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Sistema tegumentar A pele é o maior e mais explorável órgão do corpo, possui como funções: Função de invólucro: mantendo a estabilidade de um ambiente interno proporcionando o bom funcionamento visceral e atuando como barreira proterora contra a perda de água, eletrólitos e macromoléculas. Proteção contra agressões de natureza química, física e biológica. Flexibilidade, elasticidade e rigidez, que permitem o movimento e mantém a forma. Regulação da temperatura promovida pela cobertura pilosa, pelo plexo vascular e sudorese. Imunorregulação: os queratinócitos, células de Langerhans e linfócitos participam ativamente na proteção contra agentes infecciosos e neoplasias. Ação antimicrobiana conferida pelas substâncias presentes na superfície da pele e que são produtos, em grande parte, do suor apócrino e da secreção sebácea. Pigmentação: a pigmentação da pele, conferida em grande parte pela melanina, é um importante fator de fotoproteção. Produção de anexos epidérmicos como pelos, garras, casco e glândulas. Indicador de saúde: várias doenças internas e o estado nutricional repercutem na aparência da pele e da pelagem. O estado da pele auxilia no diagnóstico e na evolução terapêutica (a pele funciona como “espelho” do organismo). Na clínica, as doenças ligadas à pele são altas. 20 a 75% dos casos clínicos apresentam dermatopatia. Participa do metabolismo da vitamina D (por meio dos raios ultravioleta converte a 7-dehidrocolesterol em pré-D3) Atua como órgão sensitivo (possui muitos nervos sensitivos) Estrutura da pele: Epiderme, derme e hipoderme (tecido subcutâneo), deve- se ter cuidado no diagnóstico a depender do local da lesão e da espécie em estudo. P. e.x: A pele da região dorsal e lateral de membros são, geralmente mais espessa, enquanto que na região ventral e medial é mais delgada, coxins também são mais espessos. Epiderme: Ela pode ser classificada em hirsuta (com pelos) ou glabra (ausente de pelos, geralmente é mais irregular apresentando formas onduladas). Da parte mais interna para a mais externa: Camada basal: composta de células colunares a cuboides, que mantém intimo contato com as membrana basal, que separa a epiderme da derme. Em casos de neoplasias, ela pode servir como barreira de impedimento para que a neoplasia não ultrapasse a derme. Extrato espinhoso: Composto de células oriundas do estrato basal, os queratinócitos dessa camada são levemente basofílicos a eosinofílicos, nucleados, poliédricos a cuboides e parecem estar ligados por pontes intercelulares (desmossomos). Extrato granuloso: São células achatadas com núcleos degenerados e citoplasma preenchido por grandes grânulos querato-hialinos fortemente basofílicos (os grânulos são compostos de profilagrina, precursora da filagrina, que exerce importantes funções de barreira e na queratinização epidérmica e folicular). Extrato lúcido: Camada fina e compacta de células anucleadas e queratinizadas; é mais desenvolvida em coxins podais, menos desenvolvida no plano nasal e ausente em todas as áreas de pele normal dos cães e gatos. Está presente nos lábios(ovinos), coroa do casco (ovinos, caprinos e bovinos), região nasal (ovinos e caprinos) e região perianal (bovinos). Extrato córneo: Camada mais externa, formada por células achatadas, anucleadas e eosinofílicas (corneócitos), que estão constantemente sendo desprendidos da epiderme. Derme: Profunda e superficial é formada por fibras colágenas, elásticas e substância fundamental, que oferece sustentação aos anexos dérmicos (folículos pilosos, glândulas sebáceas, músculo eretor do pelo, glândulas sudoríparas, vasos e nervos). Folículo piloso: funciona em estágios cíclicos (composto de gênese, crescimento, maturação e queda): Anágeno: atividade mitótica e crescimento; Catágeno: fase de transição (cessa proliferação e repouso); Telógeno: fase de descanso; Exógeno: fase de queda. Hipoderme (panículo ou tecido subcutâneo): É uma estrutura de origem mesenquimal, que liga a derme ao osso ou músculo; é constituída de tecido adiposo, fibras colágenas e elásticas, sendo responsável pelo isolamento térmico, reserva de energia, coxim de proteção (abs. de choque), reserva do metabolismo de esteroides e manutenção da forma externa. TERMOS DERMATOLÓGICOS: Deve-se atentar para: Aparência clínica da lesão, considerando o padrão normal; Obs.: Serpentes com dermatopatologias podem apresentar ecdises quebradiças, incompletas, aderidas à pele Distribuição (focal, extensamente focal, multifocal, multifocal a coalescente, difusa- geralmente as difusas estão relacionados a problemas sistêmico); Correlação de lesões histológicas e aspecto macroscópico das lesões; Diagnósticos diferenciais e final; Avaliação de lesões clínicas macroscopicamente; Exame clínico completo (idade, sexo, cor da pelagem, etc...) detalhando possíveis predileções da doença; P. ex.: Histiocitoma é uma neoplasia comum em animais jovens, que geralmente são autolimitantes podendo regredir com a idade. Habilidade de reconhecer a morfologia da lesão. Hiperplasia (acantose): Espessamento da epiderme devido a uma hiperplasia, levando em consideração apenas as células não queratinizadas. Acantose é usado como sinônimo, porém representa apenas o aumento da espessura do estrato espinhoso. Encontrada em neoplasias, parasitas, inflamações, etc. Pode ter formato regular, irregular, psoriasiforme, papilomatosa pseudoepiteliomatosa. Hiperqueratose: Espessamento da camada córnea. Associada a doenças parasitárias, inflamatórias, etc. Camada córnea pode ser ortoceratótica (anuclear), ou paraceratótica (nuclear). Hipoqueratose: Diminuição da espessura do estrato córneo, pode ocorrer nas doenças cutâneas seborreicas ou por fricção e maceração nas áreas intertriginosas. Mácula/ manchas: Área lisa, plana e circunscrita com modificação de cor da pele, mas sem salientação. É uma alteração restrita à epiderme (a membrana basal permanece ilesa); Placa: Lesão elevada e firme, com superfície superior plana, acima de 1cm, tipicamente plana. Pápula/ Vergão: Área firme, elevada e circunscrita, com menos de 1cm de diâmetro, possui aumento de volume, é circunscrita e levemente elevada; pode ser intraepidérmica ou subepidérmica; está associada a casos de urticária, e processos alérgicos. Pústula: Acúmulo de fluido purulento superficial elevado de caráter intraepidérmico. (Muito comum em animais jovens, ou associada à cinomose- posteriormente estas podem-se romper dando origem à colarinhos epidérmicos). Vesícula/bolha: Acima de 1cm de diâmetro; é uma lesão elevada, circunscrita e preenchida por fluido (a vesícula pode ser subcorneal: entre a camada córnea e o trato granuloso. Suprabasal: acima da camada basal. Subepidermal: abaixo da epiderme.) A sua localização é importante na diferenciação da doença autoimune. Nódulo: Lesão elevada, sólida, firme e circunscrita, geralmente se estende até a derme; é maior que 1cm. Comedão: Tampão de estrato córneo e sebo no interior do lúmen de um folículo piloso. É um folículo piloso dilatado devido à obstrução;p. ex.: Cravo. Colarete (colarinho) epidérmico: Anel liso, com bordas possivelmente elevadas, com descamação que se expande perifericamente. Surgem após o rompimento da pústula, vesícula ou bolha decapitada, o que confere o aspecto de um anel de descamações. Pode ser observado em casos de cinomose, em que a pústula se rompe originando colarinhos epidérmicos e em lesões fúngicas. Crosta: Massa de ceratina, restos celulares, microorganismos, sangue, pus, soros, que recobre uma área de lesão da epiderme (i.e., um aexsudato que se aglutina sobre a pele). Pode também estar associada ao rompimento de uma pústula. Escoriação: Perda linear de parte da epiderme, são lesões superficiais (não atingema MB); Edema (espongiose): Quando é intercelular (entre os ceratinócitos, células afastadas umas das outras), ocorre quando há um processo inflamatório. Quando é intracelular pode estar associada a doenças virais (degeneração hidrópica), autoimunes, etc. (exemplo: lúpus). Acantólise: Isolamento de ceratinócitos, quando a quebra de seus desmossomos (comum em doenças autoimunes. Exemplo: complexo pênfigo) Liquenificação: pele espessada, com sulcos evidenciados. (associada a dermatose crônica, exemplo: otite). Pode ser acompanhada de hiperpigmentação. Erosão: É a perda de parte da epiderme sem acometimento da membrana basal, possui caráter úmido, brilhante e deprimido. Fissura: Fenda ou quebra linear que se estende da epiderme à derme. Cisto: Cavidade delimitada pelo epitélio e preenchida com líquido ou material semissólido e localizada na epiderme ou no tecido subcutâneo. Calo: Placa espessa, elevada, glabra e dura com elevados vincos (pregas) na pele, o que confere superfície irregular, a área pode estar hiperpigmentado. É uma reação hiperplásica localizada, em resposta a traumatismo por pressão ou fricção. É comum em cães, com maior incidência em cães de raças grandes a gigantes. Úlcera: Perda da epiderme e da membrana basal com exposição da derme, possui aparência côncava. Liquenificação: Epiderme áspera, espessada secundária a atrito persistente, prurido ou irritação com hiperpigmentação concomitante. Cicatriz: Tecido fibroso fino/espesso que substitui a pele normal após lesão ou laceração da derme. Descamação: Células fragmentadas, queratinizadas, pele “em flocos”, irregular, espessa ou fina, seca ou oleosa. Neoplasia: “Massa anormal de tecido, cujo crescimento é excessivo, está descoordenado com o tecido normal e persiste a mesma forma excessiva após a cessão do estímulo, o qual evocou a alteração”. Alopecia: Ausência de pelo na pele hisurta. Hipotricose: Diminuição de pelos. Hiperpigmentação: Excesso de melanina. Pode ocorrer por migração errática de melanócitos, dermatoses crônicas, alopecia, etc. Microscópicamente há excesso de melanina sendo depositada nos ceratinócitos. Hipopigmentação: Diminuição da melanina na pele. Pode ser doença congênita (vitiligo), dermatose autoimune (lúpus. Há degeneração hidrópica e há perda dos melanócitos da camada basal e o animal demonstra hipopigmentação), etc...
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