Buscar

Eletroterapia Fábio borges

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 84 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 84 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 84 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FI Sp 
 
 
 
 
2
2
ÍNDICE 
Pag. 
- Ultra Som ..................................................................................... 02 
- Ondas Curtas ............................................................................... 21 
- Corrente Russa ............................................................................. 37 
- TENS (Eletroestimulação Transcutânea) .................................... 48 
- Microcorrente .............................................................................. 58 
- Laser ............................................................................................. 68 
- Mapa de pontos motores .............................................................. 81 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FÁBIO DOS SANTOS BORGES 
- Fisioterapeuta do Hospital Central do Exército 
- Cordenador de Pós Graduação da Universidade Gama Filho 
- Professor da Universidade Estácio deSá e Universidade Iguaçu 
- Email: fabioborges2000@gmail.com 
 
 
 
3
3
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO: 
 Som é toda onda mecânica perceptível ao ouvido humano. 
Onda: É toda perturbação que se propaga no espaço, afastando-se do ponto de origem. Propaga energia 
e não matéria. 
Qualquer objeto que vibra é uma fonte de som. As ondas sonoras podem ser geradas mecanicamente, 
como por exemplo com o diapasão. Em fisioterapia / medicina se geram por meio dos chamados 
transdutores eletroacústicos. 
As ondas mecânicas perceptíveis ao ouvido humano estão compreendidas, aproximadamente, entre as 
freqüências de 20 Hz a 20.000 Hz. Quanto maior a freqüência, mais agudo é o som; quanto menor for a 
freqüência mais grave é o som. 
Os sons de freqüências abaixo de 20 Hz e acima de 20.000 Hz são inaudíveis ao ouvido humano, 
sendo denominados, respectivamente, infra-sons e ultra-sons. 
A freqüência médica para diagnóstico de imagem varia de 5 a 10 MHz, e para terapia de 0,7 a 3 
MHz[56]. 
A velocidade de propagação do som depende do meio onde ele se propaga e também da sua 
temperatura. No ar, a 0ºC, a velocidade é de aproximadamente 330 m/s; a 20ºC, de aproximadamente 
340 m/s. 
O som, sendo onda mecânica, não se propaga no vácuo. Nos demais meios onde se propaga pode 
sofrer reflexão, refração, difração e interferência. 
Aproveitando este fenômeno, o homem desenvolveu o sonar dos navios (capaz de mapear o fundo dos 
oceanos e localizar corpos móveis). Substituindo os feixes ultra sonoros por ondas eletromagnéticas, 
aproveitando o mesmo princípio, o homem desenvolveu e aperfeiçoou o Radar. Hoje já se utiliza 
corriqueiramente os ultra-sons para se verificar o desenvolvimento do feto na vida intra-uterina ou o estado 
das vísceras e mal formações. 
 
ULTRA SOM TERAPÊUTICO 
Conceito: São ondas sonoras (vibrações mecânicas) não percebidas pelo ouvido humano, cujas faixas 
terapêuticas encontram-se na faixa entre 1 Mhz e 3 Mhz. Estas ondas são produzidas a partir da 
transformação da corrente comercial em corrente de alta freqüência, mais ou menos 870 Khz, que ao incidir 
sobre um cristal (cerâmico, ou material similar), faz com que o mesmo se comprima e se dilate 
alternadamente, emitindo ondas ultra-sônicas na mesma freqüência da corrente recebida. 
Por terapia ultra sônica entende-se: É o tratamento médico mediante vibrações mecânicas com uma 
frequência superior a 20.000 Hz[56] 
Histórico: 
1917- Descoberto por Langevin 
1939- Pohlmann constrói um aplicador terapêutico, que realizou sua primeira aplicação eficaz e 
moderna no Hospital Martin Luther de Berlim. 
 
 
 
4
4
BIOFÍSICA 
Propagação: 
As ondas sonoras necessitam de um meio para se propagarem (líquidos, gases, e sólidos). Não se 
propagam no vácuo. 
A propagação da energia ultra sônica nos tecidos depende principalmente de dois fatores: 
características de absorção do meio biológico e reflexão da energia ultra sônica nas interfaces ticiduais[3]. 
A velocidade da onda ultra sônica é inversamente proporcional à compressibilidade de seu meio de 
propagação, ou seja, em um meio mais compressível (ar) a transmissão é mais lenta, porque há mais espaço 
entra as moléculas e assim podem ser facilmente comprimidas. Uma molécula percorre uma distância 
relativamente longa antes de afetar a mais próxima. Por outro lado, líquidos e sólidos são menos 
compressíveis porque suas moléculas ficam mais próximas umas das outras. Um pequeno movimento já 
afeta a molécula subsequente, assim líquidos e sólidos têm velocidade de propagação mais rápida[11]. 
 
Ondas de compressão/tração: 
É o modo como se propagam pelo meio, as ondas ultra-sônicas[11, 49]. 
Impedância acústica: 
Resistência oferecida pelos tecidos à passagem das ondas ultra sonoras. Cada tecido tem uma 
impedância acústica diferente. 
 
Reflexão: 
Se dá quando uma onda emitida volta ao meio de origem, conservando sua freqüência e velocidade. A 
reflexão em uma superfície, ocorre quando a impediência acústica dos meios forem diferentes[3,11, 56]. Se os 
dois meios possuírem a mesma impedância acústica isto não ocorrerá. 
 raio incidente raio refletido 
 
 
 superfície 
 
Refração: 
Se dá quando uma onda emitida, passa para outro meio (interfaces diferentes) sofrendo mudança na 
sua velocidade, mas conservando sua freqüência. A onda de som penetra no tecido ou interface à um ângulo 
(chamado de ângulo de incidência) e sai destes tecidos ou interface a um ângulo diferente (ângulo de 
refração). 
O feixe ultra-sônico deverá ser aplicado sempre perpendicularmente à superfície de tratamento 
 
 raio incidente raio refletido 
 ∀ I 
 meio 1 
 meio 2 
 
 ∀ Rf raio refratado * ∀ I = Ângulo incidente 
* ∀ Rf = Ângulo refratado 
 
 
 
 
5
5
Absorção: 
É a capacidade de retenção da energia acústica do meio exposto às ondas ultra-sônicas, onde são 
absorvidas pelo tecido e transformadas em calor. As proteínas são as que mais absorvem a energia ultra 
sônica [3, 11, 12, 47]. Garcia (1998) menciona que pesquisas realizadas mostraram que o coeficiente de absorção 
aumenta quando se eleva a quantidade de proteína presente no meio condutor. Por isso tecidos ricos em 
colágeno absorvem grande parte da energia do feixe ultra sônico que os atravessa. 
Quanto maior a freqüência do ultra som, menor o comprimento de onda, maior será a absorção. 
Consequentemente no ultra som de maior frequencia haverá maior interação das ondas sonoras com os 
tecidos superficiais, fazendo com que haja uma menor penetração[11, 56]. 
Furini e Longo (1996) mencionam como princípios de absorção: 
- Aumento da freqüência = Aumenta a absorção (quanto maior a freqüência, menor o comprimento de onda, 
maior será a absorção superficial (grande redução do D/2) 
- Aumento da temperatura = Aumenta a absorção 
Obs.: Fuirini e Longo (1996) aconselham o não aquecimento superficial da região antes da aplicação do 
ultrasom caso a intenção seja atingir níveis mais profundos, pois o aumento da temperatura tecidual 
superficial aumentariaa absorção, e quando se resfria (gelo) a área diminui-se a absorção (em 20%) e 
aumenta-se a penetração das ondas sonoras. Entretanto, alguns profissionais, baseados na física básica, 
afirmam que o efeito seria o oposto, pois ao resfriar o tecido haveria uma maior agregação molecular 
facilitando a propagação das ondas sonoras aumentando a absorção e diminuindo sua penetração. 
 Andrews e col. (2000) discordam de Furini e Longo, pois menciona que a justificativa de se esfriar o 
tecido antes da aplicação do US baseia-se na premissa de que o ultra som é transmitido mais efetivamente 
através dos materias mais densos (densidade esta, que acontece por uma maior agregação molecular tecidual 
a baixas temperaturas). Eles afirmam que quanto mais denso o tecido, maior a propagação, ou seja, há maior 
interação das ondas sonoras com o meio e consequentemente maior absorção, e portanto menor penetração. 
 Já Rodrigues (1995) afirma, com relação ao uso do gelo, que a crioterapia precedendo ao ultrasom não 
permite aumento da temperatura tecidual local ou limita sua elevação. Portanto entende-se que se quizermos 
impedir que haja aumento da temperatura tecidual durante a aplicação do ultrasom tipo contínuo (térmico), 
como por exemplo em patologias agudas, devemos realizar procedimentos crioterápicos antes da aplicação 
do ultrasom.[52] 
Ar é o meio de menor propagação da onda ultra sônica. Outro meio que merece destaque é a gordura 
onde o coeficiente de absorção é baixo, decorrente da homogeneidade do tecido. Em todos os meios 
podemos observar que a absorção é maior para frequências de 3 MHz, e isto decorre do fato de que quanto 
maior a frequência menor o comprimento de onda, portanto o tempo de relaxamento das estruturas sonadas 
(moléculas, fibras, células, etc) é menor, consequentemente absorvem maior quantidade de energia[11]. 
 
 Interfaces: 
São as diferentes estruturas por onde trafegam as ondas ultra-sônicas durante a terapia; possuem 
impedância acústica diferentes. 
Efeito tixotropo: 
Consiste na propriedade que apresentam os ultra-sons de “amolecerem” (transformar em estado 
gelatinoso) substâncias em estado mais sólido[11] 
Atenuação: 
Quando se tem a penetração da onda ultra sônica no tecido orgânico, teremos perdas na capacidade 
terapêutica do ultra som que irão acontecer, até chegar a um ponto chamado de atenuação, ou seja a 
amplitude e intensidade diminuem a medida que as ondas de ultra-som sob sua forma de feixe passam 
através de qualquer meio. Esta diminuição de intensidade é causada pela difusão de som em uma meio 
 
 
6
6
heterogêneo, pela reflexão e refração nas interfaces e pela absorção do meio. O feixe tem sua intensidade 
original reduzida pela metade a determinada distância, em determinados tecidos com espessuras 
específicas.[11, 56]. 
Cada tecido possui valores diferentes de atenuação, conforme tabela abaixo: 
 TABELA DE REDUÇÃO DE 50% DA POTÊNCIA (D/2) 
 1 Mhz 3 Mhz 
- Osso 2,1 mm ------ 
- Pele 11,1 mm 4,0 mm 
- Cartilagem 6,0 mm 2,0 mm 
- Ar 2,5 mm 0,8 mm 
- Tendão 6,2 mm 2,0 mm 
- Músculo 9,0 mm 3,0 mm (Tec. Perpendiular.) 
 24,6 mm 8,0 mm (Tec. Paralelo) 
- Gordura 50,0 mm 16,5 mm 
- Água 11.500,0 mm 3.833,3 mm 
Fonte: Hoogland (1986) 
Efeito Piezoeléctrico: 
O ultra som é gerado por um transdutor. O transdutor é um dispositivo que transforma uma forma de 
energia em outra.7 O transdutor mais comumente utilizado no ultra som transforma energia elétrica em 
energia mecânica. Se uma pressão for aplicada em cristais de quartzo ou em outros materiais policristalinos 
como o titanato zirconato de chumbo ou no titanato de bário se produzem mudanças elétricas na superfície 
externa desse material piezoelétrico. Isto é conhecido como efeito piezoelétrico[56]. Um cristal piezoelétrico 
tem a propriedade de mudar de espessura se uma voltagem for aplicada através de sua substância, ou seja, 
ele irá alternadamente ficar mais espesso e mais delgado, em comparação com sua espessura em repouso, 
emitindo com isso ondas sonoras. Guirro & Guirro (1996) afirmam que o PZT varia sua forma na 
dependência do pulso elétrico ser positivo (altera sua espessura) ou negativo (altera seu diâmetro). 
Foi descoberto por Pierri e Jacques Curie, em 1880[11]. 
À medida que a face frontal do transdutor se desloca para trás e para a frente, regiões de compressão e 
rarefação se afastam desta parte, formando uma onda ultra sônica. [12] 
OBS.1: Atualmente os cristais utilizados nos aparelhos de ultra-som são os cristais cerâmicos, e os mais 
empregados no mundo inteiro são os de PZT (Titanato Zirconato de Chumbo). A liga entre chumbo, zircônio 
e titânio é um excelente sintético pela sua durabilidade e eficiência em converter corrente elétrica em 
vibrações mecânicas, ou seja, os cristais cerâmicos possuem maior estabilidade estrutural, maior rendimento 
acústico, maior resistência à queda (menos sensíveis a choques mecânicos), e menor preço. Possuem ainda a 
capacidade de manter suas propriedades piezoelectricas quando, em uso, atingir temperaturas mais altas [47, 
56]
.
 
 Os cristais de quartzo não são mais utilizados no Brasil. Eles necessitam de uma voltagem alta para 
emitiram ondas sonoras[56] 
 
OBS.2: Os efeitos piezoelétricos no corpo humano são observados especialmente no tecido ósseo, nas 
fibras de colágeno e proteínas corporais. É possível que esses efeitos influenciem nos efeitos biológicos do 
ultra som.[56] 
Cavitação:[3, 11, 12, 71] 
Estável: As bolhas de gás que são formadas nos líquidos orgânicos sofrem ação das ondas sonoras, na 
fase de compressão (são comprimidas e o gás se move de dentro da bolha para o fluido circundante) e de 
tração (aumentam sua área e o gás se move do fluido para dentro da cavidade). 
Fisioterapia Geral Ultra som 
 
 
7
7
Instável: Se a intensidade for muito elevada ou o feixe ultra-sônico ficar estacionário vai acontecer 
um um colabamento dessas bolhas e elas vão ganhando energia, e entram em ressonância, até que 
“explodem” (devido ao ganho muito grande de energia) e isso provoca um aquecimento muito grande a esse 
nível. 
Somente a cavitação estável pode ser considerada terapêutica visto que seus efeitos são basicamente 
não térmicos. Ao contrário, a cavitação instável pode promover danos tedciduais decorrentes das altas 
temperaturas e pressões geradas em razão da liberação de energia no instante da ruptura da bolha de gás. 
OBS.: A cavitação pode ser visualizada ao colocarmos um pouco de água sobre o cabeçote e ligarmos 
o aparelho. 
A ocorrência de cavitação instável pode ser minimizada pela movimentação constante do transdutor e 
a administração de baixas doses. 
 
Ondas estacionárias 
Ondas estacionárias poderão ocorrer se parte das ondas de ultra-som viajando através do tecido, forem 
refletidas por uma interface entre meios com impedância acústica diferentes. E se as ondas que incidem na 
interface são refletidas se tornam superpostas a tal ponto que seus picos de intensidade se somam. [3,12, 47] 
Campo próximo / distante[3, 12, 47, 49, 56] 
Pode-se distinguir duas áreas de um feixe ultra sônico: campo próximo (zona de Fresnel) e campo distante (zona 
de Fraunhofer). 
O campo próximo possui uma pequena covergência e caracteriza-se por fenômenos de interferência no feixe 
ultra sônico que podem conduzir a picos de intensidade que podem causar lesões tissulares, ou seja, o feixe ultra 
sônico neste campo possui alta taxa de não uniformidade (alta BNR), pois existempontos onde ocorrem alta 
intensidade e pontos onde ocorrem baixa intensidade, podendo prover picos de até 5 a 10 vezes maiores que o valor 
ajustado no aparelho (às vezes picos 30 vezes mais altos). 
O campo distante caracteriza-se por uma baixa taxa de não uniformidade do feixe (baixa BNR), ou seja, 
ocorrem ausência quase total de fenômenos de interferência e o feixe é mais uniforme (possui grande divergência). E a 
intensidade diminui gradualmente ao aumentar a distância do transdutor. 
Para que se possa minimizar o efeitos de picos de intensidade no campo próximo e prover segurança no 
tratamento deve-se movimentar o cabeçote durante a aplicação do ultra som, pois isso torna o campo mais homogêneo 
(mais uniforme). 
Nas aplicações de ultra-som subaquático deve-se evitar o campo distante aproximando o cabeçote da superfície 
a ser tratada, pois como no campo próximo há pontos de alta e baixa intensidade, há a facilitação da complacência dos 
tecidos (células, moléculas, etc), ou seja, os picos de intensidade que ocorrem em algumas estruturas orgânicas são 
repassados para as estruturas vizinhas onde a intensidade está menor, com isso haverá um equilíbrio entre as doses de 
ultra som na região sonada. Isto não ocorre no campo distante, pois como não há áreas com pontos de alta e baixa 
intensidade não ocorrerá a distribuição das doses recebidas entre os tecidos (complacência tecidual) para que haja um 
equilíbrio da energia sônica recebida, e com isto poderá haver risco de lesão. 
Quando se usa o ultra som no método direto sobre a pele o efeito de "alta intensidade" do campo distante não 
traz risco de lesão, pois este efeito é minimizado pela atenuação do feixe nas estruturas orgânicas à medida que penetra 
(absorção), Em virtude disto, as ações terapêuticas serão produzidas principalmente no campo próximo. 
O comprimento do campo próximo depende do diâmetro do “cabeçote” e do comprimento de onda. No ultra 
som de 1 MHz com um cabeçote usual de 5 cm2, o campo próximo tem uns 10 cm de comprimento, e para um 
cabeçote de 1 cm2 o campo próximo mede uns 2 cm de comprimento. No ultra som de 3 Mhz o campo próximo é três 
vezes maior, já que o comprimento de onda é proporcionalmente menor. 
Na teoria, o valor do BNR (coeficiente de não uniformidade do feixe) não pode ser menor que 4, isto quer dizer 
que sempre deve levar-se em conta a possibilidade de picos de intensidade pelo menos 4 vezes superiores aos valores 
ajustados. O valor do BNR em cabeçotes bem fabricados situa-se entre 5 e 6. Este valor deve estar expresso no 
cabeçote. 
 
 
8
8
PROPRIEDADES DO ULTRA-SOM TERAPÊUTICO 
- Os ultra-sons têm a propriedade de prevenir contra toda e possível lesão, em algumas regiões do 
corpo, por meio da dor perióstica (quando há uma cavitação instável na superfície óssea), que se manifesta 
sempre antes de ocorrerem lesões irreversíveis. 
- O som na faixa dos megahertz (MHz) não se desloca através do ar[12]. Portanto, quando um indivíduo 
está sob tratamento, torna-se essencial (para que o procedimento seja eficaz) a inexistência de ar entre o 
transdutor e a pele dele. O método mais comum para evitar este “ar” consiste no uso de um meio de 
“contato”, que é uma fina camada de gel ou óleo aplicada à pele antes do tratamento. O requisito principal 
para que o agente sirva como meio de acoplamento é que ele tenha uma impedância acústica similar à da 
pele (minimiza a reflexão). Para a superfícies do corpo muito irregulares pode-se usar água num 
reservatório, e tanto o membro a ser tratado como o transdutor ficam em baixo d’água. 
 - A área de radiação ultra sônica do cabeçote corresponde a área do cristal onde há emissão de ondas 
sonoras, e chama-se ERA (Área Efetiva de Radiação). A ERA é sempre menor que a área geométrica do 
cabeçote. E além disso devemos saber que se houver defeito na colagem do cristal ao cabeçote (diafragma) e 
ocorrerem espaços vazios a radiação emitida será ainda menor. 
- Em virtude do ultra som (com frequência na faixa dos megahertz) não se propagar através do ar, 
ocorre intensa reflexão do som caso não haja nenhuma substância à frente do cabeçote quando o aparelho for 
ligado. E esta reflexão faz com que o som volte para a região do cristal, podendo trazer alterações estruturais 
no equipamento.[12] 
- No implante metálico 90 % de radiação ultra-sônica que chega é refletida e concentra-se nos tecidos 
vizinhos (ondas estacionárias). Pôr não se saber qual a quantidade de energia ultra-sônica que é absorvida 
por estes tecidos, alguns profissionais contra-indicam este procedimento para se resguardarem de possíveis 
acidentes que poderiam causar lesões, mesmo utilizando intensidade dentro da faixa terapêutica. O ultra-
som não aquece o implante metálico. Situação semelhante à descrita acima ocorre na superfície óssea, com 
30% de reflexão das ondas ultra-sônicas[89]. Entretanto, Garavello et al (1997) ao pesquisarem, concluíram 
que implante metálico não induz temperaturas excessivamente altas, nem qualquer outro efeito deletério nos 
tecidos 
- O ultra-som terapêutico normalmente é construído com freqüência de 1 e/ou 3 MHz. Atualmente a 
indústria de aparelhos de ultra som voltados para tratamentos estéticos fabricam também com frequência de 
5 MHz. 
 * 1 MHz - Lesões profundas 
 * 3 MHz - Lesões superficiais 
Obs1.: No tocante à Profundidade de Penetração, há os seguintes relatos de autores: 
1) 1 MHz: 
- Segundo Hoogland (1986) penetra cerca de 3 a 4 cm 
- Gann (1991) e Draper (1996) mencionam uma profundidade de 2,5 cm a 5 cm 
2) 3 MHz: 
- Segundo Hoogland (1986) e Draper (1996) penetra cerca de 1 a 2 cm. 
- Segundo Gann (1991) penetra menos de 2,5 cm 
 
- Segundo o regime de emissão de ondas sonoras, o ultra-som pode ser utilizado no modo Contínuo ou 
Pulsado. 
- No regime pulsado há um intermitência na saída das ondas sonoras no cabeçote transdutor. 
- Período de Repetição dos Pulsos: 
 
 
9
9
Quase todos os aparelhos de ultra som tem uma frequência de repetição dos pulsos (no modo pulsado) 
fixa de 100 Hz. O modo pulsado pode ajustar-se segundo a relação entre a duração do pulso e o período de 
repetição dos pulsos de 1:5, 1:10 e 1:20 [56] 
Quanto menor o tempo de pulso, menor o calor produzido. 
Relação Duração dos pulsos Pausa entre os pulsos 
1:5 (Sub agudo) 2 ms 8 ms* 
1:10 (agudo) 1 ms 9 ms 
1:20 (muito agudo) 0,5 ms 9,5 ms 
Fonte: Hoogland, 1986 
* 20% de US / 80% de pausa (sem US) 
OBS.: 
a) Entre outras coisas, se o calor produzir dor ou a condição for aguda, um ciclo de trabalho pulsado 
deverá ser usado (10% ou 5%), dependendo da agudez. Se for necessário um pequeno efeito térmico, utilizar 
um ciclo de trabalho de 20% ao invés de ultra som em modo contínuo. Um ciclo de trabalho de 20% é muito 
útil quando houver uma grande quantidade de reflexão do osso subcutâneo, como em epicondilites. 
b) O ultra som contínuo pode ser necessário quando ambos efeitos térmicos e não térmicos forem 
necessários. O grau dos efeitos térmicos no modo contínuo pode ser determinado pelos controles de 
intensidade do aparelho. 
c) Com uma intensidade de 1,5 W/cm2, são necessários 3 a 4 min. para alcançar um nível terapêutico 
de aquecimento com o ultra som de 3 MHz, e 10 min. para aquecer o tecido, quando for ultilizado o ultra 
som de 1 MHz. (Draper e col., 1993) 
- Um equipamento útil para o controle de qualidade dos ultra-sons é a BALANÇA SEMI-
ANALÍTICA (Balança Acústica)[11, 70], onde o transdutor (cabeçote) é seguro acima de um alvo de absorção 
de ultra-som ligado à extremidade de um “braço” de balança imersa em água. A deflexão da balança, devido 
à pressão acústica, dá uma indicação da produção de força acústica pelo transdutor, e serve para manutenção 
da energia ultra-sônica irradiada.- A redução das doses na utilização do ultra som pulsado, e consequentemente o pouco calor gerado, 
permite aumentar a intensidade na superfície corporal e portanto o efeito do tratamento de estruturas 
tissulares mais profundas[56]. 
 
Cone metálico 
Suporte 
Cabeçote 
0.000 
H2O 
 
 
10
10
EFEITOS FISIOLÓGICOS 
1) Efeito mecânico [3, 56, 71] 
Chamado de micromassagem celular, e é responsável por todos os efeitos da terapia ultra sônica. Esses 
efeitos são obtidos tanto no modo contínuo quanto pulsado, e dependendo da intensidade usada para 
tratamento, esses efeitos podem ter um influência favorável ou não sobre os tecidos. 
A micromassagem dos tecidos se deve às oscilações provocadas pelo feixe ultra-sônico que os 
atravessa. A movimentação dos tecidos aumenta a circulação de fluidos intra e extracelulares, facilitando a 
retirada de catabólitos e a oferta de nutrientes. 
2) Aumento da permeabilidade da membrana[3, 4, 11, 12, 16] 
Alteração no potencial de membrana e aceleração dos processos osmóticos (difusão), e conseqüente 
aumento do metabolismo. Ocorre não só pelo efeito de aquecimento como também pelo efeito não térmico 
do US. Este efeito é a base para fonoforese. 
3) Efeito térmicos[1, 3, 11, 12, 16] 
Tem por base o efeito Joule. É causado pela absorção das ondas ultra-sônicas à medida que penetram 
nas estruturas tratadas. A quantidade de calor gerado depende de alguns fatores como por exemplo, o 
regime de emissão (modo contínuo produz maior calor que o pulsado), a intensidade, a frequência e a 
duração do tratamento. 
4) Vasodilatação[1, 2, 4, 11, 16] 
É considerado como como um fenômeno protetor destinado a manter a temperatura corporal dentro de 
limites fisiológicos. Justifica-se, entre outras, por algumas teorias: Há a liberação de substâncias vasoativas 
como a Histamina; há inibição do simpático dos vasos, diminuindo sua resistência tênsil; há aumento do 
metabolismo e consequentemente aumento do consumo de O2, aumentando com isso a presença de CO2, 
provocando a vasodilatação. 
5) Aumento do fluxo sangüíneo[3, 56, 89] 
Em virtude da vasodilatação; e podendo ocorrer através da estimulação reflexa segmentar com ação na 
região paravertebral. Andrews e col. (2000) afirmam que o fluxo sanguíneo continua elevado por 45 a 60 
minutos após a aplicação do US. 
6) Aumento do metabolismo[1, 2, 3, 12] 
Se dá pela Lei de Van’t Hoff, que relaciona o aumento de temperatura com a taxa metabólica, 
mencionando que para cada aumento de 1° C na temperatura corpórea deve ocorrer um aumento de 10 % na 
taxa metabólica. Young (1998) cita que este aumento seria de 13% da taxa metabólica. 
7) Ação tixotrópica[3, 5, 11] 
Propriedade que o ultra som tem de "amolecer" ou "liquefazer" estruturas com maior consistência 
física (transforma colóides em estado sólido em estado gel). 
8) Ação reflexa[4, 11] 
Ação à distância do ultra som. 
9) Liberação de substâncias ativas farmacológicas[1, 11, 12] 
Principalmente a histamina (através da desgranulação dos mastócitos, por exemplo) 
10) Efeito sobre nervos periféricos[3, 11] 
O ultra som contínuo afeta a velocidade de condução nervosa (tanto aumentando como diminuindo). 
 
 
11
11
Provoca despolarização das fibras nervosas aferentes, com baixa intensidade; com alta intensidade 
pode-se obter um bloqueio da condução. 
Kramer (1985) afirma que o aquecimento dos tecidos é responsável pelo aumento temporário na 
velocidade de condução nervosa observado nos nervos periféricos sonados. 
11) Elevação dos níveis intracelulares de cálcio[11, 12] 
12) Aumento das atividades dos fibroblastos[12] 
13) Aumento da síntese de colágeno[11, 12] 
14) Aumento da síntese de proteína [11, 12] 
15) Estimulação da angiogênese[12] 
16) Aumenta as propriedades viscoelásticas dos tecidos conjuntivos e ricos em colágeno[3, 11, 89] 
17) Aumenta a atividade enzimática das células[12] 
 
EFEITOS TERAPÊUTICOS 
1) Anti-inflamatório[3, 11, 12, 81, 104] 
Segundo Gonçalves & Parizotto (1998) a utilização do ultra som na terapia de reparação cutânea tem 
ação importante sobre as diversas fases do processo inflamatório. Sua ação na fase inflamatória inicial da 
reparação é uma aceleração do processo, aumentando a liberação de fatores de crescimento pela 
desgranulação dos mastócitos, plaquetas e macrófagos. O ultra som atuaria como um acelerador do processo 
inflamatório, portanto não como anti-inflamatório. Afirmam ainda que o que se pode definir como efeitos já 
confirmados do ultra-som sobre o processo inflamatório e a reparação tecidual é a possibilidade de 
potencializar ou inibir a atividade inflamatória dependendo da geração de radicais livres nos tecidos. Ou por 
ação direta ou por meio da circulação sanguínea, existe mediação do ultra som sobre a inflamação, alterações 
na migração e função leucocitárias, aumento na angiogênese, na síntese e maturação de colágeno e também 
na formação do tecido cicatricial. 
 O ultra som estimula a liberação de grânulos pelos mastócitos, e são estes grânulos que contêm os 
agentes quimiotáxicos. A desgranulação dos mastócitos pode ser iniciada pelo aumento intracelular de íons 
cálcio. Perturbações da membrana celular, induzidas pelo ultra som, podem aumentar o influxo de cálcio nos 
mastócitos. Os monócitos apresentam uma atividade fagocitária, mas a sua principal função parece ser a 
liberação de substâncias quimiotáxicas e de fatores de crescimento, que são essenciais para a formação do 
tecido de reparação. 
Há um consenso no sentido de que o ultra som pode acelerar a resposta inflamatória, promovendo a 
liberação de histamina, macrófagos, monócitos, além de incrementar a síntese de fibroblastos e colágeno. 
Na fase inflamatória do reparo tecidual há interação com vários tipos de células (plaquetas, mastócitos, 
macrófagos, neutrófilos) que entram e saem do local lesionado, levando à aceleração do reparo. 
Como consequência do aumento da circulação sanguínea há um fator de aumento da ação de defesa 
(elementos fagocitários do sangue) 
 
2) Analgésico[3, 56] 
Justifica-se por alguns fatores: aumento do limiar de dor com ação nos nervos periféricos; eliminação 
de substâncias mediadoras da dor como consequência do aumento da circulação tissular; normalização do 
tônus muscular; bloqueio da condução nervosa, etc 
3) Fibrinolítico / Destrutivo[56] 
4) Regeneração tissular e reparação dos tecidos moles[1, 11, 12, 56, 81, 104] 
Fase inflamatória: O ultra som pode acelerar a resposta inflamatória, promovendo a liberação de 
histamina, macrófagos, monócitos, além de incrementar a síntese de fibroblastos e colágeno. 
 
 
12
12
Fase proliferativa do reparo: Potencialização da motilidade e proliferação dos fibroblastos, 
indiretamente através da estimulação ultra sônica dos macrófagos; incremento da velocidade angiogênica; 
aumento da secreção de proteína e colágeno (US pulsátil); estimulação da "contração" da ferida, diminuindo 
significativamente com isso a o tamanho da cicatriz (US pulsátil) 
Fase de remodelagem do reparo: O US aumenta a resistência tênsil e a quantidade de colágeno (o 
colágeno tipo III é substituído por colágeno tipo I, em resposta ao estresse mecânico promovido pelo US). 
Este aumento pode ser maior se o ultra som for usado anteriormente na fase inflamatória e na fase 
proliferativa da lesão. O US pulsátil deve ser o utilizado. 
 Hoogland (1986) indica ultra som no modo pulsado (1:5) com freqüência 3 MHz, com intensidade 
abaixo de 0,5 W/cm2. Estimula a produção de fibroblastos, produção de colágeno para o meio extracelular e 
organização da matriz de tecido conjuntivo, e as células endoteliais estimulam a angiogênese. 
5) Reflexo[11, 56] 
6) Relaxamento muscular[3, 56] 
7) Regeneração óssea[3, 12, 53, 56] 
 Algumas pesquisas mostraram que o ultra-som pode produzir um efeito piezoeléctricono osso (na 
molécula de colágeno) que, por sua vez, pode produzir osteogênese; outras mostraram melhora significativa 
no retardo de consolidação de fratura. 
A fase proliferativa do reparo é subdividida na formação do calo mole e do calo duro. 
 
DOSIMETRIA 
A dosimetria é o produto da intensidade do estímulo pela duração do tratamento[47]. 
Devemos tomar por base a tabela de redução de 50% da potência para que possamos calcular a dose eficaz de ultra som que 
atingirá a estrutura a ser tratada. 
Intensidade[56]: 
Para a determinação da intensidade correta, em cada caso, devemos tem em mente a dose ideal que 
deverá chegar no lugar dos tecidos afetados, levando-se em consideração a atenuação das ondas sonoras nos 
tecidos superficiais à área da lesão. 
Em qualquer caso, o paciente não pode sentir sensações desagradáveis ou dolorosas. È permitida uma 
leve excitação. Se por consequência do tratamento aparecer dor de cabeça, desmaios, fadiga e/ou outras 
reações do Sistema Nervoso Autônomo a terapia posterior deve ser administrada numa intensidade mais 
baixa. 
Quando se usam ultra som pulsado ou contínuo com alta intensidade pode sentir-se uma reação de 
calor. Só é permitida uma leve sensação de calor. 
- TABELA DE REDUÇÃO DE 50% DA POTÊNCIA (D/2) (Hoogland, 1986) 
 1 MHz 3 MHz 
- Osso 2,1 mm ........ 
- Pele (1 mm = 4%) 11,1 mm 4,0 mm 
- Cartilagem 6,0 mm 2,0 mm 
- Ar 2,5 mm 0,8 mm 
- Tendão 6,2 mm 2,0 mm 
- Músculo 9,0 mm 3,0 mm (Tec. Perpendic.) 
 24,6 mm 8,0 mm (Tec. Paralelo)(labor.) 
- Gordura 50,0 mm 16,5 mm 
- Água 11500,0 mm 3833,3 mm 
____________________________________________________________ 
 
 
 
13
13
- EXEMPLOS DE TRATAMENTO: 
- Exemplo 1: Se um feixe ultra-sônico de 1 w/cm2 passar por 50 mm (5 cm) de gordura sua intensidade 
cai na metade, ou seja, cai para 0,5 w/cm2 (de acordo com a tabela acima). 
- Exemplo 2: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs.: Ao passar por 20 mm de gordura a intensidade cairá de 2 w/cm2 para 1,6 w/cm2 (atenuação de 
20% = 0,4 w/cm2); ao passar por 9 mm de músculo sua intensidade cairá de 1,6 w/cm2 para 0,8 w/cm2 
(atenuação de 50% = 0,8 w/cm2); ao passar por 3 mm de tendão sua intensidade cairá de 0,8 w/cm2 para 0,6 
w/cm2 (atenuação de 25% = 0,2 w/cm2). Neste exemplo estaria chegando na bursa, 0,6 w/cm2 de dose de US, 
após acontecerem as atenuações nos tecidos localizados a cima da área lesionada. 
-Exemplo 3: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs.: Ao passar por 5,5 mm de pele a intensidade cairá de 3 W/cm2 para 2,25 W/cm2 (atenuação de 
25%); ao passar por 20 mm de gordura a intensidade cairá de 2,25 w/cm2 para 1,8 w/cm2 (atenuação de 
20%); ao passar por 9 mm de músculo sua intensidade cairá de 1,8 w/cm2 para 0,9 w/cm2 (atenuação de 
50%); ao passar por 6 mm de tendão sua intensidade cairá de 0,9 w/cm2 para aproximadamente 0,45 w/cm2 
(atenuação de 50%) 
-Exemplo 4: 
Qual seria a freqüência ideal do ultra som para realizarmos tratamento de tecido cicatricial, em região 
lateral de quadril, após cirurgia de artroplastia total de quadril? 
Obs.: A freqüência ideal é de 3 MHz, se levarmos em consideração que há intensa absorção na pele e 
nas camadas superficiais até uma profundidade mínima de 1 cm de tecido muscular. E a vantagem está em 
não se atingir nem a prótese e nem o cimento, considerando-se que a intensidade nestes locais será 
desprezível, utilizando-se 3 MHz. 
 
TEMPO DE APLICAÇÃO TERAPÊUTICA 
- A duração do tratamento depende do tamanho da área corporal. O tempo máximo de aplicação que 
deve ser realizado com o ultra som, deve ser de 15 minutos por área de tratamento, e este tempo se refere a 
Ultra som - 2 Wcm2 
Gordura (20 mm) 
Músculo (9 mm) 
Tendão (3 mm) 
 Bursa 
Ultra som - 3 W/cm2 
Gordura (20 mm) 
Músculo (9 mm) 
Tendão (6 mm) 
 Cartilagem 
Pele (5,5 mm) 
 
 
14
14
uma área tratada de 75 – 100 cm2, que é considerda uma superfície máxima que se pode tratar 
razoavelmente, e deve estar relacionada (para efeito de estipulação do tempo de tratamento) com o tamanho 
da ERA[56]. Caso uma determinada área tenha seu tempo de aplicação calculado para mais de 15 minutos 
deve-se dividir esta área em quadrantes e realizar mais de uma aplicação. 
- Hoogland (1986) orienta que na prática clínica o tempo de aplicação do ultra-som pode ser calculado 
da seguinte maneira: pega-se a área a ser tratada e divide-se pela ERA do ultra-som. Ex: Numa região que 
tenha as medidas de 10 cm de comprimento por 4 cm de largura, e realiza-se uma aplicação com um 
cabeçote de 5 cm2 de ERA, o tempo de aplicação deverá ser calculado da seguinte forma: Área ÷ Era = 40/5 
= 8 min. de aplicação 
- As áreas menores que o cabeçote se tratam, em geral, por poucos minutos (3 a 5 min) usando o 
método semiestático. 
Obs.1: No tocante à utilização prática do tempo de aplicação calculado, deve-se levar em conta 
também algumas peculiaridades relacionadas à patologia como a fase da doença (aguda/crônica), 
profundidade da lesão, características físicas (mais ou menos efeito tixotropo), etc. Por isso, em alguns 
casos, podemos adotar um tempo máximo terapêutico em 40% a 60% do tempo calculado inicialmente, ou 
quem sabe até adotarmos em tempo maior que este. 
Hecox et al. (1994), orientam multiplicar o valor da ERA por valores relacionados á fase da doença: 
- Fase subaguda: Tempo = Área 
 1,5 x ERA 
- Fase crônica: Tempo = Área 
 1 x ERA 
- Máximo efeito térmico: Tempo = Área 
 0,8 x ERA 
 
UTILIZAÇÃO PRÁTICA 
- É imprescindível que promovamos um perfeito acoplamento entre o cabeçote e a pele do paciente, 
utilizando uma substância que apresente uma impedância acústica próxima à do tecido humano, do contrário irá 
persistir uma delgada lâmina de ar, imperceptível ao olho desarmado, entre o cabeçote e a pele, formando uma 
interface que irá refletir, quase que totalmente, o feixe ultra-sônico, ou seja, o objetivo do acoplamento é 
substituir alguma quantidade de ar existente entre o transdutor e a parte que está sendo tratada, com um material 
cuja impedância acústica está entre a do metal do transdutor e a da superfície da pele.[5, 11, 56]. 
- Segundo Guirro & Guirro (1996), as formulações em gel apresentam uma porcentagem de 
transmissão maior do que na forma de creme ou unguento. Andrews e col. (2000) relatam que os agentes 
acopladores utilizados comumente são os geis preparados comercialmente, a água e o óleo mineral, mas que 
os géis são mais eficientes na transmissão das ondas sonoras e na elevação da temperatura tecidual até níveis 
terapêuticos. 
- Segundo Casarotto (2000), a água e o gel apresentam os menores coeficientes de reflexão e 
atenuação, os maiores coeficientes de transmissão e uma impedância acústica mais próxima da pele, gerando 
uma reflexão menor nesta interface. 
- Segundo Hoogland (1986), a intensidade máxima que pode ajustar-se para o ultra som contínuo é de 3 
W/cm2. Para o ultra som pulsátil, a intensidade (máxima) pode elevar-se a 5 W/cm2 em alguns equipamentos[56]. 
Entretanto, na prática clínica recomenda-se que o ultra-som contínuo deva ser usado até 2 w/cm2 pois senão 
ocorrerá lesão de estruturas superficiais. E o ultra som pulsado recomenda-se usar até 3 W/cm2 . Entretanto 
atualmente os fabricantes têm construídos seus aparelhos com intensidades que vão somente até 2 W/cm2[11].- O ultra-som pulsado consegue atingir estruturas mais profundas porque a potência máxima utilizada é 
maior que no ultra-som contínuo; e pode ser usado na inflamação aguda pois é considerado “atérmico”[11]. 
 
 
15
15
- Antes de ser utilizado o ultra-som, torna-se necessário submeter o aparelho a um teste para verificar se 
ele realmente está gerando a energia necessária para a terapêutica. É clássico, neste caso, a Prova da Névoa, que 
consiste na colocação de algumas gotas de algum líquido (água, álcool, soro fisiológico, etc.) sobre a superfície 
do cabeçote e, após ajustarmos o controle de potência (1 watt/cm2 em equipamentos novos, ou mais, em 
equipamentos mais antigos), deve haver a formação de uma “névoa” fina sobre a superfície do cabeçote (a água 
não ferve, há uma super agitação das moléculas) (pode não haver formação de névoa em aparelhos velhos ou que 
tenham fraca saída de ondas ultra-sônicas no cabeçote). 
- O uso do redutor “facilitaria” o tratamento em áreas de difícil acesso ou irregulares (extremidades). Mas 
está totalmente desacreditado pela maioria dos profissionais, e caiu em desuso, pelo fato de existir a 
possibilidade de ficar uma bolha de ar entre o cabeçote e o redutor, que reduziria muito a eficácia da terapêutica, 
além de não retransmitir toda a energia ultra sônica que sai do cabeçote. Atualmente tem-se utilizado cabeçotes 
construídos com a “forma reduzida”, do tipo convergente, que possuem também a redução do tamanho da ERA. 
- Nas aplicações que utilizam água (subaquática, bolsa d’água), deve-se ter a preocupação de utilizar 
água fervida para que ela perca os gases que nela estão dissolvidos (desgaseificada), pois a formação de 
bolhas na superfície do cabeçote constituir-se-á em uma interface que refletirá, quase que totalmente o feixe 
ultra-sônico. E uma vez fervida, deve-se evitar agitar a água para que ela não absorva novamente os gases[56]. 
- Na técnica subaquática o cabeçote do ultra-som pode ser submergido na água sem problemas, pois os 
aparelhos nacionais que se conhecem são blindados e indicados para utilização subaquática (entretanto deve-
se verificar as especificações técnicas do aparelho através do manual). 
- Hoogland (1986) menciona uma guia de intensidade para o ultra som contínuo: 
 * 0,3 w/cm2 - intensidade baixa 
 * 0,3 - 1,2 w/cm2 - intensidade média 
 * 1,2 - 3 w/cm2 - intensidade alta 
- No caso do ultra som pulsado deve considerar-se um valor médio. Por exemplo, o ultra som pulsátil 
de 1 w/cm2 na relação 1:5 equivale ao ultra som contínuo de 0,2 w/cm2[56] . 
- Hoogland (1986) orienta que para se eleger a dose e o tempo de aplicação do ultra-som deve-se antes 
de mais nada: 
* Determinar a natureza do tecido e a fase da lesão 
* Se o processo for crônico: terapêutica com efeito térmico dominante 
* Se o processo for agudo: terapêutica com efeito mecânico dominante 
* Determinar a profundidade da lesão 
* Determinar a natureza e a espessura dos tecidos adjacentes 
* E determinar a absorção dos tecidos adjacentes e em seguida pré-seleção da intensidade desejada 
 
 AS TÉCNICAS DE APLICAÇÃO MAIS UTILIZADAS SÃO: 
a) CONTATO DIRETO[3, 7, 11, 12, 49, 54, 56, 87, 94] 
- É realizada quando a superfície a ser tratada é razoavelmente plana, sem muitas irregularidades, permitindo 
um perfeito contato de toda a área do transdutor com a pele. 
- Nesta técnica o cabeçote fica em contato direto com a pele do paciente, entretanto se faz necessário a 
utilização de uma substância de acoplamento visando minimizar os efeitos da reflexão. 
 - A substância de acoplamento deve ter uma impedância acústica próxima à da pele. Normalmente é 
utilizado gel industrializado (mais eficaz), podendo-se utilizar também pomada de petróleo, óleo mineral, 
etc. 
- Para assegurar o tratamento mais uniforme possível de uma área, é necessário manter o cabeçote de 
tratamento em movimento contínuo e uniforme. Desta forma haverá uma mudança contínua da posição das 
 
 
16
16
“variações de intensidade”. Este movimento também é necessário para evitar mudanças na circulação 
sanguínea, pois o ultra som pode causar estase das células sanguíneas nos vasos paralelos ao feixe ultra 
sônico. 
 - Com o cabeçote em contato com a pele, a técnica de contato direto pode ser realizada de duas 
formas: 
1) Dinâmica - onde o cabeçote é deslizado sobre a região a ser tratada com movimentos que podem ser 
circulares, longitudinais ou transversais, curtos, de poucos centímetros, que se superpõem para assegurar o 
tratamento uniforme da área. Hoogland (1986) afirma que os movimentos devem ser realizados de forma 
homogênea e com ritmo muito lento. Salgado (1999) diz que os movimentos devem ser lentos e uniformes. 
Winter (2001) menciona que deve-se exercer movimentos circulares muito lentos (em câmera lenta). 
Michlovitz (1996) relata que muitos profissionais tendem a mover o transdutor muito rapidamente, podendo 
assim diminuir a quantia de energia absorvida pelo tecido, e que o propósito do movimento é distribuir a 
energia tão uniformemente quanto possível ao longo do tecido, passando longitudinalmente ou sobrepondo 
movimentos circulares. Kramer (1984) propõe que o transdutor deve ser movido lentamente, com uma 
velocidade de aproximadamente 4 cm/seg. Na prática clínica, a velocidade de movimentação do cabeçote 
corresponde a aproximadamente 1 metro a 0,85 metro por minuto. 
2) Semiestacionária - onde o cabeçote realiza movimentos de mínima amplitude (movimento menor 
que os da técnica dinâmica) sobre a região a ser tratada. Normalmente é utilizado para regiões pequenas 
(tendinites, lesões ligamentares, etc). 
Obs: Michlovitz (1996) desaconselha a técnica Estática (em que o cabeçote fica parado) tomando-se por 
base a Zona de Fresnel (Campo próximo). Nesta zona o ultra-som não é correto, as ondas sonoras se comportam 
de maneira desorganizada. Ocorrem picos de intensidade que podem aumentar muito a dose que se colocou no 
potenciômetro, ("pontos quentes") podendo causar lesões tissulares. Por isso deve-se mexer o cabeçote, fazendo 
com que haja uma homogeneização na área a tratar (uniformidade da Zona de Fresnel).Oakley (1978), 
menciona a possibilidade da formação de um coágulo sanguíneo, na utilização da técnica estacionária. 
 
 
 
b) SUBAQUÁTICA [11, 12, 54, 56] 
- Esta aplicação é indicada para regiões de superfícies irregulares ou quando o paciente refere dor à 
pressão do cabeçote 
- Esta é a aplicação mais perfeita por suas propriedades ideais de acoplamento 
- Utiliza-se um recipiente (plástico ou vidro) de tamanho suficiente para conter a água e o segmento a 
ser tratado. 
- Normalmente os cabeçotes são blindados para a aplicação subaquática. 
- Não há necessidade, nem é importante que o cabeçote toque a pele do paciente, devendo ficar a 1 
ou 1,5 cm de distância. 
 
 - Caso haja necessidade da mão do operador ser submersa na água durante o tratamento, poder-se-á 
calçar uma luva cirúrgica de borracha. Esta medida previne o fisioterapeuta de absorver reflexões do ultra 
som dentro da água (o ar retido pela luva forma uma boa camada reflexiva entre a luva e a pele do 
fisioterapeuta) e também reduz a possibilidade de uma infecção cruzada, no caso de feridas abertas. 
- De preferência deve-se ferver a água antes, visto que de outra forma o ar presente poderá depositar-se 
em forma de bolhas sobre a superfície transdutora e da área a ser tratada. Como o ar é um péssimo meio de 
propagação de energia ultra-sônica, deve-se sempre eliminar bolhas de ar residuais[47, 56]. 
 
 
 
17
17
 
c) BOLSA DE ÁGUA[11, 56, 89] 
- Esta técnica é utilizada onde há superfícies irregulares e onde normalmente há a ausência do recipiente para o 
US subaquático, ou há a impossibilidade de se introduzir o segmento corpóreo tratado num recipiente adequado 
(tronco,axila, ombro, articulações, etc). 
- Nesta técnica é utilizado uma bolsa plástica ou de borracha (luva) cheia de água fervida, que é colocada sobre 
a região a ser tratada, e onde é passado o cabeçote do ultra-som. 
- Deve-se utilizar uma substância de acoplamento entre a pele e a bolsa, e entre a bolsa e o cabeçote. 
 
- Alguns profissionais contra-indicam esta técnica porque as interfaces formadas por substância de 
acoplamento - plástico - água - plastico - substância de acoplamento - pele prejudicariam a propagação do 
feixe ultra-sônico (como se quiséssemos introduzir profundamente no corpo). Esta técnica produz intensa 
atenuação. 
 
d) FONOFORESE[11, 12, 49, 54, 56, 71] 
- Esta técnica consiste no método direto, utilizando um medicamento em forma de gel como meio de 
acoplamento, ou seja, é a “introdução” de substâncias medicamentosas no corpo humano mediante a energia 
ultra sônica. 
- Há uma potencialização dos efeitos do ultra-som pelo medicamento utilizado (vice-versa), que é 
absorvido pela pele 
- Somente alguns produtos com boas características de transmissão ultra sônica possuem condições 
físicas ótimas necessárias para a fonoforese, sendo que as preparações tópicas com baixo índice de 
transmissão podem diminuir a efetividade da terapia ultra sônica. 
- Em virtude da não adequação da impedância acústica do medicamento, alguns profissionais utilizam 
junto, uma outra substância de acoplamento. 
- Outro ponto a ressaltar é a frequência do ultra som utilizado. Pois os que apresentaram, em todas as 
formulações, um maior índice de transmissão foram os que utilizaram frequências maiores. 
- Andrews e col. (2000), relatam que em estudos com animais foram registradas penetrações de 
medicamento com fonoforese detectada nos tecidos a profundidades de 5 a 6 cm. 
- Cameron e Monroe (1992) investigaram a transmissibilidade de várias substâncias de acoplamento 
para a fonoforese, e relataram uma transmissibilidade zero da energia ultra sônica, utilizando um preparado 
de hicrocortisona a 10% através de uma camada de 5 mm de espessura do meio de acoplamento. 
 - Bare e col. (1996) investigaram um preparado usado na fonoforese de hidrocortisona a 10% com 
uma base gel, e não verificaram nenhuma elevação nas concentrações séricas de cortisol após a fonoforese. 
A taxa de transmissão de qualquer agente usado na fonoforese deve ser determinada, antes de ser 
usado, pois ela deve ser maior que 80% da taxa de transmissão em relação à água. (Michlovitz, 1996) 
Segundo Guirro & Guirro (1996) na estética a fonoforese é utilizada principalmente com enzimas de 
difusão. Neste caso a dose deve ser cuidadosamente selecionada uma vez que as enzimas se desnaturam em 
temperaturas acima do limite suportável. 
 
e) REFLEXO SEGMENTAR [11, 56] 
- Na utilização do ultra som nas diversas situações patológicas podemos sonar diretamente as áreas em 
tratamento (efeito direto), ou sonar outros lugares que tenham uma relação segmentária com a área alvo que 
se queira tratar (efeito indireto). Esta aplicação também é conhecida como Tratamento Segmentar e está 
relacionada com a maioria das aplicações paravertebrais, ou seja, utiliza-se a mesma técnica do método 
 
 
18
18
direto, porém estimulando-se áreas as raízes nervosas paravertebrais, de acordo com o segmento que 
queremos estimular, Ex.: Parestesias em MMSS/MMII; ciatalgia; estimulação de órgãos; estimular pontos 
trigger nas costelas para úlceras gástricas/intestinais; etc. 
- Alguns autores recomendam a combinação de aplicação local e paravertebral em todos os casos. 
 
INDICAÇÕES 
- O início da terapia ultra-sônica para o traumatismo agudo deve-se iniciar somente após 24 a 36 horas, 
pois o tratamento direto (local) mediante energia ultra-sônica poderá danificar os vasos sangüíneos em 
recuperação [56] 
- O importante para o fisioterapeuta é conhecer o comportamento físico e fisiológico do ultra-som para 
a prescrição correta nas diversas patologias. As indicações mais comuns são: 
1) Fraturas[3, 12, 53, 56] 
2) Lombalgias/lombociatalgias/cervicobraquialgias[11, 56] 
3) Espondilalgias[56] 
4) Epicondilites/Tendinites/Bursites/Fascites/Artrite /capsulite[56] 
5) Neuropatias (Neuralgia/Neurite) [56] 
6) Dor fantasma (pós amputação)[56] 
7) Processos fibróticos e processos calcificados[89] 
 Andrews e col. (2000) mencionam o aumento do fluxo sanguíneo como útil na resolução dos 
depósitos de cácio nas bursas e bainhas tendinosas. 
8) Distensão muscular 
9) Entorse 
10) Hérnia discal[56] 
11) Transtornos circulatórios (edema, efermidade de Raynaud, etc)[11, 56] 
12) Traumatismos em órgãos internos[11, 56] 
13) Contratura de Dupuytren[11, 56] 
14) Tecidos em cicatrização (cicatrizes cirúrgicas e traumáticas) / Feridas abertas / úlceras de 
decúbito)[3,11, 12, 56, 71] 
15) Celulite[11] 
16) Pré cinésioterápico 
 
CONTRA INDICAÇÃO 
 Deve-se ter em mente que, como qualquer recurso terapêutico, os ultra-sons também apresentam 
restrições à sua utilização. O quadro clínico do paciente ou o perfil de sua patologia, aliados ao bom senso 
do fisioterapeuta, é que decidirão pelo impedimento ao uso. As contra-indicações mais flagrantes são: 
1) Áreas com insuficiência vascular[3, 71, 89] 
2) Aplicações a nível dos olhos[3,11, 12, 56, 71, 89] 
3) Útero grávido[3, 11, 12, 56, 89] 
4) Sobre área cardíaca[3, 11, 12, 56, 89] 
5) Espondilartrose lombar[56] 
 
 
19
19
Não se pode tratar devido à situação profunda das cartilagens articulares. 
6) Tumores malignos[3,11, 12, 56, 71, 89] 
7) Epífises férteis[11, 12, 56, 59, 71, 89] 
8) Testículos/gônadas[12, 56] 
9) Endopróteses[3, 11, 56, 71] 
10) Sobre tromboflebites / varizes (principalmente trombosadas) [3, 11, 56, 71] 
11) Osteoporose[71] 
12) Inflamação séptica[11, 12, 56, 71 ] 
13) Implante metálico[3,57, 71] 
14) Sequelas pós traumática [56] 
15) Gânglio cervical / estrelado[12, 71] 
16) Patologias reumatológicas com características degenerativas[49, 56] 
17) Região da coluna pós laminectomia[3, 12, 56, 71] 
18) Diabetes Mellitus[56] 
19) Perda de sensibilidade [12, 56] 
20) Áreas com saliências ósseas subcutâneas[12] 
21) Diretamente sobre o marcapasso (ou ondas sonoras desviadas)[89] 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA: 
2-- Guyton, A. C.-.FISIOLOGIA HUMANA - Ed. Guanabara - 1988 
3- Kottke, F.J., Lehamann J.F. - TRATADO DE MEDICINA FÍSICA E REABILITAÇÃO DE KRUSEN - 1994 Ed Manole 
5- Gutman, A.Z., - FISIOTERAPIA ATUAL - 1989 Ed Pancast 
7- Machado, C. M. – ELETROTERMOTERAPIA PRÁTICA – Pancast Ed. - 1991 
8- Scott, P.M. - CLAYTON’S ELECTROTHERAPY E AND ACTINOTHERAPY - Ed. Jims – Barcelona - 1972 
10- Omote, N. FÍSICA - 1982 Ed. Moderna 
11- Guirro, E. & Guirro, R. - FISIOTERAPIA EM ESTÉTICA - FUNDAMENTOS, RECURSOS E PATOLOGIAS - Ed Manorle - 
2ª Ed. - 1996 
12- Young, S. TERAPIA POR ULTRA SOM (em ELETROTERAPIA DE CLAYTON - Kitchen, S. e Bazin, S.) 10ª Edição - Ed. Manole - 1ª 
Edição brasileira - São Paulo – pp. 235-258 - 1998 
47- Fuirini, N. Jr. e Longo, G.J. – ULTRA SOM – KLD Biosistemas Equipamentos Eletrônicos – 1986 Amparo, SP 
49- Michlovitz, S. L. - THERMAL AGENTS IN REHABILITATION - F. A. Davis Co - 3ª Ed. Philadelphia – 1996 
52- Rodrigues, A. – CRIOTERAPIA – Fisiologia e Técnicas Terapêuticas – Ed. CEFESPAR – 1995 
53- Marcelo R. Guerino, E. Luciano, Mauro Gonçalves e T. P. Leivas - APLICAÇÃO DO ULTRA SOM PULSADO TERAPÊUTICO SOBRE A 
RESISTÊNCIA MECÂNICA NA OSTEOTOMIA EXPERIMENTAL - Revista Brasileira de Fisioterapia - Vol. 2, Nº 2 (1997) - Associação 
Brasileira de Fisioterapia. 
54- Lucena, C. – TERMOTERAPIA HIPER HIPO – Ed. Lovise 
56- Hoogland, R. – TERAPIA ULTRASÔNICA – ENRAF NONIUS – Delft, Holanda. 1986 
57- Garavelo, I.; Mazzer, N.; Barbieri, C.H., Andrade, J.M.- EFEITOS TÉRMICOS DO ULTRASOM TERAPÊUTICO SOBRE OS TECIDOS 
ÓSSEOE MUSCULAR E SOBRE PLACA METÁLICA IMPLANTADA – Rev. Bras Ortop – Vol. 32 nº 6 – Junho / 1997 – PP. 473-479 
59- Pessina, A. L. e Volpon, J. B. – APLICAÇÃO DE ULTRA SOM TERAPÊUTICO NA CARTILAGEM DE CRESCIMENTO DO COELHO – 
Rev Bras Ortop – Vol. 34 n° 5 – Mai 1999 – pp: 347-354 
65- Zorlu, U., Tercan, M., Ozuyazgan, I., Tasdan, I., Kardas, Y., Balkar, F., Oztürk, F. - COMPARATIVE STUDY OF THE 
EFFECT OF ULTRASOUND AND ELECTROSTIMULATION ON BONE HEALING IN RATS - American Journal of Physical 
Medicine Rehabilitation - Vol. 77 n° 5 - September/october 1998 - pp. 427-432 
70- Guirro, R. , Elias, D. , Serrão, F. e Bucalon, A. J. – DOSIMETRIA DE APARELHOS DE ULTRA-SOM TERAPÊUTICO UTILIZANDO 
BALANÇA SEMI-ANALÍTICA – Rev. Bras. De Fisioterapia vol.1 n°2, 1996 – pp. 79-82 
71- Garcia, E. A. C. - BIOFÍSICA - Ed. Sarvier - 1998 - pp. 173-178 
81- Gonçalves, G. & Parizotto, N. A. - FISIOPATOLOGIA NA REPARAÇÃO CUTÂNEA: ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA - Revista Brasileira 
de Fisioterapia - V.3. N°1. p. 5-13 - 1998 
87- Winter, W. R. - ELETROCOSMÉTICA - Ed. Vida Estética - 3ª Ed. 2001- p. 235 
89- Andrews, R., Harrelson, G. L. & Wilk, K. E. - REABILITAÇÃO FÍSICA DAS LESÕES DESPORTIVAS - 2ª Ed. - Ed. Guanabara Koogan - 
2000 - pp. 61-95 
90- Gann, N. - ULTRASOUND CURRENT CONCEPTS - Clin. Management - 1991 - 11: 64-69 
 
 
20
20
91- Kramer, J. F. - EFFECT OF THERAPEUTIC ULTRASOUND INTENSITY ON SUBCUTANEOUS TISSUE TEMPERATURE AND 
ULNAR NERVE CONDUCTION VELOCITY - American Journal Physical Medicine - 1985 - 64: 1-9 
92- Bare, A. C., McAnaw, M. B., Pritchard, A. E. et al - PHONOPHORETIC DELIVERY OF 10% HYDROCORTISONE THROUGH THE 
EPIDERMIS OF HUMANS AS DETERMINED BY SERUM CORTISOL CONCENTRATIONS - Physical Therapy - 76:738-747 - 1996 
93- Cameron, M. H. and Monroe, L. G. - RELATIVE TRANSMISSION OF ULTRASOUND BY MEDIA CUSTOMARILY USED FOR 
PHONOPHORESIS - Physical Therapy - 72:142-148 - 1992 
94- Kramer, J. F. - ULTRASOUND: EVALUATION OF ITS MECHANICAL AND THERMAL EFFECTS - Arch. Phys. Med. Rehabilitation - 
65:223 - 1984 
95- Oakley, E. M. - DANGERS AND CONTRAINDCATIONS OF THERAPEUTIC ULTRASOUND - Physiotherapy - 64:173-174 - 1978 
96- Draper, D. O., Sunderland, S., Kirkendall, D. T. and Ricard, M. - A COMPARISON OF TEMPERATURE RISE IN HUMAN CALF 
MUSCLES FOLLOWING APLICATIONS OF UNDERWATER AND TOPICAL GEL ULTRASOUND - Journal Orthopedic Sports Phisical 
Therapy - 17:247-215 - 1993. 
97- Draper D. O. - TEN MISTAKES COMMONLY MADE WITH ULTRASOUND USE: CURRENT RESEARCH SHEDS 
LIGHT ON MYTHS. - Athletic Training: Sports Health Care Perspectives - 2(2):95-107 - 1996. 
104- Salgado, A. S. I. - ELETROFISIOTERAPIA - Manual Clínico - Ed. Midiograf - Londrina-PR - 1ª Ed. - 1999 
133- Hecox, B., Mehreteab, T. A., Wisberg, J. Physical Agents - A COMPREHENSIVE TEXT FOR PHYSICAL THERAPISTS. 
Appleton & Lange. 1994. pp. 185-186 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21
21
 
 
 
 
 
ELETROMAGNETISMO[87, 112] 
Um campo eletromagnético é um espaço onde agem forças magnéticas que se formam em torno de um 
condutor elétrico. 
Quando há uma corrente elétrica num condutor, não somente o condutor é submetido a alterações, mas 
também a região que o circunda sofre modificações. Forma-se um campo eletromagnético em volta do 
condutor. 
 Fios metálicos condutores de uma corrente elétrica produzem campos magnéticos à sua volta. O campo 
magnético em torno de um longo fio metálico retilíneo assume a forma de círculos concêntricos, com o fio 
em seu centro. Um solenóide (espiral, ou bobina, de fio metálico) cria um campo um tanto similar ao 
produzido por um imã de barra permanente, e a diferença principal é a existência de um campo uniforme em 
seu interior. Esta uniformidade de campo é utilizada vantajosamente nas aplicações de diatermia. 
 Quanto maior a intensidade da corrente no condutor, tanto mais forte é o campo eletromagnético ao seu 
redor. O efeito eletromagnético aumenta consideravelmente, quando o condutor não está disposto 
linearmente, mas em forma de espiral. Neste caso, as linhas magnéticas encontram-se tanto no interior da 
espiral quanto envolvem-na exteriormente. 
Sempre quando o campo eletromagnético ao redor do condutor se desfaz, ele se desprende do condutor 
e parte em direção ao infinito. Enquanto há corrente alternada no condutor, ondas eletromagnéticas são 
geradas. 
 
Espectro eletromagnético 
A luz é uma forma de radiação eletromagnética. Ela pode ser dividida em suas diferentes partes 
componentes usando-se para tanto um prisma; cada cor do "arco-íris" possui um comprimento de onda 
diferente. As ondas eletromagnéticas são campos elétricos e magnéticos que se deslocam pelo espaço sem a 
necessidade de um meio de sustentação. 
Uma onda é a propagação de uma oscilação. A quantidade de oscilações por segundo dos elétrons de 
m condutor determina a frequência das ondas geradas por este condutor. Por comprimento de onda entende-
se a distância que uma onda percorre, até que uma nova onda se desprenda do condutor. 
A velocidade de propagação das ondas eletromagnéticas no vácuo é constante e corresponde à 
velocidade da luz, ou seja, 300.000 km por segundo. Quanto maior for a frequência das ondas, tanto menor 
será a distância entre elas, ou tanto menor será o comprimento de onda. 
As ondas eletromagnéticas são uma forma de energia. As ondas podem ser captadas por antenas. Uma 
antena é um condutor elétrico capaz de emitir ou receber ondas eletromagnéticas. 
 O francês Jean D'Arsonval iniciou estudos sobre os efeitos do campo eletromagnético no organismo ao 
final do século dezenove. 
O espectro eletromagnético é a reunião de diferentes ondas eletromagnéticas com seus respectivos 
comprimentos de onda. A luz visível é apenas pequena parte deste espectro, estando nele ainda as ondas de 
rádio, microondas, raios-X, etc. 
 
 
 
 
22
22
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 HISTÓRICO DO ONDAS CURTAS 
 Por razões técnicas foram usadas durante muito tempo, em aparelhos de eletroterapia, freqüências 
de 300.000 c/seg (300Kc) com um comprimento de onda de l0.000m. A esta técnica chamaram-na diatermia 
(“aquecimento através de”). Com este tipo de corrente causava-se um efeito direto de resistência e os 
resultados não eram muito satisfatórios, já que a maior intensidade de calor era recebida pelos tecidos de 
maior resistência, como o gorduroso e o ósseo, enquanto que o muscular com seu grande conteúdo 
sangüíneo apenas se aquecia, que é justamente o contrário do que se pretendia conseguir. 
 Procurou-se aperfeiçoar essa técnica por meio da eletrônica, mais especificamente mediante auto-
osciladores eletrônicos, e conseguiu-se obter freqüências da ordem de 30 Mc (30.000.000c/seg) às quais 
chamou-se de ondas curtas. Seguindo-se por este caminho chegou-se à onda ultra-curta, as ondas 
decimétricas e finalmente, às microondas, também chamadas ondas radar.[5] 
 
 CONCEITO 
 É uma corrente de alta freqüência, cerca de 27,12 MHZ[12, 49] (27,33 MHZ[3]), e produz ondas 
eletromagnéticas (“campos elétricos e magnéticos que se deslocam pelo espaço sem a necessidade de um 
meio de sustentação”) com um comprimento de 11 metros. Seu funcionamento é como de um pêndulo, pois 
os elétrons ora se movem para um lado, ora para outro. A polaridade muda de posição tão rapidamente que 
não chega a estimular os nervos motores. 
 
 
 
 
 
23
23
BIOFISICA 
1- Fenômeno D’Arsonval 
 D’Arsonval pegou várias correntes elétricas, e aplicandonum segmento corpóreo, foi aumentando a 
freqüência seletivamente. 
 Na baixa freqüência tinha contração muscular, na média tinha um pouco de contração e um pouco de 
efeito calórico, quando chegava na alta freqüência não aparecia o efeito contrátil e somente se conseguia o 
efeito calórico. 
 
2- Efeito Joule 
 Geração de calor proporcionado pela passagem da corrente de alta freqüência pelas estruturas 
orgânicas. 
 As moléculas de água, íons e proteínas submetem-se a rotações e oscilações à passagem do campo 
elétrico gerando calor[12, 49] 
3- Experiência de Schiliephake 
 
 
 
 
 
 
 Schiliephake concluiu que se quisermos aquecer estruturas localizadas mais profundamente devemos 
afastar os eletrodos da pele. 
 
4- Ausência de fenômenos eletrolíticos 
 Nas correntes de alta freqüência não é verificado fenômenos eletrolíticos. 
5- Ação do campo eletromagnético[54, 89] 
 Como sabemos que qualquer corpo condutor ao ser submetido a um campo eletromagnético gera em si 
uma corrente elétrica, este efeito de indução nos aconselha a evitar, durante o tratamento, a presença de 
peças metálicas e aparelhos de precisão no espaço de influência das ondas curtas. Em decorrência disso 
alguns profissionais preconizam que o paciente deverá retirar todos os objetos metálicos do corpo, e mesmo 
aqueles que não estejam no campo de aplicação (entre as placas). Entretanto, outra corrente de profissionais 
afirma que não deve haver uma atitude de excessivo zelo[54], que obriga a retirada de brincos e colares do 
paciente, durante um tratamento com ondas curtas em regiões distantes, ou seja só devemos tirar os objetos 
metálicos que estão sob a região a ser tratada. Pois a ação do campo eletromagnético fora do campo de 
aplicação (entre as placas) não seria suficientemente intensa para gerar nas peças metálicas uma corrente 
elétrica. 
Andrews e col. (2000) orienta o uso de eletroestimuladores somente afastados cerca de 4,5 metros de raio 
de uma unidade de ondas curtas. 
6- Transmissão das ondas eletromagnéticas[54] 
 Os materiais que se deixam influenciar com facilidade pelas ondas eletromagnéticas são chamados de 
ferromagnéticos. 
 A B C 
ONDAS 
CURTAS 
Schiliephake pegou 3 (A, B, C) reservatórios 
contendo água e um aparelho de ondas curtas. Em 
seguida colocou eletrodos de Shiliephake e 
observou o seguinte: 
a) Quando os eletrodos estavam bem próximos ao 
reservatório, havia o aquecimento maior nos 
reservatórios da periferia (A e C) 
b) Quando ele afastava os eletrodos, havia o 
aquecimento nos 3 reservatórios (A, B, C) 
 
 
24
24
 Aqueles que apresentam algumas “dificuldades” à influência das ondas eletromagnéticas são 
chamados de paramagnéticos. 
 Os materiais que não são influenciáveis pelas ondas eletromagnéticas são denominados de 
diamagnéticos. 
 Se nós submetermos dois materiais à influência do campo eletromagnético, ao mesmo tempo, todo o 
campo tenderá a se propagar pelo que apresentar propriedades ferromagnéticas. Por exemplo: num paciente 
que esteja sendo tratado através de ondas curtas. Se ele estiver deitado em cama de madeira, ele é 
considerado paramagnético e a madeira, diamagnético. Logo o campo “prefere” percorrer o corpo do 
paciente. Se no entanto, o paciente estiver deitado em cama de ferro, o paciente é considerado paramagnético 
e a cama ferromagnética. Logo, o campo será desviado para cama, em lugar de agir sobre o paciente, tirando 
o “rendimento” do tratamento. 
 7- Aquecimento 
 Aquecimento = Corrente2 x Resistência x Tempo 
 Quanto maior a corrente que passa pelo tecido menor é a resistência oferecida por ele, ou seja, os tecidos 
que oferecem maior resistência deixam passar menor quantidade de corrente, e de acordo com a fórmula 
supra citada é mais importante para que haja um aquecimento mais intenso (da estrutura tratada) que seja 
maior o valor da corrente que venha passar pelo tecido do que o valor da resistência oferecida pelo mesmo. 
[49]
 
Ex.: Corrente2 x Resistência x Tempo = Aquecimento 
 12 x 1 x 1 = 1 
 22 x 1 x 1 = 4 
 12 x 2 x 1 = 2 
 42 x 1 x 1 = 16 
 12 x 4 x 1 = 4 
Obs.1: As estruturas orgânicas contêm muitas moléculas externamente neutras, chamadas de dipolos, cujas 
cargas internas estão dispostas assimetricamente. Um exemplo para os dipolos é a molécula de água onde a 
carga negativa concentra-se sobre o oxigênio, enquanto a carga positiva fica ao lado dos hidrogênios. Os 
dipolos, quando expostos a um campo eletromagnético, orientam-se de maneira que seu lado de maior carga 
negativa se direcione ao polo positivo. A mudança da polaridade da corrente alternada força os dipolos a 
acompanharem as oscilações do campo eletromagnético. Quando o ritmo das oscilações é muito rápido, 
como ocorre numa corrente de alta frequência, as rotações dos dipolos também são extremamente rápidas, 
(acima de 300 milhões de vezes por segundo. Neste caso, a energia eletromagnética é transformada em calor, 
porque a rotação rápida dos dipolos provoca atrito entre eles. As moléculas das substâncias apolares (por 
exemplo as gorduras), sofrem somente uma ligeira deformação quando expostas ao campo eletromagnético, 
sem no entanto entrarem em rotação[87, 104, 112]. 
Obs. 2: A condutividade elétrica depende do conteúdo de água tecidual e de íons, ou seja, quanto 
mais aquoso for o tecido maior será quantidade de corrente que passará pelo tecido e consequentemente 
maior será o aquecimento. [3, 12, 49, 104] 
Tecidos com alta condutividade Tecidos com baixa condutividade 
- Sangue - Gordura 
- Músculo - Ligamento 
- Suor - Tendão 
 - Cartilagem 
Obs. 3: Se tivermos um aumento da resistência tecidual por onde estiver passando uma corrente, 
também teremos uma aumento do aquecimento (vide a fórmula citada anteriormente), entretanto esse 
aquecimento será menor que aquele que teríamos se aumentássemos a intensidade de corrente que estivesse 
passando pelo tecido. 
 
 
25
25
Obs. 4: Quanto maior estiver a temperatura nos tecidos, maior será a condutividade. Portanto, à 
medida que o ondas curtas for aquecendo a estrutura tecidual, haverá aumento da condutividade (aumento da 
quantidade de sangue tecidual), e consequentemente maior será a quantidade de corrente que passará pelo 
tecido (o tempo de aplicação inicial do ondas curtas não deve ser computado como o tempo da terapêutica: 
5’ + 20’) (Taxa de aquecimento específico) 
 Portanto, numa decisão clínica para eleger um determinado recurso devemos saber que as ondas 
curtas terão um efeito de aquecimento maior em estruturas com grandes massas musculares. 
Obs. 5: Existe a controvérsia de que o tecido gorduroso vivo está permeado de vasos sanguíneos de 
pequeno calibre, o que poderia levar a condições apropriadas de absorção da radiação eletromagnética e o 
consequente aquecimento. [12, 49] 
Obs. 6: Dependendo da tempertura externa ambiente a circulação sanguínea na pele pode aumentar 
(calor) ou diminuir (frio). E isto tem haver com a impedância (resistência) da pele, que aumenta no frio e 
diminui no calor. Portanto, no frio a passagem da corrente elétrica para os tecidos sofre maior resistência da 
pele que no calor. 
EFEITOS FISIOLÓGICOS 
-Produção decalor 
- Vasodilatação[2, 48, 49] 
- Hiperemia 
- Aumento do fluxo sangüíneo 
- Aumento do oxigênio na área[48] 
- Aumento do metabolismo[2, 12, 49] 
- Diminuição da pressão sangüínea 
- Aumento do débito cardíaco 
- Aumento da atividade das glândula sudoríparas 
- Diminuição de viscosidade 
- Aumento da leucocitose [48] 
- Aumento da fagocitose[48] 
EFEITOS TERAPÊUTICOS: 
- Antiinflamatório - Espasmolítico/descontraturante 
- Regenerador - Cicatrização 
- Analgésico 
 
 
TÉCNICA DE APLICAÇÃO DOS ELETRODOS 
Através do uso de diatermia por ondas curtas poderemos citar duas formas de métodos: CAPACITIVO 
e INDUTIVO. 
A) TÉCNICA CAPACITIVA 
 É quando as estruturas teciduais funcionam como dielétricos dentro de um capacitor (eletrodos) por 
onde passa um campo elétrico[49] 
É também chamado de método do campo elétrico. 
 
 
 
26
26
1) Placas Capacitoras Flexíveis 
São placas metálicas flexíveis revestidas com almofada de material plástico, borracha, feltro ou 
espuma. 
Possuem tamanhos variados (pequeno, médio, e grande). E o espaçamento entre a pele e o eletrodo é 
feito, além do feltro, espuma, etc, com toalha e cobertores. 
2) Eletrodos Schiliephake 
. São discos metálicos planos acoplados a “braços” mecânicos que permitem movimentos universais 
facilitando os posicionamentos os eletrodos no segmento a ser tratado. São cobertas com um envoltório de 
vidro, plástico, ou borracha. Estas coberturas mantém a distância entre a pele e a placa capacitora (é 
ajustável) [3]. É de fácil aplicação 
 
Técnica de utilização dos eletrodos: [12, 48, 104] 
a) Transversal 
- um eletrodo lateralmente e outro medialmente; ou 
- um eletrodo posterior e outro anterior. 
- As várias camadas de tecido estão localizados umas atrás das outras em relação às linhas do campo 
eletromagnético, ou seja, se encontram dispostas em série (do ponto de vista elétrico). Nesta técnica o 
aumento de temperatura será maior no tecido subcutâneo (adiposo) e estruturas mais superficiais que no 
tecido muscular profundo e órgãos internos ricos em líquidos e proteínas 
- Esta técnica normalmente é utilizada quando se deseja atingir estruturas mais superficiais, como por 
exemplo ligamento colateral do joelho, etc. 
- Segundo Salgado (1999), os eletrodos não poderão estar muito próximos pois impossibilitaria a 
criação de um campo eletromagnético. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 (Salgado, 1999) 
 
b) Longitudinal 
- um eletrodo na parte anterior da coxa e o outro na região plantar (paciente sentado); 
- um eletrodo na parte anterior da coxa e o outro na panturrilha (paciente sentado); ou 
- um eletrodo na região lombar e outro na posição plantar; etc. 
- As várias camadas de tecido estão dispostas mais ou menos na mesma direção do campo 
eletromagnético. Se encontram dispostos em paralelo. Neste caso a corrente seguirá o caminho de menor 
resistência: músculos e outros tecidos ricos em água. 
 
 
27
27
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 (Salgado, 1999) 
 
c) Co-planar 
- Eletrodo no mesmo plano. Este método promoverá uma terapêutica mais superficial. 
Deve-se respeitar uma distância mínima de 8 a 10 cm entre as placas, pois se houver redução dessa 
distância, haverá concentração de ondas curtas nas placas e não no paciente. Kitchen e Bazin (1998) afirmam 
que a distância entre os eletrodos não pode ser menor que a distância dos mesmos em relação à pele. 
 
 
 
 
 
 
 
OBS.: Não existe nenhuma 
técnica absolutamente em 
série. O que existe são 
técnicas em que há maior 
quantidade de tecidos em 
série ou maior quantidade em 
paralelo, e esta peculiaridade 
é que determinará qual o tipo 
de aplicação do ondas curtas 
que será utilizada. 
 
 
 
 
28
28
 
g) Seios frontais 
 Existem eletrodos com formato especial para utilização nos seios da face, com o dispersivo colocado 
na região torácica, quando houver. É pouco utilizado. 
OBS.: 
- Os eletrodos devem ser ligeiramente maiores que a parte do corpo a tratar, porque o campo elétrico é 
menos uniforme nas bordas das placas. Quase todos os aparelhos de ondas curtas possuem, como opção de 
uso, três tamanhos diferentes de eletrodos: pequeno, médio, e grande. 
- É considerada ideal uma distância de 2 a 4 cm entre a pele e o eletrodo. Esta distância é com relação 
à placa metálica, e não com relação à cobertura de espuma, feltro, borracha, etc. 
 
B) TÉCNICA INDUTIVA 
É utilizado um aplicador indutivo na qual produz um campo magnético que oscila induzindo correntes 
indutivas em forma de círculo (“redemoinho”), no interior dos tecidos.[49] 
A bobina indutiva (em forma de espiral) funciona como uma antena que transmite o campo 
eletromagnético para o interior dos tecidos. 
São mais eficazes para produzir calor que os eletrodos capacitivos, pois o aumento de temperatura no 
tecido adiposo e muscular é mais homogêneo, se dá numa relação de 1/1.[3, 12, 48, 104] 
TIPOS 
a) Mônodo (Bobina) 
 É utilizado uma bobina indutiva, que é colocada em um recipiente plástico rígido (“Tambor”), 
podendo ter dobradiças adaptáveis ao corpo. A superfície do recipiente plástico também tem a finalidade 
espaçar a bobina indutiva da pele do paciente. 
O Tambor é aplicado perto da parte que será tratada, de modo que a bobina fique paralela à superfície 
da pele. Uma corrente elétrica é gerada no interior do aparelho, sendo em seguida passada através da bobina. 
O campo magnético associado a esta corrente é formado em ângulo reto com a direção do fluxo da corrente, 
sendo portanto direcionado para a parte do corpo na qual se estabeleceram as correntes parasitas 
(“redemoinho) [12] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bobina indutiva 
 Eletrodo Indutivo 
Correntes indutivas 
(“Redemoinho”) 
 
 
 
29
29
Embora alguns autores afirmem que a bobina promove um aumento de temperatura no tecido 
subcutâneo e muscular com mesmo percentual, Michlovitz (1996) afirma que o método indutivo provê maior 
quantidade de calor no músculo que na gordura.(figura abaixo) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Solenóide 
São também chamados de eletrodos de cabo indutivo (cabo de indução). São eletrodos em forma de 
cabo, que são aplicados sobre a região a tratar, ou enrolados em volta do segmento. 
Prendedores de madeira ou de plástico são utilizados, para garantir a manutenção de um espaço 
suficiente entre as espiras adjacentes. A distância correta entre a pele e o cabo é conseguida mediante o 
envolvimento do membro a ser tratado com camadas de tecido atoalhado. Se a distância entre os cabos, ou 
entre o cabo e a pele, for pequena demais, irão ocorrer áreas de aquecimento excessivo (há aumento da 
potência do campo magnético). A distância entre as voltas deve ser de aproximadamente 15 cm. 
 Obs.: O cabo não dever passar pela axila, prega do cotovelo ou pela virilha, pois pode ocorrer tensão 
excessiva sobre os vasos sanguíneos superficiais (tensão térmica excessiva) 
 Esses eletrodos são pouco utilizados na diatermia por ondas curtas nos dias de hoje no Brasil. 
 
DOSE - POTÊNCIA: 
Depende da sensação subjetiva de calor que o paciente vai sentir e da fase da enfermidade. 
 Utiliza-se a Escala de Schliephake[49]: 
I - CALOR MUITO DÉBIL - Imediatamente abaixo da sensação de calor ou abaixo do limiar de 
sensibilidade. (Grau I) 
II - CALOR DÉBIL - É a sensação de calor imediatamente perceptível. (Grau II) 
III - CALOR MÉDIO - É a sensação clara e agradável de calor. (Grau III) 
IV - CALOR FORTE - É a sensação de calor no limite da tolerância.

Outros materiais