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Prévia do material em texto

Autor: Prof. Alexandre Gomes Ferreira
Colaboradores: Prof. Fábio Pozati
 Prof. Adilson Rodrigues Camacho
Fundamentos 
Geográficos do Turismo
Professor conteudista: Alexandre Gomes Ferreira
Graduado em 2010 pela Universidade Federal do Paraná. Mestre em Geografia na área de planejamento urbano 
regional, no ano de 2013, pela mesma instituição. Docente no ensino superior e em pós-graduação lato sensu há mais 
de 8 anos, transitando por diversos cursos e temáticas. Possui várias orientações de projetos de pesquisa nos cursos 
superiores, bem como orientações de trabalhos de conclusão de curso e artigos de pós-graduação. Professor adjunto 
dos cursos de Relações Internacionais, Turismo e Geografia na UNIP, além de consultor na área ambiental. 
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
F383f Ferreira, Alexandre Gomes.
Fundamentos Geográficos do Turismo / Alexandre Gomes 
Ferreira. – São Paulo: Editora Sol, 2020.
100 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Turismo. 2. Geografia. 3. Regionalização. I. Título.
CDU 380.8
U505.79 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Jaci Albuquerque
 Giovanna Oliveira
Sumário
Fundamentos Geográficos do Turismo
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 A GEOGRAFIA DO TURISMO NO BRASIL: DIFERENCIAÇÕES FUNDAMENTAIS 
ENTRE O TURISMO E A GEOGRAFIA ...............................................................................................................9
1.1 Fundamentos do turismo ...................................................................................................................9
1.2 Fundamentos da geografia .............................................................................................................. 11
2 CONCEITOS GEOGRÁFICOS FUNDAMENTAIS ...................................................................................... 13
2.1 O conceito de espaço e sua complexidade ................................................................................ 13
2.2 Paisagem e natureza ........................................................................................................................... 16
2.2.1 Paisagem natural .................................................................................................................................... 17
2.2.2 Paisagem cultural ou antrópica ........................................................................................................ 17
2.3 Região ....................................................................................................................................................... 19
2.4 O território .............................................................................................................................................. 23
3 A GEOGRAFIA DO TURISMO E A GLOBALIZAÇÃO............................................................................... 25
3.1 A globalização e as condições necessárias para a criação 
da indústria do turismo ............................................................................................................................. 27
4 INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA DO BRASIL ............................................................................................... 30
Unidade II
5 A CRIAÇÃO DAS CINCO GRANDES REGIÕES E A REGIÃO NORTE: 
A REGIONALIZAÇÃO BRASILEIRA ................................................................................................................. 41
5.1 A região Norte: riqueza, conflito e o futuro da Amazônia .................................................. 43
5.1.1 Aspectos gerais ....................................................................................................................................... 43
5.1.2 Conflitos e contradições do processo de desenvolvimento .................................................. 45
6 AS REGIÕES NORDESTE E CENTRO-OESTE ............................................................................................ 51
6.1 O Nordeste: entre a diversidade e a desigualdade ................................................................. 51
6.1.1 O Nordeste e suas sub-regiões geográficas: a Zona da Mata .............................................. 56
6.1.2 O agreste .................................................................................................................................................... 58
6.1.3 O semiárido ............................................................................................................................................... 58
6.1.4 O meio-norte ............................................................................................................................................ 61
6.2 O Centro-Oeste: a expansão da fronteira agrícola e suas contradições ........................ 62
7 O SUDESTE: O MOTOR INDUSTRIAL E A SÍNTESE DAS CONTRADIÇÕES BRASILEIRAS ........ 66
7.1 O macroeixo Rio-São Paulo ............................................................................................................. 70
8 O SUL DO BRASIL ........................................................................................................................................... 72
7
APRESENTAÇÃO
A geografia, como uma ciência que objetiva o estudo do espaço geográfico, compreendido 
não de forma passiva, é capaz de trazer uma contribuição significativa aos estudos sociais, mas 
fundamentalmente ao turismo.
Em que perspectiva se daria tal relação? 
Bem, o turismo, como uma atividade social, apresenta grande capacidade de modificação da 
paisagem, o que por si só parece um ponto fundamental, já que o conceito de paisagem é, também, um 
objeto de análise da geografia, porém essa relação não para por aqui.
A atividade turística, cada vez mais significativa do ponto de vista econômico, na atualidade é fruto 
de uma conjuntura espaço-temporal contemporânea, ou seja, só se torna viável como um produto de 
massa em função de uma série de transformações sociais e tecnológicas típicas da segunda metade 
do século XX, como o avanço dos meios de transportes e comunicação, elementos que alteraram 
completamente a perspectiva geográfica do mundo – sim, o mundo encolheu.
Se cabe à geografia, como ciência, estudar o espaço e como a sua dinâmica pode traduzir as relações 
sociais, ao turismo cabe utilizá-lo como objeto de realização, ou seja, de consumo. E quando se acrescenta 
que o turismo, além de dinamizar a economia de uma localidade, pode gerar outros potenciais impactos 
sociais, culturais e ambientais não apenas positivos, mas fundamentalmente negativos, parece-nosmais do que primordial que o conhecimento geográfico, como uma ferramenta analítica do espaço 
geográfico, seja utilizado para tentar otimizar seus efeitos positivos.
Por fim, com base no contexto apresentado, esperamos que, ao final deste livro-texto, você esteja 
apto para: 
•	 Analisar o turismo como um conjunto de atividades predominantemente econômicas, mas com 
potencial de exercício das múltiplas dimensões sociais (geográfica, cultural, política, biológica) 
e de variedade de usos de recursos socioambientais (produzindo a própria diversidade do 
mundo) – portanto, como produtor e consumidor de espaços nos lugares (no plano da vida) 
e no mundo (das relações políticas e comerciais internacionais).
•	 Conceituar e interpretar as dinâmicas das categorias do espaço geográfico, bem como proceder 
análises em seus usos pelo turismo.
•	 Estimular e desenvolver a capacidade de observação, de compreensão e de descrição do espaço 
brasileiro (natural e transformado).
8
INTRODUÇÃO
É inegável que o turismo figura entre os fenômenos mais marcantes e/ou significativos dos séculos 
XX e XXI, seja quando se leva em consideração a sua importância econômica, seja pela quantidade de 
impactos socioambientais que a atividade pode gerar.
A sua relação com a geografia é mais do que notória, já que o turismo, enquanto atividade social, 
revela-se como um fenômeno geográfico, pois é no espaço, e nós nele, que essa atividade se torna possível.
Autores diversos costumam tratar da geografia do turismo como algo pontualmente caracterizável, 
uma subárea do saber que seria responsável por analisar os padrões de distribuição espacial da oferta e 
da demanda, dos movimentos e dos fluxos, porém, nosso entendimento e objetivo é ir além.
Considerando que o turismo é por natureza uma atividade que transforma e consome o espaço, 
compreender bem a geografia, como uma ciência espacial, seus principais conceitos, características e 
elementos transformadores em nosso atual momento histórico, perfaz uma ferramenta básica a todo 
turismólogo e esse é o nosso intuito.
Para facilitar a compreensão deste livro-texto, iniciaremos nosso diálogo tratando de aspectos 
estruturais, conceitos e caracterizações, assim como uma apresentação inicial e mais geral da geografia 
do Brasil. Posteriormente focaremos a geografia do Brasil regional, apresentado as suas principais 
riquezas e problemáticas, como as diferenças regionais.
9
FUNDAMENTOS GEOGRÁFICOS DO TURISMO
Unidade I
1 A GEOGRAFIA DO TURISMO NO BRASIL: DIFERENCIAÇÕES FUNDAMENTAIS 
ENTRE O TURISMO E A GEOGRAFIA
Quem veio primeiro, a geografia ou o turismo? A provocação colocada pela pergunta nos remete a 
outra do tipo: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?
Embora possa parecer meio anedótica, a colocação pode ser um importante ponto de partida para 
instigar a curiosidade sobre a temática. Para tanto, compreender o que é a geografia e o que é o turismo 
torna-se fundamental.
1.1 Fundamentos do turismo 
De acordo com a Enciclopédia Britânica, o turismo pode ser definido como “o ato e o processo de 
passar um tempo longe de casa em busca de recreação, relaxamento e prazer, enquanto faz uso da 
prestação comercial de serviços” (TURISMO, 2020, tradução nossa).
A Organização Mundial do Turismo (OMT) utiliza a seguinte definição:
O turismo compreende as atividades que realizam as pessoas durante suas 
viagens e estadas em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um 
período consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou 
outras (OMT, 2001, p. 38).
Ainda sobre a definição de turismo, Colantuono (2015) dispõe o seguinte:
O turismo é um complexo processo que não só envolve o propósito da 
viagem, bem como a infraestrutura e os custos necessários para viabilizá-lo 
e a satisfação final do viajante que o demanda. Ele envolve uma infinidade 
de setores e, quando bem executado, incita o consumo de mais pessoas por 
diversas motivações (COLANTUONO, 2015, p. 32).
É muito difícil precisar quando a atividade turística começou, porém pesquisadores como 
Machado (2010) e Queiroz (2011), afirmam que a Idade Antiga, mais notadamente na Grécia e 
na Roma, pode ser considerada como marco fundamental. Na Roma antiga, tudo teria começado 
com cidadãos ricos, que decidiram que preferiam passar o verão longe da cidade, fazendo, então, 
viagens para o campo ou para o litoral. Já na Grécia, os jogos olímpicos realizados sazonalmente 
atraíam atletas e espectadores. 
10
Unidade I
Com base nessa nova necessidade, uma “protoindústria turística” surgiu para atender às demandas 
de viagem e acomodação tanto dos romanos quanto dos gregos, e por um tempo prosperou. Mas o 
turismo da Antiguidade clássica terminou com o fim dos seus respectivos impérios e, durante centenas 
de anos, a turbulenta situação econômica, social e militar na Europa o impediu de voltar a se desenvolver 
(MACHADO, 2010).
Embora possua esses antecedentes clássicos, é mais adequado considerar o turismo contemporâneo 
como um produto de arranjos sociais modernos, começando na Europa Ocidental, e suas grandes 
transformações nos séculos XVII e XVIII.
Após a consolidação da Revolução Industrial, os avanços científicos e 
tecnológicos, o desenvolvimento socioeconômico da população mundial 
e a melhoria da legislação trabalhista e do padrão de renda e de consumo 
dos trabalhadores, a atividade turística se intensificou, o que aumentou a 
procura por viagens de recreação (COLANTUONO, 2015, p. 34).
As citadas transformações anteriormente colocadas levaram cerca de três séculos até gerarem 
as condições adequadas para a expansão e o funcionamento da indústria do turismo. E foi a 
partir da década de 1950, em meio à euforia econômica de recuperação europeia do pós-Segunda 
Guerra Mundial, que o turismo internacional cresceu a um ritmo superior ao de toda a sua história 
(RODRIGUES, 1996). Esse desenvolvimento é consequência direta de uma nova ordem internacional, 
de uma relativa estabilidade social nos países centrais e o desenvolvimento da cultura do ócio no 
mundo ocidental (RODRIGUES, 1997).
Com base nessas premissas, pode-se afirmar que o turismo emerge como uma atividade 
produtiva moderna, e como tal, reproduz a organização territorial de sua estrutura social e do modo 
de produção capitalista, sendo absorvido de maneiras diferenciadas pelas culturas e seus modos de 
produção locais.
Rodrigues (1996), ao focalizar o setor turístico na escala planetária, considera-o um dos elementos 
fundamentais da globalização, estando subordinado aos atores econômicos que capitaneiam a economia 
global, assumindo como tal um papel importante no modelo de acumulação capitalista contemporâneo, 
e acrescenta:
O turismo só pode ser entendido à luz de matrizes conceituais-metodológicas 
que iluminam o contexto social da modernidade, particularmente a partir do 
fordismo, o qual impôs um pacto social baseado na redistribuição do excedente 
material da produção e na distinção bipolar do espaço-tempo, nomeada como 
esfera de trabalho e esfera do ócio (RODRIGUES, 1996, p. 297).
Duas características seriam fundamentais para diferenciar o turismo de outras atividades econômicas 
ou produtivas, a primeira delas refere-se ao fato de ser uma atividade ou prática eminentemente social, 
enquanto a segunda diz respeito ao seu principal objeto de consumo: o espaço (CRUZ, 2003).
11
FUNDAMENTOS GEOGRÁFICOS DO TURISMO
Sob tal perspectiva, o debate acerca de tal temática ganha expressividade mostrando que a riqueza 
do turismo pode estar na diversidade de caminhos para a sua produção e apreensão e nos conflitos e 
possibilidades de entendimento desse fenômeno.
1.2 Fundamentos da geografia
A geografia é uma ciência muito antiga, a sua existência pode ser interpretada como uma 
acompanhante da evolução e o aumento da complexidade social humana.
Segundo a Enciclopédia Britânica,
Geografia é o estudo dos diversos ambientes, lugares e espaços da superfície 
da Terra e suas interações. Ele procura responder àsperguntas de por que 
as coisas são como são, onde estão. A moderna disciplina acadêmica da 
geografia está enraizada na prática antiga, preocupada com as características 
dos lugares, em particular seus ambientes e povos naturais, bem como as 
relações entre os dois. Sua identidade separada foi formulada e nomeada há 
cerca de 2.000 anos pelos gregos, cujo geo e graphein foram combinados 
para significar “escrita da terra” ou “descrição da terra” (GEOGRAFIA, 2020, 
tradução nossa).
Andrade (1987) considera que os povos que viviam na Pré-História já desenvolviam conhecimentos 
que podem ser considerados geográficos. Cita como exemplo os quéchuas na América Andina, que 
possuíam noção de orientação, cujas estradas que partiam da capital seguiam na direção dos 
quatro pontos cardeais. Os polinésios, povos navegadores, conheciam a direção dos ventos e das 
correntes marinhas e utilizavam seus conhecimentos para a locomoção entre as diversas ilhas que 
compõem o arquipélago.
Na Antiguidade, as civilizações da Mesopotâmia e do Egito estudavam técnicas de irrigação, regime, 
extensão dos rios e variação do volume da água. Os estudos eram realizados em razão da necessidade de 
compreender a dinâmica fluvial para a prática da agricultura. Andrade (1987) considera tais abordagens 
os primeiros passos para o desenvolvimento da hidrografia fluvial. A contribuição dos gregos, na 
Antiguidade Clássica, é considerada a mais relevante e significativa. Os principais destaques foram: 
a medição do espaço e a discussão da forma da Terra, o estudo da física da superfície terrestre e a 
descrição dos aspectos físico-espaciais. 
Ao mesmo tempo em que se ampliava o conhecimento do espaço geográfico, 
aguçando a pesquisa dos sistemas de relação entre a sociedade e a natureza 
– sistemas agrícolas, técnicas de uso do solo, relacionamento entre as cidades 
e o campo, relações entre as classes sociais e entre o Poder e o povo –, 
desenvolvia-se também a curiosidade sobre as características naturais, os 
sistemas de montanha, os rios com os seus variados regimes, a distribuição 
das chuvas, a sucessão das estações do ano (ANDRADE, 1987, p. 24).
12
Unidade I
Ptolomeu, autor de um dos primeiros livros da disciplina, Guide to Geography (Guia de geografia, 
século II d.C.), definiu a geografia como “uma representação em imagens de todo o mundo conhecido, 
juntamente com os fenômenos nela contidos”. Isso expressa o que muitos ainda consideram a 
geografia – uma descrição do mundo por meio de mapas. À medida que as sociedades evoluem 
e ganham complexidade, nossa compreensão também se amplia, de forma considerável, levando à 
necessidade de interpretação e criação de novos conceitos e temáticas necessárias para a leitura 
geográfica do planeta.
Durante a Idade Média, a geografia deixou de ser uma importante atividade acadêmica na 
Europa. Os avanços na geografia foram feitos principalmente por cientistas do mundo muçulmano, 
baseados na Península Arábica e no norte da África. Os geógrafos dessa era de ouro islâmica 
criaram o primeiro mapa retangular do mundo com base em uma grade, um sistema de mapas 
ainda hoje familiar (GOMES, 2007). Os estudiosos islâmicos também aplicaram seus estudos de 
pessoas e lugares à agricultura, determinando quais plantações e gado eram mais adequados a 
hábitats ou ambientes específicos.
Além dos avanços no Oriente Médio, o império chinês na Ásia também contribuiu imensamente 
para a geografia. Até cerca de 1500, a China era a civilização mais próspera da Terra. Os chineses eram 
cientificamente avançados, especialmente no campo da astronomia. Por volta de 1000, eles também 
alcançaram um dos desenvolvimentos mais importantes da história da geografia: foram os primeiros a 
usar a bússola para fins de navegação. No início dos anos 1400, o explorador Cheng Ho embarcou em 
sete viagens para as terras que fazem fronteira com o Mar da China e o Oceano Índico, estabelecendo o 
domínio da China em todo o sudeste asiático (CLAVAL, 1999).
Com o início do que ficou conhecido como era das Descobertas (mais precisamente conquistas e 
dominação de outros povos), o estudo da geografia recuperou popularidade na Europa. A invenção da 
imprensa em meados dos anos 1400 ajudou a espalhar o conhecimento geográfico, disponibilizando 
amplamente mapas e gráficos. As melhorias na construção naval e na navegação facilitaram mais a 
exploração, melhorando bastante a precisão dos mapas e informações geográficas (GOMES, 2007).
Um maior entendimento geográfico permitiu que as potências europeias ampliassem sua influência 
global, estabelecendo colônias ao redor do mundo. O transporte aprimorado, a comunicação e a 
tecnologia de navegação permitiram que países como o Reino Unido governassem com sucesso colônias 
tão distantes como as Américas, Ásia, Austrália e África.
Geografia não era apenas um assunto que tornou possível o colonialismo. Também ajudou as pessoas 
a entender o planeta em que viviam. Não é de surpreender que ela tenha se tornado um importante 
foco de estudo em escolas e universidades (GOMES, 2007).
Algumas pessoas têm dificuldade em entender o escopo completo da disciplina de geografia porque, 
diferentemente da maioria das outras disciplinas, ela não é definida por um tópico em particular. 
Em vez disso, se preocupa com muitos tópicos diferentes: pessoas, cultura, política, cidades, solos, formas 
de relevo e muito mais.
13
FUNDAMENTOS GEOGRÁFICOS DO TURISMO
O que distingue a geografia é que ela aborda o estudo de diversos tópicos de uma maneira particular 
(isto é, de uma perspectiva particular); faz questionamentos espaciais – como e por que as coisas são 
distribuídas ou organizadas de maneiras específicas na superfície da Terra.
Para a maioria das pessoas, geografia significa saber onde estão os lugares e como eles são. A discussão 
da geografia de uma área geralmente se refere à sua topografia – seus padrões de relevo e drenagem e 
vegetação predominante, juntamente a padrões climáticos, com as respostas humanas a esse ambiente, 
como no uso agrícola, industrial e outros usos da terra e em assentamentos e urbanizações padrões.
Embora tenha havido um ensino muito anterior do que atualmente é a chamada geografia, a disciplina 
acadêmica é amplamente uma criação do século XX, formando uma ponte entre as ciências naturais e 
sociais. A sua história é a do pensamento sobre os conceitos de ambientes, lugares e espaços. Seu conteúdo 
abrange uma compreensão da realidade física que ocupamos e de nossas transformações de ambientes 
em lugares que achamos mais confortáveis para habitar (embora muitas dessas modificações geralmente 
tenham impactos negativos a longo prazo). A geografia fornece possibilidade de análise sobre as principais 
questões contemporâneas, como globalização e mudança ambiental, além de uma apreciação detalhada das 
diferenças das paisagens e como estas refletem a construção e a riqueza do espaço geográfico planetário.
2 CONCEITOS GEOGRÁFICOS FUNDAMENTAIS 
Como a geografia é fundamental para a compreensão do mundo contemporâneo em suas mais 
diferentes escalas, parece-nos fundamental compreender e destrinchar de forma adequada os principais 
conceitos geográficos (espaço, paisagem, região e território), instrumentos mais do que necessários para 
o entendimento das relações sociais e do homem com a natureza.
2.1 O conceito de espaço e sua complexidade
Podemos começar nossa discussão sobre o conceito de espaço e suas derivações afirmando que 
se trata de um dos mais fundamentais e complexos a serem trabalhados, porém a sua devida acepção 
marca a base de todas as análises da geografia do turismo, já que esse conceito acaba por contemplar 
todos os outros.
Podemos partir da premissa de que o espaço terrestre tem duas facetas. Antes de tudo, o espaço 
natural ou ecológico (que existe sem o homem), resultando da longa evolução da vida (animal e vegetal) 
integrada a um espaço físico específico. Esse espaço natural é um todo objetivo em que um conjunto 
de relações deinterdependência entre físico e o vivo constituintes criam um sistema autogerenciado, 
cuja estabilidade é mantida por retroações regulatórias. É a vida que possibilita atingir esse objetivo 
por causa de sua capacidade específica de reagir a estímulos do ambiente. Esse espaço natural é o 
que Isnard (1982) chama de ecossistema. Ele define deliberadamente a expressão espaço natural como 
aplicável apenas aos ecossistemas existentes, além de qualquer atividade humana, para poder definir 
melhor o que é específico sobre essa atividade. 
A segunda faceta atribuída ao espaço justifica o uso do termo espaço geográfico e sintetiza 
onde “a atividade humana se libertou da evolução para integrá-lo à história” (ISNARD, 1982, p. 38). Esse 
14
Unidade I
espaço, concebido e construído pelo homem, é o espaço geográfico propriamente dito. Isnard (1982) 
observa, então, seus elementos constituintes: habitação, população e demais infraestruturas construídas 
para a atividade e o movimento humano. Suas inter-relações, que variam de acordo com circunstâncias 
(naturais, históricas ou culturais), podem ser entendidas através da noção de espaço construído (tudo 
aquilo que foi modificado pelo homem).
Diante dessa concepção/organização do espaço geográfico, podemos refletir porque o espaço 
terrestre é tão amplo e diverso, já que cada sociedade (ou povo) se compromete inteiramente com o 
desenvolvimento de uma pequena porção de espaço, de acordo com os objetivos que se estabelecem 
para ele. 
Assim, a sociedade usa
todos os meios fornecidos por sua tecnologia: sua força de trabalho, 
engenhosidade de suas invenções, o apoio de suas crenças, suas esperanças 
e suas ambições. O espaço geográfico entendido é, no sentido mais amplo da 
palavra, um produto, porque resulta do trabalho que a sociedade se organiza 
para atingir seus objetivos (ISNARD, 1982, p. 52). 
Como qualquer ser humano, organização é definida pelo sistema de interações que constituem 
sua realidade subjacente, esse mesmo sistema de relações se reflete em sua gestão do espaço. Esse é o 
ponto de partida da busca do geógrafo: estudar como a sociedade, se apropria e “transforma o espaço 
natural em um espaço geográfico com o qual é identificado” (ISNARD, 1982, p. 75), o que será reflexo 
das relações sociais.
A tarefa do geógrafo e do turismólogo, em suas pesquisas, deve ser então conceber o espaço geográfico 
que realmente corresponde a essa sociedade: que sociedade é essa? Quais são suas prioridades? Como 
suas escolhas políticas e econômicas ajudam a entender o espaço de nossas cidades contemporâneas, 
por exemplo? 
O geógrafo Milton Santos (2002), um dos grandes pesquisadores sobre a temática, sintetiza que 
o espaço geográfico é o espaço habitado, transformado e utilizado pelo ser humano. É a porção da 
superfície terrestre que abriga as sociedades, envolvendo também os pontos utilizados para a exploração 
e extração de recursos naturais. Destaca ainda que não se trata apenas de um “palco” ou um “produto”, 
pois ele é ao mesmo tempo resultado e resultante das ações humanas. Ele tem movimento, assim como 
um filme que está em constante transformação, conectando pontos fixos e fluxos por meio de redes 
diversas (SANTOS, 2002).
Devemos destacar ainda que o estudo do conceito de espaço não é uma exclusividade dos geógrafos, 
por exemplo, quando nos aproximamos da perspectiva econômica ou mesmo do planejamento 
turístico, a ideia de locação e do porquê as atividades econômicas se localizam aqui ou ali ganha 
maior importância. 
Essa perspectiva, que pode ser chamada de econômico-espacial, associa-se à teoria da localização 
e preocupa-se com a questão intrigante de onde a atividade econômica pode ser encontrada. Aborda 
15
FUNDAMENTOS GEOGRÁFICOS DO TURISMO
a dimensão geográfica das decisões econômicas e analisa o comportamento das sociedades e o porquê 
das atividades (FISCHER; NIJKAMP, 2013).
Assim, todos os fenômenos que são determinados criticamente pela localização da atividade humana 
e industrial, tais quais: os mercados de habitação e trabalho, disparidades regionais de crescimento, 
inovação espacial e condições de empreendedorismo, aglomerações urbanas, aglomerados industriais 
ou escassez de energia e recursos ambientais, seriam objeto de análise (FISCHER; NIJKAMP, 2013).
Segundo Reggiani e Nijkamp (2014), a principal questão na teoria da localização é quais são os 
motivos para escolher um local específico e quais são as implicações geográficas. Claramente não há 
uma resposta única e conclusiva. Um estudante que acabou de sair da universidade geralmente terá 
objetivos diferentes em mente ao procurar uma residência, assim como seus pais que acabaram de se 
aposentar. Apesar da variedade de motivos e objetivos, muitos fatores são comuns a quem procura um 
local residencial (como acessibilidade, qualidade de vida, poder aquisitivo e capacidade de compra etc.).
O mesmo se aplica às empresas comerciais. Um vendedor de sorvete não abrirá uma loja em uma 
rua sem saída e um vendedor de diamantes não optará por um local em uma estação de metrô. Ambos 
podem ter motivos de lucro, mas suas decisões sobre onde se localizarem podem ser totalmente 
diferentes. No entanto, os padrões reais de localização das empresas revelam algumas semelhanças. 
Os padrões de localização de famílias e empresas não são aleatórios em todo o mundo, mas apresentam 
muitas regularidades (FISCHER; NIJKAMP, 2013).
Por exemplo, em todo o mundo, encontramos uma concentração populacional e uma concentração 
comercial em áreas de bacia hidrográfica e delta de rios, um fenômeno observado por Adam Smith há 
mais de 200 anos. Isso se deve ao fato de que a mobilidade e o transporte de mercadorias sempre foram 
um elemento fundamental, para tanto, os rios sempre foram fundamentais facilitadores dos deslocamentos. 
Figura 1 – Exemplo de cidade ribeirinha no interior do Nordeste brasileiro
16
Unidade I
2.2 Paisagem e natureza
O homem – considerado aqui sinônimo da espécie humana –, há aproximadamente 13 mil anos 
– período estimado para o surgimento dos primeiros vilarejos em algumas partes do mundo, da 
domesticação de animais e do cultivo de plantas –, passa a se diferenciar na natureza, culminando nos 
dias atuais, no limite de não se identificar mais como parte dela, porque é desse “mundo natural” que 
o homem retira tudo o que é necessário a sua sobrevivência e modo de vida. Dessa forma a natureza é 
apresentada separada do homem, que parece não fazer parte dela.
Todo esse percurso histórico que “separa” o homem da natureza não acontece da noite para o dia, 
ele é culturalmente construído à medida que os grupos sociais se tornam mais complexos em sua 
organização, o que se dá de forma lenta. Apesar disso, é preciso ter em mente que tal conceito, além do 
senso comum, pode ser apresentado de forma muito mais complexa.
O conceito de natureza, embora não seja exclusividade da geografia, pode muito bem servir 
como um norte na evolução de seu pensamento, entendendo-a como de primordial importância 
para um entendimento de mundo e do espaço geográfico, servindo inclusive para delinear a 
maior dicotomia existente em seu seio: o natural versus o social, ou a geografia humana versus 
a geografia física.
Natureza e paisagem acabam por se confundir no senso comum, porém, segundo o dicionário Aurélio, 
enquanto a primeira representa o conjunto de elementos (mares, montanhas, árvores, animais etc.) do 
mundo natural, uma paisagem pode ser brevemente resumida como a porção do espaço passível de 
percepção visual, é o que enxergamos a nossa volta, nesse aspecto ela pode ser natural ou humanizada 
(cultural ou ainda antrópica).
Tentando fazer uma simplória analogia comparativa, enquanto o espaço geográfico representa 
um filme e traz consigo uma complexidade de elementos sociais e naturais que ajuda a compreender 
seu enredo e seu desenvolvimento, a paisagem representa uma fotografia, um determinado momento 
desse espaço. 
Tudo aquilo que nós vemos, o que nossavisão alcança, é a paisagem. […]. 
Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, 
odores, sons etc. […] Nossa visão depende da localização em que se está, 
se no chão, em um andar baixo ou alto de um edifício, num miradouro 
estratégico, num avião (SANTOS, 1988, p. 21).
O termo paisagem origina-se da palavra alemã landschap, o nome dado às pinturas do campo. 
Os geógrafos emprestaram a palavra dos artistas. Embora as pinturas de paisagens existam desde 
os tempos romanos antigos (os afrescos da paisagem estão presentes nas ruínas de Pompeia), elas 
ressurgiram durante o Renascimento no norte da Europa. Os pintores ignoravam pessoas ou cenas 
na arte da paisagem e tornavam a própria terra objeto de pinturas. Pintores de paisagem holandeses 
famosos incluem Jacob van Ruisdael e Vincent van Gogh (ROUGERIE; BEROUTCHACHVILI, 1991).
17
FUNDAMENTOS GEOGRÁFICOS DO TURISMO
Um artista pinta uma paisagem, um geógrafo (e por que não um turismólogo) a estuda. Alguns 
geógrafos, como Otto Schluter, na verdade definem a geografia como ciência da paisagem. Schluter foi 
o primeiro cientista a escrever especificamente sobre paisagens naturais e paisagens culturais.
2.2.1 Paisagem natural
Uma paisagem natural é composta de uma coleção de formas de relevo, como montanhas, colinas, 
planícies e planaltos. Lagos, córregos, solos (como areia ou argila) e vegetação natural são outras 
características das paisagens naturais. Uma paisagem desértica, por exemplo, geralmente indica solo 
arenoso e poucas árvores. Até mesmo as paisagens desérticas podem variar: as dunas montanhosas da 
paisagem do deserto do Saara são muito diferentes da paisagem pontilhada de cactos do deserto de Mojave, 
no sudoeste americano, por exemplo.
Figura 2 – Paisagem natural do parque nacional de Yellowstone (EUA)
2.2.2 Paisagem cultural ou antrópica
Uma paisagem que as pessoas modificaram é chamada de paisagem cultural. As pessoas e as plantas 
que cultivam, os animais de que cuidam e as estruturas que constroem compõem paisagens culturais. 
Tais paisagens podem variar bastante. Eles podem ser tão diferentes quanto uma vasta fazenda de gado 
na Argentina ou a paisagem urbana de Tóquio, no Japão.
Desde 1992, as Nações Unidas reconhecem interações significativas entre as pessoas e a paisagem 
natural como paisagens culturais oficiais. A organização internacional protege esses locais da destruição 
e os identifica como destinos turísticos.
O Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco (Organização Econômica, Social e Cultural das Nações 
Unidas) define um cenário cultural de três maneiras:
•	 A primeira é uma paisagem claramente definida, projetada e criada intencionalmente pelo homem. 
A paisagem de qualquer grande cidade mundial, ou mesmo a de uma cidade como Veneza, como 
na imagem a seguir, compõe um bom exemplo para a argumentação
18
Unidade I
Figura 3 – A paisagem antrópica de Veneza, na Itália
•	 O segundo tipo é uma paisagem organicamente evoluída, que é aquela em que o significado espiritual, 
econômico e cultural de uma área se desenvolve com suas características físicas. A paisagem cultural do 
Vale Orkhon, ao longo das margens do rio Orkhon, no centro da Mongólia, é um exemplo de paisagem 
evoluída organicamente. O vale de Orkhon é usado pelos nômades mongóis desde o século VIII como 
pastagem para seus cavalos e outros animais. Os pastores da Mongólia ainda hoje usam o rico vale 
do rio para pastagens (PAISAGEM…, 2020).
 Saiba mais
Leia o texto completo sobre essa paisagem cultural em:
PAISAGEM CULTURAL DO VALE DE ORKHON. In: UNESCO. 2020. 
Disponível em: https://whc.unesco.org/en/list/1081/. Acesso em: 4 fev. 2020.
•	 O último tipo é uma paisagem cultural associativa. Muito parecida com uma paisagem 
evoluída organicamente, exceto pelo fato de que evidências físicas do uso humano histórico 
do local podem estar ausentes, pode ser associada a características espirituais, econômicas 
ou culturais de um povo. O Parque Nacional de Tongariro, na Nova Zelândia é uma paisagem 
cultural associativa para o povo maori. As montanhas no parque simbolizam a ligação entre 
os maoris e o ambiente físico (PARQUE NACIONAL TONGARIRO, 2020).
Figura 4 – Montanhas do Parque Nacional de Tongariro (Nova Zelândia)
19
FUNDAMENTOS GEOGRÁFICOS DO TURISMO
Cabe destacar ainda que o crescimento da tecnologia aumentou nossa capacidade de mudar uma 
paisagem natural. Um exemplo do impacto humano na paisagem pode ser visto ao longo da costa da 
Holanda. A água do Mar do Norte foi bombeada para fora de certas áreas, descobrindo o solo fértil 
abaixo. Diques e represas foram construídos para manter a água dessas áreas, agora usadas para 
agricultura e outros fins.
As barragens podem mudar uma paisagem natural inundando-a. A barragem das Três Gargantas, 
no rio Yangtzé, em Yichang, China, é a maior usina elétrica do mundo. O projeto da Barragem das 
Três Gargantas deslocou mais de 1,2 milhão de pessoas e alterou o fluxo do rio Yangtzé, mudando a 
paisagem física e cultural da região, definitivamente.
Muitas atividades humanas aumentam a velocidade com que processos naturais como 
intemperismo e erosão moldam a paisagem. O corte de florestas expõe mais solo à erosão eólica e 
hídrica. Poluição, como chuva ácida, frequentemente acelera o intemperismo ou a degradação da 
superfície rochosa da Terra.
Ao estudar paisagens naturais e culturais, os geógrafos e turismólogos podem aprender como as 
atividades das pessoas afetam a Terra. Seus estudos podem sugerir maneiras que nos ajudarão a proteger 
o delicado equilíbrio dos ecossistemas do planeta.
A imagem a seguir mostra um esquema bastante didático para concluirmos nossa discussão sobre a 
paisagem e, ao mesmo tempo, diferenciá-la do espaço geográfico.
Espaço natural
Espaço geográfico
Paisagens naturais
NecessidadesTrabalho
M
od
ifi
ca
çõ
es
Ações antrópicas Homem
Paisagens naturais
Paisagens humanizadas
Figura 5 – Síntese e relação entre conceitos geográficos
2.3 Região
Amplamente utilizado no senso comum, o conceito de região é geralmente empregado em referência 
a uma área do espaço mais ou menos delimitada. A ideia desse conceito associa-se, diretamente, à noção 
de que áreas podem ser diferenciadas segundo uma ou mais características comuns, ou seja: regiões 
são agrupamentos de informações geográficas, definidas por uma ou mais características distintivas 
que permitam espacializá-las (LENCIONE, 1999).
20
Unidade I
Em outras palavras, uma região é uma área de terra que possui características comuns. Ela pode ser 
definida por características naturais ou artificiais. Idioma, governo ou religião também podem definir 
uma região, assim como florestas, fauna ou clima de uma determinada porção do espaço geográfico.
Mas as regiões possuem tamanho pré-definido? A resposta é não, regiões, grandes ou pequenas, são 
as unidades básicas da geografia. Vamos a um exemplo bastante simples: na divisão regional do mundo, 
em continentes, América, África, Europa, Ásia, Oceania e Antártida, onde é o Oriente Médio? 
Figura 6 – Regionalização do mundo segundo os continentes
O Oriente Médio, ou próximo, é considerado uma divisão regional política, ambiental e religiosa 
que inclui partes da África, Ásia e Europa. A região está em um clima quente e seco. Embora os estilos 
de governo sejam variados (democracia em Israel, monarquia na Arábia Saudita), quase todos eles têm 
fortes laços com a religião e compartilham características naturais comuns. Nessa porção do mundo, 
três grandes religiões foram fundadas: cristianismo, judaísmo e islamismo.
Figura 7 – A região do Oriente Médio
21
FUNDAMENTOS GEOGRÁFICOS DO TURISMO
Vamos a outro exemplo?
A região do rio Amazonas, na América do Sul, é a área em torno do rio Amazonas que atravessa 
a parte norte do continente e não se limita ao território brasileiro, incluindo Bolívia, Equador e Peru 
(ver figura a seguir). Essa região é caracterizada por temperaturas quentes, fortes chuvas, uma grande 
diversidade de espécies vegetaise animais e pouca intervenção humana na paisagem natural.
Figura 8 – Divisões regionais da Amazônia
Assim as regiões podem se basear em características físicas (como uma bacia hidrográfica), limites 
políticos (conjunto de municípios, estados ou continente), cultura ou religião ou outras categorias 
geográficas. As regiões podem ser formais, funcionais ou perceptivas. As regiões formais também são 
conhecidas como região homogênea ou uniforme (LENCIONE, 1999). As entidades de uma região formal 
compartilham um ou mais traços comuns, como os residentes da região Sul ou Nordeste do Brasil. 
Uma região funcional é uma região ancorada por um ponto focal. Exemplo é uma área de atendimento 
ao cliente para um serviço de entrega de restaurantes ou o distrito escolar de uma escola primária. Uma 
região vernacular (também conhecida como região popular ou perceptiva) é uma área geográfica que 
existe como parte de uma identidade cultural ou étnica e que, portanto, não adere a limites regionais 
políticos ou formais. 
Como não existe uma, mas uma infinidade possível de regiões, já que a sua definição vai estar 
associada a um estudo ou pesquisa, é possível utilizar muitos critérios para estabelecer uma região. 
Estes podem ser: naturais, econômicos, políticos, demográficos, sociais, entre outros. 
22
Unidade I
A figura a seguir mostra a mais conhecida divisão regional brasileira: 
Figura 9 – As grandes regiões brasileiras 
Sobre a divisão regional estabelecida no Brasil, o IBGE, esclarece
A Divisão Regional do Brasil consiste no agrupamento de Estados e 
Municípios em regiões com a finalidade de atualizar o conhecimento 
regional do País e viabilizar a definição de uma base territorial para fins de 
levantamento e divulgação de dados estatísticos. Ademais, visa contribuir 
com uma perspectiva para a compreensão da organização do território 
nacional e assistir o governo federal, bem como Estados e Municípios, na 
implantação e gestão de políticas públicas e investimentos.
A Divisão Regional do Brasil faz parte da missão institucional do IBGE desde 
os primórdios do Instituto. A necessidade de um conhecimento aprofundado 
do Território Nacional, visando, na década de 1940, mais diretamente à sua 
integração e, nas divisões posteriores, à própria noção de planejamento como 
suporte à ideia de desenvolvimento, passou a demandar a elaboração de 
23
FUNDAMENTOS GEOGRÁFICOS DO TURISMO
divisões regionais mais detalhadas do País, isto é, baseadas no agrupamento 
de municípios, diferentemente das divisões até então realizadas pelo 
agrupamento dos estados federados (IBGE, 2017).
Atualmente, em função das complexas transformações técnico-científicas pelas quais a sociedade 
passa, alguns estudiosos têm questionado o conceito, entre outras razões, pelo fato de que com 
a expansão da globalização da economia, das modernas organizações econômicas (algumas mais 
poderosas que determinados Estados nacionais), da indústria cultural (incluindo os meios de 
comunicação de massa), tanto o espaço construído pelo homem como as características socioculturais 
presentes em dada região tendem a uma “certa homogeneização”, a uma descaracterização e até perda, 
tanto regional como nacionalmente, de sua dinâmica autônoma, tornando-se área de influência de 
forças externas a ela.
2.4 O território
O termo território pode possuir diferentes significados em diferentes idiomas, sendo, portanto, 
importante defini-lo precisamente, conforme ressalta, Hogget (1990). 
Guttmann (apud MOHAMMAD, 2012) afirma que a raiz do conceito é de origem latina e, no 
período da Grécia antiga, traduzia uma região que compreendia uma cidade e seu entorno. Já com 
relação à Roma, Hensley (apud MOHAMMAD, 2012) afirma que o território era o espaço ocupado 
por todo o império.
O território, na atualidade, pode ser compreendido como uma porção do espaço geográfico que 
coincide com a extensão da jurisdição de um governo, ou seja, ele é sinônimo da área ocupada 
por um Estado. É o recipiente físico e suporte do corpo político organizado sob uma estrutura 
governamental. Descreve a arena espacial do sistema político desenvolvido dentro de um estado 
nacional ou uma parte dele dotada de alguma autonomia. Serve também para descrever as posições 
no espaço das várias unidades participantes de qualquer sistema de relações internacionais 
(MORAES, 1984).
Diante do exposto, podemos considerar o território um elo ideal entre espaço e política, já que o 
conceito guarda uma íntima relação com o poder e com a dominação, pois estamos tratando de espaços 
apropriados por determinados grupos humanos.
Assim o território é um dos pilares essenciais da geografia política, embora isso não seja uma questão 
exclusivamente geográfica, mas ajude a compreender e definir outros conceitos/fenômenos como a 
ideia de nação, Estado, povo, fronteira, imigração e até soberania, elementos fundamentais na dinâmica 
das relações internacionais contemporâneas.
A figura a seguir mostra o mapa da Europa, no qual podem ser materializados todos os conceitos 
anteriormente tratados.
24
Unidade I
Figura 10 – Fronteiras entre países europeus
 Saiba mais
Leia mais sobre o conceito de território em: 
POLITIZE. Estado, país ou nação? Entenda as diferenças. Politize!, 2017. 
Disponível em: https://www.politize.com.br/estado-pais-nacao-diferencas/. 
Acesso em: 4 fev. 2020.
MARTIN, A. R. Fronteiras e nações. 2. ed. São Paulo: Contexto, 1997.
O território sempre teve um papel fundamental na vida cotidiana das sociedades, basta pensar que 
boa parte das guerras, tensões e revoluções aconteceram baseadas no sentimento de territorialidade.
Os debates recentes discutem a perda do poder do território em função dos processos de flexibilização 
trazidos pela globalização, já que não existem limitações físicas ou barreiras em relação à economia ou 
mesmo à comunicação global. 
As mudanças espaço-temporais trazidas por toda essa dinâmica fizeram com que a atualização do 
conceito permitisse a criação de derivações que tentem abarcar a complexidade da dinâmica mundial, 
por exemplo, se o território é sinônimo de Estado-nação, como tratar as nações sem Estado, ou seja, sem 
território? Os curdos formam a maior nação do mundo destituída de território?
25
FUNDAMENTOS GEOGRÁFICOS DO TURISMO
 Saiba mais
Entenda a questão do povo curdo em:
NAVARRO, R. Qual é o maior povo sem país? Superinteressante, 2018. 
Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-e-o-
maior-povo-sem-pais/. Acesso em: 4 fev. 2020.
Com base nessa perspectiva, hoje, pode-se falar em desterritorilização, relacionado ao povo que 
perdeu o seu território, reterritorialização, ao povo que conquistou ou reconquistou seu território 
e ainda em múltiplos territórios, como no caso das empresas transnacionais, dos grupos terroristas 
ou narcotraficantes que atuam em células espalhadas pelo mundo e, consequentemente, por 
muitos territórios. 
3 A GEOGRAFIA DO TURISMO E A GLOBALIZAÇÃO
As conexões entre turismo e geografia podem ser feitas por termos/conceitos específicos como 
local, localização, espaço, acessibilidade, escala, paisagem, região, espaço, território e outros, por esse 
motivo, pesquisadores como Cruz (2003), defendem a ideia de que essa análise vá além da perspectiva 
de enxergar o fenômeno turístico pelo olhar geográfico:
A geografia do turismo, entretanto, não se refere apenas à abordagem 
científica do fenômeno do turismo pela ciência geográfica. A “geografia 
do turismo” é uma expressão que se refere à dimensão socioespacial da 
prática social do turismo, e isto sim pode interessar às mais diversas áreas 
do conhecimento (CRUZ, 2003, s/p). 
Assim, a geografia do turismo passa a ter um caráter integrador, contendo elementos-chave de 
todos os campos da geografia: físico, humano e econômico, e pode ir muito mais além, propondo uma 
análise transversal do planejamento turístico, já que muitos pontos em comum com outras ciências, 
incluindo história, geologia, biologia, arte e economia,podem e devem ser compartilhados para um 
entendimento mais amplo dessa complexa atividade. 
O turismo, enquanto prática social e atividade econômica, relaciona-se intimamente com a dimensão 
espacial, podendo impactá-la positiva ou negativamente. Ao mesmo tempo em que se apropria, 
adapta-se e interage com os espaços, produzindo-os (no presente) e reproduzindo-os (no futuro).
Podemos afirmar, ainda, que o turismo materializa-se não no imaginário da sociedade, mas, sim, no 
espaço geográfico. A valorização dos espaços turísticos e a escolha pelos principais destinos turísticos 
tem como mais forte componente a cultura, mas não podemos esquecer que aspectos geográficos 
(naturais e sociais), a dinâmica política e a economia são importantes aspectos e agentes organizadores 
desse mesmo espaço.
26
Unidade I
Não podemos nos esquecer também do papel e da importância do planejamento, pois como sabemos, 
compreende o exame de todos os componentes do turismo, tanto do ponto de vista efetivo, como do 
ponto de vista potencial. Compreende, portanto, o exame da demanda existente, da oferta de atrativos, 
de serviços, de serviços urbanos de apoio ao turismo e de infraestrutura básica.
O turismo comprovou ter um forte poder de organizar e reorganizar espaços. Com isso, as formas 
e funções podem surgir ou serem adaptadas à dinâmica turística. Objetos que já faziam parte de um 
espaço local, também conhecidos como objetos pré-existentes, tais como padarias e farmácias, podem 
ser “reformados” não somente em suas formas, mas também em sua funcionalidade para atender aos 
turistas e suas demandas.
Existem muitas teorias e definições sobre o que pode ser entendido através do termo geografia do 
turismo, e muitos pesquisadores ainda debatem sobre o que é e o que não está incluído nesse campo 
de estudo bastante amplo. O conteúdo da geografia do turismo pode parecer simples, porém uma 
análise um pouco mais profunda mostra sua complexidade, já que, ao fazer uma conexão entre os dois 
conceitos, de geografia e turismo, “fundem-se dois mundos” de conteúdo, ora muito próximos, ora muito 
distantes. Cabe destacar, também, a “jovialidade” do próprio conceito de turismo, e sua significância 
contemporânea ao se comparar com o termo geografia. 
O marco primordial pode ser traçado no início do século XX, embora o turismo já estivesse sendo 
usado no estudo da geografia muito antes. Na década de 1950, a geografia do turismo começou a ser 
aceita como seu próprio domínio, especialmente em trabalhos científicos nos EUA e na Alemanha. 
As primeiras definições eram bastante vagas e incompletas, Chabot (1953) afirma que geografia e 
turismo são dois termos predestinados a serem unidos, porque todo geógrafo precisa necessariamente 
ser duplicado pelas qualidades de um turista e também, reciprocamente, podemos dizer que em todo 
turista existe um geógrafo oculto, porque o turista inteligente é na verdade um geógrafo que não se 
descobriu. À medida que mais e mais pesquisadores começaram a estudar esse novo campo, a precisão 
e a profundidade das definições começaram a melhorar.
À medida que a importância e a popularidade do turismo aumentavam, especialmente nas últimas 
duas ou três décadas, tornando-o uma das maiores indústrias do mundo, o mesmo acontecia com o seu 
papel na geografia e em seus estudos. Embora antes houvesse poucas menções de fatos relacionados 
ao turismo em qualquer livro ou pesquisa de geografia, hoje não podemos imaginar nenhuma descrição 
geográfica sem um capítulo separado sobre turismo. 
De forma simples, Merlo (1969) considera essa ciência como um ramo da geografia que estuda 
a posição e a aparência dos centros turísticos, suas características naturais e histórico-culturais 
individuais, as atrações e tradições no contexto da área onde são encontrados, a rede de transporte que 
garante a acessibilidade e as ligações com outros centros turísticos. O turismo é essencialmente um 
fenômeno geográfico, no que diz respeito à transferência de pessoas e serviços através do espaço e do 
tempo; portanto, um domínio especial dedicado à pesquisa das interconexões entre turismo e geografia 
torna-se inevitável. Embora o campo científico seja novo, as conexões entre geografia e viagens podem 
ser rastreadas até os tempos antigos, quando os geógrafos não tinham outra maneira de descrever o 
mundo além de viajar e vê-lo por si mesmos.
27
FUNDAMENTOS GEOGRÁFICOS DO TURISMO
3.1 A globalização e as condições necessárias para a criação da indústria 
do turismo
O surgimento de um mundo globalizado não é consequência de decisões políticas ou de qualquer 
decisão em geral, é simplesmente a consequência de um duplo processo, econômico e social, no qual o 
progresso tecnológico está no centro da evolução, e a compreensão mínima dessas transformações torna-se 
fundamental para a compreensão do desenvolvimento do turismo mundial. Não podemos esquecer que o 
mundo pode ser regionalizado de muitas formas e a perspectiva continental é apenas uma delas.
Sob o aspecto econômico, o progresso tecnológico permitiu melhorar a produtividade do processo 
de produção com escalas econômicas em volumes que geram retornos crescentes que estimulam a 
grande produção da oferta, a qual encontrará pontos de venda em escala mundial com a diminuição 
dos custos de transporte devido ao progresso tecnológico (KRUGMAN, 1991). 
Mas se o tecnológico incentivou a ampliação da oferta em escala mundial, a demanda precisa 
compartilhar essa perspectiva para terminar em um sistema de globalização. Aqui está o fenômeno 
social. No mesmo momento em que a estrutura de produção foi transformada, a natureza da demanda 
– graças aos aparelhos de progresso tecnológico – estava mudando em sua concepção espaço-temporal 
cotidiana, ajustando-se de acordo com essa nova oferta. A partir desse momento, tudo se torna uma 
potencial mercadoria (GIDDENS, 1991).
A globalização e a internacionalização da economia envolveram um aumento inevitável dos fluxos 
transfronteiriços de bens e serviços, informações, comunicações e pessoas (HARVEY, 2004), facilitado 
por uma série de fatores, como:
•	 A liberalização do comércio e o aumento do comércio internacional.
•	 O grande volume de investimentos estrangeiros.
•	 Privatização de empresas estatais.
•	 Desregulamentação dos mercados financeiros.
•	 O grande volume de transporte internacional de mercadorias.
•	 O aumento do tráfego global de transporte aéreo.
•	 O aumento do número de empresas multinacionais e transnacionais etc.
Ao mesmo tempo, a globalização está baseada em vários princípios, entre os quais:
•	 A maneira como força a eficiência, a competitividade e os lucros de Estados, mercados e empresas 
em nível internacional.
•	 Reorganização social de indivíduos, instituições e organizações, que se dá através de 
transformações contínuas.
28
Unidade I
•	 A capacidade dos recursos econômicos, como capital, recursos humanos, tecnologia, fabricação e 
consumo, para migrar rapidamente para as áreas mais rentáveis da economia, sem se preocupar 
com o grande impacto socioeconômico que essas transições têm sobre países, comunidades e 
indivíduos afetados.
Na base tecnológica dos processos que permitiram a revolução da globalização, estão dois elementos 
fundamentais: os meios de transporte (e sua evolução) e os sistemas de comunicação, partindo do 
telefone e chegando à internet.
 Lembrete
O mundo pode ser regionalizado de muitas formas e a perspectiva 
continental é apenas uma delas.
Harvey (2004), um dos grandes pensadores da sociedade contemporânea, sintetiza a ideia de 
transformação no espaço geográfico propiciado pela revolução tecnológica na perspectiva de uma 
compressão espaço-temporal, ou seja, as distâncias foram encurtadas e o mundo se tornou menor (não 
literalmente, claro).
1500-1840
Velocidade das carruagens e dos 
barcos à vela: 16 km/h
1850-1930
Velocidade das locomotivas a vapor: 
100 km/h; barcos a vapor: 57 km/h
1950
Aviões à propulsão: 480-640 km/h 
1960
Jatos de passageiros:800-1100 km/h
Figura 11 – Compressão espaço-temporal como decorrência da evolução tecnológica
29
FUNDAMENTOS GEOGRÁFICOS DO TURISMO
De forma óbvia, os citados avanços de comunicações e transportes foram fundamentais para o 
desenvolvimento do turismo, podendo citar mais especificamente nesse contexto:
•	 Mobilidade global e facilidade de viagem: os avanços nos transportes que permitiram a 
mobilidade global são particularmente significativos. Aeronaves modernas, navios de cruzeiro, 
trens e outros modos de transporte permitem que as pessoas se movam rapidamente e de forma 
relativamente barata. Trens, sistemas viários e até mesmo programas de aluguel de bicicletas 
urbanas permitem que as pessoas possam explorar mais facilmente as cidades.
•	 Sistema bancário internacional: isso permite acesso a dinheiro em quase qualquer lugar do 
mundo. Empresas multinacionais que fornecem voos, transporte e acomodação locais e alimentos 
permitiram um balcão único para viagens reserva. 
•	 Dispositivos portáteis: eles também mudaram a natureza da viagem com relação ao que os 
viajantes fazem e como eles interagem com um destino, facilitando a seleção de restaurantes, a 
navegação em uma cidade grande ou a tradução de uma língua em um país estrangeiro.
Houve um crescimento extraordinário para a criação do turismo de massa. Aldeias de pescadores 
na costa sul da Espanha, ou no Nordeste brasileiro, em poucas décadas, tornaram-se resorts. Parques 
temáticos e de lazer foram construídos em regiões distantes para atrair mais e mais visitantes. A indústria 
de viagens e turismo tornou-se, rapidamente, na era da globalização, um dos setores-chave para o 
crescimento econômico e a geração de emprego no mundo. 
 Observação
Autores diversos destacam os grandes impactos negativos (ambientais, 
sociais, culturais e econômicos) às comunidades locais gerados pelo turismo 
de massa, que acabam por concentrar muitas vezes os lucros em pequenos 
grupos empresariais.
Um número cada vez maior de destinos em todo o mundo se abriu e passou-se a investir pesadamente 
no turismo, e nesse contexto, muitos novos destinos surgiram, além dos tradicionais destinos da Europa 
e da América do Norte. Apesar de choques ocasionais, a chegada de turistas internacionais mostrou 
virtualmente crescimento ininterrupto de 25 milhões em 1950 para 278 milhões em 1980, 528 milhões 
em 1995 e um bilhão e 87 milhões em 2013, contribuindo para o PIB e para o emprego mundial (NAÇÕES 
UNIDAS BRASIL, 2015).
A figura a seguir, retirada do relatório da Organização Mundial do Turismo de 2019, mostra que o 
setor continua apresentado números bastante significativos, apesar do tenso momento da economia 
global no período. Para adequada leitura da figura, deve-se atentar ao fato de que os dados estão 
agrupados regionalmente, e que o símbolo de uma pessoa carregando uma mala significa o total de 
pessoas que visitou aquela região, enquanto o símbolo do dinheiro indica quanto o setor turístico 
arrecadou, em dólares.
30
Unidade I
América Europa
África
Ásia e Pacífico
Oriente Médio
216 milhões + 710 milhões +
67 milhões + 7%
348 milhões +
60 milhões + 5%
2% 5%
38 bilhões + 2%
7%
73 bilhões + 4%
Figura 12 – Mapa internacional de chegadas turísticas e receitas 
Com números como esses, muitos países ao redor do mundo continuam investindo grandes montantes 
para incentivar o setor, apesar disso, não se pode perder de vista que os ganhos econômicos de uma 
economia do turismo em um país pobre como Honduras, comparada a um país desenvolvido como o 
Canadá, seja completamente desigual. Os custos ambientais e outros impactos sociais e econômicos 
também são distribuídos de maneira completamente desigual no mundo.
 Observação
É fundamental pensar que o turismo enquanto atividade social 
possui uma grande capacidade de gerar impactos, tantos positivos, 
quanto negativos.
4 INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA DO BRASIL
O Brasil possui uma história de desenvolvimento territorial, relativamente recente, quando se 
compara à Europa e à Ásia. Não à toa chamado de novo mundo, tem no período conhecido como dos 
descobrimentos o marco para o início do processo de transformação territorial. 
Somos uma experiência única na história, como afirmava Darcy Ribeiro, sociólogo e antropólogo 
e um dos maiores intelectuais que o Brasil já conheceu. E essa experiência única de miscigenação a 
partir do processo civilizatório de domínio Europeu gerou um país multicultural e racial, assim como 
também ajuda a compreender uma série de mazelas que assolam nossa sociedade. O espaço geográfico 
31
FUNDAMENTOS GEOGRÁFICOS DO TURISMO
não é passivo, ele é resultado e resultante das complexas dinâmicas sociais, incluindo nessa perspectiva 
posicionamentos políticos e escolhas econômicas.
O tecido cultural do Brasil foi construído e complementado por imigrantes de vários países. 
A população diversificada do Brasil ligou o país às pátrias de seus imigrantes e estabeleceu conexões 
comerciais e culturais que beneficiam o país no mercado global. As mais de duzentas milhões de pessoas 
que compõem a população brasileira compõem uma mistura única. Após a Segunda Guerra Mundial, um 
grande número de japoneses migrou para São Paulo. Hoje, o Brasil possui a maior população japonesa 
fora do Japão. Muitas pessoas da Europa Ocidental e Oriental fizeram do Brasil o seu lar, e um grande 
número de pessoas do Líbano, da Síria e do Oriente Médio de forma geral imigrou para cá.
Apesar de sua diversidade cultural, o Brasil possui duas forças culturais abrangentes que ajudaram 
a manter o país unido: a língua portuguesa e o catolicismo. Essas duas forças centrípetas ajudam a 
estabelecer um senso de nacionalismo e identidade. A língua portuguesa foi adaptada à sociedade 
brasileira para refletir um dialeto ligeiramente diferente do português falado em Portugal. Ela tem um 
efeito mais unificador que a religião. Embora cerca de 70% da população afirme ser católica, afiliações 
religiosas adicionais no Brasil variam desde a influência africana da umbanda até a minoria muçulmana. 
As denominações protestantes são as segundas maiores afiliações religiosas no Brasil.
Em 2010, a densidade demográfica era de 22,4 hab/km2, abaixo da média mundial, estimada em 
aproximadamente 45 hab/km2 (IBGE, 2011). Esses números indicam quanto o processo histórico de 
ocupação brasileira foi seletivo e concentrado nas porções litorâneas, já que boa parte do território 
apresenta verdadeiros vazios demográficos, como a figura a seguir expõe.
Figura 13 – Densidade demográfica brasileira
32
Unidade I
A compreensão do nosso espaço geográfico passa necessariamente pelo conhecimento de como os 
ciclos econômicos desenvolvidos foram fundamentais para forjar o território brasileiro. 
 Lembrete
O espaço geográfico não é passivo, ele é resultado e resultante das 
complexas dinâmicas sociais, incluindo nessa perspectiva posicionamentos 
políticos e escolhas econômicas.
Os mapas a seguir trazem um detalhamento de todo o processo de ocupação e formação do território 
e sua vinculação direta com o desenvolvimento econômico de cada período. É bastante significativo 
destacar, por exemplo, a importância que os rios tiveram na interiorização do processo de espraiamento 
da população, por meio da pecuária, uma atividade que por muitos séculos foi secundária e hoje é uma 
das mais significativas para a balança comercial do país.
Figura 14 – Economia e território no século XVI
33
FUNDAMENTOS GEOGRÁFICOS DO TURISMO
Figura 15 – Economia e território no século XVII
34
Unidade I
Figura 16 – Economia e território no século XVIII
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FUNDAMENTOS GEOGRÁFICOS DO TURISMO
Figura 17 – Economia e território no século XIX
36
Unidade I
Compreender porque as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, juntamente aos seus vizinhos urbanos, 
ancoram a região Centro-Sul do Brasil, perpassa entender a importância que a descoberta de ouro nas 
Minas Gerais, no século XVII, e a vinda da família real, no século XVIII, tiveramna mudança definitiva do 
centro de poder geopolítico no país, até então localizado no Nordeste.
A migração interna do Brasil para os grandes centros segue um padrão rural-urbano ou 
periférico-central. À medida que os trabalhadores migrantes do campo e do Nordeste rural migram para 
as cidades em busca de trabalho, eles expandem a cidade através da autoconstrução, são as favelas.
Tanto no tamanho da população quanto na extensão da área física, o Brasil ocupa o quinto lugar no mundo. 
Ele é tão urbano quanto os Estados Unidos ou os países da União Europeia. O índice de desenvolvimento 
econômico pode ser aplicado ao Brasil da seguinte forma: à medida que uma região se urbaniza e se 
industrializa, o tamanho da família caiu significativamente, de 4,4 filhos em 1980 para 2,4 filhos em 2000, e 
para 1,87 em 2010, segundo o IBGE (2011), e conforme diminui, a renda aumenta. As tradições religiosas dão 
lugar à cultura urbana e às atitudes seculares da modernidade no que diz respeito ao tamanho da família.
O outro lado dessa história é que passamos por um rápido processo de envelhecimento e isso 
traz consequências diversas, desde a questão da previdência até a necessidade de mais investimentos 
especializados para cuidar de uma população que envelhece rapidamente.
O Brasil é um país urbano. Aproximadamente 87% da sua população vive em áreas urbanas 
(IBGE, 2011). Muito embora a urbanização não seja sinônimo de melhores condições de vida, já 
que o índice de desenvolvimento econômico costuma indicar que a urbanização aumenta a renda 
da população como um todo, a pobreza é um componente padrão de qualquer grande área urbana na 
maioria dos lugares do mundo, e as favelas do Brasil são semelhantes às de outros lugares.
O Brasil é uma potência emergente no mercado mundial. Ele possui a maior economia da América do 
Sul e é uma força paralela aos Estados Unidos no hemisfério norte. O país se urbanizou e industrializou 
para competir com as principais áreas econômicas globais de várias maneiras, e ainda está entre as dez 
maiores economias do mundo.
 Resumo
O turismo enquanto fenômeno social apresenta características únicas, 
pois, ao mesmo tempo que é uma atividade profissional e um setor que 
ganha cada vez mais significância econômica, também é um objeto de 
estudo acadêmico.
A sua viabilidade como “indústria”, só pode ser compreendida dentro de 
um espectro temporal, pois é uma resultante de diversas mudanças sociais e 
tecnológicas e, por que não dizer, inclusive, produtivas, da segunda metade 
do século XX, ligando-se diretamente ao período que conhecemos como o 
da globalização.
37
FUNDAMENTOS GEOGRÁFICOS DO TURISMO
A geografia, enquanto ciência, tem por objeto a análise do espaço 
geográfico em sua complexa e constante dinâmica entre o físico e o 
humano, derivando disso um grande número de perspectivas de estudos, 
como o clima e as suas mudanças planetárias, o relevo, a vegetação, as 
questões ambientais, a economia, os processos de urbanização, as dinâmicas 
populacionais, as dinâmicas do espaço rural etc.
É nessa amplitude de atuação e por meio de seu objetivo fundamental 
de análise que geografia e o turismo se cruzam, pois é no espaço geográfico 
que se estabelece todo o alicerce da oferta turística. 
O conhecimento do espaço geográfico e de alguns conceitos que 
podemos chamar genericamente de derivações, como a região, o território e a 
paisagem, tornam-se instrumentos fundamentais para o bom desempenho 
do profissional que pretende atuar no seguimento turístico, seja na sua 
perspectiva direta, em agências e empresas, ou como um planejador da 
área pública. 
Nesse contexto, conhecer bem as dinâmicas que resultam da ação 
humana e interferem nos meios naturais, torna-se um diferencial, pois essa 
compreensão mais ampla permitirá maximizar os seus efeitos positivos 
de atuação e não desconsiderar a grande capacidade que a indústria do 
turismo tem de causar impactos significativamente negativos nas esferas 
ambiental, social, cultural e econômica.
 Exercícios
Questão 1. Leia o excerto a seguir:
“[…] A paisagem, assim como o espaço, altera-se continuamente para poder 
acompanhar as transformações da sociedade. A forma é alterada, renovada, 
suprimida, para dar lugar a uma outra forma que atenda às necessidades 
novas da estrutura social. A história é um processo sem fim, mas os objetos 
mudam e dão uma geografia diferente a cada momento da história”, dizia 
Kant, o filósofo e geógrafo (SANTOS, 1986, p. 38-39).
Segundo o texto:
A) O espaço não é imóvel, ele é modificado constantemente. Nele, exatamente como na paisagem, 
as formas concretas também sofrem constantes mudanças para atender às necessidades da sociedade.
B) A sociedade se mantém por meio de mudanças, ora mais cedo ora mais tarde, porém, essas 
mudanças não atingem as formas sociais ou econômicas da sociedade. 
38
Unidade I
C) As formas de mudanças na sociedade não são constantes. As mudanças sociais só são constantes 
a partir do momento em que as formas atingem sua plenitude. 
D) As normas sociais não tecem as mudanças das paisagens. As formas realizadas pela sociedade é 
que são representativas nas mudanças e transformações dos lugares. 
E) O espaço é alterado de acordo com as dificuldades em se criar formas. Assim, as paisagens se 
modificam à medida que as formas se ajustam às diferentes estruturas geográficas. 
Resposta correta: alternativa E.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: o espaço geográfico e a paisagem possuem estatutos ontológicos distintos; enquanto 
o espaço é abstrato e continente de todas as formas (coisas, objetos e ações), a paisagem recebe as 
ações concretas, fisicamente, como atualidade (território) e como história, o cerne da própria condição 
da paisagem.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: esta alternativa contradiz o trecho de Milton Santos. 
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: a alternativa traz afirmações incorretas sobre ações e reações objetivas (e suas formas). 
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: normas e ações tecem as mudanças, pois as ações ocorrem como normas (sinônimas 
de formas, no sentido aqui empregado).
E) Alternativa correta.
Justificativa: a alternativa traz uma correta interpretação do trecho citado, pois as demandas 
individuais e estruturais exigem que as formas lhes satisfaçam de modos historicamente característicos.
Questão 2. (Enade 2015, adaptada)
No futuro, as viagens estarão conectadas pela tecnologia e pelo marketing. 
Pelo menos é o que aponta o relatório Skift: Manifesto no futuro das 
viagens em 2020, o qual discorre sobre o distanciamento dos modos mais 
tradicionais e a aproximação com as novidades.
39
FUNDAMENTOS GEOGRÁFICOS DO TURISMO
Segundo o documento, o setor de turismo deve estar focado na mudança 
do consumo em todos os campos, não apenas nas viagens. O futuro está 
presente nas smart cities (cidades inteligentes). A evolução de cidades 
inteligentes cria a era da smart mobility (mobilidade inteligente). Trata-se 
de uma tendência que foge do ritual habitual, que contempla planejamento, 
compra e realização de viagens.
Dessa forma, observa-se o denominado “desempacotamento da viagem”, o 
qual poderá, por exemplo, afetar, com maior intensidade, o setor hoteleiro, 
devido à adesão de viajantes modernos a meios alternativos. Trata-se da 
independência na composição de uma viagem. 
Disponível em: <http://www.panrotas.com.br>. Acesso em: 4 ago. 2015 (adaptado).
A expressão “desempacotamento da viagem” refere-se às consequências das aplicações gerenciais 
das inovações tecnológicas (economia colaborativa, aplicativos de locação nas áreas de hospedagem, 
roteiros e mobilidade), com a peculiaridade de customizar frações de serviços e possibilitar escolhas 
mais individualizadas e correspondentes inovações também nas vivências e nos usos territoriais. As 
mudanças ligadas às novas práticas e escalas do capitalismo globalizado dizem respeito:
A) Ao uso, pelos viajantes, das novastecnologias de acesso tanto a fornecedores e redes sociais, que 
permitem o compartilhamento de experiências, quanto a websites especializados em serviços e 
produtos turísticos, que possibilitam a organização autônoma de uma viagem.
B) À grande quantidade de informações necessárias ao planejamento, à organização e ao controle de 
estadas nos parques hoteleiros dos destinos turísticos, de forma a tornar o uso e o acesso a esses 
estabelecimentos mais próximos do cliente.
C) Ao processamento e ao fluxo de informações direcionadas ao fornecedor, intermediário ou 
consumidor final, concebidos como um agregado único de produtos e serviços de hotelaria.
D) Às influências das novas tecnologias, que distribuem informações de pacotes e roteiros ainda em 
desenvolvimento e integram as tradicionais empresas turísticas.
E) A iniciativas das empresas do setor hoteleiro de apresentar novas alternativas de acomodação a 
seus novos clientes como forma de ampliar o mercado.
Resposta correta: alternativa A.
Análise das alternativas
A) Alternativa correta.
Justificativa: essa é a visão descrita no trecho transcrito e complementada no enunciado sobre 
reorganização de atividades, vivências e deslocamento. 
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Unidade I
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: o movimento mental, comportamental e comercial oferece alternativas aos 
monopólios turísticos (complexos hoteleiros e de lazer) convencionais, em cidades mais aparelhadas 
para serem acessadas. 
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: o que ocorre é a desagregação ou descentralização dos produtos e serviços em redes 
mais facilmente articuladas. 
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: a alternativa não considera a ideia de desempacotamento, assumindo o modelo anterior 
de empresas operadoras. 
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: a questão trata do circuito fornecedor-cliente completo, não apenas da oferta, como 
indicado na alternativa.

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