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Unidade 4 Tecnologias e Recursos para a Inclusão TULIANE FERNANDES DUTRA ISABELA CRISTINA MARINS BRAGA Educação Inclusiva Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autor TULIANE FERNANDES DUTRA ISABELA CRISTINA MARINS BRAGA AS AUTORAS Tuliane Fernandes Dutra Eu, Tuliane, sou formada em Pedagogia e Sistemas de Informação, com experiência técnico-profissional na área de Análise de Sistemas e desenvolvimento de materiais para Educação a Distância há mais de 15 anos. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida. Isabela Cristina Marins Braga Eu, Isabela, sou Doutora em Educação (UCB-DF), Mestre em Educação (UCB-DF), especialista em Gestão Empresarial (Instituto de Ensino Superior Cenecista de Unaí) e graduada em Administração (Instituto de Ensino Superior Cenecista de Unaí). Professora da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Unaí – FACTU desde 2013, lecionando as disciplinas de Metodologia do Trabalho Acadêmico, Pesquisa Aplicada, Hermenêutica, Teorias das Organizações, Gestão de Pessoas 1 e 2, Comportamento Organizacional, Gestão Estratégica, Negociação e Resolução de Conflitos, Administração da Produção e Economia básica. Sou orientadora de Trabalhos Acadêmicos, examinadora de bancas de monografia, revisora e consultora de trabalhos acadêmicos, além de pesquisadora do grupo de Pesquisa de Políticas Federais de Educação – GPPFE da UCB-DF Por isso fomos convidadas pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estamos muito felizes em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Tecnologia Assistiva na Educação Inclusiva ...................................10 Tecnologia assistiva .......................................................................................................................10 Tecnologia Assistiva na educação inclusiva ................................................. 16 Salas de Recursos Multifuncionais ..................................................... 20 Atendimento educacional especializado ..................................................................... 20 Salas multifuncionais ....................................................................................................................23 Implantação de salas de recursos multifuncionais ................................................25 Avaliação Tradicional versus a Avaliação Inclusiva .................... 30 Concepções de avaliação ........................................................................................................ 30 Avaliação tradicional e avaliação inclusiva...................................................................34 Deficiências e Transtornos Objeto da Educação Inclusiva ...... 42 Tipos de deficiência ......................................................................................................................43 7 UNIDADE 04 Educação Inclusiva 8 INTRODUÇÃO Olá estudante, bem-vindo(a) à última unidade da disciplina Educação Inclusiva. Aqui será você conhecerá as tecnologias e os recursos necessários para a inclusão. A unidade foi dividida em quatro capítulos, assim, no primeiro capítulo dedicaremos ao estudo da tecnologia assistiva na educação inclusiva. Em seguida, cuidaremos do estudo das salas de recursos multifuncionais, compreendendo o Atendimento Educacional Especializado (AEE) que é realizado nas salas de Recursos Multifuncionais. Abrangendo outras temáticas, voltaremos nossos olhares para a avaliação tradicional e a avaliação inclusiva, compreendendo a diferenciação entre elas, para que assim, possamos estudar sobre a deficiência e transtornos objeto da educação inclusiva. Diante do conteúdo que será abordado nesta unidade, pode- se afirmar que você irá navegar em direção à construção de novos conhecimentos. Preparado para entrar nesse barco? Educação Inclusiva 9 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 04. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Identificar as tecnologias assistivas necessárias ao processo de inclusão, de acordo com o tipo de deficiência ou transtorno viven- ciado pelos atores da comunidade escolar; 2. Adaptar o ambiente escolar às necessidades da Educação Inclu- siva, identificando os tipos de salas de recursos multifuncionais adequados; 3. Comparar o formato e a dinâmica do processo de avaliação tradi- cional ao da avaliação inclusiva; 4. Identificar os tipos de deficiência e transtorno que configuram a ne- cessidade da implementação do processo de Educação Inclusiva, tais como: Deficiência Auditiva; Deficiência Visual; Transtornos de Déficit de Atenção; Autismo; Dislexia; Discalculia; Hiperatividade etc. Professor(a), aqui você finalizará com uma mensagem motivacional para os estudos Educação Inclusiva 10 Tecnologia Assistiva na Educação Inclusiva INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de identificar as Tecnologias Assistivas que contribuem no processo de ensino e aprendizagem dos estudantes com necessidades educacionais especiais. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão, pois conhecer e saber como utilizar essas tecnologias é necessário para ajudar os alunos. Além disso, você vai reconhecer como essas tecnologias servem de apoio para os estudantes com limitações físicas ou cognitivas. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Tecnologia assistiva Para iniciar os estudos, vamos definir o que é tecnologia? De acordo com Barreto e Barreto (2014), no senso comum, esta palavra é associada a equipamentos ou dispositivos materiais para a execução de atividades e tarefas, com a ideia de ferramentas ou produtos úteis. Mas, as autoras afirmam que o sentido da palavra vai além disso, baseando-se no dicionário que define a tecnologia como o “o conjunto de conhecimentos, especialmente princípios científicos, que se aplicam a um determinado ramo de atividade” (BARRETO; BARRETO, 2014, p. 84). As tecnologias são os recursos desenvolvidos para favorecer e simplificar as atividades cotidianas dos indivíduos, por exemplo, a máquina de escrever, o relógio, o celular, os computadores, as canetas, entre outros. Logo, tecnologias são recursos criados pelo homem para melhorar e facilitar a rotina diária das pessoas, de acordo com a necessidade da época. Educação Inclusiva 11 ACESSE: De forma a compreender o que vem a ser a tecnologia e como ela pode influenciar na sua vida, assista ao vídeo “O que é Tecnologia?”, disponível em: https://bit.ly/3fBbHvH. Figura 1 – Evolução da TecnologiaFonte:Pixabay Agora que já ficou bem claro o conceito de Tecnologia, o que você compreende pelo termo Tecnologia Assistiva (TA). Você já ouviu falar sobre essa tecnologia? Tecnologia Assistiva é o termo utilizado para identificar os recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar as habilidades funcionais de pessoas com deficiência, promovendo uma vida independente e a inclusão dessas pessoas (BERSCH; TONOLLI, 2006 apud BARRETO; BARRETO, 2014). Diante desta definição, podemos afirmar que a TA é um recurso criado para facilitar a vida das pessoas com deficiência. Educação Inclusiva https://bit.ly/3fBbHvH 12 Barreto e Barreto (2014) explicam que a TA deve ser compreendida como um recurso que possibilita a ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou a realização da função desejada e que se encontra impedida por causa da deficiência ou pelo envelhecimento. Podemos então dizer que o objetivo maior da TA é proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, por meio da ampliação de sua comuni- cação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de aprendizado e trabalho. Dispor de recursos de acessibilidade, ou especificamente a Tecnologia Assistiva, seria uma maneira concreta de neutralizar as barreiras causadas pela deficiência e inserir esse indivíduo nos ambientes ricos para a aprendizagem e desenvolvimento proporcionados pela cultura. (BARRETO; BARRETO; 2014, p. 86) Nesse sentido, as autoras precitadas explicam que a criança com necessidades educacionais especiais apresenta diversas limitações e dificuldades para interagir com meio e com as pessoas à sua volta. Isto complica ainda mais, segundo Barreto e Barreto (2014), quando ela sofre preconceitos, ou seja, é subestimada em suas potencialidades e capacidades, gerando tratamentos paternalistas e relações de dependência e submissão. Logo, a criança com necessidades educacionais especiais assume posturas de passividade diante da realidade na resolução dos próprios problemas. Barreto e Barreto (2014) explicam que: [...] as dificuldades de interação, agravadas quando associadas a uma carência de estímulos, algo frequente, principalmente em situações de limitações econômicas e sociais mais acentuadas, tendem a gerar posturas de passividade diante da realidade. Nesses casos, surge a questão sobre como ocorrem o desenvolvimento cognitivo e o aprendizado desses alunos, ou de que forma o professor e o ambiente educacional podem contribuir para isso, dadas as diferentes limitações decorrentes de sua deficiência, tais como as limitações de comunicação e linguagem, ou as limitações motoras para o seu deslocamento e para a manipulação de objetos. (BARRETO; BARRETO; 2014, p. 86) Educação Inclusiva 13 SAIBA MAIS: Complementando o estudo sobre a tecnologia assistiva, em meio a todo esse contexto exposto, assista ao vídeo “Tecnologias Assistivas” para ter uma visão mais ampla desse elemento de estudo. Disponível em: https://bit.ly/31CHe81. Existe diversas TA que ampliam as possibilidades de autonomia dos sujeitos com alguma limitação física ou cognitiva. Barreto e Barreto (2014) classificam essas tecnologias em dois tipos: baixa tecnologia (low-tech) e alta tecnologia (high-tech). Essa classificação refere-se a “caracterizar apenas a maior ou menor sofisticação dos componentes com os quais esses produtos são construídos e disponibilizados” (BARRETO, BARRETO, 2014, p. 87). Neste sentido, as TA podem ser artefatos simples desenvolvidos para a vida diária e prática do sujeito com limitações, como talheres adaptados, bengala, suportes para utensílios domésticos, barras de apoio, suporte para escrever, entre outros. Figura 2 – Artefatos simples para vida diária Fonte: Pixabay Além disso, podem ser recursos mais sofisticados, que possibilitem a independência, a qualidade de vida, a autonomia e a inclusão desses sujeitos com deficiência. São considerados produtos TA sofisticados os computadores com software específicos, as pranchas com produção de Educação Inclusiva https://bit.ly/31CHe81 14 voz, os tablets que proporcionam comunicação, os softwares como de leitores de texto ou efeito lupa, entre outros. Barreto e Barreto (2014) explicam que a presença dos recursos computacionais no dia a dia das pessoas, proporcionou a criação de recursos de TA relacionados à área de informática. Na medida em que o computador e a internet passam a fazer parte, cada vez mais, do dia a dia de todas as pessoas, a permear todas as culturas (LÉVY, 1999) e a favorecer a comunicação e a execução de diversas atividades, os recursos de TA relacionados à área computacional também apresentam avanços acelerados, abrindo novas possibilidades às pessoas com deficiência, algumas das quais seriam impensáveis ainda pouco tempo atrás, como a capacidade de realizar tarefas complexas com mínimos movimentos do corpo, por pessoas com paralisias graves, até mesmo movimentar o próprio corpo ou controlar o ambiente utilizando técnicas e dispositivos da tecnologia de informática. E novos e surpreendentes avanços não cessam de surgir nessa área, a cada dia. (BARRETO, BARRETO, 2014, p. 87) É importante destacar que de acordo com Barreto e Barreto (2014) os recursos das tecnologias assistivas são classificados de acordo com os objetivos funcionais a que se destinam. A ISSO 9999/2002 é aplicada em vários países para a classificação internacional de recursos das tecnologias assistivas. O Sistema Nacional de Classificação dos Recursos e Serviços de TA dos Estados Unidos, diferencia-se da ISO ao apresentar, além da descrição ordenada dos recursos, o conceito e a descrição de serviços de TA (BARRETO; BARRETO, 2014). Barreto e Barreto (2014) explicam que as TAs servem de apoio para dar mais autonomia às pessoas que necessitam destes recursos. Os autores fizeram uma lista das TAs e sua função: Educação Inclusiva 15 Auxílios para a vida diária e vida prática São recursos que ajudam no desempenho autônomo e indepen- dente em atividades do dia a dia ou que facilitam o cuidado de pessoas em situação de dependência de auxílio, tais como, alimentar-se, tomar banho etc. Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) Estes recursos são para as pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. Sistema de controle de ambiente As pessoas com limitações motoras podem ligar, desligar e ajustar aparelhos eletrônicos como a luz, o som, a TV, entre outros, por meio de um controle remoto. Projetos arquitetônicos para acessibilidade Projetos de urbanização e edificações que garantem acesso, funcionalidade e mobilidade de todas as pessoas, independentemente de sua condição física e sensorial. Órteses e próteses As próteses são peças artificiais que substituem partes ausentes do corpo e as órteses são colocadas junto a um segmento do corpo, garantindo-lhe um melhor posicionamento, estabilidade e/ou função. Adequação postural Recursos que garantam posturas alinhadas, estáveis, confortáveis e com boa distribuição do peso corporal. Auxílios de mobilidade São recursos utilizados na melhoria da mobilidade pessoal, exemplo de bengalas, cadeira de rodas etc. Educação Inclusiva 16 Auxílios para qualificação da habilidade visual e recursos que ampliam a informação a pessoas com baixa visão ou cegas Lentes, lupas manuais ou eletrônicas, softwares, celulares para identificação de texto informativo etc. Auxílios para pessoas com surdez ou com déficit auditivo Aparelhos para surdez, telefone com teclado-teletipo, sistemas de alerta tátil-visual, celular com mensagens escritas etc. Mobilidade em veículos Acessórios que permitem a uma pessoa com deficiência física dirigir um automóvel, facilitadores para embarque e desembarque etc. Esporte e lazer São osrecursos que favorecem a prática de esporte e a participação em atividades de lazer. Tecnologia Assistiva na educação inclusiva De acordo com Barreto e Barreto (2014), os computadores, tablets ou smartphones podem contribuir para a autonomia e o acesso à infor- mação das pessoas com deficiência, além de contribuir também para o desenvolvimento cognitivo do estudante, facilitar o acesso aos conteúdos e tornar a ação pedagógica dinâmica e interessante. Os equipamentos digitais possuem diversos elementos, entre eles podemos citar: • Hardware – “é toda a parte física que constitui o computador, por exemplo, a CPU, a memória e os dispositivos de entrada e saída” (BARRETO, BARRETO, 2014, p. 99); • Plataforma – “é o sistema operacional que o seu computador, seu celular e seu tablet utilizam para funcionar” (BARRETO, BARRETO, 2014, p. 100); Educação Inclusiva 17 • Software – “consiste em informações que podem ser lidas pelo computador com a finalidade de executar uma tarefa” (BARRETO, BARRETO, 2014, p. 100); • Aplicativos Móveis – “são softwares desenvolvidos para rodar em dispositivos móveis como tablets, smartphones ou telefones celulares” (BARRETO, BARRETO, 2014, p. 100). No que diz respeito ao uso da tecnologia pelas pessoas com deficiência visual, é possível expor que diversos recursos tecnológicos foram criados, tais como, softwares ampliadores de tela, que ampliam as apresentações gráficas na tela do computador, melhorando a compreensão de pessoas com baixa visão. Tem-se a impressora em braile, que identifica os caracteres presentes no texto e imprime em linhas braile no papel. Além disso, existem os sistemas NVDA4, Jaws5 e DOSVOX, que possibilitam ao usuário com deficiência visual ou baixa visão operar no sistema Windows e navegar na Internet por comando de voz (BARRETO, BARRETO, 2014). SAIBA MAIS: O DOSVOX é um aplicativo que foi desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica (NCE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para facilitar o acesso de deficientes visuais a microcomputadores. Para ter acesso ao DOSVOX é necessário baixá-lo gratuitamente no site: https://bit.ly/3u4pP4m. Para as pessoas com deficiência auditiva existe o aplicativo Talk Tradutor para Libras. De acordo com Barreto e Barreto (2014), por meio deste aplicativo é possível traduzir conteúdos para Libras, possibilitando a comunicação entre surdos e ouvintes, além de expandir o uso de Libras para um público mais amplo. Para utilizá-lo, o usuário deve baixar o aplicativo no celular ou tablet. Em seguida, ele deve inserir palavras ou pequenas frases de texto ou pelo dispositivo de reconhecimento de voz do celular e visualizar automaticamente a tradução para Libras (BARRETO, BARRETO, 2014). Educação Inclusiva https://bit.ly/3u4pP4m 18 Segundo Barreto e Barreto (2014) existem diversos recursos que facilitam o uso do computador para as pessoas com deficiências motoras de diferentes níveis, isto é, deficiência leve ou até total ausência de movimentos de membros inferiores e superiores. Entre diversos recursos, as autoras citam: • Mouse Optima – “com esfera gigante de 6 cm de diâmetro que possibilita o movimento preciso do cursor na tela” (BARRETO, BARRETO, 2014, p. 103); • Mouse tipo Orbitrack – Segundo Barreto e Barreto (2014): permite o controle do computador apenas pelo toque do dedo, sem necessidade de movimentos amplos da mão e do pulso, é indicado para pessoas com deficiências motoras, exigindo mínimo esforço e coordenação motora para utilização do mouse. (BARRETO; BARRETO, 2014, p. 103) • Câmera Mouse – suporte desenvolvido para indivíduos com tetraplegia para proporcionar acessibilidade ao uso do computador. “Fazendo uso de uma webcam convencional e de um suporte de captura de movimentos, o software detecta os movimentos da cabeça e os interpreta como movimentos e cliques no cursor do mouse” (BARRETO, BARRETO, 2014, p. 103). Barreto e Barreto (2014) apresentam o aplicativo Aramumo destinado a os sujeitos com dislexia e outros distúrbios de leitura e aprendizagem. Este aplicativo é semelhante às palavras cruzadas. Entretanto, ao invés de letras avulsas o jogador deve utilizar sílabas para formar palavras. Para as pessoas com dificuldade de fala, existe o Que-fala! um aplicativo que possibilita a comunicação de pessoas com deficiências que afetem a fala. Este aplicativo oferece várias ilustrações identificadas por palavras escritas e em áudio. O usuário seleciona as figuras que correspondem ao que ele deseja dizer e é possível formar pequenas frases com este aplicativo. É uma ferramenta de comunicação alternativa e possibilita que o aluno se comunique diretamente com qualquer pessoa, sem a necessidade de intermediários (BARRETO, BARRETO, 2014, p. 105). Educação Inclusiva 19 Estes aplicativos e softwares apresentados são ferramentas desenvolvidas para facilitar a vida das pessoas com deficiência, que podem ser utilizados na educação, possibilitando que os estudantes com necessidade educacionais especiais participem com mais autonomia das aulas, promovendo assim uma educação inclusiva. É importante evidenciar que estes recursos promovem a inclusão social e educacional dos sujeitos com deficiência visual, auditiva, distúrbios de fala etc. Mas, é necessário lembrar que existem diversos outros recursos que também possibilitam a inclusão social e educacional. Diante disso, não deixe de pesquisar na Internet, outras tecnologias assistivas. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você aprendeu que as tecnologias são recursos criados pelo homem para facilitar as atividades cotidianas das pessoas em uma determinada época. Logo, novas tecnologias vão sendo criadas à medida que novas necessidades vão surgindo. Uma demanda que surgiu foi a inclusão social e educativa das pessoas com deficiência. Diante deste contexto, surgem as Tecnologias Assistivas (TA), que têm como objetivo ampliar as habilidades funcionais de pessoas com deficiência, promovendo sua autonomia, independência e inclusão. Portanto, as TA foram criadas para facilitar a vida dos indivíduos com alguma deficiência. Você também estudou que as tecnologias assistivas são classificadas em dois tipos: baixa tecnologia e alta tecnologia. Assim, existem tecnologias desenvolvidas para facilitar a vida diária e outras para melhorar a qualidade de vida e autonomia do sujeito com limitações. Para finalizar, apresentamos algumas tecnologias utilizadas pelas pessoas com deficiência auditiva, visual, dislexia, entre outras. Mas, é importante evidenciar que você deve sempre procurar conhecer outras TA, pois este capítulo é apenas o ponto de partida. Educação Inclusiva 20 Salas de Recursos Multifuncionais INTRODUÇÃO: Neste capítulo você irá estudar as salas de recursos multifuncionais adequados às necessidades educacionais dos estudantes com deficiência. Essa sala deve ter diversos recursos, como equipamentos e softwares que buscam dar suporte às atividades educativas dos estudantes com necessidades educacionais especiais. Ao final deste capítulo você será capaz de identificar como essa sala pode contribuir no processo de aprendizagem destes estudantes. Figura 3: Aprendizagem Fonte: Pixabay Atendimento educacional especializado Antes de iniciar os estudos sobre as salas de recursos multifuncionais, você já ouviu falar sobre o Atendimento Educacional Especializado Educação Inclusiva 21 (AEE)? Este atendimento é um serviço de educação especial criado na rede regular de ensino para organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade. (BRITO, 2016). Brito (2016) explica que o AEE tem como principal objetivo eliminar as barreiras existentes que dificultam a participação dos estudantes com necessidadeseducacionais especiais, considerando sempre as necessidades específicas deste público. “Dessa forma, o AEE faz a complementação e/ou suplementação da formação do estudante que possui necessidades educativas especiais, com vistas à autonomia e à independência na escola e fora dela” (BRITO, 2016, p. 24). As salas multifuncionais foram criadas com recursos tecnológicos e pedagógicos para realizar este Atendimento Educacional Especializado. Entretanto, Brito (2016) explica que essas salas demandam uma formação continuada dos professores, devido ao imenso arsenal tecnológico disponibilizado neste ambiente. Mas, na prática, os profissionais que atuam nas salas multifuncionais não estão recebendo a capacitação necessária. A principal consequência, de acordo com Borges (2014, p. 5) é que os equipamentos dessas salas têm sido subutilizados. Isso pode repercutir na baixa qualidade do ensino para os estudantes com necessidades especiais, que constituem o público para o qual todo esse recurso se destina. Esse fato torna-se um grande problema, já que os estudantes acabam por não conseguir ampliar o seu potencial estudantil, ao não receberem a orientação adequada ou não conseguirem o acesso aos equipamentos de que necessitam. (BRITO, 2016, p. 25) Destaca-se aqui o Plano Nacional de Educação (PNE), cuja Meta 4 se refere à educação especial inclusiva para a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Observando o Gráfico 32, verifica-se que o percentual de matrículas de alunos incluídos em classe comum vem aumentando gradativamente ao longo dos anos. Em 2014, o percentual de alunos incluídos era de 87,1%. Em 2018, esse percentual passou para 92,1%. Além disso, considerando a mesma população de 4 a 17 anos, verifica-se que Educação Inclusiva 22 o percentual de alunos que estão incluídos em classes comuns e que têm acesso às turmas de atendimento educacional especializado (AEE) também cresceu no período, passando de 37,1% em 2014 para 40,0% em 2018. (CENSO DA EDUCAÇÃO BÁSICA, 2018). Gráfico 1 – Atendimento Educacional Especializado Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Disponível em: https://bit.ly/3wg5ICg Acesso em: 02 jan 2021. É importante destacar que este atendimento educacional especia- lizado está regulamento pela Lei 13.146, de 6 de julho de 2015, conforme é descrito: III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às características dos es- tudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao cur- rículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia; VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de atendimento educacional especializado, de organização de recursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de tecnologia assistiva; Educação Inclusiva 23 X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos progra- mas de formação inicial e continuada de professores e oferta de formação continuada para o atendimento educacional es- pecializado; XI - formação e disponibilização de professores para o aten- dimento educacional especializado, de tradutores e intérpre- tes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais de apoio. (BRASIL, 2015) Salas multifuncionais O que são as salas multifuncionais? De acordo com a Portaria Normativa nº 13, de 24 abril de 2007, a sala de recursos multifuncionais é um espaço estruturado com equipamentos de informática, ajudas técnicas, materiais pedagógicos e mobiliário adaptados para o atendimento às necessidades educacionais especiais dos estudantes (BRASIL, 2007). Essa Portaria dispõe sobre a criação do Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais de acordo com o que está descrito no Decreto nº 5.296/2004, no art. 61: Para os fins deste Decreto, consideram-se ajudas técnicas os produtos, instrumentos, equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente projetados para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, total ou assistida. (BRASIL, 2004) As salas de recursos deverão ser criadas e estruturadas nas redes de ensino regular para atender os estudantes com limitações físicas ou cognitivas, conforme estabelecido pela Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, referente à Educação Especial: § 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com Educação Inclusiva 24 deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo. (BRASIL, 1996) SAIBA MAIS: Leia a Nota Técnica nº 42/2015/MEC/SECADI/DPEE que orienta os Sistemas de Ensino em relação ao destino dos materiais e equipamentos disponibilizados por meio do Programa Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais. Disponível no seguinte endereço: https://bit.ly/3rJcNaN. A sala de recursos foi criada para o desenvolvimento de atividades pedagógicas, por isso ela deverá ter recursos que proporcionem o aprendizado dos estudantes com necessidades educacionais especiais e o desenvolvimento de habilidades desses estudantes. Essas salas precisam ter um professor especializado e capacitado para o atendimento dos estudantes que demandam um atendimento especializado, pois o objetivo destas salas é ampliar as habilidades dos estudantes com necessidades especiais para a sala comum. É importante lembrar que as necessidades educacionais especiais são variadas, pois a escola regular pode ter estudantes com deficiência auditiva (que precisam saber o alfabeto em Libras para compreender o intérprete na sala regular), estudantes com deficiência visual (estes necessitam aprender o braile para conseguir ler), deficiência intelectual (precisam complementar a aprendizagem por meio de jogos pedagógicos), deficiência física (aprender a se locomover, por exemplo, com a cadeira de rodas), paralisia (aprender a utilizar a prancheta com figuras, apontando para dizer quando deseja ir ao banheiro ou beber água), entre outras deficiências. O desenvolvimento dessas habilidades é importante, para que o estudante com necessidades especiais se sinta incluído dentro da sala de aula comum e do ambiente escolar. Educação Inclusiva https://bit.ly/3rJcNaN 25 Os professores da sala de aula comum e do atendimento educacional especializado precisam elaborar juntos um planejamento das necessidades educacionais do estudante. A comunicação entre esses dois profissionais deverá ser constante, durante todo o período que o estudante frequentar a sala de recursos multifuncionais. Assim, durante todo o processo é função do professor da sala acompanhar e observar se o estudante com necessidades especiais está apresentando evolução dentro da sala de aula. Em caso negativo, ele deverá informar ao professor do atendimento educacional especializado da sala de recursos multifuncionais, para que seja elaborado um novo plano ou que o mesmo seja modificado. Uma outra função do professor da sala de aula comum é informar, com antecedência, o professor da sala de recursos multifuncionais quais os conteúdos que estão sendo estudados na sala de aula regular, para que o docente do atendimento especializado educacional possa elaborar um planejamento que ajudará o estudante com necessidades especiais na absorção do conteúdo que está sendo estudado. Implantação de salas de recursos multifuncionaisO Ministério da Educação elaborou o “Documento Orientador do Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais”. Este documento foi criado para orientar e informar os sistemas de ensino quanto à organização e oferta do atendimento educacional especializado aos estudantes com transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação e com deficiência matriculados no sistema de ensino regular (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2020). A implantação das Salas de Recursos Multifuncionais nas es- colas comuns da rede pública de ensino atende a necessidade histórica da educação brasileira de promover as condições de acesso, participação e aprendizagem dos estudantes público- -alvo da educação especial no ensino regular, possibilitando a oferta do atendimento educacional especializado de forma Educação Inclusiva 26 complementar ou suplementar à escolarização. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2020, p. 3) De acordo com Ministério da Educação (2020), a inclusão educacional requer mudanças na concepção e nas práticas de gestão, tanto da sala de aula quanto na formação de professores. Assim, para um desenvolvimento inclusivo dos estudantes com necessidades educacionais especiais, as salas de recursos multifuncionais precisam ser implantadas e organizadas com recursos de apoio pedagógico para o atendimento educacional específico ao público-alvo da educação especial matriculados na rede de ensino regular. Portanto, todos os estudantes público-alvo da educação especial devem ser matriculados nas classes comuns, em uma das etapas, níveis ou modalidade da educação básica, sendo o atendimento educacional especializado – AEE ofertado no turno oposto ao do ensino regular. As salas de recursos multifuncionais cumprem o propósito da organização de espaços, na própria escola comum, dotados de equipamentos, recursos de acessibilidade e materiais pedagógicos que auxiliam na promoção da escolarização, eliminando barreiras que impedem a plena participação dos estudantes público- alvo da educação especial, com autonomia e independência, no ambiente educacional e social. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2020, p. 3) De acordo com o MEC (2020, p. 7) os estudantes público-alvo do AEE são definidos da seguinte forma: • Estudantes com deficiência - aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem ter obstruída sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade; • Estudantes com transtornos globais do desenvolvimento - aqueles que apresentam quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação e/ou estereotipias motoras. Fazem parte dessa Educação Inclusiva 27 definição estudantes com autismo infantil, síndrome de Asperger, síndrome de Rett e transtorno desintegrativo da infância; • Estudantes com altas habilidades ou superdotação - aqueles que apresentam potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotora, artes e criatividade. A oferta do atendimento educacional especializado deve estar regulamentada e prevista para a sua organização no Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola do ensino regular. Segundo Ministério da Educação (2020) o PPP deve conter: I - Sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliários, materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos específicos; II - Matrícula no AEE de estudantes matriculados no ensino regular da própria escola ou de outra escola; III - Cronograma de atendimento aos estudantes; IV - Plano do AEE: identificação das necessidades educacionais específicas dos estudantes, definição dos recursos necessários e das atividades a serem desenvolvidas; V - Professores para o exercício do AEE. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2020, p. 7) Além disso, o Ministério da Educação (2020) determina que o PPP da escola deve apresentar o planejamento, o acompanhamento e a avaliação dos recursos e estratégias pedagógicas e de acessibilidade na oferta do atendimento educacional especializado e aspectos quanto ao seu funcionamento, tais como: Carga horária para os estudantes do AEE, individual ou em pequenos grupos, de acordo com as necessidades educacionais específicas; Espaço físico com condições de acessibilidade e materiais pedagógicos para as atividades do AEE; Professores com formação para atuação nas salas de recursos multifuncionais; Profissionais de apoio às atividades da vida diária e para a acessibilidade nas comunicações e informações, quando necessário. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2020, p. 8) Educação Inclusiva 28 Quanto ao professor do atendimento educacional especializado, o Ministério da Educação (2020) explica que a função deste docente é realizar um atendimento de forma complementar ou suplementar à escolarização, considerando sempre as habilidades e as necessidades educacionais específicas desses estudantes. Assim, de acordo com o Ministério da Educação, as atribuições deste professor devem contemplar: Elaboração, execução e avaliação do plano de AEE do estudante; Definição do cronograma e das atividades do atendimento do estudante; Organização de estratégias pedagógicas e identificação e produção de recursos acessíveis; Ensino e desenvolvimento das atividades próprias do AEE, tais como: Libras, Braille, orientação e mobilidade, Língua Portuguesa para alunos surdos; informática acessível; Comunicação Alternativa e Aumentativa - CAA, atividades de desenvolvimento das habilidades mentais superiores e atividades de enriquecimento curricular; [...] (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2020, p. 8) O atendimento educacional especializado é realizado dentro das salas de recursos multifuncionais, pois estas estão equipadas com todos os recursos necessários para atender os estudantes com necessidades educacionais especiais, por isso o Ministério da Educação criou o Programa Implantação de Sala de Recursos Multifuncionais que contempla: • Critérios para a Implantação das Salas de Recursos Multifuncionais; • Adesão, Cadastro e Indicação das Escolas; • Composição das Salas de Recursos Multifuncionais. ACESSE: Leia o “Documento Orientador Programa Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais” criado pelo Ministério da Educação Disponível em: https://bit.ly/3dm4WLj. Educação Inclusiva https://bit.ly/3dm4WLj 29 RESUMINDO: Chegamos ao final do capítulo 2! Vamos a um breve resumo de tudo que você estudou neste capítulo? Aqui falamos das salas de recursos multifuncionais e explicamos que o Atendimento Educacional Especializado (AEE) é realizado nestas salas. Os AEE são recursos pedagógicos e de acessibilidade oferecidos pela escola com o objetivo de facilitar a participação dos estudantes com necessidades educacionais especiais na sala de aula comum. Por isso, são criadas as salas de recursos multifuncionais, contendo recursos tecnológicos, materiais pedagógicos, ajudas técnicas e mobiliário adaptado para os estudantes com as necessidades educacionais especiais. Essas salas têm como objetivo proporcionar aos estudantes com alguma limitação, o desenvolvimento de habilidades e também o aprendizado. Os professores que atuam nessas salas precisam ter formação e ser capacitados para atender os estudantes com necessidades educacionais especiais, pois a função deles é realizar um atendimento complementar à escolarização, visando sempre as habilidades e as necessidades desses estudantes. Para finalizar foi apresentado o documento criado pelo Ministério da Educação para implantação de Salas de Recursos Multifuncionais. Este documento informa que o AEE deve estar previsto e regulamentado no Projeto Político Pedagógico da escola. Educação Inclusiva 30 Avaliação Tradicional versus a Avaliação InclusivaINTRODUÇÃO: Neste capítulo você compreenderá o processo de avaliação tradicional e avaliação inclusiva no processo pedagógico. É função dos professores e da escola realizar as atividades de diagnóstico de aprendizagem dos seus estudantes. Por meio dessas atividades é que o docente acompanhará a evolução dos estudantes na construção do conhecimento e também poderá analisar as dificuldades, as habilidades e os bloqueios que o estudante pode estar apresentando durante o processo de aprendizagem. Vamos lá? Concepções de avaliação A experiência de vida do estudante fora do ambiente formal da escola, contribui para sua formação escolar. Diante dessa situação, é necessário considerar as principais variáveis que interferem no processo de aprendizagem deste sujeito. Both (2008) explica que a avaliação é abrangente e não deve ser focada somente na aprendizagem, mas também no processo do ensino ofertado, no sistema de ensino e nas competências e habilidades dos docentes. [...] se avaliação permear todo o processo de ensino- aprendizagem e se for entendida em todas as suas dimensões – avaliação do aluno, do professor, da escola -, possibilitará ajustes que contribuirão para que a tarefa educativa seja corada de sucesso. (SARAIVA, 2005, apud BOTH, 2008, p. 27) Ainda, de acordo com Saraiva (2005) apud Both (2008) ao avaliar a aprendizagem do estudante, simultaneamente está sendo avaliado o ensino. Logo, se não existir a aprendizagem esperada, o ensino não cumpriu com a sua finalidade que é a de fazer aprender. Educação Inclusiva 31 [...] um sistema de ensino comprometido com o desenvolvi- mento das competências e habilidades dos alunos encontra na avaliação, não um instrumento para aprovar ou reprovar e, sim, uma referência à análise de seus propósitos, permitindo- -lhes buscar caminhos para que os alunos sejam bem-suce- didos na travessia da passarela da aprendizagem. (SARAIVA, 2005, apud BOTH, 2008, p. 27) Para Both (2008) o objetivo da avaliação deve ir além de identificar quanto o estudante aprendeu ou aprofundar os conteúdos abordados. Mas, ao invés disso, analisar quais foram os caminhos que o levaram a esse conhecimento. Entre os componentes avaliativos, atualmente, temos: a compe- tência, a capacidade, a habilidade e a convivência. Segundo Both (2008) é possível utilizar esses componentes avaliativos tanto no meio escolar como no extracurricular, para cumprir as exigências do processo ensino- -aprendizagem e da realidade social. O autor precitado explica a função de cada um desses componentes avaliativos: • Competência – sugere domínio de conhecimentos. • Capacidade – requer saber o que fazer, como aplicar e relacionar conhecimentos. • Habilidade – pressupõe saber relacionar e aplicar os conhecimen- tos, bem como dar-lhes aplicabilidade de forma criativa e criadora. • Convivência – implica sentir-se valorizado como pessoa compe- tente, capaz e hábil, fazendo refletir o bem-estar na convivência social. (BOTH, 2008, p. 118, grifo nosso) Educação Inclusiva 32 Figura 4 – Interação entre competência, capacidade e habilidade Competências Capacidade Habilidade Competente Capaz Hábil Promoção e assimilação de conhecimentos, aquisição de habilidades, tomadas de atitudes e mudança comportamental. Fonte: Both, 2008, p. 118. De acordo com Both (2008, p. 119), respeitando os objetivos e as características de cada etapa escolar, o papel da avaliação no contexto do desempenho do estudante no processo de ensino-aprendizagem assume a seguinte forma: • Competência: que o estudante demonstra ter a competência em promover, dominar e aprender conhecimentos; • Capacidade: que o estudante demonstre ter a capacidade para interpretar e relacionar conhecimentos; • Habilidade: que o estudante demonstre ter habilidade criativa para saber aplicar conhecimentos e dar-lhes aplicabilidade; • Convivência: que o estudante saiba “ser-com-os-outros” a partir dos conhecimentos que domina, interpreta, relaciona e aplica. Que o estudante saiba valorizar o passado, comprometer-se com o presente e vislumbrar o futuro, que saiba perceber melhor aquilo que está procurando perceber, que o estudante procure sempre conhecer a si mesmo, que saiba identificar, desenvolver e utilizar suas potencialidades e que se disponha a avaliar, a auto avaliar-se e a ser avaliado. Existem algumas modalidades de avaliações aplicadas no ambiente escolar e utilizadas pelos docentes no processo de ensino aprendizagem: avaliação formativa e a somativa. Os professores podem optar por utilizar apenas uma forma ou mais de uma forma de avaliação. Educação Inclusiva 33 Segundo Freire (2016) a avaliação formativa pode ser contínua e considera toda a produção dos estudantes em um determinado período, o que facilita o processo de ensino-aprendizagem. O autor explica que este formato de avaliação é baseado nos princípios construtivistas, pois considera mais o modo como os estudantes se desenvolvem ao estudar um determinado conteúdo do que propriamente o resultado que eles obtiveram. Segundo esse raciocínio, serão necessários instrumentos específicos que possibilitem aos alunos demonstrar suas aquisições ou dúvidas e, ao professor, avaliar seus alunos. Antes de selecionar os tipos de instrumentos a serem utilizados, é necessário conhecê-los, verificando, assim, suas possibilidades de uso. A partir desse conhecimento, é possível determinar se eles se adequam aos objetivos da avaliação. O intuito dessa avaliação é subsidiar a implementação e a consecução de políticas públicas, ao mesmo tempo em que oferece informações e recursos para que os diversos profissionais da educação possam aprimorar constantemente seu trabalho. Esse tipo de avaliação é considerado um ponto de partida de elementos de acompanhamento de um determinado programa ou política educacional. (FREIRE, 2016, p. 20) Já a avaliação somativa, de acordo com Freire (2016) considera basicamente os resultados, isto é, essa modalidade de avaliação apresenta números e conceitos objetivos que auxiliam a gestão da escola e o governo na tomada de decisões, pois ela estabelece uma classificação para análise do aprendizado obtido pelo estudante. Mas afinal, qual é o sentido da avaliação? Freire (2016) explica que hoje a avaliação é referente ao desempenho do estudante, nesta perspectiva, o que se avalia é própria “qualidade de ensino” ou da “educação”. Atualmente, existem as avaliações externas, promovidas pelo governo, como Saresp, Enem, Enade, para avaliar o sistema educacional ou uma instituição. Nessas avaliações, a avaliação do estudante é relegada a um segundo plano (FREIRE, 2016). Educação Inclusiva 34 O plano de ação da escola após o resultado do desempenho em uma avaliação desse porte é que irá significar e orientar o trabalho dos docentes. A equipe gestora, juntamente com os docentes, pode analisar e investigar o desempenho de sua escola, concentrando-se nas habilidades e competências que os alunos não dominam e discutindo com os docentes as possibilidades de se construir o conhecimento com os alunos a partir de suas dificuldades. (FREIRE, 2016, p. 22) SAIBA MAIS: Para saber mais sobre as normas complementares necessárias para o cumprimento da Política Nacional de Avaliação da Educação Básica, leia a Portaria nº 558, de 5 de maio de 2020. Disponível em: https://bit.ly/2POL8bd. Avaliação tradicional e avaliação inclusiva Você viu que existem avaliações externas com foco no sistema e também nas instituições de ensino. Agora vamos analisar a avaliação interna, isto é, aquela que acontece dentro do ambiente escolar, adotadas pelos professores para acompanhar a evolução do estudante. Para iniciar, Lopes (2019, p. 2) faz alguns questionamentos que nos fazem refletir sobre a avaliação da aprendizagem. Veja os questionamentos propostos pelo autor: • Como e quando avaliar? • A avaliaçãosomente tem avaliado o aluno? • A avaliação tem fomentado mudanças nas práticas dos professores? • Os alunos são sujeitos ativos ou passivos no processo de avaliação? • Qual a função da avaliação? Educação Inclusiva https://bit.ly/2POL8bd 35 • A avaliação tem sido muito mais punitiva e autoritária do que promotora de novas aprendizagens? A partir desses questionamentos Lopes (2019) realizou uma pesquisa bibliográfica para compreender o tipo de avaliação da aprendizagem que beneficiará a heterogeneidade dos estudantes presentes no ambiente escolar. De acordo com Lopes (2019), a avaliação interna é considerada um problema da educação básica brasileira, pois muitas vezes a sua proposta não é a busca pela construção de novas aprendizagens e novos níveis de desenvolvimento para todos os estudantes. Para Franco (1993, p. 25, apud LOPES, 2019, p. 5), “[...] é evidente que o fracasso escolar, a evasão e a repetência estão relacionadas com a utilização de modelos inadequados, parciais e fragmentados de avaliação”. Faz-se necessário engendrar e colocar em prática ações educativas com tendências mais democráticas e que levem os seres humanos a se desenvolverem em várias direções, o que pressupõe ensinar uma significativa, relevante e viva base de conhecimentos gerais a todos. Para Lima (2002, p. 40), as escolas poderão, dentro de suas limitações e possibilidades, participar da democratização da democracia. Nesse sentido, acredita-se que os educadores podem contribuir para a construção de uma democracia de fato e não apenas como discurso abstrato ou um tipo de democracia que serve apenas a uma minoria. (LOPES, 2019, p. 5) Diante desta perspectiva Lopes (2019) explica que uma avaliação dialética e inclusiva é necessária, pois: Com as heterogeneidades de alunos se impondo nas salas de aulas regulares, as quais, muitas vezes, vêm sendo negadas por práticas pedagógicas homogêneas e descontextualizadas da realidade e da vida dos alunos, a formação do professor deve prever momentos teóricos e práticos contínuos acerca do ensino voltado para as heterogeneidades social, biológica, cultural, econômica, de níveis de aprendizagem e de desen- Educação Inclusiva 36 volvimento, de interesses, de motivações dos alunos. Acredi- ta-se que quando a visão ou a concepção pedagógica é trans- formada, torna-se mais viável alcançar mudanças concretas nas práticas educativas. (LOPES, 2019, p. 6) Entretanto, na prática, ainda está muito presente a avaliação tradicional, já que a pedagogia tradicional é predominante em muitas escolas. De acordo com Lopes (2019), a proposta dessa pedagogia é um mesmo tipo de aula para todos os estudantes, Logo, compreende-se que todos aprendem da mesma forma, consequentemente, tem-se um único de modelo de avaliação para todos. Esta proposta de pedagogia e avaliação nem sempre beneficiará todos os estudantes, devido às heterogeneidades de alunos das salas de aula regulares. Figura 5 – Pedagogia Tradicional Fonte: Pixabay No século XX, surge um novo pensamento pedagógico, a pedagogia da existência. Lopes (2019) explica que na pedagogia da existência o estudante passa a ter o papel central no processo de ensino e aprendizagem. Diante deste contexto, o autor afirma “que uma das características da pedagogia da existência, aproxima-se de uma das características da avaliação dialética e inclusiva: a concepção de que cada indivíduo é único e tem suas especificidades” (LOPES, 2019, p. 7). Educação Inclusiva 37 Paulo Freire faz críticas à pedagogia tradicional que ele chamou de pedagogia bancária, por ser conteudista, com valorização da memorização, etc., defendendo uma pedagogia ativa, centrada no interesse dos educandos, na relação dialógica e na troca de conhecimentos entre educador e educandos. Porém, uma diferença deve ser observada em relação à pedagogia nova ou escola novista e, essa diferença, situa- se no fato de que Paulo Freire esforçou-se para colocar essa concepção pedagógica (também conhecida como pedagogia libertadora) a serviço dos interesses das camadas populares. (SAVIANI, 2009 apud LOPES, 2019) Diante desta perspectiva de Paulo Freire, Lopes (2017) afirma que estar a serviço dos oprimidos, daqueles que têm suas necessidades educativas desconsideradas, negadas ou daqueles que são esquecidos nas salas de aulas regulares por apresentarem dificuldades para acompanhar o ensino homogêneo, faz toda a diferença enquanto concepção, visão de educação e de avaliação dos processos de ensino e de aprendizagem. [...] na perspectiva da avaliação dialética e inclusiva os conteúdos devem ser ensinados de forma significativa, crítica e não alienadora. E como ponto de aproximação da pedagogia da existência com a avaliação dialética e inclusiva, a preocupação com o desenvolvimento singular de cada ser humano, ou seja, a consideração de que cada sujeito é único e que por isso é necessário pensar em práticas educativas heterogêneas para atender as heterogeneidades: biológica, cultural, social, econômica, de nível de aprendizagem e de desenvolvimento, de interesse, de motivação. (LOPES, 2019, p. 11) “Acredita-se que as reflexões sobre a prática educativa de avaliação tradicional em confronto com a realidade de alunos cada vez mais heterogêneos nas salas de aulas regulares e da concepção de uma educação mais inclusiva (para todos tanto em relação ao acesso às escolas quanto ao acesso aos saberes escolares), vêm apontando para a necessidade de se concretizar novas práticas de avaliação dos Educação Inclusiva 38 processos de ensino e de aprendizagem. Nesse sentido, as discussões e reflexões sobre a questão da avaliação da aprendizagem que é melhor situada quando se trata de avaliação dos processos de ensino e de aprendizagem (não se concebendo avaliar apenas o processo de aprendizagem, pois é imprescindível avaliar também o processo de ensino) colocam-se como relevantes e necessárias para que novas formas de avaliação sejam propostas e colocadas em prática na instituição escolar”. (LOPES, 2019, p. 12) De acordo com Lopes (2019), para mudar o processo de avaliação interna das escolas deve-se, primeiramente, alterar a forma de ensinar. Dessa forma, o autor afirma que a avaliação dialética e inclusiva é possível com uma prática pedagógica transformadora e contra-hegemônica “que busca superar o autoritarismo pedagógico e visa à participação dos alunos nos processos de ensino, de aprendizagem e de avaliação numa relação dialógica e dialética” (LOPES, 2019, p. 13). Educação Inclusiva 39 Quadro 2 – Avaliação tradicional versus Avaliação Dialética e inclusiva Avaliação tradicional Avaliação Dialética e Inclusiva Não adequada à realidade das turmas heterogêneas da escola. Concepção dominante de educação e de sociedade (a ideologia burguesa). Considera que todos os alunos aprendem da mesma forma. É unilateral no sentido de que, na maioria das vezes, avalia somente o aluno e este, por sua vez, não pode avaliar o ensino ministrado pelos professores. Concebe o aluno como sujeito passivo que não participa do processo de sua própria avaliação. Não fomenta a autocrítica dos professores sobre como se deu ou não se deu o processo de ensino com vistas à superação ou minimização dos problemas desse processo. Preocupa-se mais com a emissão de notas do que com a real aprendizagem e desenvolvimento dos alunos e nem sempre colabora para o surgimento de novas ações e novas práticas pedagógicas voltadas para o atendimento das heterogeneidades. Concepção de avaliação bancária e autoritária que vai se preocupar apenas com a verificação dos conhecimentos que foram depositados pelo professor em seus alunos, ignorando os processos, instrumentos e estratégias utilizadas para assimilação ou rejeição desses conhecimentos. A avaliação é apenas um ato de cobrança e não uma atividadecognoscitiva, na qual professor e estudante discutem e refazem o conhecimento. Adequada à realidade das turmas heterogêneas da escola. Todos os alunos têm oportunidades para aprender e se desenvolver. Comprometida com os alunos que: não sentem interesse por aulas que não consideram seus interesses. Têm suas possibilidades e potencialidades desconsideradas. Apresentam dificuldades escolares porque os níveis de desenvolvimento (zona de desenvolvimento real e zona de desenvolvimento proximal ou próxima) que possuem em relação ao conteúdo que está sendo ensinado nem sempre são ou não são conhecidos e/ou considerados pelos professores. “Rejeitam” aquilo que os docentes vêm tentando ensinar por meio de suas práticas educativas homogêneas, sem muito sucesso, haja vista que uma boa parcela de alunos acumula, ano após ano, dificuldades escolares de toda ordem nas diferentes disciplinas curriculares. O professor e o aluno precisam ser sujeitos ativos no processo de avaliação. O professor precisa agir como um mediador para que aconteçam novas aprendizagens e novos níveis de desenvolvimento para todos os estudantes. Requer compromisso com os processos de ensino e de aprendizagem (erros, acertos, revisões, reajustes, conhecimento e trabalho educativo por parte dos professores em relação às zonas de desenvolvimento real e proximal dos alunos diante dos conteúdos que estão sendo ensinados em determinados momentos etc.). Fonte: Adaptado de LOPES (2019). Educação Inclusiva 40 De acordo com Lopes (2019), a avaliação dialética inclusiva critica aquilo que não ocorre pela prática da avaliação tradicional de analisar a realidade sobre a avaliação dos processos de ensino e de aprendizagem. Diante desta perspectiva, o autor afirma que a avaliação dialética e inclusiva é mais adequada para a avaliação no contexto contemporâneo da instituição escola neste século XXI. Considera-se que avaliar na escola só faz sentido se o objetivo maior for o de construir novas aprendizagens e novos níveis de desenvolvimento junto aos alunos, caso contrário a avaliação pode perder seu papel principal: o de ser um processo eminentemente educativo. A avaliação deve estar a serviço do ensino e da aprendizagem e não apenas a serviço do burocrático (da emissão de notas), devendo sempre ser mais um momento para que os alunos aprendam e se desenvolvam. Sob essa perspectiva, que é a perspectiva da avaliação dialética e inclusiva, ensino, aprendizagem e avaliação devem ser entendidos e praticados numa relação dialética, na qual cada um desses três processos (que apesar de suas especificidades, devem ser entendidos como indissociáveis), fomenta, (re) alimenta e colabora um com o outro para que todos os alunos possam aprender e se desenvolver nas diferentes disciplinas do currículo. (LOPES, 2019, p. 17) Para Lopes (2019) a avaliação dialética e inclusiva contribui para os processos de democratização da democracia, uma vez que fomenta a participação ativa do estudante nos processos avaliativos, já que ele tem a possibilidade de avaliar o ensino e aprender a autoavaliar-se e também considera os processos e os desenvolvimentos singulares e contínuos dos estudantes. É necessário destacar que na avaliação dialética e inclusiva o papel do professor é ser provocador, mobilizador e mediador da aprendizagem e não um examinador que utiliza a avaliação para controlar e ter poder sobre os estudantes, cuja preocupação é com as notas do final de cada etapa, sendo que estas nem sempre representam de fato se houve ou não aprendizagem e ensino (LOPES, 2019). Educação Inclusiva 41 SAIBA MAIS: Para aprofundar o seu conhecimento sobre a avaliação dialética e inclusiva e avaliação tradicional, recomenda-se a leitura do artigo “Avaliação Tradicional e Avaliação dialética e inclusiva: contraposições” da autora Silmara Aparecida Lopes. O artigo foi publicado na revista Multidisciplinar em Educação, em 2019. Disponível em: https://bit.ly/31y9p8j. RESUMINDO: Nesta unidade fizemos uma comparação entre o processo de avaliação tradicional e a avaliação inclusiva. Para iniciar os estudos, foi apresentada a concepção de avaliação e que o processo de avaliar deve ser focado na aprendizagem do estudante no ensino ofertado, no sistema de ensino e nas competências e habilidades dos professores. Além disso, você aprendeu que o objetivo da avaliação não deve ser apenas identificar quanto do conteúdo estudado o aluno aprendeu, mas também, compreender e analisar os caminhos que permitiram a ele a construção desse conhecimento. Portanto, diante desta perspectiva, faz parte dos componentes avaliativos: a competência, a capacidade, a habilidade e a convivência. Em seguida, foram apresentadas duas modalidades de avaliação utilizadas pelos docentes no ambiente escolar: a formativa que é contínua e que considera toda a construção dos estudantes durante um determinado período e a somativa que considera os resultados finais, isto é, notas e conceitos. Para encerrar essa unidade, explicamos as diferenças entre os modelos de avaliação interna (tradicional e inclusiva), isto é, que acontece dentro do ambiente escolar. A avaliação tradicional considera que existe apenas uma forma de avaliar todos os estudantes, pois esse modelo está vinculado à concepção da pedagogia tradicional, que considera que todos os estudantes aprendem da mesma forma. Foi a partir da pedagogia da existência, uma prática pedagógica transformadora e contra-hegemônica, que passou a considerar que cada sujeito é único. A partir daí, surge a avaliação dialética e inclusiva, em que os estudantes e os docentes são sujeitos ativos no processo de avaliação e, ainda, este modelo de avaliação se compromete com aprendizagem de todos os estudantes, mesmo aqueles que possuem qualquer dificuldade de aprendizagem ou aqueles que não têm interesse pelas aulas. Educação Inclusiva https://bit.ly/31y9p8j 42 Deficiências e Transtornos Objeto da Educação Inclusiva INTRODUÇÃO: Neste capítulo você irá conhecer alguns tipos de deficiência muito presentes no ensino regular. O objetivo é identificar esses tipos de deficiência e reconhecer as necessidades educacionais especiais dos sujeitos que possuem a deficiência. Para iniciar, vamos definir o que é deficiência. A Organização Mundial de Saúde define deficiência como o nome dado a toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica e, por este conceito, deficiente é todo aquele que tem um ou mais problemas de funcionamento ou falta de parte anatômica, acarretando com isto dificuldades de locomoção, percepção, pensamento ou relação social. (CAMPBELL, 2009, p. 93) Segundo Campbell (2009) as deficiências podem ser congênitas, hereditárias ou adquiridas por doenças, acidentes ou em decorrência do processo de envelhecimento, com a perda progressiva de alguma habilidade. Vamos conhecer algumas deficiências? Figura 6: Deficiências Educação Inclusiva 43 Fonte: Pixabay Tipos de deficiência Deficiência física Esta deficiência está relacionada com a mobilidade do indivíduo, coordenação motora geral ou da fala. De acordo com Campbell (2009), esta deficiência pode ser em decorrência de lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, ou também, pode ser devido à má formação congênita ou adquiridas por meio de acidentes, uso de medicamentos ou doenças durante a gestação, tais como, hanseníase ou poliomielite. É considerada pessoa portadora de deficiência física aquela que apresenta alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob forma de paraplegia, pa- raparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, [...]. (CAM- PBELL, 2009, p. 95) SAIBA MAIS: Leia o artigo Inclusão Escolar de alunos com deficiência física: conquistas e desafios das autorasFlávia Natália Ramos da Silva e Maria Neli Volpini, publicado em 2014. O artigo explica a necessidade da escola ter uma estrutura adequada para atender os estudantes com deficiência física. Para saber mais acesse o link: https://bit.ly/31Axn2B. Educação Inclusiva https://bit.ly/31Axn2B 44 Deficiência auditiva A deficiência auditiva pode ser categorizada pelo grau de perda: leve, moderada, severa e profunda. De acordo com Campbell (2009) a surdez representa a incapacidade parcial ou total de audição. Dessa forma, o deficiente auditivo é classificado como surdo, “quando sua audição não é funcional na vida comum. Hipoacústico é aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva” (CAMPBELL, 2009, p. 96). Vamos rever um pouco da história das pessoas com esta deficiência (FERNANDES, 2012)? Durante um bom tempo as pessoas surdas foram vítimas de uma concepção equivocada que vinculava a surdez à falta de inteligência (FERNANDES, 2012). Elas eram marginalizadas pois acreditava-se que, como elas não podiam falar, não conseguiriam desenvolver a linguagem. Logo, as pessoas surdas eram consideradas incapazes de pensar, portanto, não tinham a capacidade de aprender. Educação Inclusiva 45 Audição é um fator-chave na manutenção de trocas intelec- tuais, mas possivelmente ainda mais importante. A audição dá o sentimento de participação e segurança, e muitos surdos demonstram uma grande agressividade por querer se comu- nicar e não poder ou por não compreender o que os outros lhe dizem. (CAMPBELL, 2009, p. 97) Diante deste contexto, é importante evidenciar que a criança surda precisa do apoio e aceitação dos pais para desenvolver a aprendizagem e a integração social. Campbell (2009) explica que os pais deverão promover um ambiente favorável, isto é, necessário ter compreensão e paciência para repetir incansavelmente as mesmas informações para que a comunicação seja feita de maneira espontânea. Assim, de acordo com a autora, ao chegar à fase da escolarização, a criança já estará apta à inclusão e necessitará cada vez menos dos pais, pois será acompanhada pelo professor e terá contato com os colegas surdos e ouvintes. É importante lembrar da Lei 13.146 (Lei Brasileira de Inclusão da pessoa com Deficiência): Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar: IV – oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade escrita da língua portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas; XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e participação; § 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras a que se refere o inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar o seguinte: Educação Inclusiva 46 I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação básica devem, no mínimo, possuir ensino médio completo e certificado de proficiência na Libras; II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados à tarefa de interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação e pós-graduação, devem possuir nível superior, com habilitação, prioritariamente, em Tradução e Interpretação em Libras. (BRASIL, 2015) Surdo-mudo: apague essa ideia! Embora muito usada, as expressões surdo-mudo ou mudinho, são pejorativas e exemplificam uma visão preconceituosa sobre as pessoas surdas. Os surdos não são mudos, apenas não falam porque não ouvem, mas têm o aparelho fonoarticulatório em plenas condições de funcionamento para produção vocal, se for o caso. Há serviços de reabilitação oral, desenvolvidos por fonoaudiólogos, que têm como objetivo o desenvolvimento da oralidade, caso as pessoas surdas optem por aprender essa modalidade de comunicação (FERNANDES, 2012). Deficiência visual As causas da deficiência visual são diversas, inclusive, podem acontecer antes do nascimento, durante o parto ou durante o crescimento do indivíduo. A criança com deficiência visual precisa do apoio da família para se desenvolver e se tornar independente na fase adulta. Entretanto, ela também precisará de especialistas, médicos e de todas as pessoas que participam da sua criação. Segundo Mosqueira (2012), o professor precisa compreender as causas da deficiência e também conhecer como foi o desenvolvimento dos primeiros anos de vida do aluno, para que ele possa elaborar os planos que contribuirão para a inclusão e a aprendizagem desta criança. Mas, o que é deficiência visual? Campbell (2009, p. 111) define a deficiência visual com “a redução ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho e após a melhor correção óptica possível”. Existem vários graus de acuidade visual, tais como: Educação Inclusiva 47 • a cegueira: perda da visão, em ambos os olhos, de menos de 01 no melhor olho após correção, ou um campo visual não excedente a 20 graus, no maior meridiano do melhor olho, mesmo com o uso de lentes de correção; • visão reduzida: acuidade visual dentre 6/20 e 6/60, no melhor olho, após correção máxima. (CAMPBELL, 2009, p. 111) De acordo com Campbell (2009), como a cegueira representa a perda total ou o resíduo mínimo da visão, a pessoa precisará utilizar o método Braille para leitura e escrita. Além disso, a escola deverá fornecer recursos didáticos e equipamentos especiais para a educação dos estudantes com deficiência visual total. No caso dos estudantes com deficiência visual reduzida, o estudante terá condição de ler impressos, desde que tenha acesso a recursos didáticos adaptados ou utilize equipamentos especiais que permitam a leitura dos mesmos. SAIBA MAIS: Leia o artigo Acessibilidade e inclusão de uma aluna com deficiência visual na escola e na educação física das autoras Jane Márcia Mazzarino, Atos Falkencach e Simone Rissi. Este artigo apresenta uma pesquisa de investigação sobre como as escolas e as aulas de educação física são acessíveis e possibilitam a inclusão de uma aluna com deficiência. O texto está disponível no seguinte endereço: https://bit.ly/39yvNmp. Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) De acordo com Associação Brasileira do Déficit de Atenção - ABDA (2020), TDAH é uma alteração neurológica de causa genética, que surge na infância e acompanha o sujeito durante toda a vida. Os sintomas são: desatenção, inquietude e impulsividade. O sintoma de hiperatividade- impulsividade está relacionado com a dificuldade na escola e também no relacionamento com os colegas, professores, outras crianças e até mesmo com a família. Educação Inclusiva https://bit.ly/39yvNmp 48 As crianças são tidas como “avoadas”, “vivendo no mundo da lua” e geralmente “estabanadas” e com “bicho carpinteiro” ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites. (ABDA, 2020, online) Lima (2009) explica que as crianças hiperativas necessitam aprender a lidar com as regras, a estrutura e os limites da escola. Entretanto, o seu temperamento não se ajusta muito bem com as expectativas da escola. Por isso, que de acordo com a autora, os estudantes com TDAH necessitam de uma atenção maior do professor em relação aos outros estudantes. Isso atrapalha no desenvolvimento escolar das crianças com TDAH, pois para compreender bem a matéria e fazer uma boa prova, uma criança precisa não apenas exibir aptidões que estão sendo avaliadas, mas também possuir a capacidade de ouvir e seguir instruções, prestar atenção e persistir até que a provaseja completada. A criança deve ser capaz de parar para pensar qual seria, entre várias as opções, a melhor resposta possível, portanto, as notas obtidas nas provas de inteligência muitas vezes refletem mais a sua hiperatividade que seu potencial intelectual, portanto as crianças hiperativas também exibem uma variação normal de aptidões intelectuais, a maioria está dentro dos limites médios e algumas, ficam abaixo da média em suas aptidões intelectuais. (LIMA, 2009, p. 18) Educação Inclusiva 49 SAIBA MAIS: Assista aos vídeos a seguir para ampliar o seu conhecimento com relação ao transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, de forma mais dinâmica. Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade: https://bit.ly/31yg3Lx. TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: https://bit.ly/3dfQ2pK. Autismo De acordo com Campbell (2009), o autismo é uma deficiência no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave durante toda a vida do sujeito. O autor explica que os primeiros sintomas aparecem tipicamente aos três anos. Entre esses sintomas podem ser mencionados o comprometimento na interação social, na comunicação e na imaginação. Esse distúrbio ainda surpreende pela diversidade de características que pode apresentar e pelo fato de, na maioria das vezes, a criança autista ter uma aparência totalmente normal. Mesmo depois de transcorridos mais de 60 anos desde que foi descrito pela psiquiatria austríaca Leo Kanner, o autismo ainda não tem suas causas inteiramente esclarecidas. (CAMPBELL, 2009, p. 119) As pessoas com autismo seguem um padrão de atividade e interesses rígidos, repetitivos e comportamento bizarro. Segundo Campbell (2009) isso dificulta o relacionamento entre as mesmas e seu ambiente, pois as diferenças, principalmente as incomuns, inesperadas e bizarras atraem a atenção das pessoas, o que provoca a curiosidade, o temor e a desconfiança. Pessoas com esse distúrbio se comportam como se as outras pessoas não existissem, rejeitam o contato físico, olha através das outras pessoas como se elas não existissem e não reagem a alguém que fale com eles ou os chame pelo nome. Não Educação Inclusiva https://bit.ly/31yg3Lx https://bit.ly/3dfQ2pK 50 demonstram suas emoções, exceto se estiverem bravos ou agitados. Alguns indivíduos permanecem indiferentes ao que ocorre ao seu redor, outros são do tipo esquisito, excêntrico, que se aproxima e interage com as pessoas de forma inadequada, tocando-as, interrompendo-as e agindo de forma dissonante do contexto. Alguns se tornam extremamente passivos, mas amigáveis se a interação é iniciada por outra pessoa. (CAMPBELL, 2009, p. 122) Segundo Campbell (2009), referente às dificuldades de aprendizagem dos estudantes com este distúrbio temos: as dificuldades organizacionais, distração, dificuldade em sequenciar, falta de habilidade em generalizar e padrões irregulares de pontos fortes e fracos. Segundo Campbell (2009, p.121): “embora nenhum destes se aplique à população inteira dos alunos com autismo, estes problemas de aprendizagem são vistos em um grau significativo em uma porcentagem grande destes alunos.” O desenvolvimento de hábitos sistemáticos e rotinas de trabalho tem sido uma estratégia eficaz para minimizar estas dificuldades organizacionais, pois alunos os alunos autistas não param de trabalhar para planejar onde começar e como prosseguir. As dificuldades organizacionais são minimizadas também com as listas de verificação, as programações visuais e as instruções visuais, mostrando concretamente aos alunos autistas o que foi completado, o que precisa ser terminado e como prosseguir. (CAMPBELL, 2009, p. 124) ACESSE: Para saber mais sobre o autismo e a educação, ampliando o seu conhecimento sobre essa temática, sugerimos que você assista ao vídeo Autismo e Educação - Conexão Futura - Canal Futura. Disponível em: https://bit.ly/3rFPy1m. Dislexia e discalculia O que é dislexia? De acordo com Wjansztejn (2005) apud Carvalho e outros autores (2010) a dislexia é um distúrbio neurológico, possivelmente Educação Inclusiva https://bit.ly/3rFPy1m 51 de origem congênita e hereditária, que leva a uma dificuldade específica de leitura escrita. Acomete crianças com inteligência normal, sem déficits sen- soriais e que tenham suposta instrução escolar adequada, mas não é explicada por falta de oportunidade de aprendizado ou distúrbios emocionais. Ou seja, uma criança, para ser conside- rada disléxica não pode ter nenhum distúrbio sensorial, como por exemplo, perda de audição, e nem apresentar problemas de ordem psíquico-emocional. Inicialmente, a dislexia foi iden- tificada pelo estudioso Morgan, em 1986. Desde então, sur- giram várias teorias e definições que propuseram explicar a dislexia. (CARVALHO, et al, 2010, p. 67) De acordo com Carvalho e outros autores (2010), vários pesquisadores tanto da área de saúde como da educação concordam que a dislexia é um reflexo do componente específico do sistema de linguagem, que é o responsável pelo processamento dos sons e da fala. Assim, os autores precitados explicam que a criança lê as palavras, entretanto, não processam as letras e não conseguem atribuir significado às letras. E, por isso, a dislexia não é uma dificuldade que passa despercebida em sala de aula. Como fruto desta dificuldade, o indivíduo disléxico pode apresentar algum problema emocional. Este distúrbio apresenta um quadro observável em crianças, que em determinado estágio de seu desenvolvimento, apresentam alguma inabilidade em determinada função. Estas inabilidades podem se apresentar num grau leve, porém são suficientes para diferenciar determinada criança de um grupo. (CARVALHO, et al, 2010, p. 67) Segundo Carvalho e outros autores (2010) muitos dos indivíduos com dislexia também têm discalculia. Garcia (1998) apud Carvalho e outros autores (2010, p. 69) classifica a discalculia em: • Discalculia verbal - dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações; Educação Inclusiva 52 • Discalculia practognóstica - dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens matematicamente; • Discalculia léxica - dificuldades na leitura de símbolos matemáticos; • Discalculia gráfica - dificuldades na escrita de símbolos matemáticos; • Discalculia ideognóstica – dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos; • Discalculia operacional - dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos. A criança que apresente discalculia, frequentemente, é capaz de realizar cálculos mentalmente, mas possui extrema dificuldade de representar esse cálculo concretamente, escrevendo-o no papel. Essa dificuldade é proveniente do déficit na organização espacial, e também pela dificuldade de seguir sequências. Uma conta, por exemplo, segue uma sequência de números e símbolos que o aluno com discalculia facilmente perde, confundindo o processo para o resultado final. (CARVALHO, et al., 2010, p. 69) ACESSE: Para conhecer mais sobre essa deficiência, recomendamos a leitura do artigo Problemas na educação matemática do ensino fundamental por fatores de dislexia e discalculia dos autores Ana Maria Pessoa de Carvalho, Idalci Reis e Marina Campos Nori. Disponível em: https://bit.ly/31ADVyi. Educação Inclusiva https://bit.ly/31ADVyi 53 RESUMINDO: Chegamos ao final da disciplina Educação Inclusiva! Durante a caminhada na construção do conhecimento você aprendeu muitas coisas que serão fundamentais para sua atuação no sistema educacional do Brasil. Neste último capítulo apresentamos a definição da deficiência de acordo com Organização Mundial de Saúde: “[...]deficiente é todo aquele que tem um ou mais problemas de funcionamento ou falta de parte anatômica, acarretando com isto dificuldades de locomoção, percepção,
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