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ELETROTERMOFOTOTERAPIA

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ELETROTERMOFOTOTERAPIA
PROF. JORGE LUIZ GRABOWSKI
Presidente da Mantenedora
Ricardo Benedito Oliveira
Reitor: 
Dr. Roberto Cezar de Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Gisele Colombari Gomes
Diretora de Ensino
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Edson Dias Vieira
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Camila Cristiane Moreschi
Danielly de Oliveira Nascimento
Fernando Sachetti Bomfim
Luana Luciano de Oliveira
Patrícia Garcia Costa
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Cristiane Alves© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................5
1 REPARO DOS TECIDOS MOLES ................................................................................................................................6
1.1 FASE DE INFLAMAÇÃO ........................................................................................................................................... 7
1.2 FASE DE PROLIFERAÇÃO ....................................................................................................................................... 7
1.3 FASE DE REMODELAMENTO .................................................................................................................................8
2 TERMOTERAPIA ........................................................................................................................................................9
2.1 HIPERTERMOTERAPIA ......................................................................................................................................... 10
2.1.1 EFEITOS FISIOLÓGICOS DO CALOR .................................................................................................................. 10
2.1.2 EFEITOS TERAPÊUTICOS DO CALOR ............................................................................................................... 11
2.2 HIPOTERMOTERAPIA........................................................................................................................................... 12
2.2.1 EFEITOS FISIOLÓGICOS DA CRIOTERAPIA ..................................................................................................... 13
TERMOTERAPIA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ELETROTERMOFOTOTERAPIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
2.2.2 EFEITOS TERAPÊUTICOS DA CRIOTERAPIA .................................................................................................. 14
2.2.3 FORMAS DE APLICAÇÃO DA CRIOTERAPIA.................................................................................................... 14
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................... 16
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INTRODUÇÃO
Bem vindos, caros alunos!
O presente e-book é parte do material didático da disciplina de EAD de 
eletrotermofototerapia, que apresenta aos futuros fisioterapeutas os equipamentos de tratamentos 
mais utilizados nos casos clínicos que envolvam processos álgicos, inflamatórios, regenerativos e 
de remodelamentos nas lesões dos tecidos moles.
Fisioterapia, conforme estudado anteriormente, significa tratamento por meios físicos. 
Assim, o termo eletrotermofototerapia significa que o fisioterapeuta utiliza de meios físicos, 
como eletricidade, temperatura e luz para seus tratamentos, sendo todos esses disponibilizados 
por condutas e equipamentos específicos para cada finalidade, como ondas curtas, ultrassom, 
laser ou TENS a título de exemplos. É, portanto, uma área em que esse profissional faz uso de 
alguns recursos tecnológicos.
Para efeitos didáticos, serão abordadas nessa disciplina as condutas e equipamentos 
relacionados à lesão e regeneração dos tecidos moles, não se atendo, assim, aos equipamentos 
destinados aos tratamentos específicos à fisioterapia dermatofuncional, que serão discutidos na 
disciplina correspondente apresentada no terceiro ano da graduação nessa Instituição de Ensino.
Primeiro, nesta Unidade I, serão apresentadas as fases que compõem o processo 
de regeneração dos tecidos moles, desde as respostas inflamatórias primárias, até o seu 
remodelamento, para que se entenda as formas necessárias de intervenções fisioterapêuticas em 
cada fase desse processo, visando uma cicatrização tecidual mais efetiva.
Depois, serão abordadas as formas de tratamento que envolvem o uso da temperatura, 
fria ou quente, nas suas aplicações mais superficiais. Os métodos de calor profundo por meio de 
equipamentos serão discutidos nas Unidades seguintes.
Bons estudos!
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1 REPARO DOS TECIDOS MOLES
Entre os pacientes, os recursos da eletrotermofototerapia mais reconhecidos são, sem 
dúvida, os utilizados para efeitos analgésicos. Contudo, existem várias formas dessa modalidade 
técnica da fisioterapia empregadas nos processos de lesões dos tecidos moles, tanto para atenuar 
seus consequentes efeitos inflamatórios, quanto para acelerar ou otimizar as regenerações. 
Muitos artigos discorrem sobre os bons efeitos destas intervenções, que resultam, também, em 
um processo cicatricial final sem aderências ou retrações de pele.
Para isso, é necessário que o fisioterapeuta, antes de dominar as condutas de cada um 
desses recursos tecnológicos, tenha plena ciência da dinâmica fisiológica de um ciclo regenerativo 
tecidual. É fundamental que entenda também que não deve deixar de lado os consagrados recursos 
terapêuticos manuais: uma técnica complementa a outra, mostrando que quanto mais recursos 
tiver sob seus conhecimentos, melhores serão os seus resultados.
Chaitow (2017) demonstra que a regeneração ou cicatrização de uma lesão obedece a 3 
fases distintas no ponto de vista fisiológico, porém que se sobrepõem cronologicamente, ou seja, 
uma fase pode interagir em tempo com a outras, e que tem a finalidade de restaurar a integridade 
desses tecidos e restabelecer o equilíbrio fisiológico necessários:
1. Fase de inflamação: a primeira linha de defesa, nas quais os mediadores químicos 
estimulam vasodilatação para a preparação dos estágios seguintes;
2. Fase de proliferação (reconstrução): fibroblastos sintetizam colágeno para unir as 
bordas da lesão;
3. Fase de remodelamento: fase que visa restaurar a normalidade do tecido.
Em um processo normal, essas fases obedecem a um período médio descrito em dias, 
conforme a Figura 1:
Figura 1 – Fases regenerativas teciduais. Fonte: Chaitow (2017).
Estas fases são também discutidas por vários autores, que as complementam das seguintes 
formas:
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1.1 Fase de Inflamação
Kitchen (2003) descreve essa fase como uma resposta do corpo aos agentes lesivos, que 
podem ser físicos, químicos, por temperaturas ou bactérias. Inicia imediatamente ao trauma, 
descrita também como “hora 0 do trauma”, quando pode apresentar morte celular e danos 
vasculares. É caracterizada por promover uma ação primária pela chegada imediata de mediadores 
químicos como bradicinina e histamina, responsáveis pela vasodilatação que depositará a matriz 
formadora do tecido colágeno que produz a fase seguinte.
Por sua vez, a fase inflamatória se classifica cronologicamente a partir do exato momento 
da lesão, determinando o uso da modalidade térmica (frio ou calor) prescrita. Essa classificação 
será mencionada nas discussões nas unidades seguintes:
 ➢ Fase aguda: perdura de 1 a 3 dias após a lesão (ou 0a 72 horas);
 ➢ Fase subaguda: de 4 a 7 dias após a lesão;
 ➢ Fase crônica: de 8 dias em diante, sem tempo determinado.
É notada a ação dos macrófagos nessa fase para iniciar a remoção das células mortas, bem 
como a dos exsudatos para preparar o local para a fase seguinte.
A autora ainda discorre que podem ser apresentados nesses períodos os cinco sintomas 
que caracterizam a fase inflamatória: dor, rubor, calor local, edema e limitação funcional. Esses 
sinais não necessariamente devem ser notados em sua totalidade, mas podem ser mantidos nas 
fases de reparo subsequentes.
1.2 Fase de Proliferação
Nos ensina Starkey (2001), que nessa fase encerra-se a remoção dos restos celulares da 
fase de inflamação e que são substituídos pelos tecidos novos e permanentes. Não se determina, 
exatamente o período da transição entre a fase inflamatória aguda e a fase de proliferação, mas é 
um consenso que se inicie em 3 dias após o trauma, e se estenda até 21 dias.
Nessa fase, organiza-se o tecido de granulação a partir do sangue derramado no local 
da lesão, que seja por rutura de vasos ou pela ação dos mediadores químicos, onde as fibrilas 
do sangue se organizam em fibrinas, que, por sua vez, formam os feixes de fibroblastos para 
preencher o espaço da lesão, conforme a figura 2:
Figura 2 – Feixes de fibroblastos em diferentes tecidos. Fonte: Chaitow (2017).
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Alguns autores também denominam essa organização como pontes de colágeno pelo 
fato de se fixarem nas fibras sadias do tecido circundante. Daí a necessidade do conhecimento do 
fisioterapeuta sobre esse processo, para evitar uma cicatriz exageradamente densa (hipertrófica) 
que pode não apenas limitar a função das fibras regeneradas, como comprometer as adjacentes. 
Isso se torna mais importante quando se trata de fibras com componentes elásticos, como pele 
ou músculo. Por outro lado, uma cicatrização muito lenta (hipotrófica) mantém a ferida aberta, 
com riscos de infecões.
A seguir, a figura 3 demonstra bem o resultado dessa fase, na qual se percebe uma 
aderência das fibras do tecido cicatricial:
Figura 3 – Fase de proliferação do reparo tecidual. Fonte: Moriscot, Carneiro e Abrahamsohn (2004).
 
Ao elaborar as condutas de tratamento nessa fase, além de objetivar o controle clínico 
da lesão, como dor, edema e limitação funcional, o fisioterapeuta deve, a partir do 4° dia do 
acometimento, promover suaves tensões nessa cicatrização, em forma de trações ou alongamentos, 
que devem ser limitados pela dor, para direcionar esses feixes de colágeno o mais próximo possível 
das fibras remanescentes. Essa conduta se encerra em torno do 21° dia da lesão, quando se inicia 
a próxima fase regenerativa, com o amadurecimento tecidual.
1.3 Fase de Remodelamento
Nessa fase, a normalidade tecidual é restabelecida na medida do possível. O sucesso da 
cicatrização da ferida depende da matriz do novo tecido que os miofibroblastos criam, incluindo 
o colágeno que eles produzem.
De acordo com Kitchen (2003), o remodelamento da matriz de tecido imaturo começa 
quase ao mesmo tempo que a formação do novo tecido, embora, para melhor compreensão, esse 
seja normalmente considerado como parte da terceira fase da regeneração. A matriz que está 
presente nesse estágio é gradualmente substituída e remodelada nos meses e anos subsequentes, 
à medida que o tecido cicatricial amadurece.
Nessa fase, o colágeno ainda é imaturo e apresenta uma consistência igual ao gel nesse 
início de regeneração, com pouca força de resistência à tensão, podendo variar de meses a anos 
com a reorientação das novas fibras direcionadas às forças de tensões nelas impostas, chegando, 
assim, a uma maior força tensil.
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Figura 4 – Fases da regeneração. Fonte: Enfermagem em foco (2021).
2 TERMOTERAPIA
Na fisioterapia, termoterapia é a modalidade que utiliza de temperaturas para os 
tratamentos. Assim, dentro da termoterapia, quando o fisioterapeuta elabora uma conduta 
envolvendo temperaturas quentes, ele vai utilizar a hipertermoterapia (temperaturas acima de 
18º). Ao contrário, necessitando de temperatura fria como o clássico uso do gelo, vai ter ao seu 
alcance a hipotermoterapia, mais citada como crioterapia, como recurso (temperaturas abaixo 
de 18º). As duas formas serão abordadas mais adiante.
Pelo que demonstra Kitchen (2003), a percepção de calor ou frio e suas graduações 
(congelante, frio, frescor, morno, quente, queimante) se dá por meio dos receptores térmicos da 
pele, os quais, juntamente com os da dor, são distintos também para calor ou frio. Desse modo, 
na pele, cada tipo desses receptores é sensível apenas a cada estímulo a que se destina. Esses 
termorreceptores informam ao hipotálamo a temperatura que a pele se expõe, e, por sua vez, 
determina as reações adequadas. Ao frio, a resposta fisiológica mais importante é a vasoconstrição, 
fenômeno que origina uma diminuição da luz dos vasos, que diminui a hemorragia resultante de 
uma lesão. Ao calor, reação é contrária, uma vasodilatação, que atua diretamente nos processos 
inflamatórios e no aumento do calibre dos vasos, auxiliando, por exemplo, a redução de um 
edema no local. Como estudaremos adiante, cada forma de tratamento pela temperatura (calor 
ou frio) deverá ser adequada às três fases inflamatórias descritas: aguda, subaguda ou crônica.
Pelo exposto até o momento, é possível notar que os conhecimentos básicos 
das disciplinas da fisioterapia são essenciais: todos os recursos elaborados para 
os nossos tratamentos provocam estímulos nos tecidos e meios intersticiais 
nos locais de abordagem, do ponto de vista histológico, fisiológico, químico 
e anatômico, entre outros. Portanto, o fisioterapeuta não deve apenas dominar 
o manejo dos aparelhos da eletrotermofotorerapia: antes de tudo, deve ter em 
mente o que deseja modificar na estrutura a ser tratada.
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2.1 Hipertermoterapia
Nessa modalidade, são utilizados recursos que ofertam calor superficial ou profundo 
nas condutas de tratamento, por meio de equipamentos simples, como bolsas térmicas com 
água quente em seu interior ou bolsas de gel (calor superficial), bem como por equipamentos 
eletrotérmicos, como ondas curtas, micro-ondas ou ultrassom (calor profundo).
Pelo relato de Pimentel et al. (2010):
[...] a dor pode ser percebida em todos os indivíduos saudáveis, pois se apresenta 
como um mecanismo de defesa do corpo. Dentre as várias causas de dor, o 
espasmo muscular é bastante comum. Além de desencadeante, ele também atua 
como perpetuador do quadro álgico por efeitos diretos, ao estimular receptores 
mecanossensíveis; e por efeitos indiretos, ao comprimir vasos sanguíneos 
causando redução do seu fluxo. Com este aporte sanguíneo diminuído, ocorre a 
liberação de substâncias químicas indutoras da dor gerando um ciclo vicioso de 
Tensão-Dor-Tensão que necessita ser interrompido (PIMENTEL et al., 2010).
 
Afirmam, esses autores, que a fisioterapia dispõe da hipertermoterapia para minimizar, 
ou até mesmo interromper, essa sensação dolorosa. Porém esse recurso não se limita apenas 
à analgesia. Colman et al. (2017) discorrem sobre a hipertermoterapia, apontando que é a 
prática mais antiga utilizada na reabilitação, sendo traduzida como qualquer técnica terapêutica 
que tenha o efeito de elevar a temperatura superficial ou profunda do corpo. A elevação da 
temperatura do tecido conjuntivo reduz a resistência desse tecido ao alongamento e promove 
maior extensibilidade dos tecidos moles, gerando maior relaxamento muscular e aumento de 
fluxo sanguíneo, favorecendo a plasticidade do tecido muscular.
Esses autores nos mostram que a técnica pode ser utilizada na fisioterapia para obtenção de 
efeitos característicos, como analgésicos, anti-inflamatórios,anti-espasmóticos e hiperemiantes.
Ferreira et al. (2012) complementam que a hipertermoterapia significa terapia com calor 
em que se efetua a aplicação de substâncias e utilização de técnicas que promovem o aumento da 
temperatura dos tecidos, estimulando a termorregulação corporal. O calor provoca estímulo geral 
do metabolismo celular, com aumento da síntese proteica bem como da atividade enzimática, 
com modificações da permeabilidade da membrana celular, sendo amplamente indicada para 
redução da dor em musculopatias crónicas.
Do ponto de vista da física, as moléculas de um corpo são compactadas em um padrão 
regular, podendo mover-se apenas em uma curta distância, vibrando em torno de suas posições 
de equilíbrio em movimentos que geram energia cinética, que são identificados como calor. Cada 
molécula tem seu espaço limitado pela molécula vizinha, e quando se acrescenta mais calor 
(portanto, mais energia térmica), ocorre um aumento cinético dessas moléculas aumentando a 
sua temperatura, provocando, também, a troca de energia intramolecular pelo atrito gerado entre 
elas. (LOW e REED, 2001).
2.1.1 Efeitos fisiológicos do calor
Pereira (2017) nos apresenta importantes respostas fisiológicas do calor:
• efeitos nos vasos sanguineos: o calor produz vasodilatação, promovendo relaxamento 
das fibras musculares lisas, encontradas entre as camadas que compõem as paredes 
dos vasos, que aumentam o diâmetro desses vasos, aumentando o fluxo de sangue aos 
tecidos que irrigam. Esse fluxo elevado aumenta o suprimento de oxigênio, nutrientes e 
anticorpos para a área acometida. O calor também libera mediadores químicos como 
histamina e bradicinina, que também promovem a dilatação dos vasos.
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• elevação da taxa metabólica: quando a temperatura nos tecidos aumenta, a taxa 
metabólica se eleva e provoca aumento na atividade das enzimas (proteínas) dos tecidos. 
Havendo aumento na atividade enzimática, ocorre aumento na velocidade das reações 
bioquímicas celulares, com aumento da demanda e o consumo por oxigênio, o que pode 
favorecer e acelerar a recuperação, como no caso de uma lesão crônica.
• alteração na extensibilidade do colágeno: A elevação da temperatura do tecido mole 
aumenta sua extensibilidade. Portanto, quando aplicado algum agente de calor no 
tecido mole antes de alongá-lo, em uma temperatura terapeuticamente aplicável, a 
extensibilidade do tecido colagenoso aumenta. Assim o tecido demonstra um maior 
aumento de comprimento com a aplicação da força do alongamento, necessitando de um 
menor esforço, reduzindo o risco de rompimento deste tecido. 
2.1.2 Efeitos terapêuticos do calor
Os efeitos terapêuticos do aquecimento local são descritos conforme Low e Reed (2001):
• alívio da dor: O calor é reconhecido como forma de analgesia, cujo efeito pode 
ocorrer por vários mecanismos como: controle da transmissão da dor pela ativação dos 
termorreceptores cutâneos; diminuição do espasmo muscular; redução da isquemia ou, 
ainda, a alteração da condução ou da transmissão nervosa. Os efeitos considerados indiretos 
pela aplicação do calor como terapia na recuperação dos tecidos são consequências da 
vasodilatação e do aumento do fluxo sanguíneo. O aumento da circulação de sangue na 
área lesionada diminui a congestão, possibilitando que o oxigênio chegue às células em 
hipóxia; além disso, ajuda a remover parte dos agentes químicos causadores da dor que 
resultam da lesão do tecido. É notada também uma reação psicológica do calor como 
agente confortável e relaxante, o que pode influenciar a percepção de dor pelo paciente.
• redução do espasmo muscular: o calor exerce um efeito relaxante no tônus 
musculoesquelético, e o aquecimento das terminações nervosas dos fusos musculares 
aferentes secundários, assim como das terminações tendíneas de Golgi, pode ser o modo 
pelo qual o espasmo muscular se reduz diante do calor. Por último, estudos constataram 
que a força e a resistência muscular diminuem durante os 30 primeiros minutos após 
aplicação de calor profundo e superficial.
• diminuição da rigidez articular: conforme o estudado nos efeitos fisiológicos da 
hipertermoterapia, aprendemos que o calor proporciona extensibilidade aos tecidos. 
Mais ainda outros mecanismos parecem influenciar o aumento da amplitude articular 
pelo uso do calor, tais com o efeito analgésico promovido pelo calor, possibilitando uma 
maior tolerância ao alongamento por parte do paciente e também o aumento do fluxo 
sanguíneo, que pode ter relação com a diminuição da rigidez articular. Na prática, para 
que esse efeito seja alcançado, é ideal nos atentarmos quanto ao tipo de agente térmico 
utilizado e à temperatura que este alcança, assim como a sua profundidade.
• processo de reparo tecidual: o calor acelera a recuperação tecidual, promovendo o 
aumento da taxa metabólica e do fluxo sanguíneo, elevando, assim, a oferta de oxigênio 
e nutrientes aos tecidos afetados e removendo os resíduos. Podemos destacar esses 
benefícios principalmente nos estágios de proliferação ou renovação no processo de 
cura tecidual e quando há inflamação crônica. Portanto, essa modalidade é aplicada mais 
amplamente em variadas condições crônicas e pós-traumáticas – como artroses, lesões de 
tecidos moles e cicatrização pós-cirúrgica.
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• controle da inflamação: o aumento do fluxo sanguíneo, além de promover o aumento 
da taxa metabólica e da atividade celular, favorece também o aumento de leucócitos e 
macrófagos no local, auxiliando a recuperação do processo inflamatório. Facilita ainda 
a retirada dos exsudatos resultantes desse processo, diminuindo a irritação tissular e a 
dor local. Vale lembrar que o calor deve ser empregado somente nas fases inflamatórias 
crônicas, ou mesmo sub-agudas, desde que a estrutura inflamada não apresente um 
aumento da temperatura local.
Quadro 1 – Efeitos fisiológicos e terapêuticos do calor. Fontes: Low e Reed (2001); Pereira (2017).
2.2 Hipotermoterapia
Essa modalidade é mais divulgada e publicada como crioterapia, forma que será usada 
neste texto.
De acordo com Knight (2000), a crioterapia é a aplicação terapêutica de qualquer 
substância ao corpo que resulta em remoção do calor corporal, diminuindo, assim, a temperatura 
dos tecidos. Portanto, a crioterapia não significa apenas uma técnica de aplicação de gelo, mas 
sim o conjunto de todas as técnicas que utilizam o frio como terapia.
Como vimos, o maior objetivo dessa modalidade é o resfriamento da área a ser tratada, 
o que dependerá da diferença de temperatura entre o agente de resfriamento e os tecidos, da 
condutividade térmica dos tecidos, do tempo em que o frio permanece aplicado e do tamanho da 
área que está sendo resfriada (LOW e REED, 2001).
É o único recurso da termoterapia indicado para a fase aguda das lesões, para promover 
analgesia local, amenizar o edema e prevenir lesões por hipóxia nos tecidos adjacentes, como será 
discutido adiante.
Durante a crioterapia, o calor é então retirado do corpo e passado para a modalidade de 
frio que estamos utilizando; isso explica porque, após algum tempo sobre a pele, o gelo derrete.
Miotto et al. (2013), no artigo Tratamento fisioterapêutico das 
artralgias,discorrem sobre as condutas de tratamentos prescritas 
para os casos de dores articulares, suas disfunções e aspectos 
clínicos. Abordam as duas modalidades estudadas nessa unidade.
Vale muito conferir.
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rdor/v14n3/13.pdf.
https://www.scielo.br/pdf/rdor/v14n3/13.pdf
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2.2.1 Efeitos fisiológicos da crioterapia
Por meio dessa modalidade, o corpo responderá com uma série de alterações locais, 
conforme Starkey (2001):
• Efeitos circulatórios: a resposta vascular inicial e imediataà exposição ao frio será a 
vasoconstrição, ou seja, a diminuição de diâmetro/contração dos vasos, que ocasiona 
uma redução no fluxo sanguíneo, principalmente no local da aplicação do frio e menor nas 
outras regiões do corpo. Tal resfriamento leva, também, a uma diminuição na produção de 
substâncias vasodilatoras como histamina e prostaglandina, causando, assim, diminuição 
na vasodilatação. Acredita-se que o aumento da viscosidade do sangue, causado pelo 
resfriamento, também contribua para um fluxo de sangue mais lento, pois aumenta a 
resistência ao fluxo sanguíneo. É, portanto, um efeito contrário ao uso do calor, como 
visto, causa vasodilatação. Essa diferença pode ser visualizada na figura 5:
Figura 5 – vasoconstrição e vasodilatação. Fonte: Pereira (2017).
• Efeitos sobre a dor: Quando o frio é aplicado, ocorre redução da temperatura do nervo e, 
assim, diminuição da condução nervosa. Essa aplicação do frio pode diminuir a velocidade 
de condução tanto de nervos motores, como de sensoriais, dependendo do grau e da 
duração da variação da temperatura. Geralmente, essa queda de velocidade tem sido 
observada em aplicações de frio por 5 minutos ou mais. Desse modo, pelo resfriamento, o 
estímulo oferecido pode ser suficiente para bloquear parcial ou totalmente a transmissão 
dos impulsos nervosos para o cérebro, o que diminui a percepção da dor.
• Efeitos sobre o metabolismo: Pela aplicação do frio a taxa metabólica é reduzida, ao 
contrário do que ocorre com a aplicação do calor. Para os tecidos com lesão aguda, isso 
é um benéfico, pois eles terão condição de sobrevivência maior e um reparo mais rápido 
da lesão. Isso acontece pela diminuição da taxa metabólica e, consequentemente, da 
redução da necessidade do oxigênio nessa área; assim, reduz-se a quantidade de oxigênio 
necessária para a sobrevivência daquelas células. Ocorre, então, a diminuição de células 
destruídas por falta de oxigênio (hipóxia secundária), auxiliando na limitação do grau da 
lesão.
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2.2.2 Efeitos terapêuticos da crioterapia
São descritos por Pereira (2017):
• Inflamação: A aplicação do frio na estrutura inflamada diminui a velocidade das 
reações químicas no lugar e, desse modo, reduz os principais sinais inflamatórios: calor, 
vermelhidão, edema, dor e limitação funcional, que favorece uma recuperação mais 
rápida do tecido afetado, principalmente porque o uso do frio diminui a liberação de 
mediadores inflamatórios, a síntese de prostaglandina e a permeabilidade capilar. Esses 
efeitos de redução na liberação dos mediadores e diminuição da permeabilidade capilar 
vão auxiliar na diminuição de formação secundária de edema e hemorragias. Além disso, 
como vimos anteriormente, a aplicação do frio pode limitar o grau da lesão, limitando 
então o grau da inflamação.
• Espasticidade muscular: Quando aplicada de maneira adequada, a crioterapia pode 
diminuir a espasticidade temporariamente. Isso acontece devido aos efeitos de redução 
da dor (que, por sua vez, diminui o limiar das terminações nervosas aferentes) e também 
da sensibilidade dos fusos musculares. Esses mecanismos também podem levar a uma 
redução da capacidade de se realizarem movimentos musculares rápidos após o uso do 
frio.
2.2.3 Formas de aplicação da crioterapia
Conforme Knight (2000), a crioterapia pode ser utilizada por:
• Aplicação direta: bolsas térmicas, sacos plásticos, bolsas de gel, spray congelante (muito 
usado na área esportiva).
• Crioimersão: indicada após os treinos esportivos intensivos, nos quais os atletas imergem 
os membros inferiores (até a altura dos quadris) em baldes com gelo e água, num período 
entre 4 a 7 minutos, para diminuir o metabolismo celular dos tecidos exigidos nessa 
prática, para diminuir dores de inicio tardio por microtraumas, e também pelo efeito 
metabólico estudado anteriormente. Alguns autores indicam a imersão de todo o corpo.
• Crioalongamento: associação dos efeitos da aplicação do frio e do alongamento 
passivo. Consiste na aplicação de uma bolsa de gelo ou similar, que reduz rapidamente 
a temperatura da pele e diminui a transmissão da dor. Simultaneamente a esse efeito, 
é realizado um alongamento passivo para aliviar o espasmo muscular local, que pode 
estar associado a estiramentos e pontos-gatilho. O alongamento passivo tem o poder de 
interromper o ciclo dor–espasmo–dor, sendo esse método bastante eficaz, principalmente 
para o tratamento de pontos-gatilho.
• Criocinética: técnica que combina crioterapia com a realização de exercícios. Consiste 
em adormecer o segmento a ser tratado até o ponto da analgesia e então realizar exercícios 
ativos, a fim de alcançar a amplitude normal do movimento afetado. A analgesia, por 
meio do uso do frio, pode ocorrer pela técnica de imersão no gelo, por bolsas frias ou 
massagem com gelo. A maioria das sensações de adormecimento até analgesia acontecerá 
a partir dos 12 aos 20 minutos. Esse adormecimento dura em média de 3 a 5 minutos, 
quando são realizados os exercícios; logo após, reaplica-se o gelo por mais 3 a 5 minutos 
e, mais uma vez, inicia-se o exercício durante 3 a 5 minutos. Essa sequência pode ser 
repetida em média 5 vezes. 
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Diante destes recursos estudados, o fisioterapeuta deve saber prescrever a aplicação da 
termoterapia de acordo com as fases inflamatórias (ANDREWS, HARRELSON e WILK, 2000):
• Fase aguda: apenas crioterapia, por 20 minutos de aplicação a cada hora de intervalo;
• Fase subaguda: pode ser oferecido calor, desde que o local não apresente a temperatura 
aumentada no momento. Caso sim, apenas acrioterapia;
• Fase crônica: idem à fase subaguda.
Souza e Ueda (2014) publicaram uma interessante revisão de 
literatura intitulada “Os efeitos da crioterapia em processos 
inflamatórios agudos: um estudo de revisão” que mostra os tempos 
de aplicação mais utilizados, bem como os diversos resultados 
alcançados por esse recurso.
Disponível em: http://ojs.unirg.edu.br/index.php/2/article/view/606.
http://ojs.unirg.edu.br/index.php/2/article/view/606
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente unidade mostrou aspectos básicos que serão mencionados em todas as 
unidades seguintes, como conhecimento prévio para as discussões sobre os efeitos de cada 
equipamento que será apresentado.
As fases inflamatórias discutidas, por exemplo, serão sempre observadas no decorrer 
deste e-book, independentemente dos tipos de cada equipamento, quando estes forem destinados 
aos tratamentos da dor ou dos processos inflamatórios.
Na Unidade II, inicia a abordagem de alguns destes equipamentos.
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02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 19
1 FIXAÇÕES INTERNAS ...............................................................................................................................................20
1.1 TIPOS DE FIXAÇÃO INTERNA ...............................................................................................................................20
1.1.1 PARAFUSOS .........................................................................................................................................................20
1.1.2 PLACAS ................................................................................................................................................................20
1.1.3 HASTES INTRAMEDULARES .............................................................................................................................. 21
1.1.4 FIOS DE KIRSCHNER ..........................................................................................................................................21
2 PRÓTESES INTERNAS ............................................................................................................................................. 21
3 ONDAS CURTAS ........................................................................................................................................................22
3.1 EFEITOS FISIOLÓGICOS ........................................................................................................................................23
3.2 EFEITOS TERAPÊUTICOS .....................................................................................................................................23
ONDAS CURTAS E MICRO-ONDAS
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ELETROTERMOFOTOTERAPIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
3.3 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO ...................................................................................................................................23
3.4 DOSIMETRIAS ......................................................................................................................................................24
3.5 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES .................................................................................................................25
4 MICRO-ONDAS .........................................................................................................................................................26
4.1 EFEITOS FISIOLÓGICOS E TERAPÊUTICOS ........................................................................................................27
4.2 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO ...................................................................................................................................27
4.3 DOSIMETRIAS .......................................................................................................................................................28
4.4 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES .................................................................................................................28
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................30
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INTRODUÇÃO
A partir dessa Unidade II, serão apresentados e discutidos os equipamentos de 
eletrotermofototerapia mais utilizados nos tratamentos das lesões dos tecidos moles, nos 
tratamentos de pacientes das áreas de fisioterapia em ortopedia, traumatologia, esportiva e 
reumatologia.
A unidade aborda os equipamentos de radiofrequências que a fisioterapia dispõe, suas 
formas e técnicas de aplicação, efeitos, indicações e contraindicações.
Como esses equipamentos não devem ser utilizados sobre locais do corpo de nossos 
pacientes que contenham algum dispositivo metálico, como as fixações internas (parafusos e placas 
metálicas para estabilização de fraturas por exemplo), ou próteses articulares (que substituem 
articulações danificadas), inicialmente serão apresentados alguns tipos desses dispositivos, para 
melhor compreensão da disciplina.
Bons estudos!
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1 FIXAÇÕES INTERNAS
Parafusos, placas e hastes são materiais utilizados em cirurgias traumatológicas, 
ortopédicas e buco-maxilares, para união das partes de uma fratura óssea em que ocorre o desvio 
das extremidades dessa fratura, para manter um alinhamento perfeito na sua calcificação, como 
também para fratura em mais de duas partes. Outra indicação é para tratar a fratura de mais 
de um osso. Como comparação, quando uma fratura ocorre em linha, mantendo o osso unido 
anatomicamente, a escolha para auxiliar sua plena cicatrização é imobilizar a estrutura por gesso 
ou tala gessada, ou ainda por meio das diversas órteses disponíveis como tipoia, braces, robofoot 
e outras, bem acessíveis no mercado.
Os fixadores internos também são utilizados para a correção de disfunções como 
assimetria dos membros inferiores, correções de deformidades articulares como joelhos valgos, 
entre outros exemplos.
Normalmente, são feitos de titânio ou aço inoxidável, materiais que retém calor e 
oferecem riscos aos pacientes que os utilizam quando expostos diretamente aos equipamentos 
de fisioterapia que promovem hipertermoterapia, uma vez que o calor retido tende a queimar o 
periósteo e as partes moles adjacentes. Essa contraindicação é proposta pela literatura, incluindo 
a obra de Sá (2003).
Como se situam sob a pele, não sendo visíveis, o fisioterapeuta terá conhecimento do 
uso desses dispositivos pelas anamneses dos pacientes que, além do relato, muitas vezes possuem 
exames de imagem dos mesmos, o que auxilia na identificação do tipo de fixação e também na 
conduta e cuidados a serem adotados.
Algumas cirurgias reparadoras podem se utilizar também de parafusos de material 
biodegradável, de silicone ou esculpidos em ossos de doadores. Nesses casos, não são afetados 
pelo uso do calor superficial ou profundo.
Os equipamentos que serão discutidos nessa Unidade II, assim como alguns das unidades 
seguintes, produzem calor profundo na sua forma contínua, mas quando utilizados na forma 
pulsada, não apresentam essa contraindicação. Dessa forma, na apresentação de cada equipamento, 
será discutida a abordagem adequada, sempre orientada ao uso de material metálico.
1.1 Tipos de Fixação Interna
Os fixadores internos variam de acordo com o tipo e local da fratura, tamanho do osso, 
calcificação óssea e padrão funcional articular, sendo descritos por Dandy (2000) como:
1.1.1 Parafusos
Utilizados para comprimir fragmentos dos ossos e, também, para fixar placas ou hastes. 
Podem ser corticais, para fixar-se em ossos longos, ou esponjosos, quando necessário fixar ossos 
desse tipo, como o calcâneo. Como vantagem, necessita de um porte cirúrgico pequeno.
1.1.2 Placas
São utilizadas para manter os ossos fraturados na posição correta, assim como para 
comprimir as duas extremidades ósseas. Se possível, as placas devem ser sempre aplicadas do 
lado da tração da fratura, onde as partes rompidas pressionam as partes moles adjacentes.
Suas desvantagens são: porte cirúrgico amplo; tensão elevada sobre o osso, com risco de 
fratura em seu local; osteoporose por desuso do osso subjacente.
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1.1.3 Hastes intramedulares
Indicadas para as fraturas da região média (diáfise) dos ossos longos, tendo a função de 
manter o seu alinhamento e comprimento. São cilindros metálicos que se prendem por dentro da 
cavidade medular, porém nem sempre podem controlar esse alinhamento durante as rotações da 
articulação que o osso reparado participa.
1.1.4 Fios de kirschner
Semelhantes aos arames, os Fios de Kirschner, ou Fios K, consistem basicamente em um 
fio metálico com uma pequena rosca na extremidade, com a função original de fixar fragmentos 
ósseos, principalmente em conjunto com placas ósseas. Também são utilizados em outra função, 
como fios-guia para cirurgia, auxiliando na inserção de parafusos canulados para a correta 
posição no tecido ósseo.
Figura 1 – Placa, parafusos e fios de Kirschner em fratura de punho. Fonte: O autor.
2 PRÓTESES INTERNAS
Algumas articulações do corpo humano podem ser substituídas por próteses, que são 
articulações ou partes delas elaboradas artificialmente, quando apresentarem danos irreversíveis 
que levam às limitações funcionais importantes no sentido de movimentos articulares, atividades 
funcionais, marcha entre outros, além da dor e fraqueza muscular inerentes. Essa técnica cirúrgica 
é denominada artroplastia.
Dandy (2000) afirma que as próteses podem ser produzidas por aço inoxidável, por liga 
de cromo cobalto molibdênio e também por polietileno. Na maioria das cirurgias, as próteses são 
fixadas por cimento acrílico, parafusosou encaixes de interferência, sendo mais utilizadas nas 
articulações do quadril, joelho e ombro.
Esses danos podem ser causados por:
a) doenças reumatológicas: atroses, artites, osteomielite, más formações congênitas
b) fraturas: por traumas (principalmente em pacientes jovens) ou por alterações ósseas 
como osteomielite e osteoporoses.
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Conforme a área afetada, a prótese pode ser parcial (quando substitui apenas um 
compartimento do joelho ou a cabeça do fêmur) ou total (substitui completamente uma 
articulação: os côndilos do fêmur junto com o platô tibial no joelho, ou a cabeça do fêmur e o 
acetábulo no quadril).
 
Figura 2 – Prótese total de joelho (E) e quadril (D). Fonte: O autor.
3 ONDAS CURTAS
Com esse equipamento, utilizamos calor profundo (até 5 cm) nos tratamentos pela 
conversão de energia eletromagnética de alta frequência em energia térmica nos tecidos do paciente. 
A radiação de ondas curtas está dentro da faixa de radiofrequência: é uma energia semelhante à 
das ondas de rádio, porém de menores comprimentos. São radiações eletromagnéticas cujo valor 
no espectro eletromagnético varia quanto à frequência (de 10 a 100 MHz) e, por serem faixas 
de ondas mais curtas, usadas na diatermia terapêutica, são assim chamadas também na prática 
clínica. A frequência mais usada é 27,12 MHz, que, conforme o objetivo de tratamento, pode ser 
oferecida como corrente contínua (térmica) ou pulsada (atémica). O modo pulsado é produzido 
interrompendo-se periodicamente o fluxo de corrente de alta frequência, de maneira que ela 
esteja ligada por um período e desligada por outro tempo igual, impossibilitando oferta de calor.
Na literatura, é comum encontrar o termo “diatermia por ondas curtas”. Essa palavra 
diatermia significa aquecimento por meio de.
O que determina o aumento da temperatura de um tecido é a quantidade de energia 
absorvida por este, regulado pela intensidade do campo eletromagnético produzido pelo aparelho 
e pelo tipo de tecido da área a ser tratada. As estruturas mais vascularizadas como os músculos 
e as articulações são consideradas bons condutores de energia eletromagnética. (ANDREWS, 
HARRELSON e WILK, 2000).
Figura 3 – Aparelho de ondas curtas. Fonte: Pereira (2017).
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3.1 Efeitos Fisiológicos
Em relação aos efeitos, uma vez que a aplicação desse equipamento visa proporcionar 
aquecimento nos tecidos pela passagem das ondas eletromagnéticas por conversão, os seus 
principais benefícios são, em geral, relacionados ao calor, conforme detalhado na Unidade I. 
Terá, portanto, efeito similar a outras modalidades de calor, diferenciando-se pela profundidade 
alcançada, conforme Starkey (2001), que os cita como:
• Produção de calor;
• Vasodilatação; 
• Aumento do fluxo sanguíneo; 
• Elevação da taxa metabólica; 
• Aumento do fornecimento de oxigênio.
3.2 Efeitos Terapêuticos
Ainda conforme os efeitos terapêuticos resultantes do calor como terapia, Low e Reed 
(2001) enumeram: diminuição da rigidez articular; relaxamento muscular; alteração do limiar de 
dor; auxílio na cicatrização; auxílio na resolução da inflamação.
3.3 Técnicas de Aplicação
A aplicação mais utilizada se faz por 2 eletrodos de placas metálicas flexíveis: são placas 
acolchoadas por materiais como plástico, borracha, feltro ou espuma, geralmente com 3 tipos 
de tamanho (pequeno, médio e grande). É utilizada com uma camada de toalha dobrada entre a 
placa e a pele do paciente (cerca de 2 a 4 cm), evitando assim o risco de aquecimento e a ineficácia 
da diatermia. A região a ser tratada deve estar centrada entre os dois eletrodos, que podem ser 
dispostos em 3 formas, o que nos mostra Pereira (2017):
• Coplanar: os eletrodos são posicionados no mesmo plano. Esse método promoverá um 
efeito mais superficial. Exemplo: em afecções da coluna vertebral, o paciente pode deitar 
em cima dos eletrodos.
• Contraplanar ou Transversal: um eletrodo é posicionado lateralmente e o outro 
medialmente, ou um eletrodo na parte anterior e o outro na região posterior. Ou seja, 
os eletrodos estão em faces anatômicas opostas, porém na mesma direção. Essa técnica 
costuma ser utilizada quando se deseja atingir estruturas mais superficiais, como o 
ligamento colateral do joelho.
• Longitudinal: os eletrodos são colocados nas extremidades dos membros, de modo que 
os tecidos fiquem na mesma linha de força, ou seja, em paralelo. O ponto positivo dessa 
técnica é a penetração mais efetiva do eletromagnetismo nos tecidos, pois a resistência 
oferecida pelos tecidos diminui. Exemplo de posicionamento: um eletrodo na parte 
anterior da coxa e outro na região plantar (paciente sentado).
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Figura 4 – Técnica contraplanar (E) e coplanar (D). Fonte: O autor.
Como em todo equipamento de fisioterapia, alguns cuidados devem ser observados com 
o uso de ondas curtas, conforme Kitchen (2003):
• Devido à radiação eletromagnética, equipamentos eletrônicos ou magnéticos devem ser 
removidos do campo; acessórios, aparelhos auditivos, relógios e afins também devem ser 
retirados tanto pelo paciente quanto pelo terapeuta;
• A região tratada deve estar desnuda e seca;
• O paciente deve ser informado sobre o aparelho, o tratamento e as sensações;
• Não se deve utilizar o aparelho em camas de metal; apenas nas de madeira ou que possuam 
isolantes;
• Todos os parâmetros do aparelho e a sensibilidade do paciente devem ser cuidadosamente 
observados;
• A área a ser tratada deve ser examinada antes e após a aplicação do aparelho.
3.4 Dosimetrias 
A literatura nos indica que casos crônicos sem alterações, como temperatura local 
aumentada, a forma utilizada será a contínua, para grande produção de calor. Na prática, existe 
uma intensidade terapêutica (intensidade de segurança) usada com frequência para essa forma 
contínua, de aproximadamente 50 a 70mA de saída.
Para a forma pulsada estão indicados os quadros agudos e subagudos, que devem ser 
tratados com doses mais baixas, e fases crônicas, com doses mais elevadas, sendo o tempo de 
aplicação de acordo com as fases:
• Fase aguda – 25 Hz, em média de 10 minutos;
• Fase subaguda – 50 Hz, em média de 15 minutos; 
• Fase crônica – 100 Hz, em média de 20 minutos.
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3.5 Indicações e Contraindicações
Starkey (2001) demonstra as seguintes indicações para o uso do equipamento:
 
• Controle da dor e edema;
• Analgesia;
• Aceleração da cicatrização de tecidos;
• Estímulo da circulação sanguínea;
• Relaxamento muscular;
• Aumento da extensibilidade do colágeno, aumentando amplitude de movimento;
• Entorses subagudas ou crônicas;
• Distensão muscular;
• Tendinite e tenossinovite;
• Lombalgia e lombociatalgia;
• Sintomas de Osteoartrite;
• Pós-imobilização.
As contraindicações são pontuadas na obra de Low e Reed (2001):
• Quadros inflamatórios agudos na forma contínua;
• Gestantes;
• Tumores malignos;
• Alterações sensitivas;
• Estado febril;
• Doenças infecciosas;
• Marca-passo;
• Tuberculose;
• Trombose;
• Osteossínteses com placas e parafusos e fixadores externos;
• Cardiopatas descompensados;
• Tecidos expostos a radioterapia;
• Aplicação nas gônadas;
• Hemorragias.
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4 MICRO-ONDAS
Também transmitindo correntes eletromagnéticas, a diatermia por micro-ondas tem 
frequência muito mais alta e comprimento de onda mais curto do que a diatermia por ondas 
curtas. O aquecimento produzido por essa diatermia atua tanto na pele, quanto em tecidos mais 
profundos; porém, a eficiência da sua profundidade é menor do que a obtida pelo ultrassom 
e pela diatermia porondas curtas, atingindo assim estruturas de até 3 cm. Apesar disso, por 
ter uma frequência muito alta, as micro-ondas são bem mais absorvidas pelo organismo, com 
menores perdas do que as ondas curtas, por exemplo.
Na prática da Fisioterapia, há aparelhos operando em duas frequências, sendo a mais 
comum de 2.456 MHz com 12,25 cm de comprimento de onda (a faixa usada no Brasil).
Conforme Pereira (2017), o equipamento de micro-ondas caracteriza-se por gerar 
correntes oscilantes diretamente do movimento de alta velocidade dos elétrons, ou seja, cria uma 
frequência de resposta. Essas correntes são canalizadas e transmitidas ao longo de um cabo axial 
até a antena ou o emissor, indo a uma superfície refletora e, assim, até o paciente. 
A energia eletromagnética da radiação por micro-ondas, quando absorvida dentro dos 
tecidos, provoca movimento iônico, rotação de dipolos e distorção da órbita dos elétrons – o que 
leva ao aquecimento. Portanto, a quantidade de aquecimento será proporcional à quantidade 
de radiação absorvida. As micro-ondas são aplicadas de fora para dentro dos tecidos, sendo 
fortemente absorvidas pela água; então, o que se espera é que o aquecimento seja maior na 
superfície dos tecidos e diminua em sua profundidade.
Assim como o equipamento de ondas curtas, o de micro-ondas também pode ser 
utilizado na forma contínua quando o fisioterapeuta pretende oferecer calor nas condutas de seus 
tratamentos, ou na forma pulsada.
No artigo Diatermia por ondas curtas no tratamento da retração da 
musculatura isqueotibial: revisão sistemática, Colman et al. (2017), 
apresentam uma combinação de tratamento entre ondas curtas e 
alongamentos, que mostra outra possibilidade da utilização desse 
equipamento na fisioterapia.
Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/variasaude/
article/view/17359.
Um fisioterapeuta presta atendimento a uma disfunção crônica em ombro com 
uso do equipamento de ondas curtas por vários dias, com boa evolução. Num 
dia, seu paciente comparece apresentando vermelhidão e calor no local. Como o 
tratamento vem mostrando bom resultado, seria correto manter a continuidade do 
uso desse equipamento?
http://e-revista.unioeste.br/index.php/variasaude/article/view/17359
http://e-revista.unioeste.br/index.php/variasaude/article/view/17359
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Porém, no caso das micro-ondas, essa forma pulsada não é totalmente atérmica, segundo 
relatos da literatura, podendo gerar pequenas sensações de calor. Deve-se tomar cuidado ao 
utilizá-las nas fases inflamatórias agudas, mesmo não sendo totalmente contraindicadas nessas 
fases (Kitchen, 2003).
4.1 Efeitos Fisiológicos e Terapêuticos
Apesar de alcançar uma profundidade menor, efeitos fisiológicos e terapêuticos são os 
mesmos descritos para o equipamento de ondas curtas.
4.2 Técnicas de Aplicação
* Explique a finalidade da terapia e peça relatos sobre a sensação de calor durante o 
tratamento;
* Posicione o paciente adequada e confortavelmente;
* Retire todo material metálico do paciente a fim de evitar queimaduras ou interferência 
da energia;
* Desnude o local a ser tratado;
* Posicione o emissor em ângulo de 90o para evitar reflexão das micro-ondas;
* Dependendo da intensidade utilizada, o distanciamento do eletrodo pode variar entre 3 
e 15 cm: quanto mais distante da estrutura, mais aumenta a área emitida;
* Caso existam saliências ósseas no local de tratamento, tome cuidado com o 
superaquecimento dessa estrutura;
* Instrua o paciente a não se mover durante o tratamento;
* Aumente lentamente a intensidade do aparelho, para que seja dado ao paciente tempo 
suficiente de se acostumar com os efeitos da terapia;
* Ajuste o controle da potência;
Figura 5 – Aplicação de micro-ondas, com o emissor posicionado em 90o. Fonte: O autor.
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4.3 Dosimetrias
Assim como no caso da diatermia por ondas curtas, a dosimetria dependerá da sensação 
de calor referida pelo paciente e da fase em que o acometimento em questão se encontra. A 
duração e a frequência dos tratamentos vão depender dos objetivos e das metas terapêuticas. 
Comumente, os casos agudos e subagudos são tratados com baixas doses e uma sensação 
térmica fraca, durante 3 a 8 minutos. Já os distúrbios crônicos são tratados por uma sensação 
de aquecimento confortável, durante 5 a 15 minutos. Alguns autores, porém, apontam que o 
tempo ideal de aplicação dos aparelhos seja de 20 a 30 minutos, conforme Pereira (2017), sendo 
as indicadas as frequências para cada fase inflamatória:
• Aguda: 25 Hz;
• Subaguda: 50 Hz;
• Crônica: 100 Hz.
4.4 Indicações e Contraindicações
Esses parâmetros são relatados por Kitchen (2003), como sendo:
a) Indicações:
• Algias;
 ◦ Lesões e inflamações crônicas;
 ◦ Relaxamento muscular;
 ◦ Cicatrização tecidual;
 ◦ Reabsorção de hematomas e edemas;
 ◦ Aumento da extensibilidade do colágeno;
 ◦ Aumento da amplitude de movimento;
 ◦ Pós-imobilização.
Assista esse vídeo bem didático sobre uma apresentação e 
manuseio do microondas, mostrando também o posicionamento 
do paciente.
Disponível em: https://youtu.be/WJjr_k3aUPM.
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b) Contraindicações:
• Quadros inflamatórios agudos na forma contínua;
 ◦ Áreas de circulação deficiente;
 ◦ Déficit de sensibilidade térmica e dolorosa;
 ◦ Presença de objetos metálicos;
 ◦ Feridas ou curativos molhados;
 ◦ Aplicação sobre os olhos e os testículos;
 ◦ Inflamação aguda ou infecção;
 ◦ Hemorragias;
 ◦ Próximo a marca-passo cardíaco;
 ◦ Tumor maligno;
 ◦ Gravidez.
Quadro 1 – Análise comparativa entre OC e MO. Fonte: Sá (2003).
VILA NOVA, J. V. et al. Efeitos fisiológicos relacionados ao 
tratamento da dor crônica.
Disponível em: http://revista.liberumaccesum.com.br/index.php/
RLA/article/view/122.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os equipamentos estudos nessa unidade são muito indicados nas condutas de tratamento, 
além disso, foram apresentados seus aspectos efetivos quanto à fisiologia e a própria terapêutica.
Ao mesmo tempo, situações clínicas foram adicionadas para melhor estudo, sendo inclusas 
nelas as questões relativas a imagens, sinais e sintomas, para que os futuros profissionais da 
fisioterapia tenham noção de que nenhuma prescrição deve ser concluída antes de uma avaliação 
clínico funcional completa. Os resultados dessa avaliação determinam as condutas adequadas 
para o bom resultado do tratamento e para que o paciente não sofra nenhum desconforto.
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................................33
1 UTRASSOM................................................................................................................................................................34
1.1 FORMAS DE ULTRASSOM .....................................................................................................................................35
1.1.1 ULTRASSOM CONTÍNUO .....................................................................................................................................35
1.1.2 ULTRASSOM PULSADO ......................................................................................................................................35
1.2 EFEITOS TERAPÊUTICOS TÉRMICOS E ATÉRMICOS ........................................................................................36
1.3 DOSIMETRIAS ........................................................................................................................................................361.4 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES .................................................................................................................38
1.4.1 INDICAÇÕES ........................................................................................................................................................38
1.4.2 CONTRAINDICAÇÕES .........................................................................................................................................38
2 TENS ..........................................................................................................................................................................39
ULTRASSOM, TENS E INTERFERENCIAIS
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ELETROTERMOFOTOTERAPIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
2.1 TEORIA DA COMPORTA DA DOR ..........................................................................................................................39
2.2 PARÂMETROS E DOSIMETRIAS ..........................................................................................................................40
2.2.1 TENS CONVENCIONAL....................................................................................................................................... 41
2.2.2 TENS ACUPUNTURA .......................................................................................................................................... 41
2.2.3 TENS BURST OU PULSADA ............................................................................................................................... 41
2.2.4 TENS BREVE E INTENSA................................................................................................................................... 41
2.3 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES .................................................................................................................42
2.3.1 INDICAÇÕES ........................................................................................................................................................42
2.3.2 CONTRAINDICAÇÕES ........................................................................................................................................42
3 CORRENTES INTERFERENCIAIS ............................................................................................................................43
3.1 EFEITOS FISIOLÓGICOS E TERAPÊUTICOS .......................................................................................................43
3.2 PARÂMETROS DE APLICAÇÃO ............................................................................................................................43
3.3 TÉCNICAS DE ACOPLAMENTO ............................................................................................................................44
3.4 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES .................................................................................................................44
3.4.1 INDICAÇÕES .......................................................................................................................................................44
3.4.2 CONTRAINDICAÇÕES ........................................................................................................................................44
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................45
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INTRODUÇÃO
Nessa unidade, estudaremos o último equipamento dessa disciplina, que também tem 
efeito de hipertermoterapia na sua forma contínua, que é o ultrassom, além dos seus outros efeitos 
dessa forma contínua e também na pulsada. O que o difere dos outros equipamentos vistos na 
Unidade II, é o fato de produzir calor no espectro acústico e não no eletromagnético.
A seguir, serão apresentadas as duas modalidades de eletroanalgesia mais utilizadas na 
fisioterapia atual: TENS e correntes interferenciais. A essas, devemos lembrar sempre que são 
correntes elétricas atérmicas, ou seja, não produzem calor, podendo ser utilizadas em qualquer 
das fases inflamatórias já discutidas.
Vamos aos equipamentos?
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1 UTRASSOM
O ultrassom é consagrado pela literatura como um importante agente terapêutico 
disponível para a fisioterapia, mas para que seu uso seja realmente eficaz, é de extrema importância 
o profissional ter o conhecimento adequado de seus efeitos sobre os tecidos e também dos 
mecanismos físicos que produziram esses efeitos.
Esse equipamento da fisioterapia produz vibrações acústicas inaudíveis de alta frequência, 
capazes de produzir efeitos fisiológicos térmicos e não térmicos. Como comparação, o som 
audível pelo ouvido humano oscila na faixa de 20.000 Hz (o que significa 20.000 pulsos por 
segundo); já o ultrassom terapêutico nos oferece a possibilidade de trabalhar com o ciclo de 1 
MHz (1.000.000 de pulsos por segundo) para ação mais profunda (até 5 cm, por ser colimado) 
ou de 3 MHz (3.000.000 de pulsos por segundo) para ação mais superficial (até 3cm, por ser 
divergente). Como se pode notar, independente da quantidade da frequência, o tempo de pulso 
será sempre fixo em 1 segundo.
As ondas de ultrassom são geradas por transdutores, isto é, dispositivos capazes de 
transformar ou converter uma energia em outra (energia elétrica em mecânica). Os chamados 
transdutores são constituídos de materiais piezoelétricos naturais (cristal de quartzo). Quando 
uma corrente elétrica alternada de alta frequência é recrutada nesse cristal, ele responde ao 
estímulo produzindo ondas mecânicas idênticas às sonoras. A frequência dessas ondas depende 
do tamanho do cristal e da frequência da corrente recrutada. Elas viajam através de um meio 
elástico e então comprimem (fase de condensação) e liberam (fase de rarefação) as moléculas do 
meio, conferindo energia a elas. Essas energias vão produzir efeito mecânico ou térmico e serão 
absorvidas (ANDREWS, HARRELSON, WILK, 2000).
Figura 1 – Utrassom terapêutico. Fonte: O autor.
 
Ondas de ultrassom podem ser contínuas ou pulsadas. O ultrassom contínuo é 
geralmente usado para produzir efeitos térmicos; já o ultrassom pulsado, para 
efeitos não térmicos. Ambos os efeitos do ultrassom podem ser usados na prática 
clínica para se acelerar a conquista de objetivos do tratamento, conforme cada 
situação.
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O ultrassom opera em onda de alta frequência. Por isso, ele necessita de um meio denso 
para percorrer, sendo incapaz de atravessar o ar. Apresenta uma forma de onda senoidal e pode 
ser descrita a partir de algumas variáveis, como: amplitude, potência e velocidade. A compreensão 
desses e de outros conceitos é necessária para a utilização do equipamento. Vejamos, a seguir, 
cada uma dessas variáveis, conforme Low e Reed (2001):
• Amplitude: é a magnitude da vibração da onda;
• Potência: é a quantidade total de energia ultrassônica no feixe (expressa em watts);
• Velocidade: A velocidade é a distância percorrida pela onda sonora por unidade de 
tempo. Importante ressaltar que a onda se propaga através de um meio de propagação E 
está diretamente relacionada à densidade do meio. Materiais mais densos e mais rígidos 
terão uma maior velocidade de transmissão.
1.1 Formas de Ultrassom
Kitchen (2003) apresenta as duas formas de ondas ultrassonoras: 
1.1.1 Ultrassom contínuo
A intensidade da onda permanece constante durante todo o tratamento, e a energia do 
ultrassom também é produzida durante todo o tempo. Geralmente, é usado para produzir efeitos 
térmicos.
1.1.2 Ultrassom pulsado
A intensidade é interrompida periodicamente, como se a energia fosse administrada por 
pacotes ou explosões, com umperíodo de repouso entre os pacotes. Nesse tempo de repouso, o 
calor produzido no período de transmissão de energia se dissipa e, assim, minimiza a ação do 
calor, possibilitando o uso para efeitos atérmicos.
Ao utilizar essa forma pulsada, as frequências devem ser estipuladas de acordo com as 
fases inflamatórias:
a) Fase aguda: 96 Hz a 5% do pulso (100 Hz em alguns equipamentos);
b) Fase subaguda: 48 Hz a 10 % do pulso;
c) Fase crônica: 16 Hz a 20% do pulso.
Por exemplo, numa fase crônica, que será determinada uma frequência de 16 pulsos por 
segundo, que ocorrem durante 20% desse segundo, ou seja, durante 2 décimos de segundo, sendo 
os outros 80% (8 décimos de segundo) a fase do repouso.
Na fase aguda, a frequência de 96 Hz está presente em 5% do segundo (meio décimo de 
segundo) seguida de um repouso de 95% (9 décimos e meio), fato que não possibilita qualquer 
produção de calor.
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1.2 Efeitos Terapêuticos Térmicos e Atérmicos
Esses efeitos proporcionados pelo ultrassom são resumidos no quadro a seguir, elaborado 
por Pereira (2017):
Quadro 1 – Efeitos terapêuticos do ultrassom. Fonte: Pereira (2017).
1.3 Dosimetrias
As dosimetrias do equipamento de ultrassom foram descritas por Starkey (2001), de 
acordo com o valor da meia camada, que significa a perda de METADE da dose de saída do 
cabeçote (ou transdutor) para o meio tecidual tratado a cada 2 cm de profundidade. Assim, o 
fisioterapeuta deve calcular a perda de meia dose durante o uso do cabeçote de 3 MHz (por ser 
superficial) ou da quarta parte da dose de saída com o uso do de 1 MHz (profundo).
Figura 2 – Efeito da meia camada na perda de dose do ultrassom. Fonte: Starkey (2001).
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Exemplo 1:
*lesão superficial = 3 MHz= 3 cm;
*dose de chegada pretendida: 0,4 W/cm2;
*perda de ½ dose na primeira camada de 2 cm = dose de saída deve ser de 0,8 W/cm2.
Exemplo 2:
*lesão profunda = 1 MHz = 5 cm;
*dose de chegada pretendida: 0,5 W/cm2;
*perda de ½ dose na primeira camada de 2 cm + perda de ½ dose na segunda camada de 
2 cm = dose de saída deve ser de 2,0 W/cm2.
Esse equipamento deverá ser aplicado sempre com um meio de acoplamento entre 
o cabeçote de cristal e a pele dos pacientes, geralmente, sendo usado gel hidrossolúvel (gel 
ultrassônico), que pode ser aplicado de várias formas, sendo as mais usadas atualmente:
a) Direta: aplicação de gel no cabeçote, sendo depois posicionado sobre a estrutura a ser 
tratada antes do aparelho ser ligado.
b) Indireta: usado em regiões irregulares ou com proeminências, como no epicôndilo lateral 
do cotovelo. Consiste em posicionar sobre a área tratada uma bolsa de gel ou bexiga com 
água, tendo uma camada de gel nas duas faces, e depois o cabeçote sobre estas.
Dessa forma, com o contato realizado, o aparelho é ligado, e o tratamento inicia por 
movimentos circulares do transdutor sobre a superfície a ser tratada. É importante esse cuidado, 
pois, caso o transdutor não esteja em contato com a pele por meio do agente de acoplamento, o 
cristal piezoelétrico pode se danificar ou o transdutor superaquecer, conforme mostra a figura 3:
Figura 3 – Aplicação de ultrassom. Nota-se o acoplamento com o gel. Fonte: O autor.
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1.4 Indicações e Contraindicações
1.4.1 Indicações
• Aderências articulares;
• Espasmos musculares;
• Neuroma;
• Tecido cicatricial;
• Pontos-gatilho;
• Condições inflamatórias agudas e crônicas;
• Quadros álgicos;
• Lesões esportivas.
1.4.2 Contraindicações
• Alterações vasculares;
• Tendência a hemorragias;
• Áreas isquêmicas;
• Sobre fixações internas (forma contínua);
• Lesões de pele;
• Áreas com alteração de sensibilidade;
• Locais de infecção ativa.
Esse vídeo, elaborado por um fabricante de equipamentos de 
fisioterapia, mostra um passo a passo para o manuseio do 
ultrassom. Vale conferir!
Disponível em: https://youtu.be/Sd7VXzN_9xc.
https://youtu.be/Sd7VXzN_9xc
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2 TENS
O termo Estimulação Elétrica Transcutânea do Nervo (Transcutaneous Electrical Nerve 
Stimulation: TENS) ou eletroestimulação transcutânea serviria para denominar qualquer das 
correntes mencionadas neste E-book, pois, como o próprio nome diz, é uma estimulação do 
nervo através da pele, implicando uma corrente com intensidade suficiente para provocar a 
despolarização dos nervos sensoriais. No entanto, aquele nome é utilizado para descrever uma 
abordagem eletroterapêutica que específica para o controle da dor e, em geral, chamada apenas 
de TENS.
Essa modalidade corresponde ao processo de alterar a percepção da dor, por meio de uma 
corrente elétrica. A eficácia desse tratamento é tão variável quanto suas técnicas de aplicação. O 
resultado dependerá da natureza da dor, do limiar individual da dor, da colocação do eletrodo, da 
intensidade de estimulação e das características elétricas do estímulo (KITCHEN, 2003).
Figura 4 – Equipamento de TENS. Fonte: O autor.
2.1 Teoria da Comporta da Dor
Andrews, Harrelson e Wilk (2000) lembram que a TENS exerce seu efeito de analgesia 
de acordo com a Teoria da Comporta da Dor, postulada em 1965 por Melzack e Wall, os quais 
mostraram que estímulos elétricos não dolorosos ofertados pelos diversos equipamentos de 
eletroanalgesia, entre eles a TENS e as correntes inteferenciais (que serão estudadas na próxima 
seção), seguem pelo mesmo trajeto nervoso periférico que conduz o impulso da dor até o corno 
posterior da medula, na substância gelatinosa.
Lá, os estímulos não dolorosos têm preferência pelos neurônios finos, mais mielinizados, 
portanto de maior velocidade de condução, e se conectam ao trato espinotalâmico antes dos 
impulsos da dor, que, por sua vez, melhor se adaptam aos neurônios calibrosos, menos 
mielinizados, de condução lenta, bloqueando a sua entrada ao trato espinotalâmico, ou seja, 
”fechando a porta para a dor”.
Além disso, uma vez no trato, os estímulos da eletroanalgesia se dirigem ao córtex central, 
que deixa de receber a informação da dor percebida antes do uso do equipamento.
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Esses autores também lembram que a TENS pode provocar contrações musculares, 
porém o seu principal uso é para controlar a dor. Ela diminui a percepção da dor no paciente, 
reduzindo a condutividade e a transmissão dos impulsos dolorosos das pequenas fibras de dor 
para o sistema nervoso central (SNC). Pode também afetar as grandes fibras motoras e interferir 
no padrão normal de proteção do músculo, reduzindo ainda mais os estímulos dolorosos.
A redução da dor pela aplicação de TENS ocorre principalmente por meio da modulação 
do SNC no organismo. Sua aplicação pode ativar neurônios pré e pós-ganglionares e provocar 
leves vasoconstrições. Aplicações mais prolongadas podem modular as atividades dos neurônios 
do corno dorsal, secundariamente à estimulação dos nervos periféricos e promover a estimulação 
química dos órgãos viscerais. Além disso, os efeitos de alívio da dor pela TENS podem ser obtidos, 
também, por fatores psicológicos derivados unicamente de efeitos neurofisiológicos ou somados 
a eles.
É importante ressaltar que a TENS atua na percepção da dor do indivíduo, e que o 
tratamento exerce pouco efeito sobre a patologia principal. Portanto, essa modalidade deve ser 
empregada e associada à outras terapias que visem tratar a origem da dor.
2.2 Parâmetros e Dosimetrias
Os parâmetros a serem configurados no aparelho são frequência, duração do pulso, 
intensidade e tempo, que sofrerão variação de acordo com os objetivos de tratamento, e são 
idênticos a todas as correntes elétricas que serão apresentadas em nossa disciplina, sendoclassificados por Arias (2020) como:
• Frequência: corresponde ao número de pulsos por segundo, com a unidade de medida 
em Herts (Hz). A modulação deste parâmetro dependerá de cada fase inflamatória em 
que o paciente apresentar dor.
• Duração do pulso: significa a duração de tempo que apresenta cada pulso. Sua unidade 
de medida é microsegundos (µs).
• Intensidade: também denominada amplitude, corresponde à magnitude ou força da 
corrente, que é dosificada de acordo com a percepção do paciente e ao tipo de corrente 
que se está utilizando (eletroanalgesia, nesse caso, ou eletroestimulação).
• Tempo: o tempo de aplicação dependerá do objetivo e das características do usuário. 
Geralmente, utiliza-se um tempo de 15 a 20 min., que pode se prolongar até 1 hora, 
dependendo da modalidade escolhida ao quadro clinico.
Em relação às dosimetrias, as mais utilizadas clinicamente são as determinadas pelas fases 
inflamatórias, assim descritos (STARKEY, 2000):
• Fase aguda: 100 Hz acima, largura de pulso de 40 µs (microssegundos);
• Fase subaguda: 80Hz, largura de pulso de 80 µs;
• Fase crônica: 60 Hz abaixo, lagura de pulso de 120 µs.
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As modulações, de acordo com Gashu et al. (2001), podem ser classificadas em:
• Convencional (em caso de dor aguda e dor crônica);
• Acupuntura;
• Burst ou trem de pulso;
• Breve e intensa.
2.2.1 TENS convencional
É a forma mais frequentemente aplicada com pulsos curtos de cerca de 40 a 150 Hz. 
Trata-se de uma estimulação de alta frequência e baixa intensidade. Presume-se que esses pulsos 
curtos de baixa intensidade estimulem seletivamente as fibras para inibir a dor. Esse método 
também é o mais usado para autotratamento.
2.2.2 TENS acupuntura
É de alta intensidade e baixa frequência, com pulsos em torno com cerca de 2 Hz, com 
intensidades que provocam contrações musculares visíveis. Esse tipo de estimulação geralmente é 
aplicado aos pontos de acupuntura, mas também pode ser aplicado a pontos motores do músculo 
em questão. 
2.2.3 TENS burst ou pulsada
É uma série de pulsos repetidos 1 a 5 vezes por segundo, geralmente em duas sequências. 
Cada trem ou série consiste em um número de pulsos individuais nas frequências de TENS 
convencionais de 40 a 150 Hz, mas com intensidade mais alta. O benefício alegado a esse método 
é que ele combina tanto a TENS convencional, quanto a de acupuntura e, portanto, propicia alívio 
de dor por duas rotas.
2.2.4 TENS breve e intensa
Usa pulsos de duração maior, com frequências mais altas, com cerca de 100 Hz e na 
intensidade mais alta que for tolerada. A aplicação é feita por não mais de 15 minutos.
Os eletrodos para aplicação da TENS são de borracha de silicone impregnada com 
carbono, maleáveis e de fácil aplicação, com uso de gel condutor (o mesmo do utilizado no 
ultrassom já visto), a fim de diminuir a resistência oferecida pela pele, bem como limpar a área 
antes da colocação dos eletrodos. Podem ser utilizados, também, eletrodos autoaderentes, sendo 
esses unicamente de uso individual. A maioria dos aparelhos possui dois canais, cada um deles 
com dois eletrodos, e suas colocações podem ser nos seguintes pontos: (PENA, BARBOSA e 
ISHIKAWA, 2008).
* Em torno do ponto de dor: bipolar (1 canal) e tetrapolar paralelo (2 canais);
* Seguindo o trajeto nervoso;
* Sobre o tronco nervoso;
* Sobre os dermátomos;
* Sobre os pontos motores;
* Sobre os pontos de acupuntura.
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De acordo com Arias (2020), a distância entre os eletrodos difere na distribuição da 
corrente. Assim, eletrodos posicionados mais próximos (2 a 3 cm) atingem os nervos mais 
superficiais, enquanto os eletrodos mais afastados conseguem estimular os nervos mais profundos.
Figura 5 – Técnicas bipolar (E) e tetrapolar (D). Fonte: O autor.
2.3 Indicações e Contraindicações
2.3.1 Indicações
Processos dolorosos em geral: dor crônica e aguda, tratamento de dor pós-cirúrgica e fraturas.
2.3.2 Contraindicações
• Dores não diagnosticadas (de origem desconhecida);
• Sobre marca-passo;
• Cardiopatias ou disritmias;
• Seio carotídeo;
• Feridas de pele;
• Região próxima aos olhos;
• Epilepsia;
• Região com alteração de sensibilidade.
Pena, Barbosa e Ishikawa, na publicação de 2008 intitulada 
“Estimulação elétrica do nervo (TENS) na dor oncológica – uma 
revisão da literatura” nos mostram, além de algumas técnicas de 
aplicação do equipamento e tratamento voltado à oncologia, uma 
interação da disciplina com uma área de atuação da fisioterapia 
discutida no 1° ano da graduação.
Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/revista/index.php/revista/article/
view/1750.
https://rbc.inca.gov.br/revista/index.php/revista/article/view/1750
https://rbc.inca.gov.br/revista/index.php/revista/article/view/1750
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3 CORRENTES INTERFERENCIAIS
Se caracterizam pela aplicação transcutânea de correntes elétricas alternadas de média 
frequência (4.000 Hz), com sua amplitude modulada a baixa frequência ajustável (entre 0 e 200-
250 Hz), para finalidades terapêuticas.
A terapia interferencial é produzida misturando duas correntes de média frequência que 
ficam levemente fora de fase, seja aplicando-as de modo que “interfiram” nos tecidos ou, de modo 
alternativo, mesclando-as dentro do estimulador antes da aplicação (corrente “pré-modulada”). 
Uma corrente é de frequência fixa em 4000 Hz também denominada constante), e a outra 
corrente (a variável) é ajustável, por exemplo, entre 4000 e 4150 Hz, conforme a figura 6 a seguir. 
Teoricamente, as duas correntes se somam ou se cancelam de maneira previsível, produzindo a 
“corrente interferencial” de amplitude modulada resultante. (ARIAS, 2020).
 
Figura 6 – Corrente interferencial resultante de 150 Hz. Fonte: Arias (2020).
Como os demais equipamentos de eletroterapia, as correntes interfereciais podem 
ser aplicadas por eletrodos de borracha siliconada e gel transdutor, ou por meio de eletrodos 
autoaderentes.
3.1 Efeitos Fisiológicos e Terapêuticos 
De modo geral, a estimulação interferencial é empregada para controlar a dor e estimular 
contrações musculares, a fim de aumentar o retorno venoso, porém sua utilização na prática 
clínica tem como objetivo a analgesia, conforme Sá (2003), pelo mesmo princípio da Teoria da 
Comporta da Dor, proposta por Melzack e Wall (1965), descrita na apresentação da TENS, na 
seção anterior desse E-book.
3.2 Parâmetros de Aplicação
Alguns conceitos se tornam necessários para a regulagem do aparelho e, assim, a aplicação 
dessa corrente, apontam Den Adel e Luykx (1990):
• Frequência de Modulação da Amplitude (AMF): é uma variação de frequência de 
uma das correntes em Hz, pois a outra corrente permanecerá com frequência fixa. 
Os estimuladores interferenciais usam duas correntes de média frequência (uma na 
frequência fixa de 4000 Hz; e a outra ajustável, entre 4000 e 4250 Hz). A inclusão da 
frequência ajustável possibilita a seleção de uma faixa de baixas frequências moduladas 
pela amplitude;
• ΔF ou Espectro: o Delta F é o recurso que varia a frequência na terapêutica, a fim de 
evitar a acomodação durante a aplicação. A literatura aponta muitas variáveis, mas o mais 
utilizado é de 50 % da AMF escolhida;
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• Slope: técnica utilizada em que o tempo da oscilação do espectro pode ser ajustado no 
aparelho, cujos valores são:
a) Fase aguda: 6/6 (subida de 6 segundos e descida de 6 segundos, contínua);
b) Fase subaguda: 1/5/1/5 (subida de 1s, sequência de 5s, descida de 1s, sequência de 5s);
c) Fase crônica:1/1;
• Intensidade: esses valores variam de acordo com a área do corpo a ser tratada e com cada 
indivíduo em particular.
3.3 Técnicas de Acoplamento
A colocação dos eletrodos

Outros materiais