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APOSTILA - ATUAÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

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FIGURA 1 - Professor Traçando Estratégias
Pexels
Todos os envolvidos no processo de ensino devem estar em sintonia para que as ações que promovem inclusão no ambiente escolar aconteçam, todos os recursos que promovam a inclusão dos alunos com necessidades devem estar à disposição no ambiente escolar.
Quando falamos em “necessidades educacionais especiais” sugerimos a existência de um impasse na aprendizagem, indicando que os alunos com tais necessidades precisam de recursos e serviços educacionais diferenciados dentro do contexto escolar. Dessa forma, cabe às escolas adotar medidas de integração desses alunos, objetivando um ensino igualitário e justo a todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. (OLIVEIRA, ARAÚJO, SILVA. 2019)
Quais estratégias o professor pode utilizar para que exista uma maior autonomia dos alunos com deficiência?
Resposta Esperada
Através da elaboração de atividades que o aluno com deficiência possa ser incluído de maneira natural, aproximar-se do aluno, trabalhar a aceitação das diferenças entre todos os alunos, e obter informações prévias do aluno, são estratégias que podem ser utilizadas pelo professor para promover autonomia dos alunos com deficiência na sala de aula.
FIGURA 2 - Papel do Professor no Contexto Inclusivo
FIGURA 3 - Professor e Aluno
Nova Escola
Gosto de pensar na formação de professores (inspirada no poema de Guimarães Rosa) sob a perspectiva de que o belo da vida é essa possibilidade de que todos nós somos inacabáveis, estamos sempre mudando afinando (acertando) e desafinando (errando). (MANTOAN, 2008, apud ROSA, 2009, p. 141)
O Presidente Luís Inácio Lula da Silva assinou o decreto que instituiu a Política Nacional de Formação de Professores publicado no Diário Oficial da União de 30 de Janeiro de 2009, cuja finalidade é organizar a formação inicial e continuada dos profissionais do magistério para a educação básica, em regime de colaboração entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. Os cursos de atualização e especialização de professores ficarão a cargo da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e deverão ser homologados por seu Conselho Técnico-Científico da Educação Básica.
Na formação dos professores, a modalidade principal de ensino é presencial, reconhecendo-se a importância dos sistemas semipresencial e a distância,
Entre os pontos em destaque estão o reconhecimento de que a formação do docente para todas as etapas da educação básica é compromisso público de Estado, a necessidade de articulação entre formação inicial e continuada, bem como entre diferentes níveis e modalidades de ensino. O decreto enfatiza, também, a promoção de equalização nacional das oportunidades para os profissionais do magistério em instituições públicas de ensino superior.
Outros temas abordados no documento dizem a respeito à educação inclusiva, educação no campo, educação de jovens e adultos, bem como apoio aos programas de formação em regiões e comunidades com necessidades específicas, como os quilombolas e os indígenas.
Antes de seguir para aprovação presidencial, o documento passou por discussões envolvendo profissionais da área e os mais diversos setores da sociedade. A minuta ficou disponível para consulta pública e sugestões no portal do Ministério da Educação (MEC), entre os dias 10 de outubro e 24 de novembro de 2008.
A Lei Federal Nº 11.502, atribui à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) a responsabilidade pela formação de professores da educação básica, uma prioridade do Ministério da Educação. O objetivo é assegurar a qualidade da formação dos professores que atuarão ou que estejam em exercícios nas escolas públicas, além de integrar a educação básica e superior visando à qualidade do ensino público. A Política Nacional de Formação de Professores tem como objetivo ampliar a oferta e melhorar a qualidade na formação dos professores.
O professor tem grandes desafios a vencer, dando a sua participação para a contribuição social e para o desenvolvimento aluno e tem um papel muito importante, que é o sucesso da educação, seja ela formal ou informal.
Para uma educação de qualidade é necessário uma formação sólida e contínua, com uma progressão continuada que lhe forneça subsídios para uma reflexão sobre a sua prática pedagógica.
Talvez o que deixe o professor mais preocupado, seja a insegurança em relação à sua inexperiência, já que nos cursos superiores aprendeu apenas a lidar com a teoria e não teve acesso às práticas pedagógicas, diretamente com alunos especiais. No que consiste à educação, o dia a dia da escola e da sala de aula exigem que o professor seja capaz de organizar as situações de aprendizagem considerando a diversidade dos alunos. Essa nova competência implica a organização dos tempos e dos espaços de aprendizagem, dos agrupamentos dos alunos e dos tipos de atividades para eles planejadas.  Por isso, é de extrema importância um planejamento flexível que se adapte de acordo com a necessidade e capacidade de cada um, o professor situa-se como mediador e facilitador na organização dos alunos, de forma que possibilite uma melhor interação, mesmo em níveis tão diferentes, incluindo a todos, seja na educação física, capoeira, teatro ou qualquer outra proposta pedagógica.
O professor precisa repensar nas suas estratégias de ensino para não ficar preso ao espaço delimitado na sala de aula, faz se necessário repensar nas práticas pedagógicas até mesmo numa nova gestão da classe, porque ainda é muito forte a ideia de controle, principalmente quando se fala em delimitação de espaço físico. É de grande importância pensar não só no ambiente, como também no acesso e permanência nesse espaço como um todo, seja na escola como prédio ou até mesmo nas mesas e cadeiras, sempre utilizando os meios ofertados pela instituição.
Todos os materiais devem ficar aos cuidados apenas dos professores e não ao alcance das crianças e a forma como o espaço físico é organizado também é definido por ele, pois é o professor que irá tomar partido da situação, seja ela qual for, pois o espaço realmente é de fundamental importância sendo um dos elementos essenciais na abordagem educacional. Talvez ainda seja preciso pensar na acessibilidade em relação ao espaço educativo: espaço tanto na cidade como na escola; espaço adequado para diferentes necessidades e diferentes idades; espaço organizado e adaptado.
Segundo Mantoan (2009, apud SOARES; FIGUEIREDO, 2007, p.142), “Compreender o espaço que cada um está inserido é compreender uma gama de possibilidades partindo da prática educativa dos professores”.
A escola regular pode ser substituída pela escola das diferenças ou pela pedagogia da adversidade para ser capaz de organizar situações de ensino e gerar espaço em sala de aula capaz de incluir, com o intuito de que todos os alunos possam ter acesso a todas as oportunidades educacionais e sociais oferecidas pelo âmbito escolar sem qualquer distinção. E é o professor como mediador deverá promover um ensino igualitário e sem desigualdade, já que quando se fala em inclusão não estamos falando só dos deficientes e sim da escola também, onde a diversidade se destaca por sua singularidade, formando cidadãos para a sociedade.
[...] a inclusão é um motivo para que a escola se modernize e os professores aperfeiçoem suas práticas e, assim sendo, a inclusão escolar de pessoas deficientes torna-se uma consequência natural de todo um esforço de atualização e de reestruturação das condições atuais do ensino básico. MANTOAN (1997)
É importante pensar no professor como agente transmissor de conhecimento que respeita as diferenças, e que cada aluno reage de acordo com a sua personalidade, seu estilo de aprendizagem, sua experiência pessoal e profissional, entre outras.
Uma das contribuições da Política Nacional de Educação Especial visando a melhoria e orientação das redes de ensino é o Atendimento Educacional Especializado - AEE, que visa modificar e atender as exigências de uma educação igual para todos. Refere-sea um professor especializado nesse tipo de atendimento que identifica a necessidade de cada um, cria e articula um plano de ensino dentro do ensino comum, provendo recursos para esses alunos, adaptando as situações, trazendo para o seu cotidiano não só na parte pedagógica, mas também preparando para a sociedade.
A resistência das escolas em receber alunos inclusos ainda se dá devido à falta de experiência que os professores enfrentam, sem saber como lidar com aquela criança que não se encaixa com o perfil da sala, muitas vezes tentam fazer com que aquele aluno mude de sala, antes mesmo de saber quais são as suas possibilidades.
Um dos planos do AEE junto com o professor e a equipe escolar é envolver os interessados que são os pais e familiares, trazendo para a escola para esclarecer quais as dificuldades enfrentadas na sala de aula e fora dela para juntos dar início ao atendimento do mesmo.
Em relação à formação, fica cada vez mais difícil a situação do professor, porque as universidades pouco os preparam para lidar com alunos com necessidades educacionais especiais (NEE), saem despreparados, já que na sua formação não tem um curso específico para lidar com eles. Muitos professores ainda reclamam que falta, também, o suporte de profissionais da área da especificidade para trabalhar com essas crianças, já que as mesmas necessitam de uma atenção especial, um trabalho diferenciado.
Ainda há muito para se fazer, pois realmente a formação do professor não é coerente para se trabalhar com a inclusão, enquanto isso a pedagogia da diversidade precisa ser vista como uma pedagogia que seja auxiliadora, onde as práticas pedagógicas precisam ser repensadas e modificadas, dependendo da criatividade de cada professor, o modo com o qual desenvolverá seu projeto com a sala, de forma a incluir a todos, através de um planejamento flexível para novas adaptações.
É também importante que essa formação não seja voltada apenas para os professores, como também para todos os profissionais da área da educação na escola, onde os centros de apoio, por sua vez, também farão o seu papel, disponibilizando profissionais especialistas, como fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicopedagogo, psicólogo, entre outros.
A inclusão é formada por um conjunto, coordenado por serviços tanto sociais como educacionais e em outras áreas dando suporte nos serviços de assistencialismo. A escola deve funcionar como um centro de apoio para essa criança, porém, o problema é que muitas vezes esses pontos de apoio acabam acomodando os familiares, que fazem da escola um depósito, onde acabam deixando essas crianças em período integral. E para que as crianças tenham um atendimento de acordo com as suas necessidades, precisam ter profissionais qualificados, capacitados para atender cada aluno dentro de sua necessidade, onde se encontra até mesmo a falta de materiais acessíveis para o profissional da área.
A escola não deve ser vista como o local para incluir e sim o lugar que irá apoiar essas pessoas com deficiência, ajudando a desenvolver cada uma dentro do limite de cada deficiência, e é de extrema importância que o AEE assume um compromisso não só com essas pessoas, mas com o sistema educacional e principalmente com a sua vida profissional.
Para que se ofereça uma qualidade de vida melhor é necessário oferecer não só a prática pedagógica, mas atender à necessidade de cada um em ambientes integrados, que ofereçam suporte a essas pessoas, os professores precisam ser capacitados para desenvolver melhor suas habilidades profissionais. Ainda falta muito para que esse trabalho seja concluído com êxito, o que devemos levar em conta é que todos devem estar dispostos a participar de cursos de formação continuada e repensar a sua prática pedagógica mesmo quando ainda não se têm essa prática. O professor precisa ter o domínio da classe; se ele consegue dominar a sua sala com tantos alunos diferentes com alunos inclusivos não é diferente, a prática acontece todos os dias junto aos profissionais capacitados para lidar com cada aluno. As escolas devem apoiar e juntar-se a esses profissionais do AEE para um melhor planejamento e andamento nessa relação do aluno com a escola.
O atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela. MEC/SEESP (2008)
A área pretendida é de acordo com o grau de educação acadêmica para a formação de cada professor, sendo elas:
Licenciaturas: Os cursos de licenciatura habilitam o profissional a atuar como professor na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e Médio. São cursos superiores de graduação que formam profissionais licenciados em Química, Física, Letras, Matemática, Geografia, Ciências Biológicas e Pedagogia.
Pedagogia: O curso de Pedagogia é um curso superior de graduação, na modalidade de licenciatura e tem como finalidade formar professores para atuar na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental (até o 5º ano). É aquele professor que assume integralmente o currículo da série. Os cursos de pedagogia também formam profissionais para atuarem na gestão do sistema escolar, mas a prioridade é a formação de professores.
Bacharelado: Os cursos de bacharelado não habilitam o profissional a lecionar. São cursos superiores de graduação que dão o título de bacharel. Para atuar como docente, o bacharel precisa de curso de complementação pedagógica. E para lecionar no ensino superior exige-se que o profissional tenha no mínimo, curso de pós-graduação lato sensu/especialização.
Mas para trabalhar com crianças especiais, só a graduação não habilita. O Professor precisará buscar especializações para as diversas áreas de atuação, inclusive para se habilitar a trabalhar com a inclusão escolar.
A história da inclusão foi marcada por uma forte rejeição, preconceito e discriminação. Relata-se que na literatura da Roma Antiga as crianças com deficiência, nascidas no princípio da era cristã, eram afogados por serem considerados anormais e débeis. Já na Grécia antiga, Platão relata no seu livro “A República” que as crianças com má constituição ou com deficiência eram sacrificadas ou escondidas pelo poder público.
A idade média foi marcada por grandes contradições e outros valores em relação às atitudes e sentimentos frente à deficiência, os deficientes mentais, os loucos e criminosos eram considerados, muitas vezes, possuídos pelo demônio, por isso eram exclusos da sociedade. Aos cegos e surdos eram atribuídos dons e poderes sobrenaturais. Para os filósofos cristãos a crença também alternava entre culpa e pagamento de pecado e finalmente, com Santo Tomás de Aquino, a deficiência passa a ser considerada como um fenômeno natural na espécie humana.
Com o Renascimento houve o surgimento das ciências, as concepções racionais começavam a procurar explicações para as causas das deficiências, que foram consideradas do ponto de vista médico como doença de caráter hereditário, males físicos ou mentais.
Segundo a história, a educação de pessoas com deficiência nasceu de uma forma solitária, segregada e excludente. Ela surgiu com caráter assistencialista e terapêutico pela preocupação de religiosos e filantropos na Europa.
Consta que mais tarde nos Estados Unidos e Canadá, surgiram os primeiros programas para fornecer atenção e cuidados básicos de saúde, alimentação, moradia e educação dessa parcela da população, até então marginalizada e abandonada pela sociedade.
As primeiras iniciativas para a educação de pessoas com deficiências surgiram na França em 1620, com a tentativa de Jean Paul Bonet em ensinar mudos a falar. Foram fundadas em Paris as primeiras instituiçõesespecializadas na educação de pessoas com deficiências: a educação de surdos com o abade Charles M. Eppé, que criou o “Método de sinais” para a comunicação com os surdos. O instituto Real dos Jovens Cegos, em Paris, fundada por Valentin Hauy, em 1784, destinava-se a leitura tátil pelo sistema de letra em relevo. Mais tarde em 1834, Louis Braille criou o sistema de leitura e escrita por caracteres em relevo, denominado sistema braile, abrindo expectativas de comunicação, educação e independência para pessoas cegas.
As primeiras iniciativas para a educação de pessoas com deficiência mental foram do médico francês Jean Marc Itard, no século XIX, que sistematizou um método de ensino inspirado na experiência do menino selvagem de Ayeron (sul da França), que consistia na repetição de experiências positivas. A primeira instituição pública para a educação de crianças com deficiência mental foi residencial, fundada pelo médico francês Edward Seguin, que criou um método educacional originado da neurofisiologia, que consistia na utilização de recursos didáticos com cores e músicas para despertar a motivação e o interesse dessas crianças.
A educação especial, no Brasil, teve início na época do Império, começou com duas instituições: Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual instituto Benjamin Constant -IBC, e o Instituto dos Surdos Mudos em 1857, hoje denominado Instituto Nacional da Educação INES, os dois no Rio de Janeiro. Na segunda metade do século XIX e início do século vinte, as escolas especiais proliferaram por toda Europa e Estados Unidos.
Mais tarde com a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2006 e da qual o Brasil assinou o documento, estabelece que os Estados-Parte devem assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de ensino, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social compatível com a meta da plena participação e inclusão, adotando medidas para garantir que:
As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral, sob alegação de deficiência e que as crianças com não sejam excluídas do ensino fundamental gratuito e compulsório, sob alegação de deficiência; As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino fundamental inclusivo de qualidade e gratuito, em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem. (ART. 24)
Para entender melhor as diferenças, é necessário saber qual o significado entre deficiência e síndrome. Deficiência quer dizer insuficiente, insatisfatória; segundo a psicologia, diz-se de uma pessoa diminuída das faculdades físicas ou intelectuais.
Pessoas com desenvolvimento incapaz, em termos mais específicos é um déficit, que pode ser intelectual, físico, visual, auditivo ou múltiplo (quando atinge duas ou mais áreas). Síndrome é uma série de sinais e sintomas juntos.
Deficiência Física
FIGURA 4 - Deficiência Física
Conversa ao Pé da Página
Definição: São diversas condições que comprometem a mobilidade, a coordenação motora geral, tanto nos membros como na fala. Pode ser causada por lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, má formação congênita ou por condições adquiridas, que exige dos professores cuidados específicos em sala de aula.
Exemplos: Amiotrofia espinhal (doença que causa fraqueza nos músculos) hidrocefalia (excesso de líquido que serve de proteção ao sistema nervoso central), Características: dificuldades no grafismo em função de um comprometimento motor. Muitas vezes o aprendizado é mais lento, com exceção na alteração da motricidade oral, a linguagem é adquirida sem problemas Alguns necessitam de cadeira de roda e muletas para se locomoverem, outros apenas de material adaptado.
Recomendações: A escola precisa ser adaptada com elevadores e rampas. O professor tem que estar atento às necessidades dos alunos na questão de ir ao banheiro, é indispensável que seja solicitado um funcionário para acompanhá-los. Já nos casos de hidrocefalia, é necessário estar atento quanto a vômitos e dores de cabeça, que podem indicar problemas com a válvula implantada na cabeça.
Paralisia Cerebral
FIGURA 5 - Paralisia Cerebral
Hospital Israelita Albert Einstein
Definição: É uma lesão no sistema nervoso, causada por falta de oxigênio no cérebro do bebê durante a gestação, ao nascer ou até dois anos depois do parto. Segundo Alice Rosa Ramos superintendente técnica da Associação à Criança Deficiente (AACD) de São Paulo, “Em 75% dos casos a paralisia vem acompanhada de um dano intelectual”.
Características: Uma das principais é contratura muscular, uma perda na contenção muscular que causa tensão, incluindo dificuldades para andar, na coordenação motora, no equilíbrio e na força, podendo também afetar a fala.
Recomendações: É ideal envolvê-lo em atividades, para contornar as restrições com coordenação motora, trabalhar com lápis e canetas mais grossas, com uma espuma em volta, presa com elásticos, para facilitar o manuseio. Ao invés de cadernos, folhas avulsas são mais fáceis de serem manuseadas, na lousa utilizar letras grandes e convidá-lo a sentar-se na frente e, mais importante, é que a cadeira seja inclinada. Se o aluno não falar, estabeleça uma comunicação alternativa, que pode ser feita com papel cartão ou cartolina, onde são colocadas figuras pequenas que servem como meio de comunicação, pode ser figuras de futebol, da família, ou palavras-chave como sim, não, fome, sede, entre outras. É o canal de comunicação entre o aluno e o professor.
Deficiente Visual
FIGURA 6 - Deficiência Visual
Pexels
Definição: Condição apresentada para os quem têm baixa visão, entre 40 e 60%, ou até mesmo cegueira (resíduo mínimo da visão ou perda total) que leva à necessidade de usar o Braille para ler e escrever.
Características: A perda da visão, no geral, é causada por duas doenças congênitas: glaucoma (pressão intraocular que causa lesões irreversíveis no nervo ótico) e catarata (opacidade no cristalino). Em muitos casos, as doenças são confundidas com uma ametropia (miopia, hipermetropia ou astigmatismo), podendo ser corrigida pelo uso de lentes de contato, o que permite o retorno total da visão. A catarata também pode ser corrigida, mas somente com cirurgia. Segundo o oftalmologista Frederico Lazar, de São Paulo: “O aluno que não enxerga o colega a 2 metros nas brincadeiras, principalmente em espaços abertos, pode ter 5 ou 6 graus de miopia e não necessariamente baixa visão e cegueira”.
Recomendações: A escola deve promover a realização de exames de acuidade visual na escola, para identificar possíveis doenças, sejam elas reversíveis ou não. Se o aluno não percebe alguns tipos de expressões faciais, lide com ele de maneira perceptiva, alterando, por exemplo, o tom da voz. A atenção deve ser redobrada quando o assunto é mobilidade e orientação, sendo preciso identificar os degraus com contrastes (faixas amarelas ou barbantes), os obstáculos como pisos com alturas diferentes, e principalmente os vãos livres com desníveis. A sinalização de marcos é importante, como tabuletas indicando cada sala e espaço, feitas também em braile. Outra atividade necessária é trabalhar com maquetes em sala de aula, para que o espaço em que ele esteja inserido seja facilmente identificado. Já na sala de aula é sempre aconselhável não deixar mochilas no chão ou no corredor entre as cadeiras. O professor deve usar materiais maiores e reconhecidos através do tato, os alunos com baixa visão devem sentar próximos do quadro negro, sempre nas primeiras cadeiras. Alguns necessitam de um material diferenciado.
Deficiência Auditiva
FIGURA 7 - Deficiência Auditiva Lunetas
Definição: Causada por má-formação na orelha, no conduto (cavidade que leva ao tímpano), nos ossos dos ouvidos ou ainda por uma lesão neurossensorial no nervo auditivo ou na cóclea (parte do ouvido responsável pelas terminações nervosas). De origem genética ou pode ser provocada por doenças infecciosas, como a rubéola e a meningite. Pode ser também temporária, causada pela otite.
Características:Podendo ser leve, moderada severa ou profunda. E quanto mais aguda mais difícil é pó desenvolvimento da linguagem e somente um exame é capaz de identificar o grau da lesão.
Recomendações: Existem duas formas do aluno com deficiência auditiva desenvolver a linguagem. Uma delas é usando o aparelho auditivo e passar por um acompanhamento terapêutico, familiar e escolar. Pessoas surdas conseguem falar, para isso basta passar por terapia, receber novos moldes e próteses e ter o apoio da família e do professor. Outra maneira é aprender a língua brasileira de sinais (Libras). O aluno que tem perda auditiva também demora mais para se alfabetizar, o professor deve pedir ao aluno que sente sempre nas carteiras da frente, para que o mesmo possa ajudá-lo. O ideal é que se fale, sempre, para a frente, com o auxílio de recursos visuais e diminuição de barulhos e com a ajuda de um interprete de Libras, para melhor desempenho no processo ensino aprendizagem. 
Deficiência Múltipla
Definição: Quando ocorre duas ou mais deficiências: autismo e síndrome de down; uma é intelectual com outra física; uma intelectual uma visual ou auditiva. Uma das mais comuns em sala de aula é surdo-cegueira.
Surdo-Cegueira
FIGURA 8 - Surdo-Cegueira
Educação SME
Definição: As causas são de doenças infecciosas, como rubéola, toxoplasmose, e citomegalovírus (doença da mesma família do herpes) causando perdas auditivas e visuais simultâneas e em graus variados. A diferença de um cego ou surdo para um surdo-cego é que o mesmo não tem consciência da linguagem e, no entanto não aprende a se comunicar de imediato.
Características: Tem problemas de comunicação e mobilidade. O surdo-cego pode apresentar dois comportamentos diferentes: isola-se ou é hiperativo.
Recomendações: Um dos desafios é criar meios de comunicação. O professor deve buscar meios que integrem esse estudante aos demais e criar rotinas previsíveis para que ele possa entender o que vai acontecer. Oferecer objetos multissensoriais, facilitando assim a comunicação.
Deficiência Intelectual
Definição: O diagnóstico do que acarreta a deficiência intelectual é muito difícil, engloba fatores genéticos e ambientais. Além disso, as causas são varias e complexas, envolve vários fatores pré, Peri e pós-natais. Entre elas a mais comum na escola é a síndrome de down.
FIGURA 9 - Síndrome de Down
Hospital Pequeno Príncipe
Definição: É uma alteração genética caracterizada pela presença de um terceiro cromossomo de número 21. A causa ainda é desconhecida, mais existe um fator de risco já identificado, ele aumenta para mulheres que engravidam com mais de 35 anos.
Características: São sintomas as dificuldades de comunicação e a hipotonia (redução de tônus muscular). Também pode sofrer com problemas na coluna na tireoide, nos olhos e no aparelho digestivo, entre outros, e muitas vezes já nasce com anomalias cardíacas, solucionáveis apenas com cirurgias.
Recomendações: O desempenho melhora quando as instruções são visuais, por isso na sala de aula repita as orientações para que o aluno compreenda. É importante reforçar os comandos, solicitações e tarefas com modelos que eles possam ver e de preferência com grandes e chamativas ilustrações. A linguagem verbal deve ser simples por que uma das dificuldades do aluno com síndrome de down é cumprir regras. Quando se sente isolado do grupo demonstra pouca importância nos seus trabalhos e na rotina escolar, o mesmo adota atitudes reativas, como desinteresse, descumprimento das regras, desinteresse e provocações.
Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD)
Definição: Geralmente se manifestam nos primeiros cinco anos de vida. São distúrbios nas interações sociais recíprocas como padrões de comunicações estereotipados e repetitivos e estreitamento nos interesses e nas atividades.
Autismo
Definição: São transtornos com influência genética causado por defeitos em partes do cérebro, como o corpo caloso (que faz a comunicação entre os dois hemisférios), a amídala (que tem funções ligadas ao comportamento social e emocional) e o cerebelo (parte mais anterior dos hemisférios cerebrais, os lobos frontais).
Características: Tem dificuldades na interação social, ou de comportamento (movimentos fixos ou inalterado, como rodar uma caneta ou enfileirar carrinhos) e de comunicação (atraso na fala). Porém alguns têm habilidades especiais e se tornam gênios. Recomendações: É preciso ter paciência, pois a agressividades pode se manifestar, procure avisar quando a rotina mudar, pois as alterações não são bem vindas, para minimizar a dificuldade de relacionamento, procure criar situações que possibilitem a interação. As instruções devem ser claras evitando discursos longos.
Tópico 5
A EscFIGURA 10 - Leis
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
A educação inclusiva ou educação especial como assim é denominada pela lei 9394-96 que assim a define no seu artigo 58: “Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais” (BRASIL, 1996). Neste sentido, a educação que atenda os princípios de equidade deve estar centrada numa preocupação de acessibilidade numa significação bem maior do que é preconizada nas práticas pedagógicas que valorizam o modelo de educação que se reduza apenas a sala de aula; sem dúvida é importante assegurar ao educando todos aqueles instrumentos previstos por lei já citada anteriormente e que segue afirmando no artigo 59: “Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades” (BRASIL, 1996). É preciso atentar para um modelo de educação inclusiva que reflita sobre o espaço escolar como um espaço de convivência do educando em que estão postos todas as suas necessidades e possibilidades de crescimento. Como afirma Paulo Freire: “Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo” (FREIRE, 1981, p. 68). Neste sentido a educação deve ser pautada no princípio da equidade, da fraternidade, da solidariedade, permitindo um olhar mais amplo sobre o cotidiano de seus educandos.
Os educandos com deficiência podem ser considerados em desvantagem em relação aos seus colegas, visto que em seu entorno existem diversas barreiras que são quase determinantes para seu fracasso no pleno acesso a uma formação de qualidade. Neste sentido, o que se refere aqui ao pensar na acessibilidade na educação, faz-se necessário refletir na vida do educando dentro e fora do espaço escolar. Alguns pontos pode-se perceber como responsabilidade de todos que fazem parte do contexto escolar: professores, gestores, funcionários, psicopedagogos, familiares, como forma de alcançar melhores resultados na plena acessibilidade.
O compromisso de uma educação que se propõe universal deve ser o de incluir a diversidade, fugindo de modelos padronizados, que não respeitam as realidades dos estudantes e de suas famílias e promovem cenários de exclusão e fracasso escolar. Historicamente, pessoas com deficiência tiveram o acesso à educação negado ou muito restringido. Apesar dos avanços nas últimas décadas e do aumento progressivo das matriculas a exclusão escolar ainda atinge desproporcionalmente as crianças e jovens com deficiência. As restrições se davam através de modelos educacionais de segregação – quando a criança ou o adolescente é apartado do convívio com a sociedade e com a família e confinado a uma instituição – ou de integração, modelo no qual a pessoa com deficiência frequenta uma classe ou escola especial.
Para especialistas as salas de aula e escolas especiais reproduzem muitas características do modelo segregador, uma vez que há uma forte presença da saúde e da assistência social na rotina escolar. Porém, a integração permitiu maior participação do estudante com deficiência em outros espaços públicos, ainda que não possibilitasseum “processo de aprendizagem em contato contínuo com os demais alunos, sob a alegação de que esse modelo era mais seguro e oferecia um atendimento de maior qualidade”. Com efeito, foi esse processo em contato contínuo que se mostrou, nas últimas décadas, como o modelo mais adequado e eficiente para a aprendizagem tanto das crianças e adolescentes com deficiência quanto para os demais estudantes.
Mas como podemos definir o que é o modelo de inclusão?
Entre os mais diversos especialistas em educação inclusiva ao redor do mundo, o ponto de partida consensual é a ideia de que “o acesso à educação é um direito inegociável”.
A implementação desse direito deve contemplar três fatores que o qualificam e o sustentam. O primeiro é a garantia de convívio, de interação do estudante com deficiência com o restante da comunidade escolar, na medida em que essa interação é um ingrediente fundamental para que o aluno seja desafiado e possa desenvolver o máximo de seu potencial. O segundo fator é a garantia de acesso ao mesmo conhecimento, ou seja, ao mesmo currículo. Esse tema é muito oportuno, tendo em vista que estamos na fase de implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o que envolve traduzir em práticas pedagógicas os currículos que foram criados pelos estados e municípios. O fato de um estudante ter uma deficiência não pode servir de desculpa para que ele seja privado do conteúdo na sua íntegra, mesmo que isso envolva flexibilizações ou diversificações de estratégias pedagógicas. O terceiro fator é a existência de altas expectativas para todos os alunos, independentemente de suas particularidades. A inclusão garante direitos e promove a aprendizagem, estimulando a autonomia e a independência das pessoas com deficiência em todas as fases da vida.
A educação inclusiva é para todos os estudantes. É para ter igualdade de oportunidades, valorização da diversidade, e promover a aprendizagem de todos, com deficiência e sem deficiência. A escola, a gente não pode esquecer, é muito mais do que um local de aprendizagem das disciplinas curriculares tradicionais, é um espaço de socialização e integração dos estudantes. É um espaço de valorização da diversidade que favorece o desenvolvimento cognitivo, evidentemente, mas também sócio-mocional.
A noção falaciosa e preconceituosa de que a presença de estudantes autistas “atrapalha” a aprendizagem esbarra em evidências concretas que apontam o exato oposto: Certamente não há perda de aprendizagem, pelo contrário, há um aumento da visão de uma sociedade democrática, plural, competente, associado a visões de empatia, criatividade, capacidade de trabalhar em conjunto. Portanto, é fundamental para os alunos com deficiência e bom para os alunos sem deficiência. É preciso apoiar os professores, precisa ter formação e subsídios necessários aos profissionais. Não se pode esquecer de forma alguma que não são as características individuais das pessoas com deficiência que atrapalham a escola ou impedem a inclusão. São as barreiras de segregação que impedem a inclusão. Necessitamos de formação adequada para os educadores, transporte escolar, apoio aos professores na sala de aula, materiais pedagógicos adaptados, apoio sobretudo de oferta do atendimento educacional especializado e projeto pedagógico com intencionalidade inclusiva. Uma escola de todos e para todos. Para isso o desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas beneficia a todos os estudantes, tenham eles alguma deficiência ou não. 
Entretanto, há preocupações com retrocessos por consequência da pandemia da COVID-19, que trouxe, com sigo, novos desafios, sobretudo no que se refere às adaptações necessárias para o modelo remoto em virtude das medidas de isolamento e distanciamento social. Estudantes com deficiência e suas famílias, por sua vez, vivenciaram desafios e demandas específicas, envolvendo a acessibilidade dos materiais nas aulas a distância e no sistema híbrido. Porque enquanto as redes de ensino ainda lidam com a necessidade de adaptar aulas, tanto remotas quanto presenciais, às exigências sanitárias impostas pelo atual contexto, outros desafios põem em risco os direitos dos estudantes com deficiência em nosso país.
O pressuposto falacioso do atual Ministro de Educação, Milton Ribeiro, de que existem deficiências severas com as quais seria “impossível a convivência” transfere a responsabilidade de garantir as condições de acessibilidade do Estado para o indivíduo. Não é o estudante que não possui as habilidades necessárias para estar numa sala de aula regular, é a escola que precisa se capacitar, eliminando barreiras – inclusive as atitudinais –, para possibilitar o pleno desenvolvimento das capacidades de todos.
O modelo brasileiro de educação inclusiva é o mais contemporâneo, mais do que o de vários países. Não podemos permitir que falas do ministro Milton Ribeiro, nem decretos como o que será analisado no STF, retrocedam as conquistas das últimas três décadas. Não podemos esquecer que o modelo de escola especial que segrega os alunos com deficiência foi testado por várias décadas e fracassou. As gerações que passaram por escolas inclusivas tiveram convívio, interação, estímulo contínuo e altas expectativas, isso que garantiu serem cidadãos mais autônomos. Precisamos continuar na rota de evolução da educação brasileira, e para isso precisamos reconhecer a escola inclusiva como tão importante para o estudante com deficiência quanto para aquele que não tem deficiência.
Políticas públicas e programas federais foram decisivos para romper os limites do debate acerca da acessibilidade e inclusão no país (Brasil) e não pode parar ou retroceder: a implementação do programa, os sistemas de ensino deverão orientar-se pelo princípio do desenho universal, pelas normas de acessibilidade previstas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/NBR  9050/2004), pelo decreto 6.949/2009 e pelo Manual de Acessibilidade Espacial para Escolas.
De acordo com as Normas Técnicas Brasileiras de Acessibilidade (ABNT/NBR –9050/2004), “acessibilidade   é   a   possibilidade   e   condição   de   alcance, percepção   e entendimento   para   a   utilização   com   segurança   e autonomia   de   edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos”. O Decreto   n° 5.296/2004,   que   regulamenta   as   leis   n°   10.048/2000, e   n° 10.098/2000   e   estabelece   normas   gerais   e   critérios   básicos   para   a   promoção   de acessibilidade  às  pessoas  com deficiência  ou  mobilidade  reduzida, define no artigo  2°  que “Acessibilidade é  a  possibilidade  e  condição  de  alcance  para  utilização,  com  segurança  e autonomia,   dos   espaços,   mobiliários   e   equipamentos   urbanos,   das   edificações,   dos transportes  e  dos  sistemas  e  meios  de  comunicação,  por  pessoa  com  deficiência  ou  com mobilidade reduzida”. O Decreto supracitado define ainda que, “barreira é qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento e a circulação com segurança das pessoas”. No artigo 24, afirma que:
Os estabelecimentos de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade, públicos ou privados, proporcionarão condições de acesso e utilização de todos os seus ambientes ou compartimentos para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, inclusive salas de aula, bibliotecas, auditórios, ginásios e instalações   desportivas, laboratórios, áreas de lazer e sanitários.
Ao ratificar a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência – CDPD (ONU/2006), por meio dos Decretos nº 186/2008 e nº 6.949/2009, o Brasil assume o compromisso de assegurar o acesso das pessoas com deficiência a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, além de adotar medidas que garantam as condições para sua efetiva participação, de forma que não sejam excluídas do sistema educacional geral em razão da deficiência:
O artigo 9º da CDPD, que trata especificamente da acessibilidade, assegura que:
A fim de possibilitar às pessoas com deficiência viver de forma independente e  participarplenamente de  todos  os  aspectos  da  vida,  os  Estados  Partes tomarão as medidas apropriadas para assegurar às pessoas com deficiência o acesso, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à informação e comunicação, inclusive aos sistemas e aos  recursos  de tecnologia  da  informação  e  comunicação,  bem  como  a outros serviços e instalações abertos ao público ou de uso público, tanto na zona urbana como na rural.
Fundamentada nos princípios de igualdade de condições de acesso à participação em   um   sistema   educacional   inclusivo,   a   Política   Nacional   de   Educação   Especial   na Perspectiva   da   Educação   Inclusiva   (MEC/2008)   define   a   Educação   Especial   como modalidade de ensino transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, que disponibiliza recursos, serviços   e   o   Atendimento   Educacional   Especializado – AEE,   de   forma complementar  ou  suplementar,  aos  estudantes  com  deficiência,  transtornos  globais  do desenvolvimento  e  altas  habilidades/superdotação  no  ensino  regular. Ao estabelecer as diretrizes   para   transformação   dos   sistemas   educacionais   em   sistemas   educacionais inclusivos, este   documento   determina   a   garantia de [...] acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos   mobiliários   e   equipamentos, nos   transportes, na   comunicação   e informação;
O Decreto nº 7.611/2011 assegura que o Ministério da Educação prestará apoio técnico e financeiro para a adequação arquitetônica de prédios escolares, elaboração, produção e distribuição de recursos educacionais para a acessibilidade, visando prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular aos estudantes público alvo da educação especial. Respaldado   nos   marcos legais, políticos   e   pedagógicos, acima   expostos, o Programa Escola Acessível caracteriza-se como uma efetiva medida de eliminação de barreiras e promoção de autonomia aos estudantes público alvo da educação especial, com o objetivo de Promover: a acessibilidade  e  inclusão  de estudantes  com  deficiência;  transtornos globais  do  desenvolvimento  e  altas  habilidades/superdotação matriculado sem  classes comuns do ensino regular; assegurando-lhes o direito de compartilharem os espaços comuns de aprendizagem, por  meio da  acessibilidade  ao ambiente físico,  aos  recursos  didáticos  e pedagógicos e às comunicações e informações.
Políticas públicas e programas federais foram decisivos para romper os limites do debate acerca da acessibilidade e inclusão no país (Brasil): a implementação do programa, os sistemas de ensino deverão orientar-se pelo princípio do desenho universal, pelas normas de acessibilidade previstas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/NBR  9050/2004), pelo decreto 6.949/2009 e pelo Manual de Acessibilidade Espacial para Escolas.
Convém destacar que o Programa Escola Acessível objetiva, prioritariamente, promover acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares. Não obstante, prevê, também, a possibilidade de aquisição de recursos de alta tecnologia assistiva*, além daqueles existentes nas Salas de Recursos Multifuncionais. *Por alta tecnologia a assistiva compreendem-se os produtos industrializados que envolvem tecnologia de complexidade média/alta onde se inserem hardware e software, com a finalidade de promover acessibilidade às pessoas com deficiência no uso das Tecnologias de Comunicação e Informação (TICs). Sabendo que o desenvolvimento desta ação resulta da parceria entre o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão –SECADI, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação -FNDE, das Secretarias de Educação (Entidades Executoras – EEx) e das escolas (Unidades Executoras – UEx) contempladas, destacam-se, a seguir, as atribuições de cada ente envolvido.
A SECADI, Elaboraria o documento para orientar a implementação do programa; Disponibilizar ao FNDE, a relação nominal das escolas com os respectivos códigos no censo escolar das unidades educacionais que serão contempladas;
Convém destacar que o Programa Escola Acessível objetiva, prioritariamente, promover acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares. Não obstante, prevê, também, a possibilidade de aquisição de recursos de alta tecnologia assistiva*, além daqueles existentes nas Salas de Recursos Multifuncionais. *Por alta tecnologia assistiva compreendem-se os produtos industrializados que envolvem tecnologia de complexidade média/alta onde se inserem hardware e software, com a finalidade de promover acessibilidade às pessoas com deficiência no uso das Tecnologias de Comunicação e Informação (TICs). Sabendo que o desenvolvimento desta ação resulta da parceria entre o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão –SECADI, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação -FNDE, das Secretarias de Educação (Entidades Executoras – EEx) e das escolas (Unidades Executoras –UEx) contempladas, destacam-se, a seguir, as atribuições de cada ente envolvido:
Atribuições da SECADI:
Elaborar documento para orientar a implementação do programa; Disponibilizar ao FNDE, a relação nominal das escolas com os respectivos códigos no censo escolar das unidades educacionais que serão contempladas;
Prestar assistência técnica às UEx das escolas beneficiadas e às Secretarias, a que essas   se   vinculam, fornecendo-lhes   as   orientações   necessárias para execução do programa;
Manter articulação às UEx das escolas beneficiadas e respectivas EEx, e realizar atividades   de   acompanhamento, de   maneira   a   garantir   a   regular aplicação   dos recursos   em   favor   das   aludidas   unidades   escolares   e   o cumprimento das metas preestabelecidas.
Atribuições do FNDE:
Destinar, nos moldes e sob a égide da ResoluçãoFNDEnº27/2012, recursos financeiros de custeio e capital, por intermédio de suas UEx, às escolas com matrículas de estudantes público alvo da educação especial;
Divulgar a relação nominal das escolas a serem contempladas;
Analisar e aprovar a prestação de contas feita pela EEx, conforme orientações e normas disponíveis www.fnde.gov.br.
Atribuições das Secretarias de Educação (EEx):
Garantir livre    acesso    às    suas    dependências    a    representantes    do MEC/SECADI/FNDE, quando     em     missão     de MONITORAMENTO     E FISCALIZAÇÃO;
Zelar para que as UEx, representativas das escolas integrantes da sua rede de ensino, cumpram as ATRIBUIÇÕES DE SUA COMPETÊNCIA;
Avaliar, consolidar e encaminhar, formalmente, ao MEC/SECADI, os planos de atendimento elaborados pelas escolas, após validação pelo MEC/SECADI;
Proceder à execução e prestação de contas dos recursos do Programa, junto ao FNDE, nos moldes e sob a égide da Resolução FNDE nº 27/2012.
Atribuições dos Estabelecimentos de Ensino(UEx):
Elaborar Plano de Atendimento por meio do Sistema Integrado de Planejamento, Orçamento e Finanças do Ministério da Educação –SIMEC;
Observar, durante a elaboração do plano de atendimento, as normas de acessibilidade previstas pela ABNT/NBR/9050/2004;
Remeter à Secretaria de Educação à qual se vincula, por meio do SIMEC, o plano de atendimento, para validação;
Proceder à execução e prestação de conta dos recursos do Programa, junto a EEx, nos moldes e sob a égide da Resolução FNDE nº 27/2012;
Zelar para que a prestação referida no item anterior seja idêntica ao plano de atendimento aprovado pelo MEC;
Fazer constar dos documentos probatórios das despesas realizadas com os recursos financeiros de custeio e capital (notas fiscais, faturas, recibos) a expressão “pagos com recursos do FNDE/PDDE/Acessibilidade”;
Garantir livre    acesso    às    suas    dependências representantes    do MEC/SECADI/FNDE, quando em missão de acompanhamento e auditoria.
Do Financiamento:
Conforme estabelecido pelo DecretoNº7.611/2011, a União apoia as ações de acessibilidade arquitetônica, bem como aquelas destinadas à disponibilização detecnologia assistiva. Para tanto, a Resolução FNDENº27/2012, dispõe sobre a destinação de recursos financeiros, no âmbito do Programa Dinheiro Direto na Escola –PDDE, a fim de implementar o Programa Escola Acessível.
Compreendemos que a inclusão do aluno percorre um longo caminho no contexto escolar. É necessário resinificar a escola, seus funcionários, professores, alunos e a família nesse processo educativo e entender que o esse aluno com TEA tem direitos assegurados por lei, que ainda precisam ser colocados na real prática do chão da escola. Por sua vez, a escola que integra o aluno autista faz necessárias adaptações possam estar presentes 15 desde a organização didático-pedagógica, rotinas, ambiente físico e processo formativo dos docentes para que inclusão do aluno seja efetiva.
Ainda é preciso avançar nesse percurso de formação de professores para atender essa realidade presente em nossas escolas, pois os processos formativos requerem práticas mais tangíveis que transformem a realidade de vida dos alunos com deficiência.
Concluí se que ainda existe um grande desafio para a escola brasileira alcançar passos contínuos na inclusão desse aluno no ensino regular: a barreira do desconhecimento e do respeito às diferenças. O aluno autista, assim como outro estudante com necessidades.
Tópico 6
Escola Acessível e Inclusiva: Métodos para o Professor
FIGURA 11 - Escola Acessível
O Debate on
Conforme a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), a atuação da Educação Especial na escola visa elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as possíveis barreiras para a plena participação e aprendizagem dos alunos com necessidades educacionais especiais nas instituições educacionais (BRASIL, 2008). Logo, os conhecimentos, recursos e metodologias inerentes à esta modalidade podem ser acessados para auxiliar na elaboração de estratégias para organização da inclusão e acessibilidade educacional nas escolas para todos os alunos. Neste sentido, Bayer (2006, p. 28) questiona “[...] assim, a questão que passou a ser formulada foi: como, de que forma, com que meios pôr em movimento ações escolares inclusivas:
Precisamos entender que as crianças são diferentes entre si. Elas são únicas em sua forma de pensar e aprender. Todas as crianças, não apenas as que apresentam alguma limitação ou deficiência, são especiais. Por isto, também é errado exigir de diferentes crianças o mesmo desempenho e lidar com elas de maneira uniforme. O ensino deve ser organizado de forma que contemple as crianças em suas distintas capacidades. BEYER (2006)
Blanco (2004) complementa a ideia apresentada acima, quando traz que as instituições educativas têm a difícil e obrigatória tarefa de ensinar, respeitando e considerando as necessidades, diversidade e diferenças de cada um e, ainda, oferecendo igualdade de oportunidades. Complementando com a participação efetiva no processo de ensino-aprendizagem, sugere-se que esta assertiva compreende uma conceitualização ampla de uma educação inclusiva que garante a acessibilidade educacional de seus alunos. Sendo assim, objetiva-se para este artigo a construção de uma discussão teórica sobre os entrelaçamentos entre inclusão educacional, acessibilidade educacional e Educação Especial, apresentando estudos que nos auxiliam a compreender a significância desta relação para a constituição de uma educação de qualidade.
Ainda como método utiliza-se a pesquisa bibliográfica, que segundo Oliveira (2008, p.69) apresenta-se como “[...] um estudo direto em fontes científicas, sem precisar recorrer diretamente aos fatos/fenômenos da realidade empírica”. Escolheu-se este método pela necessidade de estudar e discutir diferentes conhecimentos para construir relação pretendida.
A acessibilidade prevê a eliminação de barreiras presentes no ambiente físico e social que impedem ou dificultam a plena participação das pessoas com e sem deficiência em todos os aspectos da vida contemporânea. A acessibilidade é fundamental para a inclusão em diferentes contextos, tais como: arquitetônico, comunicacional, metodológico, instrumental, atitudinal, programático, entre outros.
As tecnologias assistivas (TA) configuram como uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, de grande importância no campo da acessibilidade, atuando como um complemento ao desenho universal.
Entende-se como tecnologia assistiva instrumentos, meios ou equipamentos criados especificamente para compensar os efeitos de uma deficiência e ampliar, manter ou melhorar a capacidade funcional na interface com o ambiente. Guimarães (2013) discute como tecnologia assistiva, equipamentos de mobilidade como muletas, bengalas, cadeira de rodas e seus acessórios eletrônicos passam a ser esse elo dessa relação. Uma cadeira de rodas motorizada pode permitir a um tetraplégico a passagem por uma porta ampla ou a utilização de uma rampa suave com conforto e segurança. Acessórios eletrônicos podem ser acoplados à cadeira motorizada para que a pessoa amplie seu poder de controle à distância;
· Acessibilidade Arquitetônica:
Eliminação de barreiras ambientais físicas nas residências, nos edifícios, nos espaços e equipamentos urbanos, nos meios de transporte individuais ou coletivos. Sassaki (2009) reforça que no campo educacional é necessário que exige guias rebaixadas na calçada defronte à entrada da escola, caminhos em superfície acessível por todo o espaço físico dentro da escola, portas largas em todas as salas e demais recintos, sanitários largos, torneiras acessíveis, boa iluminação, boa ventilação, correta localização de mobílias e equipamentos etc. Implantação de amplos corredores com faixas indicativas de alto contraste, elevadores, rampas no trajeto para o recinto da biblioteca e áreas de circulação dentro dos espaços internos desse recinto entre as prateleiras e estantes, as mesas e cadeiras e os equipamentos (máquinas que ampliam letras de livros, jornais e revistas, computadores etc.).
· Acessibilidade metodológica: 
Eliminação de barreiras nos métodos e técnicas de estudos (escolar), de trabalho (profissional), de ação comunitária (social, cultural, artística etc.) e de educação familiar.
Para Carvalho (2006), deve ser utilizada para garantir que todos os métodos de ensino, trabalho e lazer sejam homogêneos, “sem barreiras nos métodos e técnicas de estudo (adaptações curriculares, aulas baseadas nas inteligências múltiplas, uso de todos os estilos de aprendizagem, participação do todo de cada aluno, novo conceito de avaliação de aprendizagem, novo conceito de educação, novo conceito de logística didática, etc.), de trabalho (métodos e técnicas de treinamento e desenvolvimento de recursos humanos, ergonomia, novo conceito de fluxograma, empoderamento, etc.), de ação comunitária (metodologia social, cultural, artística, etc. baseada em participação ativa), de educação dos filhos (novos métodos e técnicas nas relações familiares etc.) e de outras áreas de atuação.”
· Acessibilidade Atitudinal:
Eliminação de preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações nas pessoas em geral.
Carvalho (2006) enfoca que a acessibilidade se apresenta nas atitudes preconceituosas e discriminadoras em relação às pessoas com deficiência; que pode ser revertida através de programas e práticas de sensibilização e conscientização da sociedade em geral. Muitas vezes, apesar de não manifestarmos qualquer atitude discriminatória, estamos indiretamente contribuindo para isso, pois é um dever de todos zelar pelo devido cumprimento dos direitos das pessoas com deficiência e, mesmo assim, vemos locais e meios de transporte sem qualquer acessibilidade, ou presenciarmos atitudes preconceituosas e nada fazermos para modificá-la.
· Acessibilidade Ambiental em Comunicação total:
Eliminação de barreiras na comunicação interpessoal (oral, língua de sinais), escrita (jornal, revista, livro, carta, apostila etc., incluindo textos em braille e o uso de computador portátil) e virtual (acessibilidade digital).
É necessárioque os profissionais de ensino aprendam sobre formas variadas e complementares de linguagem e que as utilizem em seu cotidiano de ensino para todos os estudantes, com ou sem problemas aparentes de mobilidade, comunicação ou de percepção sensorial (GUIMARÃES, 2000).
Em sala de aula, podemos representar soluções de escala compatível para que todos os estudantes estejam envolvidos com o aprendizado. O próprio espaço da sala de aula livre de mobiliário é fator de comunicação quando crianças podem usar seu corpo para expressão e mobilidade. Luzes especiais podem ser acionadas em flashes para captar a atenção de alunos. Computadores portáteis, projetores e telas servem de fundo para a apresentação de mídias, dispensando o uso da lousa como único recurso de registro gráfico de traços e palavras. Ainda segundo Guimarães (2000), como comunicação total, deve-se buscar a familiaridade de todos não só com o conteúdo de mensagens, mas quanto à diversidade em seu formato. O ensino inclusivo deve fazer uso da comunicação por mais de um sentido da percepção. Estudantes devem aprender a construir mapas táteis e modelos tridimensionais para apreender a lógica de sua função nas experiências de localização e navegação pelos ambientes. Simulações de compreensão de mensagens com restrição de um ou mais sentidos auxiliam o aprendizado e o compartilhamento de experiências. Crianças sem deficiência aparente podem aprender brincando a se expressar de modo inusitado, como a ler com os dedos e a falar com as mãos.
· Transporte Escola: acessibilidade além dos muros da escola:
Especialista em educação inclusiva Galery (2011) esclarece a importância da questão do transporte escolar como parte das políticas públicas de uma rede inclusiva. Grandes investimentos têm sido feitos pelas secretarias estaduais e municipais de educação no sentido de tornar os ambientes físicos escolares acessíveis, construindo rampas, elevadores, pisos e sinalização táteis, entre outros. A questão do transporte, contudo, nem sempre é contemplada por esses esforços. A consequência disso é que os estudantes, mesmo tendo um ambiente adequado nos prédios escolares, não conseguem transpor as distâncias entre suas próprias casas e as escolas.
· Acessibilidade de Matérias Didáticos:
Augusto Galery (fala da importância da acessibilidade dos materiais didáticos para a garantia de acesso ao conhecimento por todos. A palavra “acessibilidade” vem sendo vinculada, muitas vezes, aos aspectos arquitetônicos da inclusão das pessoas com deficiência, como a construção de rampas, a ampliação de portas, os banheiros adaptados etc.
As especificações de acessibilidade desses materiais são definidas pela norma brasileira NBR 15.599, lançada em 2008 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A normativa é imprescindível para que gestores disponibilizem aos educadores as versões necessárias para o uso inclusivo desses recursos, já que podemos entender a aprendizagem enquanto processos comunicacionais, interativos e permanentes. A popularização da tecnologia ampliou os formatos dos materiais didáticos, que podem ser impressos, audiovisuais, eletrônicos etc. Todas essas possibilidades trazem vantagens para o professor, pois podem deixar a aula mais interessante e dinâmica. Mas esses formatos, se não forem devidamente tratados, podem segregar determinados estudantes com deficiência.
Tópico 7
Inclusão Escola
r e a Tecnologia Mediadas Pelo Professor
FIGURA 12 – Inclusão Escolar e a Tecnologia
TIX Life
Hoje no Brasil todos os alunos, sem exceção, devem frequentar as salas de aula do ensino regular. Mas você vai se perguntar: como incluir um aluno com deficiência em uma sala de aula comum?
É verdade que o aluno com deficiência possui necessidades educacionais especiais que a sala de aula comum não oferece.
O que seria atender às características dos estudantes com deficiência e garantir seu pleno acesso ao currículo? 
Antes, o que seriam características dos estudantes com deficiência?
A Lei Brasileira de Inclusão utiliza essa terminologia para se referir às deficiências que o aluno possui: se um aluno é cego, sua característica seria não enxergar. Se é surdo, sua característica seria não ouvir. Se possui mobilidade reduzida nas mãos, sua característica seria não poder segurar um lápis ou caneta.
Bom, como garantimos o acesso desses alunos com deficiência ao currículo? Utilizando “serviços e adaptações razoáveis”, como diz na Lei.
É importante entender as adaptações razoáveis pois através delas iremos chegar às tecnologias assistivas.
O que quer dizer adaptação razoável?
Adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos e liberdades fundamentais. BRASIL (20015)
Em outras palavras, a adaptação razoável é o princípio de acessibilidade que garante a igualdade de direitos e a equidade de oportunidade às pessoas com deficiência.
Mas você deve estar se perguntando, o que é esse ônus desproporcional e indevido que aparece na lei? Esse é um assunto extenso que já gerou até a chamada Teoria do Impacto Desproporcional e Direito a Adaptação Razoável.
 A Teoria do Impacto Desproporcional é uma realidade na educação brasileira e afeta principalmente escolas particulares que hoje preferem não ter matrículas de alunos com deficiência por causa do alto custo que devem por lei assumir para oferecer o AEE particular. Mas esse é um assunto para outro post.
O adjetivo ‘razoáveis’ significa ‘que não acarretem ônus desproporcional ou indevido, requerido em cada caso’ (BRASIL, 2008; BRASIL, 2015, art. 3°, VI).
O que precisamos entender aqui é o ônus desproporcional e indevido das adaptações razoáveis para chegarmos enfim às Tecnologias Assistivas.
O que seria o ônus desproporcional e indevido das adaptações razoáveis?
O conceito de ônus indevido, de acordo com a Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego, do governo federal americano, se refere à dificuldade financeira e às adaptações razoáveis que sejam indevidamente extensivas ou disruptivas ou que fundamentalmente alterariam a natureza ou a operação da empresa (ONU, 2006).
Ou seja, as adaptações razoáveis não devem ter um custo de operação desproporcional ao ambiente que ela atuará.
Um exemplo disso são os banheiros. Imagine uma escola com 10 banheiros. O ideal é que todos os banheiros fossem acessíveis a todo o tipo de pessoa. Contudo, como o custo para construir um banheiro acessível é alto, o mais razoável é ter pelo menos um banheiro acessível, já que construir 10 banheiros acessíveis irá gerar um ônus desproporcional e indevido.
O mesmo conceito se aplica às tecnologias assistivas, que devem ter um custo “razoável”. Por isso pesquisadores trabalham para desenvolver soluções eficientes e ao mesmo tempo baratas.
Mais a frente veremos que existem muitas tecnologias assistivas que são simples, mas eficientes e baratas, outras são programas de computador sofisticados, mas são gratuitos e qualquer um pode baixar e usar. As adaptações razoáveis devem ser específicas para cada pessoa com deficiência, são exemplos de adaptações razoáveis: instalação de rampas e corrimãos, ledores e intérpretes de língua de sinais, transporte adaptado para cadeira de rodas, ajudas técnicas e tecnologia assistiva. Sendo É importante que a própria pessoa com deficiência aponte aquilo que é relevante para a acessibilidade com base em sua experiência.
Um exemplo fácil de entender: nem todo cego conhece o braille. Não adianta adaptar um livro para Braille e entregar para uma pessoa cega que não lê em braille. Para essa pessoa, talvez seja melhor adaptar o livro para um áudio-livro.
Por isso os dois direitos devem ser garantidos (adaptação para braille ou adaptação para áudio-livro), com base nas experiências específicas, ou características específicas.
Contudo, hoje em dia não seria “razoável”contratar uma pessoa para ler todo o livro e gravar o áudio, pois já temos softwares com sintetizadores de voz que “leem” os livros automaticamente para que pessoas cegas possam ter acesso ao material sem necessariamente saber braille. Como já deve-se ter percebido, tecnologia assistiva está dentro de adaptações razoáveis, pois podemos realizar adaptações razoáveis através do uso de tecnologias assistivas, como no exemplo da adaptação do livro escrito para áudio-livro.
Essa é só uma das muitas tecnologias assistivas que fazem parte do cotidiano de uma criança, um adolescente, de uma adulto e de um idoso.
O que é Tecnologia Assistiva?
Ajudas técnicas, tecnologia de apoio, tecnologia adaptativa, adaptações, Assistive Technology, Ausili Tecnici, Ayudas Tecnicas, Tecnologias de Apoyo ou como chamamos, Tecnologia Assistiva. São muitos nomes, muitas nomenclaturas, mas a ideia, pelo menos no geral, é a mesma.
O Comitê de Ajudas Técnicas do Brasil define Tecnologia Assistiva como:
Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. (ATA VII – Comitê de Ajudas Técnicas – CAT)
Simplificando, define-se tecnologias assistiva como tudo aquilo que é criado para ajudar pessoas com deficiência a terem independência e serem incluídas, seja proporcionando ou ampliando suas habilidades de se comunicar, ouvir, ver, andar ou tocar. O importante entender a tecnologia assistiva como sendo composta de dois grandes grupos: os recursos e os serviços:
Recursos e Serviços de Tecnologia Assistiva
Os recursos são todo e qualquer item, equipamento ou parte dele, produto ou sistema fabricado em série ou sob medida utilizado para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência.
Normalmente recursos são produtos ou itens adaptados.
Os Serviços, são definidos como aqueles que auxiliam diretamente uma pessoa com deficiência a selecionar, comprar ou usar os recursos acima definidos. 
Exemplos de Recursos em Tecnologia Assistiva 
Pode-se variar de uma simples bengala a um complexo sistema computadorizado. Estão incluídos brinquedos e roupas adaptadas, computadores, softwares e hardwares especiais, que contemplam questões de acessibilidade, dispositivos para adequação da postura sentada, recursos para mobilidade manual e elétrica, equipamentos de comunicação alternativa, chaves e acionadores especiais, aparelhos de escuta assistida, auxílios visuais, materiais protéticos e milhares de outros itens confeccionados ou disponíveis comercialmente.
Exemplos de Serviços em Tecnologia Assistiva 
São aqueles prestados profissionalmente à pessoa com deficiência visando selecionar, obter ou usar um instrumento de tecnologia assistiva. Como exemplo, podemos citar avaliações, experimentação e treinamento de novos equipamentos. Os serviços de tecnologia assistiva são normalmente transdisciplinares envolvendo profissionais de diversas áreas, tais como: Fisioterapia, Terapia ocupacional, Fonoaudiologia, Educação, Psicologia, Enfermagem, Medicina, Engenharia, Arquitetura, Design, Técnicos de muitas outras especialidades…
O conceito de Tecnologia Assistiva segundo os americanos 
A legislação norte-americana descreve o que entende-se por Serviços de TA (PUBLIC LAW 108-364, 2004):
Avaliação das necessidades de uma TA do indivíduo com uma deficiência, incluindo uma avaliação funcional do impacto da provisão de uma TA apropriada e de serviços apropriados para o indivíduo no seu contexto comum;
Serviço que consiste na compra, leasing ou de outra forma provê a aquisição de recursos de TA para pessoas com deficiências;
Serviço que consiste na seleção, desenvolvimento, experimentação, customização, adaptação, aplicação, manutenção, reparo, substituição ou doação de recursos de TA;
Coordenação e uso das terapias necessárias, intervenções e serviços associados com educação e planos e programas de reabilitação;
Treinamento ou assistência técnica para um indivíduo com uma deficiência ou, quando apropriado, aos membros da família, cuidadores, responsáveis ou representantes autorizados de tal indivíduo;
Treinamento ou assistência técnica para profissionais (incluindo indivíduos que provêm serviços de educação e reabilitação e entidades que fabricam ou vendem recursos de TA), empregadores, serviços provedores de emprego e treinamento, ou outros indivíduos que provêm serviços para empregar, ou estão de outra forma, substancialmente envolvidos nas principais funções de vida de indivíduos com deficiência; e necessidades;
Serviço que consiste na expansão da disponibilidade de acesso à tecnologia, incluindo tecnologia eletrônica e de informação para indivíduos com deficiências.
Não se esqueça: a área de tecnologia assistiva é interdisciplinar, pois engloba engenharia, design, arquitetura, medicina, fisioterapia, terapia ocupacional, computação e etc.
Conforme foi visto, portanto, a Tecnologia Assistiva “é diferente da tecnologia reabilitadora, usada, por exemplo, para auxiliar na recuperação de movimentos diminuídos” (Rede Entre Amigos, 2007). O conceito de Tecnologia Assistiva diferencia-se de toda a tecnologia médica ou de reabilitação, por referir-se a recursos ou procedimentos pessoais, que atendem a necessidades diretas do usuário final, visando sua independência e autonomia. Já os recursos médicos ou de reabilitação visam o diagnóstico ou tratamento na área da saúde, sendo, portanto, recursos de trabalho dos profissionais dessa área. Os objetivos da Tecnologia Assistiva, portanto, apontam normalmente para recursos que geram autonomia pessoal e vida independente do usuário.
O ambiente escolar deve proporcionar ao educando com necessidades especiais, total acessibilidade, e propor meios e condições para que o mesmo permaneça na escola. A acessibilidade na escola é um elemento essencial para que ocorra a inclusão do educando no ambiente escolar, assim o educando tem o acesso livre, sem obstáculos para a sua locomoção.
Segundo Sassaki (1998):
... esse paradigma é o da inclusão social – as escolas (tanto comuns como especial) precisam ser reestruturadas para acolherem todo espectro da diversidade humana representado pelo alunado em potencial, ou seja, pessoas com deficiências físicas, mentais, sensoriais ou múltiplas e com qualquer grau de severidade dessas deficiências, pessoas sem deficiências e pessoas com outras características atípicas, etc. É o sistema educacional adaptando-se às necessidades de seus alunos (escolas inclusivas), mais do que os alunos adaptando-se ao sistema educacional (escolas integradas).
De acordo com a citação referida, pode-se dizer que a escola precisa passar por uma série de adequações nas suas estruturas, para que o educando possa ter todas suas necessidades atendidas, ou seja, o sistema educacional precisa estar preparado para recepcionar os educandos com todo o suporte necessário.
Segundo Aranha (2005) a acessibilidade física é um elemento primordial para que ocorra um ensino igualitário para todos os educandos, pois com a acessibilidade no ambiente escolar os educandos com necessidades especiais têm o acesso necessário a todos os espaços, sem limitações, e assim participa de todas as atividades ali presentes.
De acordo com Frison (2008) o espaço físico escolar deve ser bem estruturado, também carece de ter seus materiais bem organizados. Pode-se entender que o educando portador de necessidades especiais deve ter o acesso à escola sem empecilhos e não ter sua participação restrita a nenhuma atividade dentro do ambiente escolar, com isso, o educando tem mais autonomia e segurança, além de ganhar uma aprendizagem significativa.
Segundo Dischinger, Bins Ely, Borges (2009):
Ambientes escolares inclusivos devem possibilitar não só o acesso físico, como permitir a participaçãonas diversas atividades escolares para todos – alunos, professores, familiares e também funcionários da escola. As características dos espaços escolares e do mobiliário podem aumentar as dificuldades para a realização de atividades, o que leva a situações de exclusão. Um simples degrau, por exemplo, impede o acesso à sala de aula para um aluno que utiliza cadeira de rodas. A colocação de uma rampa, com inclinação apropriada, elimina essa barreira física e permite o deslocamento desse aluno. A colocação, nessa rampa, de sinalização tátil, a fim de avisar o início e fim da rampa, permite, por sua vez, que um aluno cego se desloque com segurança.
A escola acessível e inclusiva deve ser aquela que proporciona ao educando com necessidades especiais o devido acesso em todos ambientes, sem barreiras arquitetônicas do início ao fim. A escola deve estar com sua estrutura adequada para que o educando com necessidades especiais não fique a margem do processo educacional, esse educando precisa estar incluído no ambiente escolar e participar de todas as atividades propostas.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei 13146/2015 assegura o direito de o educando com necessidades especiais conviver em um ambiente acessível, que lhe permita desenvolver suas potencialidades. De acordo com o artigo 27 desta mesma lei, pode-se encontrar o seguinte:
A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistemas educacionais inclusivos em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem. Brasil (2015).
Citando novamente o estatuto da Pessoa com deficiência, é possível verificar em seu artigo 28 que é de responsabilidade do poder público a função de proporcionar um ensino inclusivo, aprimorando os sistemas de ensino, eliminando todas as barreiras, para promover a inclusão escolar.
De acordo com norma brasileira NBR 9050(2015) pode-se observar que a escola deve realizar inúmeras adequações para promover acessibilidade, é preciso que o ambiente tenha rampas de acordo com as normas, e todo mobiliário acessível com completas adaptações.
Portanto, pode-se concluir que a acessibilidade e a inclusão escolar devem andar sempre juntas, pois uma é o braço direito da outra, ambas possibilitam que educando com necessidades especiais seja incluído na escola sem ter limitações, assim sendo, é essencial que a escola realize uma série de adequações nas estruturas arquitetônicas, ou seja, que se torne acessível.
A escola acessível é aquela que proporciona o acesso de todos os educandos com necessidades especiais no âmbito escolar. Assim sendo, o manual de acessibilidade (2009) e a NBR 9050 (2015) apresentam algumas propostas de possíveis soluções para proporcionar um ambiente escolar acessível. São elas:
Rampas: Segundo o manual e a NBR 9050/2015, as rampas devem possuir piso tátil antiderrapantes, firmes e nivelados com inclinação adequada para subir e descer escadas. Assim sendo o educando tem a autonomia para subir as rampas com segurança. As rampas devem ter inclinação limite de 6,25% entre 8,33% e ter uma área de descanso a cada 50 m de percurso;
Corrimãos: Devem ser instalados de forma contínua, e dos dois lados das escadas ou rampas. São instalados em duas alturas para proporcionar o devido acesso ao educando. Suas respectivas medidas devem ser de 0,92 m e a 0,70 m do piso, medidos da face superior em escadas ou do patamar em rampas. No caso de degrau isolado, utiliza-se apenas uma barra de apoio horizontal ou vertical, medindo 0,30 m e com seu eixo posicionado a 0,75 m de altura do piso;
Corredores: Os corredores devem estar adequados de acordo com o fluxo de pessoas, nos locais públicos o corredor deve ter 1,5 m.;
Bebedouro: A sua altura deve permitir a aproximação da cadeira de rodas, possibilitando o acesso de todos os educandos. A bica deve ter 0,90 m e deve ter altura livre inferior de no mínimo 0,73 m do piso acabado;
Portas: As portas devem ser largas, também precisam possuir o visor e maçanetas em forma de alavanca, em altura confortável. As maçanetas de formato alavanca devem possuir 100 mm de acabamento e comprimento, com distância de 40 mm da superfície da porta, com altura variável entre 0,80 m e 1,10 m.;
Piso: Este deve estar em perfeitas condições, não sendo escorregadio;
Salas de Aula: A sala deve ser bem iluminada e ventilada, a mesa para o educando com necessidades especiais deve estar localizada próxima ao corredor bem largo, para possibilitar reposicioná-la de várias formas, o quadro deve ter seu tamanho adequado, possibilitando o acesso de todos os educandos;
Biblioteca: Os corredores devem ser amplos, as prateleiras devem possibilitar o acesso de todos os educandos, o balcão de empréstimo deve ser acessível. A largura entre os corredores dos livros deve equivaler a 0,90 m e entre as estantes a cada 15 m deve ter um espaço para locomoção e circulação da cadeira de rodas;
Sanitários: É preciso que os sanitários sejam grandes, para o manuseio da cadeira de rodas, todos os itens devem ter a altura acessível, devem possuir barras de apoio próximas ao vaso sanitário. As barras devem estar ao fundo fixadas em duas retas com um angulo de 90°;
Pátio Escolar: O pátio escolar deve possuir áreas bem definidas e planas para o exercício de diferentes atividades, como locais pavimentados, gramados, áreas para brincar e para estar com o conforto necessário
Portanto, pode-se observar que todos esses requisitos mencionados pela norma e pelo manual são importantes para promover a verdadeira inclusão no âmbito escolar, com o ambiente escolar acessível o educando tem mais autonomia, se torna um sujeito ativo na escola, tem o direito de ir e vir sem restrições. Sendo imprescindível que a acessibilidade seja pensada desde o projeto políticopedagógico, e o grupo diretivo numa perspectiva inclusiva, precisa fundamentalmente buscar informação para que as necessidades físicas, estruturais e pedagógicas sejam atendidas, e assim o gestor escolar tem a responsabilidade de liderar democraticamente o desenvolvimento completo de inclusão, o que vai beneficiar toda a comunidade escolar.pico 8
Na Prática
FIGURA 13 - Interação Entre Alunos
Turismo Adaptado
A socialização entre os alunos com deficiência e os demais alunos deve ocorrer em todos os aspectos que englobam o ambiente escolar, a socialização através de jogos é uma prática que promove a interação entre todos os alunos e também desperta o lado criativo das crianças durante o processo, o papel do professor é fundamental para que as brincadeiras e jogos sejam os mais inclusivos possíveis.
No brincar a criança tem a oportunidade de relacionar-se com o outro, dessa forma socializando com o mesmo. Em relação aos alunos com deficiência intelectual não é diferente, pois a brincadeira além de ser prazerosa, também é uma forma dos mesmos interagirem em ambiente escolar. Daí a importância da intervenção do educador de proporcionar momentos desafiadores, e de acordo com a necessidade de cada criança fazer com que estimulem a criatividade e a descoberta, fazendo destas atividades lúdicas um dos elementos essenciais na socialização destes alunos.(LOPES 2017) 
Veja no artigo a seguir como jogos promovem a interação entre alunos com deficiência e os demais alunos: Como jogos apoiam a interação entre crianças com e sem deficiência
Chegamos ao final desta apostila onde abordamos os principais pontos relacionados aosOs Diversos Tipos de Deficiências e o Papel do Professor Frente às Mesmas.
Esperamos que o nosso objetivo de ampliar a sua percepção sobre o tema abordado, e proporcionar uma experiência de estudo satisfatória, tenha sido alcançado. Esperamos que o conteúdo aqui aprendido contribua para sua jornada de desenvolvimento profissional e  também pessoal.

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