Buscar

Aprendizagem da Língua Portuguesa u4s1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Nas sociedades grafocêntricas, ou seja, que utilizam a escrita como principal meio de registro, comunicação e
construção cientí�ca/cultural, a aquisição da competência leitora e escritora é valorizada de forma muito intensa.
Por causa disso, é válido re�etirmos sobre aspectos fono-ortográ�cos e morfossemânticos para sabermos como
atuar com o ensino da escrita e leitura nos anos iniciais do ensino fundamental. 
Aspectos fono-ortográ�cos
Segundo Kato (1995), na internalização da escrita, a
criança percorre um contexto em que tanto a fala
como a escrita sofrem in�uência uma da outra de
forma muito natural e sem grandes regularidades, já
que a criança ainda não tem consciência dos
elementos que compõem a construção da escrita,
como palavras, fonemas e oração. 
Fonte: Shutterstock. 
Conforme a criança avança em suas hipóteses, perpassando as fases pré-silábica, silábica, silábica-alfabética e
alfabética, ela aperfeiçoa sua consciência fonológica e, aos poucos, quali�ca sua capacidade em desmembrar os
elementos sonoros, como orações em palavras, depois em sílabas e fonemas, construindo a hipótese da relação
entre fonemas e grafemas (que, num primeiro momento, se encerra em “um som para cada letra”). Nesta fase de
construção da escrita, a criança toma consciência do contexto regrado e das convenções do texto escrito,
deparando-se com as múltiplas relações entre fonemas e grafemas, sendo a construção ortográ�ca um contexto
signi�cativo de aprendizagem.
Assim, ao nos debruçarmos sobre a dimensão fono-ortográ�ca de nossa língua, ou seja, as múltiplas relações
existentes entre o contexto da fala/som e a sua representação por meio da escrita, começamos a
compreender e distinguir o sistema alfabético da ortogra�a. Embora o sistema alfabético vislumbre a
condição fonética da escrita, ou seja, a representação exata da palavra pronunciada, são poucas as
possibilidades em que tal relação seja possível, sendo a ortogra�a um meio de convencionar – a partir de
normas – a forma pela qual escrevemos, considerando, inclusive, a origem e história das palavras. 
Aprendizagem da Língua Portuguesa 
Análise e reflexão linguísticas: aspectos fono-ortográficos e morfossemânticos 
Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a qualquer
hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre que possível, opte pela
versão digital. Bons estudos! 
Porém, a ortogra�a não se encerra na organização de
normas descritivas, mas sim como um sistema
complexo a partir da relação entre fonemas (sons) e
grafemas (letras) – constituindo elementos grá�cos,
como �exões nominais e verbais, su�xos, pre�xos, em
que a criança investiga, re�ete e constrói saberes em
relação às regras ortográ�cas, considerando as
regularidades e irregularidades da escrita. 
Fonte: Shutterstock. 
Processos morfossemânticos 
No rol de aprendizagens envolvendo a linguagem e seus desdobramentos, os processos morfossemânticos
possuem grande relevância, sendo a composição de análise de nosso estudo. Ao dividirmos a palavra
morfossemântica, temos a seguinte composição:
Morfo
Diz respeito às características da palavra; relacionado à forma. A morfologia é o estudo da formação, da
estrutura e da classi�cação das palavras.
Semântica
Relaciona-se ao papel ou função que a palavra exerce na oração, tendo como eixo a signi�cação e o contexto
apresentado. É o estudo do signi�cado em contexto, exigindo que sua natureza não se �nde em instâncias
isoladas, mas sim numa constituição relacional.
Nessa perspectiva, vamos tentar compreender alguns aspectos dos contextos linguísticos. 
Regularidades contextuais e regularidades morfológico-gramaticais 
Rojo (2009) debruça-se sobre as regularidades contextuais e as regularidades morfológico-gramaticais. Essa
autora de�ne as regularidades contextuais como:
[...] aquelas cuja regularidade �ca de�nida no contexto da palavra ou da sílaba em que ocorrem:
é o caso do rr e do ss dobrados intervocálicos; do uso do m antes de p e b para grafar a
nasalidade e do n nos outros casos (que não o ditongo nasal); do uso do ç e do g antes de a, o, u
e do qu-gu-antes de e, i; e assim por diante. Regularidade contextual aqui quer dizer que basta o
aluno aprender uma regra: toda vez que acontecer o contexto silábico X, a letra será assim ou
assado. Essas regularidades (regras) são bastante trabalhadas nas séries iniciais. 
— ROJO, 2009, p. 67.
“
”
https://conteudo.colaboraread.com.br/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_LINGUA_PORTUGUESA/U4/S1/div#accordion-1%20.item-1
https://conteudo.colaboraread.com.br/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_LINGUA_PORTUGUESA/U4/S1/div#accordion-1%20.item-2
Quanto às regularidades morfológico-gramaticais, Rojo (2009, p. 68) entende que “são de�nidas por aspectos
ligados à categoria gramatical da palavra (morfologia), envolvem não fonemas ou sílabas, mas morfemas (por
derivação, composição)”. Ou seja, há critérios para os agrupamentos das palavras em que a diferença de cada um
deles está no modo de signi�cação e na sua função. Os agrupamentos aos quais nos referimos são as classes
gramaticais (como substantivo, verbo, adjetivo, etc.).
Léxico e vocabulário 
Sabemos que o nosso cérebro não armazena as informações de forma desordenada. A internalização dos saberes
ocorre em blocos na memória e são ativados no momento da comunicação ou da leitura. Dessa forma, um acervo
de “palavras, formas, contextos linguísticos” são disponibilizados pelo grupo social de cada indivíduo e este se
apropria de tais elementos para construir o seu próprio “banco de palavras, formas e contextos linguísticos”. 
Para esses acervos coletivos e individuais, temos duas denominações:
Léxico é o conjunto de palavras provenientes e organizadas socialmente, de uma mesma língua; ou então,
dentro de uma mesma área de conhecimento, ou seja, campos lexicais, como os de informática (hardware,
software).
Léxico Vocabulário 
Por sua vez, o campo semântico trata das possibilidades de uma mesma palavra, ou conceito, ser utilizada em
contextos diversos.
Norma-padrão, norma culta e variação linguística 
Na perspectiva da composição coletiva e individual do acervo linguístico, o dicionário, por ser um recurso rico em
informações sobre o léxico, é um material didático importante no contexto de ensino e aprendizagem dos
conhecimentos referentes à língua portuguesa. No entanto, a utilização do dicionário, de alguma maneira,
transmite a ideia de constituição de padrões em relação à utilização das palavras e nos leva a re�etir sobre alguns
conceitos, como norma-padrão, norma culta e variação linguística.
Norma-padrão
Podemos de�nir a norma-padrão como aquela que se baseia em regras e convenções a partir de uma
gramática tradicional. Numa análise re�exiva, a norma-padrão retrata uma forma idealizada de exercer a
linguagem, sendo utilizada primordialmente nos contextos escolares.
Norma culta
A norma culta, ainda num contexto genérico, é resultante da utilização da língua em um determinado grupo
social considerado culto – pessoas com nível superior ou com produções biográ�cas e culturais urbanas.  
Sobre este conceito, Bagno (2012, p. 24) considera o termo “norma culta” como preconceituoso e o descarta,
“sobretudo, por já conter implícito um forte preconceito social”. 
Variação linguística
Toda língua varia, ou seja, não há comunidade linguística unânime, em que todos falem da mesma forma, já
que a variação da língua é o retrato das diferenças socioculturais e geográ�cas.  
É comum a ideia equivocada de que uma linguagem popular, que não é considerada padrão ou culta, não
possui estrutura ou foge às regras previamente de�nidas. Na verdade, cada variedade linguística possui uma
estrutura e condicionantes especí�cas, não se tratando de expressão livre para cada indivíduo, mas sim uma
construção histórica e coletiva,com todos os seus dialetos, gírias e vocabulários. Todas com níveis de
complexidade e que possuem determinadas funções, conforme as necessidades de cada grupo.
Entendida a linguagem como um fenômeno de comunicação, concebe-se a escola como um local de socialização,
aprendizagem e internalização de diversos contextos e não apenas de uma língua padrão ou culta. Dessa forma,
afastamo-nos de uma concepção de linguagem pautada numa perspectiva discriminatória. O repertório linguístico
de cada aluno e aluna deve ser considerado e respeitado, já que seus saberes foram constituídos muito antes de
ingressar na escola, re�etindo suas raízes regionais, sociais, culturais, de gênero.
https://conteudo.colaboraread.com.br/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_LINGUA_PORTUGUESA/U4/S1/div#accordion-1B%20.item-1
https://conteudo.colaboraread.com.br/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_LINGUA_PORTUGUESA/U4/S1/div#accordion-1B%20.item-2
https://conteudo.colaboraread.com.br/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_LINGUA_PORTUGUESA/U4/S1/div#accordion-1B%20.item-3

Outros materiais