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IMUNOLOGIA & HEMATOLOGIA REPRODUÇÃO PROIBIDA SEM AUTORIZAÇÃO IMUNOLOGIA introdução à C A P ÍT U LO 1 Leucócitos Os leucócitos, também conhecidos como glóbulos brancos, são células sanguíneas dotadas de núcleo. Conforme o tipo, apresentam tamanhos variados. A maior parte dessas células é produzida na medula óssea vermelha. Uma menor parte é produzida em certos órgãos do corpo, como o baço e as tonsilas palatinas (amígdalas). Introdução Tipos de Leucócitos MATERIAL INTRODUÇÃO - IMUNOLOGIA Os glóbulos brancos, também conhecidos como leucócitos, defendem o nosso organismo por duas maneiras: Por fagocitose – as células de defesa englobam os microrganismos e os destroem por meio de enzimas digestórias contidas nos lisossomos. Pela produção de anticorpos – proteínas especiais que desativam as substâncias tóxicas produzidas pelos organismos invasores ou presentes em certos alimentos e drogas diversas. Anticorpos Os leucócitos são capazes de sair da corrente sanguínea (fenômeno chamado diapedese). Uma vez fora, os leucócitos deslocam-se pelos tecidos vizinhos ao vaso e chegam ao local da infecção. Na “batalha”, muitos leucócitos morrem junto com microrganismos e células lesadas. Esse conjunto forma o pus, que pode aparecer nas feridas. E a produção de anticorpos Os organismos invasores contêm proteínas estranhas ao nosso corpo. São chamadas de antígenos. Os leucócitos do tipo linfócitos produzem os anticorpos que neutralizam a ação tóxica dos antígenos. Alguns linfócitos atuam como “células de memória” – assim, mesmo depois da cura de determinada doença, tais células são capazes de voltar a produzir anticorpos, caso o organismo seja novamente infectado. Por isso existem doenças que temos somente uma vez, como por exemplo, a caxumba e a rubéola. Lembre-se de que os anticorpos são altamente específicos. Aqueles que “servem” para uma doença A não “servem” para uma doença B. Leucócitos Leucócitos em ação Vacinas – prevenindo contra doenças Doenças provocadas por vírus ou bactérias são evitadas com o uso das vacinas. As vacinas induzem o nosso sistema imunitário a produzir anticorpos específicos contra um determinado microrganismo. Caso haja uma invasão na pessoa vacinada, os anticorpos já existentes impedem que a doença nele se instale. Ação das vacinas em nosso corpo Soros Imagine que o organismo de uma pessoa infectada não consegue produzir anticorpos de que necessita, por não haver tempo hábil ou por se encontrar muito debilitada. E agora, o que pode ser feito? Resposta: Nesse caso, ela deve receber a aplicação de soros. Vacinas e Soros: Existem diferenças? A jararaca é uma serpente peçonhenta, responsável por cerca de 90% dos acidentes ofídicos no Brasil. O Instituto Butantan (SP) é o maior produtor de soros antiofídicos do mundo. Os soros diferem das vacinas por já conterem os anticorpos de que o organismo necessita a serem usados para curar certas enfermidades. A preparação de soros é feita com aplicação de microrganismos mortos ou atenuados, ou ainda de suas toxinas em animais como coelhos, cabras e cavalos. Depois da produção de anticorpos pelos animais citados, parte do sangue deles é coletada e são usadas técnicas para isolá-los e na produção dos soros. A ciência oferece uma série de medicamentos capazes de combater o desenvolvimento de microrganismos em nosso corpo Os antibióticos, por exemplo, são eficazes no combate de certas bactérias. Porém, ao longo do tempo, bactérias naturalmente resistentes vêm sendo selecionadas por esses agentes químicos. Por isso é preciso “inventar” outro tipo de antibiótico contra novas bactérias. C A P ÍT U LO 2 Introdução à Imunologia A imunologia é uma ciência recente. Sua origem é atribuída, por alguns autores, a Edward Jenner, que, em 1796, verificou proteção induzida pelo cowpox (vírus da varíola bovina) contra a varíola humana, nomeando tal processo da vacinação. No entanto, é sabido que, na antiguidade, os chineses já inalavam o pó das crostas secas das pústulas de varíola ou as inseriam em pequenos cortes na pele, em busca de proteção. O sistema imune é o conjunto de células, tecidos, órgãos e moléculas que os humanos e outros seres vivos usam para a eliminação de agentes ou moléculas estranhas, inclusive o câncer, com a finalidade de se manter a homeostasia do organismo. Os mecanismos fisiológicos do sistema imune consistem numa resposta coordenada dessas células e moléculas diante dos organismos infecciosos e dos demais ativadores, o que leva ao aparecimento de respostas específicas e seletivas, inclusive com memória imunitária. Conceitos e Métodos para a Formação de Profissionais em Laboratórios de Saúde podem ser criados artificialmente, através das vacinas. Na ausência de um sistema imune funcional, infecções leves podem sobrepujar o hospedeiro e levá-lo à morte. Porém, mesmo com um sistema imune funcional, o homem, por exemplo, pode adquirir uma doença infecciosa ou um câncer, pois a resposta imune específica, diante de um agente agressor, leva tempo para se desenvolver e, além disso, tanto organismos estranhos, como células neoplásicas, desenvolvem mecanismos de evasão para fugir da resposta imune. Conceitos básicos dos principais componentes do sistema imune, os mecanismos de resposta específica ante os diversos agentes infectoparasitários, como também a investigação dos vestígios da passagem desses agentes, por meio de métodos laboratoriais para pesquisa de antígenos e anticorpos específicos, principal propósito desse texto, uma vez que se destina a alunos de escolas técnicas de nível médio - Órgãos, tecidos e células envolvidos na resposta imunitária. Introdução à Imunologia C O M P LEM EN T O S - A P O S T ILA IM U N O LO G IA I E II, D IV ER S O S Células que participam do sistema imunitário As respostas imunes são mediadas por uma variedade de células e por moléculas que estas células expressam. Os leucócitos são as células que desempenham as principais ações, mas outras células, que se encontram nos tecidos, também participam da resposta imunitária, enviando sinais e recebendo estímulos dos leucócitos. As células que participam do sistema imunitário se originam na medula óssea, onde muitas evoluem para a fase adulta. A partir da medula, e por meio de vasos sanguíneos, elas migram junto com todos os elementos celulares do sangue. Inclusive as hemácias, que transportam o oxigênio, e as plaquetas que participam da coagulação, uma vez que estes elementos se originam das células-tronco progenitoras da medula. As células que derivam do progenitor mieloide e do progenitor linfoide são as que mais interessam para o entendimento das ações do sistema imunitário, de modo que, neste texto, não serão considerados os megacariócitos e os eritrócitos. O progenitor mieloide é o precursor dos granulócitos, fagócitos mononucleares (macrófagos), células dendríticas e mastócitos do sistema imune. Os macrófagos são as células fagocitárias mais relevantes. Estas células são a forma diferenciada dos monócitos sanguíneos, que se encontram estrategicamente distribuídos em vários tecidos para dar origem ao sistema fagocitário mononuclear. Os microgliócitos são os macrófagos do cérebro, as células de Kupffer são os macrófagos do fígado, os macrófagos alveolares fazem parte do tecido pulmonar, entre outros macrófagos residentes em diferentes tecidos. As funções dos macrófagos se caracterizam pela neutralização, ingestão e destruição de partículas, incluindo os biopatógenos, além de processar e apresentar antígenos para os linfócitos T. Neste contexto, são as células dendríticas as mais especializadas na captura e na apresentação de antígenos para os linfócitos T. As células dendríticas imaturas migram do sangue para residirem nos tecidos e realizam tanto a fagocitose quanto a micropinocitose. Após o encontro com um patógeno, maturam rapidamente e migram para os nódulos linfáticos, onde encontram o ambiente adequado para a apresentação de antígenos. Os granulócitos recebem essa denominação porpossuírem grânulos em seu citoplasma que se coram densamente por corantes hematológicos tradicionais. São também chamados de leucócitos polimorfonucleares, devido às formas de seus núcleos. Existem três tipos de granulócitos, sendo eles os neutrófilos, os eosinófilos e os basófilos; todos com um tempo de vida relativamente curto e produzidos em grande número durante as respostas inflamatórias. Os neutrófilos, assim como os macrófagos e as células dendríticas, são representantes do grupo de células fagocitárias do sistema imunitário, mas, diferentemente destas células, não apresentam antígenos para os linfócitos T. Os neutrófilos são os elementos celulares mais numerosos e importantes da resposta inata. Células que participam do sistema imunitário Os eosinófilos parecem ser importantes, principalmente na resposta diante de infecções parasitárias ou processos alérgicos, já que seu número aumenta no curso destas reações. A função dos basófilos provavelmente é similar e complementar à dos eosinófilos e mastócitos. Os mastócitos, cujo precursor parece ser comum aos basófilos, devido a semelhanças funcionais, também se diferenciam ao chegar aos tecidos onde residem. Eles se localizam principalmente à margem dos vasos sanguíneos e liberam mediadores que agem nas paredes vasculares quando ativados. Os anticorpos são moléculas agrupadas em uma classe de substâncias denominadas imunoglobulinas, e o receptor de antígeno do linfócito B é também conhecido como imunoglobulina de membrana. A imunidade humoral é a principal função das células B e dos plasmócitos, e consiste em secretar anticorpos no sangue e em outros líquidos orgânicos, resultando efeitos protetores, mediados por líquidos teciduais. Conceitos e Métodos para a Formação de Profissionais em Laboratórios de Saúde adaptadas para detectar antígenos derivados de proteínas estranhas ou patógenos que entram nas células hospedeiras. Todavia, em contraste com as imunoglobulinas, os TCRs nunca são secretados, de modo que a célula T precisa migrar até as áreas de lesão para exercer seus efeitos protetores, por meio de contato direto com a célula alvo ou para influenciar as atividades de outras células do sistema imunitário. Juntamente com os macrófagos, as células T desenvolvem uma categoria de resposta imune denominada imunidade mediada por células. A maioria dos linfócitos virgens possui uma sobrevida muito curta, sendo programada para morrer em poucos dias após ter saído da medula óssea ou do timo. No entanto, se uma dessas células receber sinais indicando a presença de um imunógeno (antígeno que estimula uma resposta imune específica), ela poderá responder por meio de um fenômeno conhecido como ativação, durante o qual pode sofrer vários ciclos de divisão celular. Células que participam do sistema imunitário O progenitor linfoide comum dá origem aos linfócitos. Os linfócitos são as células que reconhecem, especificamente, os antígenos. Sua morfologia típica consiste em uma pequena célula redonda com núcleo esférico. Apesar da aparência uniforme à microscopia ótica, vários tipos de linfócitos podem ser distinguidos com base nas suas propriedade funcionais e proteínas específicas que expressam. A distinção mais fundamental consiste na classificação destas células em duas linhagens principais, conhecidas como linfócitos B e linfócitos T. Os linfócitos B, também chamados de células B (de bursa ou bolsa de Fabricius, nas aves, e derivadas da medula óssea, nos mamíferos), quando ativados, proliferam e se diferenciam em células plasmáticas ou plasmócitos, que são as células efetoras da linhagem B, cuja função principal é a secreção de anticorpos. Os linfócitos T, ou células T (derivados do timo), se apresentam em duas classes principais. Células que participam do sistema imunitário Os órgãos linfoides centrais são a medula óssea vermelha e o timo, um grande órgão localizado na porção superior do tórax. Tanto os linfócitos B como as células T surgem na medula óssea, mas apenas os linfócitos B ali se diferenciam. Os linfócitos T migram para o timo para sofrer seu processo de diferenciação. Uma vez completada sua maturação. Conceitos e Métodos para a Formação de Profissionais em Laboratórios de Saúde celular, os dois tipos de linfócitos entram na corrente sanguínea, migrando para os órgãos linfoides periféricos. Durante a vida intrauterina, o fígado fetal desempenha o papel que a medula óssea vermelha passa a desenvolver plenamente após o nascimento. Os órgãos linfoides periféricos são especializados na captura do antígeno para possibilitar o início das respostas imunes adaptativas. Os microrganismos patogênicos podem penetrar no hospedeiro por muitas portas de entrada, instalando o processo infeccioso em qualquer sítio, mas o encontro do antígeno com os linfócitos acontecerá nos órgãos linfoides periféricos: os nódulos linfáticos, o baço e vários tecidos linfoides associados às superfícies das mucosas. Os linfócitos estão em contínua recirculação entre esses tecidos, para os quais o antígeno também é carreado, vindo de todos os locais de infecção, primariamente dentro de macrófagos e células dendríticas. Dentro dos órgãos linfoides, células especializadas, como as células dendríticas maduras, apresentam o antígeno para os linfócitos. Algumas das células-filhas retomam ao estado de repouso, tornando-se células de memória, que podem sobreviver por vários anos. Estes linfócitos de memória representam uma grande proporção das células do sistema imunitário. A outra progênie do linfócito virgem ativado diferencia-se em células efetoras, que sobrevivem apenas alguns dias, mas que, durante este período, executam atividade que resultam em defesa. Outra classe de células linfoides, chamada de células matadoras naturais ou células natural killer (NK), é desprovida de receptores antígenoespecíficos, sendo parte do sistema imune inato. Essas células circulam no sangue como grandes linfócitos, com diferentes grânulos citotóxicos, e são capazes de reconhecer e matar algumas células anormais, tais como células tumorais e células infectadas por vírus. E parecem ser importantes na defesa contra biopatógenos intracelulares na imunidade inata. Os órgãos linfoides e a rede linfática Os órgãos linfoides são tecidos organizados que contêm grandes quantidades de linfócitos em um ambiente de células não linfoides. Nesses órgãos, as interações que os linfócitos têm com as células não linfoides são importantes, tanto para o desenvolvimento dos linfócitos e o início da resposta imune adaptativa, como para a manutenção dos mesmos. Tais órgãos podem ser divididos em órgãos linfoides centrais ou primários, produtores de linfócitos, e órgãos linfoides periféricos ou secundários, que desempenham a função de maximizar o encontro entre os linfócitos e os produtos processados pelas células apresentadoras de antígenos, dando início à resposta imune. Células que participam do sistema imunitário Por fim, a linfa sai por um vaso linfático eferente no lado oposto do nódulo linfático, numa região conhecida como hilo. O baço encontra-se situado atrás do estômago e filtra o sangue da mesma forma como os nódulos linfáticos filtram a linfa e coletam antígenos. Também captura e se desfaz de células vermelhas senescentes. A massa principal deste órgão é composta pela polpa vermelha e os linfócitos circundam as arteríolas que o penetram, formando áreas da polpa branca, cuja região mais interna é dividida em uma camada linfoide periarteriolar, contendo principalmente células T e revestidas por uma coroa de células B. A rede linfática consiste em um extenso sistema de vasos que coletam o líquido intersticial, fazendo-o retornar para o sangue. Esse líquido intersticial é produzido continuamente pela passagem de água e solutos de baixo peso molecular através das paredes vasculares que penetram no espaço intersticial, pela secreção celular e outros fatores de excreção. Ao ser parcialmente drenado para os vasos linfáticos, passa a ser chamado de linfa. A linfa flui lentamente pelos vasoslinfáticos primários, deságua em vasos linfáticos de calibre progressivamente maior, que convergem para o ducto torácico, e desemboca na veia cava superior, que, por sua vez, devolve todo o volume para a corrente sanguínea, num fenômeno denominado recirculação. Localizados em pontos de convergência da rede vascular, os nódulos linfáticos constituem uma série de órgãos encapsulados em forma de caroço de feijão, que se distribuem ao longo dos vasos linfáticos. Os vasos linfáticos aferentes drenam o fluido dos tecidos e carregam antígenos e células infectadas aos seios dos nódulos linfáticos, onde os antígenos são capturados. Os seios são revestidos por orifícios minúsculos, que permitem a linfa e seu conteúdo atravessarem o nódulo linfático e entrarem em contato com os linfócitos. Nos nódulos linfáticos, os linfócitos B se localizam em folículos nas áreas corticais, também denominadas áreas timoindependentes; as células T são mais difusamente distribuídas em torno das áreas paracorticais, também conhecidas como zonas de células T ou áreas timo- dependentes. Alguns dos folículos de células B contêm áreas centrais, denominadas centros germinativos, onde ocorre intensa proliferação dos linfócitos B, após seu encontro com o antígeno específico e células T auxiliares. A palavra imunidade (do inglês immunity) é originada do termo em latim que significa “isento” ou “livre”, neste sentido refere-se aos mecanismos utilizados pelo organismo como proteção contra agentes do ambiente estranho ao corpo. Imunologia Aspectos Gerais O Sistema Imunológico É o sistema responsável pelo reconhecimento e pela resposta contra antígenos potencialmente patogênicos. Mantem a homeostasia (equilíbrio), juntamente com os sistemas Nervoso e Endócrino. Como atua: Reage a partículas por meio das reações imunes, as quais seriam, portanto, definidas como reações a substâncias estranhas e a pequenas substâncias químicas. É essa resposta imune que determina a aquisição ou não de uma determinada doença, e a duração da mesma. O sistema imunológico pode ser dividido basicamente em três linhas de defesa que se complementam, com o intuito de conferir proteção ao nosso organismo. Abaixo podemos observar as características de cada uma delas Primeira linha de defesa A primeira linha de defesa é responsável por bloquear mais de 85% dos patógenos, sua ação é primordial para que os patógenos não atinjam a corrente sanguínea. Nesta linha estão inclusas moléculas de secreção, componentes celulares e barreiras anatômicas, como por exemplo a pele, mucosas, unhas e secreções (Lágrima, Saliva e Suco Gástrico), peristaltismo, oscilação dos cílios bronco-pulmonares, etc. Fatores mecânicos O epitélio serve como uma barreira física que dificulta a penetração da maioria dos microrganismos infecciosos. Deste modo, a pele age como nossa primeira linha de defesa contra organismos invasores. O processo de descamação do epitélio da pele é importante para ajudar a remover bactérias e outros agentes infecciosos que ficam aderidos ao epitélio. A movimentação conferida aos cílios e ao intestino (peristaltismo) ajuda a manter os microrganismos longe das vias aéreas e do trato gastrointestinal. A produção das lágrimas e da saliva cooperam para prevenir as infecções nos olhos e na boca. Assim como o muco presente no trato respiratório e gastrointestinal também ajuda a prevenir infecções nos pulmões e no sistema digestivo. Aspectos Gerais Segunda linha de defesa O Sistema Imune Inato Caso a primeira linha de defesa não tenha sido suficiente para conter a entrada do patógeno, a segunda linha de defesa entra em ação. Esta linha de defesa consiste em combater os microrganismos que entram nas células, incidindo em mecanismos de defesa celulares e bioquímicos que já existiam antes do estabelecimento de uma infecção. Trata-se de um mecanismo inato, que não mudarão durante toda a vida. Esta linha de defesa elimina cerca de 12% dos antígenos. Fatores químicos Os ácidos graxos são exemplos de primeira linha de defesa através de fatores químicos, eles estão presentes no suor, e deste modo inibem o crescimento de bactéria. Do mesmo modo, a lisozima e fosfolipase encontrados na lágrima, saliva e secreção nasal tem a propriedade de destruir as bactérias através da dissolução das paredes bacterianas e da desestabilização de suas membranas. O pH também é uma importante ferramenta para o combate a invasão de patógenos, o pH baixo, comum no suor e na secreção gástrica ajuda a prevenir o crescimento bacteriano. Fatores biológicos Existem bactérias que convivem em harmonia com nosso organismo. Essa flora normal da pele e no trato gastrointestinal ajudam a prevenir a colonização de bactérias que causam doenças, através da secreção de substâncias tóxicas ou pela competição com bactéria patogênica por nutrientes ou pela ligação à superfície da célula. Diversidade: Limitada a certos padrões; Tempo de resposta: Imediato; Ausência de memória -Tolerância a si próprio. Especificidade elevada: Os linfócitos expressam receptores que são apropriados para detectar diferenças discretas entre antígenos distintos; Componentes celulares: Fagócitos (Macrófagos e Neutrófilos) e Linfócitos NK. Características gerais: Especificidade: O Sistema Inato possui habilidade de reconhecer padrões moleculares importantes. Ainda que não seja tão grande quanto ao sistema adaptativo. Deste modo, esta linha de defesa possui baixa especificidade, sendo capaz de reconhecer microrganismos que expressam determinado padrão molecular, mas não diferenciando os entre si. Características resumidas: Terceira Linha de Defesa O Sistema Imune Adaptativo O sistema imune adaptativo ou adquirido, como próprio nome já diz é decorrente do contato com uma substância estranha. Ela é estimulada e desenvolvida somente após a exposição a patógenos. O primeiro contato com uma substância estranha ocasiona uma série de eventos que induzem uma resposta específica para aquela determinada substância. É uma imunidade mais especializada. Componentes Celulares: Linfócitos B e T Componentes Solúveis: Anticorpos Características resumidas: Aspectos Gerais Diversidade muito grande; Tempo de resposta: dias; Presença de memória; Tolerância a si próprio. Pele e mucosas; Secreções; Flora Natural; Peristaltismo. Segunda linha de Combate (inata) Células Fagocitárias; Substâncias Antimicrobianas; Altas temperaturas (febre); Terceira linha de combate Anticorpos – resposta humoral; Resposta imune celular. Respostas Inespecíficas (inata) Primeira linha de combate (barreiras naturas) Resposta específica (imunidade adquirida) Imunidade Inata (natural ou nativa) significa que o individuo já nasce com ela; esse tipo de defesa está sempre presente nos indivíduos saudáveis, estando preparado para bloquear a entrada de microrganismo e para eliminar rapidamente aqueles que conseguem entrar nos tecidos do hospedeiro. Os elementos que conferem essa proteção estão sempre presentes e disponíveis no intuito de proteger o organismo de invasores externos. Os elementos podem ser externos (a peles, membranas mucosas, reflexos da tosse, o pH, etc) ou podem ser internos (febre, interferons, substancias secretadas pelos leucócitos, células fagocíticas, etc). Imunidade adquirida é mais especializada que a imunidade inata, e complementa a proteção proporcionada por essa última. A imunidade é adquirida por contato com o invasor e é específica somente àquele invasor. O contato inicial com determinado agente externo (imunização) desencadeia uma série de eventos que leva a ativação de determinadas células e à síntese de proteínas. Existem dois tipos de imunidade adquirida, a imunidade humoral (anticorpos) e a imunidade celular. Imunidade Ativa x Imunidade Passiva: Na imunidade ativa, o próprio organismo, após exposição a determinado microrganismo, encontra meios de eliminá-lo. Já a passiva, o organismo infectado recebe anticorpos ou linfócitos específicos para realizar o combate a infecção. A passiva é mais rápida; a ativa apresenta memória. ImunizaçãoAtiva, Passiva e adotiva 1. Imunização ativa: Refere-se a imunização de um indivíduo por meio da administração de um antígeno. a. Ativa natural: adquirida através de doença clínica ou subclínica; b. Ativa artificial: adquirida por meio de vacinas. 2. Imunização passiva: Refere-se a imunização por meio da transferência de anticorpos específicos de um indivíduo imunizado para um não imunizado. a. Passiva natural: passagem de IgG por meio da placenta (congênita); b. Passiva artificial: passagem de anticorpos prontos (Ex. soro antitetânico). 3. Transferência adotiva: Refere-se a transferência de imunidade por meio da transferência de células do sistema imune (transfusão sanguínea). Aspectos Gerais A imunidade adquirida ainda pode ser dividida em dois grupos que interagem entre si, com o intuito de eliminar o antígeno. Um desses grupos é mediado essencialmente pelo linfócito B e os anticorpos circulantes, chamado de humoral. O outro grupo é mediado pelas células T, que atacam o antígeno através da liberação de citocinas, este grupo é chamado de imunidade celular. Imunidade Humoral x Imunidade Celular Imunidade humoral é mediada por anticorpos, produzidos por Linfócitos B, e é o principal mecanismo de defesa contra microrganismos extracelulares e suas toxinas. Já a imunidade celular é mediada por Linfócitos T, que promovem a destruição dos microrganismos presentas em fagócitos ou a destruição de células afetadas para eliminar os reservatórios da infecção. Anticorpos A proteção da imunidade humoral é intercedida por um conjunto muito importante de glicoproteínas: os anticorpos (Ac). Essas substâncias conseguem se ligar de forma peculiar aos antígenos (Ag) na tentativa de inativá-los, diretamente ou por intermédio de outros componentes do sistema imune. Os anticorpos possuem maior variabilidade de reconhecimento antigênico, conseguem fazer maior distinção de antígenos, e conferem maior força de ligação com a molécula do antígeno. As proteínas com atividade de anticorpo recebem o nome de imunoglobulina (Ig). Estas são cadeias de polipeptídeos com resíduos de carboidratos (glicoprotéinas). Existem cinco classes de imunoglobulina com função de anticorpo: IgA, IgD, IgE, IgG e IgM. Os diferentes tipos se diferenciam pela suas propriedades biológicas, localizações funcionais e habilidade para lidar com diferentes antígenos. As principais ações dos anticorpos são a neutralização de toxinas, opsonização (recobrimento) de antígenos, destruição celular e fagocitose auxiliada pelo sistema complemento. IgM é a primeira imunoglobulina a ser expressa na membrana do linfócito B durante seu desenvolvimento. Na membrana das células B, a IgM está na forma monomérica. É a principal imunoglobulina da resposta primária aos antígenos. É a primeira classe a elevar-se na fase aguda dos processos imunológicos. Trata-se de uma classe bastante ativa contra as bactérias. IgD perfaz menos de 1% do total de imunoglobulinas plasmáticas e a função biológica precisa dessa classe de imunoglobulina é ainda incerta. A IgD é co-expressa com a IgM na superfície de quase todas as células B maduras. IgG é a imunoglobulina mais abundante no soro e está distribuída uniformemente entre os espaços intra e extravasculares. É o anticorpo mais importante da resposta imune secundária. Em humanos, as moléculas de IgG de todas as subclasses atravessam a barreira placentária e conferem um alto grau de imunidade passiva ao feto e ao recém-nascido. É a responsável pela “cicatriz sorológica”, isto é permanece sempre em certo nível na circulação após um processo imunológico. Aspectos Gerais IgA é a imunoglobulina mais concentrada nas secreções exócrinas (saliva, lágrima, colostro, leite, esperma, secreção vaginal) protegendo pele, mucosa gastrintestinal, mucosa respiratória, mucosa urinária, mucosa ocular, etc. É o que confere a chamada imunidade local. Barreira contra vírus, micróbios e alérgenos. É a que confere a imunidade gastrintestinal passiva da mãe para o lactente, através da amamentação. IgE é encontrada nas membranas superficiais dos mastócitos e basófilos em todos os indivíduos. Essa classe de imunoglobulina sensibiliza as células nas superfícies das mucosas conjuntiva, nasal e brônquica. Participa de fenômenos alérgicos e reações anafiláticas. Encontrada também no cordão umbilical, mucosas e colostro. Encontrada em níveis elevados na presença de infecções parasitárias. Funções da resposta imune Para proteger o indivíduo de maneira eficaz contra uma doença, o sistema imune deve satisfazer quatro principais características. A primeira é o reconhecimento imunológico: a presença de uma infecção deve ser detectada. Esta tarefa é realizada pelas células sanguíneas brancas do sistema imune inato, as quais proporcionam uma resposta imediata, e pelos linfócitos do sistema imune adaptativo. A segunda tarefa é conter a infecção e, se possível, eliminá-la por completo, o que traz a ativa as funções imune efetoras, assim como o sistema do complemento de proteínas sanguíneas, anticorpos, e a capacidade destrutiva dos linfócitos e outras células sanguíneas brancas. Ao mesmo tempo, a resposta imune deve ser mantida sob controle para que não cause nenhum prejuízo ao próprio organismo. A regulação imune, ou a capacidade do sistema imune de se autorregular é, portanto, um aspecto importante nas respostas imunes, e a falha de tal regulação contribui para o desenvolvimento de determinadas condições como as alergias e as doenças autoimunes. A quarta tarefa é proteger o indivíduo contra a recorrência de uma doença devida a um mesmo patógeno. Uma característica particular do sistema imune adaptativo é capaz de produzir memória imunológica, de modo que, tendo sido exposta uma vez a um agente infeccioso, uma pessoa produzirá uma resposta forte e imediata contra qualquer exposição subsequente ao mesmo patógeno, isto é, ela terá uma imunidade protetora contra ele. Buscar maneiras de produzir imunidade de longa duração contra patógenos que não provocam essa imunidade naturalmente é um dos maiores desafios dos imunologistas hoje. As células do sistema imune procedem de precursores da medula óssea. Ambas as respostas imunes, inata e adaptativa, dependem de atividades das células sanguíneas brancas ou de leucócitos. Todas estas células são originárias da medula óssea, e muitas delas também se desenvolvem e maturam neste ambiente. Elas então migram para os dos tecidos periféricos – algumas delas permanecem dentro dos tecidos, outras circulam na corrente sanguínea e em um sistema particularizado de vasos chamado de sistema linfático, que drena fluidos extracelulares e células livres dos tecidos, transportando-as pelo corpo como linfa e, posteriormente, as devolve ao sistema sanguíneo. Conhecendo os componentes do Sistema Imune As células tronco hematopoéticas (hematopoéticas pluripotentes) da medula óssea são precursoras de todos os elementos celulares do sangue, abrangendo as células sanguíneas vermelhas, que transportam oxigênio, as plaquetas (que deflagram a coagulação sanguínea em tecidos lesados) e as células sanguíneas brancas do sistema imune. Essas células também dão origem a células-tronco de potencial de desenvolvimento mais limitado, que são os progenitores imediatos das células sanguíneas vermelhas, plaquetas, e as duas principais categorias de células brancas, as linhagens linfoide e mieloide. O progenitor mieloide comum é o precursor de macrófagos, granulócitos, mastócitos e células dendríticas do sistema imune inato, e também de megacariócitos e células sanguíneas vermelhas, que não serão tratados aqui. Macrófagos: Resulta da diferenciação dos Monócitos. Possuem grande capacidade fagocítica. Estão ausentes no sangue. Intervêm na defesa do organismo contra infecções. Também são ativos no processo de involução fisiológica de alguns órgãos. Os macrófagos residem na maioria dos tecidos corporais e são a forma madura dos monócitos, que circulam no sangue e migram continuamente nos tecidos, onde se diferenciam. Juntos, os monócitos e macrófagoscompõem um dos três tipos de fagócitos no sistema imune: os outros são os granulócitos (termo coletivo para células sanguíneas brancas chamadas neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e as células dendríticas. Os macrófagos são células de vida relativamente longa e realizam muitas funções diferentes através da resposta imune inata e da resposta imune adaptativa subsequente. Uma de suas funções é a de engolfar e matar microrganismos invasores. Neste papel fagocítico eles são uma importante defesa de primeira linha na imunidade inata e também descartam os patógenos e as células-alvo infectadas na resposta imune adaptativa. Os monócitos e macrófagos são fagocíticos, mas a maioria das infecções ocorre nos tecidos, de modo que são os macrófagos que primeiramente realizam esta importante função de proteção. Conhecendo os componentes do Sistema Imune Outro papel importante e crucial dos macrófagos é coordenar as respostas imunes. Eles auxiliam a induzir a inflamação, que, como veremos, é um pré-requisito a uma resposta imune bem-sucedida e secretam proteínas de sinalização que ativam outras células do sistema imune e as recrutam para a resposta imune. Tanto quanto seu papel especializado no sistema imune, os macrófagos atuam como células limpadoras do organismo, eliminando células mortas e restos celulares. Os neutrófilos fagocíticos são as células mais numerosas e importantes nas respostas imunes inatas. Eles capturam uma variedade de microrganismos por fagocitose e os destroem eficientemente em vesículas intracelulares usando enzimas de degradação e outras substâncias antimicrobianas armazenadas em seus grânulos citoplasmáticos. Neutrófilos: estão envolvidos na defesa contra infecção bacteriana e outros pequenos processos inflamatórios. Também são chamados Micrófagos e são o tipo mais abundante no sangue humano. São leucócitos polimorfonucleados, têm um tempo de vida médio de 6h no sangue e 1-3 dias nos tecidos e são os primeiros a chegar às áreas de inflamação, tendo uma grande capacidade de fagocitose. Eosinófilos: são responsáveis pelo combate às infecções no corpo por parte de parasitas. É classificado como granulócito por ter grânulos citoplasmáticos que podem ser visualizados através de microscopia de luz, seus grânulos são acidófilos (têm afinidade por corantes ácidos) e são corados pelo corante eosina. As funções de proteção dos eosinófilos e basófilos são menos entendidas. Seus grânulos contêm uma variedade de enzimas e proteínas tóxicas, que são liberadas quando a célula é ativada. Acredita-se que os eosinófilos e basófilos são importantes principalmente na defesa contra parasitas, os quais são muito grandes para serem ingeridos pelos macrófagos ou neutrófilos, mas sua principal importância clínica é seu envolvimento nas reações inflamatórias alérgicas, em que seus efeitos são mais prejudiciais do que protetores. Os mastócitos, cujo precursor sanguíneo ainda não está bem definido, diferenciam- se nos tecidos. Embora mais conhecido por seu papel em coordenar as respostas alérgicas, acredita-se que eles atuem na proteção das superfícies internas do organismo contra os patógenos e estão envolvidos na resposta contra vermes parasíticos. Eles possuem grandes grânulos em seu citoplasma, os quais são liberados quando os mastócitos são ativados; isso ajuda a induzir a inflamação. As células dendríticas são a terceira classe das células fagocíticas do sistema imune. As células dendríticas imaturas migram da medula óssea para a corrente sanguínea para entrar nos tecidos. Elas capturam substâncias particuladas por fagocitose e ingerem continuamente grandes quantidades de fluído extracelular e seu conteúdo, por um processo conhecido como macropinocitose. Estas células maturam- se em células capazes de ativar uma determinada classe de linfócito, os linfócitos T. Conhecendo os componentes do Sistema Imune Células que podem apresentar antígenos para inativar e ativar os linfócitos T pela primeira vez são conhecidas como células apresentadoras de antígenos (APCs) e estas células formam uma ligação crucial entre a resposta imune inata e a resposta imune adaptativa. Os macrófagos também podem atuar como células apresentadoras de antígeno, e são importantes em determinadas situações. As células dendríticas, contudo, são as células especializadas em apresentar o antígeno aos linfócitos e iniciar a resposta imune adaptativa. O progenitor linfoide comum na medula óssea dá origem aos linfócitos antígeno- específicos do sistema imune adaptativo e, também, a um tipo de linfócito que responde à presença de infecção, mas não é específico para antígeno, e, portanto, é considerado como parte do sistema imune inato. Este último é uma grande célula com um citoplasma granular distinto e é chamado de célula matadora natural (célula NK). Estas células são capazes de reconhecer e matar algumas células anormais, como, por exemplo, algumas células tumorais e células infectadas com o vírus herpes. Os linfócitos são as células que reconhecem, especificamente, os antígenos. A distinção mais fundamental consiste na classificação destas células em duas linhagens principais, conhecidas como linfócitos B e linfócitos T. Os linfócitos B, também chamados de células B (de bursa ou bolsa de Fabricius, nas aves, e derivadas da medula óssea, nos mamíferos). Quando ativados, proliferam e se diferenciam em células plasmáticas ou plasmócitos, que são as células efetoras da linhagem B, cuja função principal é a secreção de anticorpos. Os linfócitos T, ou células T (derivados do timo), se apresentam em duas classes principais. Uma se diferencia, quando ativada, em células T CD8+ ou citotóxicas, que matam as células infectadas, ao passo que a outra classe de células T, chamadas de células T CD4+ ou auxiliares, atuam na ativação de outras células, como os linfócitos B e os macrófagos, além de coordenar a resposta imunitária. Linfócitos: são mais comuns no sistema linfático. Os três tipos principais são: Linfócitos B: Células B produzem anticorpos que se ligam ao patógeno para sua posterior destruição. Células B também são responsáveis pelo sistema de memória ("guardam resposta contra um novo ataque do mesmo agente patógeno). Linfócitos T Auxiliares ou (CD4+): coordena a resposta imune. Linfócitos T citotóxicos (ou CD8+): Destroem as células infectadas. Órgãos linfóides primários (centrais) Linfócitos T amadurecem no timo. Linfócitos B amadurecem no fígado fetal e na medula óssea. Timo e medula óssea Nestes órgãos ocorre a linfopoese (produção de linfócitos), ou seja, as células se diferenciam das células tronco, proliferam e amadurecem em linfócitos funcionais. Nos órgãos primários os linfócitos adquirem seu repertório de receptores de antígenos-específicos e são selecionados de acordo com sua resposta aos autoantígenos (antígenos do próprio organismo). Timo: é um órgão linfoepitelial e consiste em células epiteliais organizadas nas áreas corticais (parte externa) e medulares (central) que são infiltradas com células linfóides. O córtex é densamente povoado por linfócitos de várias dimensões. Está localizado no mediastino anterior. É vital contra a autoimunidade. É o órgão linfático mais desenvolvido no período pré-natal. Ele involui desde o nascimento até a puberdade. A função do timo é promover a maturação dos linfócitos T que vieram da medula óssea. Medula Óssea: A medula óssea é um tecido gelatinoso presente na cavidade interna de diversos ossos do corpo humano. Sua função principal é fabricar os elementos figurados do sangue periférico: Hemácias, leucócitos e plaquetas. As células hemopoeticas do fígado fetal e medula óssea dos adultos originam diretamente os linfócitos B. Um microambiente de diferenciação é estabelecido e mantido por células estromais da medula óssea (rede de células epiteliais). Cada micorambiente é destinado à produção de um tipo celular específico. Ferro + oxigênio. As células estromais, além de fornecer moléculas de adesão e da matriz extracelular, sintetizam também numerosas citocinas essenciaisda hematopoese. A medula óssea contêm células T maduras (atuando assim também como órgão linfóide secundário). Órgãos linfóides secundários (periféricos) - Baço e linfonodos Baço: é um órgão abdominal que desempenham o mesmo papel que os lionfonodos na resposta imunológica às infecções que ganham acesso ao sangue. O sangue que entra no baço circula por uma rede de canais (sinusóides). Os antígenos presentes no sangue são aprisionados e concentrados pelas células dendríticas e macrófagos no baço. Este contém muitas células fagocitárias que ingerem e destroem os patógenos presentes no sangue. Linfonodos: São agregados nodulares de tecido linfóide localizados ao longo dos canais linfáticos por todo o corpo. O líquido dos epitélios, tecido conjuntivo e da maioria dos órgãos parenquimatosos é drenado pelos vasos linfáticos que transportam esse líquido, chamado de linfa, dos tecidos para os linfonodos. Vacinação A vacinação é um processo que provoca imunidade adquirida contra doenças específicas. A vacinação pode ser basicamente de três maneiras: utilizando microrganismos mortos, que não são mais capazes de causar doença, mas que ainda possuem seus antígenos químicos (utilizados basicamente em doenças bacterianas). O segundo tipo de vacinação utiliza-se de toxinas previamente tratadas com substâncias químicas, de modo que sua natureza tóxica tenha sido destruída, com preservação dos antígenos para causar imunidade (utilizados contra botulismo e demais doenças tóxicas). O terceiro tipo de vacinação utiliza-se de microrganismos vivos previamente “atenuados”. Esses microrganismos cresceram em meios de cultura especiais ou passaram por uma série de animais até sofrerem mutações suficientes para não causar mais a doença, mas ainda possuírem antígenos específicos (utilizados basicamente em doenças causadas por vírus). Por outro lado, a não obediência do intervalo mínimo permitido entre as doses pode implicar em redução da eficácia da vacina. Afinidade: Medida da força de ligação entre um sítio de combinação de anticorpo e um determinante antigênico. Alérgeno: Antígeno que estimula a produção de anticorpos reagínicos. Alergia: Termo que atualmente engloba qualquer consequência adversa, imunologicamente mediada, devido a exposição a antígenos, mas que deveria ser restrita à descrição da hipersensibilidade imediata (Tipo I). Anticorpo: Imunoglobulinas formadas em resposta à introdução de material dentro do corpo que é por ele reconhecido como estranho. Sua propriedade característica é combinar-se com o material indutor (antígeno) em condições fisiológicas. Antígeno (Ag): Moléculas reconhecidas por anticorpos e receptores de linfócitos. Não necessariamente desperta resposta imune. O antígeno é a sustância que, ao ser introduzida no organismo, provoca resposta imunológica específica, com exceção dos haptenos (pequenos determinantes antigênicos) capazes de induzir uma resposta imune somente quando acoplados a um transportador. A resposta imune é um dos mais importantes mecanismos adaptativos, pois permite a sobrevivência em ambientes potencialmente lesivos. Número de doses de uma vacina As vacinas vivas atenuadas geralmente produzem imunidade prolongada com uma única dose; exceção à vacina oral da poliomielite. As vacinas inativadas requerem múltiplas doses para produzir imunidade e, eventualmente, necessitam de uma dose de reforço para a manutenção da imunidade. Intervalo entre doses de uma mesma vacina Não existe um intervalo máximo entre as doses de uma mesma vacina. Assim sendo, apesar de cada vacina possuir seu próprio intervalo de tempo recomendável entre as doses, no caso desse intervalo ter sido ultrapassado, não existe a indicação de se reiniciar nova vacinação e deve-se administrar as doses subsequentes da vacina. Conceitos Importantes: https://www.canva.com/design/DAFqZrRoHQw/4CXgV0w5659uVl0F5bFhAQ/edit Conceitos Importantes Aquisição de memória: Uma vez em contato com o agente infeccioso, o sistema imune produz células de memória capazes de reconhecer esse agente e produzir uma resposta mais rápida e eficaz em um segundo contato Célula efetora: Célula que realiza uma função especifica Célula matadora natural (NK): Célula linfóide mal definida encontrada em animais normais e capaz de destruir células infectadas por tumores ou vírus. Complemento: Sistema de proteínas, razoavelmente complexo, ligado a enzima e auto agregador que é ativado por vários fatores, em particular pela interação antígeno- anticorpo, e que resulta numa ampla variedade de consequências biológicas tais como lise de membrana celular e opsonização. Diversidade: O sistema imune reconhece milhares de antígenos diferentes e produz uma resposta adequada para cada um deles; Doença auto-imune: Doença causada por resposta imune dirigida contra os próprios tecidos do animal. Especificidade: O sistema imune reconhece os diversos agentes infecciosos e produz uma resposta específica para cada um deles. Garante que cada clone molecular reconheça apenas um tipo de Antígenos; logo, antígenos distintos desencadeiam respostas específicas. Epítopo: Região de um antígeno que é efetivamente reconhecida pelo receptor do Linfócito ou pelo Anticorpo. Fagocitose: É o ato de comer realizado pelas células. O termo compreende vários processos, inclusive quimiotaxia, aderência ingestão e digestão e de partículas. Hapteno: Molécula não proteica que pode se ligar a sítios específicos de combinação de anticorpos mas não pode, pôr si só, iniciar uma resposta imune. Ou seja, quando isolada, é um antígeno sem propriedade imunogênica; para que se torne inumogênica precisa de associação com outra molécula. Hipersensibilidade imediata: Hipersensibilidade mediada pôr anticorpos reagínicos em que a administração de antígeno produz uma resposta detectável dentro de segundos ou minutos. Hipersensibilidade tardia: Reação da pele a um antígeno injetado, mediada pôr células. Assim denominada porque a reação não atinge a intensidade máxima até 24 a 48 horas após a administração do antígeno. Imunização: Em sentido escrito é a administração de antígeno a um animal com a intenção de produzir imunidade protetora. Entretanto, atualmente vem sendo comumente usada para descrever o procedimento para induzir uma resposta imune. Imunógeno: Substância que é capaz de suscitar uma resposta imune. Imunoglobulinas: Classe de proteínas que possuem atividade de anticorpo. Linfocinas: Glicoproteínas obtidas de linfócitos, as quais controlam as atividades de outras células. Deste modo elas servem para regular muitos aspectos das respostas imunitárias. Pinocitose: Literalmente é o ato de beber realizado pelas células. Sensibilidade: O sistema imune é capaz de reagir mesmo diante de uma pequena quantidade de antígenos; Conceitos Importantes Sorotipo: Subtipo dentro de um grupo de organismos que pode ser identificado somente por técnicas sorológicas Tolerância: Garante que elementos do sistema imune possam reconhecer sem responder com ativação a um determinado Antígeno; evita lesão do hospedeiro durante resposta a antígenos estranhos. Toxóide: É a modificação de uma toxina de modo que sus toxicidade é destruída mas não sua imunogenicidade. Usualmente isto é conseguido tratando a toxina com formaldeído. Vacina autógena: Vacina preparada a partir de organismos causadores de doença num indivíduo ou população e subsequentemente usada nesse mesmo indivíduo ou população para estimular a imunidade, tendo em vista auxiliar sua recuperação. Isto pode ser útil quando a imunidade é altamente linhagem específica. Vacina mista: Vacina contendo uma mistura de diferentes antígenos usada com a intenção de promover imunidade contra vários microrganismos ou toxinas através de uma única injeção. Pôr exemplo, as vacinas contra cinomose canina, hepatite infecciosa e leptospirose podem ser satisfatoriamente combinadas em vacina mista. Vacinação: A administração de antígeno (vacina) em um animal com intenção de estimular uma resposta imune protetora. Virulência: Este termo é usado para quantificar a potênciada produção de doença pôr um microrganismo patogênico particular. C A P ÍT U LO 2 Tecidos e células do sistema imune As células do sistema imune são produzidas diariamente pela medula óssea (MO). T EC ID O S E C ÉLU LA S D O S IS T EM A IM U N E - IM U N O LO G IA Células pluripotentes da MO originam os progenitores linfóides e mielóides. Mielóide: A célula mieloide é um tipo de célula precursora encontrada na medula óssea. Ela origina diferentes tipos de glóbulos brancos e plaquetas, sendo fundamental para o sistema imunológico e a coagulação sanguínea. Linfóide: A célula linfóide é um tipo de célula precursora que se desenvolve na medula óssea e dá origem aos linfócitos, incluindo os linfócitos B e T. Esses linfócitos desempenham papéis cruciais na resposta imunológica, produzindo anticorpos e coordenando a defesa contra infecções e ameaças ao organismo. Neutrófilo Localização: sangue (migram para os tecidos) Principais funções: fagocitose, citotoxicidade mediada por anticorpos Basófilo Localização: sangue (migram para os tecidos) Principais funções: liberação de grânulos contendo histamina e outros agentes ativos Eosinófilo Localização: sangue (migram para os tecidos) Principais funções: fagocitose, citotoxicidade mediada por anticorpos (parasitas grandes) As células mielóides e linfóides exercem atividades especializadas, mas atuam de forma coordenada. Células NK Localização: sangue e fígado Principais funções: liberação de grânulos que matam células infectadas por vírus e células tumorais, citotoxicidade mediada por anticorpos, ativação de macrófagos Linfócito T Localização: órgãos linfóides e sangue (migram para os tecidos) Principalis funções: Respostas imunes adaptativas, citotoxicidade, ativação de fagócitos e linfócitos B, regulação das respostas imunes Linfócito B Localização: órgãos linfóides e sangue Principalis funções: respostas imunes adaptativas, produção de anticorpos, apresentação de antígenos Os linfócitos T e B maduros localizam-se em regiões diferentes dos órgãos linfóide secundários. Linfonodos Macrófago Localização: tecidos Principalis funções: fagocitose, apresentação de antígenos Célula dendrítica Localização: tecidos (órgãos linfóides) Principalis funções: apresentação de antígenos Mastócito Localização: tecidos Principais funções: liberação de grânulos contendo histamina e outros agentes ativos As células mielóides e linfóides exercem atividades especializadas, mas atuam de forma coordenada. As células do SI possuem receptores que reconhecem grandes grupos de patógenos. C A P ÍT U LO 3 Sistema Linfático Sistema paralelo ao circulatório, constituído por uma vasta rede de vasos semelhantes às veias. Sistema Linfático Conjunto formado pela linfa, pelos vasos e capilares linfáticos e órgãos como os linfonodos, o baço, o timo e as tonsilas palatinas. Formado por um conjunto de células e órgãos; Importante na defesa do organismo contra agentes agressores (micro- organismos e toxinas); Sua função é a retirada de células mortas ou anormais; Causa da rejeição de transplantes; Memória imunológica. Linfonodos: pequenas estruturas globulares arredondadas ao longo da rede de vasos linfáticos. A linfa é lentamente filtrada ao passar pelos linfonodos, sofrendo a ação dos macrófagos e dos anticorpos produzidos pelos plasmócitos. A linfa não é bombeada pelo coração, seu movimento é devido ao trabalho muscular que comprime os vasos linfáticos; No interior dos vasos, existem válvulas que impedem o refluxo da linfa, contribuindo para a circulação; Transporta lipídios e algumas vitaminas; Drena o excesso de líquido intersticial; Importante para a resposta imune do organismo. Propriedade do sistema imune Sistema de Defesa Especificidade; Diversidade; Sensibilidade; Aquisição de memória. Anticorpos (Natural ou artificial) São proteínas que interagem com o antígeno, que inicialmente estimula os Os linfócitos B amadurecem até se converterem em células que formam anticorpos. Os anticorpos também recebem o nome de imunoglobulinas. Cada molécula de anticorpo tem uma parte idêntica que se liga a um antígeno específico e outra parte cuja estrutura determina a classe do anticorpo. linfócitos B. Mapa Mental Respostas Imunes Adquiridas Imunidade Humoral Linfócitos B Mediada por Anticorpos Contra microorganismos extracelulares e suas toxinas Podem ativar diferentes mecanismos efetores Facilitam a fagositose Desencadeiam a liberação de mediadores inflamatórios Mastócitos (células inatas) Imunidade Celular Mediada por Linfócitos T Destruição e lise das células infectadas Apresentação de antígenos ao linfócito T pelos macrófagos As substâncias dos invasores (antígenos) combinam-se às proteínas dos macrófagos e são expostos a sua membrana. Os linfócitos capazes de reconhecer essas substâncias unem-se ao macrófago e são estimulados a se multiplicarem por ação da interleucina liberada. Linfócitos Linfócito B: Diferenciam-se em plasmócitos Células NK: Matam certos micróbios e células cancerosas; produzem algumas citocinas, substâncias mensageiras, que regulam certas funções dos linfócitos T, dos linfócitos B e dos macrófagos. Linfócito T: Reconhece células estranhas: células cancerígenas; parasitas multicelulares; fungos; células infectadas por vírus; enxertos e transplantes. São fundamentais na resposta imunitária. Distinguem-se pelos receptores de membranas que possuem e com os quais reconhecem corpos estranhos. que produzem anticorpos; reconhecem uma variedade de antígenos específicos, de bactérias, vírus e toxinas. Cinco classes de anticorpos IgM: produzido na 1ª exposição a um antígeno. Ex.: ao receber a 1ª vacina antitetânica, os anticorpos antitétano formam-se de 10 a 14 dias; IgG: produzido depois de várias exposições a um antígeno. Ex.: ao receber uma 2ª dose de vacina antitetânica (reforço), uma criança produz anticorpos IgG de 5 a 7 dias; IgA: tem papel importante na defesa do corpo quando se verifica uma invasão de microrganismos através de uma membrana mucosa; IgE: produz reações alérgicas agudas (imediatas). Aparentemente, faz mais mal que bem, mas combate infecções parasitárias; IgD: atua como receptor de antígeno. Tipos de Imunização Pode ocorrer por via natural por passagem de anticorpos da mãe para o filho pela placenta; Anticorpos presentes no leite materno (amamentação). IMUNIDADE PASSIVA NATURAL IMUNIDADE PASSIVA ARTIFICIAL Contém plasma sanguíneo com anticorpos de um “ser vivo” que já teve essa doença; Anticorpo homólogo (imunoglobulina antitetânica de sangue humano); Anticorpo heterólogo (soro antiofídico, antiescorpiônico, antirrábico). IMUNIDADE ATIVA ARTIFICIAL Ativação de linfócitos B por contato com o antígeno presente nas vacinas; Uso de vacinas (imunidade ativa artificial). IMUNIDADE ATIVA NATURAL Infecção de um agente patogênico com ativação dos linfócitos B; Indivíduo entra em contato com o antígeno ao longo da vida. Vacinas As vacinas contêm versões mortas ou enfraquecidas de vírus e bactérias; Elas preparam seu organismo para lutar contra as doenças; Quando a vacina entra no seu corpo, você passa a produzir anticorpos; Uma vez que os anticorpos são produzidos em resposta à vacina, eles se tornam parte permanente do sistema imune do seu organismo; A“memória imunológica” tem duração maior para algumas vacinas do que para outras. Algumas vezes a revacinação é necessária para se manter a proteção. HEMATOLOGIA introdução à C A P ÍT U LO 1 Introdução à Hematologia Introdução Hematologia é o ramo da biologia que estuda o sangue. A palavra é composta pelos radicais gregos: Haima (de haimatos), "sangue" e lógos, "estudo, tratado, discurso". A Hematologia estuda, particularmente, os elementos figurados do sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas. Estuda, também, a produção desses elementos e os órgãos onde eles são produzidos (órgãos hematopoiéticos): medula óssea, baço e linfonodos. Por outro lado, alémde estudar o estado de normalidade dos elementos sangüíneos e dos órgãos hematopoíéticos, estuda também as doenças a eles relacionadas. HEMATOPOIESE é o processo de substituição das células sanguíneas, que ocorrem nos chamados órgão hematopoiéticos, que compreendem a medula óssea e o sistema linfóide. MEDULA ÓSSEA é o mais importante orgão da gênese das mais diversas células sanguíneas pois lá estão as células tronco que dão origem a células progenitoras de linhagens mielocíticas, linfocítica, megacariócitos e eritroblastos. LINHAGEM MIELÓIDE compreende os granulócitos polimorfonucleados (neutrófilo,eosinófilo e basófilo) e monócitos.Quando os monócitos migram para os tecidos se transformam em macrófagos, que são células com alto poder de fagocitose. LINHAGEM LINFÓIDE engloba os linfócitos T e B.Os linfócitos B saem maduros da medula óssea enquanto os linfócitos T precisam migrar para o Timo onde irão sofrer o processo de maturação.Os linfócitos B ainda se diferenciam em plasmócitos quando encontram um antígeno num órgão linfóide secundário e secretam anticorpos nos tecidos. MEGACARIÓCITO partes de seu citoplasma dão origem às plaquetas, responsáveis pela coagulação sanguínea. ERITROPOIESE é o processo de produção de eritrócitos. Em humanos adultos, a eritropoiese ocorre na medula óssea, mas fetos e em situações especiais como anemias severas pode ocorrer em outros órgãos, principalmente no fígado e no baço. ERITROBLASTO origina as hemácias do sangue, que atuam nas trocas gasosas. HEMOGLOBINA Estrutura A hemoglobina é um tetrâmero composto de duas de cada dois tipos de cadeias de globina, a alfa e a beta. Cada uma dessas cadeias contém cerca de 141 aminoácidos. Existem quatro grupos heme por proteína; estes possuem um íon de ferro no seu centro, que liga a molécula de O2. É uma proteína alostérica, pois a ligação e a liberação do oxigênio é regulada por mudanças na estrutura provocadas pela própria ligação do oxigénio ao grupo heme. Existe três tipos de hemoglobina, devido a variação na cadeia polipeptidica: Hemoglobina A1, Hemoglobina A2 e Hemoglobina F. A hemoglobina (Hb) é uma proteína composta de grupamentos heme que compõe 95% da proteína total desta célula. Os benefícios de conter hemoglobina dentro das células, ao contrário de livre no plasma, incluem: uma meia-vida maior (a Hb livre no plasma possui uma meia-vida de apenas algumas horas), a capacidade metabólica dos eritrócitos de manter o ferro ligado à Hb em seu estado funcional e a habilidade de controlar a afinidade do oxigênio pela Hb, alterando as concentrações de fosfatos orgânicos (especialmente o 2,3-DPG). Distribuição do Oxigênio A distribuição é feita através da interação da hemoglobina com o oxigênio do ar (que pode ser inspirado ou absorvido, como na respiração cutânea). Devido a isto, forma-se o complexo oxi-hemoglobina, representado pela notação HbO2. Chegando às células do organismo, o oxigênio é liberado e o sangue arterial (vermelho) transforma-se em venoso (vermelho arroxeado). A hemoglobina livre pode ser reutilizada no transporte do oxigênio. A hemoglobina distribui o oxigênio para as todas as partes do corpo irrigadas por vasos sanguíneos. Localização A hemoglobina pode ser encontrada dispersa no sangue (em grupos animais simples) ou em várias células especializadas (as hemácias de animais mais complexos). O aumento de glóbulos vermelhos no sangue (eritrocitose) geralmente se dá por uma adaptação fisiológica do organismo em locais de altitude elevada. Uma vez que o aumento de glóbulos vermelhos favorece o transporte de oxigênio pelo sangue, seu uso melhora a performance de atletas, principalmente em esportes que necessitem muita resistência. Quando os atletas realizam treino em locais de alta altitude, a pequena concentração de oxigênio estimula a produção natural de EPO (Eritropoietina, hormônio que aumenta o número de GV e da capacidade muscular)e ao retornar às baixas altitudes, seu corpo está mais preparado e sua resistência está maior. HEMOGRAMA HEMOGRAMA é um exame realizado que avalia as células sanguíneas de um paciente. O exame é requerido pelo médico para diagnosticar ou controlar a evolução de uma doença. Que compreende o eritrograma, leucograma e plaquetograma. Coleta de sangue O sangue do indíviduo é colhido com anticoagulante (EDTA), para se evitar a coagulação do mesmo. Não há necessidade de colher o sangue com o indivíduo em jejum. Processo Manual Contagens manuais do número de hemácias e leucócitos podem ser feitos em câmara de Neubauer, após uma diluição prévia do sangue. O método dificilmente é usado, sendo usado em poucos casos de dúvidas da metodologia automática . O esfregaço de sangue é usado para fazer uma diferenciação entre os leucócitos, isto é, fazer uma contagem do número de neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos. Chegando-se a uma porcentagem de cada célula encontrada. Usado também para avaliar a série vermelha e as plaquetas. É feito com uma pequena gota de sangue sendo colocada sobre uma lâmina de vidro, onde o técnico fará um esfregaço, arrastando a gota de sangue com uma outra lâmina de vidro, com isso forma-se uma película. O sangue tem que ser homogenizado antes de se fazer o esfregaço para que as células estejam bem destribuídas. O esfregaço é corado com Leishman ou Giemsa. E observado em microscópio com objetiva de aumento de 100X. A vantagem de se fazer um hemograma é que algumas células podem ser contadas erradamente pelos processos automáticos. Alguns aparelhos não contam células imaturas e podem levar a um erro quanto a um diagnóstico de leucemia. O esfregaço, porém, deve ser avaliado por pessoal experiente. ff Processo automático Hoje em dia o hemograma é feito em aparelhos. Os aparelhos usam uma pequena quantidade de sangue. Há dois sensores principais: um detector de luz e um de impendência elétrica. As células brancas, ou leucócitos, podem ser contadas baseando-se em seu tamanho ou através de suas características. Quando a contagem é baseada no tamanho das células, o aparelho as diferencia por 3 tipos: células pequenas (linfócitos), células médias (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e células grandes (monócitos). Esse primeiro tipo de aparelho requer uma contagem manual de células pois não diferencia as células de tamanho médio, podendo omitir uma eosinofilia por exemplo. Os que utilizam o método de características da células são mais precisos. Em relação a série vermelha, o aparelho mede a quantidade de hemoglobina, o número de hemácias e o tamanho das hemácias. Realizando cálculos para chegar ao valor do hematócrito, e os outros índices hematimétricos. As plaquetas também são contadas por aparelhos. HEMATÓCRITO é a percentagem do volume total de sangue correspondente aos glóbulos vermelhos. É uma medição calculada a partir do tamanho médio e do número de glóbulos vermelhos e quase sempre é parte também da contagem sanguínea completa, como a (quantidade de) hemoglobina. Os valores médios são diferentes segundo o sexo e variam entre 0,42-0,52 (42%-52%) nos homens e 0,36-0,48 (36%-48%) nas mulheres. Caso o valor seja inferior à média significa que existe pouca quantidade de glóbulos vermelhos e se for superior existe uma maior quantidade de glóbulos vermelhos para o volume de sangue. Esta é uma medida cada vez mais importante para efeitos clínicos. HEMOGLOBINA é a proteína que dá a cor aos glóbulos vermelhos (eritrócitos) e tem a função vital de distribuir o oxigênio pelo organismo. ERITROGRAMA é o estudo da série vermelha (eritócitos ou hemácias). Ao microscópio, as hemácias tem coloração acidófila (afinidade pelos corantes ácidos que dão coloração rósea) e são desprovidos de núcleo. As hemácias apresentam coloração central mais pálida e coloração um pouco mais escura na periferia. Elas são bicôncovas e têm aparência de bala soft. Em indivíduos normais, possui tamanho mais ou menos uniforme. Quandouma hemácia tem tamanho normal ela é chamada de normocítica. Quando ela apresenta coloração normal é chamada de normocrômica. O estudo da série vermelha revela algumas alterações relacionadas como por exemplo anemia, eritrocitose (aumento do número de hemácias). Os resultados a serem avaliados são: Número de glóbulos vermelhos: Os valores normais variam de acordo com o sexo e com a idade. Valores normais: Homem de 5.000.000 - 5.500.000, Mulher de 4.500.000 - 5.000.000. Seu resultado é dado em número por litro. Hematócrito: Representa a quantidade de hemácias exitentes em 100ml de sangue total. Os valores variam com o sexo e com a idade. Valores: Homem de 40 - 50% e Mulher de 36 - 45%. Recém nascidos tem valores altos que vão abaixando com a idade até o valor normal de um adulto. Hemoglobina: segundo a Organização Mundial de Saúde é considerado anemia quando um adulto apresentar Hb < 12,5g/dl, uma criança de 6 meses a 6 anos Hb < 11g/dl e crianças de 6 anos a 14 anos, uma Hb < 1 2g/dl. VCM (Volume Corpuscular Médio): é o índice mais importante pois ajuda na observação do tamanho das hemácias e no diagnóstico da anemia: se pequenas são consideradas microcíticas (< 80fl, para adultos), se grandes consideradas macrocíticas(> 96fl, para adultos) e se são normais, normocíticas (80 - 96fl). Anisocitose: é denominação que se dá quando há alteração no tamanho das hemácias. As anemais microcíticas mais comuns são a ferropriva e as síndromes talassêmicas. As anemias macrocíticas mais comuns são as anemia megaloblástica e perniciosa. O resultado do VCM é dado em femtolitro. HCM (Hemoglobina Corposcular Média): é o peso da hemoglobina na hémácia. Seu resultado é dado em picogramas. CHCM (Concentração de Hemoglobina Corposcular Média): é a concentração da hemoglobina dentro de uma hemácia. O intervalo normal é de 32 - 36g/dl. Como a coloração da hemácia depende da quantidade de hemoglobina elas são chamadas de hipocrômicas (< 32), hipercrômicas (> 36) e hemácias normocrômicas (no intervalo de normalidade). É importante observar que na esferocitose o CHCM geralmente é elevado. RDW (Red Cell Distribution Width): é um índice que indica a anisocitose (variação de tamanho), sendo o normal de 11 a 14%, representando a percentagem de variação dos volumes obtidos. Nem todos os laboratórios fornecem o seu resultado no hemograma. Normalmente realiza-se uma análise estatística em testes realizados em um grande grupo de indivíduos normais para se chegar aos límites estabalecidos para hemoglobina, hematócrito e número de hemácias, isto quer dizer que cada região possui um limite de normalidade. A Morfologia das hemácias (ou estudo da forma das hemácias) é feita em microcópio, analisando o esfregaço de sangue, as formas encontrads são: Drepanócitos (forma de foice): aparece somente nas síndromes falciformes (não aparecendo no traço falcifrome). Esferócitos (forma esférica, pequena e hipercrômica): em grande quantidade é comum na anemia esferocítica (esferocitose), em menores quantidades podem estar presentes em outros tipos de anemias hemolíticas. Eliptócitos (forma de charuto): em grandes quantidades comum na eliptocitose. Em menores quantidades podem aparecer em qualquer tipo de anemia. Hemácias em alvo em grandes quantidades (células cujas membranas são grandes havendo uma palidez e um alvo central mais corado) aparece em hemoglobinopatias C, E ou S, nas síndromes talassêmicas e em pacientes com doença hepática. Dacriócitos (forma de lágrima): em grande quantidade na mielofibrose. Em pequena quantidade podem aparecer em qualquer tipo de anemia. Hemácias policromáticas (forma normal mas com coloração azul devido a presença de RNA residual): aparece quando grandes quantidades de hemácias novas estão sendo produzidas. Comuns em anemias hemolíticas. Esquisócitos (são hemácias fragmentadas): aparecem quando nas hemácias há uma lesão mecânica, em casos de hemólise, ou em casos de pacientes que sofreram queimaduras. Acantócitos (hemácias com pontas de diversos tamanhos): nas hepatopatias, hipofunção esplênica, esplenectomizados. Crenadas (hemácias com várias pontas pequenas): na uremia, quando o paciente faz tratamento com heparina, deficiência de piruvatoquinase. Outros achados não relacionados a forma: Hemácias aglutinadas (agrupamentos de hemácias): quando a hemólise é causada por um anticorpo contra hemácias, elas acabam se agrupando (crioaglutininas). Hemácias em Roleux (hemácias em rolos, formam pilhas de rolos de hemácias): aparece em alta concentração de globulinas anormais, mieloma múltiplo e macroglobulinemia. Inclusões nas hemácias: Corpuscúlos de Howell-Joly (aparecem como se fossem um botão azul escuro junto à membrana da hemácia, por fragmento nuclear ou DNA condensado): após esplenectomia, anemias hemolíticas severas. Hemácias com pontilhados basófilos: (vários pontos roxos dentro da hemácia, pela preciptação dos ribossomos ricos em RNA): aparecem na talassemia beta, intoxicação por chumbo, anemia hemolítica por deficiência de pirimidina-5- nucleotidase. Anel de Cabot (forma de uma anel ou em oito dentro da hemácia, por restos nucelares): em anemias hemolíticas severas. Leucograma é o estudo da série branca (ou leucócitos), faz-se uma contagem total dos leucócitos e uma contagem diferencial contando-se 100 células. O adulto normalmente apresenta de 5.000-10.000 leucócitos por 100ml de sangue. Contagem diferencial de Leucócitos: Em um paciente normal as células encontradas são: Monócitos: uma das maiores células da série branca, têm citoplasma azulado, núcleo irregular (indentado, lobulado, em C ou oval) podem ter vacúolos (pela recente fagocitose). Quando estão aumentados usa-se o termo monocitose e ocorre em infecções virais, leucemia mielomonocítica crônica e após quimioterapia. Linfócitos: se pequenos têm citoplasma escasso, núcleo redondo; se grandes têm citoplasma um pouco mais abundante. Podem ter grânulos. É a célula predominante nas crianças. Seu aumento é chamdo de linfocitose. Em adultos, seu aumento pode ser indício de infecção viral ou leucemia linfocítica crônica. Eosinófilos: citoplasma basofílico que não é visualizado por causa da presença de grânulos específicos (de coloração laranja-avermelhada), com núcleo com 2-3 lóbulos. Quando seu número aumenta é chamado de eosinofilia, e ocorre em casos de processos alérgicos ou parasitoses. Basófilos: citoplasma cheio de grânulos preto-purpúreos que cobrem o citoplasma. Em um indivíduo normal, só é encontrado até uma célula (em termos percentuais). Neutrófilos Segmentados: citoplasma acidófilo (róseo), núcleo com vários lóbulos (2-5 lóbulos) conectados com filamento estreito. É a célula mais encontrada em adultos. Seu aumento pode indicar infecção bacteriana, mas pode estar aumentada em infecção viral. Outras Células que podem ser encontradas: Blasto: Linfoblasto: L1: célula pequena, citoplasma basofílico e escasso. Encontrada nas leucemia linfóide aguda tipo L1. L2: célula de tamanho médio, citoplasma de tamanho e basofilia variada. Encontrada na leucemia linfóide aguda tipo L2.gg L3: célula grande ou média, citoplasma com intensa basofilia, com vacúolos. Aparece no linfoma de Burkitt. Mieloblasto: possui citoplasma escasso, azulado (basofílico), núcleo redondo ou oval, com um ou mais nucléolos evidentes. Pode apresentar grânulos no seu citoplasma e bastão de Auer (forma de agulha). Os mieloblastos aparecem em casos de leucemia mielóide, síndrome mielodisplásica ou na reação leucemóide (infecção grave). Monoblasto: similar a outros blastos mas com núcleo mais contorcido ou irregular que o mieloblasto. Aparece na leucemia mielomonocítica aguda ou na leucemia monocítica aguda. Promielócitos Neutrofílico: O mieloblasto evolui para promielócito, célula maior que o mieloblasto, citoplasma basófilo, grânulos de coloração vermelho-púrpura (grânulos primários), núcleo oval com uma pequena identação. Mielócitos Neutrofílico: O promielócito evolui para mielócito,célula com citoplasma acidófilo (rosa), mais abundante que o promielócito e com poucos grânulos e já não são mais visualizados os nucleólos. Metamielócitos Neutrofílico: citoplasma acidófilo, núcleo identado com forma de feijão, poucos grânulos. Bastonetes Neutrofílico: citoplasma acidófilo, núcleo em forma de S ou C. Não é comum seu achado em sangue de pacientes normais, mas aparecem em número aumentado em casos de infecção. Linfócitos Atípicos: citoplasma mais basofílico que o linfócito normal, núcleo irregular. Aparece em infecções virais. Em grande número na mononucleose infecciosa, na infecção por citomegalovírus, na toxoplasmose. Células Plasmáticas: citoplasma basofilico, tamanho moderado e núcleo excentrico. Pode aparecer no mieloma múltiplo. Células Linfomatosas: citoplasma em quantidade variada, núcleo dobrado, convoluto, clivado ou dobrado. Com um ou mais nucleólos. Aparece em linfomas. Hairy Cells: citoplasma azul páildo, com projeções citoplasmáticas. Aparece somente na leucemia das células cabeludas. Célula Cerebriforme: núcleo escuro contendo fendas e dobras (aparência de cérebro). Aparece na síndrome de Sézary. Inclusões citoplasmáticas que podem ser encontradas em neutrófilos: Granulações Tóxicas: quando há um aumento na produção dos granulócitos, há uma diminuição no tempo da maturação das células precursoras dos neutrófilos. Por isso os neutrófilos aparecem no sangue com os grânulos primários. Estão presentes em casos de infecções. Vacuólos: resultandes da fogocitose. Podem aparecer nos neutrófilos e monócitos. Seu relato só é importante quando aparece nos neutrófilos. Aparece em casos de infecções graves. Plaquetas são observadas em relação a quantidade e seu tamanho. Seu número normal é de 150.000 à 400.000 por microlitro de sangue. O tamanho de uma plaqueta varia entre 1 a 4 micrometros. A contagem de plaquetas é feita pelo método automático. A maioria dos laboratórios usam aparelhos cuja contagem de plaquetas se faz no mesmo canal de contagens de hemácias, sendo que a diferenciação de ambas se dá pelo volume (plaquetas são menores que 20 fl e hemácias maiores que 30 fl). Devido ao grande volume de exames feito por um laboratório ficou inviável a contagem manual de todas as plaquetas, mas a contagem manual não foi totalmente abandonada. Quando o número de plaquetas encontra-se diminuído, o laboratório faz um esfregaço de sangue para confirmar se elas estão diminuídas ou não. Se isso não for confirmado, a contagem de plaquetas é feita de modo manual, isto é, contagem em câmara de Neubauer. Os erros mais comuns em uma contagem automática são: aparelhos mal calibrados e problemas na coleta do sangue. A coleta é muito importante, uma coleta muito lenta, agitação errada do sangue colhido entre outros problemas podem fazer com que as plaquetas se agrupem e ao realizar a contagem em aparelhos, seu número estará diminuído. O agrupamento de plaquetas não é um sinal clínco. Citometria de fluxo A técnica de citometria de fluxo é usada para contar e analisar as características físicas e moleculares de partículas microscópicas (ex.: células) num meio líquido. Um feixe de luz (normalmente laser) de uma única freqüência (cor) é direcionado a um meio líquido em fluxo. Estão apontados ao local onde a corrente do fluido passa através do feixe de luz alguns detectores: (i) Forward Scatter ou FSC, que está na linha do laser e atrás da zona onde passam as partículas, e é uma medida do volume das partículas; (ii) Side Scatter ou SSC, que está perpendicular à direcção do laser, e é uma medida da complexidade das células, i.e., forma do núcleo, quantidade e tipo de grânulos citoplasmáticos ou rugosidade membranar: (iii) Detectores fluorescentes (um ou mais), também perpendiculares à direção do laser. Cada partícula que passa através do feixe de luz dispersa-a de alguma forma e os corantes químicos na partícula podem ser excitados de modo a emitir luz numa freqüência mais baixa que a da fonte de luz. Esta combinação de luz dispersa e fluorescente é detectada pelos detectores e analisando as flutuações de brilho de cada detector (um para cada pico de emissão fluorescente) é possível vários factos sobre a estrutura física e química de cada partícula individual. Os parâmetros possíveis de medir são: volume e complexidade morfológica das células, pigmentos celulares como clorofila, ADN (análise de tipo de células, cinética celular, proliferação, etc.), RNA, análise e classificação de cromossomos, intracelulares (várias citosinas, mediadores proteínas, antígenos à superfície celular (marcadores CD), antígenos secundários, etc.), antígenos nucleares, atividade enzimática, pH, cálcio ionizado intracelular, magnésio, potencial membranar, fluidez membranar, apoptose (quantificação, medidas da degradação do ADN, potencial da membrana mitocondrial, alterações na permeabilidade, atividade da caspase), viabilidade celular, monitorização da electropermeabilização das células, caracterização da multi resistência a fármacos em células tumorais, glutationa, várias combinações (DNA/antigénios de superfície, etc.). Esta lista é muito longa e está em constante expansão. ANEMIAS É uma anomalia caracterizada pela diminuição da concentração da hemoglobina dentro das hemácias, intraeritrocitária, e pela redução na quantidade de hemácias no sangue. Isso resulta em uma redução da capacidade do sangue em transportar o oxigênio aos tecidos. A hemoglobina, uma proteína presente nas hemácias, é responsável pelo transporte de oxigênio dos pulmões para os demais órgãos e tecidos e de dióxido de carbono destes para ser eliminado pelo pulmão. Sinais e sintomas São variáveis, mas os mais comuns são fadiga, fraqueza, palidez (principalmente ao nível das conjuntivas), déficit de concentração ou vertigens. Nos quadros mais severos podem aparecer taquicardias, palpitações. Afeta também a gengiva (causando, em casos mais graves, o seu sangramento). Causas da Anemia Genéticas: Hemoglobinopatias, sendo as mais comuns hemoglobinopatias S (anemia falciforme), C, E e D Síndromes Talassêmicas (talassemia alfa ou beta) Defeitos na membrana da hemácia: eliptocitose e esferocitose Anormalidades enzimáticas: deficiência em glucose-6-fosfato desidrogenase Abetaproteinemia Anemia de Fanconi Nutricionais: Deficiência de ferro (Anemia Ferropriva) Deficiência de vitamina B12 (Anemia megaloblástica) Deficiência de folato (Anemia megaloblástica) Perda de sangue: Hemorragia excessiva por acidentes, cirurgia, parto Sangramento crônico por sangramentos causados em casos de úlcera, câncer intestinal, ciclo menstrual excessivo, sangramento nasal recorrente (epistaxes), sangramento por hemorróidas Imunológicas: mediadas por anticorpos Efeitos Físicos: Trauma Queimaduras Uso de medicamentos e exposição a produtos químicos: Anemia aplásica Anemia Megaloblástica Doenças Crônicas: Uremia Hipotireoidismo Hepatite Doença Renal(provocando problemas na síntese de eritropoietina) Neoplasias Infecções: Bacterianas: septicemia ; Protozoários: Malária, Toxoplasmose, Leishmaniose Virais: hepatite, Aids, Mononucleose, Citomegalovírus; MIELOGRAMA O mielograma é o estudo de uma amostra da medula óssea, obtida por punção aspirativa com agulha apropriada, em ossos onde existe atividade hematopoética. O local mais indicado para a punção em crianças é a crista ilíaca e no adulto o esterno. Com o material da punção são confeccionados esfregaços, corados pela mistura Romanovsky e avaliados microscopicamente. Basicamente a observação se refere a celularidade, que nos mostra se a medula é normo, hipo ou hipercelular. A relação entre os elementos mielóides e os eritróides, nos fornece a relação mielóide - eritróide ou M / E, que varia entre 2 / 1 a 4 / 1. Verificamos também o percentual de linfócitos que oscila em torno de 10 %, a serie megacariocítica, observando a produção de plaquetas e outros elementos tais como: parasitas e células neoplásicas.Estuda-se a medula óssea, particularmente nas anemias, leucemias, púrpuras, agranulocitoses, mielomas e controle de quimioterapia. Além de analisarmos a morfologia das células, relatamos um percentual relativo à contagem de 500 células, cuja tabela normal descrevemos abaixo: CÉLULA MÉDIA % VALORES DE REFERÊNCIA% Mieloblasto 3 0,5 – 5,5 Pró-Mielócito 5 1,5 – 8,0 Mielócito Neutrófilo 12 4,5 – 18,0 Mielócito Eosinófilo 2 0,0 – 3,0 Mielócito Basófilo 0,5 0,0 – 1,0 Metamielócito Neutrófilo 27 12,0 – 42,0 Metamielócito Eosinófilo 2 0,5 – 3,5 Metamielócito Basófilo 0 0,0 – 0,1 Bastão Neutrófilo 24 15,0 – 33,0 Bastão Eosinófilo 1 0,0 – 2,0 Bastão Basófilo 0,2 0,0 – 0,5 Segmentado Neutrófilo 25 14,0 – 35,0 Segmentado Eosinófilo 4 1,0 – 7,0 Segmentado Basófilo 0,2 0,0 – 0,5 Linfócito 22 7,0 – 38,0 Monócito 3 0,0 – 5,0 Pró-Eritroblasto 3 0,0 – 6,0 Eritroblasto Basófilo 3 1,0 – 6,0 Eritroblasto Policromatófilo 15 5,0 – 26,0 Eritroblasto Acidófilo 11 2,0 – 21,0 Célula Reticular 1 0,0 – 2,0 Célula Plasmática 1 0,0 – 3,0 Megacariócito 0,5 0,0 – 1,0 Relação M / E 3 / 1 2 / 1 – 4 / 1 Mitoses Raras Raras MORFOLOGIA DAS CÉLULAS DA MEDULA ÓSSEA CÉLULA DIÂMETRO MÉDIO - micra - NÚCLEO CITOPLASMA Cromatina delicada Intensamente Pró-Eritroblasto 12 (10 – 14) e homogênea Nucléolos 1 a 2 basofílico Ausência de grânulos Eritroblasto Basófilo 11 (10 – 12) Cromatina mais densa Ausência de nucléolos Intensamente basofílico Ausência de grânulos Eritroblasto Policromatófilo 9 (8 – 10) Condensado, Grumado Azul / Marrom Eritroblasto Acidófilo 7 (6 – 8) Picnótico Cor da hemácia Mieloblasto 17 (15 – 20) Cromatina delicada Nucléolos 2 a 6 Basofílico Grânulos azurófilos: raros / nenhum Pró-Mielócito 16 (14 – 18) Cromatina mais condensada 1 Nucléolo Granulações azurófilas: numerosas Mielócito 15 (12 – 18) Redondo ou oval Granulações azurófilase específicas Metamielócito 14 (10 – 18) Riniforme, Invaginado Granulações azurófilas e específicas Plasmócito 11 (8 – 15) Pequeno, Excêntrico e Cromatina em raios de roda de carroça Intensamente basofílico Vacuolizado Megacarioblasto 21 (18 – 25) Sem lóbulos Semnucléolos Azul claro Pró-Megacariócito 18 Início da lobulação Irregular, sem grânulos Megacariócito Granuloso 35 Lobulado Cromatinagrumada Granulações azurófilas Megacariócito Trombocitógeno 70 (35 – 100) Muito lobulado Vermelho granuloso Plaquetas na periferia PATOLOGIAS DA MEDULA ÓSSEA PATOLOGIA MIELOFIBROSE AGRANULOCITOSE PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA Celularidade Reduzida Reduzida Aumentada Célula Megacariócito Linfócitos Eritroblastos Predominante Plasmócitos Série Eritróide Número reduzido deEritroblastos Eritroblasto Policromatófilo Eritroblasto Acidófilo Pró-Eritroblasto Eritroblasto Basófilo Eritroblasto Policromatófilo Eritroblasto Acidófilo Série Mielóide Número reduzido deGranulócitos Número reduzido de Mieloblastos e Mielócitos Todo o escalonamento Mielóide Outras Séries Número reduzido de Mononucleares, Linfócitos, Monócitos e Plasmócitos Presença de numerosos Fibroblastos Linfocitose Monocitose Células Reticulares Megacariócitos aumentados Número reduzido de Mononucleares Relação M / E ___________________ 10 / 1 a 50 / 1 1 / 1 a 4 / 1 BIÓPSIA DA MEDULA ÓSSEA A biópsia da Medula Óssea proporciona um estudo arquitetural, fornecendo informações quanto a celularidade medular e relações anatômicas dos diversos componentes. Para isto, retiramos fragmentos ósseos da crista ilíaca superior anterior. O material passa por uma descalcificação e um processamento histológico, para posterior estudo. COLORAÇÃO CITOQUÍMICA Esta modalidade de coloração é mediada por reação química e mostra substâncias intracelulares com cores específicas, perceptíveis à microscopia ótica. Várias colorações citoquímicas especiais podem definir melhor e mais especificamente as características celulares. Elas também nos permitem distinguir linhagens celulares, e são úteis no diagnóstico de malignidades hematopoiéticas. Podemos utilizar amostras frescas de sangue periférico, medula óssea, linfonodos e baço. As colorações mais utilizadas na rotina são as peroxidases, o azul da prússia para ferro, o sudan black B para demonstrar lipídeos, o ácido periódico de schiff que detecta glicogênio intracelular e a fosfatase alcalina leucocitária, enzima presente no citoplasma dos neutrófilos. COLORAÇÃO CITOQUÍMICA DAS PEROXIDASES: Nos grânulos citoplasmáticos está presente uma enzima, a mieloperoxidase, que age sobre o peróxido de hidrogênio (H₂O₂), produto do metabolismo celular, liberando oxigênio que oxida a benzidina, formando um composto corado. As células possuidoras da enzima peroxidase terão seus grânulos corados de verde ou verde-azulado e estas células serão peroxidase positivas. Esta coloração citoquímica é utilizada na distinção entre as células de origem mielóide e linfóide. As células da linhagem mielóide são peroxidase positivas, enquanto que as linfóides são peroxidase negativas. Na leucemia mieloblástica, 25 % dos leucócitos são peroxidase positivos, enquanto que na leucemia linfoblástica, 95 % dos leucócitos são peroxidase negativos. Nas leucemias agudas, quando presente um grande número de blastos, a peroxidase torna-se uma técnica segura para a diferenciação entre mieloblastos e linfoblastos. AZUL DA PRÚSSIA OU PERLS: É utilizado para identificação do ferro celular na forma de ferritina ou hemossiderina. A reação se processa na interação de íons ferrocianeto com íons férricos no interior da célula, resultando um produto de cor azul-esverdeado chamado ferrocianeto férrico. O azul da prússia é utilizado para detectar ferro no interior do eritroblasto (sideroblasto), no histiócito (SER) e identificar corpúsculos de Pappenheimer nas hemácias. O corante pode ser aplicado em cortes histológicos, porém sua grande atuação é no aspirado de medula óssea, na identificação do depósito de ferro e ferro sideroblástico. SUDAN BLACK B: O sudan black B revela lipídeos, especialmente os fosfolipídeos intracelulares. O padrão de coloração corresponde ao das peroxidases, sendo positivo para as séries neutrofílicas e eosinofílicas, negativo para os linfócitos e fracamente positivo para os monócitos. Utilizada para diferenciar leucemia mielóide aguda (LMA) de leucemia linfóide aguda (LLA), possui a vantagem sobre a peroxidase por permitir corar esfregaços mais antigos. ÁCIDO PERIÓDICO DE SCHIFF (PAS): O ácido periódico de schiff revela glicogênio intracelular. A maioria das células hematopoiéticas são PAS positiva, por este motivo, a reação tem pouco valor no diagnóstico das leucemias agudas. Seu valor diagnóstico se faz presente na confirmação da Eritroleucemia (LA-M6) na classificação FAB. FOSFATASE ALCALINA LEUCOCITÁRIA (LAP): Há nos tecidos hematopoiéticos, principalmente no citoplasma dos neutrófilos, atividade da fosfatase alcalina. Algumas metodologias são usadas para quantificar esta enzima, sendo a principal a de Kaprow. Este procedimento envolve o uso de naftol e violeta B, produzindo um precipitado vermelho brilhante. O estudo da LAP tem uma grande utilidade prática, nos auxiliando no diagnóstico diferencial das doenças hematopoiéticas. Seu principal interesse se aplica nas síndromes mielo proliferativas (SMP), especialmente na diferenciação da leucemia mielóide crônica (LMC) e reações leucemóides, onde a atividade da LAP é alta. A B AB O Na transfusão de sangue: Paciente e doador Transplantes de órgãos Testes de paternidade Investigações Forenses Estudos Genéticos A Antígeno A B Antígeno B AB Antígeno A e B O Não apresenta antígeno Anticorpo: Anti-A antígeno A Anticorpo: Anti- B antígeno B Anticorpo: Anti A e B AB O: Não apresenta antígeno, consequentemente, apresentam anticorpos Sistema ABO Agrupa os indivíduos em 4 tipos sanguíneos: A importância da determinação dos grupos: A determinação do grupo sanguíneo é baseada na presença e ausência de dois antígenosde grupo sanguíneos, chamados de A e B. Os procedimentos de determinação dos Grupos ABO são os testes de aglutinação. Os antígenos A e B das células são detectadas ao reagir com anticorpos comerciais. Os anticorpos do grupo sanguíneo são nomeados de acordo com o antígeno que eles reagem: Anti-A e Anti-B. Hematologia Diagnóstico H EM A T O LO G IA - IN T R O D U Ç Ã O Hematologia Diagnóstico Teste em lâmina Limpe uma lâmina com álcool 70% e deixe-a secar. Escreva sobre a lâmina as indicações para os anticorpos anti-A e anti-B. Pressione um dos dedos da mão, da base para a ponta, de modo que o fluxo sanguíneo se concentre na extremidade. Desinfete a ponta do dedo com álcool 70% e perfure-a com uma lanceta estéril. Pingue uma gota do soro desejado no local indicado da lâmina e, logo após, uma gota de sangue sobre o soro. Misture bem com palito de madeira . ATENÇÃO: Uma ponta de palito para cada tipo de soro e pessoa. Observe, por até 2 min, se houve aglutinação e conclua o seu tipo sanguíneo para os sistemas ABO. Triagem de anemia Avaliação da terapia de anemia Estimativa da perda de sangue depois de uma hemorragia ou ferimento Triagem de potenciais doadores de sangue Detecta antígenos A ou B ao se combinar, no sangue do paciente, com um antissoro e observar a AGLUTINAÇÃO. Se o antígeno presente nas células correspondente ao anticorpo presente no antissoro, o anticorpo se ligara ao antígeno provocando agrupamento das células. Prática Tipagem Sanguínea Contagem de células Hematócrito Fornece uma estimativa do volume das células vermelhas do paciente e, assim, da capacidade de transporte de oxigênio do sangue. Utilidade: O Teste O teste do hematócrito baseia-se no princípio de separação por centrifugação dos elementos celulares sanguíneos do plasma. Essa disposição em camadas depois da centrifugação é chamada Volume globular, ou HEMATÓCRITO. O hematócrito é determinado comparando o volume das células vermelhas ao volume total da amostra de sangue. Micro-hematócritos Hemoglobina (Hg ou Hgb) Sua concentração é afetada por fatores como dieta, idade e sexo. A síntese de hemoglobina é dependente da ingestão de Ferro na dieta. Pessoas que vivem em grande altitudes: Maior N° de hemoglobina Principal constituintes das células vermelhas do sangue, compondo mais de 98% do seu conteúdo proteico. Dá a cor vermelha característica dos eritrócitos e do sangue. Determinação da Hemoglobina Hemocitômetro Câmara de contagem de vidro para contagem manual de células do sangue com auxilio de um microscópio. Analisador Portátil: HEMOGLOBINÔMETRO Preenchimento do hemocitômetro usando uma micropipeta Cálculo da contagem de células vermelhas (RBC) Reservatório selado que contém volume pré- medido do líquido de diluição Conjunto de pipetas: pipeta capilar calibrada + protetor de pipeta O protetor de pipetas é usado para perfurar o diafragma que sela o reservatório. Células/µL= mm³ = Média x FD A (mm)³ x D (0,1mm) Células/µL= Contagem final de células Média: média do número das células contadas D (mm): profundidade (sempre= 0,1 mm) FD: Fator de diluição A (mm)³ : Área contada Sistema Manual Unopette para contagem de células vermelhas (RBC) e células brancas (WBC) e contagem de plaquetas. Valor de referência: 4,0 x 10⁶/ µL a 6 x 10⁶/ µL) RBC Líquido diluente (solução salina fisiológica – Isotônica: 1,99 mL Pipeta capitar para medir amostra de sangue: 0,01 mL (10 µL) Valor de referência: 6.000 a 14.000 / µL WBC Líquido diluente (solução ácido acético): 1,98 mL Pipeta capilar: 0,02 mL (20 µL) Valor de referência: 150.000 a 400.000 (1,50 x 10⁵ a 4,0 x 10⁵) Contagem de Plaquetas Líquido diluente (oxalato de amônia): 1,98 mL Pipeta capilar: 0,02 mL (20 µL) Contagem automatizada As células a serem contadas são As células interrompem o fluxo da As células passam por um canal estreito que somente uma célula pode passar por vez, ao passarem, interrompem o laser. diluídas em um diluente que conduz corrente elétrica. corrente cada interrupção é registrada e contada como uma célula. Morfologia das células do Sangue Contagem de Reticulócito Acima de 3% hemácias produzidas em taxas elevadas (tratamento anêmico, hemorragias) Abaixo de 0,5% taxa reduzida de produção de hemácias (anemia por deficiência de ferro, vitamina B12, ácido fólico) Método para estimar o número de hemácias imaturas no sangue: Prevê a taxa de produção das hemácias. Primeiras 24h na circulação Imaturas, são identificadas pelo RNA. O RNA é corado e agrega-se (reticulócito). Em adultos 1% das hemácias cora-se como reticulócito Manual Esfregaço Automatizado Citometria de Fluxo Método As células sanguíneas como são fracas condutoras de eletricidade, ao passarem pelo canal de abertura, interrompem o circuito elétrico, causando a impedância, que originará um pulso no circuito elétrico (pulso é contado como célula). Automatização Impedância elétrica As células são diluídas em solução eletrolítica que conduz eletricidade. A corrente elétrica flui na solução eletrolítica de um eletrodo a outro através de uma abertura. Dispersão de luz: raio laser é dirigido a suspensão de células que passam por um canal estreito, forçando as células a passarem em fila única. Quando o raio de luz incide sobre uma célula, o raio é disperso em um ângulo, e cada tipo de célula causa uma dispersão em ângulo diferente. Citometria de fluxo: Combinam os princípios de dispersão de luz com excitação leve e emissão de sinais fluorescentes. Fotodetectores captam as emissões de luz e convertem os dados em sinais elétricos Teste da Homostasia Tempo de Protrombina: Avalia a função das vias da hemostasia. Utilização: Pacientes com terapias anticoagulante e procedimentos pré- cirurgico. A Protrombina (Fotor II) é produzido no fígado e é dependente de vitamina K. A deficiência de vitamina K causa redução do fator e pode resultar em hemorragia. Hemostasia é, pois, o conjunto de mecanismos que faz cessar uma hemorragia , mantendo o sangue dentro do vaso, sem coagular nem extravasar, e em que se previnem processos hemorrágicos espontâneos e se contêm sangramentos traumáticos. O microscópio sumiu “Com a modernização dos laboratórios de análises clínicas, os exames ficaram mais rápidos e precisos. Eles também requerem menos sangues e menos tempo de jejum” EVOLUÇÃO DOS LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS NAS ULTIMAS DÉCADAS. LA B O R A T Ó R IO S Material da Hematologia Tubo de Westergren (VHS) Tubo de Wintrobe (hematócrito) Pipeta de diluição de leucócito Pipeta de Sahli (contagem de hemácias) Hemocitômetro (contagem de células) Lâmina extensora 1. 2. 3. 4. 5. 6. Centrífuga Microscópio da Hematologia LA B O R A T Ó R IO S Câmara de Neubauer Time Fases dos Exames 13 a 28% dos exames são liberados com algum erro. Pré- analític a Coleta Recepção Analítica Técnica Pós- analític a Análise crítica Resultados Pré-analitica 28% Analítica 40% Pós-analítica 32% 13 a 28 % dos resultado liberados com algum tipo de erro - exames Antigos Pedidos Aparelhos Hematológicos Corador de Lâmina Aparelho de Coagulação Bioquímica Bacteriologia Antiga Bacteriologia Sua Estufa Urinálise / Parasitologia Virologia/ PCR Pesquisa Unidade Pré-Analítica CENTRÍFUGA DA UNIDADE PRÉ- ANALÍTICA ALIQUOTADOR DE AMOSTRA / UNIDADE PRÉ-ANALÍTICA FASES DOS EXAMES 2% dos exames são liberados com erros Pré- analític a Pedido médico Informática Recepção Coleta Analítica Técnica Informática Pós- analític a Análise crítica Resultados Informática Pedido Informatizado Uso da Etiqueta de Identificação Fase Pré-Analítica Fase Analítica Fase Pós-Analítica Segundo Stahl et al. 0,61 % do exames são liberados com algum tipo de erros com automação. Pré-analítica 75% Analítica 16% Pós-analítica 9% PRINCIPAIS ERROS CONCLUSÃO Os laboratórios do INCa (I, II, III) realizaram 1.911.677 exames de patologia clínica em 2011. Segundo trabalhos publicados a prevalência de erroficam entre 0,3 a 2% segundo estes dados, tivemos entre 5.735 a 38.233 exames com erros em 2011. Para manter e melhorar estes valores devemos ter: Gerenciamento de processos. técnicos, enfermeiros, médicos Educação continuada com todos os envolvidos; residentes, informática, operacionais e outros. ANTES DA AUTOMAÇÃO COM AUTOMAÇÃO Atualmente sem a informática COBRANÇA DOS RESULTADOS A hematopoese é o processo de renovação celular do sangue por meio de processos mitóticos, pois estas células possuem vida muito curta. Hematopoese T EC ID O S A N G U ÍN EO Contém inúmeras substâncias dissolvidas: aproximadamente 90% de água e 10% sais (Na, Cl, Ca, etc.), glicose, aminoácidos, colesterol, ureia, hormônios, proteínas, anticorpos etc. Eritrócitos, hemácias ou glóbulos vermelhos Leucócitos ou glóbulos brancos Plaquetas ou trombócitos Função: Transporte, Regulação e Proteção. Localizado principalmente na medula dos ossos. Nesse tecido encontram-se células sanguíneas sendo produzidas. É um tipo especial de tecido que se movimenta por todo o corpo, servindo como meio de transporte de materiais entre as células. Formado por uma parte líquida, o plasma, e por diversos tipos de célula. Sangue É um tecido conjuntivo especializado pois apresenta sua matriz extracelular totalmente fluida. Plasma Elementos Figurados Função do Tecido Sanguíneo Sua produção acontece na medula óssea sob controle de um hormônio denominado eritropoetina. Tem vida média de 120 dias, sendo destruída no baço ou no fígado. Eritrócitos Células com aspecto de discos bicôncavos, anucleadas, não tendo portanto capacidade de divisão. Seu citoplasma é preenchido por um pigmento proteico a hemoglobina, proteína que transporta o oxigênio dentro dos vasos sanguíneos para as células do corpo e é responsável pela cor vermelha do sangue. Dismorfismo Eritrocitário O dismorfismo eritrocitário é uma condição na qual os glóbulos vermelhos (também chamados de eritrócitos) apresentam alterações em sua forma, tamanho ou estrutura. Essas anomalias podem ser detectadas através de um exame microscópico do sangue, geralmente realizado em um hemograma Granulares Neutrófilos Eosinófilos Basófilos Agranulares Linfócitos Monócitos Leucócitos Apresentam núcleo e são divididos em dois grupos os: Apresentam função de defesa do organismo a invasões de bactérias e antígenos. Leucócitos (granulócitos) Polimorfonucleares Neutrófilos - 55 a 60% Eosinófilos - 2 a 3% Basófilos - < de 1% Neutrófilos • São polimorfonucleares, com núcleos formados por 2 a 5 lóbulos. • Arredondados na corrente sanguínea. • A célula jovem tem o núcleo não-segmentado, chamado de bastonete; Na mulher, o núcleo possui um pequeno apêndice cromatina sexual. (corpúsculo de Barr) Citoplasma possui granulações específicas. • Realizam diapedese através de movimentos amebóides. São o principal constituintes do pus Vivem 1 a 4 dias após deixarem a corrente circulatória. Representam a primeira linha de defesa (leucócitos mais ativos na fagocitose- ação primordial nos estágios iniciais da resposta inflamatória aguda à lesão tecidual) (neutrófilos mortos, líquido tecidual e material anormal) Possuem núcleo bilobulado. Possuem ação semelhante a dos neutrófilos. Fagocitam e eliminam complexos de antígenos -anticorpos. Representam 2% a 4% dos leucócitos Fagocitam microorganismos de grande porte (ex: vermes) Se associam com os parasitas liberando toxinas Realizam DIAPEDESE (capacidade de atravessar vasos) Eosinófilos Núcleo irregular Representam 0,5% a 1% dos leucócitos Liberam HISTAMINAS (provocam a permeabilidade dos vasos sanguíneos facilitando a saída de anticorpos), responsável pelo inchaço (edema) e vermelhidão (eritema) Liberam HEPARINA (substância anticoagulante) Basófilos Eosinófilos Leucócitos (agranulócitos) Mononucleares Monócitos – 3 a 7% Linfócitos – 30 a 35% Permanecem pouco tempo na Respondem à estímulos quimiotáticos; São células apresentadoras de Maiores células sanguíneas Representam 3% a 8% dos leucócitos Transformam-se em MACRÓFAGOS Monócitos circulação; antígenos (APC). (atuam na fagocitose de microorganismos e de células mortas) São células esféricas, núcleo arredondado Citoplasma azul pálido, núcleo ocupa quase São as principais células do sistema LINFÓCITOS B (se diferenciam em plasmócito) LINFÓCITOS T Linfócitos representam 20% a 30% dos leucócitos toda a célula. imunológico. Atuam em infecções Produzem imunoglobulinas (anticorpos) Tipos Auxiliadores (CD4) Citotóxicos (CDS) Contagem diferencial de leucócitos Neutrófilo alto – infecção bacteriana, queimaduras, estresse, ou inflamação. Neutrófilo baixo – radiação, drogas, deficiência de vit. B, lúpus Eosinófilo alto – reações alérgicas, infecções parasíticas, doenças auto-imune, insuficiência da supra-renal. Eosinófilo baixo – drogas, estresse Basófilos elevados – respostas alérgicas, leucemias, câncer e hipotireoidismo. Basófilos diminuídos – gravidez, ovulação, estresse e hipertiroidismo. Linfócitos altos – infecções virais, doenças imunes, leucemia, Linfócitos baixos – doença grave prolongada, esteróides, imunossupressores Monócitos alto – infecções virais ou micóticas, tuberculose, leucemia e doenças crônicas Monócito baixo – raramente acontece Contagem diferencial de leucócitos Basófilos elevados – respostas alérgicas, leucemias, câncer e hipotireoidismo. Basófilos diminuídos – gravidez, ovulação, estresse e hipertiroidismo. Linfócitos altos – infecções virais, doenças imunes, leucemia, Linfócitos baixos – doença grave prolongada, esteróides, imunossupressores Monócitos alto – infecções virais ou micóticas, tuberculose, leucemia e doenças crônicas Monócito baixo – raramente acontece Plaquetas Também chamadas de Trombócitos. As plaquetas não são células,mas fragmentos de células originados da fragmentação dos Megacariócitos da medula óssea vermelha; Existem cerca de 250.000 a 300.000 por mm3 de sangue numa pessoa normal. FUNÇÃO: Desempenham importante papel no mecanismo da coagulação sanguínea produzindo a TROMBOPLASTINA ou TROMBOQUINASE a fim de impedir a ocorrência de hemorragias. Via simples de coagulação FÍGADO + VITAMINA K PROTROMBINA TROMBINA FIBRINOGÊNIO FIBRINA Ca e TROMBOPLASTINA Valores normais dos glóbulos brancos Neutrófilos – 60 a 70% dos leucócitos Eosinófilos – 2 a 4 % dos leucócitos Basófilos – 0,5 a 1% dos leucócitos Linfócitos – 20 a 25% dos leucócitos Monócitos 3 a 8% dos leucócitos Eritrócitos – 4,8 a 5,4 milhões/mm³ Plaquetas – 250.000 – 400.000/mm³ Eritrócitos e plaquetas Neutrófilos Eosinófilos Basófilos Linfócitos Monócitos Monócito e Linfócito SISTEMA SANGUÍNEO ABO GENÓTIPO FENÓTIPO AGLUTINOG ÊNIO OU ANTÍGENOS (HEMÁCIAS) AGLUTININA S OU ANTICORPO S (PLASMA) I A I A ou I A i GRUPO A A ANTI – B I B I B ou I B i GRUPO B B ANTI – A I A I B GRUPOAB A e B --------- i i GRUPOO ------- ANTI – A e ANTI - B TIPAGEM SANGUÍNEA ABO MAPA DE TRANSFUSÕES SANGUÍNEAS O antígeno RH é uma proteína presente na membrana dos glóbulos vermelhos. Uma pessoa com fator Rh positivo não pode doar sangue a alguém com Rh negativo. Ao ocorrer há produção de anticorpos anti-rh, denominado sensibilização. IMPORTANTE ! Imunógeno (antígeno completo): é uma substância capaz de suscitar resposta imune sozinha e específica, bem como memória imunológica; Antígeno: é uma substância que reage com os produtos de uma resposta imune específica; Hapteno: é uma substância não imunogênica, não desencadeia resposta imune, mas que pode reagir com produtos de uma resposta imune específica. São incapazes de suscitar uma resposta imune sozinhas, necessitando de proteínas. Devem ligar-se quimicamente a portadores proteicos para suscitar uma resposta em anticorpos. Antígenos Antígenos são moléculas capazes de reagir com um anticorpo. Essa reação pode provocarou não uma resposta do nosso sistema imune. Nesse último caso, o antígeno é conhecido como imunógeno. Como exemplo de antígenos, podemos citar os vírus, as bactérias e até mesmo partículas desencadeadoras de alergias. Também é uma proteína ou um polissacarídeo (são carboidratos formados a partir da polimerização de vários outros açúcares menores.). Podem ser encontrados nos envoltórios de vírus, bactérias, fungos, protozoários e vermes parasitas. IMUNÓGENO, ANTÍGENO E HAPTENO? Lembre-se, todo o imunógeno é um antígeno, mas nem todo o antígeno é imunógeno. Para isso, o antígeno precisa ser associado a um imunógeno para desencadear uma resposta imune. Anticorpos São glicoproteínas plasmáticas conhecidas como imunoglobulinas (Ig). Essas proteínas, bastante específicas, apresentam a capacidade de interagir com o antígeno que desencadeou sua formação. A secreção dos anticorpos é feita pelos plasmócitos, células que surgem a partir da diferenciação do linfócito B, uma célula do nosso sistema imunológico. Essas glicoproteínas são produzidas por plasmócitos (originam-se a partir dos linfócitos B do sangue, e sua principal função é produzir os anticorpos que atuam nas respostas imunes do organismo), que são células formadas a partir da diferenciação dos linfócitos B. A interação com o antígeno, pode provocar uma série de processos que visam à proteção do nosso corpo. Entre as ações que os anticorpos realizam, destacam-se sua capacidade de produzir sinais químicos que avisam outras células de defesa sobre a presença de um invasor, além da sua capacidade de deixar partículas mais suscetíveis ao processo de fagocitose. Mecanismos de ação dos anticorpos: Neutralização: Nesse processo, os anticorpos ligam-se na superfície dos antígenos, impedindo a infecção de uma célula, tornando o antígeno, portanto, inofensivo. Opsonização: Nesse processo, os anticorpos ligam-se aos antígenos, sinalizando aquela estrutura para células que farão a sua fagocitose (macrófagos ou neutrófilos). Ativação do sistema complemento e formação de poro: Nesse processo, os anticorpos atuam garantindo a ativação do sistema complemento, que desencadeia um ataque à membrana da célula estranha, formando um poro. Esse poro permite a entrada de íons e água, desencadeando o rompimento da célula. Antígeno (molécula que reage com o anticorpo) x Anticorpo (Proteína que atua de modo a tentar inativar ou destruir um antígeno). A N T ÍG EN O S E A N T IC O R P O S https://www.infoescola.com/nutricao/carboidratos/ https://www.infoescola.com/quimica/reacao-de-polimerizacao/ https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/leucocitos.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/endocitose-exocitose.htm Soros e vacinas Conhecendo os conceitos de antígenos e anticorpos, é extremamente fácil compreender o que são soros e vacinas. Os soros podem ser definidos como uma imunidade passiva e temporária em que são injetados anticorpos já prontos contra determinado antígeno. No caso das vacinas, a imunização é ativa e duradoura, pois são administrados antígenos mortos ou atenuados a fim de que o próprio organismo produza anticorpos contra aquele agente. Soro é utilizado após o contato com o antígeno, uma vez que são injetados anticorpos prontos, sendo, portanto, uma forma de cura. Vacina é utilizada como uma forma de prevenção, uma vez que a imunização é mais duradoura e nosso próprio organismo produz anticorpos contra a ação de um determinado antígeno ao qual ainda não fomos expostos. Processos inflamatórios É uma resposta fisiológica do organismo ao dano tecidual local ou a uma infecção. A resposta inflamatória faz parte da resposta imune inata (conjunto de formas de imunidade que nasce com o indivíduo, sem necessidade de introdução de substâncias) e, por isso, não é uma resposta específica, mas ocorre de maneira padronizada independente do estímulo. O processo inflamatório envolve várias células do sistema imune, mediadores moleculares e vasos sanguíneos. Sua função é eliminar a causa inicial da lesão, coordenar as reações do sistema imune inato, eliminar as células lesadas e os tecidos danificados para iniciar a reparação dos tecidos e restaurar a função. A resposta inflamatória se divide em dois tipos: o primeiro é a inflamação aguda e a segundo fase é a inflamação crônica. Inflamação aguda Resposta inflamatória aguda tem início imediato e dura pouco tempo. Pode ser ocasionada por patógenos, radiação, agentes químicos ou traumas mecânicos. Os principais sinais da resposta inflamatória aguda estão relacionados à resposta vascular com vasodilatação gerando vermelhidão e calor gerando edemas, aumento da pressão causando dor, podendo causar perda de função. Acúmulo de células mortas e micro-organismos, em conjunto com fluidos aglomerados, forma o que é conhecido com pus. Mas uma vez que a causa da inflamação é removida, a resposta inflamatória cessa e iniciam o processo de cicatrização. Inflamação crônica Se o agente causador da inflamação aguda persistir dá-se início ao processo de inflamação crônica. Este processo pode durar vários dias, meses ou anos. Como consequência, a inflamação crônica é quase sempre acompanhada pela destruição de tecidos. Entre os processos inflamatórios crônicos conhecidos estão: artrite, sinusite, bronquite, renite, asma e demais processos alérgicos, câncer e diabetes. https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/vacinas.htm https://www.infoescola.com/biologia/sistema-imunologico/ https://www.infoescola.com/biologia/vasodilatacao/ https://www.infoescola.com/medicina/edema/ Cicatrização É o restabelecimento de integridade de um tecido lesado e consiste em uma perfeita e coordenada ação de eventos celulares e moleculares. Ocorre a repavimentação e a reconstituição do tecido. A cicatriz é o tecido novo que se forma durante o processo de cura de uma ferida. A natureza a utiliza como um meio para fechar as lesões do organismo quando não é possível a regeneração perfeita dos tecidos. Processos Primária: acontece quando um ferimento não contaminado possui bordas lisas e próximas, sem perda tecidual, como ocorre em cortes cirúrgicos. Normalmente não há infecções, necrose cutânea, presença de hematomas ou seromas. Secundária: caracterizada por afastamento entre as bordas do ferimento e presença de uma lacuna tecidual preenchida por tecido de granulação. Ocorre em decorrência do tipo de ferimento ou por distúrbios na cicatrização. Normalmente, resultam em cicatrizes com estética desfavorável. Etapas Etapa inflamatória: dura entre 48 e 72 horas e é caracterizada pela presença dos sinais da inflamação: dor, calor, rubor e edema. O processo inflamatório combate os agentes agressores e deflagra uma série de acontecimentos que reconstituem o tecido lesado e possibilitam o retorno da função fisiológica ou a formação de tecido cicatricial para restituir o que não pôde ser reparado. Etapa proliferativa: dura entre 12 e 14 dias e é caracterizada pela reconstituição de vasos sanguíneos e linfáticos, pela produção de colágeno e pela intensa migração celular. Dimensão e profundidade da lesão; Grau de contaminação; Presença coleções líquidas (hematomas, equimoses, edemas); Necrose tecidual e infecção local. Etapa de maturação (remodelação): tem duração indeterminada e é caracterizada pela reorganização do colágeno, que adquire maior força tênsil. A cicatriz assume a coloração semelhante à da pele adjacente. A fase final da etapa de maturação representa a evolução da cicatriz constituída, podendo durar anos. Há diminuição do número de macrófagos e o aumento do conteúdo de colágeno, cujas fibras progressivamente se alinham na direção de maior tensão da ferida. Fatores que podem impedir a cicatrização: Teste Coombs Este teste é um tipo de exame de sangue que avalia a presença de anticorpos específicos que atacam as hemácias, provocando a sua destruição e podendo levar ao surgimento de um tipo de anemia conhecida hemólise (ruptura das hemácias antes dos 120 dias). Existem dois tipos que incluem: O teste de Coombsdireto é um método que permite a identificação da presença de anticorpos fixados sobre as hemácias. Tecnicamente, baseia-se no fato de que os anticorpos que recobrem as hemácias. Quando positivo, indica a presença de anticorpos aderidos às hemácias, formando-se pontes entre elas, levando ao fenômeno visível de aglutinação. O teste de Coombs contribui diretamente para o diagnóstico da anemia autoimune, pois sua positividade confirma que o anticorpo foi fixado in vivo à hemácia do paciente, auxiliando dessa forma o diagnóstico diferencial com outras anemias hemolíticas, como as causadas por alterações da hemoglobina ou da estrutura da hemácia. Embora o teste de Coombs seja extremamente sensível, um resultado negativo não exclui a presença de anticorpos ligados às hemácias. O teste de Coombs indireto permite a identificação de anticorpos no soro (plasma sanguíneo). É importante para a avaliação de gestantes, e para incompatibilidades sanguíneas nas fases pré-transfusionais, e que pode gerar a sensibilização no transfundido. O teste se realiza em quatro diferentes etapas, conhecidas como: fase fria (reativos à temperatura ambiente); fase em meio proteico, identifica os anticorpos e também anticorpos incompletos fase quente (à temperatura de 37°C), detecta anticorpos que só reagem a essa temperatura; e a última etapa, que identifica aglutininas e anticorpos fixadores (a ocorrência de aglutinação e/ou de hemólise causa alteração, dissolução ou destruição das hemácias). Além da anemia, este teste também pode ajudar a identificar outras doenças que afetam as células do sangue como leucemia, lúpus, mononucleose e eritroblastose fetal, também conhecida como doença hemolítica do recém-nascido, assim como identificar risco de reações transfusionais. Procedimentos: No teste de Coombs direto, é adicionado o reagente de Coombs (soro coombs/ azida de sódio) ao sangue do paciente, permitindo a visualização de anticorpos que possam estar ligados às hemácias. Já no teste de Coombs indireto (salina ou albumina 6%), o sangue é coletado e centrifugado, separando as hemácias do plasma, que contém os anticorpos. Ao plasma são adicionadas hemácias 'pré-marcadas' com anticorpos, e o objetivo de verificar se existam auto-anticorpos presentes no plasma e, consequentemente, no sangue do paciente. Teste Coombs Anemia hemolítica autoimune; Infecção com micoplasma; Sífilis; Leucemia; Lúpus eritematoso; Mononucleose (presença de uma quantidade anormal de leucócitos) O que significa o resultado O resultado do teste de Coombs é negativo quando não existe o anticorpo que provoca a destruição dos globos vermelhos, e por isso é considerado um resultado normal. Porém, quando o resultado é positivo, quer dizer que existe o anticorpo no sangue e, por isso, se o resultado for positivo no teste de Coombs direto, significa que a pessoa pode ter uma doença como: No teste de Coombs indireto, o resultado positivo significa que a pessoa tem um anticorpo que pode causar coágulos quando se recebe outro tipo de sangue e, dessa forma, é preciso ter cuidado na hora de fazer uma transfusão sanguínea. Pacientes com Anemia Definição e outros conceitos importantes Qual valor de Hb define anemia? O que determina o impacto clínico? Fisiopatologia geral das anemias Anemias da fase de diferenciação Doenças medulares VCM normal Anemias da fase de hemoglobinização Anemia ferropriva VCM reduzido Anemias da fase de proliferação Anemias megaloblásticas VCM aumentado Anemias da IRC VCM normal Anemias da fase de circulação Hemólise e perda aguda VCM normal VCM é o melhor parâmetro para o diagnóstico diferencial das anemias Anemias microcíticas VCM < 80 fl Anemia ferropriva Traço talassêmico Anemia da inflamação (Dç crônica) Anemia sideroblástica Defeito da síntese das globinas: talassemias Defeito da síntese do heme: an. sideroblástica Anemia ferropriva Anemia da doença crônica Indisponibilidade de ferro: Distribuição do ferro no organismo Anemias microcíticas Estoque 25% Ferritina Funcional 75% Hemoglobina Transporte 1 % Ferro sérico Anemia O que ver no HMG Como confirmar Ferropriva Aniso- e poiquilocitose ↑ RDW Ferritina, ferro sérico, TIBC Traço talassêmico RDW normal ↓ Desproporcional VCM ↑ Número de hemácias Eletroforese de Hb (↑ Hb A₂) Inflamação Inespecífico Pode haver leucocitose ou plaquetose Quadro clínico, (dç inflamatória) PCR, VHS Anemias normocíticas Reticulócitos < 50 * 10⁹/l Reticulócitos > 125 * 10⁹/l Doença medular Hemólise Insuficiência renal crônica Hemorragias agudas Anemia da inflamação VCM 80 – 100 fl Hemólise Sangramento agudo Anemia da IRC Anemia da inflamação Doença medular Anemia O que ver no HMG Como confirmar Hemolítica ↑ reticulócitosMorfologia específica das hemácias Bilirrubinas, LDH, haptoglobina Sangramento agudo ↑ reticulócitos Quadro clínico Inflamação ↓ reticulócitos Inespecífico; pode haver leucocitose ou plaquetose Quadro clínico PCR, VHS Insuf. renal crônica ↓ reticulócitos ↑ creatinina Doença medular ↓ reticulócitos; ↑ VCM Alteraçãode outras séries Avaliação medular Anemias macrocíticas VCM > 100 fl An. megaloblástica Doenças medulares Hepatopatia Uso de medicamentos Fonte: Hoffbrand – Color Atlas of Clinical Hematology, 2010 Anemia perniciosa Mucosa gástrica normal Ac anti-cel parietal Anemia O que ver no HMG Como confirmar Megaloblástica ↓ reticulócitos Leuco e/ou plaquetopenia Neutrófilos hipersegmentados Dosagem B12 e folato Endoscopia dig. alta Avaliação neurológica Hepatopatia Leuco-plaquetopenia (hiperesplenismo),hemácias crenadas Quadro clínico e provas de função hepática Doença medular ↓ reticulócitos; ↑ VCMAlteração de outras séries Avaliação medular Uso de medicamentos Sem especificidades História: antiretrovirais, hidroxiureia Sintomas cardiovasculares Velocidade de progressão Reserva cardiovascular/pulmonar Interrupção ou não da causa da anemia Avaliação do impacto clínico Avaliação das consequências fisiológicas Sintomas CV ausentes ou aos grandes esforços Instalação lenta (semanas a meses) Reserva CV preservada Causa resolvida ou fortemente controlada Sem progressão clara dos sintomas Favorece conduta ambulatorial conservadora Sintomas CV aos esforços médios/leves Instalação rápida (dias/horas) Reserva CV ou pulmonar limítrofes Causa mantida ou desconhecida Progressão dos sintomas Considerar transfusão/intervenção aguda Investigação etiológica na rede básica Qualidade da resposta eritropoiética: reticulócitos Perfil do ferro: Ferritina, ferro sérico e TIBC (% sat. transferrina) Eletroforese de hemoglobina Marcadores inflamatórios: VHS, PCR, clínica Anemias macrocíticas: B12, ác fólico, função/enzimas hepáticas Outros limitantes da eritropoiese: creatinina, TSH e T4 livre Provas de hemólise: bilirrubinas, LDH, haptoglobina Indícios de anemias hereditárias: história familiar consistente; episódios recorrentes de icterícia Quando encaminhar? Anemia com descompensação CV/respiratória ou com progressão rápida da piora clínica Qq suspeita de leucemia aguda: URGÊNCIA (PS) → Blastos circulantes ou pancitopenia; → Fraqueza, palidez, equimoses, linfo- ou esplenomegalia fora do contexto de infeções agudas Caracterização de anemias Investigação de alfa- talassemia Suspeita de doença medular HEMATOLOGIA AMBULATORIAL hemolíticas Hb A₂ normal