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WBA1055_v1.0 Aspectos gerais e fisiológicos da nutrição materno-infantil Aspectos gerais e fisiológicos da gestante e da lactante Aspectos gerais e fisiológicos da gestante Bloco 1 Karyne Sumico L. U. Jordão Introdução • A gravidez é fisiológica e é acompanhada por adaptações: • Fisiológicas, psicológicas e anatômicas. • Os ajustes fisiológicos do organismo materno, traduzidos em sinais e sintomas, permitem o diagnóstico da gestação. • Diagnóstico: clínico, hormonal e ultrassonográfico. • Idade gestacional: é calculada a partir do último dia da menstruação (DUM). • Data provável do parto (DPP): 280 dias ou 40 semanas a partir da DUM: • Regra de Nagele: somar 7 dias ao primeiro dia da última menstruação + 9 meses. • Exemplo: DUM: 10/julho – DPP: 17/abril. (ACCIOLY, 2012) DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar Adaptações fisiológicas dos sistemas Figura 1 – Sistema cardiovascular, urinário, neurológico, digestivo e endócrino Fonte: yodiyim/iStock.com. Fonte: yodiyim/iStock.com. Fonte: yodiyim/iStock.com. Fonte: Lars Neumann/iStock.com. Fonte: Lars Neumann /iStock.com. Função da placenta Fonte: Guyton e Hall (2012, p. 1062). • Transporte mãe – feto (nutrição): • Oxigênio. • Nutrientes. • Transporte feto – mãe (excreção): • Produtos metabólicos. Difusão facilitada Figura 2 – Anatomia da placenta DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar Adaptações metabólicas • Aumento das demandas metabólicas em 15%: • Adaptações hormonais. • Aumento da carga muscular. • Aumento da carga de glicose. • Metabolismo lipídico: • Fase anabólica (1º e 2º trimestres): lipogênese. • Fase catabólica (3º trimestre): lipólise. • Redução das proteínas maternas em função da hemodiluição. (OLIVEIRA, 2001; ACCIOLY, 2012; CARRARA; DUARTE, 1996) O que acontece com o feto? Vídeo no YouTube • Título: Gestação de semana a semana. Veja tudo sobre gravidez. • Canal: Grão de gente. • Ano: 2021. Fonte: spawns/iStock.com. Figura 3 – Vídeo Aspectos gerais e fisiológicos da gestante e da lactante Assistência nutricional no pré-natal Bloco 2 Karyne Sumico L. U. Jordão Introdução • A assistência pré-natal é fundamental e determina o prognóstico da gestação. • A ausência do pré-natal aumenta em 5x o risco de morbimortalidade perinatal. • Objetivos: • Garantir a saúde materna e prepará-la para o aleitamento. • Triar risco materno e realizar intervenções precoces de prevenção e tratamento. • Instruir e apoiar as futuras mães e os familiares. (SAUNDERS; CARMO; COLARES, 2012; BRASIL, 2015) DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar Procedimentos para a consulta de nutrição Dados maternos e outras informações • Idade. • Idade gestacional. • Atividade profissional. • História reprodutiva anterior desfavorável. • Presença de doença obstétrica atual. • Intercorrências clínicas. • Pareceres da equipe de saúde. • Avaliação das condições para o aleitamento materno (intenção de amamentar, tipo de mamilo, experiências anteriores, tabus etc.). Fatores de risco • Idade materna < 17 e > 35 anos. • Ocupação (esforço físico, estresse, exposição a agentes nocivos). • Situação conjugal insegura. • Baixa escolaridade (< 5 anos). • Condições desfavoráveis de saneamento e/ou moradia. • Altura < 1,45 m. • Peso < 45 kg e > 75 kg. • Dependência de drogas licitas ou ilícitas. Fatores de risco Quadro 1 – Primeira consulta Fonte: adaptado de Accioly (2012). DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar Procedimentos para a consulta de nutrição • Avaliação de sinais e sintomas. • Presença de sintomas digestivos e função intestinal. • Exames bioquímicos. • Avaliação do consumo alimentar. • Avaliação antropométrica. • Cálculos nutricionais (ganho de peso, gasto energético, macro e micronutrientes). • Orientação individualizada e detalhada (ganho de peso adequado e prevenção de carências). • Orientações específicas para sinais e sintomas digestivos presentes. • Correção de práticas alimentares errôneas. • Esclarecimento de dúvidas da gestante. Quadro 1 – Primeira consulta (cont.) Avaliação nutricional Orientações nutricionais Fonte: adaptado de Accioly (2012). Orientações nutricionais DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar Procedimentos para a consulta de nutrição • Revisão do prontuário. • Avaliação do ganho de peso gestacional até a data da consulta atual e readequação do gasto energético e do ganho de peso recomendado até a 40ª semana. • Avaliação nutricional completa (investigação de sinais e sintomas, acompanhamento dos exames bioquímicos, consumo alimentar e antropometria). • Adequações e ajustes nutricionais conforme avaliação nutricional e ganho de peso. • Reforço dos cuidados com as mamas. • Esclarecimento de dúvidas. Quadro 2 – Consultas subsequentes Fonte: adaptado de Accioly (2012). Reavaliar a pacienteReavaliar a paciente Aspectos gerais e fisiológicos da gestante e da lactante Fisiologia da lactação Bloco 3 Karyne Sumico L. U. Jordão Introdução Figura 4 – Anatomia da mama feminina Fonte: Guyton e Hall (2012, p. 1071). Figura 5 – Glândula mamária Fonte: Brasil (2015, p. 26). Hormônios que influenciam a lactação • Reprodutores: atuam diretamente na glândula mamária (desenvolvimento e produção láctea): • Estrógeno, progesterona, lactogênio placentário humano, prolactina e ocitocina. • Metabólicos: atuam indiretamente na glândula mamária (altera o fluxo de nutrientes): • Insulina, glicocorticoides, hormônio de crescimento, tireoidianos. • Lactogênese: desenvolvimento da glândula mamária. DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar Lactação Figura 6 – Estágios da lactação Fonte: adaptada de Brasil (2015). Lactogênese 1 (gestação – 3º trimestre) • Ductos: estrogênio e hormônio de crescimento. • Alvéolos: progesterona, prolactina e lactogênio placentário. • Progesterona e estrógeno inibem a prolactina e o processo secretório. • Colostro é produzido e reabsorvido – lactose na urina. Lactogênese 2 (1 a 4 dias pós-parto) • Duração até o 7º dia pós-parto. • Após a expulsão da placenta: • ↑prolactina e ocitocina. • ↓ progesterona e estrogênio. • Início da produção de leite. • Ocitocina: ejeção do leite. • Prolactina: produção do leite. Lactação Figura 7 – Estágios da lactação Fonte: adaptada de Brasil (2015). Galactopoiese (3 a 4 dias pós-parto) • Menor influência da ocitocina e da prolactina. • Controle autócrino local: células mamárias controlam a produção de leite. • ↑esvaziamento – ↑ produção. • Se não houver sucção, não há estímulo para a produção. • Mamas cheias: leite materno nessa fase contém peptídeos supressores da prolactina e produção de leite. Figura 8 – Estímulos da lactação Fonte: elaborada pela autora. Fonte: 10174593_258/iStock.com. Fonte: Ugreen/iStock.com. Prolactina Ocitocina Lactância Impulsos nervosos + Impulsos nervosos + Hipófise posterior Hipófise anterior ++ Para fechar Quanto leite o bebê mama por mamada? • RN: 30-60 ml. • 1 mês: 90-120 ml. • 2 a 3 meses: 120-180 ml. • 4 meses: 200 ml. Produção de leite: • 1 a 4 dias pós-parto: 100 ml/dia. • Após 4 dias: 600 ml/dia. • Após 15 dias: 850 ml/dia. Vídeo disponível na página NTE Tube, da UFSM • Título: Lactashow – O ciclo da lactação. • Produção: Fernanda Scherer. • Ano: 2021. DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar DeyseValeria Destacar Teoria em Prática Bloco 4 Karyne Sumico L. U. Jordão Reflita sobre a seguinte situação Uma lactante procura seu atendimento para auxílio com a amamentação. Ela tem um bebê de 4 meses e retornourecentemente ao trabalho. Ela relata que nunca teve dificuldade em amamentar e que produzia leite em quantidade suficiente, porém, quando voltou ao trabalho, sentiu que a sua produção está menor e passou a sentir dor, além de perceber pontos endurecidos e quentes nas mamas. Ademais, relata não ordenhar as mamas. Pensando no estágio de lactação atual da paciente, quais seriam suas percepções para ajudá-la com as queixas? Norte para a resolução • A paciente está no estágio da galactogênese, no qual as secreções de prolactina e ocitocina são dependentes dos estímulos externos: sucção, olfato, tato e choro da criança, por exemplo. Ainda nessa fase, alguns fatores podem ser inibitórios, como ansiedade, medo, falta de confiança, estresse e dor. Figura 9 – Ordenha em C Fonte: Polina Malyukova/iStock.com. Norte para a resolução • A ordenha se faz necessária para esvaziar as mamas, estimular a produção do leite e evitar os fatores inibitórios de produção presentes no próprio leite. Ela pode realizar a ordenha em casa e no trabalho e armazenar o leite congelado para o bebê mamar quando ela estiver no trabalho. Figura 10 – Ordenha mecânica Fonte: SDI Productions/iStock.com. • No trabalho, uma foto (visual), uma roupinha do bebê (olfativo) ou até mesmo uma videochamada pode ajudar na produção e na ordenha do leite. • A paciente pode massagear as mamas para evitar o empedramento do leite e melhorar a dor. Dicas do(a) Professor(a) Bloco 5 Karyne Sumico L. U. Jordão Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o login através do seu AVA). Algumas indicações também podem estar disponíveis em sites acadêmicos como o Scielo, repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, te convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Leitura Fundamental Indicação de leitura 1 Caderneta da Gestante A caderneta da gestante, elaborada pelo Ministério da Saúde em 2018, é um instrumento de fácil acesso que traz informações relevantes e didáticas para as gestantes sobre a gestação e o crescimento fetal, além de ser um instrumento de coleta e registro de informações nutricionais, de saúde e de procedimentos realizados pelos profissionais da saúde. Referência BRASIL. Ministério da Saúde. Caderneta da Gestante. Brasília: MS, 2018. Indicação de leitura 2 Fatores relacionados ao insucesso da lactogênese: revisão da literatura O artigo de revisão tem como objetivo investigar quais fatores estão associados com a baixa produção de leite, os quais irão dificultar a amamentação e resultar em hipogalactia. Referência FERRO, N. G. et al. Fatores relacionados ao insucesso da lactogênese: revisão da literatura. Online Braz. J. Nurs., [on-line], v. 8, n. 3, dez. 2009. Dica do(a) Professor(a) O documentário Tigers conta uma história baseada em fatos reais de um homem, representante de fórmulas infantis, que, ao descobrir o impacto e as consequências da substituição do leite materno pela fórmula artificial, resolve lutar contra o sistema de marketing abusivo das grandes indústrias multinacionais. • Título: Tigers. • Direção: Oscar Danis Tanovic e Andy Paterson. • Ano: 2014. Figura 11 – Documentário Tigers Fonte: adventtr/iStock.com. Referências ACCIOLY, E. Nutrição em obstetrícia e pediatria. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: GEN Guanabara Koogan, 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. CARRARA, H. H. A.; DUARTE, G. Semiologia obstétrica. Semiologia Especializada, Ribeirão Preto, v. 17, n. 1, p. 88-103,1996. GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Fundamentos de Fisiologia. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. OLIVEIRA, H. C. Tratado de obstetrícia. Rio de Janeiro: Revinter Ltda., 2001. SAUNDERS, C.; CARMO, M. G. T.; COLARES, L. G. T. Nutrição na lactação. In: ACCIOLY, E. Nutrição em obstetrícia e pediatria. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: GEN Guanabara Koogan, 2012. p. 225-248. VITOLO, M. R. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Rubio, 2008. Bons estudos!
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