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Cecília M.R Trombose Trombose venosa profunda Tromboembolia pulmonar Embolia pulmonar • Obstrução de vasos da circulação arterial pulmonar causada pela impactação de partículas; • A maioria dos casos é devido à Trombose Venosa Profunda, cuja complicação aguda é Tromboembolismo Pulmonar; • A circulação pulmonar é um filtro – todo o sangue do corpo passa por ela → impede que êmbolos do sistema venoso alcancem a circulação periférica; • EP é muito comum! Muitas passam despercebidas por serem pequenos; • As manifestações clínicas são muito variáveis → tamanho do êmbolo + função cardiorrespiratória individual(patologias respiratórias) • Apenas anamnese e achados físicos não são suficientes → Necessidade de exames complementares diante de suspeita; QUANDO PENSAR EM TEP? Diante de todo paciente com FATORES DE RISCO, que apresenta ALTERAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA AGUDA! Etiologia • + de 90% dos êmbolos pulmonares vem das veias profundas dos MMII; • TVP com maior risco de embolia → iliofemoral (50% cursam com TEP); • Risco de TEP na TVP de panturrilha é baixo → embolos muito pequenos, pois tem calibre pequeno e consequentemente formam trombos pequenos; • NO ENTANTO → a TVP de panturrilha é a principal causa de TVP iliofemoral. Fenômeno de propagação do embolo: formado na panturrilha, mas quando chega na circulação ilifemoral pode aumentar devido ao maior calibre das veias; TRÍADE DE VIRCHOW: • São os pré-requisitos da TVP; • Na vigência de qualquer um dos fatores, teremos favorecimento da trombogênese: 1. ESTASE – (sangue parado) gerando hipóxia intravascular; 2. LESÃO VASCULAR – disfunção endotelial; 3. HIPERCOAGULABILIDADE – (estado que favorece a formação de um coagulo) hereditária ou adquirida( pacientes com câncer, gravidez); TROMBOFILIAS HEREDITÁRIAS: • Pré disposição a formar trombos; • Excesso de fatores pró-coagulantes; • Deficiência de fatores anticoagulantes; • Combinações dessas anomalias; • Pode causar TVP espontânea, mas quase sempre é desencadeada por um fator de risco adquirido; • Os fatores de risco ditos “clássicos” são os grandes determinantes da ocorrência de TEV, inclusive nos pacientes com trombofilia!!! Fatores de risco TEV prévio: • Um dos mais importantes; • TEV prévio diante de fatores de risco temporários → baixa taxa de recorrência; • TEV prévio idiopático ou fatores permanentes (paraplegia) → até 30% nos próximos 10 anos; IDADE: • Quanto maior a idade, maior a chance de adquirir outros fatores de risco; OBESIDADE: • Facilitador da TVP e do TEP; • Lesão endotelial por conta do estado inflamatório do corpo e sedentarismo • Associada a outros fatores, o risco aumenta MUITO (obesidade + Anticoncepcionais); TABAGISMO: • Potencializa o risco oferecido por outras condições; toxinas geram lesão endotelial • Mulheres tabagistas em uso de ACO: aumento de quase nove vezes no risco de TEV; TRAUMA: Cecília M.R • Tudo se encaixa na tríade de Virchow: estase – imobilização, lesão endotelial – pelo próprio trauma, hipercoagulabilidade – resposta inflamatória sistêmica; • Incidência de TVP confirmada por exames de imagem: TCE = 54%; fratura de bacia = 61%; fratura tibial = 77%; fratura de fêmur = 80%... CIRURGIA NOS ULTIMOS 3 MESES: • As de maior risco são as ortopédicas, oncológicas, grandes cirurgias vasculares e neurológicas; IMOBILIZAÇÃO E VIAGENS PROLONGADAS: • A imobilidade se faz presente em todas as doenças com potencial debilitante... • Talas e gessos; • As viagens prolongadas tornam-se fator de risco quando associadas a outros fatores de risco: obesidade, tabagismo, trombofilia... • Atualmente se acredita que o risco de TEV só se torne significativo com viagens superiores a 8h; CÂNCER: • Secreção de fatores pró-coagulantes pelo tumor (principal); • Presença de cateteres venosos implantáveis (pode lesionar a veia) • Algumas quimioterapias podem induzir a formação de coagulos (ex.: tamoxifeno, no Ca de mama); • Compressão vascular pelo tumor; • Cirurgia; • Paciente acamado. GRAVIDEZ, USO DE ACO E TRH: • Mais comum no puerpério do que no pré-natal; • Maior risco associada à cesariana (período maior de restrição no leito); • Principal causa de mortalidade materna em partos de nascidos vivos; • Estase: compressão da VCI pelo útero; • Lesão endotelial: traumatismo da superfície uteroplacentária durante o parto (pior com o uso de fórcipe, extração a vácuo e cesárea) – por isso que o TEP é mais comum no pós-parto; • Hipercoagulabilidade: abundância dos fatores devido a uma resposta natural ao excesso de hormônios femininos (ACO); VIDA SEDENTÁRIA Fisiopatologia • A embolia ocorre quando o trombo se desloca do seu local de origem (face interna de uma valva), indo parar na circulação pulmonar; • Trombos em sela → impactam na bifurcação da artéria pulmonar; • Na maioria das vezes → embolia múltipla (êmbolos com várias idades, passaram despercebidos...); Consequências pulmonares da embolia: • Regiões bem ventiladas e mal perfundidas (não chega sangue) → Aumento do espaço morto fisiológico( áreas do pulmão de recebem oxigênio, mas não ocorre troca gasosa) • Áreas distantes da hipoperfusão →^queda na produção de surfactante( evita o colabamento dos alvéolos) → atelectasia( colabamento); • COMO? Isquemia → mediadores inflamatórios → inibição dos pneumocitos tipo II (produz o surfactante) + broncoespasmo difuso; • Principal consequência → HIPOXEMIA; • As áreas bem perfundidas ficam HIPOVENTILADAS; • Shunt direita-esquerda intrapulmonar → sangue desoxigenado atravessa o pulmão sem receber oxigênio e vai para o AE; Taquidispneia: Mediadores inflamatórios estimulam os receptores J alveolares → hiperventilação → alcalose respiratória; Consequências cardiocirculatórias: • Aumento da resistência vascular do pulmão (devido ao trombo) → Hipertensão pulmonar aguda; • A própria obstrução mecânica aumenta a pressão pulmonar; • Mediadores inflamatórios → vasoespasmo • Hipoxemia → efeito vasoconstrictor. - Consequências ao ventrículo direito: • Aumento da pós carga → dilatação (frank Starling); • Disfunção isquêmica do VD (dilatação extrema dificulta o fluxo coronariano); • Diante de alta demanda miocáridica → Provável infarto agudo de VD! Cecília M.R • Embolia maciça = colapso circulatório agudo = hipotensão + choque (débito esquerdo diminuído); • Queda do débito sistólico direito + diltação do VD + Abaulamento do septo para o VE → queda do enchimento diastólico do VE; - COR PUMONALE AGUDO = GRANDE CAUSA DE ÓBITO NO TEP. INFARTO PULMONAR: • Apenas 5-7% dos TEP; muito difícil • Tecido pulmonar é irrigado por uma circulação dupla: artérias pulmonares + artérias brônquicas; • Septos alveolares recebem O2 direto do ar; CONSEQUÊNCIAS DA TVP: • Obstrução profunda → aumento da pressão nos vasos → danifica as valvas → incompetência valvar; • Sindrome pós-flebítica → edema crônico unilateral, dermatite ocre e varizes; da profunda vai evoluir pra superficial • Pode surgir úlcera de estase. Manifestações clínicas • A clínica de TVP foi verificada apenas em 47% dos indivíduos com TEP: dor, edema, eritema e tromboflebite; • O principal sintoma em portadores de TVP é uma dor na perna que vai aumentando ao longo dos dias; • A maioria não apresenta sinais ou sintomas; - Sinal de Homans (dor a dorsiflexão do pé) → baixa sensibilidade e especificidade; pouco usado; - Phlegmasia Alba Dolens → dor, edema, empastamento + palidez - Phlegmasia Cerulea Dolens → cianose (hipóxia de estase), subsequente à anterior. Evolui de uma pra outra; - Principal sintoma de TEP → dispneia súbita inexplicada; - Quando colapso circulatório → dispneia, taquipneia, distensão jugular, B3 e VD palpável no precórdio;- “Sempre desconfie de TEP em todo o paciente com dispneia súbita que mantém os ‘pulmões limpos’ na ausculta do tórax!” Diagnóstico • Sempre será preciso realizar certos exames complementares; • Nem toda dispneia é TEP, nem toda dor na perna é TVP → Inúmeros diagnósticos diferenciais por serem sintomas gerais frequentes em diversas patologias; • O Escore de Wells avalia tanto a probabilidade de TVP quanto de TEP: PROBABILIDADE DA TVP: • Moderada/alta = acima de zero • Baixa = abaixo ou igual a zero Probabilidade de TEP: • Moderada/alta: > 4 • Baixa: > 4 Cecília M.R Esse avalia apenas TEP: ➢ igual a 9: alta probabilidade • 5-8: intermediária • < 4: baixa probabilidade Exames complementares • O melhor método não invasivo para TVP é o duplex-scan de MMII; • Diante de uma suspeita de TEP, o encontro de uma TVP dá por encerrada a investigação diagnóstica → O TTO é o mesmo; - Dosagem do D-Dímero: • Menor que 500 ng/dl, num contexto em que a probabilidade não é alta, EXCLUI TEV(não serve para diagnosticar, mas sim para excluir) • Possui elevado valor preditivo negativo em pacientes com baixa probabilidade pré-teste de TEP; • Muito sensível, mas pouco específico; • É um produto de degradação da fibrina; - RX de tórax e ECG; - Duplex-scan de MMII (ultrassom) • Principal critério ultrassonográfico → perda da compressibilidade vascular; • Não colabamento do lúmen quando pressionamos o transdutor contra a pele do paciente; Tratamento Anticoagulantes: • Reduz a taxa de mortalidade em cerca de 80- 90%; • Capacidade de evitar a recorrência do TEP; • Eles inibem a continuidade do processo trombótico, virando a balança para o lado da fibrinólise(se inibe a coagulação, vai acabar estimulando a anticoagulação que é a fibrinólise) • Uso de medicações parenterais ou com os novos anticoagulantes orais (inibidores diretos da trombina ou do fator Xa), cujo início de ação é imediato; • Na TVP isolada, tal medida não é necessária → pode ser tratada no ambulatório. Mas o TEP não! Dois tipos de heparina: Heparina de baixo peso molecular (enoxaparina): • anticoagulação de pacientes com TEP que se mantêm hemodinamicamente estáveis; • Seu componente ativo é o antifator Xa; fator 10 converte a pró trombina em trombina, que converte o fibrinogênio em fibrina; - Heparina Não Fracionada: • Anticoagulante de escolha para tratar os pacientes com TEP que apresentem instabilidade hemodinâmica; • Inibe indiretamente a trombina por atuar como co-fator da antitrombina (AT). • Mais segura em paciente instáveis - Varfarina: inibição dos fatores de coagulação vitamina K-dependentes (II, VII, IX e X). Se liga na vitamina para não formar os fatores; - Trombolíticos: • reduzem de maneira efetiva a quantidade, ou melhor dizendo, a “carga” de trombos formados; • A uroquinase, a estreptoquinase e o t-PA estão liberadas para uso; • Atuam ativando o plasminogênio tecidual (que degrada o trombo), e podem ser ministradas até 14 dias após o início do episódio de TEP; • A única indicação absoluta para o uso de trombolíticos no TEP é presença de instabilidade hemodinâmica
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