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RESUMO - DESDOBRAMENTOS DA TEORIA PSICANALÍTICA

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RESUMO: DESDOBRAMENTOS DA TEORIA
PSICANALÍTICA
MELANIE KLEIN
● VIDA:
Nascida em 1882, Melanie Klein se casou bastante nova e teve três filhos, sendo obrigada a se mudar
de casa diversas vezes, o que a levou a sofrer com episódios de depressão e desânimo, afetando a
forma como cuidava de seus dois primeiros filhos. Klein supostamente odiava sua mãe
inconscientemente, pela forma como cuidava dos netos e por conta de sua tendência em se
intrometer na vida das filhas, o que incluía Melanie. Seu filho Erich apresentava sinais de inibição
intelectual e bloqueios de curiosidade, enquanto outro filho, Hans, tendia à depressão e sofria com a
suspeita de homossexualidade e acabou acidentalmente morrendo. Sua outra filha, Melitta segue os
passos opostos aos da mãe, se tornando médica e uma das maiores opositoras às ideias de Klein.
● PSICANÁLISE:
O primeiro contato que Klein teve com a teoria psicanalítica foi ao ler um texto de Freud sobre sonhos
ao mesmo tempo que iniciava seu tratamento psicoterápico com o analista Ferenczi como forma de
livrar-se de sua depressão. Com a ajuda do analista, iniciou uma intervenção em casa com o filho
Erich. Alguns anos depois, participou do 5º Congresso de Psicanálise de Budapeste, escrevendo, no
ano seguinte, seu primeiro artigo e ingressando na Sociedade de Psicanálise de Budapeste. Sua
entrada oficial na Psicanálise ocorreu aos 40 anos, em 1922, quando a mesma ingressou na
Sociedade Psicanalítica de Berlim, logo após se mudar sozinha para a Alemanha. Iniciou tratamento
analítico com Abraham, apresentando outro texto para os colegas do Congresso de Viena, dessa vez
sobre psicanálise da criança. Após a morte de seu analista Karl Abraham, Klein se viu mais suscetível
às críticas referentes a forma como conduzia seu trabalho psicanalítico, sendo acusada de violentar a
inocência das crianças e atrapalhar sua relação com os pais.
TÉCNICA ATRAVÉS DO BRINCAR
Para Melanie Klein, o brincar infantil era equivalente à associação livre de Freud. Seu primeiro paciente
foi seu próprio filho e em sua obra ela sugeriu encorajar a criança a discutir livremente com ela
questões não verbalizadas. Ela começou a identificar as defesas utilizadas pela criança contra suas
próprias ansiedades e utilizou-se do brincar a fim de auxiliar a criança a se expressar, pois acreditava
que as crianças se expressavam falando e se relacionando com os brinquedos.
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BASEIA-SE NA EXPLORAÇÃO DO INCONSCIENTE E ANÁLISE DE TRANSFERÊNCIA.
A análise da criança deve ser realizada compreendendo e interpretando suas fantasias (representação
psíquica das funções).
AGRESSIVIDADE INFANTIL: é necessário que a criança traga à tona a agressividade. Quem sente
muita culpa, quando apanha, sente alívio.
MUNDO INTERNO
É constituído por imagens internas - não lembranças. É o depósito introjetado de experiências
modificadas (experiências + sensações).
PAPEL DA FANTASIA
A fantasia é a representação mental da experiência modificada, podendo diminuir ou aumentar o
sentimento de ansiedade. O bebê vê o mundo através das fantasias que são geradas pelas projeções
e introjeções misturadas à ansiedade, medo, angústia ou prazer, amor, bem-estar.
MUNDO INFANTIL PRIMITIVO
Tudo é sem medida, indomável. O caráter infantil insaciável é a fonte mais inconsciente e arcaica. É
no mundo primitivo que nascem as angústias e ansiedades mais primitivas.
FUNÇÃO DO EGO PRIMITIVO
A função do ego (que está presente desde o nascimento) é defender-se da ansiedade gerada pelas
lutas e conflitos internos causados por influências externas. Os tipos de defesa são: projeção
(atribuição de sentimentos e ações inadequados a outrem), introjeção (interiorização) e cisão do
objeto (divisão do objeto).
INTROJEÇÃO: a introjeção é contínua, se baseia em trazer do externo para o interno, para o self.
PROJEÇÃO: é contínua, se baseia no fato do bebê ejetar de seu eu tudo aquilo que o incomoda. É uma
forma de defender-se contra sentimentos ruins.
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TEORIA DAS RELAÇÕES OBJETAIS
As Relações Objetais são as relações entre os objetos ligados a satisfação dos desejos e as
necessidades de alguém. Estes objetos podem ser desde pessoas ou parte de pessoas, como uma
mãe e o seu seio, ou ainda a coisas inanimadas. Parte do princípio da diminuição das tensões
provocadas por desejos insatisfeitos. Todo relacionamento está permeado de símbolos que, por sua
vez, estão ligados a objetos que foram representativos no decorrer da infância, incluindo as pessoas.
Enxergamos parcialmente esses objetos em nossos parceiros, em reminiscências que projetamos em
relação ao presente.
TEORIA DAS POSIÇÕES
Refere-se a como o sujeito vai se posicionar frente ao mundo externo.
POSIÇÃO ESQUIZOPARANÓIDE: o bebê nasce imerso nessa posição. Suas principais características
são: fragmentação do ego, ansiedade persecutória e a divisão do objeto externo (seio da mãe) em
duas partes: seio bom e seio mau. O primeiro é aquele que a gratifica infinitamente. Enquanto isso, o
segundo somente lhe provoca frustração, despertando a agressividade e a realização de ataques
sádicos dirigidos à figura materna.
POSIÇÃO DEPRESSIVA: é um momento chave. Ocorre entre os 3 e 6 primeiros meses do bebê. Com o
desenvolvimento do ego do bebê, ele vai progressivamente percebendo que o mesmo objeto que
odeia o “seio mau” é o mesmo objeto que ama o “seio bom”. Seu ego já tem maturidade suficiente
para perceber que ambos os registros fazem parte de uma mesma pessoa. Dessa forma, a clivagem
“ou cisão” do objeto vai sendo abrandada, pois agora há a percepção de que as pulsões libidinais e
hostis estão sendo direcionadas ao objeto em sua totalidade. Portanto, isso desencadeia um outro
processo: a angústia e o medo de perder o objeto (ansiedade depressiva). Nessa fase o bebê adquire
a capacidade de amar e respeitar os objetos distintos e separados dele.
Melanie Klein afirma que durante toda a vida humana, há a troca dinâmica entre as posições,
causando a estruturação do sujeito.
ÉDIPO PRECOCE E SUPEREGO ARCAICO
● O Édipo, para ela, ocorreria nas fases iniciais do desenvolvimento infantil, chegando ao período
de desmame e às frustrações anais advindas dos rituais de higiene. Klein já introduz a noção de
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posição, ou seja, da relação estabelecida (posição ocupada) entre o bebê e o outro. Fazendo também
uma comparação entre o menino e a menina, Klein revela que aquele, na passagem da fase oral e anal
pela genital, mudaria de posição e passaria a ter como objetivo a penetração, associado ao pênis e à
figura materna como objeto amoroso. A menina, ao chegar na fase genital, manteria o objetivo
receptivo, desenvolvendo, a partir das frustrações das fases oral e anal relativas à mãe, a
receptividade para o pênis, tendo o pai como objeto amoroso. A castração ocupa também um lugar
importante nas publicações de Klein. Quanto ao menino, destaca a “fase da feminilidade”, quando
este vê a figura paterna como fortemente castradora e, fugindo aos impulsos genitais, prende-se à
fase sádico-anal. Ao ódio pela figura materna e ao temor pela destruição de seu corpo soma-se, pois,
o temor da figura paterna. A junção desses fatores desencadeia a formação de um superego primitivo,
extremamente rigoroso e tirânico. Na menina, Klein destaca que o onanismo não possibilita uma
saída adequada para a quantidade de excitação, do modo como ocorre com os meninos. Existe um
desejo pelo pênis que lhe falta e, consequentemente, um desejo pelo pênis do pai, possuído pela mãe,
a quem dirige seu ódio. Há, desse modo, um desejo forte de destruição da figura materna, bem como
a identificação com a figura paterna, que se torna o objeto amoroso.
● Ao elaborar suas ideias em torno do Superego arcaico, Klein mais uma vez apoia-se no
conceito de posições. Tanto no caso do menino quanto da menina, o bebê, ao desenvolver uma visão
mais realista e total do objeto amoroso (inicialmente, a mãe), deixando de vê-lo de modo
fantasiosamente ambivalente (seio bom X seio mau) e incorporando o objeto bom dentro de si, sairia
de uma posição paranoide para uma posição depressiva,por volta dos quatro meses de idade.
Consequentemente, ocorreria a identificação com o objeto amoroso e a necessidade de preservá-lo.
Surgem aí a ansiedade, a culpa pelo desejo de destruição do objeto mau (típica da posição anterior,
ligada à fase sádico-anal) e o desejo de reparação. Nesse momento, para Klein, seria formado o
Superego arcaico.

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