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Solução de conflitos jurídicos u3

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SOLUÇÃO DE 
CONFLITOS 
JURÍDICOS
Martha Luciana 
Scholze
 
Métodos autocompositivos 
e heterocompositivos de 
tratamento dos conflitos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Comparar os métodos autocompositivos e heterocompositivos de 
tratamento de conflitos.
  Definir mediação, conciliação e negociação.
  Diferenciar mediação, conciliação e negociação de arbitragem.
Introdução
Os métodos autocompositivos e heterocompositivos de solução de 
conflitos estão cada vez mais ganhando força, pois a crise da jurisdição 
estatal fez com que o número elevado de processos judiciais desenca-
deasse uma morosidade e um custo financeiro alto para a solução dos 
litígios. As pessoas querem respostas rápidas para os seus conflitos, o 
que faz com que procurem meios mais rápidos e eficazes. Aí entram em 
cena a mediação, a arbitragem, a conciliação e a negociação, que são 
métodos de solução de conflitos, cada um com as suas particularidades, 
mas muito mais rápidos e tão eficazes na solução de um conflito quanto 
um processo judicial.
Neste capítulo, você vai estudar a comparação entre os métodos 
autocompositivos e heterocompositivos de tratamento de conflitos. 
Você também vai compreender a definição de mediação, conciliação e 
negociação, e as diferenças entre esses métodos.
U N I D A D E 2
C03_Metodos_autocompositivos.indd 1 28/06/2018 08:16:24
Conceitos fundamentais
Na autocomposição, o confl ito é solucionado pelas partes, sem a intervenção 
de outros agentes no processo de pacifi cação do confl ito. A autocomposição 
se verifi ca pelo despojamento unilateral em favor de outrem da vantagem por 
este almejada, pela aceitação ou resignação de uma das partes ao interesse da 
outra, ou, fi nalmente, pela concessão recíproca efetuada pelas partes. Não há, 
em tese, exercício de coerção pelos indivíduos envolvidos.
As modalidades de autocomposição são renúncia, aceitação (resignação/
submissão) e transação. Ocorre a renúncia quando o titular de um direito 
dele se despoja, por ato unilateral seu, em favor de alguém. Já a aceitação 
(resignação/submissão) ocorre quando uma das partes reconhece o direito da 
outra, passando a se conduzir em consonância com esse reconhecimento. Por 
sua vez, a transação se verifica quando as partes que se consideram titulares 
do direito solucionam o conflito por meio da implementação de concessões 
recíprocas. É importante destacar que os casos acima podem ocorrer tanto 
no âmbito exclusivo da sociedade civil (classificando-se como extrapro-
cessuais) quanto no interior de um processo judicial (enquadrando-se como 
endoprocessuais).
A heterocomposição ocorre quando o conflito é solucionado por meio da 
intervenção de um agente exterior à relação conflituosa original. É que, em 
vez de isoladamente ajustarem a solução da sua controvérsia, as partes (ou até 
mesmo uma delas, unilateralmente, no caso da jurisdição) submetem a terceiro 
o seu conflito, em busca de solução a ser por ele firmada ou, pelo menos, por 
ele instigada ou favorecida. Considerando o fato de que se levam em conta os 
sujeitos envolvidos e a sistemática operacional do processo utilizado, temos as 
seguintes modalidades de heterocomposição: jurisdição, arbitragem, mediação 
e conciliação, mas essa divisão não é consensual na doutrina. Existem autores 
que consideram a conciliação e a mediação como meios autocompositivos, e 
como meios heterocompositivos a arbitragem e a jurisdição. 
Assim, na autocomposição, apenas os sujeitos originais em confronto se 
relacionam na busca da extinção do conflito, dando origem a uma sistemática 
de análise e solução da controvérsia autogerida pelas próprias partes. Já na 
heterocomposição, a intervenção é realizada por um agente exterior aos sujeitos 
originais na dinâmica de solução do conflito, transferindo-se em maior ou 
menor grau para esse agente exterior a direção dessa dinâmica.
É importante salientar que a mediação é o método que confere menor 
destaque ao papel do agente exterior, uma vez que este apenas aproxima e 
instiga as partes à pacificação. Por isso, alguns autores classificam a mediação 
Métodos autocompositivos e heterocompositivos de tratamento dos conflitos2
C03_Metodos_autocompositivos.indd 2 28/06/2018 08:16:25
como um instrumento a serviço de um método de solução de controvérsias 
(por exemplo, a serviço da transação bilateral ou da negociação coletiva), não 
como um método específico.
Muitas são as mudanças que vêm sendo apresentadas no cotidiano da nossa sociedade. 
Com o acesso à informação, a população tem cada vez mais acesso às mudanças nas 
leis e quer respostas mais rápidas para suas perguntas. Daí a importância dos métodos 
alternativos de solução de conflitos: sem ingressar no judiciário, evitando-se todo o 
trâmite processual, há rapidez na solução de um conflito, seja por meio da mediação, 
da conciliação, da negociação ou da arbitragem.
Mediação, conciliação e negociação 
A mediação pode ser defi nida como a interferência de um terceiro, com poder 
de decisão limitado ou não autoritário, que ajudará as partes envolvidas a 
chegarem voluntariamente a um acordo mutuamente aceitável com relação 
às questões em disputa. Segundo Morais e Spengler (2018), a mediação é um 
modo de construção e de gestão da vida social graças à intermediação de um 
terceiro neutro, independente, sem outro poder que não a autoridade que lhe 
reconhecem as partes que o escolheram ou reconheceram livremente. Sua 
missão fundamental é (re)estabelecer a comunicação.
Podemos trazer aqui o exemplo do relacionamento entre pessoas que residem em um 
mesmo condomínio (direito de vizinhança). Quando surge um litígio entre dois vizinhos, 
a tendência é que a restauração das relações seja muito mais importante para estes do 
que obter a satisfação de um prejuízo por algo que uma das partes possa ter cometido. 
Por meio da mediação, busca-se encontrar a essência do problema para solucioná-lo.
Por meio da mediação, busca-se solucionar conflitos mediante a atuação 
de um terceiro desinteressado, chamado de mediador, que tem a função de 
conselheiro, pois pode apenas aconselhar e sugerir. Cabe às partes constituírem 
3Métodos autocompositivos e heterocompositivos de tratamento dos conflitos
C03_Metodos_autocompositivos.indd 3 28/06/2018 08:16:25
as suas respostas. Entre as principais características da mediação, podemos 
as seguintes:
  Privacidade — o processo de mediação é desenvolvido em ambiente 
secreto e somente será divulgado se for a vontade das partes.
  Economia financeira e de tempo — os litígios levados à discussão por 
meio da mediação tendem a ser resolvidos em tempo muito inferior ao 
que levaria se fossem debatidos na Justiça tradicional. Isso acarreta 
em uma diminuição do custo indireto, pois quanto mais se alonga a 
pendência, maiores serão os gastos com a sua resolução.
  Oralidade — a mediação é um processo informal, no qual as partes 
têm a oportunidade de debater os problemas que as envolvem, visando 
encontrar a melhor solução para eles.
  Reaproximação das partes — a mediação, ao contrário da jurisdição 
tradicional, busca aproximar as partes. Trabalha-se para resolver as 
pendências por meio do debate e do consenso, tendo como objetivo 
final a restauração das relações entre os envolvidos.
  Autonomia das decisões — as decisões tomadas não necessitarão ser 
alvo de futura homologação judicial. Cabe às partes optarem pelo melhor 
para si mesmas.
  Equilíbrio das relações entre as partes — não terá êxito a mediação na 
qual as partes estejam em desequilíbrio de atuação. É fundamental que 
todas as partes se manifestem e que haja a garantia da compreensão 
das ações que estão sendo desenvolvidas. A prioridade do processo de 
mediação é a restauração da harmonia. Deve-se buscar o favorecimento 
das trocas entre as partes, utilizando-se um método conciliatório.
O tema da mediação pode ser visto em filmes. Uma suges-
tão é o filme SeteAnos, de 2016, que nos traz um exemplo 
de situação muito interessante que envolve a mediação.
Uma dica de leitura sobre mediação é o documento Me-
diação Judicial, que apresenta todas as questões relativas 
à mediação de acordo com o Código de Processo Civil 
(CPC) de 2015. Acesse-o no link abaixo ou código ao lado.
https://goo.gl/61wQBB 
Métodos autocompositivos e heterocompositivos de tratamento dos conflitos4
C03_Metodos_autocompositivos.indd 4 28/06/2018 08:16:25
A conciliação é uma conversa/negociação que conta com a participação 
de uma pessoa imparcial para favorecer o diálogo e, se necessário, apresentar 
ideias para a solução do conflito. Segundo o CPC de 2015 (Lei nº. 13.105, de 
16 de março de 2015), o conciliador, que atuará preferencialmente nos casos 
em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções 
para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento 
ou intimidação para que as partes conciliem.
No Brasil, conciliação e mediação são vistos como meios distintos de so-
lução de conflitos. Essa visão decorre, em grande parte, da evolução histórica 
desses instrumentos na nossa sociedade. O CPC reafirmou essa diferenciação 
no art. 165. Na conciliação, o terceiro facilitador da conversa interfere de 
forma mais direta no litígio e pode chegar a sugerir opções de solução para 
o conflito (art. 165, § 2º).
A negociação é um processo pelo qual duas ou mais partes, partindo de 
um suposto conflito, procuram obter, mediante decisão comum, um resultado 
melhor do que teriam obtido por outros meios. Trata-se de um acordo ou en-
tendimento bi ou multilateral. A negociação pode ser dividida em negociação 
por princípios e negociação posicional.
A negociação posicional é aquela cujos negociadores se tratam como 
oponentes, o que implica pensar na negociação em termos de um ganhar e 
outro perder. O negociador pressiona ao máximo e cede o mínimo possível. 
Tem um olhar para determinado foco, é polarizado em uma das partes e pro-
porciona prejuízos na relação social dos envolvidos, pois uma parte se sente 
cedendo à intransigência da outra.
Já a negociação por princípios induz que os negociadores busquem saídas 
que não dependam do outro lado para ficar numa situação mais confortável 
durante a negociação. A honestidade e a busca de um acordo que satisfaça 
aos dois lados são apontados como características desse princípio. A nego-
ciação por princípios, ou negociação baseada em méritos, sugere a obtenção 
de resultados sensatos e justos, em que são abordados os interesses reais dos 
envolvidos, e não suas posições. Essa negociação deverá passar por 4 fases:
1. separação das pessoas dos problemas;
2. foco nos interesses, e não em posições;
3. geração de opções de ganhos mútuos;
4. utilização de critérios objetivos.
5Métodos autocompositivos e heterocompositivos de tratamento dos conflitos
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Para Morais e Spengler (2018), a mediação pode ser considerada como um espaço 
democrático, pois aplica-se com a figura do mediador, que se encontra no meio das 
partes, não acima delas. Partilha-se de um espaço comum e participativo. O mediador 
não deve se preocupar em interferir no conflito, mas em possibilitar liberdade às partes. 
A medicação não é uma ciência, mas uma arte.
Saiba mais sobre os métodos de solução de conflitos no livro Mediação e Arbitragem: 
Alternativas à Jurisdição, dos mesmos autores.
Diferenças entre mediação, conciliação 
e negociação de arbitragem
Já defi nimos mediação como parte da justiça consensual, na qual os desejos 
e satisfações das partes substituem a aplicação coercitiva de uma sanção 
legal. Segundo Warat (1998), a mediação consiste em um processo no 
qual o mediador auxilia os participantes na resolução de uma disputa. O 
acordo fi nal trata o problema com uma proposta mutuamente aceitável e 
será estruturado de modo a manter a continuidade das relações das pessoas 
envolvidas.
A conciliação, por sua vez, é apresentada no CPC de 2015, no art. 165, § 
2º, que nos diz que o conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em 
que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para 
o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou 
intimidação para que as partes conciliem. Assim, a conciliação é mais indicada 
para conflitos objetivos e superficiais, nos quais não existe relacionamento 
duradouro entre os envolvidos. Já a negociação ocorre quando duas ou mais 
pessoas, a partir de um conflito, tentam chegar a uma solução, depois de já 
terem tentado resolver o conflito por outros meios. 
A arbitragem consiste em uma estratégia de tratamento de contro-
vérsias evidenciada desde a Antiguidade e utilizada no Estado romano. A 
princípio, o Estado não interferia no tratamento de litígios, deixando que 
os particulares se incumbissem de solucionar as controvérsias surgidas na 
vida cotidiana. Depois, o Estado tratou de regular e controlar o método 
privado de tratamento de litígios, assumindo totalmente esse controle. Ainda 
percorrendo a história da arbitragem, daí em diante ela passou a assumir 
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papel importante no tratamento de conflitos. Existem evidências do uso 
da arbitragem entre os povos gregos, tanto em conflitos particulares como 
entre cidades-estados.
Com a aprovação do CPC de 2015, a arbitragem foi formalizada como uma 
jurisdição no Direito brasileiro, como se pode observar no art. 3º, § 1º, que 
nos diz que é permitida a arbitragem na forma da lei. Porém esse instituto já 
possuía lei própria desde a Lei nº. 9.307, de 23 de setembro de 1996.
Nem por isso, ao Poder Judiciário, por meio dos seus membros, é autorizada 
a discussão quanto ao mérito das decisões arbitrais. Tratam-se de jurisdições 
paralelas, ambas reconhecidas constitucionalmente: a jurisdição estatal, 
que é regulada pelas normas processuais civis, e a jurisdição arbitral, que 
é regulada por lei extravagante. O art. 42 do CPC confirma esse instituto 
como jurisdicional, dispondo que “[...] as causas cíveis serão processadas e 
decididas pelo órgão jurisdicional nos limites de sua competência, ressalvado 
às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei” (BRASIL, 2015, 
documento on-line).
Dessa forma, a jurisdição permite às partes optarem pela arbitragem e 
coloca fim à teoria que afirmava que a sentença arbitral era inconstitucional. 
Conforme Alem (2009), após muita discussão entre os ministros do Supremo 
Tribunal Federal, já em 2001, na Sentença Estrangeira nº. 5.206, decidiu-se 
de forma definitiva que a Lei Brasileira de Arbitragem é constitucional, 
tanto é que aparece no CPC de 2015. Esse CPC também apresenta a Carta 
Arbitral, um instituto que foi inserido por meio do art. 237 e que promove uma 
harmonização entre os sistemas da Justiça arbitral e da Justiça estatal. É por 
meio da Carta Arbitral que se darão formalmente os pedidos de cooperação 
entre os juízes e árbitros.
Com a Carta Arbitral, é possível o cumprimento de todas as tutelas men-
cionadas na Lei nº. 9.307/96, art. 22, § 4º, pois haverá integração dos juízos 
arbitral e estatal. No CPC de 1973 não havia citação sobre a cooperação 
entre os juízos arbitrais e juízos estatais, o que impossibilitava a efetivação 
dessas tutelas.
O CPC de 2015 apresenta a regulamentação da alegação pelo réu (art. 345). 
A convenção de arbitragem necessita de interpelação de uma das partes para 
que o juiz se manifeste. Já ao réu, cabe a alegação da existência de convenção 
de arbitragem. A alegação de existência de cláusula arbitral deve ser feita pela 
parte assim que possível, sob pena de preclusão. Caso não o faça, o seu silêncio 
será considerado como aceitação da jurisdição estatal e, consequentemente, 
como renúncia ao juízo arbitral.
7Métodos autocompositivos e heterocompositivos de tratamentodos conflitos
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Se uma das partes desobedece à essa disposição contratual e ajuíza ação 
perante o Poder Judiciário, cabe à outra parte alegar esse descumprimento 
contratual, demonstrando ao juiz a existência da convenção de arbitragem. 
Essa alegação se trata inclusive de hipótese prevista no inciso VII do art. 
485 do CPC de 2015, como causa em que o juiz não resolverá o mérito, 
inserida no Título III, do Livro VI da Parte Geral do CPC, que trata da 
extinção do processo. A criação dessa forma específica de alegação da 
existência de convenção de arbitragem também é uma grande alteração do 
CPC de 2015. Segundo esse instituto, é raro que exista um processo arbitral 
que não seja sigiloso.
1. Sobre o método autocompositivo 
de solução de conflitos, 
podemos afirmar que:
a) apenas os sujeitos originais em 
confronto é que se relacionam 
na busca da extinção do 
conflito, conferindo origem 
a uma sistemática de análise 
e solução da controvérsia 
autogerida pelas próprias partes.
b) a intervenção é realizada 
por um agente exterior aos 
sujeitos originais na dinâmica 
de solução do conflito.
c) fazem parte do método 
autocompositivo de solução 
de conflitos apenas a 
mediação e a jurisdição.
d) o agente solucionador do 
conflito é o juiz arbitral.
e) é definida como a interferência 
de um terceiro em uma discussão, 
designado judicialmente 
para a solução do conflito.
2. Sobre a mediação e a conciliação, 
é correto afirmar que:
a) na mediação, o terceiro 
interessado é o mediador, 
designado pelo juízo competente.
b) na mediação dos conflitos, a 
publicidade dos fatos é uma 
característica do processo, visto 
que o mediador precisa estudar 
o conflito para dar a sua opinião 
na resolução do problema.
c) na conciliação, o conciliador 
não pode interferir na decisão 
tomada pelas partes para a 
resolução do problema.
d) na mediação, o processo 
tramita de forma rápida, porém 
o valor das custas é igual ao 
valor de um processo judicial.
e) na conciliação, o conciliador 
poderá sugerir soluções 
para o litígio, porém é 
proibido qualquer tipo de 
constrangimento ou intimidação 
para que as partes conciliem.
3. Quando falamos da característica 
autonomia das decisões no processo 
de mediação, estamos falando:
Métodos autocompositivos e heterocompositivos de tratamento dos conflitos8
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a) da capacidade de aproximar as 
partes, pois o debate se dá com 
a finalidade de aproximar as 
partes para a solução do litígio.
b) que a decisão tomada não 
necessita de homologação 
pelo Poder Judiciário, visto 
que as partes optam pelo 
melhor para si mesmas.
c) da autonomia que o mediador 
tem para decidir o conflito.
d) da preocupação em equilibrar as 
relações entre as partes, para que 
cada uma tenha a autonomia de 
decidir o que for melhor para si.
e) que a decisão tomada na 
resolução do conflito tem a 
autonomia do Poder Judiciário, 
pois foi homologada pelo juiz.
4. Quando as partes envolvidas em 
um conflito escolhem uma pessoa, 
física ou jurídica, para solucionar a 
lide, deixando de lado o processo 
judicial estatal, elas optam pela:
a) conciliação.
b) negociação.
c) arbitragem.
d) mediação.
e) transação.
5. Analise as afirmativas abaixo e 
assinale a alternativa correta.
I. A arbitragem é uma forma 
de solução de conflitos 
entre indivíduos.
II. Mesmo tendo iniciado a ação 
judicial, as partes podem se 
socorrer da mediação.
III. O mediador é um terceiro, cuja 
função é escutar as partes e 
formular a sentença para o litígio.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas a afirmativa III está correta.
c) Apenas as afirmativas I 
e II estão corretas.
d) Apenas as afirmativas II 
e III estão corretas.
e) Todas as afirmativas 
estão incorretas.
ALEM, F. P. Arbitragem. São Paulo: Saraiva, 2009.
BARBOSA, M.; VANDERLEI, M. A. Negociação, mediação e arbitragem. Jus Navigandi, 
ago. 2015. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/41477/negociacao-mediacao-
-e-arbitragem>. Acesso em: 17 jun. 2018.
BRASIL. Lei nº. 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Diário Oficial 
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 17 mar. 2015. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 14 jun. 2018. 
MORAIS, J. B.; SPENGLER, F. M. Mediação e arbitragem: alternativas à jurisdição. Porto 
Alegre: Livraria do Advogado, 2018.
WARAT, L. A. (Org.). Em nome do acordo: a mediação no Direito. Florianópolis: Almed, 
1998.
9Métodos autocompositivos e heterocompositivos de tratamento dos conflitos
C03_Metodos_autocompositivos.indd 9 28/06/2018 08:16:28
Leituras recomendadas
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Supremo Tribunal Federal julga constitucional 
a Lei de Arbitragem. Notícias STF, 12 dez. 2001. Disponível em: <http://www.stf.jus.
br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=58198>. Acesso em: 17 jun. 2018.
SENA, A. G. Formas de resolução de conflitos e acesso à justiça. Rev. Trib. Reg. Trab. 
3ª Reg., Belo Horizonte, v. 46, n. 76, p. 93-114, jul./dez. 2007. Disponível em: <https://
www.trt3.jus.br/escola/download/revista/rev_76/Adriana_Sena.pdf>. Acesso em: 
17 jun. 2018.
SILVA, F. S. Y. A arbitragem no novo Código de Processo Civil. DireitoNet, 30 abr. 2017. 
Disponível em: <https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10141/A-arbitragem-
-no-Novo-Codigo-de-Processo-Civil>. Acesso em: 17 jun. 2018.
Métodos autocompositivos e heterocompositivos de tratamento dos conflitos10
C03_Metodos_autocompositivos.indd 10 28/06/2018 08:16:28
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