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ProAcusticaManualAcusticaBasica-Dez2019

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Associação 
Brasileira para a
Qualidade Acústica 
Associação 
Brasileira para a
Qualidade Acústica 
MANUAL
PROACÚSTICA 
DE
ACÚSTICA 
BÁSICA
ACÚSTICA 
BÁSICA
PREFÁCIO
 
Dentre tantos méritos, o advento da Norma de Desempenho con-
tribuiu para a maior interação entre os diversos integrantes da 
cadeia da construção, prova disto é que, quem tem a honra de es-
crever o prefácio desta preciosa publicação da ProAcústica é um 
construtor e representante da Câmara Brasileira da Indústria da 
Construção (CBIC).
O sucesso de um empreendimento está relacionado a boas parce-
rias. Construtor, projetista, fornecedor de materiais e equipamentos 
devem trabalhar irmanados em favor do bem comum da sociedade.
A despeito de seu tradicionalismo, a indústria da construção civil 
assimilou vasta e variada gama de novos materiais, elementos e 
sistemas construtivos ao longo da última década, notadamente nos 
anos de forte crescimento econômico. Com isso, torna-se cada vez 
mais necessário o domínio do conhecimento, por parte de todos os 
atores da cadeia da construção, de suas características técnicas 
e de desempenho, bem como a inter-relação entre a diversidade 
de sistemas que compõem um empreendimento. Só desta maneira 
será possível obter, da escolha feita, todo o seu potencial e assim 
justificar o investimento realizado em Pesquisa & Desenvolvimento. 
Certamente foi comungando do ideal acima que os companheiros 
da ProAcústica desenvolveram um manual simples e objetivo, que 
conta com informações básicas, mas basilares para todos que de-
sejam e precisam lidar com os conceitos de acústica, provavel-
mente o parâmetro que mais contribuiu para a difusão do conheci-
mento em torno da já referida Norma de Desempenho.
Neste Manual de Acústica Básica, o leitor, seja ele especifica-
dor, construtor, instalador, fornecedor ou comprador, além das 
referências às normas técnicas afins ao tema, encontrará desde 
fundamentos até conceitos técnicos determinantes para que sua 
experiência com o tema seja agradável como as ondas sonoras 
propagadas pela “sinfonia tocada por uma orquestra”, bem longe 
da provocada pelo ruído ou barulho de “uma furadeira sendo utili-
zada no apartamento do vizinho”.
DIONYZIO ANTONIO MARTINS KLAVDIANOS
Presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-DF) / Biênio 
2019–2021, vice-presidente da área de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produti-
vidade - COMAT/CBIC. Formado em Engenharia Civil pela Universidade de Brasília 
(UnB), o empresário tem MBA em Especialização em Negócios para Executivos, 
pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e em Finanças, pelo Instituto Brasileiro de 
Mercado de Capitais (Ibmec). Klavdianos é diretor técnico da Itebra Construções e 
Instalações Técnicas Ltda., empresa fundada em 1973.
SUMÁRIO
1. Apresentação ................................................................................................. 5
2. Conceitos básicos e terminologias ............................................................... 6
2.1. O som e suas propriedades ......................................................................... 7
2.1.1. Frequência ................................................................................................ 8
2.1.2. Espectro sonoro ....................................................................................... 9
2.1.3. Comprimento de onda ............................................................................ 10
2.1.4. Velocidade de propagação sonora .......................................................... 10
2.1.5. Amplitude ................................................................................................ 11
2.2. Nível de pressão sonora (NPS) ................................................................... 12
2.2.1. Curva de ponderação A ........................................................................... 14
2.3. Os efeitos do ambiente no som .................................................................. 14
2.3.1. Reverberação .......................................................................................... 14
2.3.2. Absorção, reflexão, difusão e transmissão ............................................ 16
2.4. Ruído aéreo vs. ruído de impacto ................................................................... 18
2.5. Som residual ..................................................................................................... 18
2.6. Condicionamento vs. isolamento acústico ................................................ 20
3. Condicionamento acústico ........................................................................... 22
3.1. Como avaliar o condicionamento acústico de um ambiente .................... 23
3.2. Como especificar um material para o condicionamento acústico ........... 26
4. Isolamento acústico ..................................................................................... 28
4.1. Como avaliar o isolamento acústico em edifícios ..................................... 30
4.2. Como especificar elementos para isolamento acústico ........................... 31
5. Boas práticas para especificação de materiais .......................................... 34
6. Normas técnicas .......................................................................................... 38
7. Quiz - Mitos e verdades ................................................................................ 42
8. Referências - Bibliografia e Normas ........................................................... 47
Manual ProAcústica | Acústica Básica 5
1 APRESENTAÇÃO
 
 
A experiência de profissionais que trabalham com acústica no Brasil 
mostra que os conceitos básicos sobre o tema ainda geram mui-
tas dúvidas, o que dificulta o diálogo entre consultores, projetistas, 
arquitetos e clientes. Este manual tem por objetivo esclarecer, aos 
envolvidos no processo, os principais conceitos de acústica que são 
abordados durante o desenvolvimento de um projeto.
Com este intuito, a ProAcústica criou o Grupo de Trabalho Acústica 
Básica, que integra o Comitê Acústica nas Edificações. Do grupo, 
participam diversas empresas associadas empenhadas na criação 
de um manual que atenda à demanda dos setores envolvidos com 
pro jetos acústicos de edificações.
A publicação traz definições de terminologias acústicas para carac-
terizar a eficiência dos produtos, bem como conceitos relacionados 
a descritores acústicos e índices utilizados pelos setores de esqua-
drias, forros, revestimentos e demais materiais acústicos. 
O Manual ProAcústica de Acústica Básica pode ser utilizado por 
projetistas, arquitetos, engenheiros, estudantes, consultores, fabri-
cantes e todos os envolvidos em projetos e obras para aplicação di-
reta destes conceitos. Esta publicação é uma importante ferramen-
ta para tornar as informações sobre acústica acessíveis ao público 
não especializado. 
Manual ProAcústica | Acústica Básica 7
2.1 O som e suas propriedades
O som pode ser definido como a variação de pressão em torno 
da pressão atmosférica que ocorre em períodos regulares e é 
perceptível pelo sistema auditivo humano. O som se propaga 
por ondas em meios como o ar, a água e os sólidos, podendo 
ser caracterizado por sua frequência e amplitude.
 
Constantemente o som está presente na vida do ser humano, até 
mesmo durante o sono, pois o sistema auditivo está sempre alerta e 
nunca desliga. As ondas sonoras carregam informações e os sons 
produzidos por elas são fundamentais para a comunicação. Exem-
plos desses sons são a fala de uma pessoa, um sinal de alerta, a 
sinfonia tocada por uma orquestra, uma furadeira sendo utilizada 
no apartamento do vizinho, as buzinas de veículos, entre outros. O 
som pode ser agradável ou não. Quando o som não é agradável é 
considerado ruído ou barulho. 
Ruído é um conceito subjetivo não existindo definição única. Em 
acústica, a palavra ruído geralmente é atribuída a sons não dese-
jados ou desagradáveis.CONCEITOS BÁSICOS 
E TERMINOLOGIAS
Definindo som, suas propriedades 
e efeitos no ambiente 
2
COMPRESSÃO
DAS PARTÍCULAS
RAREFAÇÃO
DAS PARTÍCULAS
FIGURA 1 
ONDA SONORA 
EM PROPAGAÇÃO
8 Manual ProAcústica | Acústica Básica 9
2.1.1 FREQUÊNCIA
O som se propaga por ondas com uma determinada repetição perió-
dica, através da rarefação e compressão das partículas do meio. A 
taxa desta repetição define a frequência e vai determinar se ouvire-
mos sons mais graves ou agudos.
A unidade utilizada para quantificar a frequência é o Hertz (Hz), que 
representa o número de repetições periódicas ocorridas por segun-
do. Por exemplo, na frequência de 1 Hz a repetição ocorre uma vez 
a cada segundo.
O ser humano não é capaz de ouvir todas as frequências que existem 
na natureza. Em média, começamos a escutar sons com frequên-
cias a partir de 20 Hz e paramos de escutar acima de 20.000 Hz. Os 
sons com frequências inferiores a 20 Hz são chamados infrassons e 
os acima de 20.000 Hz, ultrassons.
Para facilitar, as frequências audíveis normalmente são classificadas 
em baixas frequências, entre 20 Hz e 200 Hz; médias frequências, de 
200 Hz a 2.000 Hz; e altas frequências, de 2.000 Hz a 20.000 Hz. 
2.1.2 ESPECTRO SONORO
Assim como a luz, os sons podem ser decompostos em faixas de 
frequências. No caso da luz branca, esta decomposição resulta 
nas cores que vemos em um arco-íris. Já o som resulta no que 
chamamos espectro de frequências. 
Quando Isaac Newton utilizou um prisma e decompôs a luz pela 
primeira vez, se assustou com a imagem colorida e a batizou de 
espectro (que quer dizer "fantasma" em latim). Desde então, este 
termo é também utilizado para a decomposição do som.
INFRASSONS SONS AUDÍVEIS
BAIXAS
FREQUÊNCIAS
MÉDIAS
FREQUÊNCIAS
ALTAS
FREQUÊNCIAS
ULTRASSONS
FREQUÊNCIA (Hz) 20 200 2.000 20.000
FIGURA 2 
FAIXA DE 
FREQUÊNCIA 
DOS 
INFRASSONS, 
SONS AUDÍVEIS 
E ULTRASSONS 
FIGURA 3 - ESPECTRO DA LUZ VS. ESPECTRO SONORO
O conjunto de frequências que compõe um som 
forma o espectro sonoro.
N
P
S 
(d
B
)
FREQUÊNCIA (Hz)
0
125 250 500 1000 2000 4000 8000
15
30
45
60
75
90
LUZ BRANCA
ESPECTRO
DA LUZ
ESPECTRO
SONORO
SOM
10 Manual ProAcústica | Acústica Básica 11
2.1.5 AMPLITUDE 
O som se propaga através de variações de pressão no meio. Quanto 
maior for esta variação, maior será a sua amplitude – geralmente 
expressa em Pascal (Pa).
O ser humano é capaz de ouvir uma variação de pressão sonora (am-
plitude) da ordem de 0,00002 Pa a 200 Pa, ou seja, uma variação de 
10 milhões de vezes! Assim, o sistema auditivo pode ser comparado a 
uma balança capaz de pesar uma maçã, um elefante e uma montanha. 
2.1.3 COMPRIMENTO DE ONDA
As ondas sonoras apresentam diferentes comprimentos para cada 
frequência. O símbolo grego λ (lambda) é utilizado para representar 
o comprimento de onda. Para os sons audíveis, se propagando no 
ar*, este comprimento pode variar de aproximadamente 1,7 centíme-
tros – tamanho de uma abelha – até mais de 17 metros – tamanho de 
um prédio de 6 andares. 
A frequência e o comprimento de onda se relacionam de forma inversa, 
ou seja, quanto maior a frequência menor será o comprimento de onda.
* Considerando a velocidade de propagação sonora no ar c = 343 m/s. 
2.1.4 VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO SONORA 
O som se propaga em velocidades distintas nos diferentes meios. 
Em meios sólidos, a propagação do som é mais rápida que no ar. 
Por exemplo, quando um trem se aproxima, primeiro são sentidas 
as vibrações nos trilhos, seguidas pelas vibrações no ar.
AR
≈ 343 m/s
ÁGUA
≈ 1.482 m/s
CONCRETO
≈ 4.000 m/s
FIGURA 5 
VELOCIDADE 
DE PROPAGAÇÃO 
SONORA EM 
DIFERENTES 
MEIOS
FIGURA 6 
IMAGEM 
ILUSTRATIVA DA 
CAPACIDADE 
DA AUDIÇÃO 
EM DETECTAR 
DIFERENTES 
AMPLITUDES
 Comprimento de onda (λ) =
Velocidade do som
Frequência
FREQUÊNCIA (Hz)
λ = 17 m λ = 1,7 m λ = 17 cm λ = 1,7 cm
20 200 2.000 20.000
FIGURA 4 
EXEMPLOS DE 
COMPRIMENTOS 
DE ONDA *
12 Manual ProAcústica | Acústica Básica 13
2.2 Nível de pressão sonora (NPS)
O nível de pressão sonora, expresso em decibel (dB), é uma escala que 
re laciona de forma logarítmica a pressão sonora medida com uma 
outra de referência. Usualmente, esta referência é a pressão sonora a 
partir da qual o ser humano começa a escutar os sons (20 μPa). 
A escala logarítmica é utilizada para facilitar a representação e cál-
culos da pressão sonora. Lembre-se que é possível ter variações da 
ordem de até 10 milhões de vezes! 
A Figura 8 apresenta os limiares auditivos do ser humano em di-
versas frequências bem como regiões do espectro que abrangem a 
fala e a música. O limiar da audição, próximo a 0 dB na frequência 
de 1.000 Hz, representa a amplitude mínima necessária para que 
um som seja ouvido. A curva superior é o limiar da dor causado 
por amplitudes sonoras extremas. No entanto, há risco de danos à 
audição mesmo antes da sensação de dor.
O sistema auditivo não é igualmente sensível 
para toda a faixa audível. Por isso, cada frequência 
possui limiares auditivos diferentes.
N
ÍV
EL
 D
E 
PR
ES
SÃ
O
 S
O
N
O
R
A
 (d
B
)
FREQUÊNCIA (Hz)
20
0
10
20
40
60
80
100
120
140
31,5 63 125 250 500 1.000 2.000 4.000 8.000 16.000
LIMIAR DA DOR
RISCO DE DANO
LIMIAR DA
AUDIÇÃO
MÚSICA
FALA
FIGURA 8 - LIMIARES AUDITIVOS PARA O SER HUMANO
 Nível de pressão sonora = 20 x log dB
Pressão sonora medida
Pressão sonora de referência
140 Limiar da dor
 
120 Sirene
 
100 Sobrevôo de helicóptero
 
80 Trem de carga (a 30 m)
 
60 Conversação
 
40 Dormitório / Biblioteca
 
20 Estúdio de gravação
 
0 Limiar da audição (1.000 Hz)
 
Decolagem de jato (a 60 m) 130
 
Show de rock 110
 
Caminhão em aceleração 90
 
Via de tráfego intenso 70
 50
 
Área rural silenciosa 30
 
 10
 
Sala de espera / Restaurante
(desocupados)
NPS
(dB)
FIGURA 7 
LOCAIS/ATIVIDADES 
VS. NPS
14 Manual ProAcústica | Acústica Básica 15
2.2.1 CURVA DE PONDERAÇÃO A
O ser humano não percebe da mesma maneira amplitudes das fre-
quências graves, médias e agudas. Para compensar essa diferença 
na percepção foi criada uma curva de ponderação em frequência, 
conhecida como curva de ponderação A. Esta curva é muito uti-
lizada em análises acústicas como, por exemplo, na legislação de 
avaliação do incômodo e saúde ocupacional por melhor representar 
a audição humana.
2.3 Os efeitos do ambiente no som
2.3.1 REVERBERAÇÃO
A reverberação sonora em espaços fechados é um fenômeno que 
ocorre quando o som permanece no ambiente ao refletir em pare-
des, pisos, tetos e demais superfícies. Os materiais de absorção, a 
mobília e até mesmo as pessoas presentes contribuem, em geral, 
para reduzir a reverberação.
Quanto maior for o volume do ambiente e quanto menos absorção 
sonora estiver presente, maior será a reverberação. Por exemplo, 
um apartamento ou casa nova sem mobília pode ser re verberante. 
Depois que o ambiente está mobiliado é possível perceber que a 
reverberação diminui significativamente. 
Em um ambiente reverberante, normalmente, existe a dificuldade 
para compreensão da fala, pois as sílabas das palavras são sobre-
postas pelas anteriores, devido as muitas reflexões sonoras. A solu-
ção deste problema não depende do ouvinte, mas do comportamen-
to do som no local. Daí a importância do condicionamento acústico.
A reverberação sonora pode ser caracterizada por meio do Tempo 
de Reverberação (TR), apresentado com mais detalhes no Item 3.1.
FA
TO
R
 D
E
 P
O
N
D
E
R
A
Ç
Ã
O
 (d
B
)
FREQUÊNCIA (Hz)
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
10
16 31,5 63 125 250 500 1.000 2.000 4.000 8.000 16.000
FIGURA 9 - CURVA DE PONDERAÇÃO A
FIGURA 10 
AMBIENTE 
REVERBERANTE 
VS. NÃO 
REVERBERANTE
AMBIENTE 
REVERBERANTE
AMBIENTE 
NÃO REVERBERANTE
16 Manual ProAcústica | Acústica Básica 17
REFLEXÃO / DIFUSÃO
ABSORÇÃO
ABSORÇÃO ISOLAMENTO
REFLEXÃO
SUPERFÍCIE REFLETIVA
ABSORÇÃO
SUPERFÍCIE ABSORVENTE
DIFUSÃO
SUPERFÍCIE DIFUSORA
2.3.2 ABSORÇÃO, REFLEXÃO, DIFUSÃO E TRANSMISSÃO
Ao atingir uma superfície,as ondas sonoras têm parte de sua ener-
gia absorvida (dissipada), parte refletida e parte transmitida por ela.
 
A absorção sonora corresponde à capacidade do material de dissi-
par a energia do som. Materiais fonoabsorventes são, normalmente, 
fibrosos ou porosos como lãs minerais, espumas etc. 
A parte da energia sonora que incide sobre um material e retorna 
ao ambiente é descrita como reflexão. Materiais refletivos apresen-
tam superfícies rígidas como por exemplo blocos cerâmicos ou de 
concreto, vidros etc.
A difusão é um tipo especial de reflexão em que a onda sonora 
incide sobre uma superfície irregular, que "espalha" a energia 
sono ra no ambiente em diversas direções. Elementos difusores 
são irregulares e podem ser projetados para atuarem de forma 
específica no condicionamento do som em um ambiente.
O som transmitido por um elemento corresponde à parte da ener-
gia sonora que não foi absorvida nem refletida. Para evitar a trans-
missão sonora de um ambiente para outro é necessário utilizar ma-
teriais/sistemas de isolamento acústico. Ver Capítulo 4.
A. ENERGIA INCIDENTE
B. ENERGIA REFLETIDA
C. ENERGIA TRANSMITIDA
D. ENERGIA DISSIPADA
A
B
C
D
FIGURA 11 
SOM INCIDINDO 
EM UMA 
SUPERFÍCIE
FIGURA 12 
ABSORÇÃO, 
REFLEXÃO 
E DIFUSÃO
É comum ainda confundir absorção com isolamento 
acústico e a função de cada material utilizado. Materiais 
absorventes são, em geral, leves e de baixa densidade, 
enquanto materiais isolantes são mais pesados e densos.
FIGURA 13 
MATERIAIS 
ACÚSTICOS 
APLICADOS 
EM UM 
AMBIENTE
18 Manual ProAcústica | Acústica Básica 19
 ❚ Rodovias e ferrovias;
 ❚ Sobrevoo de aeronaves;
 ❚ Sistemas de ventilação;
 ❚ Sistemas de ar condicionado; 
 ❚ Instalações hidrossanitárias;
 ❚ Conversas.
Em edificações é importante que o som residual seja adequado ao 
uso do espaço. Isso é determinante tanto para a obtenção de boas 
condições de conforto acústico, quanto para proporcionar boa co-
municação e apresentações artísticas.
2.4 Ruído aéreo vs. ruído de impacto
Em edificações, o ruído pode ser transmitido pelo ar ou pela estrutu-
ra, mas o que o classifica como aéreo ou de impacto é a sua origem. 
Ruídos gerados no ar, como conversas e músicas, são considerados 
aéreos. Ruídos causados pelo impacto direto na estrutura, como 
como passos, queda de objetos, arraste de móveis e marteladas são 
considerados de impacto.
2.5 Som residual
O som residual, popularmente conhecido como ruído de fundo, é o 
som existente em um local sem a presença das fontes sonoras de 
interesse. Os ambientes são influenciados pelo som residual pro-
veniente tanto do meio externo como do interno como ocorre em 
edificações habitacionais, escolas, teatros, aeroportos etc. Alguns 
exemplos de fontes sonoras que podem compor o som residual são:
AÉREO
IMPACTO
FIGURA 14 
RUÍDO 
AÉREO E 
 DE IMPACTO
FIGURA 15 
SOM 
RESIDUAL
20 Manual ProAcústica | Acústica Básica 21
É importante conhecer o comportamento das fontes sonoras com 
as quais se está lidando. A Figura 16 apresenta espectros típicos de 
modais de transporte.
 
2.6 Condicionamento vs. isolamento acústico
Os termos condicionamento e isolamento acústico se referem a 
duas abordagens complementares para a adequação acústica de 
ambientes.
O condicionamento acústico está relacionado com a qualidade 
acústica interna dos ambientes, ou seja, concentra-se na modela-
gem das propriedades de absorção, reflexão e difusão dos materiais 
utilizados. Ver Capítulo 3.
O isolamento acústico, por sua vez, refere-se à capacidade dos mate-
riais minimizarem a transmissão sonora entre dois recintos, tanto de 
dentro para fora como de fora para dentro do ambiente. Ver Capítulo 4.
Agora que já conhecemos os conceitos e terminologias básicas 
utili zadas em acústica, vamos falar sobre como avaliar um am-
biente e escolher os materiais adequa dos para o condicionamento 
e isolamento acústico, nos Capítulos 3 e 4, respectivamente.
FIGURA 16 - FONTES SONORAS EXTERNAS TÍPICAS
N
ÍV
E
L 
D
E
 P
R
E
SS
Ã
O
 S
O
N
O
R
A
 (d
B
)
50
60
70
80
90
100
125 4.000
FREQUÊNCIA (Hz)
DECOLAGEM DE
AVIÃO A JATO
Distância: 305 m
CARRO 
A 65 Km/h
Distância: 15 m
CAMINHÃO 
A 65 Km/h
Distância: 15 m
CONDICIONAMENTO
ACÚSTICO
ISOLAMENTO
ACÚSTICO
FIGURA 17 - CONDICIONAMENTO VS. ISOLAMENTO ACÚSTICO
Manual ProAcústica | Acústica Básica 23
3.1 Como avaliar o condicionamento acústico de 
um ambiente
Com a invenção do microfone, o condicionamento acústico nos am-
bientes deixou de ser obtido por tentativa e erro ou simplesmente 
pela réplica de soluções bem-sucedidas. Com as novas tecnologias, 
que permitem medições e simulações, é possível mapear os pa-
drões presentes nos locais em que a acústica é adequada.
Diversos parâmetros foram desenvolvidos para quantificar objeti-
vamente o comportamento do som no recinto e relacioná-lo com as 
impressões sonoras subjetivas do ouvinte. O tempo de reverberação 
(TR) é o mais conhecido e utilizado.
TEMPO DE REVERBERAÇÃO - TR
CONDICIONAMENTO 
ACÚSTICO
Parâmetros e boas práticas 
para projetos
3
O tempo de reverberação é definido como o tempo necessário 
para que a energia sonora diminua 60 dB em um ambiente, após a 
emissão da fonte ser interrompida. Ele depende principalmente do 
volume da sala e da quantidade de absorção sonora presente. 
N
ÍV
E
L 
D
E
 
P
R
E
SS
Ã
O
 S
O
N
O
R
A
 (
dB
)
TEMPO (s)
100
80
60
40
60 dB
20
0
0 1.0 2.0
TEMPO DE REVERBERAÇÃO
1.9 s
FIGURA 18 
REPRESENTAÇÃO 
GRÁFICA DO TR
24 Manual ProAcústica | Acústica Básica 25
O tempo de reverberação tem grande impacto na maneira em que per-
cebemos os sons. Em uma igreja gótica o som de um órgão fica gran-
dioso devido ao elevado tempo de reverberação. Já uma sala de aula 
exige um tempo de reverberação curto para que as palavras sejam 
ouvidas e compreendidas de forma clara. Daí é recomendado adequar 
os tempos de reverberação dos espaços aos usos previstos (Figura 19).
Uma das maneiras de controlar a reverberação é com a aplicação 
de revestimentos fonoabsorventes nas superfícies de um ambiente, 
como espumas, lãs minerais, lãs de pet e demais materiais fibro-
sos. A quantidade, o desempenho e a distribuição destes materiais 
vão definir o tempo de reverberação. 
Além de quantificar o tempo de reverberação, por meio de medição 
é possível estimá-lo usando a equação, a seguir, que considera o vo-
lume da sala, absorção dos materiais e suas respectivas dimensões. 
 
A área de absorção equivalente (AAE) é um parâmetro que repre-
senta a quantidade total de absorção sonora dos materiais aplica-
dos nas superfícies. Para calcular o AAE é necessário multiplicar 
as áreas de cada material pelos seus coeficientes de absorção. No 
final, o AAE é resultado da soma de todos estes valores.
Por exemplo, um absorvedor de 10 m2 e coeficiente de absorção de 
0,5 tem uma área de absorção sonora equivalente de 5 m2 e o mesmo 
efeito de um absorvedor de 20 m2, com um coeficiente de absorção 
de 0,25 ou de um absorvedor de 5 m2 e coeficiente de absorção 1.
Embora o TR seja o parâmetro mais conhecido, existem outros atri-
butos que podem ser utilizados para a avaliação da resposta acústi-
ca conforme o uso do ambiente. 
FIGURA 19 - TR RECOMENDADO PARA DIFERENTES AMBIENTES (EM 500 HZ) *
M
Ú
SI
C
A
FA
LA
 /
M
Ú
SI
C
A
FA
LA
TEMPO DE REVERBERAÇÃO (s)
0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 2.0 2.2 2.4
Sinfonia
Ópera
Música de câmara
Show de rock e pop
Opereta / Musical
Clube de jazz
Igreja
Auditório multiuso
Cinema
Teatro
Sala de conferência
Berçário / Sala de aula
Estúdio de gravação
Catedral
Orquestra / Coro / Órgão
 Tempo de Reverberação = 0,161
Volume do ambiente
Área de absorção equivalente
* Critérios retirados do livro Acoustics and Sound Insulation de Eckard Mommertz 
(Birkhäuser Architecture, 2009). 
26 Manual ProAcústica | Acústica Básica 27
3.2 Como especificar um material para o 
condicionamento acústico
Existem parâmetros que possibilitam a comparaçãoentre mate-
riais utilizados no condicionamento acústico de ambientes. O coefi-
ciente de absorção sonora, obtido em ensaios de laboratório, é um 
dos mais importantes. A partir dele pode-se calcular o tempo de 
reverberação e demais indicadores acústicos.
 
COEFICIENTE DE ABSORÇÃO SONORA - α 
O coeficiente de absorção sonora α  (alpha) caracteriza a capaci-
dade que um material tem para absorver o som. Esse é um valor 
que varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 0 menor sua 
capacidade de absorção. 
A absorção sonora é uma característica que depende da fre-
quência. Alguns materiais possuem maior absorção em altas 
frequências, enquanto outros possuem maior absorção em bai-
xas frequências. 
COEFICIENTE DE ABSORÇÃO SONORA PONDERADO - αw 
Representa a absorção sonora de um material por meio de um valor 
único determinado conforme a norma ISO 11654, sendo mais utiliza-
do por ser obtido a partir de uma norma internacional.
COEFICIENTE DE REDUÇÃO DE RUÍDO - NRC (NOISE 
REDUCTION COEFFICIENT)
 
Este critério também representa a absorção sonora de um material 
por meio de um valor único, sendo determinado segundo a norma 
ASTM C423. É dado pela média aritmética dos coeficientes de absor-
ção sonora (α) das bandas de oitava centradas nas frequências de 250 Hz, 
500 Hz, 1.000 Hz e 2.000 Hz. Por ser uma média aritmética, deve-se 
utilizar esse parâmetro com cautela, pois materiais com curvas de 
absorção muito diferentes podem resultar no mesmo NRC.
É importante analisar a variação da absorção 
nas diversas frequências, mesmo que comercialmente 
sejam estabelecidos valores únicos para facilitar 
a comparação entre os produtos.
Manual ProAcústica | Acústica Básica 29
O isolamento acústico está relacionado a como os elementos cons-
trutivos reduzem a transmissão sonora entre ambientes.
Em geral, o isolamento acústico depende da massa dos materiais. 
Elementos pesados, como paredes de alvenaria, vidros espessos e 
elementos de concreto, apresentam alto grau de isolamento acústico. 
Uma alternativa para obter bom isolamento acústico com materiais 
mais leves é a utilização de sistemas compostos, por exemplo, o 
drywall. Esses sistemas são uma espécie de “sanduíche”, em que 
nas partes externas são utilizados materiais mais densos e pou-
co espessos, como placas de gesso, e a parte interna é preenchida 
com materiais porosos ou fibrosos como lãs minerais ou lãs de pet.
As frestas também influenciam muito na eficiência do isolamento 
acústico. Para se ter uma ideia, uma parede com apenas 0,1% de 
fresta pode ter seu desempenho de isolamento acústico seriamen te 
comprometido, perdendo até metade de sua eficiência.
ISOLAMENTO 
ACÚSTICO
Parâmetros e boas práticas 
para projetos
4
FIGURA 20 
ISOLAMENTO 
ACÚSTICO EM 
ALVENARIA E 
DRYWALL
PLACAS
DE GESSO
MATERIAL 
POROSO/
FIBROSO
ISOLAMENTO
EM ALVENARIA
ISOLAMENTO
EM DRYWALL
BLOCOS
30 Manual ProAcústica | Acústica Básica 31
Quando o ruído for externo, o isolamento acústico global da fachada 
vai depender do isolamento da parede combinado com o das esqua-
drias (portas e janelas). Em ambientes de cobertura, a composição 
do telhado também deve ser levada em consideração.
4.1 Como avaliar o isolamento acústico em edifícios
O desempenho de isolamento acústico entre recintos ou de uma fa-
chada pode ser avaliado em campo, isto é, no próprio edifício. Para 
isso, existem normas específicas que descrevem os procedimentos 
e os indicadores adequados. 
O isolamento acústico depende de fatores como o volume dos recin-
tos, a união dos elementos e a qualidade da execução da obra. Vale 
ressaltar que os resultados em campo podem ser bem diferentes 
dos obtidos em laboratório.
Abaixo, seguem relacionados os parâmetros comumente utilizados 
para avaliar o desempenho de isolamento acústico dos elementos 
em campo:
 
DIFERENÇA PADRONIZADA DE NÍVEL PONDERADA - DnT,w 
Representa a diferença entre a energia sonora incidente sobre um 
elemento e a energia transmitida, por meio de um valor único. Obtido 
conforme a ABNT NBR 16283-1, ISO 10052 e ISO 717-1.
Quanto maior o valor de DnT,w maior é a capacidade do elemento em 
atenuar a transmissão de ruído aéreo.
 
DIFERENÇA PADRONIZADA DE NÍVEL PONDERADA 
A 2 METROS DA FACHADA - D2m,nT,w
Representa a capacidade de redução sonora de uma fachada em 
relação a sons exteriores a uma edificação, também descrito 
por meio de um número único. Esse índice é obtido conforme a 
ISO 16283-3, ISO 10052 e ISO 717-1. 
Quanto maior o valor de D2m,nT,w maior é a capacidade da fachada em 
atenuar a transmissão de ruído aéreo.
NÍVEL DE PRESSÃO SONORA DE IMPACTO PADRÃO 
PONDERADO - L’nT,w
 
Representa a energia sonora transmitida a um ambiente receptor 
por um sistema de piso. Obtido conforme as normas ISO 16283-2, 
ISO 10052 e ISO 717-2. 
Quanto maior o valor de L'nT,w menor a capacidade do sistema em 
atenuar a transmissão de ruído de impacto.
4.2 Como especificar elementos para isolamento 
acústico 
Para especificar materiais em projeto de isolamento acústico são 
necessários ensaios de laboratório. Estes ensaios são feitos de for-
ma normalizada, de acordo com normas técnicas, o que possibilita 
a posterior comparação do desempenho entre materiais e a escolha 
mais apropriada para cada caso. 
32 Manual ProAcústica | Acústica Básica 33
apenas o forro, sem septo, sendo um valor único obtido de acordo com 
a ISO 10848. Mais utilizado por ser indicado por norma internacional.
 
CAC: CEILING ATTENUATION CLASS
É utilizado para classificar o desempenho de um sistema de forro 
como uma barreira à transmissão de sons aéreos por meio de um 
plenum compartilhado entre espaços fechados adjacentes. O método 
de determinação é descrito pela ASTM E1414.
ÍNDICE DE REDUÇÃO SONORA PONDERADO - Rw
Representa a diferença entre a energia sonora incidente sobre um 
elemento e a energia transmitida. O índice é medido em laboratório 
de acordo com a ISO 10140-2, tendo seu valor único obtido por pro-
cedimento descrito na ISO 717-1.
Quanto maior o valor de Rw maior é a capacidade do elemento em 
atenuar a transmissão de ruído aéreo.
NÍVEL DE PRESSÃO SONORA DE IMPACTO PONDERADO - Ln,w
É o nível de pressão sonora medido em laboratório na câmara de 
ensaio inferior, utilizando uma máquina de impactos padronizada 
que “martela” o piso na câmara superior, conforme a ISO 10140-3. 
O valor único é obtido por um procedimento descrito na ISO 717-2.
Quanto maior o valor de Ln,w menor é a capacidade do sistema em 
atenuar a transmissão de ruído de impacto. 
Existem indicadores específicos para utilização em situações onde 
o Rw e o Ln,w não são adequados, como o isolamento entre dois am-
bientes vizinhos com forros e separados por paredes que não che-
gam até a laje, ou seja, piso-forro. Os coeficientes utilizados nestas 
situações são: Dnf,w e o CAC.
DIFERENÇA NORMALIZADA PONDERADA PARA FORROS 
SUSPENSOS - Dnf,w 
Representa a redução sonora por passagem dupla considerando 
Você já deve ter ouvido falar que o isolamento acústico 
medido em campo pode ser diferente do isolamento medido em 
laboratório. Isso acontece porque em um laboratório é possível 
garantir que a transmissão sonora ocorra somente pelo elemento 
ensaiado, diferentemente de uma situação real – construção de 
uma parede, instalação de portas ou janelas, por exemplo.
LABORATÓRIO
1
2 3
A
BRw
Ln,w
CAMPO SITUAÇÃO REAL
1
2
2
3
DnT,w
L’nT,w
B
A
FIGURA 21 
ISOLAMENT0 
MEDIDO EM 
LABORATÓRIO 
VS. 
SITUAÇÃO REAL
Manual ProAcústica | Acústica Básica 35
No momento da especificação de materiais com características 
acústicas é importante verificar com os fornecedores todos os itens 
referentes ao desempenho, solicitar amostras, catálogos e laudos 
técnicos - de ensaios realizados por laboratórios acreditados pelo 
INMETRO ou entidades reconhecidas internacionalmente.  
O laudo solicitado deve ser apresentado na íntegra, incluindo anexos.
Os catálogos de materiais com características de absorção sono-
ra (Figura22) como, por exemplo, forros e revestimentos, devem 
apresentar:
 ❚ Curva de valores de absorção sonora (α) por frequência, de 
acordo com a ISO 354; 
 ❚ Valor de absorção sonora ponderado (global) αw de acordo com a 
ISO 11654. 
Os catálogos de materiais com características de isolamento sono-
ro (Figura 23) devem apresentar:
 ❚ Curva de valores de redução sonora (R) por frequência, de 
acordo com a ISO 10140-2; 
 ❚ Valor do índice de redução sonora ponderado (global) Rw de 
acordo com a ISO 717-1.
BOAS PRÁTICAS 
PARA ESPECIFICAÇÃO 
DE MATERIAIS
Orientações práticas para especificar 
materiais corretamente
5
NOTA: Além dos requisitos acústicos, também é importante observar outras 
características como a reação ao fogo dos materiais.
36 Manual ProAcústica | Acústica Básica 37
Medição do coeficiente de absorção sonora 
ISO 354
Laboratório:
Descrição do material:
FREQUÊNCIA
(Hz)
α
0,25
0,26
0,30
0,39
0,48
0,60
0,69
0,73
0,78
0,83
0,85
0,88
0,85
0,80
0,84
0,85
0,84
0,85
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
4000
5000
C
oe
fi
ci
en
te
 d
e 
ab
sr
oç
ão
 s
on
or
a
Frequência (Hz)
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
125 250 500 1.000 2.000 4.000
Data:
Medição do índice de redução sonora 
ISO 10140-2
Laboratório:
Descrição da amostra:
FREQUÊNCIA
(Hz) R (dB)
12
20
30
37
42
43
44
50
52
52
57
58
58
56
52
45
45
40
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
4000
5000
Ín
di
ce
 d
e 
re
du
çã
o 
so
no
ra
 (d
B
)
Frequência (Hz)
0
10
20
30
40
50
60
70
125 250 500 1.000 2.000 4.000
Data:
FIGURA 22 
EXEMPLO DE 
LAUDO DE 
MATERIAL DE 
ABSORÇÃO 
SONORA
FIGURA 23 
EXEMPLO DE 
LAUDO DE 
MATERIAL DE 
ISOLAMENTO 
SONORO
Manual ProAcústica | Acústica Básica 39
Para garantir o conforto acústico em ambientes diversos, a ABNT 
desenvolveu um conjunto de normas técnicas que busca assegurar 
o bem-estar dos indivíduos: 
 ❚ ABNT NBR 10151 
Estabelece valores de referência de níveis de pressão sonora 
para ambientes externos a edificações, em áreas habitadas. 
 ❚ ABNT NBR 10152 
Estabelece valores de referência de níveis de pressão sonora 
para projetos acústicos de ambientes internos em edificações, 
em função de sua finalidade de uso. 
 ❚ ABNT NBR 15575 * 
Estabelece, entre outros itens, requisitos e critérios mínimos de 
desempenho de isolamento acústico para edifícios habitacionais 
(sistema de pisos, paredes, fachadas e coberturas das edificações).
 ❚ ABNT NBR ISO 3382 
Especifica métodos para a medição de tempo de reverberação e 
outros parâmetros de acústica em diversos tipos de ambientes 
NORMAS TÉCNICAS
Normas para avaliações acústicas 
em ambientes diversos
6
* Norma em revisão. Consulte o Manual ProAcústica sobre a Norma de Desempenho.
NOTA: Para avaliação de sistemas de transporte estão sendo elaboradas 
normas específicas a cada modal: aeroviário, ferroviário, metroviário 
e rodoviário (ABNT NBR 16425).
40 Manual ProAcústica | Acústica Básica 41
AMBIENTE
INTERNO
NBR 10152
DESEMPENHO
DA EDIFICAÇÃO
NBR 15575
AMBIENTE
EXTERNO
NBR 10151
NBR 16425 
(EM ELABORAÇÃO)
(salas de espetáculos artísticos, salas comuns e escritórios) e 
como analisar os resultados. 
 ❚ ABNT NBR IEC 60268-16 especifica os métodos objetivos para 
a classificação da qualidade da transmissão da fala em relação 
à inteligibilidade.
FIGURA 24 
APLICAÇÃO 
DAS NORMAS 
TÉCNICAS
Manual ProAcústica | Acústica Básica 43
7 QUIZMITOS E VERDADES
Testando seu conhecimento
1. Apenas níveis elevados de pressão sonora causam incômodo.
[ ] Mito [ ] Verdade
2. O som é transmitido mais rápido pelos sólidos que por vias aéreas.
[ ] Mito [ ] Verdade
3. Falar mais alto em auditórios ou salas de aula com características re-
verberantes ajuda a melhorar a compreensão da palavra falada.
[ ] Mito [ ] Verdade
4. Um material caracterizado em laboratório não apresenta necessaria-
mente o mesmo desempenho acústico quando medido em campo.
[ ] Mito [ ] Verdade
5. Um local muito silencioso sempre proporciona sensação de conforto 
acústico às pessoas.
[ ] Mito [ ] Verdade
6. O uso de espumas ou EPS colados na parede ajuda a isolar sons entre 
ambientes.
[ ] Mito [ ] Verdade
44 Manual ProAcústica | Acústica Básica 45
GABARITO
1. Apenas níveis elevados de pressão so-
nora causam incômodo.
 
MITO. O incômodo é subjetivo e pode 
variar com a situação ou sensibilidade 
de cada pessoa e principalmente com o 
tipo de som. Por exemplo, o som de uma 
cachoeira é muito mais elevado que o de 
uma torneira pingando mas, enquanto a 
cachoeira geralmente agrada, a goteira 
pode facilmente incomodar uma pessoa 
tentando se concentrar.
2. O som é transmitido mais rápido pelos 
sólidos que por vias aéreas.
 
VERDADE. Isso acontece devido às par-
tículas nos sólidos estarem mais pró-
ximas umas das outras do que no ar. 
Assim, a transmissão ocorre de forma 
mais rápida. 
3. Falar mais alto em auditórios ou salas 
de aula com características reverbe-
rantes ajuda a melhorar a compreen-
são da palavra falada.
 
MITO. A inteligibilidade da fala tende 
a ser prejudicada em ambientes muito 
reverberantes e com pouca absorção. 
Nesses casos não adianta elevar a voz 
mas, sim, falar mais devagar. Em situa-
ções em que o ruído residual é elevado, 
porém, falar mais alto pode ajudar.
4. Um material caracterizado em labora-
tório não apresenta necessariamente 
o mesmo desempenho acústico quando 
medido em campo.
 
VERDADE. Os ensaios em laboratório 
são feitos de forma padronizada e não 
representam uma situação real de ins-
talação do material na obra. Isso sig-
nifica que as transmissões laterais por 
flancos, a geometria, ou até uma boa 
instalação, não são considerados. 
46 Manual ProAcústica | Acústica Básica 47
5. Um local muito silencioso sempre pro-
porciona sensação de conforto acústi-
co às pessoas.
MITO. Depende da finalidade do am-
biente e da situação. Para o sono, por 
exemplo, o silêncio é normalmente 
desejado, porém lugares muito silen-
ciosos também podem ser desconfor-
táveis, pois estamos acostumados com 
certo ruído de fundo. Se você tentar ter 
uma conversa particular em um local 
muito silencioso, como uma biblioteca, 
perderá a privacidade. 
6. O uso de espumas ou EPS colados na 
parede ajuda a isolar sons entre am-
bientes.
MITO. No intuito de melhorar o isola-
mento acústico, é um equívoco muito 
comum utilizar materiais leves sim-
plesmente colados, como espumas. 
Estes materiais em si mesmos não têm 
capacidade de impedir a transmissão 
sonora, por isso não haverá ganho sig-
nificativo no isolamento acústico com 
esta solução.
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRAFIA E NORMAS8
BIBLIOGRAFIA
 ❚ BRANDÃO, E. Acústica de salas: projeto e modelagem. 1ª ed. 
Editora Blücher, 2016.
 ❚ BISTAFA, S. R. Acústica aplicada ao controle do ruído. 3ª ed. 
Editora Blücher, 2018.
 ❚ LONG, M. Architectural acoustics. 1ª ed. Editora Elsevier, 2006.
 ❚ ARAC. Multibook of architectural acoustics. 
http://www.arac-multibook.com
 ❚ Buero- forum. Office acoustics: how to effectively design the room 
acoustics of offices.
NORMAS NACIONAIS
 ❚ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - 
ABNT NBR 10151:2019 
Acústica - Medição e avaliação de níveis de pressão sonora em 
áreas habitadas - Aplicação de uso geral. Rio de Janeiro, 2019. 
 ❚ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - 
ABNT NBR 10152:2017 
Acústica – Níveis de pressão sonora em ambientes internos 
na edificação. Rio de Janeiro, 2017.
48 Manual ProAcústica | Acústica Básica 49
 ❚ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - 
ABNT NBR 15575:2013 
Edificações habitacionais — Desempenho. Rio de Janeiro, 2013.
 ❚ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - 
ABNT NBR 16313:2014 
Acústica - Terminologia. Rio de Janeiro, 2014.
 ❚ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - 
ABNT NBR ISO 3382:2017 
Acústica- Medição de parâmetros de acústica de salas. Rio de 
Janeiro, 2017.
 ❚ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - 
ABNT NBR IEC 60268-16:2018 
Equipamentos de sistemas de som - Parte 16: Avaliação objetiva da 
inteligibilidade da fala pelo índice de transmissão da fala. Rio de 
Janeiro, 2018.
NORMAS INTERNACIONAIS
 ❚ INTERNATIONAL STANDARDIZATION ORGANIZATION - 
ISO 354:2003 
Acoustics - Measurement of sound absorption in a reverberation 
room, 2003.
 ❚ INTERNATIONAL STANDARDIZATION ORGANIZATION - 
ISO 11654 
Acoustics - Sound absorbers for use in buildings - Rating of sound 
absorption, 1997.
 ❚ AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS - 
ASTM C423 
Standard Test Method for Sound Absorption and Sound Absorption 
Coefficients by the Reverberation Room Method, 2017.
 ❚ INTERNATIONAL STANDARDIZATION ORGANIZATION - 
ISO 10140:2010 
Acoustics - Laboratory measurement of sound insulation of building 
elements, 2010.
 ❚ INTERNATIONAL STANDARDIZATION ORGANIZATION - 
ISO 717:2013 
Acoustics - Rating of sound insulation in buildings and of building 
element, 2013.
 ❚ INTERNATIONAL STANDARDIZATION ORGANIZATION - 
ISO 10848:2017 
Acoustics - Laboratory and field measurement of flanking 
transmission for airborne, impact and building service equipment 
sound between adjoining rooms, 2017.
 ❚ AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS - 
ASTM E1414:2016 
Standard Test Method for Airborne Sound Attenuation Between 
Rooms Sharing a Common Ceiling Plenum, 2016.
 ❚ INTERNATIONAL STANDARDIZATION ORGANIZATION - 
ISO 16283 
Acoustics - Field measurement of sound insulation in buildings and 
of building elements.
MANUAL PROACÚSTICA DE ACÚSTICA BÁSICA 
Guia prático e orientativo para que todos os envolvidos no processo tenham informações mais claras 
a respeito dos conceitos básicos e terminologias utilizadas em acústica.
REALIZAÇÃO
Esta publicação é uma iniciativa da ProAcústica - Associação Brasileira para a Qualidade Acústica através 
do Comitê Acústica de Edificações - Grupo de Trabalho Acústica Básica, formado por representantes das 
empresas associadas de projeto e consultoria acústica e de fabricantes de produtos acústicos.
COORDENAÇÃO COMITÊ Eng. Davi Akkerman 
COORDENAÇÃO GT Arq. Marcos Cesar de Barros Holtz 
VICE-COORDENAÇÃO GT Arq. Andrea Destefani
EMPRESAS ASSOCIADAS que colaboraram diretamente, através de seus representantes, com a produção 
do conteúdo desta publicação técnica:
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GERENTE DE ATIVIDADES TÉCNICAS Eng. Talita Pozzer (2018) / Eng. Priscila Wunderlich (2019)
 
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sobre a Norma de Desempenho
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Norma ABNT NBR 15575:2013
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