primeiro questionamento 
que provavelmente virá à sua mente? Acredito que você deva se perguntar:
– Qual o tipo de sociedade mais compatível com a atividade empresarial que 
pretendo desenvolver?
Talvez você já tenha pensado ou vivido tal situação. O fato é que o tipo de 
sociedade pode ser preponderante, dependendo do tipo de negócio que se queira 
desenvolver economicamente.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E PREPARAÇÃO PARA A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
4
Para compreender melhor este assunto, vamos abordar os conceitos dos 
principais tipos de sociedades, mas lembre-se de que maiores detalhes podem ser estudados 
no Caderno de Estudos da disciplina de Direito.
ATENCAO
Na realidade, a constituição de um negócio implica na junção de capitais 
alheios. A necessidade de criação de uma sociedade se torna imprescindível para 
separar o patrimônio dos sócios do patrimônio da sociedade.
No Brasil, em se tratando do direito societário e empresarial, a legislação 
que regulamenta os tipos de sociedades empresariais está definida no novo Código 
Civil, conforme Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, nos artigos 1.039 a 1.096. 
Porém, as sociedades anônimas são regidas pela Lei 6.404, de 15 de dezembro de 
1976, conforme preceitua o próprio Código Civil no artigo 1.089.
Então, conforme a Lei 10.406/2002 (novo Código Civil), as sociedades 
passam a ser classificadas quanto à sua natureza como: sociedade simples ou 
sociedade empresária.
A diferença entre uma e outra se baseia na presença ou não de uma estrutura 
empresarial organizada, de forma a exercer uma atividade empresarial, que 
caracteriza a sociedade empresária.
Portanto, sua personificação jurídica implica na existência de atividades deprodução de bens e serviços, com patrimônio constituído com o objetivo de gerar 
lucro, enquanto as sociedades simples se aplicam a atividades não empresariais, 
por não possuírem uma estrutura organizacional. Nestas são exploradas as 
atividades de intelecto literário, artístico, entre outras.
QUADRO 1 – PRINCIPAIS TIPOS DE SOCIEDADES EMPRESARIAIS NO BRASIL
Sociedade em Nome 
Coletivo (arts.1.039 
a 1.044).
Tipo de sociedade composta apenas e tão somente por pessoas físicas. 
Possui responsabilidade solidária e ilimitada, isto requer dizer que os 
sócios respondem com seu patrimônio pelo excedente das dívidas da 
empresa.
Sociedade em
Comandita Simples 
(arts. 1.045 a 1.051).
Este tipo de sociedade possui dois tipos de sócios: comanditados e 
comanditários. Os comanditados são pessoas físicas que respondem de 
forma solidária e ilimitada, ou seja, com seu próprio patrimônio, em caso 
de excedente das dívidas da sociedade. Os comanditários respondem 
apenas pelos valores de suas quotas. 
TÓPICO 1 | CONTABILIDADE E A ATIVIDADE EMPRESARIAL
5
Sociedade Limitada 
(arts. 1.052 a 1.087),
Neste tipo de sociedade a responsabilidade dos sócios perante o capital 
social é limitado, ou seja, responde de forma limitada à sua participação ao 
capital social, que é composto por quotas proporcionais à sua participação.
Sociedade Anônima 
(arts. 1.088 e 1.089).
Neste tipo de sociedade o capital social é dividido em ações e os sócios 
ou acionistas respondem de forma limitada ao capital social, baseado 
no preço da emissão das ações que subscrever ou adquirir. Pode ser de 
capital fechado ou aberto.
Sociedade em
Comandita por Ações 
(arts. 1.090 a 1.092).
Este tipo de sociedade é regido por normas especiais da sociedade 
anônima. Da mesma forma que na sociedade em Comandita Simples, 
existem os sócios comanditados, que respondem de forma solidária e 
ilimitada pelas obrigações contraídas pela sociedade, e os comanditários, 
que respondem apenas pelas ações subscritas. 
Trata-se de uma sociedade de capitais em que somente o acionista pode 
ser diretor e exercer função de administrador.
FONTE: Adaptado de: Lei 10.406/2002 – Código Civil 
3 A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE NA ATIVIDADE
EMPRESARIAL
A contabilidade nunca foi tão necessária como nos dias atuais. A razão é 
muito simples, eis que vivemos na era da informação e o sistema contábil em uma 
empresa é o principal gerador de informação para tomada de decisão.
A estrutura contábil em uma empresa depende fundamentalmente do 
seu tamanho. Empresas de pequeno porte dificilmente terão profissionais da área 
contábil dentro da empresa para atender à sua demanda, e empresas de grande 
porte poderão ter profissionais especializados por área: tributária, contábil, 
societária, gerencial, fiscal, custos, entre outros.
Contudo, a realidade é bem outra! Muitas empresas fecham suas portas 
pouco tempo após o início de suas atividades, e os motivos são diversos, porém 
os mais impactantes são a falta de conhecimentos básicos acerca de informações 
financeiras e contábeis que ajudariam a gerir sua atividade e torná-la lucrativa a 
longo prazo para garantir sua sobrevivência.
Você sabia que, em geral, calcula-se que mais de 50% das empresas se 
extinguem antes de completar cinco anos?
ATENCAO
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E PREPARAÇÃO PARA A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
6
Outro fator preponderante é que no Brasil existe uma forte influência 
normativa que acabou por desenvolver uma cultura para atender muito mais 
ao fisco do que aos interesses societários. Assim, há uma nítida preferência da 
contabilidade para fins de apuração dos tributos do que propriamente voltados 
para a eficiência e eficácia das operações.
Se nem todas as empresas podem ter contadores exclusivos, contudo seus 
empreendedores deveriam ter profundo conhecimento contábil para extrair e 
interpretar informações para a gestão financeira, como: fluxo de caixa, resultado 
econômico e financeiro, previsão de insolvência, formação de preços, entre outros.
IMPORTANT
E
Mas, então, para que serve a Contabilidade, afinal?
Atkinson (2000, p. 37) define a contabilidade financeira como “Processo 
de elaboração de demonstrativos financeiros para propósitos externos: pessoal 
externo à organização, como acionistas, credores e autoridades governamentais”.
Desta forma, a contabilidade financeira deve gerar informações aos seus 
usuários sempre baseadas em normas governamentais (aspectos tributários) e 
conforme os princípios fundamentais da Contabilidade (aspectos societários), 
levando-se em conta a objetividade, clareza e precisão das informações.
Neste contexto, pode-se inferir que um sistema de informação contábil é 
o resultado das extrações de dados do sistema contábil para alimentar o processo 
de gestão de uma empresa que se compõe de vários subsistemas e que, segundo 
Crepaldi (2004, p. 28), são assim relacionados:
• Subsistema contabilidade financeira.
• Subsistema contabilidade gerencial.
• Subsistema contabilidade em outras moedas.
• Subsistema custos e orçamento.
• Subsistema contabilidade por unidades de negócios.
• Subsistema gestão de impostos.
• Subsistema análise financeira e de balanço.
• Subsistema gestão de tesouraria.
• Subsistema de controladoria.
Caro acadêmico! Perceba que todos esses subsistemas alimentam o sistema 
contábil responsável pela geração de informações úteis ao processo de gestão das 
empresas. Entre eles, o subsistema de análise financeira e balanço, que gera a seus 
usuários informações de qualidade para uma boa tomada de decisão.
TÓPICO 1 | CONTABILIDADE E A ATIVIDADE EMPRESARIAL
7
4 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS
Para que o analista obtenha informações úteis e com qualidade, extraídas 
da Contabilidade, é necessário que as demonstrações contábeis estejam conforme 
os Princípios de Contabilidade, descritos na Resolução do Conselho Federal de 
Contabilidade nº. 750/93, que foi atualizada pela Resolução nº 1.282/10.
Conforme explica Iudícibus (2009, p. 11): “A formação dos princípios 
contábeis deveu-se principalmente a respostas graduais que os contadores foram 
desenvolvendo, ao longo dos séculos, a problemas e desafios formulados pelas 
necessidades práticas”.
Não há pretensão de discutirmos os Princípios de Contabilidade em sua 
profunda reflexão teórica, mas tão somente discutir os pontos principais que 
levam ao entendimento básico e compreender uma base de informações contábeis 
geradas pelas demonstrações contábeis. Segundo a Resolução CFC 750/93, o 
conceito pode ser assim disposto:
Art. 2º. Os Princípios de Contabilidade representam a essência das 
doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o 
entendimento predominante nos universos científico e profissional 
de nosso país. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais 
amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. 
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10) (CONSELHO 
FEDERAL DE CONTABILIDADE, 1993).
Tem-se desta forma, nos Princípios de Contabilidade, um arcabouço teórico 
que orienta a padronização das práticas contábeis aplicáveis à interpretação e 
uniformidade das demonstrações contábeis.
5 REGIME DE COMPETÊNCIA VERSUS REGIME DE CAIXA
Administradores e contadores possuem visões diferenciadas sob a ótica 
da gestão e, naturalmente, suas análises possuem objetivos diferentes. Contudo, 
compreender estas visões se faz necessário para uma análise das informações 
econômico-financeiras geradas pelas demonstrações contábeis.
O interesse do administrador se volta para a solvência da empresa, logo seu 
foco principal está relacionado à gestão financeira no que se refere à capacidade 
de pagamento de suas obrigações assumidas, mediante a gestão adequada dos 
fluxos de caixa da empresa.
No regime de caixa as receitas são reconhecidas no momento em que os 
recursos financeiros entram (entradas) no caixa da empresa e as despesas são 
reconhecidas no momento em que os recursos saem (saídas) do caixa da empresa. 
Estes movimentos de entradase saídas responsáveis pela gestão adequada dos 
investimentos, financiamento e operações, denominamos de fluxo de caixa.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E PREPARAÇÃO PARA A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
8
O interesse do contador se direciona mais para a eficiência econômica das 
operações, logo, segue os Princípios Contábeis, já estudados neste tópico, em que 
as receitas são reconhecidas no momento das vendas e as despesas no momento 
em que incorrem.
IMPORTANT
E
O regime de competência se baseia nos Princípios Contábeis, portanto utiliza 
o Princípio da Competência para estabelecer que receitas são integralmente reconhecidas 
com a confrontação de todas as despesas incorridas, enquanto o regime de caixa se baseia 
nos fluxos monetários.
Caro acadêmico, veja o exemplo a seguir.
QUADRO 2 – QUADRO DAS OPERAÇÕES REALIZADAS
Atividades realizadas pela empresa Vendebem Ltda. no ano 20x1
Vendas Realizadas R$ 400.000 (50% das vendas a prazo)
Custo das Operações R$ 160.000 (Pagamento à vista)
Despesas Gerais R$ 140.000 (Pagamento à vista)
FONTE: Os autores
Vamos agora ver as diferenças que ocorrem em cada uma das formas 
(regime de competência versus regime de caixa).
QUADRO 3 – COMPARATIVOS ENTRE REGIME DE COMPETÊNCIA E CAIXA
Demonstração Resumos em 20x1
COMPETÊNCIA CAIXA
Vendas R$ 400.000 R$ 200.000
(-) Custo das Operações R$ (160.000) R$ (160.000)
(=) Margem Bruta R$ 240.000 R$ (40,000)
(-) Despesas Gerais R$ (140.000) R$ (140.000)
Lucro (Prejuízo)/Saldo de caixa R$ 100.000 R$(100.000)
FONTE: Os autores 
TÓPICO 1 | CONTABILIDADE E A ATIVIDADE EMPRESARIAL
9
Comparativamente, observa-se que o regime de competência enfocou o 
resultado real das operações, cujo lucro representou o valor de R$ 100.000,00, 
enquanto o regime de caixa enfocou o fluxo financeiro e considerou apenas as 
entradas e saídas efetivas do caixa da empresa. Desta forma, representando um 
déficit de caixa no valor de R$ 100.000,00 que deverão ser financiados e suportados 
por outras fontes de recursos.
Neste contexto, infere-se que o administrador financeiro utiliza-se das 
informações das demonstrações contábeis para a correta tomada de decisão 
quanto ao adequado tratamento dos fluxos monetários e quanto aos investimentos 
frente às fontes de financiamento disponíveis na organização.
6 PROVISÕES, DEPRECIAÇÕES, AMORTIZAÇÕES E 
EXAUSTÕES
Caro acadêmico! Vamos aqui esgotar mais alguns conceitos contábeis 
importantes, cujos elementos encontram-se evidenciados nas demonstrações 
contábeis e devem ser objetos de análise.
6.1 PROVISÕES
As provisões se constituem em um importante componente contábil, 
pois tais provisionamentos em determinadas contas contábeis garantem o 
cumprimento ao Princípio da Competência.
A provisão refere-se à constituição de um valor estimado, com base em 
métodos e técnicas, que seja certo ou com alta probabilidade de ocorrência, cuja 
expectativa gere perdas de ativo ou da existência de obrigações no futuro.
Quanto ao reconhecimento de uma provisão, o Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis – CPC (2009) descreve da seguinte forma:
Uma provisão deve ser reconhecida quando: 
(a) a entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) 
como resultado de evento passado; 
(b) seja provável que será necessária uma saída de recursos que 
incorporam benefícios econômicos para liquidar a obrigação; e 
(c) possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação. 
Se essas condições não forem satisfeitas, nenhuma provisão deve ser 
reconhecida.
Existem casos clássicos na contabilidade, como, por exemplo:
a) Provisão para férias.
b) Provisão para 13º salário.
c) Provisão para contingências trabalhistas.
d) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social, entre outras.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E PREPARAÇÃO PARA A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
10
Importa relatar que tais provisionamentos ocorrem pela certeza do 
desembolso e pela incerteza do valor a ser realizado em determinado momento 
futuro. Contudo, quando de fato acontecem, deixam de ser provisões para se 
tornarem obrigações.
Por exemplo, a constituição da provisão para o Imposto de Renda se torna 
imposto de renda a pagar, as provisões para férias se transformam em salários a 
pagar, e assim por diante.
6.2 DEPRECIAÇÕES, AMORTIZAÇÕES E EXAUSTÕES
Todos os bens corpóreos que compõem o ativo permanente da empresa 
possuem certa limitação em sua vida útil e econômica, quer pela ação da natureza 
ou mesmo pelo seu uso na atividade operacional para geração de fluxos de caixa.
O processo de desgaste do bem ao longo do tempo determinará um valor 
residual que poderá ser vendido, porém, ao recuperar este valor, caso não tenha 
efetuado nenhuma reserva financeira, terá que repor o bem pelo seu valor de 
mercado quando comprar um novo.
Com a finalidade de garantir uma reserva técnica para reposição do bem 
ao final de sua vida útil, atendendo ao princípio da competência e evitando 
antecipar lucros, utiliza-se do método de depreciação para apropriar valores e 
bens destinados ao uso em suas operações.
Apesar de tratar-se de uma reserva técnica com a finalidade de repor o 
bem no final de sua vida útil, este não gera desembolso de caixa, mas tão somente 
apropria o resultado econômico do período (princípio da competência) em 
confrontação com as receitas reconhecidas em decorrência dos custos e despesas 
incorridos.
No balanço patrimonial a depreciação é representada como uma conta 
retificadora do ativo, com a denominação de “Depreciação Acumulada”, cujo 
bem a subtrai e seu saldo deduzido do valor de custo do bem, resulta no valor 
contábil conforme se demonstra na figura a seguir:
TÓPICO 1 | CONTABILIDADE E A ATIVIDADE EMPRESARIAL
11
FIGURA 1 – EXEMPLO DE “DEPRECIAÇÃO ACUMULADA”
FONTE: Os autores 
Ativo 2.350
Ativo Circulante 1.000
Ativo Não Circulante 1.350
Realizavel de Longo Prazo 1.000
Investimentos 50
Imobilizado 200
Equipamentos 500
(-) Depreciação Acumulada -300
Intangível 100
Para estimativa dos valores da depreciação utilizam-se vários métodos, 
entre eles: (i) linear ou cotas constantes; (ii) soma dos dígitos (método cole); (iii) 
unidade de tempo trabalhada ou unidades produzidas.
IMPORTANT
E
Caro acadêmico! Os métodos aplicáveis para realização do cálculo estimativo 
das depreciações não são o foco do estudo deste Caderno de Estudos.
A amortização constitui-se com a mesma finalidade que a depreciação, 
porém refere-se aos bens incorpóreos e diferenciando-se no que tange ao fator de 
limite “tempo” e não pelo desgaste em relação ao uso.
Portanto, a amortização reconhece a perda de valor de um ativo intangível 
ao longo de sua vida útil.
A exaustão decorre do desgaste na exploração de recursos minerais, 
florestais ou quaisquer fontes de recursos naturais esgotáveis de bens destinados 
a esta exploração. Portanto, é reconhecida a perda de valor durante o período em 
que os recursos minerais ou florestais são extraídos.
Sua estimativa de exaustão pode ocorrer pelo (i) volume de produção no 
período e sua relação com a reserva potencial de exploração conhecida, ou ainda 
(ii) pelo prazo de concessão dado pela autoridade governamental.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E PREPARAÇÃO PARA A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
12
IMPORTANT
E
Caro acadêmico! Os métodos aplicáveis para realização do cálculo estimativo 
das exaustões não são o foco do estudo deste Caderno de Estudos.
Agora que você viu os principais conceitos a respeito da contabilidade, 
vamos conhecer as principais demonstrações contábeis exigidas por lei e suas 
implicações na análise de performance econômico-financeira das empresas.
13
Neste tópico você estudou que:
• Foi a partir da Lei 10.406/2002 (novo Código Civil) que as sociedades passaram 
a ter uma nova classificação quanto à sua natureza, denominando-as como 
sociedade simples ou sociedade empresária.
• Os principais tipos de sociedade são: 
• Sociedade em Nome Coletivo (arts. 1.039 a 1.044).
• Sociedade em Comandita Simples (arts. 1.045 a 1.051).
•Sociedade Limitada (arts. 1.052 a 1.087).
• Sociedade Anônima (arts. 1.088 e 1.089).
• Sociedade em Comandita por Ações (arts. 1.090 a 1.092).
• Em uma empresa, a estrutura contábil depende do tipo da estrutura 
organizacional, a qual determinará a demanda de profissionais mais 
especializados.
• Os Princípios de Contabilidade referem-se a um arcabouço teórico que orienta a 
padronização das práticas contábeis aplicáveis à interpretação e uniformidade 
das demonstrações contábeis. 
• Os Princípios de Contabilidade, definidos conforme a Resolução CFC 750/93, são: 
• O princípio da ENTIDADE. 
• O princípio da CONTINUIDADE.
• O princípio da OPORTUNIDADE.
• O princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL.
• O princípio da COMPETÊNCIA.
• O princípio da PRUDÊNCIA.
• Voltando-se à continuidade da empresa, o interesse do administrador está 
na solvência da empresa, logo seu foco principal está relacionado à gestão 
financeira, ou seja, garantir a capacidade de pagamento de suas obrigações 
assumidas, mediante a gestão adequada dos fluxos de caixa da empresa. 
• Já o contador volta seu interesse mais para a eficiência econômica das operações, 
logo, segue os Princípios Contábeis, em que as receitas são reconhecidas no 
momento das vendas e as despesas no momento em que incorrem. 
• Desta forma, a gestão financeira deve compreender ambos os regimes, 
competência e caixa. Eis que o regime de competência deve sinalizar ao 
administrador a eficiência econômica da empresa relacionada com as ameaças 
e oportunidades das atividades em qualquer tipo de negócio.
RESUMO DO TÓPICO 1
14
1 O novo Código Civil define os tipos de sociedades empresariais, excluídas 
as sociedades anônimas que são regidas pela Lei das Sociedades por Ações. 
Associe os itens, utilizando o código a seguir:
I- Sociedade em Nome Coletivo.
II- Sociedade em Comandita Simples.
III- Sociedade Limitada.
IV- Sociedade Anônima.
V- Sociedade em Comandita por Ações.
( ) Sociedade com dois tipos de sócios, denominados de comanditados 
e comanditários. Responsabilidade perante o capital pelos sócios 
comanditados é ilimitada e pelos comanditários no limite de suas cotas.
( ) Sociedade dividida em ações e os acionistas respondem de forma limitada, 
de acordo com o preço das ações subscritas.
( ) Sociedade de capital, portanto regida pela Lei das Sociedades por Ações. 
Responsabilidade dos comanditados é ilimitada e os comanditários 
respondem limitados ao número de ações subscritas.
( ) Composta por pessoas físicas e seus sócios respondem com seu próprio 
patrimônio o excedente das dívidas.
( ) Responde de forma limitada ao capital social na proporcionalidade de 
suas cotas de participação.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) IV - I - V - II - III.
b) ( ) II - I - III - IV - V.
c) ( ) V - III - IV - II - I.
d) ( ) I - II - V - IV - III.
2 Complete as lacunas da sentença a seguir:
No Brasil, a forte influência normativa sobre a Contabilidade permeou 
uma cultura muito mais voltada para atender ao interesse do fisco do que 
aos interesses societários. A Contabilidade deve atender seus ____________ 
para suprir informação referente aos aspectos tributários emanados pelas 
normas _____________ e referente aos aspectos societários emanados pelos 
____________ de Contabilidade.
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) usuários – governamentais – princípios fundamentais.
b) ( ) proprietários – fundamentais – regimes tributários.
AUTOATIVIDADE
15
c) ( ) executivos – reguladoras – sistemas.
d) ( ) aspectos normativos – contábeis – registros.
3 As demonstrações contábeis são alvo de contadores e administradores. 
O primeiro produz as demonstrações contábeis para servir de suporte 
informacional aos administradores. Contudo, o interesse nas informações 
é diferente, pois possuem objetivos diferentes. Partindo desse pressuposto, 
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) No regime de caixa as receitas são reconhecidas no momento da saída de 
recursos no caixa e as despesas no momento da entrada de recursos do 
caixa.
( ) O interesse do administrador nas demonstrações contábeis busca 
identificar a eficiência econômica das operações, por isto, baseia-se sempre 
nos princípios contábeis.
( ) Fluxo de caixa refere-se à gestão adequada dos recursos de entradas e 
saídas do caixa para investimentos, financiamentos e operações.
( ) O regime de competência baseia-se no princípio contábil da competência, 
em que as receitas devem ser reconhecidas e confrontadas com as despesas 
no momento em que foram incorridas.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: 
a) ( ) F - F - V - V.
b) ( ) V - V - V - F.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) V - F - F - V.
4 As provisões são importantes mecanismos contábeis que, seguindo alguns 
critérios de reconhecimento, determinam a constituição de um valor com 
desembolso certo, mas valor estimado. Partindo desse pressuposto, classifique 
V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Uma estimativa confiável do valor a ser provisionado é pré-requisito.
( ) Um dos requisitos que definem uma provisão é a improvável saída de 
recurso que poderia incorporar benefícios econômicos no momento da 
liquidação da obrigação.
( ) Uma provisão será sempre uma provisão e jamais uma obrigação.
( ) Em uma constituição de provisão existe a certeza do desembolso e a 
incerteza do valor que será realizado em determinado período futuro. 
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: 
a) ( ) V - F - F - V.
b) ( ) F - F - V - V.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) F - F - V - V.
16
17
TÓPICO 2
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A expressão análise de balanço surgiu devido à análise inicialmente se 
referir apenas ao balanço patrimonial. Com o passar do tempo e o aprimoramento 
da contabilidade, surgiram novas demonstrações contábeis, como a Demonstração 
de Resultado do Exercício (DRE), Demonstração das Mutações do Patrimônio 
Líquido (DMPL), Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), entre outras. Então, 
passou a denominar-se de análise das demonstrações contábeis, contudo, o 
primeiro nome ainda é muito utilizado.
Este termo também será encontrado na literatura, principalmente quando 
relacionado com a legislação, denominando-se Demonstrações Financeiras, 
devido à forte relação e interesse com a situação econômico-financeira.
A análise das demonstrações contábeis tem grande importância na tomada 
de decisão no que se refere ao interesse de investidores para tornarem-se acionistas 
das empresas, na avaliação de desempenho das organizações, concorrentes, 
sindicatos, empregados, entre outros.
Numa visão de processos, pode-se inferir que as demonstrações contábeis 
são os relatórios que representam o produto final (saída) do processo contábil 
que será o insumo (entradas) no processo de finanças, em que o administrador se 
utilizará para analisar as informações e torná-las úteis na sua tomada de decisão.
Segundo relata Marion (2009, p. 2): “Relatório contábil é a exposição 
resumida de dados colhidos pela contabilidade. Objetiva relatar às pessoas que se 
utilizam da contabilidade (usuários da contabilidade) os principais fatos registrados 
pela contabilidade em determinado período”.
Os relatórios contábeis são os mais importantes e mais utilizados, conforme 
a Lei 6.404/76, conhecida como Lei das Sociedades por Ações (LSA). Além disto, a 
estrutura e divulgação das demonstrações contábeis também são regidas pela Lei 
10.406/02, conhecida como o Novo Código Civil (NCC).
Contudo, a Contabilidade sofreu profundas alterações em sua forma 
de contabilizar e evidenciar fatos contábeis no Brasil. Estas alterações foram 
alinhadas com os padrões contábeis internacionais, depois da Lei das Sociedades 
por Ações (LSA) ser editada e alterada pelas leis 11.638/07 e 11.941/09, que foi 
editada pela Medida Provisória 449/08.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E PREPARAÇÃOPARA A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
18
No Brasil, alguns segmentos, como as instituições financeiras, seguros e 
concessionárias de serviços públicos (energia elétrica, telefonia e saúde), emitem 
suas regulamentações contábeis e, por força de lei, não podem delegar seus 
poderes constituídos. 
O processo de harmonização contábil no Brasil partiu da criação do Comitê 
de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que passou a emitir pronunciamentos 
técnicos, os quais eram automaticamente transformados em normas nos diversos 
órgãos participantes das audiências públicas, como, por exemplo: (i) Conselho 
Federal de Contabilidade – CFC; (ii) Comissão de Valores Mobiliários – CVM; (iii) 
Banco Central – BACEN; (iv) Superintendência de Seguros Privados – SUSEP; (v) 
Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, Agência Nacional de Transportes 
Terrestres – ANTT, Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS.
Na figura a seguir demonstram-se, como exemplo, as deliberações 
dos órgãos em relação ao pronunciamento técnico emitido pelo Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis.
FIGURA 2 – EMISSÃO DAS NORMAS DOS ÓRGÃOS REGULADORES CONFORME CPC
FONTE: Disponível em: <http://www.cpc.org.br/pronunciamentosIndex.php>. Acesso em: 
13 out. 2013. 
CPC 23 - Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro 
Aprovado por: CVM - Deliberação CVM n°. 592/09;
CFC - NBC TG 23 - Resolução n°. 1.179/09; 
CMN - Resolução n°. 4.007/11 (Banco Central do Brasil); 
ANEEL - Despacho n° 4.722/09;
ANS - Instrução Normativa n°. 37/09;
SUSEP - Circular n°. 424/11, anexos, anexo IV 
Observe que cada órgão emite sua regulamentação em consonância com 
o CPC, tornando, desta forma, as práticas contábeis adotadas no Brasil unificadas 
e em convergência com as normas contábeis internacionais.
TÓPICO 2 | ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
19
IMPORTANT
E
Caro acadêmico! Você pode consultar diretamente todas as normas emitidas 
pelos órgãos reguladores diretamente no site do Comitê de Pronunciamentos Contábeis: 
<www.cpc.org.br>.
O pronunciamento técnico CPC 26 (2011) conceitua as demonstrações 
contábeis da seguinte forma:
As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da 
posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O 
objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação 
acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos 
de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em 
suas avaliações e tomada de decisões econômicas. As demonstrações 
contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da 
administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão 
diligente dos recursos que lhe foram confiados. Para satisfazer a esse 
objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam informação da 
entidade acerca do seguinte:
(a) ativos;
(b) passivos;
(c) patrimônio líquido;
(d) receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas;
(e) alterações no capital próprio mediante integralizações dos 
proprietários e distribuições a eles; e
(f) fluxos de caixa.
Essas informações, juntamente com outras informações constantes das 
notas explicativas, ajudam os usuários das demonstrações contábeis a 
prever os futuros fluxos de caixa da entidade e, em particular, a época 
e o grau de certeza de sua geração.
Entende-se, segundo o conceito do Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis (CPC), a importância das demonstrações contábeis como geradora de 
informações patrimonial, financeira, econômica das entidades, para controle e 
gestão de usuários nas análises e tomada de decisão.
As principais demonstrações contábeis exigidas pela Lei das Sociedades 
por Ações (LSA) são: (i) Balanço Patrimonial, (ii) Demonstração do Resultado do 
Exercício (DRE), (iii) Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), (iv) 
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) e (v) Demonstração do Valor Adicionado 
(DVA), esta somente para companhias abertas, e (vi) Demonstrações das Mutações 
do Patrimônio Líquido, que substituirá no caso de sociedades anônimas a DLPA.
Estão dispensadas da elaboração e publicação da Demonstração dos 
Fluxos de Caixa (DFC) , segundo a Lei 11.638/07, as companhias fechadas com 
patrimônio líquido inferior a dois milhões de reais, na data do fechamento do 
balanço patrimonial.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E PREPARAÇÃO PARA A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
20
Outra alteração importante, a partir da Lei 11.638/07, determina a 
obrigatoriedade de empresas de sociedade limitada por quotas, consideradas 
de grande porte, cujo ativo seja superior a 240 milhões ou tenham receita bruta 
superior a 300 milhões, a elaborar e publicar suas demonstrações contábeis de 
acordo com a regulamentação da Lei das Sociedades por Ações (LSA).
As notas explicativas, e no caso das companhias abertas, o Relatório 
do Auditor Independente e o Relatório da Administração, complementam as 
demonstrações contábeis.
Caro acadêmico! Vamos agora compreender cada uma das demonstrações 
contábeis.
2 BALANÇO PATRIMONIAL
O Balanço Patrimonial é a principal demonstração contábil, 
pois evidencia a situação patrimonial e financeira de uma empresa 
em um determinado momento. Pode ser comparado a uma fotografia da empresa, 
na qual você registra todos os bens em seu poder, valores a receber ou a pagar em 
algum momento.
Segundo Silva (2010, p. 41), o Balanço Patrimonial “deve representar de 
forma quantitativa e qualitativa a posição financeira e patrimonial da empresa, a 
qual é composta por bens, direitos e obrigações em um determinado momento”.
Na sua estrutura serão classificados os elementos patrimoniais de 
acordo com a natureza de seus registros e agrupados de forma compreensiva ao 
entendimento da situação patrimonial e financeira da entidade. 
Desta forma, o Balanço Patrimonial é dividido em três grandes grupos e 
demonstrado em duas colunas, sendo o lado esquerdo representado pelo Ativo e o 
lado esquerdo pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido, conforme a figura a seguir.
FIGURA 3 – EQUILÍBRIO PATRIMONIAL
FONTE: Os autores 
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
TÓPICO 2 | ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
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Nestes três grupos, Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, são classificadas 
as contas que representam o patrimônio da empresa, que é o objeto de estudo da 
contabilidade.
O termo “balanço” deriva do sentido figurado representativo do equilíbrio 
dos saldos das contas do patrimônio. Demonstra a igualdade da balança entre os 
dois lados, ou seja, o ativo sempre deverá ter o mesmo saldo do passivo mais o 
patrimônio líquido. Isto nos leva à primeira e mais importante equação da teoria 
contábil, sendo:
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
O ativo representa os bens e direitos que estão em poder ou sob controle 
da entidade adquiridos em momento anterior ao Balanço Patrimonial e sob os 
quais existe a expectativa de geração de fluxos de caixa futuro.
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (2011), em sua Estrutura 
Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, define 
ativo como “um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos 
passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a 
entidade”, ou seja, um ativo pode ser um bem que esteja apenas em posse ou 
ainda possua de fato a propriedade. Um exemplo clássico é o leasing financeiro, 
em que o bem é do arrendador (portanto o proprietário de direito), porém na 
contabilidade do arrendatário deverá ser contabilizado no ativo como bem do 
mesmo, visto que o leasing financeiro nada mais é do que uma operação financeira 
disfarçada, em que o arrendatário já fez a opção de compra do bem, inclusive lhe 
proporciona benefícios futuros (fluxos de caixa).
O passivo é representado pelas obrigações presentes que a empresa 
possui, ou seja, aquelas que já ocorrem e espera a sua liquidação para que seja 
capaz de produzir benefícios futuros para a empresa.
De acordo com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis(2011), em 
sua Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-
Financeiro, o “passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos 
passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade 
capazes de gerar benefícios econômicos”.
Todas as obrigações decorrentes de operações que a empresa assume no 
presente com promessa de pagamento futuro devem ser registradas no passivo, 
portanto, representam as dívidas com terceiros. As dívidas com os sócios ou 
proprietários são representadas pelo grupo do patrimônio líquido.
Em sua Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório 
Contábil-Financeiro, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (2011) define 
patrimônio líquido como “o interesse residual nos ativos da entidade depois de 
deduzidos todos os seus passivos”.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E PREPARAÇÃO PARA A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
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Os valores do patrimônio líquido representam os investimentos aplicados 
pelos sócios quotistas ou acionistas na entidade, com a finalidade de obter vantagens 
econômicas derivadas das riquezas geradas pelas atividades do negócio.
DICAS
Na teoria contábil denominamos o lado direito do Balanço Patrimonial como 
Passivo e Patrimônio Líquido, mas pela Lei das Sociedades por Ações é denominado apenas 
de Passivo.
Caro acadêmico, você pode visualizar os principais agrupamentos de 
contas do Balanço Patrimonial na figura a seguir.
FIGURA 4 – AGRUPAMENTO DE CONTAS DO BALANÇO PATRIMONIAL
FONTE: Adaptado de Silva (2010, p. 41)
ATIVO PASSIVO + PATRIMÓNIO LÍQUIDO 
Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante 
Realizável a Longo Prazo Patrimônio Líquido
Investimentos Capital Social
Imobilizado Reservas de Capital
Intangível Reservas de Lucros
Ajuste Aval. Patrimonial
(-) Ações em Tesouraria
Prejuízo Acumulado
Mas você deve estar se perguntando: 
– Por que as contas são agrupadas e classificadas nesta ordem?
Como já explicamos anteriormente, as contas devem ser agrupadas de 
forma compreensível e que demonstre a real situação patrimonial e financeira da 
empresa, lembra?
Portanto, para uma adequada análise do Balanço Patrimonial, imaginando 
a possibilidade de uma descontinuidade das operações, seria importante que 
as contas do ativo fossem agrupadas pelo seu grau de liquidez, ou seja, pela 
capacidade de converter seu patrimônio (ativo) em dinheiro mais rapidamente. 
TÓPICO 2 | ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
23
Por outro lado, partindo do pressuposto de uma descontinuidade de operações, 
também seria interessante que as contas do passivo fossem agrupadas pelo seu 
grau de exigibilidade, ou seja, as dívidas que devem ser pagas mais rapidamente.
Desta forma, o Balanço Patrimonial foi dividido em Circulantes e Não 
Circulantes. O grupo Circulantes deve compreender um período superior a 12 
meses após o encerramento do exercício social e são as contas de curto prazo, 
enquanto o Não Circulantes compreende um período superior a 12 meses após 
o encerramento do exercício e são as contas de longo prazo, conforme se pode 
observar na figura a seguir.
FIGURA 5 – CICLO CONTÁBIL
FONTE: Os autores
Dentro desses dois grupos, Circulantes e Não Circulantes, são agrupadas 
as contas segundo seu grau de liquidez para ativos e exigibilidade para passivos 
em ordem decrescente, conforme apresentamos na figura a seguir:
FIGURA 6 – DEMONSTRATIVO DE CONVERSIBILIDADE DAS CONTAS PATRIMONIAIS
FONTE: Adaptado de Marion (2009, p. 64)
Grau de Liquidez 
Decrescente Ativo
Passivo e
Patrimônio Líquido
Rápida Circulante Circulante
Lenta Não Circulante> Realizável a LP
 Não Circulante
> Exigível de Longo Prazo
Não há Bens de uso (não paravenda)
Patrimônio Líquido
Capital (Sócios)
* Excepcionalmente a empresa vende bens de uso.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E PREPARAÇÃO PARA A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
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Como podemos observar, comparativamente com o agrupamento de 
contas, as contas que compreendem o grupo circulante, como as disponibilidades 
de caixa e bancos, clientes, estoques, entre outras contas que compõem as 
operações da empresa, terão conversão mais rápida em dinheiro do que as 
contas do grupo Realizável a Longo Prazo. Como exemplos das contas do grupo 
Realizável a Longo Prazo temos os créditos a receber em longo prazo, ou seja, os 
bens da empresa, os quais praticamente não há velocidade na conversão, visto 
que os bens não são destinados à venda, mas, sim, destinados às operações para 
gerar benefícios futuros ao longo de sua vida útil.
2.1 ATIVO CIRCULANTE
O grupo de ativo circulante compreende as contas das movimentações 
que se espera dentro de suas operações normais, em até 12 meses após o 
encerramento do exercício social da entidade. Desta forma, para que este grupo 
seja classificado como um ativo, ele deve atender alguns pré-requisitos descritos 
no pronunciamento técnico CPC 26 (2011), sendo que: 
O ativo deve ser classificado como circulante quando satisfizer 
qualquer dos seguintes critérios:
(a) espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou 
consumido no decurso normal do ciclo operacional da entidade;
(b) está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;
(c) espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; 
ou
(d) é caixa ou equivalente de caixa (conforme definido no 
Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de 
Caixa), a menos que sua troca ou uso para liquidação de passivo 
se encontre vedada durante pelo menos doze meses após a data do 
balanço.
Com base nestes critérios, demonstramos, na figura a seguir, as principais 
contas deste agrupamento. 
TÓPICO 2 | ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
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FIGURA 7 – ESTRUTURA DO ATIVO CIRCULANTE
FONTE: Os autores
ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE
- Disponibilidades (caixa e bancos e 
 aplicações financeiras)
- Clientes ou duplicatas a receber
- Estoques
- Despesas pagas antecipadamente
PASSIVO CIRCULANTE
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
A composição do Disponível é formada pelas contas: caixa, depósitos 
bancários à vista e clientes ou duplicatas a receber.
Na conta caixa o saldo representa o dinheiro disponível em espécie ou cheques 
em poder, mas ainda não depositados, porém são recebíveis de imediata realização.
A conta Depósito Bancários à Vista representa os saldos da movimentação 
bancária da empresa, juntamente com os cheques, depósitos efetuados e 
recebimentos de cobranças, entre outros.
A conta Clientes ou Duplicatas a Receber representa os saldos das vendas de 
mercadorias e/ou serviços prestados a prazo, pela emissão de títulos em cobranças 
no prazo acordado com o cliente. Porém, devido à incerteza no recebimento e 
aos riscos de crédito, a empresa registra em uma conta redutora, denominada 
de Provisão para Devedores Duvidosos, os valores que reconhecidamente não 
serão recebidos, que venceram e não serão recebidos no fim do exercício social. 
A contrapartida desta conta deverá ser a conta de despesas com devedores 
duvidosos, reduzindo o lucro das operações.
FIGURA 8 – REPRESENTAÇÃO DA PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS
FONTE: Os autores
Ativo R$
Ativo Circulante
Disponivel
Clientes 300.000
(-) Provisão p/ Dev. Duvidosos -30.000 270.000
Ativo Não Circulante
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E PREPARAÇÃO PARA A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
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A conta Estoques representa os saldos das mercadorias destinadas a 
vendas e mercadorias inacabadas (em transformação) e matéria-prima in natura, 
aguardando para ser consumida no processo de fabricação.
A conta Despesas Pagas Antecipadamente representa saldos de despesas 
pagas que trarão benefícios até o próximo exercício social e que somente neste 
período é que devem ser apropriados, independente do desembolso. As despesas 
Pagas Antecipadamente mais conhecidas são: seguros, juros, aluguéis, impressos 
e materiais de uso personalizado.
2.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE
Todos os demais ativosque não se enquadram no circulante deverão 
ser classificados como Não Circulantes. Após a edição da Lei 11.941/09, que 
extinguiu o grupo de Realizável e o incorporou ao Não Circulante, este passou 
a ser estruturado com as contas: (i) Realizável a Longo Prazo, (ii) Investimentos, 
(iii) Imobilizado e (iv) Intangível, conforme a figura a seguir.
FIGURA 9 – ESTRUTURA DO ATIVO NÃO CIRCULANTE
FONTE: Os autores
ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
ATIVO NÃO CIRCULANTE
- Realizável de longo prazo
- Investimentos
- Imobilizado
- Intangível
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
A conta Realizável de Longo Prazo representa menor liquidez às contas 
do grupo circulante, conforme já discutido anteriormente. Segundo Lima (2010, 
p. 42), nesta conta são classificados:
[...] os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, 
assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos 
a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou 
participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios 
usuais na exploração do objeto da companhia.
Na conta Investimentos são classificadas as participações em outras 
sociedades, não mantidas para venda (caráter permanente), e as aplicações 
permanentes que não se destinam à atividade operacional da empresa, como, por 
exemplo, terrenos, imóveis alugados a terceiros, obras de arte, entre outros.
TÓPICO 2 | ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
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A conta Imobilizado representa os saldos em que são classificados os bens 
corpóreos da empresa que tenham sido destinados às atividades operacionais 
que promovam benefícios futuros e estejam sob controle e risco da empresa.
IMPORTANT
E
São características obrigatórias de um Ativo Não Circulante – Imobilizado para 
tal classificação: (i) ser de natureza duradoura (vida útil superior ao exercício social); (ii) ser 
utilizado nas operações da empresa; e (iii) não se destinar à venda.
A conta Intangível representa os saldos em que são classificados todos os 
direitos que tenham como objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da 
empresa, inclusive os fundos de comércio adquiridos (SILVA, 2010).
Caro acadêmico! Agora que estudamos o ativo, passaremos a conceituar o 
passivo e o patrimônio líquido.
2.3 PASSIVO CIRCULANTE
O grupo de passivo circulante compreende as contas em que existe uma 
obrigação presente, cujo pagamento resulte em benefícios futuros. Em outras 
palavras, são obrigações assumidas pela empresa que tenham como vencimento 
para liquidação dentro do exercício social seguinte.
Desta forma, para que seja classificado como um passivo, este grupo 
deve atender alguns pré-requisitos descritos no pronunciamento técnico CPC 26 
(2011), sendo que: 
O passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer 
qualquer dos seguintes critérios:
(a) espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da 
entidade;
(b) está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
(c) deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do 
balanço; ou
(d) a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do 
passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço (ver 
item 73). Os termos de um passivo que podem, à opção da contraparte, 
resultar na sua liquidação por meio da emissão de instrumentos 
patrimoniais não devem afetar a sua classificação.
Com base neste critério, têm-se as contas, demonstradas na figura a seguir, 
como principais neste agrupamento.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E PREPARAÇÃO PARA A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
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FIGURA 10 – ESTRUTURA DO PASSIVO CIRCULANTE
FONTE: Os autores
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
- Fornecedores;
- Salários a Pagar;
- Encargos Sociais a recolher;
- Impostos a recolher;
- Imposto de Renda e Provisões;
- Empréstimos Bancários; e 
- Outras Obrigações.
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
A conta Fornecedores representa os saldos das compras realizadas, dos 
insumos adquiridos para o processo produtivo (indústrias) ou compras para 
revenda (comércio).
A conta Salários a Pagar representa os saldos de dívidas com salários dos 
colaboradores da empresa, cujo pagamento somente ocorrerá no quinto dia útil 
após o fechamento do balanço.
A conta Encargos Sociais a Recolher representa os saldos das despesas 
incorridas e decorrentes da folha de pagamento dos colaboradores que ainda 
serão pagos, portanto se tornam obrigações.
A conta Impostos a recolher representa os saldos dos impostos aferidos 
sobre vendas ou lucros, devidamente apuradas suas compensações, quando lhe 
couber, cujas despesas incorreram e obrigação de pagamento tem vencimento 
futuro. Como exemplos podemos citar o Imposto sobre Produtos Industrializados 
– IPI, Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços – ICMS, 
entre outros.
A conta Imposto de Renda a Pagar representa os saldos da obrigação 
existente, proveniente da apuração do lucro do exercício que deverá ser recolhido 
no exercício seguinte ao fechamento.
A conta Provisões representa os saldos de obrigações presentes existentes 
para com terceiros, cujo valor não pode ser aferido com precisão, portanto 
representa estimativas de valores. A constituição de provisões mais conhecidas 
refere-se a férias, gratificação a empregados, 13º salário e contingências.
TÓPICO 2 | ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
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A conta Empréstimos Bancários representa os saldos dos empréstimos 
realizados com instituições financeiras, cujas obrigações têm vencimento dentro 
do próximo exercício social.
As outras obrigações representam os saldos correspondentes a valores 
adiantados de clientes, dados em garantia da entrega do bem ou execução 
do serviço no futuro, a contas a pagar referente a gastos de pequena monta, 
como água, telefone, energia elétrica, e ainda aos dividendos a pagar que são a 
distribuição sobre os lucros.
Agora que você conheceu sobre as principais contas do passivo circulante, 
veremos as contas do passivo não circulante.
2.4 PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Todas as demais obrigações que sejam superiores a 12 meses após o 
encerramento do exercício devem ser contabilizadas no Passivo Não Circulante. A 
partir da Lei 11.941/09 (Medida Provisória 449/08), o grupo de contas denominado 
de Exigível de Longo Prazo foi substituído pelo Passivo Não Circulante, e este, 
por sua vez, tornou-se um subgrupo. 
As principais contas dentro do Exigível de Longo Prazo podem ser: (i) 
Financiamentos, (ii) Debêntures, entre outras.
FIGURA 11 – ESTRUTURA DO PASSIVO NÃO CIRCULANTE
FONTE: Os autores
ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE
- Exigível a longo prazo
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
A conta Financiamento representa os saldos de empréstimos nacionais e 
internacionais realizados pela empresa com pagamento em longo prazo. Os juros 
devem ser calculados e apropriados de acordo com o sistema de amortização 
contratado que corresponda aos juros que deverão incorrer em longo prazo.
A conta Debêntures representa os saldos das dívidas com os detentores 
dos direitos de crédito contra a empresa pela emissão dos títulos que apresentam 
característica de vencimento em longo prazo.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E PREPARAÇÃO PARA A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
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Agora que você conheceu sobre as principais contas do passivo não 
circulante, veremos as contas do patrimônio líquido.
2.5 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O Patrimônio Líquido pode ser compreendido como uma diferença 
residual entre ativos e passivos exigíveis. Os passivos exigíveis representam os 
recursos aplicados no ativo e reclamados por terceiros (fornecedores, bancos, 
entre outros) no momento de seu vencimento. Neste contexto, o Patrimônio 
Líquido representa os recursos aplicados no ativo pelos sócios quotistas ou 
acionistas que não possuem data de vencimento, ou seja, trata-se de recursos não 
exigíveis, porém esperam que uma remuneração lhes

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