Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Comportamento de consumo 2a edição Daniel Kusters CO M PO RT AM EN TO D E CO NS UM O A Série Universitária foi desenvolvida pelo Senac São Paulo com o intuito de preparar profissionais para o mercado de trabalho. Os títulos abrangem diversas áreas, abordando desde conhecimentos teóricos e práticos adequados às exigências profissionais até a formação ética e sólida. Comportamento de consumo tem como objetivo estudar o processo decisório de compras. Os temas principais do livro são os fatores internos e situacionais e as etapas percorridas pelos consumidores nesse processo. Além disso, a obra aborda os aspectos relacionados ao comportamento de consumo no ambiente digital, o papel das mídias sociais, a experiência de compra on-line e as tendências primordiais nesse contexto. Por fim, a publicação também fornece um estudo do comportamento do consumidor corporativo. Dessa forma, a leitura proporciona uma visão integral dos temas essenciais relacionados ao comportamento do consumidor para os profissionais de diversas áreas de negócios, como marketing, comunicação, vendas e administração. SÉRIE UNIVERSITÁRIA Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Simone M. P. Vieira – CRB 8a/4771) Kusters, Daniel Comportamento de consumo / Daniel Kusters. – 2ª Ed – São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2023. (Série Universitária) Bibliografia. e-ISBN 978-85-396-5170-2 (ePub/2023) e-ISBN 978-85-396-5169-6 (PDF/2023) 1. Marketing 2. Comportamento do consumidor 3. Marketing de conteúdo 4. Consumo de informação 5. Funil de compras 6. Experiência de compra I. Título. II. Série. 23-1913g CDD – 658.8 658.83 BISAC BUS043000 BUS016000 Índice para catálogo sistemático: 1. Marketing 658.8 2. Comportamento do consumidor 658.83 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . COMPORTAMENTO DE CONSUMO Daniel Kusters 2a edição M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Luiz Francisco de A. Salgado Superintendente Universitário e de Desenvolvimento Luiz Carlos Dourado M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Editora Senac São Paulo Conselho Editorial Luiz Francisco de A. Salgado Luiz Carlos Dourado Darcio Sayad Maia Lucila Mara Sbrana Sciotti Luís Américo Tousi Botelho Gerente/Publisher Luís Américo Tousi Botelho Coordenação Editorial Ricardo Diana Prospecção Dolores Crisci Manzano Administrativo Verônica Pirani de Oliveira Comercial Aldair Novais Pereira Coordenação de Arte Antonio Carlos De Angelis Coordenação de E-books Rodolfo Santana Coordenação de Revisão de Texto Janaina Lira Acompanhamento Pedagógico Otacília da Paz Pereira Designer Educacional Flaviana Neri Revisão Técnica Alessandro Mancio de Camargo Preparação e Revisão de Texto Cibele Machado Projeto Gráfico Alexandre Lemes da Silva Emília Corrêa Abreu Capa Antonio Carlos De Angelis Editoração Eletrônica e Ilustrações Alexandre Raphael de Albuquerque Brito Dhiego Lucio dos Santos de Almeida Gabriel Dantas Arrais Imagens Adobe Stock Photos Proibida a reprodução sem autorização expressa. Todos os direitos desta edição reservados à Editora Senac São Paulo Av. Engenheiro Eusébio Stevaux, 823 – Prédio Editora – Jurubatuba – CEP 04696-000 – São Paulo – SP Tel. (11) 2187 4450 editora@sp.senac.br https://www.editorasenacsp.com.br © Editora Senac São Paulo, 2023 Sumário Capítulo 1 Fatores de influência do comportamento do consumidor, 7 1 Influências culturais e históricas, 8 2 Influências sociais e familiares, 12 3 Influências comportamentais e psicológicas, 15 4 A persona, 25 Considerações finais, 27 Referências, 27 Capítulo 2 O processo de decisão de compra, 29 1 Etapas e ciclo de compras, 30 2 Tipos de processos de decisão, 36 3 O processo familiar de compra, 42 Considerações finais, 45 Referências, 45 Capítulo 3 O consumo de informação em mídias e redes sociais, 47 1 Influência do conteúdo digital nas decisões de compra, 48 2 Publicidade e marketing de conteúdo, 55 3 O poder e o papel dos influenciadores digitais, 64 Considerações finais, 65 Referências, 65 Capítulo 4 Funil de compras, 67 1 A jornada de compras do consumidor, 68 2 O funil de marketing – etapas e conceitos, 73 3 A jornada de compras do consumidor digital (jornada do usuário), 77 Considerações finais, 79 Referências, 80 Capítulo 5 Fatores situacionais e lojas-conceito, 81 1 Gatilhos, contextos de compra e predisposições, 82 2 Marketing sensorial, 83 3 Localização da loja, 86 4 Ambiente e layout, 93 5 Lojas-conceito, 97 Considerações finais, 98 Referências, 99 Capítulo 6 A experiência de compra, 101 1 Mapeando a experiência de compra e de consumo, 102 2 Etnografia e antropologia do consumo, 107 3 Big Data e pesquisas de mercado, 109 4 Satisfação do consumidor, 113 Considerações finais, 115 Referências, 115 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 6 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Capítulo 7 Tendências, 117 1 O consumidor omnichannel, 118 2 Novas formas de consumo e sustentabilidade, 124 3 O consumidor global, 129 4 Cenários e tendências para os próximos anos, 130 Considerações finais, 135 Referências, 135 Capítulo 8 A compra B2B, 137 1 Mercado organizacional, 138 2 Tipos de compra, 142 3 Processo de decisão e compra B2B, 144 4 Principais influências, 146 Considerações finais, 147 Referências, 148 Sobre o autor, 151 7 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 1 Fatores de influência do comportamento do consumidor O estudo do comportamento do consumidor busca compreender os fatores que estimulam e interferem nas decisões de compra dos indiví- duos e das empresas. Esse conhecimento é essencial para que as em- presas possam traçar estratégias para que os consumidores decidam pela compra dos produtos e se relacionem com as marcas. Esse é um campo de estudo do marketing que contempla uma série de teorias de disciplinas como sociologia, antropologia, biologia, psicologia, entre ou- tras queestudam o comportamento humano. Nesse sentido, o comportamento do consumidor é a ciência que es- tuda como os consumidores buscam valores ao tentar lidar com suas necessidades reais. 8 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Aprender sobre o comportamento do consumidor irá ajudar você não somente a entender os fatores que influenciam as compras para usá-los em ações de marketing, questões cotidianas de um profissional da área envolvem, entre outros fatores, descobrir como atrair e levar o consumidor à ação de compra, torná-lo um cliente fiel e, de preferência, falar bem da empresa nas redes sociais e pessoalmente. Conhecer tais conceitos sobre o comportamento do consumidor fará bastante diferença na formação acadêmica de estudantes de marke- ting e na tomada de decisões, seja trabalhando para alguma empresa ou mesmo para o próprio negócio. Você vai poder aplicar esses con- ceitos no contexto atual, em que a interação digital assume a dianteira nas relações de consumo. Boa parte das reflexões e exemplos citados nesta disciplina têm como objetivo uma maior compreensão do com- portamento do consumidor no contexto digital. Além dos profissionais de marketing, outros também se benefi- ciam desse aprendizado, por exemplo: os governantes, que tomam decisões de políticas públicas sabendo quais as suas influências na população; os médicos, que passam a entender melhor como seus pacientes se relacionam com o mundo ao redor; ou os vendedores, que usam esse conhecimento para melhorar seus argumentos, entre outros inúmeros profissionais. Neste capítulo conheceremos algumas influências sobre o compor- tamento, tais como: influências culturais e históricas, sociais, familiares e psicológicas. Por fim, falaremos sobre o conceito de persona, sua im- portância para o marketing, principalmente o digital, e suas diferenças em relação ao conceito de público-alvo. 1 Influências culturais e históricas A cultura pode ser definida como a acumulação de valores, crenças, costumes, conhecimento, conceitos, preferências e gostos passados 9Fatores de influência do comportamento do consumidor M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. de uma geração para a outra em uma sociedade (SAMARA; MORSCH, 2005, p. 55). Entender o componente da cultura é determinante para compreender o comportamento dos indivíduos. Os fatores culturais es- tão relacionados a um conjunto de elementos que vão caracterizar uma cultura específica. O conjunto de elementos que caracteriza os fatores culturais está representado na figura 1. Figura 1 – Elementos da cultura Crenças e superstições Idioma Mitos CostumesRituais Normas Objetos e artefatos Cultura Fonte: adaptado de Samara e Morsch (2005). 10 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Os valores referem-se ao que o indivíduo – no nosso caso, o con- sumidor – dá importância e o que se torna referência, como trabalho, relacionamentos, criatividade e alegria. Os valores culturais ou sociais são aqueles partilhados por grupos de pessoas, enquanto os valores pessoais referem-se às metas e aos comportamentos dos indivíduos. Entretanto, é muito difícil estabelecer uma linha divisória, já que valores sociais, como família, religião ou na- cionalidade, estão intimamente relacionados aos nossos valores e me- tas pessoais (SAMARA; MORSCH, 2005, p. 55). Por exemplo, o valor de iniciar uma família pode ser representado, para muitos, pelo matrimônio. Quanto maior o valor dado ao casamen- to, maior será o interesse e a disposição dos consumidores e mesmo familiares. Do mesmo modo, escolher uma profissão, entrar para uma faculdade, fazer um curso de pós-graduação também são formas de consumo de quem valoriza o mérito, a conquista e até um novo posicio- namento social ligado a valores pessoais e sociais. As crenças e superstições estão ligadas aos valores e podem ser traduzidas naquilo que o indivíduo, em um contexto cultural, acredita ou não. A fé e a religião são exemplos visíveis das crenças manifestadas de forma diferente, dependendo da cultura e religião do país. Um exemplo disso é a constante visita de pessoas religiosas ao Santuário de Nossa Senhora de Aparecida, no interior de São Paulo, com a finalidade de pa- gar promessas. Todo um contexto de consumo surge dessa crença e superstição. Hotéis, agências de turismo, presentes, serviços de trans- porte, entre outros, são criados em função desse fluxo de visitantes. Os mitos podem ser considerados referências para certos compor- tamentos de compra. Eles desempenham o papel de reforçar quais valores, crenças e superstições devem ser seguidos. Pessoas associa- das a algo valorizado, como um casal de sucesso, com filhos lindos e saudáveis e uma vida confortável, podem servir como referência de consumo. Se esse casal opinar sobre marcas, produtos e serviços, sua opinião terá um peso muito maior para aqueles que o acompanham 11Fatores de influência do comportamento do consumidor M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. e consideram como uma referência a ser seguida. Uma marca de ele- trodomésticos, fraldas para crianças e até mesmo serviços bancários podem ser endossados e aceitos rapidamente pelo público admirador. PARA PENSAR Rodrigo Hilbert e Fernanda Lima são expostos na mídia como o casal perfeito. Lindos, ricos e com filhos saudáveis, eles passaram a ser refe- rência, uma espécie de mito do modelo ideal de casal. Prova disso está em matérias que geram no público o interesse em saber mais sobre a vida do casal, seja para reforçar ou refutar a ideia de par perfeito. Os costumes são fortemente influenciados pela cultura. Uma boa parte dos paulistanos, por exemplo, possui o hábito de tomar café da manhã nas padarias, sendo o pão na chapa (pão com manteiga) e a mé- dia (café com leite) a combinação preferida. Esse costume movimenta milhões todas as manhãs nas padarias espalhadas pela cidade. PARA PENSAR Assim como consideramos estranhos certos hábitos de pessoas de ou- tras nações, alguns hábitos brasileiros também fazem os estrangeiros torcer o nariz. Tocar e abraçar as pessoas em uma conversa pode pa- recer normal aqui, mas na Bélgica, por exemplo, é algo muito malvisto. Para saber mais sobre alguns hábitos brasileiros que os estrangeiros acham estranhos, leia o artigo “7 costumes brasileiros para não fazer em outros países” (MARSIGLIA, 2018). Os rituais são hábitos frequentes incorporados a uma cultura. Por exemplo, o almoço em família aos domingos, a ida à igreja pela manhã ou o churrasco de fim de ano são rituais comuns para a maior parte da população. Esses rituais se transformam em comportamento de compra. Casas de carne trabalham aos domingos, assim como postos 12 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D istâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .de conveniência têm gelo e carvão sempre prontos para os churrascos marcados em cima da hora. As normas e leis são regras estabelecidas dentro de um territó- rio. Exemplos não faltam: Constituição Federal, Código de Defesa do Consumidor, Código Civil, legislação trabalhista, leis de trânsito, entre outras, o quanto elas são cumpridas ou não é determinado pela cul- tura. Como isso impacta o consumo? Em praticamente tudo, desde a qualidade e especificações dos produtos (com normas como as da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, por exemplo) até a precificação (impostos e custos de legislação trabalhista). Por último, o idioma, que não somente se refere ao idioma formal, mas a todo o conjunto de simbolismos de comunicação interpessoal que passa de geração em geração. As regionalidades também entram nesse mesmo conceito: sotaques, gírias e maneirismos são parte da forma como nos comunicamos e, por consequência, nos entendemos, isso tem relação direta com a forma mais apropriada de comunicação das empresas com o consumidor e vice-versa. Os objetos e artefatos se referem aos símbolos físicos que contêm cargas simbólicas em uma cultura. Por exemplo, no Brasil, muitas pes- soas acreditam que as famosas fitinhas do Senhor do Bonfim são ob- jetos que, quando rompidos, fazem com que os desejos se realizem. A carranca, uma escultura produzida em madeira, é um objeto comum em várias residências pelo país, utilizada para espantar maus espíritos. 2 Influências sociais e familiares Os consumidores são influenciados por grupos sociais que moldam as escolhas de consumo em muitas situações. Da mesma forma que escolhem amigos com ideias semelhantes, os consumidores também compram marcas que acreditam representar os padrões sociais com os quais se identificam. Esse é um componente-chave do marketing do 13Fatores de influência do comportamento do consumidor M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. grupo de referência: associar seu produto ou serviço, de forma convin- cente, a um grupo que seu mercado-alvo admira, de forma que se possa usar a influência do grupo para impulsionar as vendas de sua marca. É importante notar que a família também se torna um grupo de in- fluência. Um indivíduo tende a discutir com seus familiares imediatos antes de comprar um determinado produto ou serviço. Os membros da família podem apoiar a decisão, impedi-lo de comprar ou sugerir outras opções. 2.1 Influências sociais Assim como a cultura, fatores sociais ou familiares também in- fluenciam nosso comportamento. Não há dúvida de que o consumidor aprende com os grupos sociais a consumir, pois os componentes do grupo compartilham o mesmo momento, status, ideologia, crenças, va- lores e consumo. Basta imaginar uma pessoa no ambiente de trabalho e depois na academia de ginástica. Ela tem comportamentos e referên- cias distintas em cada ambiente social nesses dois contextos, assim como é influenciada pela família e amigos nas escolhas, mesmo que não perceba. As redes sociais, principalmente os influenciadores, exer- cem suma importância nesse referencial social. Os grupos de referência influenciam os consumidores de três for- mas (SAMARA; MORSCH, 2005, p. 71): • Influência informativa: o indivíduo procura informação sobre o produto em grupos dedicados, especialistas ou associações que trabalham com o produto como profissão. No YouTube, por exem- plo, é muito comum o papel do review. Há sites e influenciadores dedicados a testar produtos de diversos segmentos, de maquia- gem a tecnologia, passando por roupas e eletrodomésticos. • Influência utilitária: a decisão de compra é baseada no desejo de satisfazer os colegas de trabalho ou pessoas com as quais 14 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .o indivíduo tem interações. Por exemplo, assinar um serviço de streaming como HBO Max ou Netflix pode agradar e ser útil a to- dos em casa. • Influência expressiva de valor: o indivíduo acha que a compra ou o uso de determinada marca promoverá a imagem que os outros têm dele e lhe agregará a imagem que ele deseja ter ou aspira ser. As roupas e acessórios de esportes podem ter um papel de ex- pressão de valor. Um aspirante a realizar uma prova de Iron Man, conhecida prova de resistência, pode comprar todos os aparatos necessários de treino que melhorem sua performance. Depois de concluir uma dessas provas, muitos acabam tatuando o símbo- lo da prova, usualmente nas pernas, como uma forma de troféu pessoal, tanto para eles próprios como para mostrar aos demais. 2.2 Influências familiares Uma típica família é composta de papéis nucleares como pais e fi- lhos, ou seja, aqueles que compartilham a casa. Um nível acima está a família ampliada, quando consideramos os tios, primos e avós. Na atualidade, outras formatações de família nuclear são evidentes, como casais homoafetivos com filhos ou a família unicelular, composta de um adulto do sexo feminino ou masculino que vive sozinho e que, no ciclo de vida, se diferencia do jovem solteiro ou separado sem filhos, o qual forma um novo nicho de mercado. Os papéis sociais também são, em parte, determinados pela posição na família. Os conceitos de mãe e pai têm um apelo tão forte que há datas comerciais como dia das mães e dia dos pais, que movimentam significativamente o comércio. Nesses últimos anos, os papéis de homens e mulheres mudaram muito. Produtos que no passado eram exclusivamente para mulheres passaram a ser consumidos também por homens. Um bom exemplo são os cremes para a pele e cremes de rejuvenescimento. Da mesma 15Fatores de influência do comportamento do consumidor M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. maneira, mudaram os papéis de marido e esposa. O marido não é mais o único responsável pelo sustento da casa e passa a dividir com a es- posa as tarefas domésticas. A esposa, por sua vez, não é mais a rainha do lar, enfrenta o mercado de trabalho e divide as tarefas domésticas. A família mais ampla também é geradora de consumo. Avós pre- senteiam, compram cursos e outros produtos para seus netos; tias e outros familiares compram presentes em datas comemorativas, mas para as crianças, os apelos vão diretamente para elas mesmas e, prin- cipalmente, para seus pais. 3 Influências comportamentais e psicológicas Os fatores pessoais (ou comportamentais) são aqueles que influen- ciam fortemente os comportamentos de compra dos consumidores. Esses fatores variam de pessoa para pessoa, o que resulta em um con- junto diferente de percepções, atitudes e comportamentos em relação a determinados bens e serviços e serão explorados a seguir. Quando falamos sobre fatores psicológicos que influenciam as de- cisões do consumidor, estamos nos referindo ao funcionamento da mente ou psique. Falaremos sobre a percepção e a motivação como os dois principais fatores psicológicos que influenciam o comportamento de consumo. 3.1 Influências comportamentais As influências pessoais(ou comportamentais) são aquelas que exer- cem pressão no comportamento de consumo dependendo da catego- ria na qual os consumidores se reconhecem como fazendo parte e do momento em que estão vivendo. Destacamos aqui gênero, posição no ciclo de vida, estilo de vida e classe social. 16 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 3.1.1 Gênero Gênero é a classificação pessoal e social dos consumidores, em sua forma mais simples é a divisão entre homens e mulheres. Em outras palavras, é a manifestação do masculino e do feminino em qualquer ambiente social, o que inclui os heterossexuais, os homossexuais e as pessoas transexuais. As grandes transformações e reformulações dos conceitos de identidade influenciam diretamente o comportamento de consumo. Se nas décadas anteriores as premissas sociais eram de que as mulheres tinham que cuidar de casas e o homem deveria trabalhar fora, agora todos fazem as mesmas coisas. As grandes mudanças que a sociedade vem enfrentando com rela- ção aos vários tipos de família e à reformulação dos tradicionais papéis de homem e mulher vêm influenciando o comportamento de consumo. Nos dias de hoje, as divisões das tarefas domésticas e a vida profissio- nal não dependem de gênero. Produtos de limpeza passam a estampar em suas embalagens as finalidades do produto e não mais um este- reótipo feminino. Homens também passam a cozinhar e as mulheres agora alcançam posições maiores nas empresas. A tarefa do profissio- nal de marketing no que diz respeito ao gênero é definir para qual tipo de homem ou de mulher se adequa seu produto: se tradicional (base- ado nas características tradicionais masculinas e femininas) ou atual. Inicialmente, todo e qualquer produto serve para homens e mulheres. Porém, o que interessa é saber qual deles – homem ou mulher – con- some mais. 3.1.2 Posição no ciclo de vida A idade é um fator importante para as escolhas de consumo: brin- quedos para crianças, roupas de marca para adolescentes e conjunto de panelas para adultos. Conforme os consumidores vão migrando de faixa etária, os produtos consumidos também mudarão. Podemos 17Fatores de influência do comportamento do consumidor M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. olhar essas idades em ciclos de vida. Há inúmeras fases da vida e contextos familiares. Uma lista com doze tipos de ciclo de vida pode ser vista na figura 2. Figura 2 – Os doze tipos de ciclo de vida Recém- casados Ninho zero Ninho I Ninho vazio I Ninho vazio II Idosos Ninho II Ninho III Pai e mãe solteiros I Pai e mãe solteiros II Pai e mãe solteiros III Jovem solteiro Fonte: adaptado de Banov (2017). Os recém-casados tendem a consumir mais bens duráveis nessa fase da vida. A primeira casa, a estruturação do lar, demanda por pro- dutos para construí-la e equipá-la. Boa parte dos recursos, que antes eram gastos em roupas, lazer e viagens, passará a ser canalizado para a estruturação da vida a dois. No ninho zero, o casal está no estágio de gravidez. Nessas horas, o consumo de itens para a chegada do filho aumenta exponencialmente, 18 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .de enxovais a tutorias, passando por consultas médicas e reformas em casa para a chegada do filho. No ninho I, os filhos – de até 6 anos – estão crescendo e demandam escolas, brinquedos, alimentação, entre outros. Pai e mãe solteiros I são aqueles que se separaram, mas ainda pos- suem os filhos com até 6 anos de idade. A maioria procura por bens e serviços que possam facilitar a vida doméstica, como creches e conge- lados, principalmente quando trabalham. No ninho II, os filhos já têm entre 6 e 12 anos. Precisam que os pais passem a buscar produtos e serviços para eles: comida, escolas, cur- sos de idiomas, uniformes, balé, judô, gibis, livros, roupas, produtos de higiene, games, entre outros. Consomem menos alimentos saudáveis, embora exista uma tendência dos pais de se preocupar com a alimen- tação desde cedo. Pai e mãe solteiros II são os casais separados com filhos que têm en- tre 6 e 12 anos. Nessa etapa, o consumo de serviços e produtos como es- cola, uniforme, alimentação, higiene e lazer aumenta significativamente. No ninho III os filhos estão em plena adolescência e a necessidade de consumo de roupas, hobbies, eletrônicos e lazer aumenta. Pai e mãe solteiros III são os casais que estão direcionando a maior parte dos recursos para os adolescentes e a estruturação da casa e, muitas vezes, o recurso restante é direcionado para bens de qualidade inferior. O grupo dos jovens solteiros é formado por pessoas com idade en- tre 18 a 25 anos, recém-ingressado no mercado de trabalho. São mais preocupados com a aparência e gastam parte dos seus recursos com roupas, lazer, entre outros. Há alguns jovens que permanecem na casa dos pais por muito mais tempo e tendem a consumir mais a categoria de bens mencionados. Os jovens que se aventuram a buscar um lar já 19Fatores de influência do comportamento do consumidor M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. começam a gastar parte de seus recursos com a infraestrutura domés- tica, com produtos como fogão, geladeira, etc. O ninho vazio é formado por casais com idade entre 45 e 65 anos, cujos filhos já deixaram o lar. Com maior estabilidade financeira e me- nos gastos, tendem a buscar facilidades e conveniência e gastam com diversão e entretenimento agora que estão livres dos gastos com os filhos e possuem ainda disposição física e mental para se divertir. O ninho vazio II é formado pelas mesmas faixas etárias, mas que decidiram não ter filhos. Os gastos não executados na criação dos fi- lhos dão muito mais liberdade financeira e, em consequência, maiores gastos com o prazer pessoal, viagens e lazer. Por fim, temos os idosos, geralmente pais e avós, na faixa de 65 a 80 anos de idade. Com os recentes avanços na medicina e qualidade de vida, muitos chegam a essa etapa com saúde e dispostos a consumir. A estabilidade financeira e aposentadoria, quando bem planejadas, dão tempo e dinheiro para essa geração. Não é à toa que inúmeros servi- ços e produtos surgiram para esse público. De suplementos a viagens, é possível encontrar produtos específicos para esse segmento. Muitos idosos até mesmo se aventuram a obter uma nova profissão, fazendo cursos em universidades para manterem-se ativos. 3.1.3 Estilo de vida O estilo de vida refere-se ao estilo de vida de uma pessoa envolvendo o trabalho, o lazer, o que a pessoa gosta de fazer, a classe social, a per- sonalidade, suas crenças e atitudes, que vão formar um padrão de ações e interesses. Do ponto de vista dos recursos alocados, o estilo de vida de uma pessoa está associado à maneira como ela usa o seu dinheiro e, mais ainda, à quantia que ela direciona para as diferentes categorias de produtos. Por exemplo, uma pessoa com estilo de vida aventureiroirá consumir produtos como viagens a lugares inusitados, aparelhos e roupas esportivas; e os amantes de aventuras radicais gastam em 20 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .equipamentos como capacetes, protetores, luvas, roupas e sapatos espe- ciais, frequentam lugares como clubes e fazem viagens para localidades que possuam ar de aventura. PARA PENSAR A cidade de Brotas, no interior de São Paulo, é conhecida por oferecer diversas alternativas de aventura e ecoturismo. Isso é tão evidente que a própria administração da cidade usa o slogan “capital da aventura e do ecoturismo”, que certamente atrai o público que gosta desse estilo de vida. Rafting, cavalgada, trekking e tirolesa estão entre as opções de aventura da cidade. Com o crescimento das redes sociais e a constante captura de infor- mações, é possível traçar um estilo de vida da pessoa baseado em seus interesses e comportamentos. No nosso exemplo, o aventureiro deixa rastros na internet e é possível compreender e categorizar seu padrão de consumo. Certamente, ele frequenta canais no YouTube que falam do assunto, acompanha influenciadores, entra nas lojas e visita sites de tu- rismo sobre os locais que deseja ir. Isso tudo faz com que seja atribuída a essa pessoa uma variável de interesse do tipo “gosta de esportes de aventura”. Qual a vantagem disso? Para as empresas que vendem pro- dutos e serviços, a vantagem é evidente: elas podem segmentar seus anúncios e promoções para o grupo com esse interesse, aumentando significativamente a probabilidade de compra e otimizando os custos de propaganda, uma vez que o anúncio será mostrado, na maior parte das vezes, para pessoas que têm interesse no produto. 3.1.4 Classes sociais As classes sociais são segmentos da sociedade que possuem status influenciado principalmente pelo poder financeiro. Diferem quanto ao tipo de educação, comunicação, discursos, crenças e valores (BANOV, 21Fatores de influência do comportamento do consumidor M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 2017, p. 52). Marcas, roupas, lazer e mesmo a profissão diferem signi- ficativamente em cada classe social. Em muitos casos, a classe social é uma segmentação muito utilizada pelas empresas de marketing para determinar o tamanho do mercado e das características do produto e serviço. Quanto mais alta a classe social, maior o consumo de bens de luxo e exclusivos. No Brasil, há diversos critérios dos institutos de pesquisa para determinar a classe social. Na figura 3 apontamos o ta- manho dessas classes pelo critério usado pela Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (Abep). Note que as classes C, D e E corres- pondem a praticamente 75% da população. Figura 3 – Divisão das classes sociais no Brasil C1 C2 DE 2,8% 4,6% 16,2% 20,4% 27,2% 28,8% A1 B1 B2 Fonte: adaptado de Abep (2021). 3.2 Influências psicológicas Os fatores psicológicos (ou internos) referem-se aos fenômenos que influenciam o consumo e que se manifestam quando estimulados pelo ambiente externo. Por exemplo: a fome (estímulo interno) pode ser esti- mulada pelo cheiro de pão que vem da padaria (estímulo externo). Há in- contáveis fatores, mas aqui abordaremos os dois principais a partir da lite- ratura de comportamento do consumidor: a percepção e as motivações. 22 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 3.2.1 Percepção A percepção é um processo por meio do qual os estímulos físicos captados pelos órgãos dos sentidos são transformados em interpreta- ções psicológicas. O ponto de partida da percepção são os órgãos dos sentidos. Todas as informações relacionadas à percepção são recebidas por meio dos sentidos. Eles recebem, ao mesmo tempo, as mensagens do mundo ex- terno e encaminham os estímulos ao cérebro, onde são interpretados e aos quais se atribui um significado. Por exemplo, sabemos que tal fruta é uma maçã pelas informações que nos chegam da visão, paladar, tato, olfato e audição. O marketing procura explorar esses sentidos para aguçar o interesse do consumidor por algo e, com isso, poder gerar interesse e compra. Mas como cada sentido pode ser usado? O quadro 1 lista uma série de atividades de marketing que exploram os órgãos sensoriais. Quadro 1 – Os sentidos e as atividades de marketing SENTIDO ATIVIDADES DE MARKETING Visão Estratégias de organização dos produtos nas prateleiras da loja, limpeza, decoração, apresentação dos produtos, embalagens, fluxo de pessoas, mobiliário, etc. Olfato Shoppings com aromas agradáveis que vão se diferenciando de um setor para outro: cheiro de carro novo por meio do uso de fragrâncias produzidas em laboratórios, assim como as essências de sabores de hambúrgeres ou pipoca nos cinemas, cheiro de limpeza e higiene em lojas, hospitais e outros ambientes, de pão fresco na padaria, flores frescas na floricultura, entre outros. Audição Música ambiente, pessoas conversando, ruídos externos, voz do vendedor, entre outros. Tato Temperatura ambiente, textura dos produtos, assento agradável, etc. Paladar Gosto de bebidas ou comidas; degustações. 23Fatores de influência do comportamento do consumidor M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. PARA SABER MAIS O olfato é um dos sentidos mais fortes associados à memória e é fun- damental para o nosso instinto de alimentação. Ele é tão poderoso que há um tema específico em marketing para ele: o marketing olfativo. Quer saber mais sobre o assunto? Leia o artigo “Marketing olfativo: entenda e aplique em sua estratégia de marketing” (BÁSICO AROMA, 2018). 3.2.2 Motivação A motivação pode ser entendida como uma necessidade que leva a uma ação. Se separarmos as partes da palavra em motivo (razão, ne- cessidade) e ação (ato em direção a algo), poderemos entender que essa palavra tem duas partes: uma necessidade e uma ação em busca da resolução dessa necessidade. Quando a fome aperta, saímos em busca de algo para comer. Quando sentimos sede, vamos atrás de algo para beber. Essas são necessidades essenciais que podemos reconhe- cer facilmente, mas há outras que não são tão óbvias assim. Há diversas teorias que tentam explicar as motivações humanas, uma delas é a tradicional teoria da motivação de Abraham Maslow, publicada pela primeira vez em 1943, mas que ainda é referência para muitos pro- fissionais de marketing e comunicação. Maslow idealizou uma pirâmide, representada em uma sequência por ele estabelecida, apontando, da base para o topo, a importância de cada necessidade, conforme figura 4. 24 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s oba s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Figura 4 – Pirâmide de Maslow Necessidade de autorrealização Necessidade de status e estima Necessidades sociais Necessidades de segurança Necessidades fisiológicas Fonte: adaptado de Banov (2017). De acordo com essa teoria, as necessidades ocorrem pela hierarquia apresentada, partindo das necessidades fisiológicas até a autorrealiza- ção; porém, essa visão hierarquizada é contestada. Além disso, o con- sumidor sempre procurará reduzir a tensão maior que pode estar sendo conflitante com outra ao mesmo tempo. Por exemplo, você pode estar em uma balada, na roda de amigos, amenizando uma necessidade so- cial, de status e de estima, porém, se no meio desse bom momento você sentir vontade de ir ao banheiro, certamente seu corpo irá pedir para você atender a sua necessidade fisiológica. 25Fatores de influência do comportamento do consumidor M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. As necessidades são amenizadas e logo aparecem outras, em um ciclo inerente à própria condição de estar vivo. Nessa condição, os pro- fissionais de marketing sabem que os indivíduos sempre consumirão algo, por isso refletem sobre qual necessidade tal bem ou serviço aten- de para elaborar suas propostas de valor. Um curso de autoconheci- mento em uma fazenda no interior em um fim de semana é uma solu- ção que tende a uma necessidade de autorrealização ou mesmo social e de estima. Uma fechadura eletrônica atende a uma necessidade de segurança, de se sentir protegido, com a conveniência de não precisar se preocupar em não esquecer a chave. Como dissemos, nem sempre o próprio indivíduo se dá conta da necessidade latente, é aí que o marke- ting, sutilmente, procura comunicar que tal produto ou serviço soluciona uma tensão motivacional. 4 A persona A persona é uma representação fictícia de um segmento do públi- co-alvo de uma empresa ou marca. É uma representação detalhada do comportamento, desejos, motivações, dores, valores e características demográficas de um grupo de consumidores. Por outro lado, o públi- co-alvo é a definição geral e estatística de quem a empresa quer atingir com suas ações de marketing e vendas. Enquanto a persona é subjeti- va, o público-alvo é objetivo. A criação de personas é útil para ajudar a empresa a se conectar emocionalmente com seu público-alvo e enten- der suas necessidades de forma mais profunda. A persona do usuário é um personagem ficcional, criado para representar diferentes tipos de clientes que usam os produtos ou serviços de uma empresa. As perso- nas são perfis de indivíduos imaginários que refletem a base de clientes principais de uma empresa. As personas são escritas como se o indivíduo fosse real, mas, ao mesmo tempo, refletem atributos e influências comuns (aquelas que descrevemos anteriormente) em um segmento de público. Elas são 26 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .ficcionais no sentido de que não são um indivíduo específico, mas suas características devem ser obtidas a partir da observação de usuários do mundo real. As personas têm o objetivo de fornecer uma reflexão confiável e rea- lista de como uma empresa pode esperar que um grupo de pessoas se envolva com um produto, serviço ou campanha. Uma persona (se bem descrita) é extremamente benéfica para o desenvolvimento de produtos, estratégias de vendas e campanhas de marketing de uma empresa. A função das personas do usuário é garan- tir que as iniciativas da empresa (como marketing ou desenvolvimento de produto) sejam feitas com o usuário em mente. Com relação ao desenvolvimento de produtos, isso significa evitar o desenvolvimento de recursos ou produtos desnecessários, referindo-se às necessidades genuínas dos usuários. Em vez de desenvolver o que os designers ou engenheiros desejam construir, os esforços se concen- tram apenas no que a persona do usuário consideraria útil ou prático ter. As personas dos usuários também são usadas para entender se o público-alvo usará e se envolverá com um produto da maneira esperada ou desejada. Um exemplo de persona: imagine como consumidor de seu produto um homem paulistano, casado, 35 anos, engenheiro, com dois filhos, gosta de carros e esportes como beach tennis, assiste à CNN e à Globo News, gosta de roupas de marca, frequenta lugares de classe média alta e está sempre em busca de investimentos para o que sobra de seu salário. PARA SABER MAIS A criação da persona é um processo, e não simplesmente uma descri- ção saída da cabeça do profissional de marketing. Para que cumpra o seu papel, a persona deve ser resultado de pesquisa, análise e constru- ção. Basicamente, ela deve seguir estes cinco passos: coletar os dados de clientes; realizar perguntas a esses clientes; analisar os dados co- 27Fatores de influência do comportamento do consumidor M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. letados; estruturar a persona e compartilhar a persona com a equipe. Saiba mais sobre como construir uma persona no site da Rock Content (ROCK CONTENT, 2022). Considerações finais Como você pode ver, nosso comportamento como consumidores é essencialmente importante não apenas para nós mesmos, mas também para outras pessoas. É por isso que há muitos interessados em aprender um pouco mais sobre o comportamento do consumidor. O profissional de marketing que entende seus clientes consegue propor soluções que resolvam as necessidades identificadas por ele e, sendo assim, também acaba gerando ganhos financeiros para a empresa. Os legisladores que entendem o comportamento do consumidor conseguem tomar decisões de políticas públicas mais eficazes. Por último, mas não menos importante, os consumidores que en- tendem o comportamento do consumidor conseguem tomar decisões melhores com relação a como alocar seus próprios recursos. Entender o comportamento do consumidor pode significar melhores negócios para uma empresa, melhores políticas públicas para o governo e melhor qualidade de vida para indivíduos e famílias. Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE PESQUISA (ABEP). Critério de classificação econômica Brasil. São Paulo: Abep, 2021. Disponível em: https:// www.abep.org/criterioBr/01_cceb_2021.pdf. Acesso em: 30 ago. 2021. BANOV, Márcia Regina. Comportamento do consumidor: vencendo desafios. São Paulo: Cengage Learning, 2017. https://rockcontent.com/br https://rockcontent.com/br https://www.abep.org/criterioBr/01_cceb_2021.pdf https://www.abep.org/criterioBr/01_cceb_2021.pdf https://www.abep.org/criterioBr/01_cceb_2021.pdf 28 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .BÁSICO AROMA. Marketing olfativo, entenda e aplique em sua estratégia de marketing. Básico aroma, 2018. Disponível em: https://www.basicoaroma.com. br/post/marketing-olfativo-entenda-a-aplique-em-sua-estrat%C3%A9gia-de- marketing. Acessoem: 1 fev. 2022. MARSIGLIA, Luciano. 7 costumes brasileiros para não fazer em outros países. Revista Superinteressante, 4 jul. 2018. Disponível em: https://super.abril.com. br/mundo-estranho/7-costumes-brasileiros-nao-fazer-outros-paises/. Acesso em: 1 fev. 2022. ROCK CONTENT. Página inicial. Rock content, 2022. Disponível em: https:// rockcontent.com/br/. Acesso em: 1 fev. 2022. SAMARA, Beatriz Santos; MORSCH, Marco Aurélio. Comportamento do consumidor: conceitos e casos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. https://super.abril.com/ 29 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 2 O processo de decisão de compra Os consumidores enfrentam situações de escolha todos os dias. Na maior parte do tempo, são tantas situações que fica difícil recordar to- das elas. Algumas exigem grandes e complexas decisões. Por exemplo: quando um estudante identifica a necessidade de um novo laptop, ge- ralmente há uma grande decisão. Um alto valor será aplicado na aquisi- ção do recurso, que deverá durar por muito tempo. Em outras situações, as decisões são relativamente pequenas, o que pode ser verificado nos comportamentos de consumo cotidianos ou com pouco esforço por parte do consumidor. Por exemplo, quando você fica sem leite, a decisão sobre qual marca ou onde comprar não costuma tomar muito tempo ou esforço. Quando estamos com sede e paramos para comprar um refrigerante gelado na esquina, geralmente não gastamos muito tempo na decisão. 30 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Independentemente do esforço, entre a necessidade identificada de um consumidor e a compra de um produto há, na maioria dos casos, um processo decisório configurado por etapas que o consumidor segue até a compra e o consumo de um produto. Entender esse processo pode auxiliar o profissional de marketing nas decisões estratégicas e táticas para que se facilite a conversão das vendas. Neste capítulo, iremos abordar o tema da decisão do consumi- dor. Falaremos das perspectivas da tomada de decisão de consumo, da importância do envolvimento na compra, das etapas genéricas de compra e dos papéis dos consumidores envolvidos em uma compra. 1 Etapas e ciclo de compras Usualmente, o ato de consumo passa pelas três etapas genéricas, com maior ou menor intensidade (BANOV, 2017, p. 68). Elas podem du- rar minutos ou horas, ser simples ou complexas, mas, de algum modo, podem ser separadas em: pré-compra, compra e pós-compra. Cada eta- pa pode ser dividida em subetapas, que serão mostradas na figura 1. Figura 1 – Etapas da compra Etapa pré-compra Identificação de necessidades Busca de informações Levantamento e avaliação das alternativas Etapa da compra Compra Etapa pós-compra Avaliação pós-compra Consumo ou desistência Fonte: adaptado de Banov (2017, p. 68). 31O processo de decisão de compra M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 1.1 Identificação de uma necessidade Nessa etapa, o consumidor sente uma necessidade resultante de um desconforto entre a situação presente e a desejada (BANOV, 2017, p. 64). Quando sentimos sede no meio da rua, paramos em um bar para comprar alguma bebida. Quando navegamos pelas redes sociais, pode- mos nos deparar com algo que desperte a sensação de necessidade. Um influenciador falando de uma air fryer pode fazer com que você te- nha a sensação de que precisa de um produto como aquele. No entanto, muitas vezes, podemos sentir a necessidade de comprar um utensílio para a cozinha, como um liquidificador, por exemplo, ou uma aluna que entrou na faculdade de arquitetura pode precisar de uma mesa apro- priada para fazer seus projetos e desenhos, um lugar adequado para guardá-los, uma iluminação melhor, etc. (situação desejada). Essa ne- cessidade vem de um desconforto interno; ninguém falou para ela que precisaria modificar seu quarto e adquirir móveis novos. Tomar um refrigerante, comprar um liquidificador e mobiliar o quarto seriam as situações desejadas; assim como uma necessidade pode sur- gir de um desconforto social nem sempre perceptível, como uma ansie- dade para comprar uma jaqueta que está na moda. De fato, você pode até estar precisando dela para se aquecer, mas estar bem-vestido, com algo que te posicione socialmente, é a urgência maior nesse caso. 1.2 Busca de informações Detectada a necessidade, o consumidor buscará informações sobre o produto. A princípio, buscará internamente, na memória. Pode se re- cordar de uma compra de um produto similar de determinada marca, que foi positiva, ou de determinada propaganda ou recomendação, tam- bém positiva. 32 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Figura 2 – Busca interna e externa A busca interna é focada na memória A busca externa refere-se a informações por meio de pessoas e propagandas A busca externa refere-se a informações recebidas de pessoas que já experimentaram o produto, principalmente nos meios digitais, aces- sando websites, ouvindo a opiniões de influenciadores e mesmo por meio dos anúncios de fabricantes, comparativos, reclamações de clien- tes insatisfeitos com produtos de determinadas marcas, blogues, redes sociais e outros, para poder avaliar a qualidade, os atributos, a durabili- dade, os preços e o próprio desejo de adquirir o produto. Nesse ponto, a internet contém um agrupado de informações so- bre os produtos, preços e concorrência que pode ser facilmente aces- sado e, por conta disso, na maioria dos casos, recorremos aos sites de busca, às avaliações, aos vídeos comparativos, entre outros. Na prática, quando fazemos isso, estamos querendo mais informações a um baixo custo de tempo. A busca por informações é tão importan- te que modelos de negócios surgem em função dessa etapa. O site Decolar.com, por exemplo, é um agregador de preços e ofertantes. Em vez de selecionar cada uma das companhias aéreas e entrar em cada site de hotel, é muito menos oneroso buscar tudo em um lugar só e, de preferência, com as opções dispostas lado a lado para que se possa entender melhor as diferenças. 33O processo de decisão de compra M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 1.3 Levantamento e avaliação das alternativas Em uma compra mais simples, como a de um refrigerante em algum estabelecimento na esquina, a disponibilidade e o fácil acesso podem substituir uma avaliação criteriosa de alternativas que custe tempo e esforço mental. Por exemplo, eu não andarei sob o sol quente por mais de 1 km para comprar uma Coca-cola gelada, sendo que acabei de avis- tar uma geladeira cheia delas no bar da frente. Em uma compra mais complexa, essa é a fase de colocar lado a lado as alternativas. Aqui, dependendo do produto e serviço,a fase racional pode estar mais latente. Por exemplo, a compra de um computador ou notebook pode envolver ponderações sobre atributos do próprio pro- duto, como velocidade de processamento e portabilidade, entre outros. Outro exemplo: um consumidor resolveu comprar um carro de médio porte e levantou em sua busca de informações os itens: estabilidade e segurança, economia de combustível, menor custo de manutenção, ae- rodinâmica avançada, garantia, preço, reclamações na internet, poltro- nas confortáveis e porta-malas amplo. Levantou também as vantagens e desvantagens de cada item em relação a cada marca e quais itens se destacavam mais. Comparando-as, chegará à decisão quanto à marca e ao modelo que comprará (BANOV, 2017, p. 65). Imagine que esse consumidor identificou sete marcas de acordo com os itens que estabeleceu para comprar o novo carro. Das sete, duas apresentavam muitas reclamações e ele as descartou, ou seja, ele fez uso de um critério de avaliação das alternativas: as reclamações. Nos critérios de avaliação das alternativas estão presentes os conhecimen- tos armazenados na memória, as informações coletadas, a motivação, as crenças e os valores do consumidor. Um exemplo de valor é quando o consumidor valoriza a segurança, a estabilidade e a garantia e descarta a marca Y, que tem as poltro- nas confortáveis e o porta-malas amplo. Ou quando tem como valor a 34 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .economia, dessa forma escolherá a marca de menor custo de manuten- ção e maior economia de combustível. O consumidor poderá também dar um valor maior a determinada marca por acreditar que, por bater recorde de vendas, ela seja melhor e tenha mais serviços pós-vendas disponíveis, como mecânicos e peças de reposição. Note como é importante para a marca construir uma imagem bem- -posicionada sobre os atributos mais valorizados pelo seu consumidor. No momento de seleção, as chances dessa marca não ser descartada aumentam. Além disso, para o profissional de marketing, é fundamental conhecer quais são os atributos mais importantes para seu consumidor potencial para melhor atendê-lo. Muitas estratégias de marketing no meio digital surgem para que o consumidor considere a sua marca como uma opção viável para o que ele deseja. O google permite que você compre palavras-chave de busca. É muito comum que as empresas paguem para aparecer quando o con- sumidor digitar determinadas palavras ou frases. Se, por exemplo, você tem um produto como sapatilha vermelha de escalada antiderrapante, você pode comprar palavras para que, quando o cliente usar a busca do google, você garanta a exposição da sua marca nas primeiras posições. 1.4 Compra Ocorre quando o consumidor decide, depois de avaliar as alterna- tivas, comprar o produto. Destacamos que o processo decisório pode não garantir a compra do produto depois da decisão de adquiri-lo, pois podem ocorrer alterações de última hora, com o surgimento de novas informações ou alternativas. Por exemplo: pode ser que o consumidor encontre no revendedor uma estratégia de preço em que uma oferta vantajosa põe um carro de grande porte com pequena diferença do carro escolhido, o que o faz comprá-lo, ou o carro escolhido pode es- tar em falta no mercado, assim o consumidor não realizará a compra. 35O processo de decisão de compra M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Nesse momento, o profissional de marketing pode elaborar estratégias para não perder o negócio, como oferecer um carro similar com des- conto, mais acessórios, etc. No meio digital, muitos consumidores co- locam seus produtos na cesta de compras, mas não finalizam a etapa. Sabendo quem são essas pessoas, o algoritmo vai ficar lembrando o consumidor, por meio de propagandas, que ele tem um produto na ces- ta para finalizar a compra. Quando a experiência do consumidor com o local e o atendimento é positiva, a probabilidade de ele comprar em tal ponto se eleva. Se o consumidor teve uma experiência de compra em uma loja em que ele foi bem atendido, teve suas dúvidas sanadas, comprou, ficou satisfeito com o produto e recebeu um contato pós-venda para saber se o produto atendeu às suas necessidades, maior será a probabilidade de que ele escolha aquela loja novamente para suas futuras compras. As avalia- ções dos consumidores sobre os vendedores, como ocorrem em sites como Mercado Livre, ajudam os compradores a antecipar possíveis ris- cos de decepção com o processo de entrega. Feita a compra, o próximo passo é a avaliação pós-compra. 1.5 Pós-compra É o momento em que o consumidor avalia os resultados do produto adquirido. É também o momento em que ocorre a dissonância cogniti- va, caracterizada como a sensação de desconforto, arrependimento ou forte dúvida experimentada com relação ao produto adquirido, como: • Será que atenderá às minhas expectativas? • Não seria melhor outro modelo? • O preço foi elevado? • Não seria melhor ter adquirido uma marca mais barata? 36 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Depois da compra, os consumidores continuam buscando informa- ções sobre o produto para saber se realmente fizeram uma boa aquisi- ção. Se as informações encontradas são positivas, a ansiedade diminui; porém, se forem negativas, o desconforto e a ansiedade crescem, e a compra se transforma em um pesadelo. Esse fenômeno chama-se dis- sonância cognitiva, que na psicologia significa um desconforto emocio- nal causado por uma contradição entre as crenças, opiniões e compor- tamentos do próprio indivíduo. Em um contexto de comportamento de compra, esse desconforto pode ser caracterizado como um arrependi- mento após a decisão de uma compra. No comércio varejista, na venda de balcão, a dissonância cognitiva ocorre na hora de pagar a conta no caixa ou entre a compra e o uso do produto. Os profissionais de marketing devem estar atentos ao pós- -compra. A internet dá ressonância ao sentimento de pós-compra do consumidor; além disso, em produtos cuja a recompra é importante, a administração da dissonância cognitiva pode ser essencial. As em- presas podem usar táticas de redução de dissonância cognitiva como um acompanhamento da satisfação do cliente depois de alguns dias de uso. Por exemplo, um provedor de banda larga que acabou de instalar uma internet de alta velocidade em um cliente poderá entrar em contato com ele para saber como está o serviço e lembrá-lo de que ele pode contar com o suporte caso tenha problemas. Isso reduz as incertezas quanto a ter feito uma boa escolha e, consequentemente, reduz a disso- nância cognitiva. 2 Tipos de processos de decisão Podemos elencar as perspectivas (tipos) por meio das quais um con- sumidor escolhe, ou melhor, toma suas decisões. São três categorias: ra- cional, empírica e comportamental (BABIN; MILLER, 2014, p. 250). Essas perspectivas não podem ser consideradas únicas ou estratégias delibera- das do consumidor para escolher. Uma mesma perspectiva pode ocorrer 37O processo de decisão de compra M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculadoem curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. em conjunto com as demais. Além disso, todas elas são moderadas pelo envolvimento do consumidor com a compra. Vamos a elas. Figura 3 – Tipos de processos de decisão Envolvimento Racional Emocional Situacional Fonte: adaptado de Babin e Miller (2014, p. 250). 2.1 Racional Essa perspectiva é considerada uma abordagem tradicional ao es- tudo da tomada de decisão. A perspectiva racional da tomada de deci- são presume que os consumidores reúnem informações sobre possí- veis compras, comparam várias marcas de produtos em relação a seus atributos e tomam decisões sobre qual marca comprar com base nas informações obtidas. Essa abordagem assume como premissa que os seres humanos são criaturas racionais que consideram suas decisões com cuidado e que eles podem identificar o valor esperado associado à compra. Quando um consumidor resolve comprar uma geladeira, ele fará a escolha de maior custo/benefício utilizando um critério racional. 38 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Segundo essa perspectiva, consumidores sempre vão comparar serviços, características e preços com cuidado quando fazem essas aquisições. No entanto, ela não explica, sozinha, todas as situações de consumo. Sabemos muito bem que muitas ocasiões de consumo e de escolha não acontecem com todas as informações possíveis e nem sempre compramos levando em conta apenas o lado funcional do produto. 2.2 Emocional Por outro lado, temos a perspectiva empírica da tomada de decisão, ou seja, aquela que diz que os consumidores fazem aquisições e chegam a decisões com base na emoção ou no sentimento associado ao pro- duto ou comportamento. Por essa perspectiva, os comportamentos se baseiam, em grande parte, no simples prazer envolvido no consumo em vez de em um extenso esforço cognitivo (BABIN; MILLER, 2014, p. 251). Assim como a perspectiva racional, nem todas as escolhas serão feitas pelo estômago, como se diz popularmente. É pouco provável que alguém, por exemplo, em um belo dia caminhando com a (o) esposa (o), passe em frente a uma concessionária, entre e pague por um auto- móvel exposto apenas porque o achou bonito. Porém, alguns objetos de consumo podem ser comprados puramente por valores emocionais. Por exemplo, os bonecos Funko são uma febre entre colecionadores. Personagens de diversas séries, filmes e desenhos, em muitos casos, ganham formatos de objetos de decoração que são adquiridos sob um efeito emocional de nostalgia. 2.3 Situacional A perspectiva da influência comportamental supõe que muitas de- cisões são, na verdade, respostas aprendidas às influências do meio ambiente. A música suave e a iluminação turva podem exercer uma 39O processo de decisão de compra M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. forte influência no comportamento do consumidor em um restauran- te. Influências como essa geralmente levam os consumidores a dimi- nuir a velocidade, permanecer no restaurante por mais tempo e com- prar mais bebidas e sobremesas. Aqui, o comportamento é influenciado pelas forças do meio ambien- te em vez de ser influenciado pela tomada de decisão cognitiva. A pers- pectiva da influência comportamental ajuda a explicar como os consu- midores reagem ao layout e design da loja e à exposição do PDV (ponto de venda). Fluxos de tráfego em supermercados exercem enorme influ- ência no comportamento do consumidor (BABIN; MILLER, 2014, p. 251). Como podemos perceber, cada um dos tipos tem uma perspectiva para as decisões e pode ocorrer de forma misturada: um fator ambien- tal pode ser o gatilho, gerando uma emoção forte e propensão ao con- sumo; e o racional pede para que você não compre por impulso, pare, pense e busque mais informações. Essas situações são muito comuns quando vamos a supermercados e shopping centers. Porém, se essas não são estratégias deliberadas do consumidor, por que devemos nos preocupar em entendê-las? Justamente porque você, como profissional, pode elaborar estratégias que estimulem uma ou outra perspectiva. O cheirinho de amendoim torrado é uma estratégia para aguçar os sentidos e o emocional nos corredores do shopping e estimular a compra imediata, evitando que o consumidor racionalize a decisão, ou seja, faça perguntas internas como: será que não é melhor achar algo saudável? Será que subo mais um andar e escolho um doce lá na praça de alimentação? PARA PENSAR O casamento é um dos momentos mais marcantes na vida dos casais. Usualmente, a decisão de casar é uma mistura de ponderações racio- nais, sentimentos e situações. O mercado de produtos e serviços para casamentos costuma aguçar as emoções para pegar os casais pelo ca- 40 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .lor da emoção, pois assim pode ser mais fácil convencê-los do gasto financeiro. Leia o artigo “Pequenos e médios empreendedores apostam no mercado de casamentos” para conhecer um pouco mais sobre esse mercado (NÓBREGA, 2019). 2.4 Envolvimento A abordagem do processo de tomada de decisão depende, em gran- de parte, do grau de envolvimento que um consumidor tem com uma categoria de produto ou compra, bem como com o tamanho do risco de compra envolvido na decisão. O envolvimento do consumidor represen- ta o grau de relevância pessoal que o consumidor encontra na busca de valor de determinado ato. Note que o envolvimento pode ser associado ao produto, à situação de compra ou a ambos. Em geral, à medida que o envolvimento e o risco aumentam, os con- sumidores são motivados a moverem-se com mais cuidado ao longo do processo de tomada de decisão. Por exemplo: na escolha de uma viagem de lua de mel, o envolvimento pode ser maior do que na decisão de viajar no fim de semana tomada na sexta-feira à tarde. O envolvimen- to com a tarefa de fazer uma viagem dos sonhos não é tão forte quanto o envolvimento com a viagem de casamento; logo, o envolvimento é menor e as decisões podem ser tomadas com menos reflexões sobre possibilidades e alternativas. Em geral, como dissemos, à medida que o envolvimento e o risco aumentam, os consumidores são motivados a moverem-se com mais cuidado ao longo do processo de tomada de decisão porque, confor- me o consumidor vai se envolvendo mais com a compra, os riscos ine- rentes a ela tornam-se mais evidentes (BABIN; MILLER, 2014, p. 252). Podemos categorizar esses riscos em: 41O processo de decisão de compra M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Figura 4 – Riscos Risco financeiro Risco social Desempenho de risco Risco físico Risco de tempo Risco associado ao custo do produto Risco associado ao modo como os consumidores verão a aquisição Risco associado à probabilidade de um produto funcionarconforme o esperado Risco associado à segurança do produto e à possibilidade de resultarem danos físicos do seu consumo Risco associado ao tempo necessário para procurar o produto e para que o produto seja consertado ou mantido PARA PENSAR O tempo é um dos ativos mais importantes que temos. É inegociável e democrático: acontece e passa para todos. Logo, todas as situações de consumo possuem o fator tempo em maior ou menor grau de deci- são. Leia um artigo interessante sobre o assunto no site Consumidor Moderno: “Os 4 dilemas que explicam nossa relação com o tempo” (GUIMARÃES, 2019). O risco varia em relação a diferentes consumidores e situações. Assinar um contrato de um ano de aluguel de um apartamento é um processo financeiramente arriscado para a maioria dos consumidores. Para uma pessoa cujo valor do aluguel não represente uma fatia signifi- cativa da renda, talvez esse não seja o caso. Do mesmo modo, comprar uma roupa nova não é algo percebido como uma atividade arriscada, a menos que a pessoa que comprou pretenda usar essa roupa em um primeiro encontro. RISCO 42 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 3 O processo familiar de compra IMPORTANTE Em uma compra, nem sempre o comprador é o consumidor do produto. Portanto, saber quais são as pessoas envolvidas no processo de com- pra e seus papéis auxilia o profissional de marketing a direcionar suas estratégias sobre o produto (BANOV, 2017, p. 70). Nem sempre cada papel é exercido por uma pessoa diferente em um processo de decisão coletiva, como na escolha de um destino de férias com a família. Na maioria das vezes, a pessoa em questão pode exercer vários papéis ao mesmo tempo. Figura 5 – Pessoas envolvidas no processo de compra DECISOR INICIADOR USUÁRIO FINANCIADOR COMPRADOR INFLUENCIADOR Fonte: adaptado de Banov (2017, p. 70). 43O processo de decisão de compra M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Nesse contexto de compra coletiva, como uma decisão impacta a família toda, o iniciador é a pessoa que sente uma necessidade e a in- tenção de satisfazê-la. É ele quem dá a ideia e o primeiro passo para a compra. Em uma casa, por exemplo, esse iniciador pode ser a mãe, o pai, um (a) companheiro (a) e até mesmo as crianças. O influenciador é a pessoa que motivará o consumo, podendo ser um colega, parente, amigo ou pessoa de destaque em um grupo, como o personal trainer de um grupo de corridas, que pode sugerir determinado consumo de alimento de reposição energética pós-treino, assim como um influen- ciador admirado pelo consumidor, que pode até mesmo recomendar produtos aleatórios à sua especialidade. Por exemplo, um jornalista ad- mirado sugere a compra de um modelo de panelas porque mostra na internet sua rotina e hobbies como o amor pela cozinha. Já o decisor é a pessoa que bate o martelo da compra (ou não). Nem sempre o decisor é a pessoa que paga pela compra. Um pai pode decidir sobre a compra de um serviço de TV a cabo, e a mãe pode pagar a con- ta com seu salário. Um (a) companheiro (a) pode querer comprar um cachorro, mas seu (sua) noivo (a) pode decidir não querer arcar com a responsabilidade naquele momento. As senhas dos apps de streaming, como Netflix e HBO, são frequentemente compartilhadas com parentes em casa e mesmo com amigos. O comprador é o que realiza a compra, mais uma vez, nem sempre é quem paga. Uma pessoa pode procurar na internet, decidir a compra, colocar no carrinho e pedir o cartão de crédito da mãe, como ocorre com adolescentes que jogam muito pela internet e acabam comprando produtos como skins de personagens de seus jogos prediletos. O usuário é a pessoa (ou o grupo de pessoas) que usará o produto. Em uma casa, por exemplo, todos consumirão a assinatura de um ser- viço de streaming como Amazon e Netflix. O financiador (ou financia- dores) é a pessoa que efetivamente pagará pelo serviço, seja com um único pagamento ou com pagamentos recorrentes, como a assinatura de internet. 44 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Figura 6 – Exemplo de processo de compra INICIADOR INFLUENCIADOR COMPRADOR USUÁRIO DECISOR 45O processo de decisão de compra M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Por que é importante conhecer os papéis? Porque cada papel pode ser convencido de formas diferentes. Esse mesmo brinquedo pode ter um apelo para a criança, mas, para os pais, a marca apresenta argu- mentos como brinquedo educativo, desenvolve a coordenação motora, entre outros. Considerações finais Neste capítulo, abordamos alguns dos fatores que influenciam o processo decisório em conjunto com exemplos reais que você mesmo pode ter já vivido. Lembre-se de que estamos falando de comportamen- to humano, portanto, está longe de ser uma ciência exata. Porém, nos basear nessas teorias pode ajudar a definir estratégias e táticas que serão úteis para incentivar o consumidor a comprar e ainda obter uma avaliação positiva e uma possível recompra. O bom profissional de marketing absorve essas teorias e procura analisar as situações de compra por essas óticas. Então, da próxima vez que você for comprar algo ou presenciar um processo de compra, procure fazer a analogia com os pontos aqui apresentados. Referências BABIN, Barry J.; MILLER, Erica. CCONS. São Paulo: Cengage Learning, 2014. BANOV, Márcia Regina. Comportamento do consumidor: vencendo desafios. São Paulo: Cengage Learning, 2017. GUIMARÃES, Leonardo. Os 4 dilemas que explicam nossa relação com o tempo. Consumidor moderno, 24 jul. 2019. Disponível em: https://www. consumidormoderno.com.br/2019/07/24/dilemas-explicam-relacao-tempo/. Acesso em: 2 fev. 2022. NÓBREGA, Bárbara. Pequenos e médios empreendedores apostam no mercado de casamentos. Extra, 23 jul. 2019. Disponível em: https://extra.globo.com/ 46 Comportamento de consumo Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .economia-e-financas/emprego/pequenos-medios-empreendedores-apostam- no-mercado-de-casamentos-23826758.html. Acesso em: 1 fev. 2022. 47 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 3 O consumo de informação em mídias e redes sociais Os consumidores da era digital têm acesso a muitas fontes de in- formação, com ferramentas acessíveis que oferecem muitas possibi- lidades de informação e conhecimento
Compartilhar