Buscar

Educação Inclusiva

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Unidade 4
Tecnologias e 
Recursos para 
a Inclusão
TULIANE FERNANDES DUTRA
ISABELA CRISTINA MARINS BRAGA
Educação Inclusiva
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autor 
TULIANE FERNANDES DUTRA
ISABELA CRISTINA MARINS BRAGA
AS AUTORAS
Tuliane Fernandes Dutra 
Eu, Tuliane, sou formada em Pedagogia e Sistemas de Informação, 
com experiência técnico-profissional na área de Análise de Sistemas e 
desenvolvimento de materiais para Educação a Distância há mais de 15 
anos. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência 
de vida.
Isabela Cristina Marins Braga
Eu, Isabela, sou Doutora em Educação (UCB-DF), Mestre em 
Educação (UCB-DF), especialista em Gestão Empresarial (Instituto de 
Ensino Superior Cenecista de Unaí) e graduada em Administração (Instituto 
de Ensino Superior Cenecista de Unaí). Professora da Faculdade de Ciências 
e Tecnologia de Unaí – FACTU desde 2013, lecionando as disciplinas de 
Metodologia do Trabalho Acadêmico, Pesquisa Aplicada, Hermenêutica, 
Teorias das Organizações, Gestão de Pessoas 1 e 2, Comportamento 
Organizacional, Gestão Estratégica, Negociação e Resolução de Conflitos, 
Administração da Produção e Economia básica. Sou orientadora de 
Trabalhos Acadêmicos, examinadora de bancas de monografia, revisora e 
consultora de trabalhos acadêmicos, além de pesquisadora do grupo de 
Pesquisa de Políticas Federais de Educação – GPPFE da UCB-DF
Por isso fomos convidadas pela Editora Telesapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estamos muito felizes em poder ajudar 
você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Tecnologia Assistiva na Educação Inclusiva ...................................10
Tecnologia assistiva .......................................................................................................................10
Tecnologia Assistiva na educação inclusiva ................................................. 16
Salas de Recursos Multifuncionais ..................................................... 20
Atendimento educacional especializado ..................................................................... 20
Salas multifuncionais ....................................................................................................................23
Implantação de salas de recursos multifuncionais ................................................25
Avaliação Tradicional versus a Avaliação Inclusiva .................... 30
Concepções de avaliação ........................................................................................................ 30
Avaliação tradicional e avaliação inclusiva...................................................................34
Deficiências e Transtornos Objeto da Educação Inclusiva ...... 42
Tipos de deficiência ......................................................................................................................43
7
UNIDADE
04
Educação Inclusiva
8
INTRODUÇÃO
Olá estudante, bem-vindo(a) à última unidade da disciplina 
Educação Inclusiva. Aqui será você conhecerá as tecnologias e os recursos 
necessários para a inclusão. A unidade foi dividida em quatro capítulos, 
assim, no primeiro capítulo dedicaremos ao estudo da tecnologia assistiva 
na educação inclusiva. Em seguida, cuidaremos do estudo das salas de 
recursos multifuncionais, compreendendo o Atendimento Educacional 
Especializado (AEE) que é realizado nas salas de Recursos Multifuncionais. 
Abrangendo outras temáticas, voltaremos nossos olhares para 
a avaliação tradicional e a avaliação inclusiva, compreendendo a 
diferenciação entre elas, para que assim, possamos estudar sobre a 
deficiência e transtornos objeto da educação inclusiva.
Diante do conteúdo que será abordado nesta unidade, pode-
se afirmar que você irá navegar em direção à construção de novos 
conhecimentos. Preparado para entrar nesse barco? 
Educação Inclusiva
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 04. Nosso objetivo é auxiliar você no 
desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta 
etapa de estudos:
1. Identificar as tecnologias assistivas necessárias ao processo de 
inclusão, de acordo com o tipo de deficiência ou transtorno viven-
ciado pelos atores da comunidade escolar;
2. Adaptar o ambiente escolar às necessidades da Educação Inclu-
siva, identificando os tipos de salas de recursos multifuncionais 
adequados;
3. Comparar o formato e a dinâmica do processo de avaliação tradi-
cional ao da avaliação inclusiva;
4. Identificar os tipos de deficiência e transtorno que configuram a ne-
cessidade da implementação do processo de Educação Inclusiva, 
tais como: Deficiência Auditiva; Deficiência Visual; Transtornos de 
Déficit de Atenção; Autismo; Dislexia; Discalculia; Hiperatividade etc.
Professor(a), aqui você finalizará com uma mensagem motivacional para os 
estudos
Educação Inclusiva
10
Tecnologia Assistiva na Educação Inclusiva
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de identificar 
as Tecnologias Assistivas que contribuem no processo de 
ensino e aprendizagem dos estudantes com necessidades 
educacionais especiais. Isto será fundamental para o 
exercício de sua profissão, pois conhecer e saber como 
utilizar essas tecnologias é necessário para ajudar os alunos. 
Além disso, você vai reconhecer como essas tecnologias 
servem de apoio para os estudantes com limitações físicas 
ou cognitivas.
E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
Tecnologia assistiva
Para iniciar os estudos, vamos definir o que é tecnologia? De 
acordo com Barreto e Barreto (2014), no senso comum, esta palavra é 
associada a equipamentos ou dispositivos materiais para a execução de 
atividades e tarefas, com a ideia de ferramentas ou produtos úteis. Mas, as 
autoras afirmam que o sentido da palavra vai além disso, baseando-se no 
dicionário que define a tecnologia como o “o conjunto de conhecimentos, 
especialmente princípios científicos, que se aplicam a um determinado 
ramo de atividade” (BARRETO; BARRETO, 2014, p. 84).
As tecnologias são os recursos desenvolvidos para favorecer e 
simplificar as atividades cotidianas dos indivíduos, por exemplo, a máquina 
de escrever, o relógio, o celular, os computadores, as canetas, entre 
outros. Logo, tecnologias são recursos criados pelo homem para melhorar 
e facilitar a rotina diária das pessoas, de acordo com a necessidade da 
época.
Educação Inclusiva
11
ACESSE:
De forma a compreender o que vem a ser a tecnologia e 
como ela pode influenciar na sua vida, assista ao vídeo “O 
que é Tecnologia?”, disponível em: https://bit.ly/3fBbHvH.
Figura 1 – Evolução da TecnologiaFonte:Pixabay
Agora que já ficou bem claro o conceito de Tecnologia, o que você 
compreende pelo termo Tecnologia Assistiva (TA). Você já ouviu falar sobre 
essa tecnologia? Tecnologia Assistiva é o termo utilizado para identificar 
os recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar as 
habilidades funcionais de pessoas com deficiência, promovendo uma 
vida independente e a inclusão dessas pessoas (BERSCH; TONOLLI, 
2006 apud BARRETO; BARRETO, 2014). Diante desta definição, podemos 
afirmar que a TA é um recurso criado para facilitar a vida das pessoas com 
deficiência.
Educação Inclusiva
https://bit.ly/3fBbHvH
12
Barreto e Barreto (2014) explicam que a TA deve ser compreendida 
como um recurso que possibilita a ampliação de uma habilidade funcional 
deficitária ou a realização da função desejada e que se encontra impedida 
por causa da deficiência ou pelo envelhecimento.
Podemos então dizer que o objetivo maior da TA é proporcionar 
à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de 
vida e inclusão social, por meio da ampliação de sua comuni-
cação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de 
aprendizado e trabalho. Dispor de recursos de acessibilidade, 
ou especificamente a Tecnologia Assistiva, seria uma maneira 
concreta de neutralizar as barreiras causadas pela deficiência e 
inserir esse indivíduo nos ambientes ricos para a aprendizagem 
e desenvolvimento proporcionados pela cultura. (BARRETO; 
BARRETO; 2014, p. 86)
Nesse sentido, as autoras precitadas explicam que a criança com 
necessidades educacionais especiais apresenta diversas limitações 
e dificuldades para interagir com meio e com as pessoas à sua volta. 
Isto complica ainda mais, segundo Barreto e Barreto (2014), quando ela 
sofre preconceitos, ou seja, é subestimada em suas potencialidades e 
capacidades, gerando tratamentos paternalistas e relações de dependência 
e submissão. Logo, a criança com necessidades educacionais especiais 
assume posturas de passividade diante da realidade na resolução dos 
próprios problemas. Barreto e Barreto (2014) explicam que:
[...] as dificuldades de interação, agravadas quando associadas 
a uma carência de estímulos, algo frequente, principalmente 
em situações de limitações econômicas e sociais mais 
acentuadas, tendem a gerar posturas de passividade diante da 
realidade. Nesses casos, surge a questão sobre como ocorrem 
o desenvolvimento cognitivo e o aprendizado desses alunos, 
ou de que forma o professor e o ambiente educacional podem 
contribuir para isso, dadas as diferentes limitações decorrentes 
de sua deficiência, tais como as limitações de comunicação e 
linguagem, ou as limitações motoras para o seu deslocamento e 
para a manipulação de objetos. (BARRETO; BARRETO; 2014, p. 86)
Educação Inclusiva
13
SAIBA MAIS:
Complementando o estudo sobre a tecnologia assistiva, 
em meio a todo esse contexto exposto, assista ao vídeo 
“Tecnologias Assistivas” para ter uma visão mais ampla 
desse elemento de estudo. Disponível em: 
https://bit.ly/31CHe81.
Existe diversas TA que ampliam as possibilidades de autonomia dos 
sujeitos com alguma limitação física ou cognitiva. Barreto e Barreto (2014) 
classificam essas tecnologias em dois tipos: baixa tecnologia (low-tech) 
e alta tecnologia (high-tech). Essa classificação refere-se a “caracterizar 
apenas a maior ou menor sofisticação dos componentes com os quais 
esses produtos são construídos e disponibilizados” (BARRETO, BARRETO, 
2014, p. 87).
Neste sentido, as TA podem ser artefatos simples desenvolvidos 
para a vida diária e prática do sujeito com limitações, como talheres 
adaptados, bengala, suportes para utensílios domésticos, barras de apoio, 
suporte para escrever, entre outros. 
Figura 2 – Artefatos simples para vida diária
Fonte: Pixabay
Além disso, podem ser recursos mais sofisticados, que possibilitem 
a independência, a qualidade de vida, a autonomia e a inclusão desses 
sujeitos com deficiência. São considerados produtos TA sofisticados os 
computadores com software específicos, as pranchas com produção de 
Educação Inclusiva
https://bit.ly/31CHe81
14
voz, os tablets que proporcionam comunicação, os softwares como de 
leitores de texto ou efeito lupa, entre outros.
Barreto e Barreto (2014) explicam que a presença dos recursos 
computacionais no dia a dia das pessoas, proporcionou a criação de 
recursos de TA relacionados à área de informática.
Na medida em que o computador e a internet passam a 
fazer parte, cada vez mais, do dia a dia de todas as pessoas, 
a permear todas as culturas (LÉVY, 1999) e a favorecer a 
comunicação e a execução de diversas atividades, os recursos 
de TA relacionados à área computacional também apresentam 
avanços acelerados, abrindo novas possibilidades às pessoas 
com deficiência, algumas das quais seriam impensáveis ainda 
pouco tempo atrás, como a capacidade de realizar tarefas 
complexas com mínimos movimentos do corpo, por pessoas 
com paralisias graves, até mesmo movimentar o próprio corpo 
ou controlar o ambiente utilizando técnicas e dispositivos da 
tecnologia de informática. E novos e surpreendentes avanços 
não cessam de surgir nessa área, a cada dia. (BARRETO, 
BARRETO, 2014, p. 87)
É importante destacar que de acordo com Barreto e Barreto (2014) 
os recursos das tecnologias assistivas são classificados de acordo com 
os objetivos funcionais a que se destinam. A ISSO 9999/2002 é aplicada 
em vários países para a classificação internacional de recursos das 
tecnologias assistivas.
O Sistema Nacional de Classificação dos Recursos e Serviços de 
TA dos Estados Unidos, diferencia-se da ISO ao apresentar, além da 
descrição ordenada dos recursos, o conceito e a descrição de serviços de 
TA (BARRETO; BARRETO, 2014).
Barreto e Barreto (2014) explicam que as TAs servem de apoio para 
dar mais autonomia às pessoas que necessitam destes recursos. Os 
autores fizeram uma lista das TAs e sua função: 
Educação Inclusiva
15
Auxílios para a vida diária e vida prática
São recursos que ajudam no desempenho autônomo e indepen-
dente em atividades do dia a dia ou que facilitam o cuidado de pessoas 
em situação de dependência de auxílio, tais como, alimentar-se, tomar 
banho etc.
Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA)
Estes recursos são para as pessoas sem fala ou escrita funcional ou 
em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em 
falar e/ou escrever. 
Sistema de controle de ambiente
As pessoas com limitações motoras podem ligar, desligar e ajustar 
aparelhos eletrônicos como a luz, o som, a TV, entre outros, por meio de 
um controle remoto.
Projetos arquitetônicos para acessibilidade
Projetos de urbanização e edificações que garantem acesso, 
funcionalidade e mobilidade de todas as pessoas, independentemente 
de sua condição física e sensorial.
Órteses e próteses
As próteses são peças artificiais que substituem partes ausentes 
do corpo e as órteses são colocadas junto a um segmento do corpo, 
garantindo-lhe um melhor posicionamento, estabilidade e/ou função.
Adequação postural
Recursos que garantam posturas alinhadas, estáveis, confortáveis e 
com boa distribuição do peso corporal.
Auxílios de mobilidade
São recursos utilizados na melhoria da mobilidade pessoal, exemplo 
de bengalas, cadeira de rodas etc.
Educação Inclusiva
16
Auxílios para qualificação da habilidade visual e recursos que 
ampliam a informação a pessoas com baixa visão ou cegas
Lentes, lupas manuais ou eletrônicas, softwares, celulares para 
identificação de texto informativo etc.
Auxílios para pessoas com surdez ou com déficit auditivo
Aparelhos para surdez, telefone com teclado-teletipo, sistemas de 
alerta tátil-visual, celular com mensagens escritas etc.
Mobilidade em veículos
Acessórios que permitem a uma pessoa com deficiência física dirigir 
um automóvel, facilitadores para embarque e desembarque etc.
Esporte e lazer
São osrecursos que favorecem a prática de esporte e a participação 
em atividades de lazer.
Tecnologia Assistiva na educação 
inclusiva
De acordo com Barreto e Barreto (2014), os computadores, tablets 
ou smartphones podem contribuir para a autonomia e o acesso à infor-
mação das pessoas com deficiência, além de contribuir também para o 
desenvolvimento cognitivo do estudante, facilitar o acesso aos conteúdos 
e tornar a ação pedagógica dinâmica e interessante.
Os equipamentos digitais possuem diversos elementos, entre eles 
podemos citar:
 • Hardware – “é toda a parte física que constitui o computador, por 
exemplo, a CPU, a memória e os dispositivos de entrada e saída” 
(BARRETO, BARRETO, 2014, p. 99);
 • Plataforma – “é o sistema operacional que o seu computador, seu 
celular e seu tablet utilizam para funcionar” (BARRETO, BARRETO, 
2014, p. 100);
Educação Inclusiva
17
 • Software – “consiste em informações que podem ser lidas pelo 
computador com a finalidade de executar uma tarefa” (BARRETO, 
BARRETO, 2014, p. 100);
 • Aplicativos Móveis – “são softwares desenvolvidos para rodar 
em dispositivos móveis como tablets, smartphones ou telefones 
celulares” (BARRETO, BARRETO, 2014, p. 100).
No que diz respeito ao uso da tecnologia pelas pessoas com 
deficiência visual, é possível expor que diversos recursos tecnológicos 
foram criados, tais como, softwares ampliadores de tela, que ampliam 
as apresentações gráficas na tela do computador, melhorando a 
compreensão de pessoas com baixa visão. Tem-se a impressora em braile, 
que identifica os caracteres presentes no texto e imprime em linhas braile 
no papel. Além disso, existem os sistemas NVDA4, Jaws5 e DOSVOX, que 
possibilitam ao usuário com deficiência visual ou baixa visão operar no 
sistema Windows e navegar na Internet por comando de voz (BARRETO, 
BARRETO, 2014).
SAIBA MAIS:
O DOSVOX é um aplicativo que foi desenvolvido pelo 
Núcleo de Computação Eletrônica (NCE) da Universidade 
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para facilitar o acesso de 
deficientes visuais a microcomputadores. Para ter acesso 
ao DOSVOX é necessário baixá-lo gratuitamente no site: 
https://bit.ly/3u4pP4m. 
Para as pessoas com deficiência auditiva existe o aplicativo Talk 
Tradutor para Libras. De acordo com Barreto e Barreto (2014), por meio 
deste aplicativo é possível traduzir conteúdos para Libras, possibilitando 
a comunicação entre surdos e ouvintes, além de expandir o uso de Libras 
para um público mais amplo. Para utilizá-lo, o usuário deve baixar o 
aplicativo no celular ou tablet. Em seguida, ele deve inserir palavras ou 
pequenas frases de texto ou pelo dispositivo de reconhecimento de voz 
do celular e visualizar automaticamente a tradução para Libras (BARRETO, 
BARRETO, 2014).
Educação Inclusiva
https://bit.ly/3u4pP4m
18
Segundo Barreto e Barreto (2014) existem diversos recursos que 
facilitam o uso do computador para as pessoas com deficiências motoras 
de diferentes níveis, isto é, deficiência leve ou até total ausência de 
movimentos de membros inferiores e superiores. Entre diversos recursos, 
as autoras citam:
 • Mouse Optima – “com esfera gigante de 6 cm de diâmetro que 
possibilita o movimento preciso do cursor na tela” (BARRETO, 
BARRETO, 2014, p. 103);
 • Mouse tipo Orbitrack – Segundo Barreto e Barreto (2014):
permite o controle do computador apenas pelo toque do 
dedo, sem necessidade de movimentos amplos da mão e 
do pulso, é indicado para pessoas com deficiências motoras, 
exigindo mínimo esforço e coordenação motora para utilização 
do mouse. (BARRETO; BARRETO, 2014, p. 103)
 • Câmera Mouse – suporte desenvolvido para indivíduos com 
tetraplegia para proporcionar acessibilidade ao uso do computador. 
“Fazendo uso de uma webcam convencional e de um suporte de 
captura de movimentos, o software detecta os movimentos da 
cabeça e os interpreta como movimentos e cliques no cursor do 
mouse” (BARRETO, BARRETO, 2014, p. 103).
Barreto e Barreto (2014) apresentam o aplicativo Aramumo destinado 
a os sujeitos com dislexia e outros distúrbios de leitura e aprendizagem. 
Este aplicativo é semelhante às palavras cruzadas. Entretanto, ao invés de 
letras avulsas o jogador deve utilizar sílabas para formar palavras.
Para as pessoas com dificuldade de fala, existe o Que-fala! um 
aplicativo que possibilita a comunicação de pessoas com deficiências 
que afetem a fala. Este aplicativo oferece várias ilustrações identificadas 
por palavras escritas e em áudio. O usuário seleciona as figuras que 
correspondem ao que ele deseja dizer e é possível formar pequenas 
frases com este aplicativo. É uma ferramenta de comunicação alternativa 
e possibilita que o aluno se comunique diretamente com qualquer pessoa, 
sem a necessidade de intermediários (BARRETO, BARRETO, 2014, p. 105).
Educação Inclusiva
19
Estes aplicativos e softwares apresentados são ferramentas 
desenvolvidas para facilitar a vida das pessoas com deficiência, que 
podem ser utilizados na educação, possibilitando que os estudantes com 
necessidade educacionais especiais participem com mais autonomia 
das aulas, promovendo assim uma educação inclusiva. É importante 
evidenciar que estes recursos promovem a inclusão social e educacional 
dos sujeitos com deficiência visual, auditiva, distúrbios de fala etc. Mas, 
é necessário lembrar que existem diversos outros recursos que também 
possibilitam a inclusão social e educacional. Diante disso, não deixe de 
pesquisar na Internet, outras tecnologias assistivas.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você aprendeu que as 
tecnologias são recursos criados pelo homem para facilitar 
as atividades cotidianas das pessoas em uma determinada 
época. Logo, novas tecnologias vão sendo criadas à medida 
que novas necessidades vão surgindo. Uma demanda que 
surgiu foi a inclusão social e educativa das pessoas com 
deficiência. Diante deste contexto, surgem as Tecnologias 
Assistivas (TA), que têm como objetivo ampliar as habilidades 
funcionais de pessoas com deficiência, promovendo sua 
autonomia, independência e inclusão. Portanto, as TA foram 
criadas para facilitar a vida dos indivíduos com alguma 
deficiência. Você também estudou que as tecnologias 
assistivas são classificadas em dois tipos: baixa tecnologia 
e alta tecnologia. Assim, existem tecnologias desenvolvidas 
para facilitar a vida diária e outras para melhorar a qualidade 
de vida e autonomia do sujeito com limitações. Para 
finalizar, apresentamos algumas tecnologias utilizadas 
pelas pessoas com deficiência auditiva, visual, dislexia, 
entre outras. Mas, é importante evidenciar que você deve 
sempre procurar conhecer outras TA, pois este capítulo é 
apenas o ponto de partida. 
Educação Inclusiva
20
Salas de Recursos Multifuncionais
INTRODUÇÃO:
Neste capítulo você irá estudar as salas de recursos 
multifuncionais adequados às necessidades educacionais 
dos estudantes com deficiência. Essa sala deve ter diversos 
recursos, como equipamentos e softwares que buscam 
dar suporte às atividades educativas dos estudantes com 
necessidades educacionais especiais. Ao final deste capítulo 
você será capaz de identificar como essa sala pode contribuir 
no processo de aprendizagem destes estudantes.
Figura 3: Aprendizagem
Fonte: Pixabay
Atendimento educacional especializado
Antes de iniciar os estudos sobre as salas de recursos multifuncionais, 
você já ouviu falar sobre o Atendimento Educacional Especializado 
Educação Inclusiva
21
(AEE)? Este atendimento é um serviço de educação especial criado 
na rede regular de ensino para organizar recursos pedagógicos e de 
acessibilidade. (BRITO, 2016).
Brito (2016) explica que o AEE tem como principal objetivo eliminar 
as barreiras existentes que dificultam a participação dos estudantes 
com necessidadeseducacionais especiais, considerando sempre as 
necessidades específicas deste público. “Dessa forma, o AEE faz a 
complementação e/ou suplementação da formação do estudante que 
possui necessidades educativas especiais, com vistas à autonomia e à 
independência na escola e fora dela” (BRITO, 2016, p. 24).
As salas multifuncionais foram criadas com recursos tecnológicos 
e pedagógicos para realizar este Atendimento Educacional Especializado. 
Entretanto, Brito (2016) explica que essas salas demandam uma formação 
continuada dos professores, devido ao imenso arsenal tecnológico 
disponibilizado neste ambiente. Mas, na prática, os profissionais que atuam 
nas salas multifuncionais não estão recebendo a capacitação necessária.
A principal consequência, de acordo com Borges (2014, p. 5) 
é que os equipamentos dessas salas têm sido subutilizados. 
Isso pode repercutir na baixa qualidade do ensino para os 
estudantes com necessidades especiais, que constituem o 
público para o qual todo esse recurso se destina.
Esse fato torna-se um grande problema, já que os estudantes 
acabam por não conseguir ampliar o seu potencial estudantil, ao 
não receberem a orientação adequada ou não conseguirem o 
acesso aos equipamentos de que necessitam. (BRITO, 2016, p. 25)
Destaca-se aqui o Plano Nacional de Educação (PNE), cuja Meta 4 se 
refere à educação especial inclusiva para a população de 4 a 17 anos com 
deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades 
ou superdotação. Observando o Gráfico 32, verifica-se que o percentual 
de matrículas de alunos incluídos em classe comum vem aumentando 
gradativamente ao longo dos anos. Em 2014, o percentual de alunos 
incluídos era de 87,1%. Em 2018, esse percentual passou para 92,1%. Além 
disso, considerando a mesma população de 4 a 17 anos, verifica-se que 
Educação Inclusiva
22
o percentual de alunos que estão incluídos em classes comuns e que 
têm acesso às turmas de atendimento educacional especializado (AEE) 
também cresceu no período, passando de 37,1% em 2014 para 40,0% em 
2018. (CENSO DA EDUCAÇÃO BÁSICA, 2018).
Gráfico 1 – Atendimento Educacional Especializado
Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Disponível 
em: https://bit.ly/3wg5ICg Acesso em: 02 jan 2021.
É importante destacar que este atendimento educacional especia-
lizado está regulamento pela Lei 13.146, de 6 de julho de 2015, conforme 
é descrito: 
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento 
educacional especializado, assim como os demais serviços e 
adaptações razoáveis, para atender às características dos es-
tudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao cur-
rículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e 
o exercício de sua autonomia;
VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano 
de atendimento educacional especializado, de organização 
de recursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização 
e usabilidade pedagógica de recursos de tecnologia assistiva;
Educação Inclusiva
23
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos progra-
mas de formação inicial e continuada de professores e oferta 
de formação continuada para o atendimento educacional es-
pecializado;
XI - formação e disponibilização de professores para o aten-
dimento educacional especializado, de tradutores e intérpre-
tes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais de apoio. 
(BRASIL, 2015)
Salas multifuncionais
O que são as salas multifuncionais? De acordo com a Portaria 
Normativa nº 13, de 24 abril de 2007, a sala de recursos multifuncionais é um 
espaço estruturado com equipamentos de informática, ajudas técnicas, 
materiais pedagógicos e mobiliário adaptados para o atendimento às 
necessidades educacionais especiais dos estudantes (BRASIL, 2007). Essa 
Portaria dispõe sobre a criação do Programa de Implantação de Salas de 
Recursos Multifuncionais de acordo com o que está descrito no Decreto 
nº 5.296/2004, no art. 61: 
Para os fins deste Decreto, consideram-se ajudas técnicas 
os produtos, instrumentos, equipamentos ou tecnologia 
adaptados ou especialmente projetados para melhorar a 
funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou com 
mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, total 
ou assistida. (BRASIL, 2004)
As salas de recursos deverão ser criadas e estruturadas nas redes 
de ensino regular para atender os estudantes com limitações físicas ou 
cognitivas, conforme estabelecido pela Lei n. 9.394, de 20 de dezembro 
de 1996, referente à Educação Especial: 
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, 
na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela 
de educação especial.
Parágrafo único.   O poder público adotará, como alternativa 
preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com 
Educação Inclusiva
24
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades ou superdotação na própria rede pública regular 
de ensino, independentemente do apoio às instituições 
previstas neste artigo. (BRASIL, 1996)
SAIBA MAIS:
Leia a Nota Técnica nº 42/2015/MEC/SECADI/DPEE 
que orienta os Sistemas de Ensino em relação ao destino 
dos materiais e equipamentos disponibilizados por 
meio do Programa Implantação de Salas de Recursos 
Multifuncionais. Disponível no seguinte endereço: 
https://bit.ly/3rJcNaN. 
A sala de recursos foi criada para o desenvolvimento de atividades 
pedagógicas, por isso ela deverá ter recursos que proporcionem o 
aprendizado dos estudantes com necessidades educacionais especiais 
e o desenvolvimento de habilidades desses estudantes. Essas salas 
precisam ter um professor especializado e capacitado para o atendimento 
dos estudantes que demandam um atendimento especializado, pois o 
objetivo destas salas é ampliar as habilidades dos estudantes com 
necessidades especiais para a sala comum.
É importante lembrar que as necessidades educacionais especiais 
são variadas, pois a escola regular pode ter estudantes com deficiência 
auditiva (que precisam saber o alfabeto em Libras para compreender 
o intérprete na sala regular), estudantes com deficiência visual (estes 
necessitam aprender o braile para conseguir ler), deficiência intelectual 
(precisam complementar a aprendizagem por meio de jogos pedagógicos), 
deficiência física (aprender a se locomover, por exemplo, com a cadeira 
de rodas), paralisia (aprender a utilizar a prancheta com figuras, apontando 
para dizer quando deseja ir ao banheiro ou beber água), entre outras 
deficiências. O desenvolvimento dessas habilidades é importante, para 
que o estudante com necessidades especiais se sinta incluído dentro da 
sala de aula comum e do ambiente escolar.
Educação Inclusiva
https://bit.ly/3rJcNaN
25
Os professores da sala de aula comum e do atendimento 
educacional especializado precisam elaborar juntos um planejamento 
das necessidades educacionais do estudante. A comunicação entre 
esses dois profissionais deverá ser constante, durante todo o período 
que o estudante frequentar a sala de recursos multifuncionais. Assim, 
durante todo o processo é função do professor da sala acompanhar e 
observar se o estudante com necessidades especiais está apresentando 
evolução dentro da sala de aula. Em caso negativo, ele deverá informar ao 
professor do atendimento educacional especializado da sala de recursos 
multifuncionais, para que seja elaborado um novo plano ou que o mesmo 
seja modificado. 
Uma outra função do professor da sala de aula comum é informar, 
com antecedência, o professor da sala de recursos multifuncionais quais 
os conteúdos que estão sendo estudados na sala de aula regular, para 
que o docente do atendimento especializado educacional possa elaborar 
um planejamento que ajudará o estudante com necessidades especiais 
na absorção do conteúdo que está sendo estudado.
Implantação de salas de recursos 
multifuncionaisO Ministério da Educação elaborou o “Documento Orientador 
do Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais”. 
Este documento foi criado para orientar e informar os sistemas de ensino 
quanto à organização e oferta do atendimento educacional especializado 
aos estudantes com transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotação e com deficiência matriculados no sistema de 
ensino regular (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2020).
A implantação das Salas de Recursos Multifuncionais nas es-
colas comuns da rede pública de ensino atende a necessidade 
histórica da educação brasileira de promover as condições de 
acesso, participação e aprendizagem dos estudantes público-
-alvo da educação especial no ensino regular, possibilitando 
a oferta do atendimento educacional especializado de forma 
Educação Inclusiva
26
complementar ou suplementar à escolarização. (MINISTÉRIO 
DA EDUCAÇÃO, 2020, p. 3) 
De acordo com Ministério da Educação (2020), a inclusão educacional 
requer mudanças na concepção e nas práticas de gestão, tanto da sala de 
aula quanto na formação de professores. Assim, para um desenvolvimento 
inclusivo dos estudantes com necessidades educacionais especiais, as 
salas de recursos multifuncionais precisam ser implantadas e organizadas 
com recursos de apoio pedagógico para o atendimento educacional 
específico ao público-alvo da educação especial matriculados na rede 
de ensino regular.
Portanto, todos os estudantes público-alvo da educação 
especial devem ser matriculados nas classes comuns, em uma 
das etapas, níveis ou modalidade da educação básica, sendo 
o atendimento educacional especializado – AEE ofertado 
no turno oposto ao do ensino regular. As salas de recursos 
multifuncionais cumprem o propósito da organização de 
espaços, na própria escola comum, dotados de equipamentos, 
recursos de acessibilidade e materiais pedagógicos que 
auxiliam na promoção da escolarização, eliminando barreiras 
que impedem a plena participação dos estudantes público-
alvo da educação especial, com autonomia e independência, 
no ambiente educacional e social. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 
2020, p. 3)
De acordo com o MEC (2020, p. 7) os estudantes público-alvo do 
AEE são definidos da seguinte forma: 
 • Estudantes com deficiência - aqueles que têm impedimentos de 
longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial, os 
quais, em interação com diversas barreiras, podem ter obstruída 
sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade; 
 • Estudantes com transtornos globais do desenvolvimento - aqueles 
que apresentam quadro de alterações no desenvolvimento 
neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na 
comunicação e/ou estereotipias motoras. Fazem parte dessa 
Educação Inclusiva
27
definição estudantes com autismo infantil, síndrome de Asperger, 
síndrome de Rett e transtorno desintegrativo da infância; 
 • Estudantes com altas habilidades ou superdotação - aqueles que 
apresentam potencial elevado e grande envolvimento com as áreas 
do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, 
acadêmica, liderança, psicomotora, artes e criatividade.
A oferta do atendimento educacional especializado deve estar 
regulamentada e prevista para a sua organização no Projeto Político 
Pedagógico (PPP) da escola do ensino regular. Segundo Ministério da 
Educação (2020) o PPP deve conter: 
I - Sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliários, 
materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade 
e equipamentos específicos; II - Matrícula no AEE de estudantes 
matriculados no ensino regular da própria escola ou de outra 
escola; III - Cronograma de atendimento aos estudantes; IV - 
Plano do AEE: identificação das necessidades educacionais 
específicas dos estudantes, definição dos recursos necessários 
e das atividades a serem desenvolvidas; V - Professores para 
o exercício do AEE. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2020, p. 7) 
Além disso, o Ministério da Educação (2020) determina que o PPP 
da escola deve apresentar o planejamento, o acompanhamento e a 
avaliação dos recursos e estratégias pedagógicas e de acessibilidade na 
oferta do atendimento educacional especializado e aspectos quanto ao 
seu funcionamento, tais como:
Carga horária para os estudantes do AEE, individual ou 
em pequenos grupos, de acordo com as necessidades 
educacionais específicas; Espaço físico com condições de 
acessibilidade e materiais pedagógicos para as atividades do 
AEE; Professores com formação para atuação nas salas de 
recursos multifuncionais; Profissionais de apoio às atividades 
da vida diária e para a acessibilidade nas comunicações e 
informações, quando necessário. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 
2020, p. 8)
Educação Inclusiva
28
Quanto ao professor do atendimento educacional especializado, 
o Ministério da Educação (2020) explica que a função deste docente é 
realizar um atendimento de forma complementar ou suplementar à 
escolarização, considerando sempre as habilidades e as necessidades 
educacionais específicas desses estudantes. Assim, de acordo com o 
Ministério da Educação, as atribuições deste professor devem contemplar: 
Elaboração, execução e avaliação do plano de AEE do 
estudante; Definição do cronograma e das atividades do 
atendimento do estudante; Organização de estratégias 
pedagógicas e identificação e produção de recursos 
acessíveis; Ensino e desenvolvimento das atividades próprias 
do AEE, tais como: Libras, Braille, orientação e mobilidade, 
Língua Portuguesa para alunos surdos; informática acessível; 
Comunicação Alternativa e Aumentativa - CAA, atividades 
de desenvolvimento das habilidades mentais superiores e 
atividades de enriquecimento curricular; [...] (MINISTÉRIO DA 
EDUCAÇÃO, 2020, p. 8)
O atendimento educacional especializado é realizado dentro das 
salas de recursos multifuncionais, pois estas estão equipadas com todos 
os recursos necessários para atender os estudantes com necessidades 
educacionais especiais, por isso o Ministério da Educação criou o Programa 
Implantação de Sala de Recursos Multifuncionais que contempla:
 • Critérios para a Implantação das Salas de Recursos Multifuncionais;
 • Adesão, Cadastro e Indicação das Escolas;
 • Composição das Salas de Recursos Multifuncionais.
ACESSE:
Leia o “Documento Orientador Programa Implantação de 
Salas de Recursos Multifuncionais” criado pelo Ministério 
da Educação Disponível em: https://bit.ly/3dm4WLj.
Educação Inclusiva
https://bit.ly/3dm4WLj
29
RESUMINDO:
Chegamos ao final do capítulo 2! Vamos a um breve resumo 
de tudo que você estudou neste capítulo? Aqui falamos 
das salas de recursos multifuncionais e explicamos que o 
Atendimento Educacional Especializado (AEE) é realizado 
nestas salas. Os AEE são recursos pedagógicos e de 
acessibilidade oferecidos pela escola com o objetivo de 
facilitar a participação dos estudantes com necessidades 
educacionais especiais na sala de aula comum. Por isso, 
são criadas as salas de recursos multifuncionais, contendo 
recursos tecnológicos, materiais pedagógicos, ajudas 
técnicas e mobiliário adaptado para os estudantes com 
as necessidades educacionais especiais. Essas salas têm 
como objetivo proporcionar aos estudantes com alguma 
limitação, o desenvolvimento de habilidades e também 
o aprendizado. Os professores que atuam nessas salas 
precisam ter formação e ser capacitados para atender os 
estudantes com necessidades educacionais especiais, pois 
a função deles é realizar um atendimento complementar 
à escolarização, visando sempre as habilidades e as 
necessidades desses estudantes. Para finalizar foi 
apresentado o documento criado pelo Ministério da 
Educação para implantação de Salas de Recursos 
Multifuncionais. Este documento informa que o AEE 
deve estar previsto e regulamentado no Projeto Político 
Pedagógico da escola.
Educação Inclusiva
30
Avaliação Tradicional versus a Avaliação 
InclusivaINTRODUÇÃO:
Neste capítulo você compreenderá o processo de avaliação 
tradicional e avaliação inclusiva no processo pedagógico. É 
função dos professores e da escola realizar as atividades 
de diagnóstico de aprendizagem dos seus estudantes. Por 
meio dessas atividades é que o docente acompanhará a 
evolução dos estudantes na construção do conhecimento 
e também poderá analisar as dificuldades, as habilidades 
e os bloqueios que o estudante pode estar apresentando 
durante o processo de aprendizagem.
Vamos lá?
Concepções de avaliação
A experiência de vida do estudante fora do ambiente formal da 
escola, contribui para sua formação escolar. Diante dessa situação, é 
necessário considerar as principais variáveis que interferem no processo 
de aprendizagem deste sujeito. Both (2008) explica que a avaliação 
é abrangente e não deve ser focada somente na aprendizagem, mas 
também no processo do ensino ofertado, no sistema de ensino e nas 
competências e habilidades dos docentes.
[...] se avaliação permear todo o processo de ensino-
aprendizagem e se for entendida em todas as suas dimensões 
– avaliação do aluno, do professor, da escola -, possibilitará 
ajustes que contribuirão para que a tarefa educativa seja 
corada de sucesso. (SARAIVA, 2005, apud BOTH, 2008, p. 27)
Ainda, de acordo com Saraiva (2005) apud Both (2008) ao avaliar 
a aprendizagem do estudante, simultaneamente está sendo avaliado 
o ensino. Logo, se não existir a aprendizagem esperada, o ensino não 
cumpriu com a sua finalidade que é a de fazer aprender.
Educação Inclusiva
31
[...] um sistema de ensino comprometido com o desenvolvi-
mento das competências e habilidades dos alunos encontra 
na avaliação, não um instrumento para aprovar ou reprovar e, 
sim, uma referência à análise de seus propósitos, permitindo-
-lhes buscar caminhos para que os alunos sejam bem-suce-
didos na travessia da passarela da aprendizagem. (SARAIVA, 
2005, apud BOTH, 2008, p. 27)
Para Both (2008) o objetivo da avaliação deve ir além de identificar 
quanto o estudante aprendeu ou aprofundar os conteúdos abordados. 
Mas, ao invés disso, analisar quais foram os caminhos que o levaram a 
esse conhecimento. 
Entre os componentes avaliativos, atualmente, temos: a compe-
tência, a capacidade, a habilidade e a convivência. Segundo Both (2008) 
é possível utilizar esses componentes avaliativos tanto no meio escolar 
como no extracurricular, para cumprir as exigências do processo ensino-
-aprendizagem e da realidade social. O autor precitado explica a função 
de cada um desses componentes avaliativos:
 • Competência – sugere domínio de conhecimentos.
 • Capacidade – requer saber o que fazer, como aplicar e relacionar 
conhecimentos.
 • Habilidade – pressupõe saber relacionar e aplicar os conhecimen-
tos, bem como dar-lhes aplicabilidade de forma criativa e criadora.
 • Convivência – implica sentir-se valorizado como pessoa compe-
tente, capaz e hábil, fazendo refletir o bem-estar na convivência 
social. (BOTH, 2008, p. 118, grifo nosso)
Educação Inclusiva
32
Figura 4 – Interação entre competência, capacidade e habilidade
Competências
Capacidade
Habilidade
Competente
Capaz
Hábil
Promoção e assimilação de 
conhecimentos, aquisição de 
habilidades, tomadas de atitudes 
e mudança comportamental.
Fonte: Both, 2008, p. 118.
De acordo com Both (2008, p. 119), respeitando os objetivos e as 
características de cada etapa escolar, o papel da avaliação no contexto 
do desempenho do estudante no processo de ensino-aprendizagem 
assume a seguinte forma:
 • Competência: que o estudante demonstra ter a competência em 
promover, dominar e aprender conhecimentos;
 • Capacidade: que o estudante demonstre ter a capacidade para 
interpretar e relacionar conhecimentos;
 • Habilidade: que o estudante demonstre ter habilidade criativa para 
saber aplicar conhecimentos e dar-lhes aplicabilidade;
 • Convivência: que o estudante saiba “ser-com-os-outros” a partir 
dos conhecimentos que domina, interpreta, relaciona e aplica. 
Que o estudante saiba valorizar o passado, comprometer-se com 
o presente e vislumbrar o futuro, que saiba perceber melhor aquilo 
que está procurando perceber, que o estudante procure sempre 
conhecer a si mesmo, que saiba identificar, desenvolver e utilizar 
suas potencialidades e que se disponha a avaliar, a auto avaliar-se 
e a ser avaliado.
Existem algumas modalidades de avaliações aplicadas no ambiente 
escolar e utilizadas pelos docentes no processo de ensino aprendizagem: 
avaliação formativa e a somativa. Os professores podem optar por utilizar 
apenas uma forma ou mais de uma forma de avaliação.
Educação Inclusiva
33
Segundo Freire (2016) a avaliação formativa pode ser contínua e 
considera toda a produção dos estudantes em um determinado período, 
o que facilita o processo de ensino-aprendizagem. O autor explica que 
este formato de avaliação é baseado nos princípios construtivistas, pois 
considera mais o modo como os estudantes se desenvolvem ao estudar 
um determinado conteúdo do que propriamente o resultado que eles 
obtiveram. 
Segundo esse raciocínio, serão necessários instrumentos 
específicos que possibilitem aos alunos demonstrar suas 
aquisições ou dúvidas e, ao professor, avaliar seus alunos. 
Antes de selecionar os tipos de instrumentos a serem 
utilizados, é necessário conhecê-los, verificando, assim, suas 
possibilidades de uso. A partir desse conhecimento, é possível 
determinar se eles se adequam aos objetivos da avaliação.
O intuito dessa avaliação é subsidiar a implementação e a 
consecução de políticas públicas, ao mesmo tempo em 
que oferece informações e recursos para que os diversos 
profissionais da educação possam aprimorar constantemente 
seu trabalho. Esse tipo de avaliação é considerado um ponto de 
partida de elementos de acompanhamento de um determinado 
programa ou política educacional. (FREIRE, 2016, p. 20)
Já a avaliação somativa, de acordo com Freire (2016) considera 
basicamente os resultados, isto é, essa modalidade de avaliação 
apresenta números e conceitos objetivos que auxiliam a gestão da escola 
e o governo na tomada de decisões, pois ela estabelece uma classificação 
para análise do aprendizado obtido pelo estudante.
Mas afinal, qual é o sentido da avaliação? Freire (2016) explica 
que hoje a avaliação é referente ao desempenho do estudante, nesta 
perspectiva, o que se avalia é própria “qualidade de ensino” ou da 
“educação”. Atualmente, existem as avaliações externas, promovidas pelo 
governo, como Saresp, Enem, Enade, para avaliar o sistema educacional 
ou uma instituição. Nessas avaliações, a avaliação do estudante é relegada 
a um segundo plano (FREIRE, 2016).
Educação Inclusiva
34
O plano de ação da escola após o resultado do desempenho 
em uma avaliação desse porte é que irá significar e orientar 
o trabalho dos docentes. A equipe gestora, juntamente com 
os docentes, pode analisar e investigar o desempenho de 
sua escola, concentrando-se nas habilidades e competências 
que os alunos não dominam e discutindo com os docentes as 
possibilidades de se construir o conhecimento com os alunos 
a partir de suas dificuldades. (FREIRE, 2016, p. 22)
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre as normas complementares 
necessárias para o cumprimento da Política Nacional de 
Avaliação da Educação Básica, leia a Portaria nº 558, de 5 
de maio de 2020. Disponível em: https://bit.ly/2POL8bd.
Avaliação tradicional e avaliação inclusiva
Você viu que existem avaliações externas com foco no sistema 
e também nas instituições de ensino. Agora vamos analisar a avaliação 
interna, isto é, aquela que acontece dentro do ambiente escolar, adotadas 
pelos professores para acompanhar a evolução do estudante.
Para iniciar, Lopes (2019, p. 2) faz alguns questionamentos que nos 
fazem refletir sobre a avaliação da aprendizagem. Veja os questionamentos 
propostos pelo autor: 
 • Como e quando avaliar? 
 • A avaliaçãosomente tem avaliado o aluno? 
 • A avaliação tem fomentado mudanças nas práticas dos 
professores? 
 • Os alunos são sujeitos ativos ou passivos no processo de avaliação? 
 • Qual a função da avaliação?
Educação Inclusiva
https://bit.ly/2POL8bd
35
 • A avaliação tem sido muito mais punitiva e autoritária do que 
promotora de novas aprendizagens?
A partir desses questionamentos Lopes (2019) realizou uma pesquisa 
bibliográfica para compreender o tipo de avaliação da aprendizagem que 
beneficiará a heterogeneidade dos estudantes presentes no ambiente 
escolar. 
De acordo com Lopes (2019), a avaliação interna é considerada um 
problema da educação básica brasileira, pois muitas vezes a sua proposta 
não é a busca pela construção de novas aprendizagens e novos níveis de 
desenvolvimento para todos os estudantes. Para Franco (1993, p. 25, apud 
LOPES, 2019, p. 5), “[...] é evidente que o fracasso escolar, a evasão e a 
repetência estão relacionadas com a utilização de modelos inadequados, 
parciais e fragmentados de avaliação”.
Faz-se necessário engendrar e colocar em prática ações 
educativas com tendências mais democráticas e que levem 
os seres humanos a se desenvolverem em várias direções, o 
que pressupõe ensinar uma significativa, relevante e viva base 
de conhecimentos gerais a todos. Para Lima (2002, p. 40), as 
escolas poderão, dentro de suas limitações e possibilidades, 
participar da democratização da democracia. Nesse sentido, 
acredita-se que os educadores podem contribuir para a 
construção de uma democracia de fato e não apenas como 
discurso abstrato ou um tipo de democracia que serve apenas 
a uma minoria. (LOPES, 2019, p. 5)
Diante desta perspectiva Lopes (2019) explica que uma avaliação 
dialética e inclusiva é necessária, pois:
Com as heterogeneidades de alunos se impondo nas salas de 
aulas regulares, as quais, muitas vezes, vêm sendo negadas 
por práticas pedagógicas homogêneas e descontextualizadas 
da realidade e da vida dos alunos, a formação do professor 
deve prever momentos teóricos e práticos contínuos acerca 
do ensino voltado para as heterogeneidades social, biológica, 
cultural, econômica, de níveis de aprendizagem e de desen-
Educação Inclusiva
36
volvimento, de interesses, de motivações dos alunos. Acredi-
ta-se que quando a visão ou a concepção pedagógica é trans-
formada, torna-se mais viável alcançar mudanças concretas 
nas práticas educativas. (LOPES, 2019, p. 6)
Entretanto, na prática, ainda está muito presente a avaliação 
tradicional, já que a pedagogia tradicional é predominante em muitas 
escolas. De acordo com Lopes (2019), a proposta dessa pedagogia é um 
mesmo tipo de aula para todos os estudantes, Logo, compreende-se 
que todos aprendem da mesma forma, consequentemente, tem-se um 
único de modelo de avaliação para todos. Esta proposta de pedagogia 
e avaliação nem sempre beneficiará todos os estudantes, devido às 
heterogeneidades de alunos das salas de aula regulares.
Figura 5 – Pedagogia Tradicional
Fonte: Pixabay
No século XX, surge um novo pensamento pedagógico, a 
pedagogia da existência. Lopes (2019) explica que na pedagogia da 
existência o estudante passa a ter o papel central no processo de ensino 
e aprendizagem. Diante deste contexto, o autor afirma “que uma das 
características da pedagogia da existência, aproxima-se de uma das 
características da avaliação dialética e inclusiva: a concepção de que 
cada indivíduo é único e tem suas especificidades” (LOPES, 2019, p. 7).
Educação Inclusiva
37
Paulo Freire faz críticas à pedagogia tradicional que ele chamou 
de pedagogia bancária, por ser conteudista, com valorização 
da memorização, etc., defendendo uma pedagogia ativa, 
centrada no interesse dos educandos, na relação dialógica 
e na troca de conhecimentos entre educador e educandos. 
Porém, uma diferença deve ser observada em relação à 
pedagogia nova ou escola novista e, essa diferença, situa-
se no fato de que Paulo Freire esforçou-se para colocar essa 
concepção pedagógica (também conhecida como pedagogia 
libertadora) a serviço dos interesses das camadas populares. 
(SAVIANI, 2009 apud LOPES, 2019)
Diante desta perspectiva de Paulo Freire, Lopes (2017) afirma que 
estar a serviço dos oprimidos, daqueles que têm suas necessidades 
educativas desconsideradas, negadas ou daqueles que são esquecidos 
nas salas de aulas regulares por apresentarem dificuldades para 
acompanhar o ensino homogêneo, faz toda a diferença enquanto 
concepção, visão de educação e de avaliação dos processos de ensino e 
de aprendizagem. 
[...] na perspectiva da avaliação dialética e inclusiva os 
conteúdos devem ser ensinados de forma significativa, crítica e 
não alienadora. E como ponto de aproximação da pedagogia da 
existência com a avaliação dialética e inclusiva, a preocupação 
com o desenvolvimento singular de cada ser humano, ou seja, 
a consideração de que cada sujeito é único e que por isso 
é necessário pensar em práticas educativas heterogêneas 
para atender as heterogeneidades: biológica, cultural, social, 
econômica, de nível de aprendizagem e de desenvolvimento, 
de interesse, de motivação. (LOPES, 2019, p. 11)
“Acredita-se que as reflexões sobre a prática educativa de 
avaliação tradicional em confronto com a realidade de alunos cada vez 
mais heterogêneos nas salas de aulas regulares e da concepção de 
uma educação mais inclusiva (para todos tanto em relação ao acesso 
às escolas quanto ao acesso aos saberes escolares), vêm apontando 
para a necessidade de se concretizar novas práticas de avaliação dos 
Educação Inclusiva
38
processos de ensino e de aprendizagem. Nesse sentido, as discussões 
e reflexões sobre a questão da avaliação da aprendizagem que é 
melhor situada quando se trata de avaliação dos processos de ensino 
e de aprendizagem (não se concebendo avaliar apenas o processo de 
aprendizagem, pois é imprescindível avaliar também o processo de 
ensino) colocam-se como relevantes e necessárias para que novas 
formas de avaliação sejam propostas e colocadas em prática na 
instituição escolar”. (LOPES, 2019, p. 12)
De acordo com Lopes (2019), para mudar o processo de avaliação 
interna das escolas deve-se, primeiramente, alterar a forma de ensinar. 
Dessa forma, o autor afirma que a avaliação dialética e inclusiva é possível 
com uma prática pedagógica transformadora e contra-hegemônica “que 
busca superar o autoritarismo pedagógico e visa à participação dos alunos 
nos processos de ensino, de aprendizagem e de avaliação numa relação 
dialógica e dialética” (LOPES, 2019, p. 13).
Educação Inclusiva
39
Quadro 2 – Avaliação tradicional versus Avaliação Dialética e inclusiva
Avaliação tradicional Avaliação Dialética e Inclusiva
Não adequada à realidade das turmas 
heterogêneas da escola.
Concepção dominante de educação e de 
sociedade (a ideologia burguesa).
Considera que todos os alunos aprendem 
da mesma forma.
É unilateral no sentido de que, na maioria 
das vezes, avalia somente o aluno e este, por 
sua vez, não pode avaliar o ensino ministrado 
pelos professores.
Concebe o aluno como sujeito passivo que 
não participa do processo de sua própria 
avaliação.
Não fomenta a autocrítica dos professores 
sobre como se deu ou não se deu o 
processo de ensino com vistas à superação 
ou minimização dos problemas desse 
processo.
Preocupa-se mais com a emissão de 
notas do que com a real aprendizagem e 
desenvolvimento dos alunos e nem sempre 
colabora para o surgimento de novas ações 
e novas práticas pedagógicas voltadas para 
o atendimento das heterogeneidades.
Concepção de avaliação bancária e 
autoritária que vai se preocupar apenas com 
a verificação dos conhecimentos que foram 
depositados pelo professor em seus alunos, 
ignorando os processos, instrumentos e 
estratégias utilizadas para assimilação ou 
rejeição desses conhecimentos.
A avaliação é apenas um ato de cobrança 
e não uma atividadecognoscitiva, na qual 
professor e estudante discutem e refazem o 
conhecimento.
Adequada à realidade das turmas 
heterogêneas da escola.
Todos os alunos têm oportunidades para 
aprender e se desenvolver.
Comprometida com os alunos que: não sentem 
interesse por aulas que não consideram 
seus interesses. Têm suas possibilidades e 
potencialidades desconsideradas. Apresentam 
dificuldades escolares porque os níveis de 
desenvolvimento (zona de desenvolvimento 
real e zona de desenvolvimento proximal 
ou próxima) que possuem em relação ao 
conteúdo que está sendo ensinado nem 
sempre são ou não são conhecidos e/ou 
considerados pelos professores. “Rejeitam” 
aquilo que os docentes vêm tentando 
ensinar por meio de suas práticas educativas 
homogêneas, sem muito sucesso, haja vista 
que uma boa parcela de alunos acumula, 
ano após ano, dificuldades escolares de toda 
ordem nas diferentes disciplinas curriculares.
O professor e o aluno precisam ser sujeitos 
ativos no processo de avaliação.
O professor precisa agir como um mediador 
para que aconteçam novas aprendizagens e 
novos níveis de desenvolvimento para todos 
os estudantes.
Requer compromisso com os processos de 
ensino e de aprendizagem (erros, acertos, 
revisões, reajustes, conhecimento e trabalho 
educativo por parte dos professores em 
relação às zonas de desenvolvimento real e 
proximal dos alunos diante dos conteúdos 
que estão sendo ensinados em determinados 
momentos etc.).
Fonte: Adaptado de LOPES (2019).
Educação Inclusiva
40
De acordo com Lopes (2019), a avaliação dialética inclusiva critica 
aquilo que não ocorre pela prática da avaliação tradicional de analisar a 
realidade sobre a avaliação dos processos de ensino e de aprendizagem. 
Diante desta perspectiva, o autor afirma que a avaliação dialética e 
inclusiva é mais adequada para a avaliação no contexto contemporâneo 
da instituição escola neste século XXI.
Considera-se que avaliar na escola só faz sentido se o objetivo 
maior for o de construir novas aprendizagens e novos níveis de 
desenvolvimento junto aos alunos, caso contrário a avaliação pode 
perder seu papel principal: o de ser um processo eminentemente 
educativo. A avaliação deve estar a serviço do ensino e da 
aprendizagem e não apenas a serviço do burocrático (da emissão 
de notas), devendo sempre ser mais um momento para que 
os alunos aprendam e se desenvolvam. Sob essa perspectiva, 
que é a perspectiva da avaliação dialética e inclusiva, ensino, 
aprendizagem e avaliação devem ser entendidos e praticados 
numa relação dialética, na qual cada um desses três processos 
(que apesar de suas especificidades, devem ser entendidos como 
indissociáveis), fomenta, (re) alimenta e colabora um com o outro 
para que todos os alunos possam aprender e se desenvolver nas 
diferentes disciplinas do currículo. (LOPES, 2019, p. 17)
Para Lopes (2019) a avaliação dialética e inclusiva contribui para os 
processos de democratização da democracia, uma vez que fomenta a 
participação ativa do estudante nos processos avaliativos, já que ele tem 
a possibilidade de avaliar o ensino e aprender a autoavaliar-se e também 
considera os processos e os desenvolvimentos singulares e contínuos 
dos estudantes. 
É necessário destacar que na avaliação dialética e inclusiva o papel 
do professor é ser provocador, mobilizador e mediador da aprendizagem 
e não um examinador que utiliza a avaliação para controlar e ter poder 
sobre os estudantes, cuja preocupação é com as notas do final de cada 
etapa, sendo que estas nem sempre representam de fato se houve ou 
não aprendizagem e ensino (LOPES, 2019). 
Educação Inclusiva
41
SAIBA MAIS:
Para aprofundar o seu conhecimento sobre a avaliação 
dialética e inclusiva e avaliação tradicional, recomenda-se a 
leitura do artigo “Avaliação Tradicional e Avaliação dialética 
e inclusiva: contraposições” da autora Silmara Aparecida 
Lopes. O artigo foi publicado na revista Multidisciplinar em 
Educação, em 2019. Disponível em: https://bit.ly/31y9p8j.
RESUMINDO:
Nesta unidade fizemos uma comparação entre o processo de 
avaliação tradicional e a avaliação inclusiva. Para iniciar os estudos, 
foi apresentada a concepção de avaliação e que o processo de 
avaliar deve ser focado na aprendizagem do estudante no ensino 
ofertado, no sistema de ensino e nas competências e habilidades dos 
professores. Além disso, você aprendeu que o objetivo da avaliação 
não deve ser apenas identificar quanto do conteúdo estudado o 
aluno aprendeu, mas também, compreender e analisar os caminhos 
que permitiram a ele a construção desse conhecimento. Portanto, 
diante desta perspectiva, faz parte dos componentes avaliativos: 
a competência, a capacidade, a habilidade e a convivência. Em 
seguida, foram apresentadas duas modalidades de avaliação 
utilizadas pelos docentes no ambiente escolar: a formativa que é 
contínua e que considera toda a construção dos estudantes durante 
um determinado período e a somativa que considera os resultados 
finais, isto é, notas e conceitos. 
Para encerrar essa unidade, explicamos as diferenças entre os 
modelos de avaliação interna (tradicional e inclusiva), isto é, que 
acontece dentro do ambiente escolar. A avaliação tradicional considera 
que existe apenas uma forma de avaliar todos os estudantes, pois 
esse modelo está vinculado à concepção da pedagogia tradicional, 
que considera que todos os estudantes aprendem da mesma forma. 
Foi a partir da pedagogia da existência, uma prática pedagógica 
transformadora e contra-hegemônica, que passou a considerar que 
cada sujeito é único. A partir daí, surge a avaliação dialética e inclusiva, 
em que os estudantes e os docentes são sujeitos ativos no processo 
de avaliação e, ainda, este modelo de avaliação se compromete 
com aprendizagem de todos os estudantes, mesmo aqueles que 
possuem qualquer dificuldade de aprendizagem ou aqueles que não 
têm interesse pelas aulas.
Educação Inclusiva
https://bit.ly/31y9p8j
42
Deficiências e Transtornos Objeto da 
Educação Inclusiva 
INTRODUÇÃO:
Neste capítulo você irá conhecer alguns tipos de deficiência 
muito presentes no ensino regular. O objetivo é identificar 
esses tipos de deficiência e reconhecer as necessidades 
educacionais especiais dos sujeitos que possuem a 
deficiência. Para iniciar, vamos definir o que é deficiência.
A Organização Mundial de Saúde define deficiência como o 
nome dado a toda perda ou anormalidade de uma estrutura 
ou função psicológica, fisiológica ou anatômica e, por este 
conceito, deficiente é todo aquele que tem um ou mais 
problemas de funcionamento ou falta de parte anatômica, 
acarretando com isto dificuldades de locomoção, percepção, 
pensamento ou relação social. (CAMPBELL, 2009, p. 93) 
Segundo Campbell (2009) as deficiências podem ser congênitas, 
hereditárias ou adquiridas por doenças, acidentes ou em decorrência 
do processo de envelhecimento, com a perda progressiva de alguma 
habilidade. Vamos conhecer algumas deficiências?
Figura 6: Deficiências
Educação Inclusiva
43
Fonte: Pixabay
Tipos de deficiência
Deficiência física
Esta deficiência está relacionada com a mobilidade do indivíduo, 
coordenação motora geral ou da fala. De acordo com Campbell (2009), 
esta deficiência pode ser em decorrência de lesões neurológicas, 
neuromusculares e ortopédicas, ou também, pode ser devido à má formação 
congênita ou adquiridas por meio de acidentes, uso de medicamentos ou 
doenças durante a gestação, tais como, hanseníase ou poliomielite. 
É considerada pessoa portadora de deficiência física aquela 
que apresenta alteração completa ou parcial de um ou mais 
segmentos do corpo, acarretando o comprometimento da 
função física, apresentando-se sob forma de paraplegia, pa-
raparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, [...]. (CAM-
PBELL, 2009, p. 95) 
SAIBA MAIS:
Leia o artigo Inclusão Escolar de alunos com deficiência 
física: conquistas e desafios das autorasFlávia Natália 
Ramos da Silva e Maria Neli Volpini, publicado em 2014. O 
artigo explica a necessidade da escola ter uma estrutura 
adequada para atender os estudantes com deficiência 
física. Para saber mais acesse o link: https://bit.ly/31Axn2B.
Educação Inclusiva
https://bit.ly/31Axn2B
44
Deficiência auditiva
A deficiência auditiva pode ser categorizada pelo grau de perda: 
leve, moderada, severa e profunda. De acordo com Campbell (2009) a 
surdez representa a incapacidade parcial ou total de audição. Dessa forma, 
o deficiente auditivo é classificado como surdo, “quando sua audição não 
é funcional na vida comum. Hipoacústico é aquele cuja audição, ainda 
que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva” (CAMPBELL, 
2009, p. 96). 
Vamos rever um pouco da história das pessoas com esta deficiência 
(FERNANDES, 2012)?
Durante um bom tempo as pessoas surdas foram vítimas de uma 
concepção equivocada que vinculava a surdez à falta de inteligência 
(FERNANDES, 2012). Elas eram marginalizadas pois acreditava-se que, 
como elas não podiam falar, não conseguiriam desenvolver a linguagem. 
Logo, as pessoas surdas eram consideradas incapazes de pensar, 
portanto, não tinham a capacidade de aprender. 
Educação Inclusiva
45
Audição é um fator-chave na manutenção de trocas intelec-
tuais, mas possivelmente ainda mais importante. A audição dá 
o sentimento de participação e segurança, e muitos surdos 
demonstram uma grande agressividade por querer se comu-
nicar e não poder ou por não compreender o que os outros lhe 
dizem. (CAMPBELL, 2009, p. 97)
Diante deste contexto, é importante evidenciar que a criança surda 
precisa do apoio e aceitação dos pais para desenvolver a aprendizagem 
e a integração social. Campbell (2009) explica que os pais deverão 
promover um ambiente favorável, isto é, necessário ter compreensão e 
paciência para repetir incansavelmente as mesmas informações para que 
a comunicação seja feita de maneira espontânea. Assim, de acordo com 
a autora, ao chegar à fase da escolarização, a criança já estará apta à 
inclusão e necessitará cada vez menos dos pais, pois será acompanhada 
pelo professor e terá contato com os colegas surdos e ouvintes.
É importante lembrar da Lei 13.146 (Lei Brasileira de Inclusão da 
pessoa com Deficiência):
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, 
implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:
IV – oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira 
língua e na modalidade escrita da língua portuguesa como 
segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas 
inclusivas;
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso 
de recursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar 
habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua 
autonomia e participação;
§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras 
a que se refere o inciso XI do  caput  deste artigo, deve-se 
observar o seguinte:
Educação Inclusiva
46
I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação 
básica devem, no mínimo, possuir ensino médio completo e 
certificado de proficiência na Libras;     
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados 
à tarefa de interpretar nas salas de aula dos cursos de 
graduação e pós-graduação, devem possuir nível superior, 
com habilitação, prioritariamente, em Tradução e Interpretação 
em Libras.  (BRASIL, 2015)
Surdo-mudo: apague essa ideia! 
Embora muito usada, as expressões surdo-mudo ou mudinho, 
são pejorativas e exemplificam uma visão preconceituosa sobre as 
pessoas surdas. Os surdos não são mudos, apenas não falam porque 
não ouvem, mas têm o aparelho fonoarticulatório em plenas condições 
de funcionamento para produção vocal, se for o caso. Há serviços de 
reabilitação oral, desenvolvidos por fonoaudiólogos, que têm como 
objetivo o desenvolvimento da oralidade, caso as pessoas surdas optem 
por aprender essa modalidade de comunicação (FERNANDES, 2012).
Deficiência visual
As causas da deficiência visual são diversas, inclusive, podem 
acontecer antes do nascimento, durante o parto ou durante o crescimento 
do indivíduo. A criança com deficiência visual precisa do apoio da família 
para se desenvolver e se tornar independente na fase adulta. Entretanto, 
ela também precisará de especialistas, médicos e de todas as pessoas 
que participam da sua criação. Segundo Mosqueira (2012), o professor 
precisa compreender as causas da deficiência e também conhecer 
como foi o desenvolvimento dos primeiros anos de vida do aluno, para 
que ele possa elaborar os planos que contribuirão para a inclusão e a 
aprendizagem desta criança.
Mas, o que é deficiência visual? Campbell (2009, p. 111) define a 
deficiência visual com “a redução ou perda total da capacidade de ver 
com o melhor olho e após a melhor correção óptica possível”. Existem 
vários graus de acuidade visual, tais como:
Educação Inclusiva
47
 • a cegueira: perda da visão, em ambos os olhos, de menos de 01 no 
melhor olho após correção, ou um campo visual não excedente a 
20 graus, no maior meridiano do melhor olho, mesmo com o uso 
de lentes de correção;
 • visão reduzida: acuidade visual dentre 6/20 e 6/60, no melhor 
olho, após correção máxima. (CAMPBELL, 2009, p. 111)
De acordo com Campbell (2009), como a cegueira representa a perda 
total ou o resíduo mínimo da visão, a pessoa precisará utilizar o método 
Braille para leitura e escrita. Além disso, a escola deverá fornecer recursos 
didáticos e equipamentos especiais para a educação dos estudantes com 
deficiência visual total. No caso dos estudantes com deficiência visual 
reduzida, o estudante terá condição de ler impressos, desde que tenha 
acesso a recursos didáticos adaptados ou utilize equipamentos especiais 
que permitam a leitura dos mesmos.
SAIBA MAIS:
Leia o artigo Acessibilidade e inclusão de uma aluna 
com deficiência visual na escola e na educação física das 
autoras Jane Márcia Mazzarino, Atos Falkencach e Simone 
Rissi. Este artigo apresenta uma pesquisa de investigação 
sobre como as escolas e as aulas de educação física são 
acessíveis e possibilitam a inclusão de uma aluna com 
deficiência. O texto está disponível no seguinte endereço: 
https://bit.ly/39yvNmp.
Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
De acordo com Associação Brasileira do Déficit de Atenção - ABDA 
(2020), TDAH é uma alteração neurológica de causa genética, que surge 
na infância e acompanha o sujeito durante toda a vida. Os sintomas são: 
desatenção, inquietude e impulsividade. O sintoma de hiperatividade-
impulsividade está relacionado com a dificuldade na escola e também 
no relacionamento com os colegas, professores, outras crianças e até 
mesmo com a família.
Educação Inclusiva
https://bit.ly/39yvNmp
48
As crianças são tidas como “avoadas”, “vivendo no mundo 
da lua” e geralmente “estabanadas” e com “bicho carpinteiro” 
ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por 
muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de 
hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos 
são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem 
apresentar mais problemas de comportamento, como por 
exemplo, dificuldades com regras e limites. (ABDA, 2020, online)
Lima (2009) explica que as crianças hiperativas necessitam aprender 
a lidar com as regras, a estrutura e os limites da escola. Entretanto, o 
seu temperamento não se ajusta muito bem com as expectativas da 
escola. Por isso, que de acordo com a autora, os estudantes com TDAH 
necessitam de uma atenção maior do professor em relação aos outros 
estudantes.
Isso atrapalha no desenvolvimento escolar das crianças com 
TDAH, pois para compreender bem a matéria e fazer uma boa 
prova, uma criança precisa não apenas exibir aptidões que 
estão sendo avaliadas, mas também possuir a capacidade de 
ouvir e seguir instruções, prestar atenção e persistir até que a 
provaseja completada. A criança deve ser capaz de parar para 
pensar qual seria, entre várias as opções, a melhor resposta 
possível, portanto, as notas obtidas nas provas de inteligência 
muitas vezes refletem mais a sua hiperatividade que seu 
potencial intelectual, portanto as crianças hiperativas também 
exibem uma variação normal de aptidões intelectuais, a maioria 
está dentro dos limites médios e algumas, ficam abaixo da 
média em suas aptidões intelectuais. (LIMA, 2009, p. 18)
Educação Inclusiva
49
SAIBA MAIS:
Assista aos vídeos a seguir para ampliar o seu conhecimento 
com relação ao transtorno de déficit de atenção com 
hiperatividade, de forma mais dinâmica.
Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade: 
https://bit.ly/31yg3Lx.
TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: 
https://bit.ly/3dfQ2pK.
Autismo
De acordo com Campbell (2009), o autismo é uma deficiência 
no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave durante toda 
a vida do sujeito. O autor explica que os primeiros sintomas aparecem 
tipicamente aos três anos. Entre esses sintomas podem ser mencionados 
o comprometimento na interação social, na comunicação e na imaginação.
Esse distúrbio ainda surpreende pela diversidade de 
características que pode apresentar e pelo fato de, na maioria 
das vezes, a criança autista ter uma aparência totalmente 
normal. Mesmo depois de transcorridos mais de 60 anos 
desde que foi descrito pela psiquiatria austríaca Leo Kanner, o 
autismo ainda não tem suas causas inteiramente esclarecidas. 
(CAMPBELL, 2009, p. 119)
As pessoas com autismo seguem um padrão de atividade e 
interesses rígidos, repetitivos e comportamento bizarro. Segundo 
Campbell (2009) isso dificulta o relacionamento entre as mesmas e seu 
ambiente, pois as diferenças, principalmente as incomuns, inesperadas 
e bizarras atraem a atenção das pessoas, o que provoca a curiosidade, o 
temor e a desconfiança.
Pessoas com esse distúrbio se comportam como se as outras 
pessoas não existissem, rejeitam o contato físico, olha através 
das outras pessoas como se elas não existissem e não reagem 
a alguém que fale com eles ou os chame pelo nome. Não 
Educação Inclusiva
https://bit.ly/31yg3Lx
https://bit.ly/3dfQ2pK
50
demonstram suas emoções, exceto se estiverem bravos ou 
agitados. Alguns indivíduos permanecem indiferentes ao que 
ocorre ao seu redor, outros são do tipo esquisito, excêntrico, 
que se aproxima e interage com as pessoas de forma 
inadequada, tocando-as, interrompendo-as e agindo de forma 
dissonante do contexto. Alguns se tornam extremamente 
passivos, mas amigáveis se a interação é iniciada por outra 
pessoa. (CAMPBELL, 2009, p. 122)
Segundo Campbell (2009), referente às dificuldades de 
aprendizagem dos estudantes com este distúrbio temos: as dificuldades 
organizacionais, distração, dificuldade em sequenciar, falta de habilidade 
em generalizar e padrões irregulares de pontos fortes e fracos. Segundo 
Campbell (2009, p.121): “embora nenhum destes se aplique à população 
inteira dos alunos com autismo, estes problemas de aprendizagem são 
vistos em um grau significativo em uma porcentagem grande destes 
alunos.” 
O desenvolvimento de hábitos sistemáticos e rotinas de trabalho 
tem sido uma estratégia eficaz para minimizar estas dificuldades 
organizacionais, pois alunos os alunos autistas não param de trabalhar 
para planejar onde começar e como prosseguir. As dificuldades 
organizacionais são minimizadas também com as listas de verificação, as 
programações visuais e as instruções visuais, mostrando concretamente 
aos alunos autistas o que foi completado, o que precisa ser terminado e 
como prosseguir. (CAMPBELL, 2009, p. 124)
ACESSE:
Para saber mais sobre o autismo e a educação, ampliando 
o seu conhecimento sobre essa temática, sugerimos que 
você assista ao vídeo Autismo e Educação - Conexão 
Futura - Canal Futura. Disponível em: https://bit.ly/3rFPy1m.
Dislexia e discalculia
O que é dislexia? De acordo com Wjansztejn (2005) apud Carvalho e 
outros autores (2010) a dislexia é um distúrbio neurológico, possivelmente 
Educação Inclusiva
https://bit.ly/3rFPy1m
51
de origem congênita e hereditária, que leva a uma dificuldade específica 
de leitura escrita. 
Acomete crianças com inteligência normal, sem déficits sen-
soriais e que tenham suposta instrução escolar adequada, mas 
não é explicada por falta de oportunidade de aprendizado ou 
distúrbios emocionais. Ou seja, uma criança, para ser conside-
rada disléxica não pode ter nenhum distúrbio sensorial, como 
por exemplo, perda de audição, e nem apresentar problemas 
de ordem psíquico-emocional. Inicialmente, a dislexia foi iden-
tificada pelo estudioso Morgan, em 1986. Desde então, sur-
giram várias teorias e definições que propuseram explicar a 
dislexia. (CARVALHO, et al, 2010, p. 67)
De acordo com Carvalho e outros autores (2010), vários 
pesquisadores tanto da área de saúde como da educação concordam 
que a dislexia é um reflexo do componente específico do sistema de 
linguagem, que é o responsável pelo processamento dos sons e da 
fala. Assim, os autores precitados explicam que a criança lê as palavras, 
entretanto, não processam as letras e não conseguem atribuir significado 
às letras.
E, por isso, a dislexia não é uma dificuldade que passa 
despercebida em sala de aula. Como fruto desta dificuldade, 
o indivíduo disléxico pode apresentar algum problema 
emocional. Este distúrbio apresenta um quadro observável em 
crianças, que em determinado estágio de seu desenvolvimento, 
apresentam alguma inabilidade em determinada função. Estas 
inabilidades podem se apresentar num grau leve, porém são 
suficientes para diferenciar determinada criança de um grupo. 
(CARVALHO, et al, 2010, p. 67)
Segundo Carvalho e outros autores (2010) muitos dos indivíduos 
com dislexia também têm discalculia. Garcia (1998) apud Carvalho e 
outros autores (2010, p. 69) classifica a discalculia em: 
 • Discalculia verbal - dificuldade para nomear as quantidades 
matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações; 
Educação Inclusiva
52
 • Discalculia practognóstica - dificuldade para enumerar, comparar 
e manipular objetos reais ou em imagens matematicamente;
 • Discalculia léxica - dificuldades na leitura de símbolos matemáticos; 
 • Discalculia gráfica - dificuldades na escrita de símbolos 
matemáticos; 
 • Discalculia ideognóstica – dificuldades em fazer operações 
mentais e na compreensão de conceitos matemáticos; 
 • Discalculia operacional - dificuldades na execução de operações 
e cálculos numéricos.
A criança que apresente discalculia, frequentemente, é 
capaz de realizar cálculos mentalmente, mas possui extrema 
dificuldade de representar esse cálculo concretamente, 
escrevendo-o no papel. Essa dificuldade é proveniente do 
déficit na organização espacial, e também pela dificuldade 
de seguir sequências. Uma conta, por exemplo, segue uma 
sequência de números e símbolos que o aluno com discalculia 
facilmente perde, confundindo o processo para o resultado 
final. (CARVALHO, et al., 2010, p. 69)
ACESSE:
Para conhecer mais sobre essa deficiência, recomendamos 
a leitura do artigo Problemas na educação matemática do 
ensino fundamental por fatores de dislexia e discalculia dos 
autores Ana Maria Pessoa de Carvalho, Idalci Reis e Marina 
Campos Nori. Disponível em: https://bit.ly/31ADVyi.
Educação Inclusiva
https://bit.ly/31ADVyi
53
RESUMINDO:
Chegamos ao final da disciplina Educação Inclusiva! 
Durante a caminhada na construção do conhecimento 
você aprendeu muitas coisas que serão fundamentais para 
sua atuação no sistema educacional do Brasil. Neste último 
capítulo apresentamos a definição da deficiência de acordo 
com Organização Mundial de Saúde:
“[...]deficiente é todo aquele que tem um ou mais problemas 
de funcionamento ou falta de parte anatômica, acarretando 
com isto dificuldades de locomoção, percepção,

Continue navegando