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Ciclo Formativo CPOP Palestrante: Ursula Dias Peres – EACH/USP CONCEITOS GERAIS DE GESTÃO PÚBLICA A Gestão Pública se incumbe da organização, processo decisório de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas de competência do Estado; Esta é gerida por um corpo de recursos humanos contratados pelo Estado com tal finalidade, conduzidos por um núcleo político eleito para assumir os governos de cada esfera administrativa. O QUE É GESTÃO PÚBLICA Ao pensar a gestão pública é importante diferenciar Estado, governos, aparelho de Estado e Instituições do Estado. Estado – Entidade maior que estrutura uma nação; Governo – São núcleos de representantes eleitos para executar tarefas concernentes às funções públicas; Aparelho de Estado – Organizações, compostas de estruturas administrativa de carreira ou não que são incumbidas dos processos concernentes às funcões públicas; Instituições – Princípios e Regras estabelecidos que determinam/normatizam o comportamento das organizações e agentes (Constituições, Leis, Portarias, Estatutos, além das regras informais). O QUE É GESTÃO PÚBLICA CF, Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. Responsabilidades compartilhadas entre governos locais, regionais e nacional. Soberania nacional expressa na Constituição Federal. Descentralização e autonomia administrativa e financeira de estados e municípios. ESTRUTURA DO ESTADO BRASILEIRO Poder Executivo Poder Legislativo Poder Judiciário e Ministério Público DIVISÃO DE PODERES – FREIOS E CONTRAPESOS Administração direta – Órgãos e Unidades da Administração Pública como Ministérios, Secretarias, Departamentos, entre outros Administração Indireta – Autarquias, Fundações, Empresas Públicas APARELHO DO ESTADO Direta – Prestação direta de serviços públicos por meio de órgãos da administração direta ou indireta Indireta – Contratação de serviços públicos para serem prestados à população por meio de concessionários, organizações sociais, empresas privadas, entre outros Regulação – Controle de setores do mercado com a função de garantir equilíbrio, isonomia e bem-estar social. FORMAS DE ATUAÇÃO DO ESTADO Adm. Pública Patrimonial Adm. Pública Burocrática Adm. Pública Gerencial Para onde vamos? Indefinição dos limites entre o público e o privado Separação entre política e administração Desconcentração do Estado; reestruturação administrativa; inserção de novos atores; descentralização responsabilização. Novas formas e modelos de IPs Controle político Controle dos processos Controle dos resultados Cruzamento de vários tipos de controles; Controle social Opacidade e ausência de responsabilização/ accountability Publicidade dos atos; Accountability horizontal Accountability vertical e horizontal Accountability democrática Specie (2015) Farah (2011), Loureiro e Abrucio (2007), EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO E DA GESTÃO PÚBLICA CF, Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de: Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência e, também, ao seguinte: PRINCÍPIOS II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; PRINCÍPIOS IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica , observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; XXI - ressalvados os casos especif icados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualif icação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. PRINCÍPIOS CF, Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; PAPEL DOS MUNICÍPIOS VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; IX - promover a proteção do patrimônio histórico- cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. PAPEL DOS MUNICÍPIOS Grandes Mudanças nas últimas décadas: Constituição Federal de 1988 Processos Participativos Plano Real e Endividamento dos Entes Subnacionais Lei de Responsabilidade Fiscal Municipalização em Novo Contexto Controle - Transparência e Accountability Lei de Acesso à Informação GESTÃO PÚBLICA BRASILEIRA Espaços Constitucionais – Plebiscito, Referendo, Iniciativa Popular e Audiências Públicas Conselhos, Comitês, Orçamento Participativo e outros A experiência da Saúde A estruturação e sistematização dos Conselhos de Políticas Públicas CF88 E OS ESPAÇOS PARTICIPATIVOS A Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece um novo paradigma em termos de controle do Estado Brasileiro, em especial o financeiro e de endividamento de Estados e Municípios; Contexto de reforma internacional da Adm. Pública Gerencial; Foco nas despesas de pessoal e dívida; Aumento da transparência das informações orçamentárias; Empoderamento dos Organismos de Controle Externo e Interno. GESTÃO PÚBLICA E LRF Anos 1990 - Nova Administração Pública (Nem Public Management) Ajuste fiscal como foco; Descentralização como vetor de economicidade e eficiência; Novos atores na prestação de serviços – Terceirizações; Contratualizações. (Bresser-Pereira 1996) MUNICIPALIZACÃO EM NOVO CONTEXTO Problematizando: Governo Federal processo de formulação e problemas de coordenação federativa Municípios Papel central da municipalidadena implementação das políticas públicas Os municípios passam a ser o locus da implementação das políticas públicas por dois vetores: descentralização democrática descentralização financeira (pauta da NAP) (Arretche 2004) MUNICIPALIZACÃO EM NOVO CONTEXTO Prefeitos - premidos por várias agendas: Fiscal/financeira – LRF Gastos sociais contingenciados Processo orçamentário Há espaço para inovação? Implementação da agenda de participação nos municípios é ao mesmo tempo um desafio e uma necessidade neste contexto promover intersetorialidade e transversalidade. (Leite e Peres 2011; Peres e Granado 2010) MUNICIPALIZACÃO EM NOVO CONTEXTO Sistemas de Informação (SIAFI, SIAFEM, e outro) Controle Inflacionário Leis sobre Processo Orçamentário Lei de Responsabilidade Fiscal Portais de Transparência Lei de Acesso à Informacão GESTÃO PÚBLICA E TRANSPARÊNCIA Significados/canais da participação: Informação Consulta pública (Individual ou coletiva) Audiências Públicas Construção Coletiva Deliberacão , outros… GESTÃO PÚBLICA E PARTICIPAÇÃO GESTÃO PÚBLICA E PARTICIPAÇÃO Composição do CPOP *Obs.: São 106 suplentes Recursos Públicos oEndividamento oQuestão Federativa Recursos Humanos Tecnologia da Informação Coordenação, Integração e Transversalidade Sistematização de Políticas Públicas e Conflito Distributivo IMPLEMENTAÇÃO – OS DESAFIOS DA GESTÃO PÚBLICA EM SÃO PAULO ARRETCHE, Marta. (2004) Federal ismo e pol ít icas sociais no Brasi l : problemas de coordenação e autonomia. Revista São Paulo em Perspectiva, Junho de 2004, vol .18, nº 2, p.17 -26. http://www.scielo.br/pdf/spp/v18n2/a03v18n2.pdf BARRETO JÚNIOR, Ir ineu Francisco e SILVA, Zi lda Pereira da. (2004) Reforma do Sistema de Saúde e as novas atribuições do gestor estadual. Revista São Paulo em Perspectiva, Setembro 2004, vol .18, no.3, p.47 -56. http://www.scielo.br/pdf/spp/v18n3/24778.pdf BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Da administração pública burocrática à gerencial . 1996. www.enap.gov.br DAGNINO, E. Anos 90: Polít ica e Sociedade no Brasi l . São Paulo: Brasi l iense, 1994 (destaque para textos da Ruth Cardoso, Vera da Si lva Tel les e a própria Dagnino). FARIA, Carlos Aurél io Pimenta. A pol ít ica da avaliação de polít icas públicas. Revista Brasi leira de Ciências Sociais. Vol . 20 nº. 59 outubro/2005. http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v20n59/a07v2059.pdf REFERÊNCIAS L E I T E , C r i s t i a n e K e r c h e s d a S i l v a ; P E R E S , U r s u l a D i a s ( 2 0 1 1 ) . L e i d e R e s p o n s a b i l i d a d e F i s c a l , F e d e r a l i s m o e P o l í t i c a s P ú b l i c a s : U m B a l a n ç o C r í t i c o d o s I m p a c t o s d a L R F n o s M u n i c í p i o s B r a s i l e i r o s . I n : C U N H A, A . S . ; M E D E I R O S , B . A ; A Q U I N O , L . M . C . . ( O r g . ) . E s t a d o , I n s t i t u i ç õ e s e D e m o c r a c i a : R e p ú b l i c a . 1 a . e d . B r a s í l i a : I P E A , v . 1 , p . 2 1 3 - 2 4 8 . L I N D B L O M , C h a r l e s E . M u d d l i n g t h r o ug h 2 : a u b i q ü i d a d e d a d e c i s ã o i n c r e m e n t a l . I n : H E I D EM AN N , F r a n c i s c o G . ; S A L M , J o s é F r a n c i s c o ( O r g . ) . P o l í t i c a s p ú b l i c a s e d e s e n v o l v i m e n t o : b a s e s e p i s t e m o l ó g i c a s e m o d e l o s d e a n á l i s e . B r a s í l i a : E d . d a U n B , 2 0 0 9 . L O T T A , G . S . O p a p e l d a s b u r o c r a c i a s d e n í v e l d e r u a n a i m p l e m e n t a ç ã o d e p o l í t i c a s p ú b l i c a s : e n t r e o c o n t r o l e e a d i s c r i c i o n a r i e d a d e . F A R I A , C . A . P . ( o r g . ) I m p l e m e n t a ç ã o d e p o l í t i c a s p ú b l i c a s : t e o r i a e p r á t i c a . B e l o H o r i z o n t e : E d . P U C M i n a s , 2 0 1 2 . L O T T A , G a b r i e l a S p a n g h e r o ; P I R E S , R o b e r t o R o c h a C . ; O L I V E I R A , V a n e s s a E l i a s . B u r o c r a t a s d e M é d i o E s c a l ã o : n o v o s o l h a r e s s o b r e v e l h o s a t o r e s d a p r o d u ç ã o d e p o l í t i c a s p ú b l i c a s . R e v i s t a d o S e r v i ç o P ú b l i c o , v . 6 5 , n . 4 , p . 4 6 3 - 4 9 2 , 2 0 1 4 . h t t p : / / re p o s i t o r i o . e n a p . g o v . b r / h a n d l e / 1 / 1 8 3 6 M A R Q U ES , E . A s p o l í t i c a s p ú b l i c a s n a c i ê n c i a p o l í t i c a . I n : M A R Q U ES , E . e F A R I A , C . ( o r g . ) . A p o l í t i c a p ú b l i c a c o m o c a m p o m u l t i d i s c i p l i n a r . S ã o P a u l o , E d i t o r a U n e s p , 2 0 1 3 . M E N I C U C C I , T e l m a M a r i a G o n ç a l v e s . O S i s t e m a Ú n i c o d e S a ú d e , 2 0 a n o s : b a l a n ç o e p e r s pe c t i v a s . C a d . S a ú d e P ú b l i c a [ o n l i n e ] . 2 0 0 9 , v o l . 2 5 , n . 7 , p p . 1 6 2 0 - 1 6 2 5 . h t t p : / / w w w . s c i e l o . b r / p df / c s p / v 2 5 n 7 / 2 1 . p df P E R E S , U . D . G R A N A D O , A . ( 2 0 1 0 ) R e f o r m a T r i b u t á r i a : A s p e c t o s I m p o r t a n t e s a c e r c a d a F e d e r a ç ã o , A t r i b u i ç ã o d o s E n t e s e o F i n a n c i a m e n t o d a A ç ã o P ú b l i c a , I n R e f o r m a d o e s t a d o b r a s i l e i r o : p e r s pe c t i v a s e d e s a f i o s . K o n r a d - Ad e n a u e r - S t i f t u n g . REFERÊNCIAS De sua experiência recente ou anterior como cidadão, conselheiro ou outros cargos que por ventura tenha ocupado na estrutura da administração pública municipal, que aspectos lhe parecem trazer mais dificuldades à participação, à tomada de decisão coletiva e ao controle externo; Você sente no período recente que há mais facilidade para ter informações sobre a Administração Pública? Por quê? E para dar sua opinião, realizar sua demanda, ou outras ações? Refletindo sobre a estrutura da Adm Pública municipal, que alterações lhe parece que facilitariam o trabalho do conselheir@? EXERCÍCIO PARA REFLEXÃO EM GRUPOS DE 5 OU 6 PESSOAS
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