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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA PEDAGOGIA PÂMELA RODRIGUES SIMÕES DA COSTA O DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL DO ADOLESCENTE. CRISES DE IDENTIDADE. RIO DE JANEIRO 2022 A adolescência é compreendida de diversas formas, com visões completamente diferentes entre uma cultura e outra, porém todas elas concordam que se trata de uma transição, em que a crise e outras questões aparecem e reaparecem de forma dinâmica. Durante a adolescência, o indivíduo desenvolve os pré-requisitos de crescimento fisiológico, maturidade mental e responsabilidade social que preparam para experimentar e ultrapassar a crise de identidade. A escolha de uma profissão; a criação de valores, desenvolvimento sexual, questões referentes à identidade se manifestam repetidas vezes ao longo da vida. Para Erikson (1976), a adolescência é marcada pela tomada de consciência de um novo espaço no mundo. Nessa etapa o indivíduo desenvolve os pré-requisitos de seu crescimento fisiológico: maturidade mental e responsabilidade social, a nova realidade que se apresenta produz no adolescente confusão de conceitos e perca de certas referências. A busca pelo “eu” nos outros, na tentativa de obter uma identidade para seu Ego. O jovem deve descobrir alguma semelhança significativa entre o que ele vê em si mesmo e entre o que sua consciência afiada lhe diz que os outros julgam e esperam que ele seja. (ERIKSON, 1986. p. 14). Durante essa fase, o jovem além de buscar o reconhecimento dos familiares busca em si próprio, ele passa a estar sempre se comparando a alguém, procurando nos outros um modelo a ser seguido e a qual grupo deve “pertencer”. Se identificando a um grupo e tendo o sentimento de pertencer a ele, o adolescente passa a compartilhar interesses, pensamentos e hábitos com seus semelhantes, desta forma sua construção de identidade passa a ocorrer também de maneira social. Logo após de conhecer seu primeiro grupo de relacionamento social, que é a família, o adolescente irá se vê integrado em outro grupo social, o de amigos. O grupo de amigos, para Papalia e Olds (2000, p. 360), é visto como “uma fonte importante de apoio emocional durante a complexa transição da adolescência, bem como fonte de pressão para um comportamento que os pais podem deplorar [...]”. É no grupo de amigos que a maioria dos adolescentes encontra um conforto, por estarem próximos de outros que estejam passando pelas mesmas mudanças. Os adolescentes desejam ouvir aquilo que eles querem, sendo assim, é normal que se sintam tranquilos e acolhidos quando buscam conselhos de amigos que os compreendem, já que esses amigos se encontram na mesma posição. De alguma forma, todo tipo de relação social servirá de influência, positiva ou não, nas escolhas e na moldagem do caráter do adolescente. A família exerce o papel principal na construção dessas escolhas e valores, já as amizades são importantes para prepará-lo para outras relações na vida adulta, como uma pessoa mais responsável e com toda uma formação de perfil. Conforme o adolescente se acostuma com a criação de vínculos sociais ele passa a se sentir confortável e responsável para tomadas decisões dentro de seus grupos, o fazendo pensar a respeito de sua responsabilidade social, no qual ele carrega consigo. Para Anna Freud (1978) a adolescência é um período de desequilíbrio psíquico e comportamento instável devido à maturação sexual e os conflitos internos. Do ponto de vista biológico, a adolescência se inicia pela puberdade, um processo que leva a maturidade sexual do indivíduo, neste caso: a fertilidade, ou seja, a capacidade de reprodução. Mudanças corporais, o aparecimento do interesse sexual, novos interesses e outra visão do mundo e forma de se relacionar, dependendo da relação familiar e círculos de amizades, as características do adolescente podem ocorrer diferente do esperado. A fase da “rebeldia” pode ser apenas uma reação à falta de jeito dos mais velhos para lidar com essa fase do adolescente, a falta de apoio, compreensão e conversas podem gerar uma confusão mental no jovem. Luiz Gonzaga e Zé Dantas, de uma forma leve e poética tratam da questão da puberdade na adolescência, principalmente o lado feminino na canção “Xote das Meninas”. A letra trata dos ciclos da vida, fazendo uma metáfora entre o ciclo do mandacaru e da menina cantada. Por se tratar de algo tão natural na fase da adolescência, a descoberta dos sentimentos, o “doutô” nem examina a menina, pois já sabe o diagnóstico. O refrão afirmativo contrasta com as negativas do final de cada estrofe, dando graça e reiterando o ciclo da vida da menina que desabrocha para os prazeres e apelos do sabor de namorar. A crise de identidade na fase da adolescência é acontece de forma mais elevada, comparada a outras fases, já que o adolescente passa por uma transição de sua condição para vida adulta, o que pode levar a ocorrer explosões de emoções na qual o jovem ainda não está pronto para lidar muito bem, durante essas explosões e tentativas de aprender a lidar com seus sentimentos é a fase onde o jovem passa a ser visto como “problemático”. Questões sobre sua missão no mundo vêm à tona quando o indivíduo se encontra na fase da crise de identidade, tais como: Quem sou eu? O que serei no futuro? Qual o meu papel social? A construção da identidade pessoal é considerada a tarefa mais importante, e algumas vezes complicada, da adolescência, o passo crucial da transformação do adolescente em um adulto produtivo e maduro e partindo desta fase da formação que passa a existir a crise de identidade, através dela que o adolescente passa a reavaliar suas escolhas e possíveis tomadas de decisão, o jovem passa a buscar caminhos que o leve a ter uma vida adulta integra e estável. A cobrança de si próprio e dos que estão ao seu redor sobre o futuro, a escolha de um caminho a ser seguido e uma profissão, gera muita expectativa, como se tivesse um tempo exato para se tomar tais decisões e se você excede esse tempo passa a ser um “fracasso” ou um “desinteressado” aos olhos da sociedade. Compreende-se então, que dentro de cada fase da adolescência acontecem descobertas acerca do seu papel na sociedade de forma evolutiva, ou seja, a cada fase, desde a inicial até a final, o adolescente adquire um pensamento mais crítico que irá auxilia-lo a se impor em determinadas situações e ter conhecimento de sua responsabilidade social enquanto indivíduo. Identificando a si próprio como um ser que possui direito e deveres em seu meio civil no mundo, tendo consciência de que possui uma identidade. Brêtas et al. (2008, p. 405) compreende que “é relevante, neste período de amadurecimento, a busca por uma identidade adulta, que se apresenta estruturada nas primeiras relações afetivas que estes tiveram no âmbito familiar, adequando-as, entretanto, a realidade atual, durante a sua interação com o meio vigente”. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: SILVA, Alexandre. O CONCEITO DA ADOLESCÊNCIA. Disponível em: https://fce.edu.br/blog/o-conceito-de- adolescencia/#:~:text=Nessa%20etapa%20o%20indiv%C3%ADduo%20desenvolve,uma%20id entidade%20para%20seu%20Ego.%3E. .>. Acesso em: 10 de setembro de 2022. https://fce.edu.br/blog/o-conceito-de-adolescencia/#:~:text=Nessa%20etapa%20o%20indiv%C3%ADduo%20desenvolve,uma%20identidade%20para%20seu%20Ego.%3E. https://fce.edu.br/blog/o-conceito-de-adolescencia/#:~:text=Nessa%20etapa%20o%20indiv%C3%ADduo%20desenvolve,uma%20identidade%20para%20seu%20Ego.%3E. https://fce.edu.br/blog/o-conceito-de-adolescencia/#:~:text=Nessa%20etapa%20o%20indiv%C3%ADduo%20desenvolve,uma%20identidade%20para%20seu%20Ego.%3E. A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE EM ADOLESCENTES: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/epsic/a/X5DFFZCZsb4pmrLchTsQVpb/?lang=pt#:~:text=A%20forma%C3%A7%C3%A3o%20da%20identidade%20recebe,est%C3%A1%20exposta%2C%20tanto %20globais%20quanto > .Acesso em: 10 de setembro de 2022. GADELHA, Lucas e GONÇALVES, Fabiane. 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