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Desenho de cobertas (cálculo de inclinação) circulação vertical: escadas Apresentação As coberturas são construções propostas para proteger edifícios de intempéries, e as escadas, estruturas que possibilitam a circulação vertical em projetos arquitetônicos. Esses são dois importantes elementos arquitetônicos. Em ambas as abordagens, é preciso conhecer os conceitos técnicos relacionados às definições da estrutura em si. Para as coberturas, mais especificamente aquelas formadas por telhados, o cálculo de inclinação, e para as escadas, as diretrizes de dimensionamentos. Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá como representar graficamente tais elementos de acordo com as convenções técnicas que são, grosso modo, o canal de comunicação entre os diversos profissionais relacionados ao edifício, do projeto à execução. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer o cálculo de inclinação de coberturas.• Definir o cálculo para o dimensionamento de escadas.• Identificar a representação gráfica de coberturas e de escadas.• Desafio Um grande escritório acaba de firmar com você um contrato de trabalho, em que o período é de experiência, mas os problemas são reais. Dentre as inúmeras questões já encaminhadas à sua mesa, a mais recente e urgente trata da acessibilidade de um edifício institucional, especificamente, uma escola. O edifício, composto por planta térrea e mais dois pavimentos, consiste em dois volumes conectados horizontalmente por passarelas e verticalmente por rampas. Ele foi entregue há alguns meses e já atende a um número expressivo de alunos do ensino médio. A questão que demanda urgência trata da incapacidade do acesso em atender o fluxo de alunos nos horários de entrada e saída. Segundo o diretor, acumula-se um volume expressivo de alunos no primeiro andar, gerando tumulto, o que para uma escola é um problema grave. O seu desafio consiste em construir uma escada entre o térreo e o primeiro andar, com pelo menos dois metros de largura, na área denominada em planta como D1. O trabalho deve ser apresentado em planta em escala, com ao menos um corte e um memorial descritivo. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Infográfico Escadas são mecanismos tridimensionais que permitem transitar entre níveis diferentes de uma realização arquitetônica. São elementos do dia a dia que se tornam quase imperceptíveis. Veja, no Infográfico, as principais características das escadas. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/d43cbbdd-3e5e-4232-9b7f-8dd356a6ef7c/9248af77-82d3-49fb-be7c-61c6691406e1.jpg Conteúdo do livro Escadas e coberturas são dois importantes elementos arquitetônicos: as coberturas, construções propostas para proteger edifícios de intempéries, e as escadas, estruturas que possibilitam a circulação vertical em projetos arquitetônicos. No capítulo Desenho de coberturas (cálculo de inclinação) e circulação vertical: escadas, da obra Desenho técnico arquitetônico, você verá como representar graficamente tais elementos, de acordo com as convenções técnicas que são, grosso modo, o canal de comunicação entre os diversos profissionais relacionados ao edifício, do projeto à execução. Boa leitura. DESENHO TÉCNICO ARQUITETÔNICO Wylliam Myckel Copini Desenho de coberturas (cálculo de inclinação) e circulação vertical: escadas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer o cálculo de inclinação de coberturas. � Definir o cálculo para o dimensionamento de escadas. � Identificar a representação gráfica de coberturas e de escadas. Introdução As coberturas, construções propostas para proteger edifícios de intem- peres, e as escadas, estruturas que possibilitam a circulação vertical em projetos arquitetônicos são importantes elementos arquitetônicos. Para ambas as abordagens existem conceitos técnicos relacionados às de- finições da estrutura em si, para as coberturas, mais especificamente aquelas formadas por telhados, o cálculo de inclinação; e para as escadas, as diretrizes de dimensionamos. Neste capítulo, você verá como representar graficamente esses ele- mentos de acordo com as convenções técnicas, que são, a grosso modo, o canal de comunicação entre os diversos profissionais relacionados ao edifício, do projeto à execução. Coberturas A cobertura é um dos elementos fundamentais na arquitetura e está, de certa forma, relacionada à gênese do ofício. A essa estrutura, incumbe-se a função, indispensável em muitos casos, de proteção. Peter Neufert (1998, p. 80) clas- sifica os telhados como: “[...] construções destinadas a proteger os edifícios da ação das intempéries como chuva, vento, frio e calor”. Pode-se concluir que, ao tratar do telhado como uma “construção” e não uma etapa, ele agrega a esse elemento um alto valor (Figura 1). Figura 1. Elementos primordiais de um edifício. Fonte: Ching e Binggeli (2013, p. 18–19). Deve-se considerar, também, o caráter estético e expressivo deste elemento, afinal, trata-se do coroamento do edifício. As características culturais e tem- porais que, por se tratar de um elemento com infinitas técnicas e formas de desenvolvimento, serão selecionadas por condicionantes, como a disponibili- dade de mão de obra e materiais, clima, orçamento, bom gosto, etc. Vamos adotar o entendimento de Peter Neufert (1998) e tratar do elemento cobertura como uma construção. Esta construção pode ser analisada em dois grandes grupos: as formadas por elementos planos, como lajes; e as formadas por estruturas e revestimento, exemplificados por telhados. Desenho de coberturas (cálculo de inclinação) e circulação vertical: escadas2 Coberturas formadas por laje também possuem revestimentos, que variam de mantas sintéticas a elementos verdes, como em um terraço jardim. Apesar de não entrar no nosso escopo, vale mencionar que lajes planas também possuem inclinações, pouco significativas e dificilmente perceptíveis a olho nu, e precisam, assim como em todo piso, evitar que a água empoce. Para isso, faz-se uso de pequenas inclinações que direcionam o escoamento. Como mencionado, existe uma significativa variedade de estruturas e revestimentos que podem definir a construção das coberturas. As estruturas, predominantemente constituídas por madeira, aço ou concreto armado, variam entre treliçadas, arcos, tesouras, suportes triangulares ou lajes inclinadas. Essas estruturas sustentam (ou tencionam no caso das membranas) revestimentos constituídos por madeira, palha, cerâmica, fibrocimento, concreto, entre outros. O exemplo da Figura 2 apresenta as estruturas da cobertura: No processo de construção, a superestrutura se eleva a partir da subestru- tura, seguindo o mesmo caminho utilizado para transmitir suas cargas. [...] O sistema estrutural é necessário para sustentar a pele da edificação, bem como seus pisos internos e paredes externas e internas; além disso, transfere as cargas impostas para a subestrutura. [...] A pele ou vedação externa de uma edificação (composta pela cobertura e pelas paredes exter- nas, janelas e portas) fornece proteção e abrigo para os espaços internos da edificação. [...] A superestrutura, ou o comprimento vertical da edificação acima das fundações, é formada pelas vedações externas e pela estrutura interna que define a forma da edificação, bem como por seu leiaute e sua composição espaciais (CHING, 2015, p. 24). 3Desenho de coberturas (cálculo de inclinação) e circulação vertical: escadas Figura 2. Elementos que constituem uma cobertura típica formada por estrutura e revestimento. Fonte: Ching (2015, p. 24). Inclinação de cobertura A inclinação de uma cobertura do tipo telhado será definida pela relação entre o tipo do revestimento (leia-se o material e o tamanho da peça) e o compri-mento da área a ser coberta. Essa informação costuma ser especificada pelo fabricante, mas você verá um pouco mais sobre essa questão. Desenho de coberturas (cálculo de inclinação) e circulação vertical: escadas4 A inclinação definida para um determinado tipo de cobertura não tem relação direta com o material que o compõe, mas sim com o tamanho de cada peça. Pode-se afirmar que quanto menor for a peça, maior será sua inclinação. Isso acontece porque para cada peça existe uma carga de água a ser escoada, então, se uma cobertura for constituída por uma única peça a inclinação será x%. Agora, se a cobertura for composta por duas peças ou mais, a peça inferior precisará escoar a sua carga e a carga da peça superior e, assim por diante, demandando uma inclinação maior. Isso influencia na inclinação, pois, presumidamente, quanto maior for o número de peças, maior será o esforço para um escoamento fluido, porque corre-se o risco da água “retornar” por de baixo da peça superior e, inevita- velmente, causar infiltração. Cálculo A inclinação de um telhado será especificada em ângulos ou porcentagem, convencionalmente especifica-se em porcentagem pela simplicidade dos cálcu- los, sobretudo, aqueles realizados durante a execução. Mas, afinal, o que isso significa? Significa que a inclinação se dará pela relação entre o comprimento da base e a altura do ponto mais alto do telhado, leia-se da cumeeira, como você pode ver na Figura 3. Figura 3. Cálculo básico de inclinação por % e por graus. Parece simples, não é? Pois bem, como mencionado, os fabricantes e for- necedores costumam especificar a inclinação dos seus produtos, o que torna o trabalho muito mais fácil. Vale lembrar, contudo, que os revestimentos possuem inclinação mínima e máxima, e que, à medida que a base fica mais longa, a inclinação aumenta. Na Tabela 1, você verá as inclinações, que são uma média e podem, inevitavelmente, variar. 5Desenho de coberturas (cálculo de inclinação) e circulação vertical: escadas Tipo Ângulo Porcentagem Telha cerâmica tipo francesa 18/22° 32/40% Telha cerâmica tipo romana 17/25° 30/45% Telha cerâmica tipo colonial 11/14° 20/25% Telha cerâmica tipo plan 11/17° 20/30% Telha cerâmica tipo germânica 15/90° 25% até a fixação vertical Telha de fibrocimento tipo ondulada 5/10° 9/18% Telha de fibrocimento tipo modulada 3° 5% Telha de fibrocimento tipo canalete 2° 3% Tabela 1. Especificações de telhas É relevante mencionar que inclinações superiores às citadas na Tabela 1 são possíveis, mas implicam a amarração do revestimento na estrutura. Não é raro que profissionais utilizem telhas onduladas de fibrocimento, translúcidas ou metálicas para executar o revestimento vertical de edifícios. Os resultados térmicos, acústicos e estéticos não são os mesmos alcançados com madeira ou alvenaria, mas, ainda assim, podem apresentar excelentes resultados. Acesse o link a seguir para ver um exemplo de construção com telhas metálicas. https://goo.gl/SYnKQt Representação gráfica de coberturas Veja a seguir o detalhamento da representação gráfica de coberturas em cada um dos tipos de plantas e um exemplo na Figura 4. Desenho de coberturas (cálculo de inclinação) e circulação vertical: escadas6 � Em planta baixa: todos os elementos relevantes naquele pavimento, mas não inclusos na seção, devem ser lançados com linhas tracejadas, devidamente nomeadas, incluindo a cobertura. � Em planta de cobertura: ■ utilize texturas para representar o revestimento escolhido. Na dúvida, use texturas simples e evite poluir o desenho; ■ apresente linhas médias marcando o encontro de planos com incli- nações diferentes na cobertura, seja ela um telhado, uma laje plana, em curva, ou mesmo uma membrana, além de indicar a inclinação em graus ou porcentagem e de apontar a direção do caimento. � Em planta de locação e implantação: não são desenhadas com o intuito de detalhar a cobertura, como o próprio nome diz, descrevem ou amarram o edifício no terreno, mas não devem, por não ser o propósito, deixar de representar corretamente a cobertura. Insira lá informações como direção da inclinação e a hachura especificada. Seguindo os mesmos princípios da planta de cobertura. � Em plantas de corte: ■ quando a intersecção inclui a cobertura — coberturas formadas por estruturas e revestimentos devem ter o desenho das peças previstas em corte, no entanto, seu detalhamento deverá ser feito em plantas espe- cíficas. Se sua cobertura incluir uma laje, descreva a composição das múltiplas camadas, e adote, caso os materiais apresentem espessuras insignificantes, uma espessura representativa. Assim, o responsável pela execução compreenderá integralmente o objeto em questão; ■ quando a intersecção não passa pela cobertura — a representação gráfica será como em uma elevação, não insira informações, ela está em segundo plano. � Em plantas de elevação e perspectivas: descrevem um edifício fina- lizado. Não contemplam informações técnicas. Figura 4. Representação gráfica da cobertura. 7Desenho de coberturas (cálculo de inclinação) e circulação vertical: escadas Escadas As escadas são elementos arquitetônicos que nos permitem mover entre dife- rentes níveis de um edifício. Suas possíveis configurações, ou seja, as diversas maneiras como podem ser inseridas no ambiente determinam o percurso e o espaço que ela ocupará. Entre as inúmeras questões relevantes no dimen- sionando de uma escada, duas costumam se destacar: segurança e conforto. Veja, na Figura 5, os elementos de uma escada. O guarda-corpo se compõe pelo balaústre e pelo corrimão. O patamar é o espaço plano situado entre os lances. Cada degrau se compõe por espelho e piso, sendo o bocel a pequena saliência formada pela sobreposição do piso sobre o espelho. Figura 5. Elementos típicos de uma escada. Fonte: Adaptada de Aria Arquitetura (2018, documento on-line). É impossível negar o caráter estético da escada, pois, quando bem planeja- dos, são elementos escultóricos que nos prestam, além da sua função locomotora básica, um passeio pelo ambiente. Segundo Francis Ching e Corky Binggeli (2013, p. 212): a tridimensionalidade das escadarias “pode ser explorada quando uma pessoa as trata como uma escultura, seja livre em um espaço ou fixa em um plano de parede”. Desenho de coberturas (cálculo de inclinação) e circulação vertical: escadas8 Variações Existem inúmeras formas de construir uma escada. Como você viu, costuma-se considerar com relevância o conforto e a segurança, mas essas são caracte- rísticas que se situam dentro de um propósito efetivamente decisivo. Para exemplificar, o conforto tem relação direta com o fluxo de pessoas que, por sua vez, determina as principais dimensões de uma escada. Já a segurança varia com o propósito, por exemplo, escadas residenciais serão consideradas seguras se bem dimensionadas e protegidas, diferente de escadas de incêndio, que compõe uma rota de fuga e precisam ser desenhadas atendendo rigorosa- mente a inúmeros pré-requisitos. Entre outros fatores que induzem a construção de uma escada, podemos citar o orçamento, que define a técnica e os materiais; a função e a disponi- bilidade espacial, que definem o estilo e o modelo; e o fato do ambiente ser aberto ou fechado, bem como as questões estéticas relacionadas ao projeto como um todo, ou seja, a linha arquitetônica a seguir. Observe um exemplo na Figura 6. Figura 6. Em edifícios públicos costuma-se ver com mais frequência projetos de escada que buscam incorporar um caráter escultórico ao volume, como no Centro Georges Pompidou, projetado pelos arquitetos Renzo Piano e Richard Rogers. Fonte: pisaphotography/Shutterstock.com. 9Desenho de coberturas (cálculo de inclinação) e circulação vertical: escadas O link e o código a seguir trazem um artigo que apre- senta interessante seleção de escadas construídas com a evidente intenção de agregar valor estético ao espaço onde estão inseridas. https://goo.gl/UJ9oZjConsiderações Antes de abordar os cálculos de dimensionamento de uma escada, é necessário considerar alguns pontos. 1. As normas técnicas relevantes para o dimensionamento de escadas a serem consultadas: no Brasil a norma brasileira (NBR) nº 9.077/2001 trata das saídas de emergência e a NBR nº 9.050/2015 trata das normas de acessibilidade (ASSOCIAÇÃO..., 2001; 2015). 2. Fórmula de Blondell: definida pela equação 63 cm ≤ 2E + P ≤ 64 cm. Em que, E representa o espelho ou altura do degrau e P a pisada. Essa equação, reinterpretada pela NBR nº 9.050, adota uma pequena variação, em que 2E + P é menor ou igual a 65 cm, e não 64 como no original (ASSOCIAÇÃO..., 2015). 3. Código de obras de uma cidade: não raramente, pode definir a fórmula para as dimensões mínimas e máximas dos espelhos e pisadas (nor- malmente uma variação da fórmula de Blondell), a sua largura, além de particularidades variadas. 4. Corpo de bombeiros: pode especificar limites mínimos e máximos, tal como o código de obras, no entanto, normalmente se restringem a espaços institucionais e comerciais e a rotas de fuga. Outro ponto importante, refere-se ao espaço disponível e, consequente- mente, ao trajeto que a escada assumirá. Aqui, será definido se a escada será reta, em L, em U, helicoidal, em lance curvo ou em configurações menos usuais ou mais específicas, como escadas em T, escadas Santos Dummont ou do tipo marinheiro. Além disso, é definido se o espaço permitirá que sua escada tenha patamares de descanso. Desenho de coberturas (cálculo de inclinação) e circulação vertical: escadas10 Feitas as considerações iniciais, passa-se ao cálculo, que definirá, em resumo: o número de espelhos e sua altura, o número de pisos e seu compri- mento e a largura. A largura, salvo possíveis particularidades de um plano diretor ou normas do corpo do bombeiro, terá, para residências 80 cm (o mínimo recomendável), e para espaços comerciais e institucionais 120 cm (determinados por norma). Dimensionamento Inicialmente, definimos o número de degraus (d), que é a relação entre o tamanho do espelho (e) e o vão a ser vencido (h). Lembre-se de não confundir o vão, que é a distância de um piso a outro, com o pé direito, que é a distância do piso à laje. Exemplo: d = 17 / h = 300 cm | e = 300/17 = 17,65 Na sequência, para definir a largura das pisadas (p), usaremos uma varia- ção da equação de Blondell, estabelecida pela NBR nº 9.050, em que temos: 0,63 m ≤ p + 2e ≤ 0,65 m Pisos (p): 0,28 m ≤ p ≤ 0,32 m Espelhos (e): 0,16 m ≤ e ≤ 0,18 m Aqui, é necessário definir o coeficiente, uma variação entre 63 e 65 cm, em que convencionalmente é adotado 64 cm, logo: 0,63 m < p + 2e < 0,65 m | p + 2e = 64 cm | p = 64 – 2 · 17,65 | p = 28,7 cm Agora, definidos o espelho e a pisada, e temos o comprimento mínimo da escada, ou seja, a soma de todas as pisadas sem incluir base e patamares. p · d = comprimento mínimo | 28,7 · 17 = 4,88 metros. Obs.: o número de pisadas dá escada é sempre o número de degraus me- nos 1, isso acontece porque o último degrau é o piso do andar superior. Essa informação é relevante, caso sua escada não utilize o mesmo material do piso superior. Recomenda-se que, tanto para a base como para os patamares, se houver, seu comprimento seja equivalente a largura da escada, então, se adotarmos 11Desenho de coberturas (cálculo de inclinação) e circulação vertical: escadas o mínimo (recomendável) para escadas residenciais, a base e os patamares terão 80 cm quadrados. No entanto, vale atentar para um detalhe pertinente, a equação de Blondell define o comprimento ideal da pisada com base no ritmo, portanto, é coerente que a base e os patamares tenham como comprimento, múltiplos da pisada. Neste nosso exemplo, temos definidos: Altura do vão = 300 cm Número de degraus = 17 Altura do espelho = 17,65 cm Comprimento da pisada = 28,7 cm Comprimento mínimo total (sem incluir a base) = 488 cm Representação gráfica de escadas Veja a seguir o detalhamento da representação gráfica de escadas em cada um dos tipos de plantas e um exemplo na Figura 7. � Em planta baixa: ■ seguem os mesmos princípios dos demais elementos arquitetônicos, portanto, são representados com linhas médias todos os degraus loca- lizados abaixo da secção e, com linhas tracejadas, todos os localizados acima. Uma linha de ruptura na diagonal divide as duas representações; ■ os degraus são numerados de baixo para cima, incluindo os projetados; ■ uma seta indica a direção de subida da escada, ela parte do primeiro degrau até o último visível na planta; ■ as cotas marcam o comprimento de um dos degraus, o comprimento dos lances, o comprimento dos patamares, a largura da escada e o posicionamento do corrimão; ■ marca-se o nível do piso e o nível dos patamares, se houverem. � Nas plantas de corte: ■ se a intersecção incluir a escada, represente com linhas grossas o corte e com hachuras seu preenchimento. Caso prefira, a NBR nº 6.492/1994 exemplifica a representação de algumas texturas em corte (ASSOCIAÇÃO..., 1994); ■ se a intersecção não incluir a escada, represente com linhas médias, como em uma vista; ■ marca-se o nível dos pisos e dos patamares, se houver. Desenho de coberturas (cálculo de inclinação) e circulação vertical: escadas12 Figura 7. Representação gráfica de escadas em planta, em vista e em corte. 1. Sabemos que as coberturas do tipo telhados, aquelas constituídas de estruturas e revestimento, variam sua inclinação de acordo com o tipo de revestimento e o comprimento da base. O valor dessa inclinação pode ser lançado em planta, como uma porcentagem ou como grau. Conhecendo essa informação é correto afirmar que: a) para uma cobertura com telha cerâmica do tipo francesa, constituída de duas águas de 4 metros de base cada, a fabricante especificou um caimento de 32%, portanto, a altura da cumeeira é de 2 metros. b) para uma cobertura com telha cerâmica do tipo colonial, constituída de quatro águas de 3 13Desenho de coberturas (cálculo de inclinação) e circulação vertical: escadas metros de base cada, a fabricante especificou uma inclinação de 11°, portanto, a altura da cumeeira é de 1,65 metros. c) para uma cobertura com telha cerâmica do tipo germânica, de comprimentos variados, a fabricante especificou uma inclinação máxima de 100%, ou seja, as alturas de cumeeiras podem chegar até a equivalência do comprimento de base. d) coberturas revestidas com telhas de fibrocimento do tipo ondulada necessitam de uma inclinação mínima de 30%, ou 17°. e) coberturas revestidas com telhas de fibrocimento do tipo ondulada apresentam um ótimo escoamento, o que permite um caimento insignificante, cerca de 3% para até 5 metros de comprimento de base. 2. A razão pela qual revestimentos de cobertura constituídos por telhas apresentam inclinações variadas tem relação com o número de peças necessárias para cobrir toda a base. O formato e o material que a constituem obviamente interferem no resultado, mas, de uma forma resumida, podemos dizer que quanto mais peças forem necessárias, maior será a inclinação. Compreendendo essa questão, é correto dizer que: a) a variação do ângulo de inclinação de um determinado tipo de telha se deve, entre outras questões, a relação do comprimento de base com o comprimento da peça. b) telhas cerâmicas, de um modo geral, demandam inclinações mais acentuadas devido ao seu peso. c) a significativa capacidade de absorver agua é a razão pela qual as telhas cerâmicas demandam uma inclinação acentuada. d) a baixa inclinação especificada para telhas de fibrocimento se deve a sua capacidade de repelir a água. e) o caimento especificado pelo fabricante para um determinado tipo de telha não varia com o comprimento de base. 3. Os cálculos de dimensionamento de uma escada, ou seja, aqueles que irão definir qual a altura do espelho e o comprimento das pisadas são feitos depois de tomadas as decisões relacionadas,principalmente, ao uso e à legislação vigente, ao caráter estético e escultórico, ao espaço disponível para o percurso e ao orçamento e técnicas disponíveis. Sabendo disso, qual alternativa está correta? a) A legislação vigente mencionada no enunciado são a NBR nº 9.077, que trata das saídas de emergência e a NBR nº 9.050/2015, referente às normas de acessibilidade. b) A NBR nº 9.050/2015, que orienta sobre a acessibilidade, sugere a largura mínima de uma escada residencial como sendo de 80 cm e especifica a largura mínima para edifícios comerciais e institucionais como 120 cm. c) Para edifícios comercias, a NBR de acessibilidade define, para escadas, que a largura mínima deva ser equivalente a três vezes o comprimento da pisada. Desenho de coberturas (cálculo de inclinação) e circulação vertical: escadas14 d) Em um edifício institucional, ao tratar uma escada como um elemento escultórico, é possível subjugar exigências técnicas como larguras mínimas e corrimões. e) Ao falar de espaço disponível para o percurso, o enunciado está se referindo à distância de piso a piso. 4. Todos nós já experienciamos, em algum momento, uma escada visivelmente fora do compasso, o que acontece por ela não estar proporcionalmente ajustada para evitar esse desconforto. Para isso, é comum utilizar a equação de Blondell, que é definida pela relação de proporcionalidade entre a largura da pisada e a altura do degrau. O propósito é simples, dar ritmo ao fluxo e tornar a experiência confortável. Conhecendo esse princípio, assinale a alternativa correta. a) Em síntese, a equação de Blondell define o comprimento da pisada como equivalente ao dobro da altura do degrau P = 2e. b) O número de degraus é sempre definido pela altura do vão dividido pela altura do degrau. c) Segundo a equação de Blondell, a largura de uma escada é definida pela relação da altura do degrau com o comprimento da pisada 2 (e + p) = L. d) A equação de Blondell define que a base e os patamares de uma escada tenham sempre o equivalente a três vezes o comprimento da pisada. e) Para manter o fluxo fluido de uma escada, é recomendável que o comprimento da base e dos patamares, se houverem, seja um múltiplo do comprimento da pisada. 5. Sabe-se que a representação gráfica em um projeto arquitetônico segue regras bem específicas por uma razão muito simples: ela é o um canal de comunicação entre as diversas áreas relacionadas ao desenvolvimento e à execução de um projeto. Sabe-se, também, que a representação gráfica de escadas segue os mesmos princípios dos demais elementos arquitetônicos, portanto, elas estarão lá, em cada desenho que a contemple. De acordo com essa afirmação, assinale a alternativa correta. a) Em planta baixa, as escadas são representadas com linhas médias, do primeiro ao último degrau, degraus numerados partindo de baixo para cima e com uma seta marcando a direção de subida. b) Ao representar uma escada em planta baixa, deve-se enumerar os degraus de cima para baixo, além de indicar com uma seta a direção de descida. c) Em planta baixa, o correto é cotar o nível de todos os degraus até a altura da secção. d) O corrimão, elemento essencial para a segurança de uma escada, deve estar presente em todos os desenhos, ainda que não esteja devidamente detalhado. e) As cotas devem sempre marcar, um a um, o comprimento dos degraus, o comprimento dos lances, o comprimento dos patamares, a largura da escada e o posicionamento do corrimão. 15Desenho de coberturas (cálculo de inclinação) e circulação vertical: escadas ARIA ARQUITETURA. Dicionarq. 2018. Disponível em: <https://www.pictasite.com/ post/BeHPF05BeFx>. Acesso em 24 maio 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492. Representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT, 1994. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050. Acessibilidade a edi- ficações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9077. Saídas de emergência em edifícios. Rio de Janeiro: ABNT, 2001. CHING, F. D.; BINGGELI, C. Arquitetura de interiores ilustrada. 3. ed. Porto Alegre: Book- man, 2013. NEUFERT, P. Arte de projetar em arquitetura. 17. ed. São Paulo: GG, 1998. Leituras recomendadas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8403. Aplicação de linhas em desenhos - Tipos de linhas - Larguras das linhas - Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1984. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126. Cotagem em desenho técnico – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1998. CHING, F. D. Arquitetura: forma, espaço e ordem. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. ETERNIT. Catálogo técnico: fibrocimento. 2018. Disponível em: <http://www.eternit. com.br/downloads/catalogos/catalogo-eternit-fibrocimento.pdf>. Acesso em: 18 maio 2018. YAZIGI, W. A técnica de edificar. 15. ed. São Paulo: Pini, 2016. Desenho de coberturas (cálculo de inclinação) e circulação vertical: escadas16 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: Dica do professor Telhados são tipos de coberturas formados por estrutura e revestimento. Nas palavras de Neufert (1998, p. 80), são "construções destinadas a proteger os edifícios da ação das intempéries como chuva, vento, frio e calor." Na Dica do Professor, você irá conhecer como se constitui um madeiramento clássico de telhado, suas principais peças e funções próprias dentro do conjunto. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/633ab79aba8d6bb90c8f17f7695d5074 Exercícios 1) É sabido que as coberturas do tipo telhados, aquelas constituídas de estruturas e revestimento, variam sua inclinação de acordo com o tipo de revestimento e o comprimento da base. O valor dessa inclinação pode ser lançado em planta, como uma porcentagem ou como grau. Conhecendo essa informação, é correto afirmar que: A) para uma cobertura com telha cerâmica do tipo francesa, constituída de duas águas de 4 metros de base cada, a fabricante especificou um caimento de 32%. Para tal, a altura da cumeeira é de 2 metros. B) para uma cobertura com telha cerâmica do tipo colonial, constituída de quatro águas de 3 metros de base cada, a fabricante especificou uma inclinação de 11°. Para tal, a altura da cumeeira é de 1,65 metros. C) para uma cobertura com telha cerâmica do tipo germânica, de comprimentos variados, a fabricante especificou uma inclinação máxima de 100%, ou seja, as alturas de cumeeiras podem chegar até a equivalência do comprimento de base. D) coberturas revestidas com telhas de fibrocimento do tipo ondulada necessitam de uma inclinação mínima de 30%, ou 17°. E) coberturas revestidas com telhas de fibrocimento do tipo ondulada apresentam um ótimo escoamento, o que permite um caimento insignificante, cerca de 3% para até 5 metros de comprimento de base. 2) A razão pela qual revestimentos de cobertura constituídos por telhas apresentam inclinações variadas tem relação com o número de peças necessárias para cobrir toda a base. O formato e o material que a constituem, obviamente, interferem no resultado, mas, de uma forma resumida, podemos dizer que quanto mais peças forem necessárias, maior será a inclinação. Compreendendo essa questão, é correto dizer que: A) a variação do ângulo de inclinação de um determinado tipo de telha se deve, entre outras questões, à relação do comprimento de base com o comprimento da peça. B) telhas cerâmicas, de um modo geral, demandam inclinações mais acentuadas devido ao seu peso. C) a significativa capacidade de absorver agua é a razão pela qual as telhas cerâmicas demandam uma inclinação acentuada. D) a baixa inclinação especificada para telhas de fibrocimento se deve àsua capacidade de repelir a água. E) o caimento especificado pelo fabricante para um determinado tipo de telha não varia com o comprimento de base. 3) Os cálculos de dimensionamento de uma escada, ou seja, aqueles que irão definir qual a altura do espelho e o comprimento das pisadas, são feitos depois de tomada uma série de decisões relacionadas, principalmente, ao uso e à legislação vigente, ao caráter estético e escultórico, ao espaço disponível para o percurso e ao orçamento e às técnicas disponíveis. Sabendo disso, qual das alternativas abaixo está correta? A) A legislação vigente mencionada no enunciado compreende duas normas técnicas: a NBR 9077, que trata das saídas de emergência, e a NBR 9050/2004, referente às normas de acessibilidade. B) A NBR 9050/2004, que orienta sobre a acessibilidade, sugere a largura mínima de uma escada residencial como sendo de 80 cm, e especifica a largura mínima para edifícios comerciais e institucionais como sendo de 120cm. C) Para edifícios comerciais, a NBR de acessibilidade define, para escadas, que a largura mínima deve ser o equivalente a três vezes o comprimento da pisada. D) Em um edifício institucional, ao tratar uma escada como um elemento escultórico, é possível subjugar exigências técnicas como larguras mínimas e corrimões. E) Ao falar de espaço disponível para o percurso, o enunciado está se referindo à distância de piso a piso. Todos nós já nos deparamos, em algum momento, com uma escada visivelmente fora do compasso. Isso acontece porque ela não está proporcionalmente ajustada. Para evitar esse desconforto, é comum fazer uso da equação de Blondel, definida pela relação de proporcionalidade entre a largura da pisada e a altura do degrau. O propósito é simples: dar ritmo ao fluxo e tornar a experiência confortável. 4) Conhecendo esse princípio, assinale a alternativa correta. A) Em síntese, a equação de Blondel define o comprimento da pisada como equivalente ao dobro da altura do degrau. P = 2e. B) O número de degraus é sempre definido pela altura do vão dividido pela altura do degrau. C) Segundo a equação de Blondel, a largura de uma escada é definida pela relação da altura do degrau com o comprimento da pisada. 2( e+p ) = L. D) A equação de Blondel define que a base e os patamares de uma escada tenham sempre o equivalente a três vezes o comprimento da pisada. E) Para manter o fluxo fluido de uma escada é recomendável que o comprimento da base e dos patamares, se houver, seja um múltiplo do comprimento da pisada. 5) Sabe-se que a representação gráfica em um projeto arquitetônico segue regras bem específicas por uma razão muito simples: ela é o canal de comunicação entre as diversas áreas relacionadas ao desenvolvimento e à execução de um projeto. Sabe-se também que a representação gráfica de escadas segue os mesmos princípios dos demais elementos arquitetônicos, portanto, elas estarão lá, em cada desenho que as contemple. De acordo com essa afirmação, assinale a alternativa correta. A) Em planta baixa, escadas são representadas com linhas médias do primeiro ao último degrau; degraus numerados partindo de baixo para cima e com uma seta marcando a direção de subida. B) Ao representar uma escada em planta baixa, deve-se enumerar os degraus de cima para baixo, além de indicar com uma seta a direção de descida. C) Em planta baixa, o correto é cotar o nível de todos os degraus até a altura da seção. D) O corrimão, elemento essencial para a segurança de uma escada, deve estar presente em todos os desenhos, ainda que não esteja devidamente detalhado. E) As cotas devem sempre marcar, um a um, o comprimento dos degraus, o comprimento dos lances, o comprimento dos patamares, a largura da escada e o posicionamento do corrimão. Na prática Um dos objetivos, talvez o principal deles, de uma cobertura é proporcionar proteção contra o tempo, seja sol ou chuva. No primeiro caso, basta que bloqueie a luz e a radiação, objetivo relativamente simples de alcançar. No segundo, é necessário fazer com que a água flua livremente e, para isso, é preciso entender exatamente o que acontece na superfície do telhado. Para cada tipo de cobertura, há um ângulo específico de inclinação e isso acontece porque o tamanho da peça influencia a fluidez da água. Mas como exatamente isso acontece? Veja a questão mais de perto, no Na Prática a seguir. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/24a2e921-67de-4231-a170-0c89897c68ad/74733c93-0906-4896-8df2-ece25ee3b3da.jpg Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Guia de telhados e coberturas: 26 tipos de telhas, chapas e membranas para seus projetos. Você viu que a inclinação de uma cobertura é definida pelo tipo de revestimento que será utilizado e que essa informação é disponibilizada em suas especificações técnicas. Mas será que você sabe o quão diversificado esse material pode ser? Leia o texto com algumas das muitas opções de revestimento disponíveis no mercado. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Técnicas construtivas do período colonial – II. As coberturas com telhas cerâmicas são uma característica bem marcante da colonização latina e estão, indiscutivelmente, presentes em todo o território nacional. Basta uma andada pelo interior e se verá telhas portuguesas. Quer saber um pouco mais sobre suas técnicas construtivas aplicadas a coberturas? Leia o texto. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.archdaily.com.br/br/892900/guia-de-telhados-e-coberturas-26-tipos-de-telhas-chapas-e-membranas-para-seus-projetos https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2010/09/06/tecnicas-construtivas-do-periodo-colonial-ii/
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