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1 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! 
Osteoartrite & 
Artrites Soropositivas 
e Soronegativas 
Osteoartrite – OA 
* não se utiliza mais o termo artrose! Ou osteoartrose! 
A osteoartrite (OA) é a forma mais comum 
de artrite. 
A origem da doença possui vários fatores: 
inflamatórios, mecânicos e genéticos, que afetam 
a articulação como um todo. As estruturas 
afetadas são a cartilagem articular, o osso 
subcondral, os ligamentos, os meniscos dos 
joelhos e também os músculos, além de 
alterações estruturais que podem levar à 
destruição articular. 
Epidemiologia. A prevalência da OA 
aumenta com a idade, sendo incomum em 
pacientes <40 anos e mais frequente >60 anos. É 
predominante no sexo feminino. 
É difícil realizar diagnóstico subclínico! Na 
grande maioria das vezes a doença só tem 
diagnóstico após já apresentar dor! 
As ARTICULAÇÕES MAIS ACOMETIDAS, 
além de quadril e joelhos, são as das MÃOS, com 
PREDILEÇÃO pelas INTERFALANGEANAS 
DISTAIS, PROXIMAIS e da BASE DO POLEGAR, 
da COLUNA CERVICAL e da LOMBAR e as 
PRIMEIRAS METATARSOFALANGEANAS. 
O principal processo envolvido é a quebra 
da homeostase entre degradação e reparação, 
ocorre um aumento considerável do metabolismo 
celular articular em reposta a uma agressão à 
cartilagem. Resultado? Degradação do tecido 
cartilaginoso + alteração da matriz da cartilagem 
+ remodelação óssea + inflamação tecidual! 
 Alterações PRECOCES: edema da 
cartilagem articular; Perda da estrutura do 
colágeno; Condrócitos aumentam a síntese 
de proteoglicanos, mas também liberam 
mais enzimas que promovem degradação; 
Aumento do teor de água da cartilagem; 
 Alterações TARDIAS: as enzimas de 
degradação quebram os proteoglicanos 
mais rápido que o condrócitos consegue 
produzir; A cartilagem articular fica mais 
fina e mole; Ocorre fissura e quebra da 
cartilagem com tentativa de reparo 
(porém inadequado); O osso subcondral é 
exposto – o líquido sinovial é forçado pela 
pressão do peso para dentro do osso; 
Remodelamento e hipertrofia do osso, 
resultando em esclerose subcondral e 
osteófitos. 
 Os CONDRÓCITOS são a MAIOR FONTE 
de ENZIMAS DEGRADADORAS!  Com 
o tempo: formação de osteófitos! 
 
Os fatores de risco são: 
1. Biomecânicos: dano articular, obesidade, 
deformidade, fraqueza muscular; 
2. Sistêmicos: idade, sexo, raça; 
3. Genéticos: fatores nutricionais, densidade 
óssea, fatores hormonais. 
Idade avançada. É o principal fator de risco 
geral para a doença. O colágeno formado tem 
pior qualidade e menor elasticidade. 
Sexo feminino. Especialmente em OA de 
mãos e joelho. A OA de quadril e joelho é mais 
comum em homens até 50 anos de idade. 
2 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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Raça. Em negros a OA é mais grave. 
Obesidade. A maioria dos sítios aumenta a 
probabilidade de desenvolvimento de OA, 
inclusive articulações que não são envolvidas 
diretamente com carga - pela produção de 
citocinas pró-inflamatórias. 
Alterações mecânicas. Presentes em 
deformidades como varo ou valgo, além de 
displasia de quadril, por exemplo. 
A OA pode ser dividida em 
primária/idiopática (localizada afeta até 3 sítios 
e generalizada mais de 3 sítios) e secundária 
(pós-traumática, congênita, fatores mecânicos, 
doenças metabólicas e outros). 
Recapitulando. . . as articulações TÍPICAS 
mais afetadas na osteoartrite são: 
1. Interfalangianas distais e proximais 
2. 1ª carpometacárpica 
3. Acromioclavicular 
4. Quadril 
5. Joelhos 
6. 1ª metatarsofalangeana do pé 
7. Coluna 
ATÍPICAS? 
1. Punhos 
2. Cotovelos 
3. Ombro (glenoumeral) 
4. Tornozelo 
5. Metacarpofalangeana 
6. Demais metatarsofalangeana dos pés (2° 
a 5°) 
Sintomas clássicos: 
a. Dor articular relacionada ao uso 
b. Rigidez matinal efêmera/fugaz (<30min) 
c. Dor no início do movimento 
(protocinética) 
d. Parestesias e disestesias 
e. Melhora ao repouso 
Sinais: 
a. Dor e sensibilidade à mobilização, palpação 
ou manobras 
b. Crepitação palpável e às vezes audíveis 
c. Espasmo e atrofia da musculatura 
articular satélite 
d. Limitação da amplitude de movimento, em 
geral sem anquilose 
e. Mal alinhamento articular 
f. Derrame articular, comumente relacionado 
a trauma ou uso excessivo da articulação 
g. Sinais discretos de inflamação articular 
h. Presença de nódulos de Heberden 
(interfalangeanas distais) e Bouchard 
(interfalangeanas proximais). 
 
O diagnóstico pode ser feito pela anamnese 
e exame físico, não sendo necessária nem a 
radiografia simples quando a apresentação clínica 
for clássica. O achado obrigatório é a presença 
de dor + epidemiologia compatível + fatores de 
risco. 
A dor vem não da cartilagem (que inclusive 
é aneural) mas sim de estruturas adjacentes que 
tem seus nociceptores estimulados pela própria 
tração mecânica que sofrem ou por substâncias 
inflamatórias liberadas localmente. 
 
3 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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1- Redução do espaço articular; 2- Osteófitos; 3- 
Esclerose óssea subcondral. 
A ultrassonografia pode mostrar derrame 
articular e edema sinovial, podendo 
eventualmente ser útil no diagnóstico diferencial. 
A ressonância magnética é mais sensível 
em mostrar alterações precoces, como edema do 
osso subcondral e alterações meniscais, além de 
derrame articular mesmo leve e alterações da 
cartilagem. 
Tratamento 
Medidas não farmacológicas no tto da OA: 
 Exercícios 
 Repouso 
 Atividades da vida diária e ocupacionais 
 Proteção articular 
 Dieta/controle de obesidade 
 Órteses (palmilhas, bengalas, etc.) 
 Fisioterapia 
Medidas farmacológicas: 
 Medicações intra-articulares: 
corticosteroides, ácido hialurônico 
 Fármacos de sintomáticos de ação rápida: 
AINES (também podem ser tópicos), 
analgésicos comuns, opioides – outros: 
Sulfato de condroitina (apenas para mão); 
Sulfato de glicosamina; Diacereína; 
Extratos não saponificados de soja e 
abacate; Hidrolisados de colágeno; 
Hidroxicloroquina 
Em suma, AINE oral, paracetamol, tramadol 
e a duloxetina são recomendados para os três 
sítios (mãos, joelhos e quadril). Enquanto AINE 
tópico, condroitina e capsaicina tópica apenas 
para mão e joelho. O corticoide intra-articular é 
uma recomendação condicional para mão, 
enquanto para joelho e quadril é forte. 
Para analgesia comum, recomenda-se o 
paracetamol como droga de escolha. 
O colégio americano de reumatologia não 
recomenda o uso de: 
 
Tratamento Cirúrgico?!? 
A artroplastia total é a terapia com melhor 
resultado em OA de joelhos e quadril. É indicada 
quando o tratamento conservador é ineficaz em 
pacientes com dor prolongada ou permanente 
naqueles que começam a desenvolver 
deformidades fixas ou perda da função articular 
e não tiveram resposta satisfatória diante de um 
tratamento otimizado durante 3 a 6 meses. 
 
 
ARTROPATIAS INFLAMATÓRIAS 
IDIOPÁTICAS 
Artrite Reumatoide 
É uma doença inflamatória crônica, comum, 
que afeta homens e mulheres de todas as idades. 
Seu curso é intermitente (“vai e volta”) mas 
insidioso e constante. Afeta principalmente a 
4 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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membrana sinovial e a cartilagem que reveste as 
articulações diartrodiais. 
A doença predomina na faixa etária entre 
25–55 anos, e a preferência é pelo sexo feminino 
(proporção de 3:1). 
OBS.: após os 65 anos a diferença etária da doença 
diminui! 
O TABAGISMO é considerado um dos 
fatores de risco mais bem estabelecidos para AR. 
Outros fatoresde risco: exposição à sílica, ao 
asbesto e à madeira. 
OBS.2: história de AR num parente de 1º grau acarreta 
uma chance 2–10 vezes maior de desenvolver a doença 
do que a população geral. 
A patogênese vem dos eventos destrutivos 
articulares - a proliferação inflamatória da 
membrana sinovial  sinovite! 
OBS.: o tecido em proliferação é chamado de pannus. 
 
Após o início da resposta autoimune, na 
maioria dos pacientes, não desaparece!!! Há 
produção desordenada de citocinas (foco na TNF-
alfa)! 
Autoanticorpos encontrados: 
 Fator reumatoide (cerca de 70–80%) 
 Anti-CCP (cerca de 70–80%) (FR e Anti-
CCP tem ~95% de sensibilidade para a 
patologia!) 
 FAN (30%) 
 VHS 
 Proteína C-reativa 
 p-ANCA (30%) 
O quadro clínico é insidioso, tem queixas 
intermitentes de dor e rigidez articular, há 
sintomas constitucionais na maioria das vezes 
(fadiga, mal-estar, anorexia e mialgia). Com a 
evolução do quadro a forma clássica aparece: 
 Artrite simétrica de pequenas articulações 
das mãos e dos punhos! 
Os pés também podem ser acometidos. A 
doença poupa interfalangianas distais e as 
pequenas articulações dos pés.
5 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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As principais deformidades são: desvio ulnar 
das MCFs + desvio radial do punho (mão em Z ou 
dedos em ventania). 
 
Também são típicas da AR o dedo em 
“pescoço de cisne” e a deformidade em botoeira: 
 
Os joelhos são acometidos na maioria dos 
pacientes. Pode haver derrame articular e 
presença do “sinal da tecla”. Outra alteração 
frequente nos joelhos de pacientes com AR é a 
presença do cisto poplíteo (cisto de Baker). 
 
Nos pés pode haver o chamado “dedo em 
martelo” - pé chato e desvio do eixo dos dedos, 
assim como do tornozelo, levando às 
deformidades em valgo do hálux e tornozelo, por 
exemplo. 
 
No esqueleto axial o acometimento se atém 
à região cervical. Ocorre em quadros de longa 
data e culminam na temida subluxação 
atlantoaxial (articulação entre C1 e C2). 
Manifestações Extra-articulares 
Por tratar-se de uma doença sistêmica, é 
comum encontrarmos sintomas constitucionais 
no início do quadro, como fadiga, astenia, mal-
estar, redução do apetite e perda de peso. 
As manifestações extra-articulares ocorrem 
em cerca de 40% dos pacientes com AR. 
Manifestações cutâneas 
Os nódulos subcutâneos são a principal 
manifestação cutânea da AR. Surgem mais 
frequentemente em áreas de atrito, como 
cotovelos, superfície extensora em áreas de atrito 
(cotovelos, superfície extensora dos antebraços e 
sobre articulações dos dedos). 
Não tem tratamento específico e costumam 
regredir com o tratamento geral da doença. 
Manifestações oculares 
A mais comum é a ceratoconjuntivite seca 
associada à síndrome de Sjögren secundária. 
Episclerite e esclerite são incomuns, mas 
levantam fortes suspeitas sobre a presença de 
doenças reumatológicas autoimunes. 
Manifestações pulmonares 
Todas as estruturas da árvore respiratória 
podem ser envolvidas isoladamente ou em 
associação. 
6 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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Há presença de nódulos reumatoides na 
região subpleural ou septal e podem cavitar – 
geralmente o quadro é assintomático.
Pode haver também doença intersticial 
pulmonar, caracterizada por fibrose assimétrica 
predominando nas bases. As principais queixas 
dos pacientes são dispneia e tosse seca com 
estertores crepitantes na ausculta pulmonar. 
Manifestações cardiovasculares 
A pericardite é a manifestação cardíaca 
mais comum da AR e está presente em cerca de 
50% dos pacientes em estudos que envolvem 
eletrocardiograma, ecocardiograma e necropsia. 
Nódulos reumatoides podem ser 
encontrados no miocárdio, pericárdio e sobre as 
valvas e podem causar distúrbios de condução 
cardíaca. 
Embora sejam acometimentos graves, a 
maioria costuma ser assintomática. 
Manifestações vasculíticas 
Pacientes com AR podem apresentar 
púrpura palpável em MMII associada à vasculite 
leucocitoclástica. 
Manifestações neurológicas 
Polineuropatia (sensitiva ou sensitivo-
motora) e mononeurite múltipla. 
Manifestações hematológicas 
A síndrome de Felty caracterizada pela 
ocorrência de esplenomegalia e neutropenia em 
paciente com AR. É rara e ocorre em indivíduos 
mais velhos com doença de longa data e fator 
reumatoide positivo. 
Manifestações renais 
Acometimento renal diretamente por 
atividade da AR é incomum e envolve 
glomerulonefrite e vasculite. 
Frente a um paciente com AR apresentando 
proteinúria e síndrome nefrótica, sua principal 
hipótese diagnóstica deve ser a amiloidose do 
tipo AA (ou secundária). 
Exames Complementares 
Pode haver anemia de doença crônica, 
plaquetose e ainda leucopenia e neutropenia, para 
a possibilidade de síndrome de Felty em 
pacientes com doença de longa data. 
Além do hemograma, exames como 
transaminases e função renal devem ser 
solicitados inicialmente e em todas as consultas 
de seguimento pelo risco de toxicidade 
medicamentosa frequentemente associada a 
anti-inflamatórios e imunossupressores. Proteína 
C-reativa (PCR) e VHS estão aumentados na 
maioria dos casos. O FAN é positivo em 30% a 
50% dos casos. 
Em casos duvidosos quanto ao diagnóstico 
ou coexistência de outras condições (p.ex., gota e 
artrite infecciosa), devemos realizar artrocentese 
e encaminhar o líquido sinovial para análise. 
O líquido típico da AR tem caráter 
inflamatório e celularidade entre 2.000/mm³ a 
50.000/mm³ com 20% a 75% de 
polimorfonucleares. 
7 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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 Fator Reumatoide – FR: presente em 70% 
a 80% dos pacientes com AR  
sensibilidade de 65% a 75% e 
especificidade em torno de 80% a 85% 
 Anti-CCP: tem sensibilidade semelhante ao 
FR mas tem maior especificidade para o 
diagnóstico de AR. 
Exames de imagem? SIM! 
De modo geral, os primeiros sítios 
acometidos em mãos e punhos são as 
metacarpofalangeanas (principalmente 2ª e 3ª), 
interfalangeanas proximais e processo estiloide 
da ulna e, nos pés, as metatarsofalangeanas. 
Lembre-se de que a AR é uma artropatia 
inflamatória caracteristicamente simétrica, logo o 
ideal é sempre solicitar radiografias bilaterais. 
A radiografia convencional (RX) é o exame 
de escolha para avaliar dano estrutural, devendo 
ser solicitada ao diagnóstico e durante o 
seguimento do paciente para avaliar progressão 
radiológica da doença. 
Diagnóstico 
Para melhora da sensibilidade e detecção 
mais precoce dos casos, houve atualização dos 
critérios do American College of Rheumatology 
(ACR) de 1987 pelo ACR/EULAR em 2010:
 
Para diagnóstico definitivo é necessária pontuação >ou= 6.
Tratamento 
O objetivo principal é controle da atividade 
de doença para melhora sintomática, prevenção 
de sequelas, redução do risco CDV e melhora da 
qualidade de vida dos pacientes. 
8 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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Os sintomáticos têm como representantes 
os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e 
glicocorticoides. 
Drogas antirreumáticas modificadoras do 
curso da doença (DMARDs) são drogas capazes 
de retardar ou prevenir progressão radiológica e 
que, por isso, devem ser iniciadas assim que 
estabelecido o diagnóstico da AR. 
 
De modo geral, para controle das queixas 
articulares, utilizamos doses de prednisona de, no 
máximo, 15 mg/dia ou AINEs em dose plena, 
desde que respeitada sua posologia. 
9 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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A base do tratamento são os DMARDs, 
especialmente o metotrexato (MTX), droga de 
primeira escolha no tratamento da AR. 
Metotrexato deve ser prescrito, inicialmente, em 
doses de 7,5 mg a 12,5 mg por semana até a dose 
máxima de 25 mg por semana  lembrar de 
associar ácido fólico quando realizar tratamento 
com o MTX. 
Sulfassalazina ou leflunomida devem ser 
prescritas se houver falha, intolerância ou 
toxicidade ao MTX. Os antimaláricos, como 
cloroquina e hidroxicloroquina, devem ser 
utilizados em associação com outros DMARDs. 
Artrite Idiopática Juvenil - AIJ 
Se trata de um grupo heterogêneo de 
doenças características da infância que têm a 
artrite crônica (duração >ou= 6 meses) como 
manifestação essencial. 
Critérios de classificação da AIJ (proposto 
pela ILAR - International League Against 
Rheumatism): 
 
 
10 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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A forma mais comum de AIJ é a 
oligoarticular (50–60% de todos os casos), 
seguida pela poliarticular (30–35%) e depois pela 
forma de início sistêmico (10–20%). 
A forma oligoarticular tem seu pico de 
incidência entre 2-4 anos de vida. Na poliarticular 
há dois picos etários: 2-4 anos e 10-14 anos. Já a 
forma de início sistêmico tem distribuição 
homogênea ao longo do tempo, sem picos de 
maior incidência. 
Sua etiopatogênese vem de diversas 
interações: HLA, HLA-DR8, HLA-DR4 e HLA-B27 
por exemplo, aumentam o risco de seu 
desenvolvimento. 
É obrigatório para diagnóstico de qualquer 
forma de AIJ a presença de artrite, tendo, 
portanto: 
1. Derrame sinovial OU 
2. Presença de pelo menos dois dos 
seguintes sinais e sintomas: 
- Dor à mobilização articular 
- Limitação ao arco do movimento 
- Aumento da temperatura local 
- Eritema articular 
Forma Oligoarticular 
Cursa com artrite em 1-4 articulações nos 
primeiros 6 meses de doença em geral afetando 
MMII (joelhos e tornozelos). Se o quadro se 
estender para mais de 6 meses, temos o quadro 
de “oligoartrite estendida”. 20% dos portadores 
de AIJ evoluem com uveíte anterior crônica. 
Forma Poliarticular 
Cursa com artrite em cinco ou mais 
articulações, em geral afetando membros 
superiores e inferiores ao mesmo tempo. Pode 
haver acometimento das articulações 
temporomandibulares e coxofemorais também. 
Inclusive, acometimento da coluna cervical (risco 
de tetraplegia). 
 Estes pacientes têm quadro semelhante a 
AR! E podem ter fator reumatoide positivo. 
Forma Sistêmica – Doença de Still 
Cursa com artrite em um número variável 
de articulações, sendo, em geral, uma poliartrite 
destrutiva que afeta membros superiores e 
inferiores, além das temporomandibulares, 
coxofemorais e coluna cervical. 
Para confirmar seu diagnóstico é necessário 
ter artrite em pelo menos uma articulação + 
febre + acometimento visceral proeminente 
(linfadenopatia generalizada e 
hepatoesplenomegalia)! A FEBRE é diária, 
devendo ter duração > 2 semanas. Durante o 
episódio febril costuma aparecer o clássico rash 
macular rosa-salmão em tronco superior e região 
proximal dos membros. 
Alterações Laboratoriais gerais 
 Anemia de doença crônica 
 Leucocitose 
 Trombocitose 
 VHS / Proteína C-Reativa aumentadas 
11 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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 FAN + (40-85% dos casos, exceto nos da 
doença de início sistêmico) 
 Fator reumatoide (5-10% das AIJ 
poliarticulares) 
 Anti-CCP 
 Cumpre ressaltar que na AIJ de início 
sistêmico os parâmetros inflamatórios em 
geral estão MUITO alterados! 
As alterações radiográficas esperadas na 
AIJ são essencialmente as mesmas encontradas 
na AR do adulto... Aumento de partes moles 
seguido de osteopenia justarticular progressiva, 
erosões das cartilagens e osso subcondral, fusão 
articular. 
Tratamento 
Forma Oligoarticular: as drogas de escolha 
são os AINE (Anti-Inflamatórios Não Esteroidais), 
que podem ser usados em monoterapia, até a 
remissão do quadro (desfecho frequente na AIJ 
oligoarticular). 
Pacientes que não respondem após 4–6 
semanas de tratamento, ou que apresentam 
graves limitações ao movimento articular, como 
as contraturas em flexão, se beneficiam do uso 
de glicocorticoides intra-articulares (ex.: 
triancinolona de depósito). Se o paciente ainda 
for refratário  Drogas Antirreumáticas 
Modificadoras de Doença (DARMD). 
Forma Poliarticular: os AINE podem ser 
prescritos para alívio rápido de sintomático, mas 
é preciso iniciar precocemente uma DARMD, 
sendo o fármaco de escolha o metotrexato. 
Pacientes refratários ao metotrexato devem 
partir para as DARMD “biológicas”, como os 
antagonistas do TNF-alfa (infliximabe, 
etanercepte, adalimumabe, etc.). Corticoides são 
prescritos nestes pacientes em exceções. 
Forma de Início Sistêmico: quadros leves 
podem ser inicialmente abordados com um AINE 
em monoterapia. Na ausência de resposta, muitos 
reumatologistas ainda optam por associar um 
glicocorticoide sistêmico, mas a tendência 
moderna é evitar os glicocorticoides, partindo 
para uma DARMD convencional, como o 
metotrexato, ou um agente biológico, como os 
bloqueadores de TNF-alfa. 
ESPONDILOARTROPATIAS 
SORONEGATIVAS 
Neste grupo discutiremos a respeito de: 
 Espondilite anquilosante. 
 Artrite reativa (incluindo a síndrome de 
Reiter). 
 Artrite psoriásica. 
 Artropatia enteropática. 
Espondilite Anquilosante - EAQ 
"Espôndilo" significa vértebra e "anquilose" 
significa fusão. 
 
https://www.drwilliamzarza.com.br/espondilite-
anquilosante/. Posição do esquiador. 
Predomina em homens (3:1). Tem pico de 
incidência na vida adulta (~23 anos). 
Tem como importante marcador genético o 
HLA-B27  presente em 90% dos casos. 
As articulações mais acometidas são 
aquelas de natureza "ligamentar", como as do 
quadril e da coluna vertebral. A articulação mais 
https://www.drwilliamzarza.com.br/espondilite-anquilosante/
https://www.drwilliamzarza.com.br/espondilite-anquilosante/
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Khilver Doanne Sousa Soares 
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precocemente (e caracteristicamente) envolvida 
é a sacroilíaca – merecem destaque também a 
entesite da sínfise púbica, calcâneo, patela e 
articulação do manúbrio-esternal. No entanto, 
toda articulação possui componentes 
ligamentares e, portanto, qualquer uma pode ser 
envolvida. 
Na coluna a entesite se inicia na região 
anterior da vértebra, se transformando numa 
protuberância óssea denominada sindesmófito. 
 
 Clássica coluna em bambu! Culminando na postura 
adotada e inconfundível: posição do esquiador! 
Diferença da artrite periférica da EA para 
a da AR? Na EA, não há vilosidades sinoviais 
exuberantes. Erosões cartilaginosas centrais 
causadas pela proliferação de tecido de 
granulação subcondral são raras na AR e comuns 
na EA! E na EA a artrite periférica predomina em 
membros inferiores, tendo comumente padrão 
assimétrico. 
O envolvimento da coluna se faz de forma 
ascendente, começando pelas articulações 
sacroilíacas e coluna lombossacra, atingindo 
posteriormente a coluna torácica e cervical. 
O primeiro sintoma costuma ser a dor 
lombar (pela sacroileíte), tipicamente unilateral 
(pelo menos no início), insidiosa e profunda, 
acompanhada de rigidez matinal ou após longos 
períodos de inatividade. Essa rigidez melhora com 
as atividades físicas, mas retorna tão logo o 
doente volte a permanecer em repouso. Com a 
cronicidade, o paciente levanta a noite para 
melhora da dor e há redução da amplitude do 
movimento da coluna lombar. 
A limitação da mobilidade lombar pode ser 
vista pelo testede Schober: traço uma linha reta 
imaginária na altura das cristas ilíacas do 
paciente, risco com caneta/pincel 10 cm acima 
(com o paciente em posição ortostática e ereto). 
Após isso peço para que o paciente estique os 
braços para frente e tente tocar os dedos dos 
pés, se alongue o quanto conseguir sem dobrar 
os joelhos. Ao atingir sua extensão máxima, 
repetimos a medida dos pontos iniciais e o valor 
mínimo deve ser de 15 ou mais cm – uma 
extensão <5cm é patológica! 
 
A uveíte anterior aguda é a manifestação 
extra-articular mais comum da EA, ocorrendo em 
30–40% dos indivíduos em algum momento da 
evolução da doença, principalmente naqueles que 
têm o HLA-B27. 
O comprometimento pulmonar mais comum 
na EA é caracterizado pelo desenvolvimento 
insidioso de fibrose pulmonar dos lobos 
superiores – geralmente surge após 2 décadas 
de doença. 
Até 10% dos pacientes com EA grave 
desenvolvem insuficiência aórtica, cardiomegalia 
e distúrbios permanentes de condução. 
Cerca de 1–3% dos casos de EA acabam 
desenvolvendo amiloidose secundária. 
Os pacientes com EA ainda podem 
desenvolver uma insidiosa “síndrome da cauda 
equina”. Os sintomas iniciais incluem perda 
sensorial nos dermátomos sacrais (“anestesia 
perineal em sela”), dor e fraqueza dos membros 
inferiores, com hiporreflexia e flacidez. 
Até 60% dos pacientes podem vir a 
apresentar inflamação no cólon ou íleo, o que 
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Khilver Doanne Sousa Soares 
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geralmente é assintomático. No entanto, cerca de 
5–10% dos pacientes com EA abrem o quadro 
florido de doença inflamatória intestinal. 
Diagnóstico 
 
*Lombalgia com duração ≥ 3 meses, que apresenta pelo menos quatro das seguintes características: (1) idade de início 
< 40 anos; (2) início insidioso; (3) melhora com exercícios físicos; (4) ausência de melhora com repouso; (5) a dor 
noturna melhora quando o paciente se levanta... São indícios que reforçam a hipótese de dor lombar inflamatória, mas 
não fazem parte dos critérios formais: (1) rigidez matinal > 30min; (2) a dor desperta o paciente apenas na segunda 
metade da noite; (3) alternância com dor nas nádegas. Quanto maior o número de caracteres semiológicos típicos, 
mais seguro é o diagnóstico de lombalgia inflamatória crônica.
OBS.: lembrando que acima estão os critérios de 
classificação que fazem referência a uma 
espondiloartrite axial – termo que descreve com mais 
acurácia a doença em suas FASES INICIAIS! 
Tratamento 
Os AINE (Anti-Inflamatórios Não 
Esteroidais) são comprovadamente efetivos no 
controle da dor e rigidez da doença, devendo ser 
utilizados como terapia de primeira linha para 
todos os pacientes sintomáticos com EA. 
OBS.: Os glicocorticoides sistêmicos (prednisona) NÃO 
DEVEM SER PRESCRITOS; além de não melhorarem os 
sintomas, ainda podem piorar a osteoporose vertebral e 
justarticular relacionada à doença. 
A sulfassalazina (na dose de 2–3 g/dia) 
pode ser utilizada, com discreto benefício, 
principalmente em pacientes com artrite 
periférica. Um curso de sulfassalazina pode ser 
tentado nesses pacientes antes do início do 
tratamento com agentes biológicos 
(neutralizadores do TNF-alfa). 
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Khilver Doanne Sousa Soares 
Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! 
Os agentes biológicos neutralizadores do 
TNF-alfa aumentaram o sucesso terapêutico da 
EA, pois, com seu uso, demonstrou-se melhora 
dos sintomas, melhora radiográfica e melhora dos 
indicadores objetivos e subjetivos. 
Artrite Reativa 
O termo "artrite reativa" deve ser reservado 
para classificar as formas de inflamação 
articular, não supurativas, que têm origem em um 
processo infeccioso a distância. 
Utilizamos o termo "síndrome de Reiter" 
quando a artrite reativa está associada a outras 
manifestações inflamatórias, compondo a 
síndrome: artrite + conjuntivite + uretrite  
tríade comum quando os agentes etiológicos são 
Shigella e Chlamydia. 
 
Como membro do grupo das 
espondiloartropatias soronegativas, existe uma 
forte correlação com o HLA-B27. 
Acomete principalmente indivíduos entre 
18–40 anos, mas pode ocorrer em outras faixas 
etárias. A proporção entre os sexos é igual. 
Os principais agentes infecciosos 
relacionados ao desenvolvimento de artrite 
reativa são: 
 Diarreias infecciosas: Shigella, Salmonella, 
Campylobacter e Yersinia (esses agentes 
cursam tipicamente com diarreia invasiva, 
com sangue, muco e pus nas fezes); 
 Doença venérea: Chlamydia trachomatis. 
A artrite reativa tem a sua apresentação 
clínica variável, desde uma monoartrite efêmera 
até um quadro multissistêmico grave. A maioria 
dos pacientes desenvolve a artrite 1–4 semanas 
após o relato da infecção (diarreia) ou da relação 
sexual que transmitiu a doença venérea (período 
de incubação). 
Os sintomas constitucionais são comuns: 
fadiga, mal-estar, febre e perda ponderal. Os 
sintomas musculoesqueléticos são de caráter 
agudo, desenvolvendo-se em poucos dias. 
A artrite é, em geral, oligoarticular, 
assimétrica, aditiva e afeta principalmente os 
membros inferiores (em especial o joelho). 
Nos homens pode-se ainda observar 
prostatite e, nas mulheres, cervicite ou salpingite. 
Manifestações associadas: balanite 
circinada, ceratoderma blenorrágico, uveíte 
anterior, dactilite, úlcera oral. 
 
Balanite circinada. 
 
Ceratoderma blenorrágico. 
 
Uveíte anterior. 
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Khilver Doanne Sousa Soares 
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Dactilite (dedos em salsicha). 
Alterações das unhas podem ser 
observadas, como onicólise, pigmentação distal 
amarelada e hiperceratose empilhada. 
Manifestações menos comuns são: 
problemas de condução cardíaca, insuficiência 
aórtica, lesões do sistema nervoso e infiltrados 
pulmonares. 
Achados laboratoriais incluem aumento da 
VHS e anemia. 
PADRÃO: 
 Oligoartrite periférica de GRANDES 
articulações 
 Articulação CLASSICAmente acometida: 
joelho 
 Diagnóstico? Paciente com artrite 
assimétrica periférica, geralmente em 
MMII, com história positiva de infecção 
prévia 
Diagnóstico 
A análise do líquido articular pode ser útil, 
na medida em que possibilita afastar possíveis 
diagnósticos diferenciais, como artrite por 
cristais e artrite infecciosa. 
A hemocultura e a cultura das lesões 
cutâneas e do líquido articular podem confirmar 
o diagnóstico da infecção gonocócica. 
 HLA-B27 NÃO É ESSENCIAL para o 
diagnóstico!!! 
A diferenciação da artrite psoriásica pode 
ser feita por esta última geralmente apresentar 
início gradual, com a artrite acometendo mais os 
membros superiores e por geralmente não 
apresentar ulcerações orais, nem uretrite ou 
sintomas intestinais associados. 
Tratamento 
Os sintomas agudos devem ser tratados 
com AINE, sendo geralmente necessário o uso 
de doses máximas. Antes de outras intervenções, 
geralmente é recomendado um curso mínimo de 
duas semanas de AINE. 
Os corticoides sistêmicos raramente são 
usados, devendo ser empregados quando não 
houver resposta a pelo menos dois tipos de AINE. 
Corticoides intra-articulares podem ser utilizados 
para o tratamento de tendinites e entesites. 
O uso da sulfassalazina (0,5–3,0 g/dia) está 
reservado para casos refratários aos tratamentos 
anteriores. Alguns autores consideram ainda o 
tratamento com metotrexato ou azatioprina. 
Os agentes neutralizadores do TNF-alfa 
estão reservados para os pacientes que não 
responderam ao tratamento com AINE + 
glicocorticoides intra-articulares + sulfassalazina 
ou que apresentam contraindicação ao 
tratamento com sulfassalazina. 
Artrite Psoriásica 
É uma artropatia inflamatória crônica que 
afeta entre 4–30% dos portadores de psoríase. 
Em cercade 80% das vezes, as lesões cutâneas 
da psoríase precedem o surgimento das 
manifestações articulares. 
 Todo paciente com artrite crônica recém-
diagnosticada deve ser submetido a um 
exame dermatoscópico abrangente e 
cuidadoso!!! 
A artrite psoriásica não tem preferência por 
sexo e, em geral, aparece na faixa etária entre 
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30–55 anos. A positividade do HLA-B27 se 
associa com a ocorrência de sacroileíte e 
envolvimento axial. 
Os 5 padrões clínicos da patologia são: 
 Poliartrite periférica simétrica (lembra a 
AR) – 40% dos casos: poliartrite simétrica 
de pequenas articulações das mãos e 
punhos (sem "pegar" as IFD), um quadro 
clinicamente indistinguível da artrite 
reumatoide. O grande norteador do 
diagnóstico diferencial é que, na artrite 
psoriásica, o fator reumatoide é 
tipicamente negativo!; 
 Oligoartrite periférica assimétrica (lembra 
artrite reativa) – 30% dos casos: se 
apresenta inicialmente como uma 
oligoartrite assimétrica, envolvendo, na 
maioria das vezes, uma grande articulação, 
como o joelho. As demais articulações 
afetadas são geralmente as 
metatarsofalangianas ou interfalangianas 
dos pés. A dactilite ("dedo em salsicha") 
costuma estar presente, sendo o principal 
indício de entesite nesses doentes; 
 Envolvimento das interfalangianas distais 
(padrão clássico da artrite psoriásica) – 
15% dos casos: artrite predominante nas 
interfalangianas distais, de distribuição 
assimétrica, que vem acompanhada (> 
90% das vezes) de lesões nas unhas 
adjacentes. Vale recordar que o 
envolvimento das IFD afasta a hipótese 
de artrite reumatoide; 
 Artrite mutilante (raramente é o padrão 
inicial) – 5-10% dos casos: Caracteriza-se 
por uma poliartrite 
 Periférica destrutiva (predominando em 
mãos e pés), que se acompanha de 
intensa osteólise. Ao RX, podemos observar 
a clássica "deformidade em ponta de lápis" 
(as extremidades das falanges se tornam 
pontiagudas pela dissolução subperiosteal 
irregular do tecido ósseo). Casos 
avançados cursam com destruição quase 
completa das falanges e consequente 
encurtamento dos dedos. Com isso, há 
dobras na pele e o examinador consegue 
“esticar” o dedo do paciente até a posição 
original  "deformidade em telescópio" 
ou em "binóculo de teatro"; 
 Envolvimento do esqueleto axial (lembra 
EAQ) – 5% dos casos: apresentam 
acometimento axial na forma de 
sacroileíte e/ou espondilite. Tais alterações 
costumam ser assimétricas e aleatórias. 
Os sindesmófitos aparecem apenas em 
uma das margens laterais dos discos 
intervertebrais e em qualquer nível, sem 
obedecer uma progressão ascendente. 
A VHS costuma estar elevada na artrite 
psoriásica. A hiperuricemia é outro achado 
frequente, principalmente na vigência de psoríase 
extensa. 
Tratamento 
Casos leves podem ser satisfatoriamente 
controlados apenas com AINE. Casos mais graves 
ou refratários devem ser abordados com 
metotrexato (que inclusive também pode 
melhorar as lesões cutâneas). Agentes anti-TNF 
são indicados (em associação ao metotrexato) 
para pacientes que apresentam resposta 
incompleta à DARMD após 3 meses de 
tratamento (persistência de 3 ou mais 
articulações afetadas). Os agentes anti-TNF 
também podem ser empregados desde o início 
do tratamento quando a doença é diagnosticada 
em estágio já avançado, com erosão articular e 
limitação funcional importante. 
Artropatias Enteropáticas 
Incluem o grupo de doenças articulares 
inflamatórias que tem como causa condições 
intestinais em sua origem. 
Lembrar de pesquisar por doença de Crohn 
ou retocolite ulcerativa. 
Os padrões clínicos podem ser de 2 tipos: 
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Khilver Doanne Sousa Soares 
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 Artropatia periférica: cerca de 20% dos 
pacientes com doença de Crohn grave e 
cerca de 2 a 7% dos pacientes com colite 
ulcerativa. Há poliartrite migratória aguda, 
com início abrupto e acometimento de 
grandes articulações dos MMII. As 
articulações mais afetadas são os joelhos 
e os tornozelos, seguidos pelas 
interfalangianas proximais, cotovelos, 
ombros e punhos. É tipicamente uma 
poliartrite inflamatória não erosiva de 
grandes articulações. 
A crise aguda típica é atingida em 24 
horas afetando 1 articulação num membro 
inferior. O TRATAMENTO deve ser dirigido 
ao distúrbio intestinal de base; 
 Espondiloartropatia: cerca de 20% dos 
pacientes com doença intestinal 
inflamatória desenvolvem sacroileíte e, 
ocasionalmente, espondilite grave. É 
indiferenciável da EAQ e há presença do 
HLA-B27 em 50-70% dos casos. 
Achados radiográficos indiferenciáveis da 
EAQ! 
Os testes de fator reumatoide são 
negativos. 
TRATAMENTO: a terapia é a mesma da 
espondilite anquilosante clássica e, apesar 
da doença intestinal, os AINE costumam 
ser bem tolerados. 
EXTRA – Artrite Séptica 
A artrite séptica é uma emergência médica 
devido ao grande potencial de causar rápida 
destruição da cartilagem e ossos, bem como a 
possível disseminação sistêmica. 
Ocorre mais comumente nas articulações 
do quadril e joelho – o ombro é a 3ª localização 
mais comum. 
De acordo com alguns estudos publicados, 
Staphylococcus aureus e Staphylococcus 
epidermidis são os organismos mais comumente 
identificados. 
A infecção deve ser suspeitada em todo 
paciente apresentando dor e rigidez progressiva 
do ombro, presença de marcadores inflamatórios 
elevados e dor refratária à utilização de 
antiinflamatórios ou corticosteroides por curto 
período de tempo. 
O tratamento agressivo precoce é crucial 
para aliviar a dor, impedir a destruição óssea e 
articular. 
Antibioticoterapia empírica seguida do uso 
de antibióticos de acordo com o antibiograma 
devem ser instituídos o mais rápido possível a fim 
de evitar-se complicações locais e/ou sistêmicas. 
O acometimento pode ser hematogênico: a 
infecção foi do sangue para a articulação; Ou 
pode ser contíguo: quando acometo diretamente 
a articulação (ex.: perfuração com 
prego/estaca/etc. diretamente sobre uma 
articulação). 
O derrame articular é purulento e sempre 
devo puncionar o local antes de iniciar 
antibioticoterapia se desconfio de artrite séptica. 
 Aspirado purulento + > 50’000 células + 
GRAM POSITIVOS (oxacilina – 1g de 4/4 h ou 2g 
de 6/6) + GRAM NEGATIVOS (ceftriaxona – 1g 
de 12/12h ou 2g de 24/24h) 
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Referências 
Medcurso 2023. Reumato. Artrites 
soropositivas e soronegativas. 
MAIA, Roberto. et. al. Artrite Séptica 
Bilateral dos Ombros: Relato de Caso e 
Revisão da Literatura. Revista Científica 
HSI, Bahia, v.5, n.1, p.23-30, 2021.

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