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Módulo I - Seminário VII - IBET

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IBET – INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS 
Módulo I: Tributo e Segurança Jurídica 
Seminário VII: ITCMD e ITBI 
Aluno: Gabriel de Sousa Lopes 
 
1. Construa a regra-matriz de incidência tributária do ITCMD. 
 
A RMIT do ITCMD é composta pelo cumprimento dos seguintes critérios: 
 
Hipótese: 
 
➢ Critério Material: transmissão causa mortis de bens móveis e/ou imóveis ou, 
ainda, a transmissão por doação, por ato entre vivos, de bens móveis e/ou imóveis. 
 
➢ Critério Temporal: múltiplos podem ser os critérios temporais do ITCMD. No caso 
de transmissão causa mortis, o critério temporal será a data da abertura da sucessão. 
Na transmissão por doação inter vivos, será a data da transmissão do bem, sendo 
caracterizada pelo registro nos casos de bens imóveis e pela tradição nos casos de 
bens móveis. 
 
➢ Critério Espacial: O preenchimento do critério espacial deste imposto no caso 
de doação inter vivos, o estado do domicílio do doador ou o estado da situação do 
bem (se imóvel), porém, se a transmissão ocorrer por causa mortis e o bem for imóvel, 
será o Estado da situação do bem, se bem móvel, será o Estado onde se processar o 
inventário, ou, ainda, o Estado do domicílio civil de quem deu causa a herança (de 
cujus). 
 
Consequente: 
 
➢ Critério Pessoal: o sujeito será o Estado ou o Distrito Federal, a depender do 
caso e o sujeito passivo poderá ser o herdeiro, legatário, ou ainda o doador ou o 
donatário. 
 
➢ Critério Quantitativo: a base de cálculo será o valor venal do bem imóvel ou o 
valor do bem móvel e a alíquota será a porcentagem fixada pela legislação 
estadual, detentora da competência para efetiva instituição do tributo em questão. 
 
2 - O que é transmissão “causa mortis” e o que é doação? Fundamente sua resposta 
no que dispõe a legislação do código civil, artigo 1784, e no art. 110 do Código 
Tributário Nacional. 
 
O artigo 110 do Código Tributário Nacional, estabelece que a lei tributária não pode 
alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de 
direito privado, quando da definição e limitação das competências tributárias. 
 
Dessa forma, a lei tributária não poderá alterar o alcance do conceito de transmissão 
causa mortis estabelecido pelo artigo 1.784 do Código Civil, que conceitua a 
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transmissão causa mortis como sendo o ato ou o efeito de transferir a titularidade de 
bens ou direitos, por meio da herança. 
 
No mesmo sentido, não poderá alterar o significado de doação estabelecido pelo 
artigo 538 do Código Civil, que conceitua doação como sendo a transferência de 
bens ou direitos, por liberalidade e entre vivos, de uma pessoa para outrem, via de 
regra, sem qualquer contraprestação ou condição. 
 
3 - “A”, domiciliado em Maracanaú/CE, doou a seu irmão “B”, domiciliado em 
Brasília/DF, pouco antes de morrer, a casa de sua propriedade, localizada em 
Mendoza, República Argentina, bem como o automóvel que se encontrava na 
garagem desse imóvel, e que foi licenciado naquele país. 
 
Por sua vez, “C”, domiciliado na República Italiana, deixou, em testamento, todos os 
bens móveis e imóveis de sua propriedade, localizados na Itália, para sua irmã “D”, 
domiciliada em Redenção/PA, que aceitou a herança transmitida. 
 
Com base apenas nas regras dos incisos I, II e III do § 1º do art. 155 da Constituição 
Federal, indaga-se: a qual Estado é devido o ITCMD eventualmente incidente sobre as 
transmissões ocorridas, considerando que todas elas ocorreram em julho de 2021? 
 
a) Doação de bem imóvel localizado em Mendoza: 
 
Levando em consideração o regramento dos incisos I, II, e III do §1º do artigo 155 da 
CF, não é possível afirmar qual o Estado tem a competência para arrecadar o ITCMD 
do bem imóvel localizado no exterior. 
 
b) Doação de automóvel (bem imóvel) localizado em Mendoza: 
 
O inciso II, do §1º do artigo 155 da CF possibilita determinar que o Estado competente 
para arrecadação do ITCMD relativo à doação do automóvel é do Ceará, por ser o 
domicílio do doador. 
 
c) Transmissão “causa mortis” de bens móveis localizados na Itália: 
 
O texto do artigo 155, §1º, III, “b” da CF dispõe apenas que se o de cujus possuía bens, 
era residente ou domiciliado ou teve o inventário processado no exterior, a 
competência para instituição do ITCMD será regulada por lei complementar. 
 
d) Transmissão “causa mortis” de bens imóveis localizados na Itália: 
 
Conforme apontado na resposta acima, não é possível determinar, pois o artigo 155, 
§1º, III, “b” da CF dispõe apenas que se o de cujus possuía bens, era residente ou 
domiciliado ou teve o inventário processado no exterior, a competência para 
instituição do ITCMD será regulada por lei complementar. 
 
Responda à questão anterior, levando em conta, apenas, as normas da Lei estadual nº 
10.705/2000, do Estado de São Paulo. 
 
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a) Doação de bem imóvel localizado em Mendoza: 
 
Levando em consideração o artigo 4º, da Lei Estadual nº 10.705/2000, o Estado de São 
Paulo não será o ente arrecadador, pois o donatário não possui domicílio em São Paulo 
e o bem imóvel não está fixado no território do Estado. 
 
b) Doação de automóvel (bem móvel) localizado em Mendoza: 
 
O Estado de São Paulo não será responsável pela arrecadação, pois o donatário não 
possui domicílio em São Paulo e o bem móvel não se encontra no território do Estado. 
Neste caso, nos termos do inciso II, do §1º do artigo 155 da CF, o Estado responsável 
será o do Ceará. 
 
c) Transmissão “causa mortis” de bens móveis localizados na Itália: 
 
O Estado de São Paulo não será o responsável pela arrecadação, pois a herdeira não 
tem domicílio em São Paulo e os bens móveis não se encontram no território. 
 
d) Transmissão “causa mortis” de bens imóveis localizados na Itália: 
 
Com base no artigo 4º, da Lei Estadual nº 10.705/2000, São Paulo não será o ente 
arrecadador, pois a herdeira não possui domicílio no estado e os bens imóveis não se 
encontram fixados no território de São Paulo 
 
4 - Em fevereiro de 2022, faleceu Caio, que, na data do óbito, mantinha domicílio em 
São Paulo/SP, tendo deixado como herdeiros dois filhos: Tício e Mévio. Tício, que não 
mantinha boas relações com o pai, renunciou à herança em favor de sua filha 
Lucrécia. Ao investigar o patrimônio do de cujus, foi possível constatar a existência 
dos seguintes bens, direitos e obrigações: 
 
i. Uma casa de veraneio em Paraty/RJ, com valor venal de R$ 100.000,00; 
 
ii. Cotas do Fundo de Investimento Imobiliário MXXX11, cujo valor de 
negociação, em Bolsa de Valores, na data de falecimento do de cujus, totalizava R$ 
100.000,00. Tais investimentos estavam declarados pelo de cujus, em sua DIRPF 
apresentada em 2021, pelo valor total de R$ 10.000,00; atualmente, são negociadas 
em Bolsa de Valores, pelo valor total de R$ 50.000,00; 
 
iii. Um VGBL em favor dos herdeiros, no valor total de R$ 100.000,00; 
 
iv. Débito de R$ 100.000,00 fixado em cumprimento de sentença de ação 
trabalhista movida pelo antigo caseiro de Paraty; 
 
A família do de cujus o(a) procura para solução das seguintes questões: 
 
a) Quais os valores das bases de cálculo do imposto causa mortis devido ao 
Estado de São Paulo na abertura da sucessão de Caio? Justifique, apontando cada 
um dos itens considerados ou excluídos, indicando as razões para tanto; 
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Nos termos dos incisos I, II, e III do §1º do artigo 155 da CF e da Lei estadual nº 
10.705/2000, os valores das bases de cálculo dos impostos devidos serão: 
 
I - As Cotas do Fundo de Investimento Imobiliário MXXX11, considerando-se para a 
base de cálculo o valor de R$ 100.000,00, por ser o valor correspondente na data da 
transmissão, nos termos do artigo 14 da Lei nº10.705/2000; 
 
II - Um VGBL em favor dos herdeiros, no valor total para base de cálculo de R$ 
100.000,00. 
 
À oportunidade, cumpre destacar que, porforça do artigo 155, §1ª, I, o ITCMD 
referente a casa de veraneio em Paraty/RJ, com valor venal de R$ 100.000,00, após 
abatido as obrigações, será devido ao Estado do Rio de Janeiro, por ser o Estado 
onde o imóvel está fixado. 
 
b) Considerando a renúncia de Tício, esclareça como fica a questão da 
incidência do ITCMD neste caso. 
 
O ITCMD continuará incidindo, porém, tendo em vista que Tício renunciou a sua cota 
parte da herança em favor de sua filha Lucrécia, esta será a contribuinte do imposto, 
por ser a cessionária na cessão de herança, nos termos do artigo 7º, IV, da Lei 
estadual nº 10.705/2000. 
 
5 - Vinícius, domiciliado em Volta Redonda/RJ, é proprietário de 1.000.000 de ações 
da empresa Gama (localizada em Salvador/BA), no valor de R$ 10,00 cada ação. 
“A”, em 2021, instituiu seu irmão Victor, domiciliado em Curitiba/PR, usufrutuário 
vitalício dessas ações, por meio de ato “inter vivos” não-oneroso. Há incidência do 
ITCMD sobre a instituição desse usufruto? Em caso afirmativo, qual Estado é o titular 
desse imposto? 
 
Não há incidência do ITCMD sobre a instituição do usufruto supracitado, por mais que 
tenha sido de natureza vitalícia e por meio de ato inter vivos não oneroso, pois 
conforme determina o artigo 155, I, da Constituição Federal, a instituição do ITCMD 
se dá pela transmissão de bens ou direitos e no caso da instituição de usufruto, não 
há a transmissão da propriedade dos bens ou direitos. 
 
Ressalta-se que neste caso não há que se falar em acréscimo patrimonial, pois o 
usufruto é apenas um ônus real sobre a coisa, ou seja, não implica aquisição de 
propriedade, não ocorrendo, portanto, o critério material do referido imposto. 
 
E conforme apontado na resposta da questão 2, o artigo 110, do CTN, determina que 
a lei tributária não poderá alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, 
conceitos e formas de direito privado, quando da definição e limitação das 
competências tributárias 
 
6 - Construa a regra-matriz de incidência tributária do ITBI. 
 
A RMIT do ITBI é composta pelo cumprimento dos seguintes critérios: 
 
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Hipótese: 
 
➢ Critério Material: De acordo com o artigo 156 da Constituição Federal, o 
critério material caracteriza-se na transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato 
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre 
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição. 
 
➢ Critério Temporal: Tempo da transmissão da titularidade do bem imóvel ou do 
direito real sobre o bem imóvel. 
 
➢ Critério Espacial: O município onde o bem imóvel se encontra, podendo 
também ser o Distrito Federal. 
 
Consequente: 
 
➢ Critério Pessoal: Sujeito ativo o Município ou o Distrito Federal, caracterizados 
por suas respectivas Fazendas Públicas e sujeito passivo, o contribuinte o qual se 
relaciona com o bem imóvel, podendo ser pessoa física ou jurídica. 
 
➢ Critério Quantitativo: Atualmente, muito se discute a respeito do critério 
quantitativo do IBTI, posto que, conquanto o artigo 38 do CTN traga que a base de 
cálculo do imposto será o valor venal do bem ou do direito transmitido, há recentes 
julgados dos tribunais superiores que estabelecem que para fins de base de cálculo 
de ITBI, deverá ser considerado o valor da transação imobiliária do imóvel, que 
geralmente é maior que o valor venal do imóvel, não podendo ser utilizado os valores 
de referência fixados arbitrariamente pelas prefeituras, que normalmente são muito 
mais elevados. Já a alíquota do ITBI é definida pela Lei Municipal ou Distrital, todavia, 
o artigo 39 do CTN traz que a alíquota não pode exceder os limites fixados em 
resolução do Senado. 
 
7 - Indique, com base na legislação, qual é a base de cálculo do ITBI e se esta fica, 
de alguma forma, vinculada à do IPTU? É legítima a adoção do valor da negociação 
do imóvel como a base de cálculo do ITBI? 
 
O artigo 38 do Código Tributário Nacional traz que a base de cálculo do ITBI é o valor 
venal dos bens ou direitos transmitidos. Contudo, para o Ministro do STJ, Gurgel de 
Faria, no julgamento do REsp nº 1937821, o valor venal do imóvel para fins de ITBI é o 
valor normal de mercado nas negociações imobiliárias. 
 
Assim, o Superior Tribunal de Justiça, através do REsp nº 1937821, determinou que o 
cálculo do ITBI deverá ser feito sobre o valor de mercado do imóvel (valor da 
transação imobiliária), afastando o uso absoluto do valor venal ligado ao IPTU. Ou 
seja, no que se refere à segunda pergunta da questão, é sim legítima a adoção do 
valor da negociação do imóvel como base de cálculo do ITBI.

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