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Sistemas, Princípios e Fontes Processuais Penais

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Sistemas Processuais Penais
Introdução
· Instrumento do qual o Estado dispõe para aplicação do direito penal material a casos concretos.
· As doutrinas sempre embatem sobre o sistema brasileiro ser acusatório ou misto, mas:O Pacote Anticrime e o CPP deixam expressos que no Brasil o sistema processual penal é ACUSATÓRIO, portanto há expressa previsão legal quanto a isso.
(CPP) Art. 3ª-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação.
Sistema Acusatório
· Há distinção absoluta entre quem acusa, quem defende e quem julga -> são pessoas e instituições distintas.
· Tem a ver com a IMPARCIALIDADE, não com autoritarismo.
· Ninguém poderá ser chamado a juízo sem que haja uma acusação, por meio da qual é descrito o fato imputado em todas as suas circunstâncias.
Juiz
 Acusado
Acusador
Sistema Inquisitivo
· Não é obrigatório que haja um órgão público ou que o próprio ofendido ofereça uma acusação.
· O juiz poderá desencadear o processo ex officio, e também poderá substituir a defesa.
· Dessa forma, há possibilidade de a acusação, a defesa e o julgador se encontrarem na mesma pessoa, que também concentra a gestão das provas.
· Processo penal sigiloso.
Sistema Misto
· É intermediário -> ao mesmo tempo em que há a observâ5ncia de garantias constitucionais, também há a faculdade da produção de provas ex officio e da restrição à publicidade do processo.
· No Brasil, não há previsão legal da produção de provas ex officio pelo juiz, e a regra é a publicidade dos processos, salvo as hipóteses previstas expressamente em lei.
Princípios Processuais
Verdade Real
· Verdade material ou substancial.
· A busca pela verdade não pode violar os direitos e as garantias do investigado/acusado.
· O juiz deve atuar no sentido de buscar o esclarecimento da verdade dos fatos.
· Alguns exemplos do CPP:
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações.
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes.
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independentemente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possível.
Iniciativa das Partes
· O juiz NÃO inicia ação penal -> ou há a denúncia pelo MP, ou há a queixa-crime da parte com seu advogado.
· Da mesma forma que ocorre nas ações públicas condicionadas e nas ações privadas.
· O juiz NÃO pode ordenar a produção de provas que deveriam ter sido requeridas ou produzidas pelas partes.
· O juiz só pode agir para elucidar suas dúvidas.
· Em sede recursal, o Tribunal não pode julgar além do requerido pela acusação.
Devido Processo Legal
· Seguir os procedimentos conforme previsto em lei.
· Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem que haja um processo prévio, no qual devem ser assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e cursos a ela inerentes.
· É abrangente -> fere-se o devido processo legal quando é desrespeitado qualquer princípio processual penal.
Quanto às Provas Ilícitas
· Provas obtidas por meios ilícitos NÃO poderão, como regra, ser utilizadas como fator de convicção do juiz.
(CRFB/88) Art. 5º, LVI. São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.
· Teoria do fruto da árvore envenenada.
· Somente é possível a utilização dessas provas SE, e somente SE, ela for a única capaz de inocentar o réu.
Presunção de Inocência
· Só poderá ser considerado CULPADO depois do trânsito em julgado da condenação.
(CRFB/88) Art. 5º, LVII. Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
· O status de inocência só deixa de existir quando já não há mais possibilidade de recurso frente à sentença penal condenatória.SÚMULA 444 DO STJ
Na dosimetria da pena, NÃO podem ser considerados registros criminais pertinentes a processos a que responde o acusado sem trânsito em julgado de decisão condenatória.
Quais são esses registros?
1. Inquéritos policiais, arquivados ou em andamento;
2. Apuração de ato infracional a que tenha respondido imputado quando menor de 18 anos;
3. Fatos beneficiados pela transação penal no âmbito do Juizado Especial.
Princípio da não-autoincriminação
· Não se pode exigir do réu que ele diga algo ou produza alguma prova que não o beneficie.
· O contrário ocorre com a testemunha, que é juridicamente obrigada a dizer a verdade, mesmo que a prejudique.
· Ligado ao direito de permanecer em silencia, mas não são a mesma coisa: o réu pode permanecer em silêncio sem que esse silêncio seja usado contra ele. Já o princípio da não-autoincriminação diz respeito a não ser e nem poder ser exigido que o réu produza provas contra ele mesmo ou que possam vir a prejudica-lo posteriormente.
Fontes do Direito Processual
Fontes Formais
· Dizem respeito à roupa da norma, ou seja, como ela é expressa.
Imediatas: CRFB, leis, tratados, convenções e regras de direito internacional.
Mediatas: Costumes, princípios, analogia, doutrina, jurisprudência, direito comparado e súmulas vinculantes.
Fontes Materiais
· Dizem respeito a quem produz a regra, quem materializa a norma.
União: em regra, é a fonte material primária.
(CRFB/88) Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I. Direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.
Estados: é secundária, por deve haver autorização da União por meio de Lei Complementar.
(CRFB/88) Art. 22, parágrafo único – Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas nesse artigo.
Exemplo: O Congresso Nacional (fonte material) editou a Lei 13.964/19 (fonte formal).

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