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Ensaios de 
Antropologia
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Edgar da Silva Gomes
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Identidade e Diferença nas Dinâmicas Culturais
Identidade e Diferença 
nas Dinâmicas Culturais
 
 
• Compreender como o problema das identidades e diferenças aparecem sob a ótica da Antro-
pologia Contemporânea;
• Entender como Foucault elaborou suas noções mais importantes – saber e poder – e suas 
relações com as discussões sobre sexualidade a seu tempo;
• Compreender como a Antropologia Contemporânea assimilou as ideias de Foucault, levan-
do-se em conta as tensões entre dois conceitos que se desdobram das discussões sobre a 
cultura em Antropologia: agência e estrutura.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Introdução;
• Foucault e a Relação Entre Saber e Poder;
• Sexualidade e Política;
• Foucault e um Novo Olhar na Antropologia;
• Agência Versus Estrutura.
UNIDADE Identidade e Diferença nas Dinâmicas Culturais
Introdução
Muitas das discussões produzidas contemporaneamente nas Ciências Sociais dizem 
respeito a dois aspectos da vida social que, embora apareçam frequentemente como 
excludentes, têm se mostrado cada vez mais como passíveis de relação e articulação 
com a questão cultural. São eles: identidade e diferença. Isto é, esses temas, embora 
inicialmente vistos como em polos opostos da vida, têm uma forma de se articular muito 
concretamente dentro de elementos de nossa cultura, tais como música, trabalho, deslo-
camentos espaciais, festas, entre outros aspectos. 
Veremos aqui algumas das discussões tratadas em textos importantes que trabalham 
essas questões. Inicialmente, veremos a relevante contribuição de Michel Foucault para 
os estudos culturais no que diz respeito a uma analítica do poder, tentando mostrar 
como a compreensão desse autor acerca de categorias como raça, gênero, etnia – ou, 
colocando num plano mais concreto, branco e negro, homem, mulher e homossexuais, 
indígenas e europeus –, que geralmente são tratadas como algo essencializado são cons-
truídas dentro de um sistema social que cria o anormal e, assim, o normal.
Michel Foucault (Poitiers, França, 15 de outubro de 1926 — Paris, 25 de junho de 1984), 
foi um importante filósofo e professor da Cátedra de História dos Sistemas de Pensa-
mento no Collège de France, de 1970 a 1984. Todo o seu trabalho foi desenvolvido em uma 
arqueologia do saber filosófico, da experiência literária e análise do discurso. Seu trabalho 
também se concentrou sobre a relação entre poder e governamentalidade, e das práticas de 
subjetivação. Foucault morreu de complicações relacionadas ao vírus da imunodeficiência 
humana (HIV), em 1984.
Posteriormente, colocaremos em foco as possíveis articulações entre identidade e 
diferença nas dinâmicas culturais, isto é, como foi concebida dentro de práticas culturais 
que estão em constante transformação e reelaboração os modos como se é percebido 
dentro de algum grupo ou, ao contrário, o outro como diferente de si, com outras for-
mas de se relacionar com os mesmos objetos ou, por vezes, com objetos diferentes. 
Para tal, tomaremos parte das análises pertinentes de Teresa Caldeira (1998) e Avtar 
Brah (2006) sobre, primeiramente, como os debates epistemológicos acerca da nar-
ratividade etnográfica implicaram numa antropologia que reconhece suas invariáveis 
construções frente a seu objeto como diferença. Em outras palavras, trata-se de mostrar 
de que modo a Antropologia, a partir de debates muito recentes, pôde perceber que 
ela própria, ao narrar sobre algum grupo, estava, na verdade, criando esse grupo, ou 
melhor, criando uma forma de ver o grupo que, embora possua uma correspondência 
real, não é a única forma de concebê-lo. 
Em segundo lugar, veremos como a construção das diferenças toma parte em um 
mesmo debate sobre formas de pensar a identidade, de modo que se reconheça nela, 
simultaneamente, sua unidade e diferença. Dito de outra forma, trata-se de entender 
as formas como as pessoas se reconhecem como parte integrante de um determinado 
grupo e não de outro – mesmo quando imaginamos esse grupo do qual se faz parte 
8
9
como heterogêneo ou incoeso. A ideia aqui é mostrar, antes, que a coesão do grupo se 
relaciona mais com um mesmo tipo de experiência (racismo e homofobia, por exemplo) 
que ocorrem com pessoas muito diferentes entre si.
Por fim, relacionaremos essas questões com as reflexões de Sherry Ortner (2007) 
sobre a possibilidade de agência dos indivíduos dentro da cultura. Tal debate sobre a 
agência diz respeito a um tema caro da Antropologia nos últimos quarenta anos, a saber: 
a relação entre estrutura e agência, entre um sistema fixo de transmissão e difusão de 
práticas sociais e a forma como os indivíduos agem dentro dele e sobre ele para mudá-lo.
Figura 1
Fonte: Getty Images
Foucault e a Relação Entre Saber e Poder
Em Histoire de la sexualité: la volonté de savoir – História da sexualidade: von-
tade de saber –, Foucault (2007) se debruça sobre um objeto que tem sido, há muito 
tempo, alvo dos mais diversos tipos de empreendimento: o sexo. Tanto intelectualmen-
te, no que se refere à produção científica (por meio da Medicina, Demografia e Peda-
gogia), quanto de seus correspondentes concretos imediatos na vida social (por meio 
da polícia e de instituições como hospitais e escolas), o sexo e a sexualidade teriam, 
segundo Foucault (2007), em nossa sociedade, sido um elemento privilegiado dessas 
disputas e saberes.
Aprofundando suas análises anteriores, presentes em, entre outras obras, Surveiller 
et punir (1999) – Vigiar e punir –, nas quais, voltando-se contra concepções legalistas 
de poder, o autor faz a sua crítica a essa noção, principalmente por duas frentes: primei-
ramente, contra a noção de poder soberano, unilateral, afixado na figura de um Estado 
e, em segundo lugar, o poder como interdito, que se exerceria através da repressão de 
certa liberdade. 
Antes de nos atermos à concepção foucaultiana de poder, vejamos um pouco mais 
detidamente as teorias clássicas criticadas pelo autor para entendermos melhor sua crítica.
9
UNIDADE Identidade e Diferença nas Dinâmicas Culturais
Figura 2
Fonte: Getty Images
Figura 3
Fonte: Getty Images
As teorias contratualistas do século XVIII são um dos exemplos dessas teorias clássi-
cas. Propunham o debate do poder como direito que é cedido ao soberano no interior 
de um sistema jurídico-administrativo próprio. Os contratualistas partiam da análise de 
como seriam os grupos humanos antes da existência da sociedade como conhecemos, 
cheia de regras e normas. Esse estado antes da sociedade seria o que eles chamavam de 
estado de natureza.
É importante ressaltar que o estado de natureza não era concebido pelos contratualis-
tas como uma fase que realmente existiu na história humana. Esses filósofos não estão 
fazendo alusão ao período pré-histórico, ou algo do gênero, quando mencionam estado 
de natureza – tratava-se de um recurso retórico, um ponto de partida para se pensar 
como a ordem social e os Estados foram formados.
Jean-Jacques Rousseau (1987), por exemplo, um dos expoentes dessa teoria, defen-
dia que no estado de natureza o homem vivia em harmonia com os outros e com a natu-
reza. Porém, os homens passaram a delimitar o que era seu e de outrem – por exemplo, 
delimitar as terras e dizer que elas eram suas. Nasciam os interesses privados. Segundo 
Rousseau, os homens entraram em acordo, por meio de um contrato social, para defen-
der o interesse de todos. Os bens são protegidos, porém, cada um deve se privar de uma 
parte de sua liberdade em prol de um soberano que governaria para o bem de todos.
Você Sabia?
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi um filósofo, escritor e compositor suíço. Suas 
ideias, especialmente a respeito do pensamento político, tiveram influência decisiva no 
desenvolvimento do movimento iluminista ao redor da Europa, assim como também es-
tiveram por trás das motivações político-filosóficas que levaram à RevoluçãoFrancesa. 
É um dos autores mais importantes para o pensamento social, político, econômico e 
pedagógico modernos.
Fonte: https://bit.ly/35RP7cy
Outra corrente da teoria clássica criticada por Foucault é aquela segundo a qual pos-
suiria o poder quem obtivesse o uso legítimo da violência. Não há aqui um soberano de 
onde emana o poder, mas, sim, um Estado racionalizado, isto é, burocratizado, compar-
timentado, uma verdadeira máquina. Esse Estado não pode ser personificado na figura 
de ninguém. No nosso caso, por exemplo, o presidente não toma decisões sozinho, pois 
depende de todo um aparato político e institucional que dê suporte a suas decisões. Ele 
10
11
se manteria como tal e manteria a ordem social pelo uso da força. O Estado possuiria, 
como diria Weber (2005), o monopólio da violência, pois somente ele tem legitimidade, 
ou seja, poderia, por Lei, fazer o uso dela.
O que Foucault (1999, p. 35) nos mostra é que, primeiramente, “[...] é preciso, em 
suma, admitir que esse poder se exerce mais do que se possui, que ele não é um ‘pri-
vilégio’ adquirido ou conservado da classe dominante, mas o efeito conjunto de suas 
posições estratégicas”. A rigor, esse poder não está em lugar nenhum, não é coisa, ele 
apenas se manifesta nas relações entre agentes. Assim, rompe-se com a unilateralidade 
do poder inscrita nos aparelhos do Estado. Ele se dilui em cada microrrelação dentro da 
sociedade em certas épocas.
Em segundo lugar, é preciso ter em mente que, para Foucault (1999), os mecanismos 
dos quais esse poder se vale são muito mais sutis e eficazes do que simplesmente o uso 
da violência, da força física. A efetividade dessa relação estaria menos ligada ao uso desse 
tipo de força, pois, anterior à repressão, as relações de poder criam seus objetos tanto de 
inclusão, quanto de exclusão, sendo estes, posteriormente, passíveis do uso da violência. 
Motins da varíola em Milwaukee, disponível em: https://bit.ly/3nN922e
Essas relações criam disciplinas para os corpos e assim criam-se identidades como, por 
exemplo, homem e mulher, pobre e rico, negro e branco. São criados sujeitos que se com-
portam segundo as normas por eles partilhadas e reproduzidas, isto é, as normas que são 
ensinadas por todo um mundo social e, assim, reproduzidas de diversas formas por quase 
todos. Cria, por outro lado, o desviante da norma, o louco, criminoso, sodomita, todos com 
uma identidade própria, ditada por essas relações de poder. Identidade desviante que deve 
ser precisada, tratada e, se possível, normalizada. Em outras palavras, usando uma termino-
logia foucaultiana, pode-se dizer que há uma positividade imanente às relações de poder.
É enunciada, desse modo, a existência de outro elemento que não pode ser desvincu-
lado da questão do poder, para Foucault o saber. Nas palavras de Ortega (1999, p. 67), 
“[...] somente através da superação da proibição como modelo explicativo foi possível 
trazer à luz os mecanismos de um complexo saber/poder”. Isto é, quando Foucault per-
cebeu que os mecanismos pelos quais se exerce o poder passam, necessariamente, por 
um “conhecimento” que o corresponda e justifique e que também é, por sua vez, um 
poder, é que ele pôde criar formas de desvendamento da emergência de determinado 
acontecimento. Dessa forma, existe intrincada relação entre saber e poder.
O Hospital da Salpetrière talvez nos ajude a entender essa relação inseparável entre saber 
e poder. Fundado no século XVII, em Paris, era uma mistura entre hospício e prisão, onde 
ao mesmo tempo eram institucionalizados criminosos e desocupados (um tipo criminal da 
época), assim como loucos, prostitutas e pobres que seriam “tratados” por médicos. Na prá-
tica, todos eram prisioneiros do Estado francês e o que dava o aval para suas internações era 
justamente o conhecimento médico dos séculos XVII ao início do XX. Atualmente, o Hospi-
tal da Salpetrière ainda existe, mas funciona como um hospital universitário convencional.
Fonte: https://bit.ly/3bLbrbs
11
UNIDADE Identidade e Diferença nas Dinâmicas Culturais
O saber trata-se, precisamente, desse mecanismo inseparável do poder que, em última 
análise, é a forma como podemos dar sentido a essa relação, isto é, dar-lhe inteligibilidade. 
Ou seja, é nosso modo de perceber essas relações e torná-las alvos de nosso olhar, mesmo 
que essas relações nos passem despercebidas. Sucintamente podemos dizer que, grosso 
modo, por exemplo, se a relação entre um pai e filho é de poder, onde um manda e o 
outro obedece, a forma utilizada pelo pai para fazer com que o filho obedeça, seja usando 
a força, seja apenas conversando, é um saber compartilhado por ambos.
Sexualidade e Política
Se para Foucault (2007) é preciso problematizar os objetos do conhecimento e as 
práticas que os dão sentido, uma vez que, como vimos, esses objetos são criados numa 
relação de poder em um determinado tempo, o autor em Histoire de la sexualité (2007) 
se vê às voltas a um elemento que há muito tempo era objeto de disputas políticas e dos 
mais variados saberes: o sexo.
Visto que o filósofo não podia conceber um poder que fosse necessariamente repres-
sivo, seria necessário problematizar a hipótese corrente à época da repressão da sexua-
lidade, isto é, a ideia de que, sinteticamente, o sexo havia sido suprimido em todo o seu 
potencial biológico para ser enquadrado numa ordem sexual burguesa, onde os silêncios 
sobre os desejos se sobreporiam à realização destes. 
Veja uma entrevista de Michel Foucault de 1981, em que ele fala sobre seu livro, intitulado 
A história da loucura, e muito mais, disponível em: https://youtu.be/yO_F4IH-VqM
Dessa forma, “[...] a análise da hipótese repressiva implicava uma crítica geral à con-
cepção do poder em termos de repressão”. (CASTRO, 2009, p. 398) Ou seja, o exame 
da hipótese de um sexo cujo potencial fora aprisionado em um corpo levava, para 
Foucault (2007, p. 120), a um questionamento mais fundamental acerca da relação entre 
sexo e poder no sentido jurídico: era preciso “[...] pensar, de uma só vez, o sexo sem a 
Lei e o poder sem o rei”. O sexo não poderá mais ser pensado enquanto reprimido, ou 
antes, enquanto uma categoria que nos é pré-existente como um dado empírico inscrito 
em nosso corpo que forçosamente escondemos em nome de uma vida comum social. 
Para Foucault (2007, p. 205) o “sexo” terá outro papel, tornando-se
[...] um ponto imaginário fixado pelos dispositivos da sexualidade. [...] o 
elemento mais especulativo, o mais ideal e o mais interior dentro de um 
dispositivo da sexualidade que o poder organiza em suas capturas sobre 
os corpos, sua materialidade, suas forças, suas energias, suas sensações, 
seus prazeres.
Significa que, para ele, o que entendemos como sexo (tanto no que diz respeito às 
genitais, quanto, principalmente, às práticas que envolvem essas genitais) é, na verdade, 
uma abstração, algo que foi criado muito recentemente em nosso mundo (por volta do 
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século XVII), algo que nem sempre foi visto e pensado desse modo e, inclusive, é consi-
derado diferentemente em outros lugares do mundo atualmente.
Figura 4
Fonte: Getty Images
Dessa forma, Foucault (2005) inscreve o sexo na sexualidade ou, em outras palavras, 
mostra que antes do “sexo” foi preciso existir outro elemento: a sexualidade. Sexo, as-
sim, não é o ponto de partida, como se poderia presumir, mas o elemento especulativo 
necessário ao seu funcionamento. O que esse autor nos está dizendo é que sexo, como 
um objeto empírico, tais como genitais, hormônios etc., não existe sem um investimento 
cultural, uma forma de vermos para ele, delimitá-lo, precisá-lo, normalizá-lo, a que ele 
chama de sexualidade. A isso que, resumidamente, Foucault (2005) denomina disposi-
tivo de sexualidade. Em outras palavras, de Gayle Rubin (1993, p. 4), 
[...] assim como outros aspectos do comportamento humano, as formas 
institucionais concretas da sexualidade a qualquer tempo e lugar são produ-
tos da atividade humana. Elas estão impregnadas de conflitosde interesse 
e manobras políticas, ambos deliberados e incidentais. Nesse sentido, sexo 
é sempre político.
Para concluirmos ao texto de Michel Foucault (2007), é importante que saibamos que 
ao autor lançar mão de uma análise preliminar das alterações estratégicas dos meca-
nismos de poder na sociedade ocidental nos últimos cinco séculos, mostra a passagem 
do “[...] velho direito de fazer morrer ou de deixar viver [...]” para “[...] um poder de fazer 
viver ou de rejeitar à morte [...]”. Isto é, essas mudanças táticas do poder dizem respeito 
à passagem de um poder soberano, que tinha às mãos a possibilidade de matar seus 
súditos conforme fosse necessário e desejável para defender sua soberania, para um 
poder disciplinar, que encontra na gestão da vida particular e pública sua forma mais 
efetiva de ação.
Esse poder sobre vida – ao que o autor chamou de biopoder – teria se desenvolvido 
a partir do século XVII, através, principalmente, de duas formas não concorrentes: as 
disciplinas – constituídas como uma anátomo-política do corpo humano – e os controles 
13
UNIDADE Identidade e Diferença nas Dinâmicas Culturais
reguladores – como uma biopolítica da população (FOUCAULT, 2007). As primeiras 
dizem respeito ao investimento do corpo como máquina através do cálculo de suas ap-
tidões, redirecionamento de suas forças, sua integração a um sistema de controles efica-
zes. Os segundos, formados um pouco mais tarde, dizem respeito a intervenções sobre 
as populações no espaço, por meio do controle de natalidade, da mortalidade infantil, 
da saúde pública etc. (FOUCAULT, 2007).
Foucault e um Novo Olhar na Antropologia
Não se trata aqui de atribuir todas as mudanças que ocorreram efetivamente na 
Antropologia apenas à obra de Foucault. Entretanto, para bem ou mal (ou para além 
de ambos), embora sua morte tenha ocorrido há quase 30 anos, a obra foucaultiana 
continua a possuir potencial crítico indispensável para uma série de debates contempo-
râneos e, sem dúvidas, faz pensar algumas de nossas práticas mais íntimas, ou antes, 
faz perguntar sobre o papel dessas práticas como perpetuadoras de um determinado 
mecanismo que, ainda que não seja estável, reproduza efeitos de dominação. Questiona 
quais operações essas práticas colocam em funcionamento as quais ainda não podemos 
ou conseguimos prescindir.
O que nos é importante aqui, sobre as ideias de Foucault, é entender que, a partir 
dessa concepção que impõe desconfortos aos saberes convencionais, questionando po-
sições naturalizadas, essencializadas, tanto da identidade, quanto da diferença, o autor 
abriu potencial crítico para diversos movimentos sociais e teóricos.
Figura 5
Fonte: Getty Images
Isso porque, se radicalizarmos o que o autor nos apresenta acerca da sexualidade 
e, portanto, das identidades sexuais, poderemos pensar todos os tipos de identidade 
como produzidas no âmbito de relações de poder. Se essas identidades são produzidas 
nesse âmbito, então podemos afirmar, sem medo, que todas as identidades são políticas. 
Elas podem e devem ser questionadas e entendidas no interior de um sistema que as 
14
15
normalize e que cria formas de dizer sobre elas, abrindo pouco espaço para a diferença 
– em resumo, trata-se de entender que as identidades e diferenças estão imersas num 
campo de disputas.
 Uma das ressonâncias dessa concepção pode ser encontrada no artigo de Teresa 
Caldeira (1998), intitulado A presença do autor e a Pós-Modernidade em Antropologia. 
Embora não haja referências especificamente a Foucault, é interessante como a autora 
apresenta as mudanças dos paradigmas nos relatos dos textos antropológicos, perceben-
do, gradativamente, por meio de mudanças teóricas de cada tempo, as formas como os 
etnógrafos criavam narrativas acerca do “nativo”, apresentando-o como figura de alteri-
dade, como alguém fora do normal (nesse sentido, é só lembrarmos das nomenclaturas 
referentes a eles como “selvagens”, ao contrário de nós, ocidentais, “civilizados”).
Para entender melhor como um imaginário sobre a alteridade foi criado, não apenas na An-
tropologia, a dica é ler um livro interessantíssimo chamado Orientalismo, de Edward Said. 
Segundo Caldeira (1998), inicialmente, na Antropologia havia a tentativa de descre-
ver nos mínimos detalhes a cultura de um lugar. Assim, o etnógrafo assumia o papel 
de especialista daquela cultura e porta-voz daquelas pessoas. Nesse caso, o papel de 
autoridade conferida a ele se dava a partir do modo em que ele poderia conhecer deta-
lhadamente o que via – e conhecer, aqui, significava ser possível descrever – e, desse 
modo, ser quem dava ordem às mais caóticas peculiaridades dos “selvagens”. 
Contudo, gradativamente, esse modo de fazer Antropologia foi dando espaço a de-
bates críticos em que se percebeu que o antropólogo também discorria de uma posição, 
em geral, em que enxergava o que a ele parecia importante naquela cultura. Esse ponto 
é importante, pois trata-se da percepção do etnógrafo não como uma pessoa neutra, 
apenas observando, mas alguém que também tem uma história em outra cultura que 
seria impossível dissociar no momento de observar como as pessoas agem em lugares 
completamente diferentes de sua terra natal.
Guerreiros de Dani no festival do vale de Baliem, disponível em: https://bit.ly/3oLBUcn
Acompanhado a esse debate, houve crise também das fontes. Isso porque não ape-
nas o antropólogo possuiria uma posição na observação, como seus informantes (sejam 
eles pessoas ou documentos) também possuem uma posição dentro da própria socieda-
de. Dessa forma, no estudo, entrevistar, por exemplo, um homem ou uma mulher, um 
pai ou irmão, uma pessoa hierarquicamente “superior” ou “inferior”, interferiria radical-
mente nos resultados da pesquisa.
Assim, aponta Caldeira (1998), pouco a pouco os etnógrafos se retiraram das narra-
tivas, dando espaço para que os nativos mesmo falassem e, ao mesmo tempo, deixando 
claro de onde o nativo fala, qual a posição dele na estrutura de poder daquelas sociedades.
Essa noção de que há disputas em torno da produção e reprodução do que se pensa 
sobre algo ou alguém é central também em Diferença, diversidade, diferenciação, de 
15
UNIDADE Identidade e Diferença nas Dinâmicas Culturais
Avtar Brah (2006), embora nesse trabalho ela confira privilégio para formas de pensar 
esse tipo de análise a partir do “diferente”. Isto é, nesse trabalho a autora reflete como 
é possível articular diferença e identidade.
Para Brah (2006), nesse artigo, ao fazer uma revisão nos debates feministas, volta-se 
para uma compreensão mais sofisticada da ideia de diferença nos movimentos sociais e, 
ao mesmo tempo, para um exame crítico dos diversos essencialismos a que esses mo-
vimentos estiveram submetidos. Desse modo, apresenta como essas diferenças, dentro 
de um mesmo movimento contestatório (no caso dela, o feminista), constituídas como 
essenciais, fixas e em oposição umas às outras, podem ser vistas “[...] como campos 
historicamente contingentes de contestação dentro de práticas discursivas e materiais” 
(BRAH, 2006, p. 331).
Assim, Brah (2006) inicia a sua exposição tratando da categoria “negro” que, na 
Grã-Bretanha do Pós-Segunda Guerra Mundial, abarcava tanto africanos-caribenhos, 
quanto sul-asiáticos, ou seja, pessoas com características físicas pouco equivalentes, mas 
que, no entanto, eram identificadas igualmente como “niggers”. 
Figura 6
Fonte: Getty Images
Figura 7
Fonte: Getty Images
Segundo ela, a construção da identidade desse grupo se deu, primeiramente, atra-
vés da raça como princípio produtor de alteridade; em outras palavras, “raça” foi o cri-
tério para estabelecer quem era inglês e quem não o era. Desse modo, “racializou-se” 
classe e gênero em torno de uma “não brancura”. Assim, embora a incidência dessa 
racialização não tenha sido igual naquele conjunto heterogêneo de pessoas (africanos-
-caribenhos e sul-asiáticos), enfrentavam experiências comuns de exclusão e/ou discri-
minação (BRAH, 2006). 
O conceitode “negro”, portanto, tornou-se uma categoria política para aqueles que 
eram alvos desse tipo de preconceito, unindo-os em torno de um mesmo movimento 
que lutava por um mesmo objetivo. Em outras palavras, esse conceito “[...] constituiu um 
sujeito político inscrevendo a política de resistência contra racismos centrados na cor” 
(BRAH, 2006, p. 333). 
Entretanto, o que estava em jogo era a articulação de um conceito – o de “negro” – 
constitutivo de uma identidade que, embora se apresente de modo coeso, como uma 
unidade, não deve ser visto em termos essencialistas. Segundo Brah (2006), as dinâ-
micas internas desse grupo no período pós-Segunda Guerra Mundial não negavam as 
diferenças culturais entre os grupos, mas o princípio que os organizavam dentro da prá-
tica política era a luta contra o racismo. E mais: esse processo mesmo de reorganização 
16
17
em torno de um objetivo comum, isto é, a forma como grupos heterogêneos adquirem 
novas funções em um conjunto, dita os diferentes resultados políticos e as estratégias 
que precederam esses resultados.
Importante!
Para Avtar Brah (2006) algumas identidades não são produzidas pelas semelhanças en-
tre aqueles que partilham dela, mas sim nas afinidades que se formam por uma mesma 
situação de preconceito e exclusão. 
A crítica da autora a essa concepção essencializada de categorias sociais apresenta 
ainda outra nuance importante: para ela a análise de uma categoria de diferença deve 
ser inscrita num quadro geral produtor dessas diferenças. Em outras palavras e de modo 
parecido a Foucault, as diferenças devem ser pensadas no interior de um sistema que 
produz e reproduz desigualdades. 
A questão, portanto, passa, de modo semelhante ao aporte crítico contemporâneo 
no artigo de Caldeira (1998), de “qual diferença?”, para “[...] quem define a diferença, 
como categorias [...] são representadas dentro do discurso da ‘diferença’ e se a ‘diferença’ 
diferencia lateral ou hierarquicamente” (BRAH, 2006, p. 358) . Em outras palavras, é 
necessário que se coloque em questão o que Ortner (2007) apresenta como a relação 
entre agência, cultura e poder.
Agência Versus Estrutura
Para Ortner (2007b) na análise das dinâmicas sociais durante muito tempo foi deixado 
de lado o aspecto da ação. Em fins da década de 1970, os três grandes paradigmas no 
cenário antropológico eram: o interpretativismo, cujo maior representante era Clifford 
Geertz; o economicismo político marxista de, não apenas, mas principalmente, Eric 
Wolf; e o estruturalismo lévistraussiano. Para a autora, essas teorias tendiam a privile-
giar o aspecto coercitivo do mundo social. 
Em resposta a essas teorias, autores representantes do interacionismo como, destaca-
damente, Goffman, propuseram outra abordagem de análise que foi, como Ortner (2007b) 
denomina, uma teoria da ação. Assim, colocavam a questão da agência dos indivíduos 
em relação às estruturas, destacando interações interpessoais, deixando praticamente de 
lado as coerções estruturais, mas ainda assim mantendo a oposição ação/estrutura. 
Você Sabia?
Erwing Goffman (1922-1982) foi um sociólogo, psicólogo social e escritor canadense. Foi 
considerado o sociólogo norte-americano mais importante do século XX. Suas áreas de 
estudos se concentravam na sociologia do cotidiano, no interacionismo simbólico, na cons-
trução social da personalidade e em como organizações sociais enquadram a experiência 
social. Sua obra mais conhecida é A representação do eu na vida cotidiana, de 1956.
17
UNIDADE Identidade e Diferença nas Dinâmicas Culturais
Assim, Ortner (2007a) se propõe a analisar a agência, isto é, a possibilidade de ação 
dos indivíduos, de uma nova forma, a saber, inserindo essa possibilidade de ação de su-
jeitos em um campo de desigualdades, assimetrias e forças sociais. Dessa forma, segun-
do ela, a agência é uma capacidade humana culturalmente construída, de modo que os 
atores, assimetricamente empoderados, têm as suas possibilidades de ação influenciadas 
quanto ao seu tipo e extensão, de acordo com o lugar que ocupam numa relação de 
poder. Em outras palavras, trata-se de entender o lugar que determinado sujeito ocupa 
na sociedade como, por exemplo, hierarquicamente superior ou inferior, com maior ou 
menor poder econômico, homem, mulher ou homossexual etc.
Nesse sentido, é preciso entender que a relação entre agência e poder não é neces-
sariamente inscrita na dualidade dominação-resistência. Para Ortner (2007a) deve ser 
complexificada para abarcar jogos que podem ser contraditórios em relação à agência 
de poder, mas que esteja de pleno acordo com projetos culturais. Aqui vale se ater um 
pouco mais: por projetos culturais a autora chama essa estrutura social que nos imputa 
alguns limites e nos diz o que é normal e o que não o é, o que pode e o que não pode 
ser feito.
Assim, Ortner (2007a) nos mostra que precisamos fugir do binarismo dominador-
-dominado, pois, segundo ela, mesmo que o sujeito esteja em situação de “dominar”, 
eventualmente alguns “projetos culturais” acabam sendo mais importantes do que essa 
“dominação” e, assim, ele cede. O que está em jogo aqui é conciliar numa mesma aná-
lise estrutura (projetos culturais) e agência (ação interessada dos sujeitos).
Figura 8
Fonte: Getty Images
Figura 9
Fonte: Getty Images
Percebemos, portanto, que a questão mesma da identidade se insere no debate sobre 
a agência na medida em que, como afirma Sovik (2009, p. 15), a “[...] identidade é um 
lugar que se assume, uma costura de posição e contexto”, isto é, é o lugar em que se co-
loca o indivíduo de acordo com as suas possibilidades de ação em um tempo específico, 
dentro de um determinado grupo que, embora seja composto de um conjunto de atores 
heterogêneos, une-se em torno de uma identidade de modo a garantir força política 
estratégica para embates maiores no campo da cultura.
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Em Síntese
A relação entre produção das identidades e diferenças continua em aberto. Por muito 
que Foucault e os outros autores aqui apresentados tenham contribuído de forma sig-
nificativa para o aprofundamento da discussão, ainda há muito o que fazer e muito a 
ser pensado e repensado. Isso porque, quando se trata das dinâmicas culturais, como o 
próprio termo dinâmica pode sugerir, nada é estática. 
O motivo disso está em se tratar, em todos os casos de identidade e, portanto, diferença, 
de processos em constante mudança e, por isso mesmo, em necessária reelaboração. 
Isto é, as lutas concretas dos diversos movimentos sociais mostram, o tempo todo, no-
vos grupos que são deixados de lado e, por isso, é fundamental que estejamos sempre 
reformulando nossas formas de pensar sobre os que são excluídos e o que faz com que 
outros sejam incluídos.
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UNIDADE Identidade e Diferença nas Dinâmicas Culturais
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Filmes
As sufragistas
Dir. Sarah Gavron. Reino Unido, 2015.
No início do século XX, após décadas de manifestações pacíficas, as mulheres ain-
da não possuem o direito de voto no Reino Unido. Um grupo militante decide coor-
denar atos de insubordinação, quebrando vidraças e explodindo caixas de correio, 
para chamar a atenção dos políticos locais à causa. Maud Watts (Carey Mulligan), 
sem formação política, descobre o movimento e passa a cooperar com as novas 
feministas. Ela enfrenta grande pressão da polícia e dos familiares para voltar ao 
lar e se sujeitar à opressão masculina, mas decide que o combate pela igualdade de 
direitos merece alguns sacrifícios.
https://youtu.be/R8le4sZHRdE
Filadélfia
Dir. Jonathan Demme. Estados Unidos, 1993.
Andrew Beckett (Tom Hanks) é um promissor advogado que trabalha para um 
tradicional escritório da Filadélfia. Após descobrirem que ele é portador do vírus 
da AIDS, Andrew é demitido da empresa. Ele contrata os serviços de Joe Miller 
(Denzel Washington), um advogado negro que é homofóbico. Durante o julgamen-
to, este homem é forçado a encarar seus próprios medos epreconceitos.
https://youtu.be/uv-5se01Apg
Me chame pelo seu nome
Dir. Lucas Guadagnino. Itália; Estados Unidos; Brasil; França, 2017.
O sensível e único filho da família americana com ascendência italiana e francesa 
Perlman, Elio (Timothée Chalamet), está enfrentando outro verão preguiçoso na casa 
de seus pais na bela e lânguida paisagem italiana. Mas tudo muda quando Oliver 
(Armie Hammer), um acadêmico que veio ajudar a pesquisa de seu pai, chega.
https://youtu.be/7yCwv8FjidU
Milk: a voz da igualdade
Dir. Gus Van Sant. Estados Unidos, 2008.
Início dos anos 70. Harvey Milk (Sean Penn) é um nova-iorquino que, para mudar 
de vida, decidiu morar com seu namorado Scott (James Franco) em San Francisco, 
onde abriram uma pequena loja de revelação fotográfica. Disposto a enfrentar a 
violência e o preconceito da época, Milk busca direitos iguais e oportunidades para 
todos, sem discriminação sexual. Com a colaboração de amigos e voluntários (não 
necessariamente homossexuais), Milk entra numa intensa batalha política e conse-
gue ser eleito para o Quadro de Supervisor da cidade de San Francisco em 1977, 
tornando-se o primeiro gay assumido a alcançar um cargo público de importância 
nos Estados Unidos.
https://youtu.be/kOCx5Bht9io
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Referências
BRAH, A. Diferença, diversidade, diferenciação. Cadernos Pagu, n. 26, jun./jul. 2006.
CALDEIRA, T. A presença do autor e a Pós-Modernidade em Antropologia. Novos 
Estudos Cebrap, São Paulo, n. 21, p. 133-157, 1998.
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tica, 2009.
FOUCAULT, M. La volonté de savoir. Paris: Gallimard, 2007.
________. Surveiller et punir. Paris: Gallimard, 1999.
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________. Uma atualização da teoria da prática. In: GROSSI, M. P.; ECKERT, C.; FRY, 
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WEBER, M. Três tipos de poder e outros escritos. Lisboa: Tribuna da história, 2005.
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