Buscar

CURSO DE investigação epidemiologica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

BRASÍLIA - DF 
2022
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Investigação Epidemiológica 
em Saúde do Trabalhador no 
Âmbito Hospitalar
CURSO
MINISTÉRIO DA SAÚDE
 BRASÍLIA - DF 
2022
Investigação Epidemiológica 
em Saúde do Trabalhador no 
Âmbito Hospitalar
CURSO
Thaís Araújo Cavendish
Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde 
Ambiental e Saúde do Trabalhador
Daniela Buosi Rohlfs
Diretora do Departamento de Emergências em Saúde 
Pública
Flávia Nogueira e Ferreira de Sousa
Coordenadora-Geral de Vigilância em Saúde do 
Trabalhador
Janaína Sallas
Coordenadora Geral do Centro de Informações 
Estratégicas em Vigilância em Saúde
Ana Cristina Martins de Melo
Coordenadora de Vigilância de Ambientes e Processos 
de Trabalho 
Nathalie Alves Agripino
Coordenação do Programa de Educação Permanente 
em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora
Amanda Menegolla Blauth
Coordenação Pedagógica do Programa
Taya Carneiro Silva de Queiroz 
Coordenação de Recursos Gráficos e Audiovisuais
Paulo Henrique Santos Andrade
Conteudistas do Módulo
Elizabeth Costa Dias
Colaboração
Amanda Menegolla Blauth e Nathalie Alves 
Agripino
Designer Instrucional do Curso
Giovana Ferreira Costacurta e Nathalie Alves 
Agripino 
Coordenação Técnica do Módulo
Giovana Ferreira Costacurta, Nathalie Alves 
Agripino e Klauss Kleydmann Sabino Garcia
Revisão Técnica do Módulo
Vinicius Chozo
Designer Gráfico do Curso
Miguel Cotrim
Designer Gráfico do Curso
Renivaldo Alves dos Anjos
Analista de Tecnologia da Informação do Curso 
no Ambiente Virtual de Aprendizagem
Maria Augusta Rodrigues Gomes e Tamires 
Marinho dos Santos
Apoio Administrativo do Programa
2022 Ministério da Saúde.
Esta obra é disponibilizada nos termos da licença Creative Commons – Atribuição – 
Não Comercial – Sem Derivações 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial 
ou total desta obra, desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde 
do Ministério da Saúde: <www.saude.gov.br/bvs>.
Tiragem: 1ª edição – 2022 – Versão eletrônica
Elaboração, distribuição e informações:
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde
Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador
Departamento de Emergências em Saúde Pública
Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde do Trabalhador
Coordenação de Vigilância de Ambientes e Processos de Trabalho
Coordenação-Geral do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde
SRTV 702, Via W 5 Norte - Edifício PO 700 – 6º andar
CEP: 70719-040 – Brasília/DF
Site: www.saude.gov.br/svs
Impresso no Brasil / Printed in Brazil 
Ficha Catalográfica
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância em 
Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. 
Curso Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar. Ministério 
da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e 
Saúde do Trabalhador. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022.
60 p.: il.
ISBN xxx-xx-xxx-xxxx-x
1. Vigilância Epidemiológica Hospitalar. 2. Vigilância Saúde do Trabalhador; 3. Atenção Integral;
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS
http://www.saude.gov.br/bvs
http://www.saude.gov.br/svs
Sumário
Apresentação 7
Unidade 01: O papel da Vigilância Epidemiológica Hospitalar 
na realização de ações de Vigilância em Saúde do 
Trabalhador
9
1. Vigilância Epidemiológica Hospitalar 9
2. Atribuições da Vigilância Epidemiológica Hospitalar na 
Vigilância em Saúde do Trabalhador 12
3. Riscos existentes no trabalho, seus efeitos sobre a saúde e 
relação entre trabalho e adoecimento 16
4. Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador 32
Unidade 02: Aplicando na prática as ações de Vigilância 
Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no contexto 
das atribuições da Vigilância Epidemiológica Hospitalar.
35
1. Busca Ativa 35
2. Investigação Epidemiológica 38
3. Notificação 43
4. Trabalho Integrado com os Setores da Unidade Hospitalar 49
5. Apoio à equipe externa 50
6. Prevenção e controle 52
Síntese 53
Anexo A: Fluxo de ações da vigilância epidemiológica hospitalar em 
saúde do trabalhador 54
Referências 55
7Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
Apresentação
Olá Cursista,
Seja bem-vindo(a) ao curso de Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador em 
Âmbito Hospitalar, o VEHSAT.
A Investigação Epidemiológica das Doenças e Agravos Relacionados ao Trabalho (Dart) de 
notificação é um processo essencial para qualificarmos a ação da Vigilância em Saúde do 
trabalhador (Visat) no Sistema único de Saúde (SUS).
Esta também é uma etapa importante que faz parte do processo de trabalho da Rede Na-
cional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (Renaveh), em especial, quando se trata de 
Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública (DAE) de notificação compulsória.
Neste sentido, e buscando ampliar o conhecimento e fortalecer a ação da Vigilância Epide-
miológica em Saúde a nível hospitalar.
Neste curso você irá: 
 Compreender o papel e a relevância do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) 
na Vigilância Epidemiológica em Saúde do Trabalhador.
Ao final deste curso, esperamos que você saiba:
 Entender o conceito e os processos relacionados à busca ativa, investigação, noti-
ficação de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública de notificação compul-
sória relacionadas ao trabalho;
 Compreender a importância do apoio integrado à equipe da unidade hospitalar e 
sua associação ao apoio às equipes externas a unidade importante para o forta-
lecimento das ações de Vigilância Epidemiológica em Saúde do Trabalhador;
 Assimilar a importância da prevenção e controle de DAE de notificação compul-
sória relacionada ao trabalho de forma articulada com outros setores da unidade 
hospitalar.
 Bons estudos!
9Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
Unidade 1
O papel da Vigilância 
Epidemiológica na Saúde do 
Trabalhador
1 Vigilância Epidemiológica Hospitalar
Nesta unidade vamos compreender um pouco mais sobre a Vigilância Epidemiológica Hos-
pitalar. Antes disso, te convido a resgatar o conceito de um termo amplamente utilizado no 
contexto do SUS, desde a publicação da Lei 8.080 em 1990, o da Vigilância Epidemiológica 
(BRASIL, 1990).
A Vigilância Epidemiológica trata-se de ações que proporcionam o conhecimento e a de-
tecção de mudanças nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual e 
coletiva, com o propósito de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das 
doenças, transmissíveis e não-transmissíveis, e agravos à saúde (BRASIL, 2018).
Esta definição apresenta um raciocínio teórico vinculado aos determinantes e condicio-
nantes de saúde individual ou coletiva, moldado por ações de conhecimento, detecção ou 
prevenção que tem a finalidade de articular estratégias de controle de doenças e agravos.
 No seu contexto ou território de atuação profissional você identifica objetos de 
atuação da vigilância epidemiológica e como são realizadas suas ações?
 Seria uma ação da vigilância epidemiológica o monitoramento das condições 
de vida e de trabalho de uma população?
Segundo o conceito apresentado anteriormente e a definição de determinantes e condicio-
nantes sociais do processo saúde-doença de Dahlgren e Whitehead (1991), esta resposta 
seria “sim”. As condições de vida e trabalho são determinantes da saúde e, portanto, o seu 
conhecimento e detecção pode nortear medidas de prevenção e controle das doenças.
Se você continua confuso, ou não recorda desta definição, talvez já tenha vivenciado, em 
seu cotidiano, durante a pandemia da Covid-19, a vigilância epidemiológica, no que diz 
respeito à articulação de estratégias de monitoramento da disseminação do vírus, a trans-
missão de informações a respeito da doença ou de medidas protetivas individuais e coleti-
10 InvestigaçãoEpidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
vas. Ao mesmo tempo em que é provável que você consiga compreender o impacto desta 
doença nos aspectos físicos, psicológicos e sociais em caráter individual e coletivo.
Esquematizando este conceito, para que a compreensão seja mais efetiva, sugerimos que 
observem a Figura 1.
Figura 1 – Diagrama do conceito de Vigilância Epidemiológica
Fonte: Adaptado de Brasil, 2018.
Transpor este conceito para o âmbito hospitalar é simples. Basta apenas limitar as ações 
de vigilância epidemiológica para o ambiente hospitalar. Todavia, é comum encontrar na 
literatura definições restritas apenas à detecção e identificação de doenças de notificação 
compulsória atendidas em hospital. E por isto, é preciso ir além. A Vigilância Epidemiológica 
Hospitalar desempenha outras atividades, tais como a proposição e adoção de medidas 
efetivas para o controle e a diminuição dos riscos das doenças e agravos, a partir do moni-
toramento das DAE de notificação compulsória, que inclui sistematização, processamento 
e análise dos casos suspeitos e confirmados (BRASIL, 2021). Em outras palavras, não basta 
apenas detectar casos, coletar informações e notificar, é necessário criar estratégias de 
monitoramento, prevenção e controle das doenças e agravos.
Para saber mais sobre as portarias que marcam a história da Vigilância Epide-
miológica Hospitalar no Brasil até 2021 observe a Figura 2. Logo após, acesse e 
leia as portarias mencionadas nesta imagem.
11Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
Figura 2: – Linha histórica da vigilância epidemiológica hospitalar no Brasil
Fonte: RENAVEH, MS.
Ao instituir este modelo de vigilância, por intermédio destas portarias, o Ministério da Saú-
de, de 2004 até 2021, definiu inicialmente 190 hospitais de referência nacional, em todas as 
unidades federadas, que receberiam um incentivo financeiro para a estruturação e ma-
nutenção dos respectivos NHE. (BRASIL, 2010). De acordo com informações cedidas pela 
Renaveh nacional, até junho de 2022 haviam 690 NHE cadastrados. Desde 2020, com a 
estratégia de Fortalecimento e Ampliação da Renaveh referida na portaria 2.624 de 2020, 
qualquer NHE pode fazer parte da Renaveh. 
Embora esta estratégia direcione incentivos financeiros para determinadas uni-
dades hospitalares do SUS, as atividades de Vigilância Epidemiológica devem ser 
realizadas por todos os profissionais de saúde ou responsáveis pelas unidades de 
saúde, sejam elas públicas ou privadas, que estejam em funcionamento no terri-
tório nacional (BRASIL, 2017).
12 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
Até aqui, é provável que você já tenha compreendido a importância das ações de conhe-
cimento e detecção de doenças de notificação compulsória atendidas em hospital, em um 
contexto histórico-político, mas é importante lembrarmos que a vigilância epidemiológica 
hospitalar possui um leque de atribuições que vai muito além da notificação. 
Desde sua implementação é preconizado que os NHE realizem trabalho integrado com as 
demais vigilâncias, promovam a educação continuada para os profissionais dos serviços, 
elaborar e compartilhar informes sobre o perfil de morbimortalidade da unidade e, por fim 
e nada menos importante, realizar a investigação dos casos e participar da interrupção da 
cadeia de transmissão das doenças detectadas no âmbito hospitalar.
No entanto, foi só com a reestruturação da rede que de fato algumas das atribuições pre-
vistas começaram a ser melhor implementadas, principalmente quanto à execução das 
medidas de prevenção e controle frente às DAE de notificação compulsória detectados na 
unidade hospitalar.
Com a instituição da Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (Renaveh), em 
2021 (Portaria GM/MS nº 1.694, disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/porta-
ria-gm/ms-n-1.694-de-23-de-julho-de-2021-334076227), o olhar do NHE também foi vol-
tado para a detecção, preparação e resposta não só das DAE de notificação compulsória, 
mas também às potencias emergências de saúde pública (ESP).
Agora que você compreendeu o que é e quais são os objetivos da VEH, vamos discutir um 
pouco sobre o seu papel na Saúde do Trabalhador.
2 Atribuições da Vigilância Epidemiológica hospitalar na Vigilância em Saúde do Trabalhador
Com a publicação da Portaria GM/MS nº 1.693 em 2021 (disponível em: https://www.in.gov.
br/en/web/dou/-/portaria-gm/ms-n-1.693-de-23-de-julho-de-2021-334095749), passou 
a compor as atividades da VEH as ações de Vigilância Epidemiológica em Saúde do Traba-
lhador no âmbito hospitalar, essencialmente, na identificação, investigação, processamen-
to, sistematização e análise das Doenças e Agravos Relacionados ao Trabalho de notifica-
ção compulsória no ambiente hospitalar.
Vejamos as atividades descritas nesta portaria:
 Elaborar e manter um sistema de busca ativa das DAE de notificação compulsória, 
que podem estar relacionadas ao trabalho, identificadas no âmbito hospitalar;
 Realizar a investigação epidemiológica das DAE de notificação compulsória, que 
podem estar relacionadas ao trabalho, detectados no ambiente hospitalar. Princi-
palmente se atentando quanto ao preenchimento qualificado das fichas de notifi-
cação e comunicação oportuna com a vigilância em saúde do trabalhador;
13Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
 Notificar à vigilância epidemiológica municipal e à coordenação estadual da Re-
naveh as DAE de notificação compulsória, que podem estar relacionadas ao tra-
balho, detectadas no âmbito hospitalar, de acordo com os instrumentos e fluxos de 
notificações definidos pelo ministério da saúde;
 Adotar o fluxo de notificação das DAE de notificação compulsória, que podem es-
tar relacionadas ao trabalho, estabelecidos pelo ministério da saúde;
 Desenvolver processos de trabalho integrado aos demais setores da instituição, 
com o objetivo de responder às questões epidemiológicas da vigilância em saúde;
 Desenvolver processo de trabalho integrado aos setores estratégicos da unidade 
hospitalar, para fins de implementação das atividades de vigilância epidemiológi-
ca, com acesso às informações necessárias à detecção, monitoramento e encerra-
mento de casos ou surtos sob investigação;
 Articular com outros serviços de vigilância em saúde para o desenvolvimento das 
ações de vigilância epidemiológica hospitalar, especialmente os Núcleos de Segu-
rança do Paciente (NSP) e Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH);
 Cooperar com a investigação de surtos das DAE de notificação compulsória, que 
podem estar relacionadas ao trabalho;
 Apoiar investigação de óbitos potencialmente relacionados ao trabalho, ocorridos 
no ambiente hospitalar, em conjunto com a comissão de análise de óbitos e em 
articulação com a secretarias municipal de saúde e com a secretaria estadual de 
saúde;
 Apoiar e desenvolver estudos epidemiológicos e operacionais, incluindo a avalia-
ção de protocolos clínicos relacionados às doenças e agravos de notificação com-
pulsória relacionadas ao trabalho no ambiente hospitalar;
 Apoiar a Vigilância em Saúde do Trabalhador (Visat) na investigação epidemioló-
gica das DAE de notificação compulsória, que podem estar relacionadas ao traba-
lho, detectados em ambiente hospitalar, assim como no monitoramento, avaliação 
e divulgação do perfil de morbimortalidade por essas doenças e agravos;
 Implementar e monitorar a aplicação dos protocolos técnico-operacionais, a de-
tecção, monitoramento e resposta oportuna a todas DAE de notificação compulsó-
ria, que podem estar relacionadas ao trabalho, principalmente quanto à preven-
ção e controle de potenciais emergências em saúde pública.
Para facilitar a sua compreensão e agrupamento destas atribuições em atividades macro, 
sugerimos neste momento que acesse a Figura 3. Nela será possível observar seis ativida-
des que serãoposteriormente discutidos na segunda unidade, a saber, busca ativa, inves-
tigação epidemiológica, notificação, trabalho integrado com os setores da unidade hospi-
talar, apoio a equipe externa e prevenção e controle de doenças e agravos de notificação 
compulsória relacionado ao trabalho.
14 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
Figura 3 – Atribuições da Vigilância Epidemiológica Hospitalar em Saúde do Trabalhador
Fonte: BRASIL 2021.
DAE - Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública
A partir da inserção destas atribuições na portaria, precisamos começar a nos aproximar 
desta temática e assim, incorporar em nossa rotina essas atividades. Dessa forma, te con-
vido a conhecer alguns conceitos sistematizados na Figura 3, que são essenciais para qua-
lificar seus conhecimentos e desenvolver essas ações no seu cotidiano.
15Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
Figura 4 – Conceitos importantes em Saúde do Trabalhador
Fonte: BRASIL, 2001; BRASIL, 2006; MENDES, 2018; BAHIA, 2014.
Além de compreender estes conceitos essenciais para a vigilância em saúde do traba-
lhador e da trabalhadora, assim como a relação das doenças e agravos relacionados ao 
trabalho é importante compreender também os fatores promotores de adoecimento asso-
ciados a esta população. Portanto, a seguir, falaremos um pouco mais sobre este assunto 
buscando estruturar o raciocínio por tipo de risco e apresentaremos a seguir a classifi-
cação de Schilling para que possam compreender melhor a relação entre o trabalho e o 
adoecimento.
16 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
3 Riscos existentes no trabalho, seus efeitos sobre a saúde e relação entre trabalho e adoecimento
Compreender as situações e fatores de riscos presentes nos ambientes e processos de traba-
lho, é um processo necessário para conseguirmos relacionar os tipos de trabalho desenvol-
vido com as causas de adoecimento. Sendo assim, no Quadro 1 trouxemos para você alguns 
exemplos de riscos existentes no trabalho e seus efeitos sobre a saúde dos trabalhadores.
Quadro 1 – Tipos e agentes de risco e seus efeitos à saúde do trabalhador
Tipo 
de 
Risco
Agentes 
de riscos
Possíveis efeitos 
sobre a saúde
Ocupações e atividades de 
trabalho onde podem estar 
presentes
Q
uí
m
ic
o Substâncias químicas que podem estar presentes nos ambientes de 
trabalho na forma de poeiras, fumos, 
névoas, neblinas, gases ou vapores. 
Ex.: agrotóxicos.
Queimaduras, náusea, vômito, 
cefaléia, alergia, asma brônquica, 
câncer, doenças gástricas e intestinais, 
neurológicas, hepáticas, renais, entre 
outras. Também podem provocar 
acidentes decorrentes de explosões e 
incêndio. Elas penetram no organismo 
pela via respiratória, pela pele ou pelo 
trato digestivo provocando intoxicação 
aguda ou crônica.
Inúmeras atividades na indústria 
e no setor de serviços, no setor 
agropecuário, silvicultura, 
madeireiro; empresas 
desinsetizadoras e da saúde 
pública que atuam no controle de 
endemias e de zoonoses etc.
Fí
si
co
Ruído.
Efeitos auditivos: surdez, zumbidos.
Efeitos extra auditivos: gastrite, insônia 
e outras manifestações de estresse.
Trabalhos com máquinas 
barulhentas, motores, britadeiras 
e motoristas de ônibus.
Radiações ionizantes e não ionizantes 
– Ultravioleta, infravermelho, raios X 
etc.
Câncer de pele, anemia aplástica; 
leucemia; catarata.
Agricultores (as) e trabalhadores 
(as) na rua: trabalhadores 
(as) em hospitais e consultório 
dentários que operam raios X, 
soldadores(às) etc.
Bi
ol
óg
ic
o
Micro-organismos (bactérias, fungos, 
protozoários, vírus, entre outros)
Doenças contagiosas: hepatite, 
tuberculose, tétano, pneumonia, aids 
etc.
Profissionais de saúde; manicure, 
trabalhadores(as) rurais; 
carteiros etc.
M
ec
ân
ic
os Máquinas com partes móveis 
não protegidas; calandras e 
cilindros; guilhotinas; prensas e o 
uso de instrumentos cortantes ou 
perfurantes etc.
Acidentes diversos (quedas, fraturas, 
esmagamento, amputação; 
traumatismos).
Trabalhadores (as) da construção 
civil; motoristas de transportes 
coletivos; padeiros, metalúrgicos, 
trabalhadores (as) em vias 
públicas, profissionais de saúde 
etc.
Ps
ic
os
so
ci
ai
s
Jornadas de trabalho longas, esforços 
físicos exagerados com posturas 
forçadas e carregamento de peso. 
Ritmo acelerado, trabalho repetitivo 
e monótono; trabalho em turnos 
e noturno. Desemprego, vínculos 
precários ou ausência de vínculo 
trabalhista.
Doenças osteomusculares relacionadas 
ao trabalho (Dort); problemas na 
coluna, dores musculares e articulares. 
Sofrimento mental, com manifestações 
de insegurança; desm otivação; 
depressão; distúrbios do sono; estresse, 
entre outros.
Trabalhadores (as) de linha 
de montagem; carregadores; 
bancários; trabalhadores 
(as) em tele atendimento. 
Trabalhadores(as) informais 
e com vínculos precários, 
terceirizados e temporários.
Fonte: Adaptado do MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cadernos de Atenção Básica, n. 41 – Brasília: Ministério da 
Saúde, 2018.
17Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
Para auxiliar na compreensão da relação entre o trabalho e o processo de adoecimento 
dos(as) trabalhadores(as), Schilling propôs uma classificação que agrupou as doenças se-
gundo a contribuição ou o papel causal desempenhado pelo trabalho no adoecimento, que 
consideramos importante para ampliar os seus conhecimentos a respeito da vigilância em 
saúde do trabalhador e da trabalhadora. 
Em sua classificação, Schilling categoriza a relação do trabalho com o adoecimento em 
três categorias: o trabalho como causa necessária, o trabalho como fator contributivo 
e o trabalho como um agravador de doenças pré-existentes. Como esta é uma temáti-
ca importante na área, convidamos você a ler um pouco mais sobre a Classificação de 
Schilling, a partir do Quadro 2, acessado a partir do nosso saiba mais.
Quadro 2 – Classificação de Schilling
Grupo Categoria Definição Exemplos
 GRUPO 
I
Trabalho 
como causa 
necessária
Doenças em que o trabalho é causa necessária 
para sua ocorrência. É determinante para 
o aparecimento do agravo. Não existem 
formas de o trabalhador adoecer fora do 
seu ambiente de trabalho. Dificilmente se 
manifestam na população geral. 
Intoxicação por 
chumbo, Doenças 
Relacionados ao 
Amianto, Silicose.
GRUPO 
II
Trabalho 
é fator 
contributivo
Doenças em que o trabalho pode ser um fator 
de risco contributivo, mas não necessário. 
O adoecimento se dá pelas condições 
especiais em que o trabalho é realizado. São 
exemplificadas pelas doenças comuns, mais 
frequentes ou mais precoces em determinados 
grupos ocupacionais e para as quais o 
nexo causal é de natureza eminentemente 
epidemiológica. 
LER/Dort, Doença 
coronariana, 
Câncer, Doenças 
do aparelho 
locomotor.
GRUPO 
III
Trabalho 
agrava 
doença pré-
existente
Doenças em que o trabalho é provocador 
de um distúrbio latente, ou agravador de 
doença já estabelecida ou preexistente. O 
trabalho não é o fator principal para que haja 
o adoecimento.
Asma, bronquite 
crônica, 
dermatite 
de contato e 
doenças mentais.
Fonte: Schilling, 1974.
Esta classificação é bastante utilizada nesta área do conhecimento e deve ser devidamente 
compreendida por você, por isso, antes de seguir com a leitura, leia e releia este trecho e 
sugerimos que apenas siga após adquirir este conhecimento.
Para te ajudar a pensar, vou te apresentar uma situação que você pode se deparar em sua 
rotina.
18 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
Imagine que o hospital tenha acabado de receber na ala Covid-19 um pacien-
te com sintomas respiratórios graves. Ao realizar a investigação epidemiológica, 
você coleta informações de que assim como ele, outros colegas de trabalho tes-
taram positivo para Covid-19 após uma viagem de trabalho. Na investigação foi 
estabelecida a relaçãoentre a Covid-19 e o trabalho, pois a doença foi provavel-
mente adquirida em uma reunião, realizada em um ambiente fechado em que 
nenhum dos envolvidos utilizava máscaras. 
E agora? A qual grupo pertence esse tipo de situação? E como esta classificação 
pode auxiliar na sua ação durante a investigação epidemiológica de Doenças e 
Agravos de Notificação compulsória e sua relação com o trabalho?
Neste caso, o trabalho foi um fator contributivo, sendo, portanto, classificado no 
Grupo II. O adoecimento se deu pelas condições especiais em que o trabalho foi 
realizado. Ou seja, o ambiente fechado e ausência de máscara provavelmente foi 
suficiente para contaminação dos trabalhadores, que podem ter adquirido a do-
ença neste exato momento. Outra hipótese, é que o trabalhador tenha adquirido 
em outro momento durante a viagem.
Para melhor compreensão do tema te convido também a ler o Manual de Procedi-
mentos para os Serviços de Saúde do Ministério da Saúde publicado em 2001 (Dispo-
nível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_relacionadas_tra-
balho_manual_procedimentos.pdf) e o Manual Técnico de Notificação de Acidentes 
do Trabalho Fatais, Graves e com Crianças e Adolescentes publicado em 2006 (Dis-
ponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/06_0442_M.pdf).
Outra questão relevante para o aprofundamento do conhecimento a respeito da Vigilância 
em Saúde do Trabalhador em âmbito hospitalar, refere-se ao conhecimento das fichas de 
notificação e dos campos pertinentes à saúde do trabalhador, que devem ser preenchidos 
de forma qualificada; isto é, ter os campos pertinentes a saúde do trabalhador preenchi-
dos, sempre que possível, sem o uso do termo ignorado.
Para facilitar esta compreensão, trouxemos no ícone LEIA, logo abaixo, todos estes campos 
apresentados por DAE de notificação compulsória, assim como apresentamos possibilida-
des de inserir esta relação quando não há campo correspondente e trouxemos as fichas 
em que esta associação não é possível.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/06_0442_M.pdf
19Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
Aqui apresentaremos todas as fichas de notificação das DAE de notificação com-
pulsória que apresentam campos intitulados “Acidente/Doença Relacionado (a) 
ao Trabalho” e/ou outros campos relacionados ao trabalho. Todas elas apresen-
tam o campo de ocupação e estes devem ser sempre preenchidos com os códigos 
da CBO. (Inserir arquivo CSV aqui, arquivo disponível em: https://saudegov-my.
sharepoint.com/:x:/g/personal/pauloh_ andrade_saude_gov_br/Ee8KO-gduj-
VIqm1mdLTSg4UBK66L11wd8vISqPjPD9gKKA ?e=LbNxtT). Em qualquer situação o 
preenchimento destes campos é indispensável. Dentre as fichas que podemos 
encontrar os campos mencionados temos:
 
1- Acidentes por animais peçonhentos
A partir da investigação, o campo 56 intitulado “Acidente relacionado ao trabalho” 
poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para o preenchimento qualifi-
cado da ficha evite marcar o campo ignorado.
2- Botulismo
A partir da investigação, o campo 53 intitulado “Local de Ingestão” poderá ter 
cada item preenchido com sim, não e ignorado. Os itens são: domicílio, creche/
escola, trabalho, restaurante/bar/lanchonete, festa ou outro, que deve ser es-
pecificado. O campo 76 intitulado “Doença relacionada ao trabalho” poderá ser 
preenchido com sim, não ou ignorado. Para o preenchimento qualificado da ficha 
evite marcar o campo ignorado.
20 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
 3- Cólera
A partir da investigação, o campo 33 intitulado “contato com caso suspeito ou 
confirmado de cólera (até 10 dias do início dos sinais e sintomas)” poderá ser pre-
enchido com o número que representa domicílio, vizinhança, trabalho, creche/
escola, posto de saúde/hospital, outro estado/município, outros - que deve ser 
especificado - sem história de contato e ignorado. O campo 68 intitulado “Doença 
relacionado ao trabalho” poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para 
o preenchimento qualificado da ficha evite marcar o campo ignorado.
4- Coqueluche
A partir da investigação, o campo 34 intitulado “contato com caso suspeito ou 
confirmado de coqueluche (até 14 dias do início dos sinais e sintomas)” poderá ser 
preenchido com o número que representa domicílio, vizinhança, trabalho, creche/
escola, posto de saúde/hospital, outro estado/município, outros - que deve ser 
especificado - sem história de contato e ignorado. O campo 61 intitulado “Doença 
relacionado ao trabalho” poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para 
o preenchimento qualificado da ficha evite marcar o campo ignorado.
21Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
5- Difteria
A partir da investigação, o campo 33 intitulado “contato com caso suspeito ou 
confirmado de cólera (até 14 dias do início dos sinais e sintomas)” poderá ser 
preenchido com o número que representa domicílio, vizinhança, trabalho, creche/
escola, posto de saúde/hospital, outro estado/município, outros - que deve ser 
especificado - sem história de contato e ignorado. O campo 63 intitulado “Doença 
relacionado ao trabalho” poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para 
o preenchimento qualificado da ficha evite marcar o campo ignorado.
6- Doença de Chagas Aguda e Crônica
A partir da investigação, o campo 69 intitulado “Doença relacionado ao trabalho” 
poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para o preenchimento qualifi-
cado da ficha evite marcar o campo ignorado.
22 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
7- Doença Invasiva por “Haemophilus Influenza”/ Doença Meningocócica e ou-
tras meningites
A partir da investigação, o campo 35 intitulado “contato com caso suspeito ou 
confirmado de meningite (até 15 dias do início dos sinais e sintomas)” poderá ser 
preenchido com o número que representa domicílio, vizinhança, trabalho, creche/
escola, posto de saúde/hospital, outro estado/município, sem história de contato, 
outro país e ignorado. O campo 57 intitulado “Doença relacionado ao trabalho” 
poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para o preenchimento qualifi-
cado da ficha evite marcar o campo ignorado.
8- Doenças com suspeita de disseminação intencional: a. Antraz pneumônicob. 
Tularemiac. Varíola
A partir da investigação, o campo 40 intitulado “Doença relacionado ao trabalho” 
poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para o preenchimento qualifi-
cado da ficha evite marcar o campo ignorado.
23Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
9- Doenças febris hemorrágicas emergentes/reemergentes: a. Arenavírusb. 
Ebolac. Marburgd. Lassae. Febre purpúrica brasileira
A partir da investigação, o campo 40 intitulado “Doença relacionado ao trabalho” 
poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para o preenchimento qualifi-
cado da ficha evite marcar o campo ignorado.
10- Doença aguda pelo vírus Zika/Doença aguda pelo vírus Zika em gestante/
Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika
A partir da investigação, o campo 40 intitulado “Doença relacionado ao trabalho” 
poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para o preenchimento qualifi-
cado da ficha evite marcar o campo ignorado.
11- Esquistossomose
A partir da investigação, o campo 52 intitulado “Doença relacionado ao trabalho” 
poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para o preenchimento qualifi-
cado da ficha evite marcar o campo ignorado.
24 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
12- Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça à saúde pública (ver 
definição no art. 2º desta portaria)
A partir da investigação, o campo 40 intitulado “Doença relacionado ao trabalho” 
poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para o preenchimento qualifi-
cado da ficha evite marcar o campo ignorado.
13-Febre Amarela
A partir da investigação, o campo 66 intitulado “Doença relacionado ao trabalho” 
poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. O campo 67 intitulado Ativida-
de desenvolvida no local provável de infecção poderá ser preenchido com tra-
balho, turismo, lazer e ignorado. Para o preenchimento qualificado da ficha evite 
marcar o campo ignorado. 
14- Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de importância em saúde pública
A partir da investigação, o campo 85 intitulado “Doença relacionado ao trabalho” 
poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para o preenchimento qualifi-
cado da ficha evite marcar o campo ignorado. 
25Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
15- Febre Maculosa e outras Riquetisioses
A partir da investigação, o campo 59 intitulado ‘Ambiente’ poderá ser preenchido 
com domiciliar, trabalho, lazer, outro e ignorado. O campo 60 intitulado “Doença 
relacionado ao trabalho” poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para 
o preenchimento qualificado da ficha evite marcar o campo ignorado. 
16 - Febre Tifoide
A partir da investigação, o campo 33 intitulado “Contato com caso suspeito ou 
confirmado de febre tifoide (até 45 dias do início dos sinais e sintomas)” poderá 
ser preenchido com o número que representa domicílio, vizinhança, trabalho, cre-
che/escola, posto de saúde/hospital, outro estado/município, outros - que deve 
ser especificado - sem história de contato, e ignorado. O campo 57 intitulado “Do-
ença relacionado ao trabalho” poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. 
Para o preenchimento qualificado da ficha evite marcar o campo ignorado.
26 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
 17- Hantavirose
A partir da investigação, o campo 63 intitulado “Tipo de ambiente onde provavel-
mente ocorreu a infecção” poderá ser preenchido com domicílio, trabalho, lazer, 
outro - que deve ser preenchido - e ignorado. O campo 68 intitulado “Doença 
relacionado ao trabalho” poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para 
o preenchimento qualificado da ficha evite marcar o campo ignorado. 
18- Hepatites virais
A partir da investigação, o campo 51 intitulado “Provável fonte / mecanismo de in-
fecção” poderá ser preenchido com sexual, transfusional, uso de drogas, vertical, 
acidente de trabalho, hemodiálise, domiciliar, tratamento cirúrgico, tratamento 
dentário, pessoa/pessoa, alimento/água contaminada, outros - que deve ser es-
pecificado - e ignorado. Para o preenchimento qualificado da ficha evite marcar 
o campo ignorado. 
27Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
19 - Influenza humana produzida por novo subtipo viral
A partir da investigação, o campo 37 intitulado “Contato com casos suspeito ou 
confirmado de Influenza Humana por novo subtipo (até 10 dias antes do início 
dos sinais e sintomas” poderá ser preenchido com domicílio, vizinhança, trabalho, 
creche/escola, posto de saúde/hospital, outro estado/município, sem história de 
contato, outro país, ignorado, meio de transporte – que deve ser especificado -, 
outro – que deve ser especificado. O campo 72 intitulado “Doença relacionado ao 
trabalho” poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para o preenchimen-
to qualificado da ficha evite marcar o campo ignorado. 
20- Leishmaniose Tegumentar Americana
A partir da investigação, o campo 55 intitulado “Doença relacionado ao trabalho” 
poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para o preenchimento qualifi-
cado da ficha evite marcar o campo ignorado. 
28 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
21- Leishmaniose Visceral
A partir da investigação, o campo 52 intitulado “Doença relacionado ao trabalho” 
poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para o preenchimento qualifi-
cado da ficha evite marcar o campo ignorado. 
22- Leptospirose
A partir da investigação, o campo 71 intitulado “Doença relacionado ao trabalho” 
poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para o preenchimento qualifi-
cado da ficha evite marcar o campo ignorado. 
23- Peste
A partir da investigação, o campo 54 intitulado “Doença relacionado ao trabalho” 
poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para o preenchimento qualifi-
cado da ficha evite marcar o campo ignorado. 
29Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
24- Raiva humana
A partir da investigação, o campo 69 intitulado “Doença relacionado ao trabalho” 
poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para o preenchimento qualifi-
cado da ficha evite marcar o campo ignorado. 
25- Doenças Exantemáticas: a. Sarampo b. Rubéola
A partir da investigação, o campo 57 intitulado “Contato com casos suspeito ou con-
firmado de Sarampo ou Rubéola (até 23 dias antes do início dos sinais e sintomas” 
poderá ser preenchido com domicílio, vizinhança, trabalho, creche/escola, posto de 
saúde/hospital, outro estado/município, sem história de contato, outro país, igno-
rado. Para o preenchimento qualificado da ficha evite marcar o campo ignorado.
26- Tétano: a. Acidental b. Neonatal
A partir da investigação, o campo 46 intitulado “local exato da fonte de infecção” 
poderá ser preenchido com domicílio, trabalho, via pública, escola, campo, uni-
dade de saúde, outro local e ignorado. Para o preenchimento qualificado da ficha 
evite marcar o campo ignorado.
30 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
27- Toxoplasmose gestacional e congênita
A partir da investigação, o campo 40 intitulado “Doença relacionado ao trabalho” 
poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para o preenchimento qualifi-
cado da ficha evite marcar o campo ignorado. 
28- Varicela - caso grave internado ou óbito
A partir da investigação, o campo 40 intitulado “Doença relacionado ao trabalho” 
poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. Para o preenchimento qualifi-
cado da ficha evite marcar o campo ignorado. 
31Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
29- Violência doméstica e/ou outras violências; b. Violência sexual e tentativa de 
suicídio
A partir da investigação, o campo 56 intitulado “Tipo de violências” poderá ser pre-
enchido com sim, não ou ignorado, nos itens física, psicológica/moral, tortura, sexu-
al, tráfico de seres humanos, financeira/econômica, negligência/abandono, trabalho 
infantil, intervenção legal, outros. O campo 66 intitulado “Violência relacionada ao 
trabalho” poderá ser preenchido com sim, não ou ignorado. O campo intitulado “Se 
sim, foi emitida a comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) poderá ser preenchido 
com sim, não, não se aplica e ignorado. Para o preenchimento qualificado da ficha 
evite marcar o campo ignorado.
As fichas de notificação compulsória que não apresentarem o campo intitulado “Aci-
dente/Doença Relacionado (a) ao Trabalho” ou outro campo que possa ser utiliza-
do para estabelecer a relação das doenças ou agravo com o trabalho, devem ter 
o campo “Observações”, “Observações adicionais”, “Resumo da História Clínica” ou 
“Informações complementares e observações” preenchido com a seguinte descrição: 
“Doença ou Agravo Relacionado ao Trabalho”.
Entre as fichas de notificação de doenças e agravos de notificação compulsória as 
que este preenchimento é possível são as fichas relacionadas à: 
 Acidente por animal potencialmente transmissor da raiva;
 Dengue – Casos e óbitos;
 Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ);
 Febre de Chikungunya; Febre de Chikungunya em áreas sem transmissão; Óbito 
com suspeita de Febre de Chikungunya;
 Malária na região amazônica / Malária na região extra-Amazônica;
 Sífilis: a. Adquirida b. Congênita c. Em gestante;
 Síndrome Respiratória Aguda Grave associada ao Coronavírus a. SARS-CoV b. 
MERS- CoV.
Da lista publicada na Portaria GM/MS nº 420, de 2 de março de 2022, as únicas em 
que este preenchimentonão é possível são as fichas relacionadas a:
 HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana ou Síndrome da Imu-
nodeficiência Adquirida/ Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou puérpera e 
Criança exposta ao risco de transmissão vertical do HIV/ Infecção pelo Vírus da Imu-
nodeficiência Humana (HIV); e
 Tuberculose
32 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
Além de todas estas informações que aprendemos até aqui, outra informação relevante, 
que diz respeito às fichas de notificação, mas também às suas possibilidades de uso na in-
vestigação de acidentes de trabalho podem ser observadas na sugestão de vídeo a seguir.
Assista ao vídeo Tutorial | Sinan e a Vigilância em Saúde do Trabalhador, que traz 
explicações de como navegar e fazer uso de informações do Sinan e suas pos-
sibilidades de uso nas investigações de acidentes de trabalho. Este vídeo é uma 
produção do canal CGVISAT/PISAT.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=uByoSwxRZdY&t=131s.
Para que possamos finalizar este debate sobre os conhecimentos básicos da vigilância em 
saúde do trabalhador precisamos agora falar um pouco sobre a Rede Nacional de Atenção 
à Saúde do Trabalhador (Renast), a Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde do Traba-
lhador, e Centros de Referência em Saúde do Trabalhador. 
4 Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador
A Renast é uma rede de serviços do SUS voltada à saúde dos trabalhadores que tem pa-
pel fundamental na organização e execução das ações e serviços nos territórios, na qual 
a promoção, proteção, vigilância e assistência devem caminhar juntas na perspectiva da 
construção de ambientes de trabalho saudáveis e seguros, capazes de melhorar as condi-
ções e a qualidade de vida dos trabalhadores. 
No âmbito federal do SUS, cabe a Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde do Traba-
lhador (CGSAT), do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Traba-
lhador (DSAST), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde (MS), a 
gestão nacional da Renast (BRASIL, 2017). 
De forma sintética, as ações de saúde do trabalhador a serem desenvolvidas pela Renast 
são organizadas em três grandes eixos (BRASIL, 2018):
 Promoção da saúde – reconhece o trabalho como promotor de saúde e não ape-
nas produtor de sofrimento, adoecimento e morte. Orienta-se a partir da articu-
lação de políticas e práticas intersetoriais, especialmente aquelas com potencial 
https://www.youtube.com/watch?v=uByoSwxRZdY&t=131s
33Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
para promover o controle e a intervenção sobre os determinantes de saúde e no 
ambiente de trabalho;
 Assistência à saúde – começa pela identificação do usuário enquanto trabalhador, 
considerando sua inserção laboral atual e pregressa, para que se estabeleça a 
relação entre o trabalho e o processo saúde-doença, se faça o diagnóstico correto 
e se defina o tratamento adequado, incluindo a reabilitação física e psicossocial. 
 Vigilância em Saúde do Trabalhador (Visat) – é um dos componentes da Vigilância 
em Saúde e abrange a vigilância epidemiológica em saúde do trabalhador e a 
vigilância de ambientes e processos de trabalho. Inclui a produção, a divulgação 
e a difusão de informações e ações de educação em saúde. Deve ser realizada de 
forma articulada com a rede assistencial e com os demais componentes da Vigi-
lância em Saúde: Epidemiológica, Sanitária e em Saúde Ambiental.
Na Renast os Cerest têm papel estratégico, sendo elo para integração e articulação na 
rede com os demais pontos de atenção, para disseminar a cultura e as práticas de Saúde 
do Trabalhador nos territórios, consolidando a importância do trabalho como categoria 
determinante no processo saúde-doença.
Os Cerest devem funcionar como referências técnicas e institucionais na RAS para que esta 
desenvolva ações de assistência, vigilância, proteção e promoção à saúde do trabalhador. 
O apoio técnico-pedagógico à Rede pode se dar na forma de matriciamento junto aos 
pontos da RAS.
Na prática de vigilância epidemiológica hospitalar, o apoio matricial pode ser desenvolvido 
de várias maneiras. Veja os exemplos abaixo:
 Por meio de reuniões periódicas entre os profissionais do Cerest e as equipes do 
NHE, com o objetivo de discutir casos e temas relacionados à saúde do trabalha-
dor, pactuar ações conjuntas e avaliar resultados; 
 Por meio de ações de educação permanente em saúde do trabalhador, que po-
dem ser desenvolvidas em oficinas, rodas de conversa, discussão de casos, apli-
cação de metodologias ativas, para o aprimoramento das práticas profissionais.
 Por meio de ações compartilhadas, como uma investigação epidemiológica das 
DAE de notificação compulsória, que podem estar relacionadas ao trabalho, na 
qual podem estar presentes profissionais do Cerest, da vigilância epidemiológica, 
do NHE e outros setores relacionados da unidade hospitalar.
Assim, os Cerest enquanto serviços para retaguarda especializada em saúde do trabalha-
dor junto à Rede, devem atuar conjuntamente, considerando a transversalidade no cuida-
do à saúde dos trabalhadores. Mas não devem absorver atividades próprias dos SESMT 
- Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. 
Os Cerest devem executar prioritariamente ações de vigilância em saúde do trabalhador, 
realizando ações de análise de situação de saúde do trabalhador e da trabalhadora para 
planejar, priorizar e direcionar as ações e serviços, ou da inteligência epidemiológica para in-
34 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
vestigação das doenças e agravos relacionados ao trabalho, ou ainda da vigilância dos am-
bientes e processos de trabalho para minimização dos fatores de risco à saúde da população 
trabalhadora e intervindo, com o objetivo de tornar os espaços laborais mais saudáveis.
Dentre as principais ações do Cerest destaca-se Vigilância em Saúde do Trabalhador (Vi-
sat): constituída pela Vigilância Epidemiológica em Saúde do Trabalhador (Vesat), reali-
zada a partir dos preceitos da vigilância epidemiológica com foco na análise de situação 
de saúde do trabalhador (ASST), na identificação, registro nos sistemas de informação em 
saúde e monitoramento dos trabalhadores expostos a fatores e situações de risco e no re-
sultado da exposição que é o desenvolvimento das Dart e, pela Vigilância dos Ambientes e 
Processos de Trabalho (VAPT), para identificação e intervenção sobre os fatores e situações 
de risco laborais, por meio principalmente das inspeções sanitárias em saúde do trabalha-
dor. Pode também utilizar da vigilância popular na qual o trabalhador passa a ser também 
um ’̀vigilante”, para identificação dos riscos, das doenças e agravos e para produzir trans-
formações nos ambientes de trabalho.
Para te ajudar a refletir sobre o trabalho integrado entre o Cerest e o NHE, vou te apresen-
tar duas situações que você pode se deparar em sua rotina. 
Caso 1. Admissão de 30 pacientes na urgência, Ala Azul, com quadro de vômito e 
diarreia, sugestivo de intoxicação alimentar. Todos trabalhadores eram da cons-
trução civil e relataram terem ingerido o mesmo alimento no almoço, fornecido 
por uma empresa aos trabalhadores pela sua construtora. 
Caso 2. Busca ativa na clínica médica 1 onde foi identificado um paciente admitido 
com diagnóstico de pneumoconiose.
Nestes casos, qual o papel do Cerest? E, o que compete ao NHE?
Já pensou sobre as perguntas acima? 
Então vamos lá. No primeiro caso, o NHE deveria acionar o Cerest e informar os 
casos para que o mesmo realize ações de inspeção sanitária em saúde do traba-
lhador e outras atividades vinculadas à Vigilância de Ambientes e Processos de 
Trabalho. Nesta situação caberá o NHE notificar por se tratar de DAE de notifica-
ção compulsória. No segundo caso, o NHE também deveria acionar o Cerest para 
que este possa realizar a investigação epidemiológicado caso e a notificação.
Agora que você já aprendeu sobre as atribuições do NHE na Saúde do Trabalhador e sobre 
os conceitos e atores da vigilância em saúde do trabalhador, gostaríamos de convidá-lo 
a acessar a segunda unidade deste curso. Lá, você terá a oportunidade de aprofundar 
seus conhecimentos a respeito das atribuições do NHE, apresentados conjuntamente com 
exemplos que poderão auxiliar você nesta compreensão. Vamos?!
35Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
Unidade 2
Aplicação das ações de Vigilância 
epidemiológica em saúde 
do trabalhador no contexto 
das atribuições da vigilância 
epidemiológica hospitalar
1 Busca ativa
Em termos gerais, a busca ativa é uma etapa de identificação de casos adicionais ainda 
não notificados, realizado pelos serviços de vigilância em saúde.
Elaborar e manter um sistema de busca ativa em pronto-socorro, unidades de internação 
e ambulatório, tal como descrito na portaria, demanda, minimamente, de um profissional 
técnico habilitado para a identificação de sinais e sintomas de doenças ou agravos em pa-
cientes internados ou em atendimento no ambiente hospitalar. A estratégia de busca ativa 
pode utilizar a coleta de informações: em prontuário, com a equipe multiprofissional e/ou 
com o próprio paciente.
Na área de Saúde do Trabalhador esta proposta não é diferente. Basta apenas direcionar 
esforços para que todos os casos admitidos por acidente de trabalho, acidente com ex-
posição a material biológico, intoxicações exógenas e as demais DAE de notificação com-
pulsória, que podem estar relacionadas ao trabalho, sejam investigadas, considerando a 
ocupação e os riscos relacionados. 
Para implementar esta ação em sua rotina, é necessário: 
i) Analisar rotineiramente as fichas/formulários de admissão do paciente que nor-
malmente são preenchidos pela equipe médica, onde será possível localizar a sus-
peita ou confirmação diagnóstica do paciente;
ii) Dialogar com a equipe de saúde com a finalidade de identificar casos suspeitos; e,
iii) Visitar o leito para coleta de informações, quando necessário.
A depender do número de técnicos que compõe a sua equipe ou porte do hospital, reco-
menda-se que sejam direcionados esforços para as alas em que seja maior a incidência 
de DAE de notificação compulsória, que podem estar relacionadas ao trabalho, tal como 
as urgências e emergências, unidades de trauma, setores ambulatoriais de reabilitação, ou 
outros que a partir da análise de situação de saúde sejam considerados relevantes. 
36 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
Esta estratégia pode ser realizada de forma integrada com outros serviços de vigilância em 
saúde da unidade hospitalar, como o NSP, CCIH, Serviços de Controle de Infecção Hospi-
talar (SCIH), Gerência de Risco, SESMT e/ou unidade de Saúde Ocupacional e Segurança 
do Trabalhador (SOST). Em unidades em que o trabalho colaborativo com estes setores faz 
parte da rotina, o treinamento e fortalecimento de todas as equipes, com intuito de ampliar 
a percepção destes casos relacionados à saúde do trabalhador, é recomendado.
Deve-se lembrar que a identificação, coleta, análise e monitoramento de casos suspeitos 
para fins de monitoramento de indicadores de serviço, assim como a triagem dos casos por 
um técnico de maior experiência e qualificação pode ser apoiada pelo uso de formulários 
de rastreamento contendo uma lista de sinais, sintomas e possíveis diagnósticos que facili-
tariam a identificação do caso suspeito pela equipe. 
É preciso que este formulário, contenha minimamente os dados referentes a:
i) Localização do paciente na unidade hospitalar;
ii) Origem do paciente; 
iii) Informações sociodemográficas básicas, tais como idade, atividade de trabalho e 
ocupação;
iv) Check-list de sinais, sintomas e diagnósticos relacionados às DAE de notificação 
compulsória, que podem estar relacionadas ao trabalho; e
v) Resultado da triagem contendo duas possibilidades – “caso suspeito” e “caso des-
cartado ou excluído”.
Agora traremos um caso que servirá de base para exercitar desde a atividade de 
busca ativa até a notificação. Cada parte do caso será subdividida por tópico e 
você deverá pensar esta atividade em sua rotina diária.
Caso 1
Parte 1. Condução do caso 1 pela equipe da NHE.
Passo 1. Preencha o formulário de busca ativa durante a visita às unidades clínicas 
após identificação do caso que possui sinais, sintomas ou diagnósticos de DAE de 
notificação compulsória, que podem estar relacionadas ao trabalho, a partir do 
37Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
prontuário. Caso faltem dados no prontuário, contate a equipe, familiares, acom-
panhantes e paciente, quando estiver estável.
Passo 2. Analise os dados coletados e insira o resultado da triagem. 
Sugestão de formulário mínimo de busca ativa.
Pa
ss
o 
1
Unidade hospitalar: Ala Azul (emergência) Leito: 2A
Nome do paciente: João Firmino de Bragança Zeudeíde Data de nascimento: 25/12/1989 Idade: 32 anos
Nome da mãe: Juraci Bragança Zeudeíde
Origem do paciente: Domicílio
Atividade de trabalho: Bombeiro
Ocupação: Bombeiro Militar
SINAIS, SINTOMAS E DIAGNÓSTICOS DE DART
 Acidente de trabalho com exposição a material 
biológico; 
 Acidente de trabalho grave, fatal e em crianças e 
adolescentes;
 Intoxicações Exógenas;
 Acidente por animal peçonhento;
 Botulismo;
 Cólera;
 Coqueluche;
 Difteria;
 Doença de Chagas Aguda e Crônica;
 Doença Invasiva por “Haemophilus Influenza”/ 
Doença Meningocócica e outras meningites;
 Doenças com suspeita de disseminação intencional: 
a. Antraz pneumônicob. Tularemiac. Varíola;
 Doenças febris hemorrágicas emergentes/
reemergentes: a. Arenavírusb. Ebolac. Marburgd. 
Lassae. Febre purpúrica brasileira;
 Doença aguda pelo vírus Zika/Doença aguda pelo 
vírus Zika em gestante/Óbito com suspeita de 
doença pelo vírus Zika;
 Esquistossomose;
 Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua 
ameaça à saúde pública 
 Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de 
importância em saúde pública;
 Febre Maculosa e outras Riquetisioses;
 Febre Tifóide;
 Hantavirose;
 Hepatites virais;
 Influenza humana produzida por novo subtipo viral;
 Leishmaniose Tegumentar Americana;
 Leishmaniose Visceral;
 Leptospirose;
 Peste;
 Raiva humana;
 Doenças Exantemáticas: a. Sarampo b. Rubéola;
 Tétano: a. Acidental b. Neonatal;
 Toxoplasmose gestacional e congênita;
 Varicela - caso grave internado ou óbito
 a. Violência doméstica e/ou outras violências; b. 
Violência sexual e tentativa de suicídio
RESULTADO DA TRIAGEM
 Caso suspeito
 Caso descartado ou excluído
Agora que finalizamos esta etapa, inicie o estudo da próxima atividade e lembre-se que 
voltaremos a estudar esse caso na perspectiva das próximas atividades do NHE.
38 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
2 Investigação epidemiológica
Compreendida a primeira etapa deste processo, partimos agora para a etapa de investi-
gação epidemiológica. Antes de iniciarmos esta etapa precisamos inicialmente compreen-
der o seu conceito. Baseado no Guia de Vigilância Epidemiológica a Investigação Epide-
miológica é um trabalho de campo, realizado a partir de casos notificados (clinicamente 
declarados ou suspeitos) e seus contatos, que tem como principais objetivos a identificação 
de fonte e modo de transmissão; grupos expostos a maior risco; fatores determinantes; 
a confirmação do diagnóstico; e determinação das principais características epidemioló-
gicas. O seu propósito final é orientar medidas de controle para impedir a ocorrência de 
novos casos (BRASIL, 2009).
Para a melhor compreensão desta etapa sugerimos a leitura da página 81 do Guia 
de Vigilância em Saúde, que trata sobre o estabelecimento da relação das doen-
ças e dos agravos com o trabalho (BRASIL, 2021). Disponível em: https://www.gov.
br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/vigilancia/guia-de-vigilancia-em-saude_5ed_21nov21_isbn5.pdf/view.
Antes de mais nada, você precisa saber que este processo pode ser realizado por qualquer 
profissional de saúde, porém deve-se dar preferência a investigação do caso por uma 
equipe multiprofissional.
Como em qualquer outro processo investigativo, o primeiro passo para apoiar na coleta de 
informações é o acolhimento e a escuta qualificada das queixas do paciente no leito, além 
da necessidade de buscar a sua história de trabalho, quando começou a trabalhar, as ati-
vidades desenvolvidas em seu trabalho anterior ao atual. 
Se você possui dúvidas enquanto à história ocupacional, sugiro que utilize ou adapte o 
Roteiro para Anamnese Ocupacional disponível na página 34 do Manual de procedimen-
tos para os Serviços de Saúde, disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
doencas_relacionadas_trabalho_manual_procedimentos.pdf. Com ele será mais fácil se-
guir uma linha de raciocínio apropriada a realidade em questão.
Outro material que poderá ajudar na compreensão desta etapa a nível ambulatorial é o 
Manual de Preenchimento da Ficha Resumo de Atendimento Ambulatorial em Saúde do 
Trabalhador, disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/anamnese _ocu-
pacional_ficha_atendimento_trabalhador.pdf ou o roteiro para entrevista com o traba-
lhador, disponível no nosso próximo saiba mais.
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/vigilancia/guia-de-v
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/vigilancia/guia-de-v
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/vigilancia/guia-de-v
39Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
Conheça algumas perguntas que poderão te apoiar na realização desta atividade:
 Com que idade começou a trabalhar?
 Hoje, o que você faz ou em que você trabalha?
 Há quanto tempo (trabalha nessa atividade ou ocupação)?
 Onde você trabalha?
 É empregado (de alguém) ou trabalha por conta própria?
 Tem contrato ou carteira de trabalho assinada?
 Conte para mim o que faz em um dia normal de trabalho?
 Como é seu local de trabalho? Que produtos e instrumentos ou ferramentas você utiliza?
 Qual sua jornada de trabalho habitual? Trabalha em turnos (diurno, noturno)? Há 
intervalos para lanche ou refeição, pausas? Faz horas extras?
 Que riscos para a saúde você percebe no seu trabalho? 
 Você usa alguma proteção enquanto faz o seu trabalho? Há alguma proteção coletiva?
 Você observou algum efeito ou dano para sua saúde por causa do seu trabalho?
Se a resposta da pergunta anterior for positiva. Os seus sintomas melhoram ou pioram 
quando você está em casa? E no trabalho?
Se a resposta da pergunta anterior for positiva. Conhece colegas de trabalho e/ou outros 
trabalhadores com problemas de saúde semelhantes aos seus? 
 Como se sente e o que pensa sobre seu trabalho? Você está satisfeito com seu trabalho?
Para facilitar a construção da cronologia de trabalhos desenvolvidos pelo(a) usuário(a), 
você poderá seguir do trabalho mais recente para o mais antigo. As informações relativas 
a empregos formais podem ser auxiliadas pela análise da carteira de trabalho (CTPS) e do 
Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), disponibilizado na demissão do trabalhador.
As perguntas elencadas anteriormente devem ser repetidas para cada uma das posições 
de trabalho vivenciadas pelo (a) trabalhador (a), a fim de construir a história ocupacional.
Ainda durante a coleta, outras etapas consideradas importantes são a:
i) Avaliação de relatórios e exames complementares; e
ii) História clínica e de trabalho atual e pregressa do trabalhador.
Para a realização destas etapas você deve considerar (Brasil, 2021) se: 
 Existe compatibilidade entre a doença ou agravo e a alteração corporal/funcional 
específica.
 Houve identificação e caracterização da exposição a agentes no ambiente e nos pro-
cessos de trabalho potencialmente causadores da doença ou do agravo.
 A atividade desenvolvida expõe o trabalhador ao risco de doença ou agravo.
 O trabalho foi um dos fatores causais da ocorrência ou contribuiu para o agravamen-
to da doença ou agravo. 
40 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
A nível hospitalar, para a continuidade da investigação também é importante levar em 
consideração o levantamento de dados epidemiológicos; a consulta à literatura científica; 
a investigação da ocorrência de eventos anteriores ocorridos em trabalhadores expostos a 
riscos semelhantes; e a coleta de depoimentos e experiência dos trabalhadores, especial-
mente se houver mais de um caso suspeito para trabalhadores de uma mesma empresa. 
(BRASIL, 2021)
Este deve ser um trabalho realizado, não apenas por uma equipe multiprofissional, mas 
também, de forma integrada com outros serviços de vigilância em saúde da unidade hos-
pitalar, como os já mencionados NSP, CCIH, SCIH, Gerência de Risco, e também o SESMT 
e/ou unidade de SOST.
O objetivo final da investigação epidemiológica de casos suspeitos é o desfecho do caso, 
seja ele para trazer a confirmação ou o descarte do adoecimento com o trabalho.
Nos casos mais complexos ou quando o responsável pelo atendimento não se sentir pre-
parado, os serviços de Vigilância Epidemiológica ou em Saúde do Trabalhador e os Cen-
tros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) devem ser acionados para fornecer 
apoio necessário, de modo a facilitar a elucidação da relação do evento de saúde com o 
trabalho (BRASIL, 2021).
Durante o processo de investigação epidemiológica, a avaliação da relação da 
doença ou agravo com o trabalho pode ser realizada sem a necessidade de exa-
mes clínicos ou diagnóstico médico. A coleta de informações a respeito do históri-
co de trabalho coletado com o paciente em questão, o levantamento das possíveis 
exposições aos riscos ocupacionais ao longo da atividade de trabalho e o conhe-
cimento científico desta relação podem ser suficientes.
Se houver dificuldade para identificar uma literatura apropriada para esta rela-
ção, sugerimos que acesse as listas “A” e “B” da Lista de Doenças Relacionadas 
ao Trabalho (LDRT), publicada em 1999, pela portaria Portaria/MS nº 1.339/1999. 
Essa lista será o seu material de referência para conseguir identificar as doen-
ças que podem ter causa advinda dos ambientes e processos de trabalho. Ainda 
neste instrumento, você encontrará os agentes etiológicos ou fatores de risco de 
natureza ocupacional e as doenças causalmente relacionadas com os respectivos 
agentes ou fatores de risco. 
41Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
Como mencionado anteriormente vamos voltar ao caso 1, mas agora tentaremos 
realizar a anamnese ocupacional e verificar a relação do caso com o trabalho.
Caso 1
Parte 2. Condução do Caso pela Equipe da NHE.
Passo 3. Realize a anamnese ocupacional com o paciente após estabilização do 
quadro clínico. Neste caso, utilizaremos o exemplo de roteiro para orientar a en-
trevista com o (a) trabalhador (a) mencionado anteriormente.
42 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
Pa
ss
o 
3
Nome: João Firmino de Bragança Zeudeíde
Endereço: Rua Tenório Carmino de Souza, n 240, Brasília.
Naturalidade: Sergipe Data de nascimento: 25/12/1989 Idade: 32 anos
Profissão: Bombeiro
ATIVIDADE ATUAL
Identificação da empresa: Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Sergipe
Sindicato de trabalhadores (nome e endereço): SINDBOMPC/SE - Sindicato dos Bombeiros Profissionais Civis do 
Estado de Sergipe
Processo de produção/trabalho (matérias-primas, instrumentos e máquinas, processos auxiliares, produto final, 
subproduto e resíduos, fluxograma de produção):
Atua no resgate de pessoas acidentadas, presta os primeiros socorros, cuida da vítima até o momento da 
chegada de outros profissionais e acompanha os pacientes no transporte ao localde atendimento médico.
Organização do trabalho, contrato de trabalho, salário, jornada diária, pausas, horas extras, férias, relacionamento 
com colegas e chefias. Percepção do trabalhador sobre seu trabalho, grau de satisfação, mecanismos de controle 
do ritmo e da produção:
Atua no período diurno, vespertino e noturno, em regime de plantão com jornada de trabalho de 36 horas 
semanais, recebendo R$ 1.665,62 mensais.
Instalações da empresa, área física, tipo de construção, ventilação e iluminação. Condições de conforto e higiene 
(banheiros, lavatórios, bebedouros, vestiário, refeitório, lazer, etc.).
Considera as instalações da empresa adequada a garantia de suas atividades com segurança. Ambientes 
arejados, e ferramentas de trabalho acessíveis. Considera que nunca lhe faltou nada para o desenvolvimento de 
suas atividades. O Ambiente possui sala de descanso que dispõe de conforto, lazer e vestiários limpos. O corpo 
de bombeiros fornece refeições aos bombeiros nos dias de plantão.
Descrição da função ou do posto de trabalho em um dia típico de trabalho: o que faz, como faz, com que faz, 
quanto faz?
Geralmente atende a três ocorrências por dia, que vão desde acidentes de carro até resgates, ocorridas em 
horários diferentes durante o seu plantão. Nem sempre dispõe de tempo para fazer as refeições no horário e 
atua conjuntamente com colegas e outras equipes de segurança pública e de saúde. Nos resgates realiza os 
primeiros-socorros tentando garantir a estabilidade dos envolvidos no acidente e geralmente aguarda a equipe 
de saúde para atendimento especializado.
Presença de fatores de risco para a saúde: físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, de acidentes e outros. 
Medidas de proteção coletiva e individual: existência, adequação, utilização e eficácia em relação aos riscos.
Relata sentir que o seu ambiente de trabalho é saudável. Porém encontra-se exposto a diferentes fatores de risco 
a saúde a depender do caso em que se encontra envolvido. Em sua última ocorrência, esteve exposto a agentes 
biológicos, uma vez que precisou resgatar uma família em uma represa conhecida pela contaminação por 
esquistossomose.
Percepção do trabalhador sobre seu trabalho e relacionamento com chefias e colegas.
Considera a relação com seus colegas muito boa. Relata que sua chefia imediata é seu amigo e que entre a 
equipe há um respeito pelos limites de cada um e que eles buscam auxiliar uns aos outros, assim como proteger 
uns aos outros durante os serviços, estando atentos a quaisquer situações que possam gerar dano à própria 
equipe e aos envolvidos no acidente.
Recursos de saúde: realização de exames pré-admissional, periódico e demissional, atuação do SESMT e da 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), recursos de saúde, plano de saúde, etc.
Possui plano de saúde privado e nota uma boa atuação da equipe da CIPA na corporação, mas não sabe quais são 
as atribuições desta comissão. Realiza periodicamente exames e consulta a pedido da instituição em que trabalha.
ATIVIDADES ANTERIORES
Nunca trabalhou em outra empresa. Trabalha neste regime há 2 anos.
43Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
Passo 4. Avalie relatórios e exames complementares e história clínica e ocupacio-
nal atual e pregressa do trabalhador.
Passo 5. Consulte à literatura científica e investigação da ocorrência de eventos 
anteriores ocorridos em trabalhadores expostos a riscos semelhantes.
Pa
ss
o 
5 ARTIGOS E MATÉRIAS
Nenhum artigo ou matéria jornalística foi encontrada sobre este tema, embora a associação neste caso 
seja evidente.
Passo 6. Estabeleça a relação da esquistossomose com o trabalho.
Pa
ss
o 
6
Existe compatibilidade entre a doença ou agravo e a alteração corporal/funcional específica?
Sim, quadro clínico sugestivo de contato recente com a esquistossomose.
Houve identificação e caracterização da exposição a agentes no ambiente e nos processos de trabalho 
potencialmente causadores da doença ou do agravo?
Sim, o ambiente é conhecido por ser um foco de esquistossomose no município. 
A atividade desenvolvida expõe o trabalhador ao risco de doença ou agravo.
Sim, a depender do tipo de acidente o trabalhador é exposto a diferentes fatores de risco, no acidente em 
questão o mesmo foi exposto a água contaminada.
O trabalho foi um dos fatores causais da ocorrência ou contribuiu para o agravamento da doença ou 
agravo.
Sim, a atuação e imersão de parte do corpo na barragem foi fator necessário para a contaminação
Agora que concluímos, siga a atividade de notificação, mas lembre-se que voltaremos ao 
caso 1 assim que terminar esta etapa.
3 Notificação
Após confirmar a relação entre a doença ou agravo com o trabalho, é chegada a hora de 
uma das etapas mais importantes do fluxo de ações da vigilância epidemiológica hospita-
lar em saúde do trabalhador, a notificação. 
Conforme o Guia de Vigilância Epidemiológica de 2022, a notificação representa a comuni-
cação da ocorrência de alguma doença ou agravo à saúde, realizada por profissionais de 
saúde ou qualquer outro cidadão para informar às autoridades sanitárias, com o objetivo 
de apoiar na tomada de decisão (BRASIL, 2022).
44 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
A respeito das atribuições do NHE, destaca-se que a notificação deve ser realizada e in-
formada ao primeiro nível hierárquico superior da vigilância epidemiológica, no caso, a 
Secretaria Municipal de Saúde. Nesta etapa, os prazos de notificação deverão ser se-
guidos, conforme orienta a Portaria GM/MS Nº 420, de 2 de março de 2022 (Disponí-
vel em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-gm/ms-n-420-de-2-de-marco-
de-2022-383578277).
O preenchimento qualificado da ficha de notificação contemplando todos os 
campos é extremamente importante. Evite utilizar o item ignorado em qualquer 
um deste campo. Use-o apenas quando não houver outra alternativa viável.
Baseado nos prazos definidos pela portaria GM/MS Nº 420, de 2 de março de 2022 (dis-
ponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-gm/ms-n-420-de-2-de-mar-
co-de-2022-383578277), os casos de acidentes de trabalho devem ser notificados em até 
24 horas. Neste caso, a notificação pode ser realizada através do envio, por e-mail, do 
formulário de notificação ou por contato telefônico para a Secretaria Municipal de Saúde 
conforme fluxo de notificação das doenças e agravos de notificação compulsória relacio-
nadas ao trabalho descrito na página 28 das Normas e Rotinas do Sistema de Informação 
de Agravos de Notificação (Disponível em: http://portalsinan.saude.gov. br/images/docu-
mentos/Aplicativos/sinan_net/Manual_Normas_e_Rotinas_2_edicao.pdf). Para atender 
ao que está estabelecido extraoficialmente na Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica 
Hospitalar (Renaveh), esta informação deve ser enviada pelo NHE para a Renaveh estadual 
através da Comunicação de DAE imediata em até 24 horas.
A notificação dos casos de intoxicação exógena relacionada ao trabalho, que deve ser do 
caso suspeito, e acidente de trabalho com material biológico, que deve ser do caso confir-
mado, deve ser realizada semanalmente e seguir o fluxo local de entrega das notificações 
estabelecida com a Secretaria Municipal de Saúde. 
É provável que você esteja se perguntando sobre a notificação das outras seis Dart. As 
demais Dart devem ser monitorados por meio da estratégia de Vigilância em unidades 
sentinelas (BRASIL, 2017). Assim, casos confirmados de Câncer relacionado ao trabalho, 
Dermatoses ocupacionais, Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Re-
lacionados ao Trabalho (LER/Dort), Perda Auditiva Induzida por Ruído - Pair relacionada 
ao trabalho, Pneumoconioses relacionadas ao trabalho e Transtornos mentais relaciona-
dos ao trabalho devem ser monitorados por NHE de hospitais sentinelas e notificados con-
forme fluxo estabelecido pelas Secretarias Municipais de Saúde.
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-gm/ms-n-420-de-2-de-marco-de-2022-383578277)https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-gm/ms-n-420-de-2-de-marco-de-2022-383578277)
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-gm/ms-n-420-de-2-de-marco-de-2022-383578277
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-gm/ms-n-420-de-2-de-marco-de-2022-383578277
http://portalsinan.saude.gov. br/images/documentos/Aplicativos/sinan_net/Manual_Normas_e_Rotinas_2_e
http://portalsinan.saude.gov. br/images/documentos/Aplicativos/sinan_net/Manual_Normas_e_Rotinas_2_e
45Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
Considerando a importância de que todas as Dart sejam de notificação compulsó-
ria, alguns estados já emitiram resoluções com uma lista de notificação Compul-
sória estadual, incluindo outros agravos e doenças na lista do Ministério da Saú-
de, a exemplo do Rio de Janeiro, com a Resolução SES Nº 2485 de 18 de outubro 
de 2021 (Disponível em: http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/12138042/4355403/
DNCSESRJ.pdf), do Rio Grande do Sul, com a Resolução Nº 189/20 – CIB-RS (dispo-
nível em: https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/202010/14153344-cibr189-20.
pdf), do Amazonas, com a Portaria Nº 0583/2013 (disponível em: http://www.sau-
de.am.gov.br/cerest/docs/Port_gsusam_2013_583.pdf) e da Bahia com a Por-
taria SESAB nº 1.290, de 09 de novembro de 2017 (disponível em: http://www3.
saude.ba.gov.br/cgi/sinan/docs/PORT-SESAB-1290-2017-1.pdf). Outros estados 
orientam a notificação compulsória de todas as Dart por meio de notas técni-
cas, como no Paraná, com a Nota técnica Nº 001/2014 CEST/SVS (disponível em: 
https://www.documentador.pr.gov.br/documentador/pub.do?action=d&uuid=@
gtf-escriba-sesa@99775fe3-b7f9-4d02-8acf-f45fe4805849&emPg=true).
Como mencionado anteriormente, vamos voltar ao caso 1 novamente, mas agora 
tentaremos realizar a notificação, logo depois apresentarei mais um caso para 
que possa exercitar um pouco mais o preenchimento desta ficha.
Caso 1
Parte 3. Condução do Caso pela Equipe da NHE.
Passo 6. Preenchimento qualificado da ficha de notificação individual de transtor-
nos mentais relacionados ao trabalho.
http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/12138042/4355403/DNCSESRJ.pdf
http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/12138042/4355403/DNCSESRJ.pdf
https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/202010/14153344-cibr189-20.pdf
https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/202010/14153344-cibr189-20.pdf
http://www.saude.am.gov.br/cerest/docs/Port_gsusam_2013_583.pdf
http://www.saude.am.gov.br/cerest/docs/Port_gsusam_2013_583.pdf
http://www3.saude.ba.gov.br/cgi/sinan/docs/PORT-SESAB-1290-2017-1.pdf
http://www3.saude.ba.gov.br/cgi/sinan/docs/PORT-SESAB-1290-2017-1.pdf
https://www.documentador.pr.gov.br/documentador/pub.do?action=d&uuid=@gtf-escriba-sesa@99775fe3-b7f9
https://www.documentador.pr.gov.br/documentador/pub.do?action=d&uuid=@gtf-escriba-sesa@99775fe3-b7f9
46 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
47Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
Que tal treinar mais um pouco? Veja agora o caso 2 e tente identificar e preencher 
a ficha de notificação referente ao caso.
Caso 2
Parte 1. Condução do Caso 1 pela equipe da NHE
Passo 6. Preenchimento qualificado da ficha de notificação individual de acidente 
de trabalho.
48 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
49Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
4 Trabalho Integrado com os Setores da Unidade Hospitalar
Como mencionado anteriormente, as atividades de busca ativa e investigação epidemioló-
gica devem ser realizados de forma integrada e articulada com o NSP, CCIH, SCIH, SOST, 
SESMT e qualquer outro setor da unidade hospitalar que possa contribuir para o processo 
de identificação de casos suspeitos e definição da relação causal entre a doença ou agravo 
e o trabalho.
Na busca ativa de DAE de notificação compulsória relacionado ao trabalho em pacientes 
admitidos na unidade hospitalar, a equipe da SCIH, poderá colaborar com o NHE no que se 
refere ao rastreamento de pacientes com doenças infecciosas de notificação compulsória 
com possível relação com o trabalho. Por outro lado, o SOST e o SESMT poderão contribuir 
com o rastreamento de funcionários da unidade hospitalar em que houve acidentes por 
material biológico ocorrido com funcionários. Já o NSP, poderá auxiliar na adesão a pro-
tocolos técnico e operacional e de manejo clínico, nas estruturas e processos destinados a 
proteger os pacientes e profissionais de saúde e na avaliação e monitoramento do risco da 
equipe de saúde. 
50 Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar 
Curso VEHSAT
Este trabalho integrado pretende implantar atividades de vigilância epidemiológica, como 
o acesso às informações necessárias à detecção, monitoramento e encerramento de casos 
ou surtos sob investigação a partir de a fim de responder às questões epidemiológicas da 
vigilância em saúde.
5 Apoio à equipe externa
Dentre as atribuições do NHE referente ao apoio, podemos citar: 
i) a cooperação com a investigação de surtos das doenças e agravos de notificação 
compulsória relacionadas ao trabalho; 
ii) o apoio à investigação de óbitos potencialmente relacionados ao trabalho, ocor-
ridos no ambiente hospitalar, em conjunto com a comissão de análise de óbitos e 
em articulação com a secretarias municipal de saúde e com a secretaria estadual 
de saúde; 
iii) o apoio e desenvolvimento de estudos epidemiológicos e operacionais, incluindo a 
avaliação de protocolos clínicos relacionados às doenças e agravos de notificação 
compulsória relacionadas ao trabalho no ambiente hospitalar; 
iv) o apoio à Visat na investigação epidemiológica das Doenças e Agravos relaciona-
dos ao Trabalho contemplados na lista de DAE de notificação compulsória, detec-
tados em ambiente hospitalar, assim como no monitoramento, avaliação e divul-
gação do perfil de morbimortalidade por essas doenças e agravos. 
Além destas atribuições descritas na Portaria GM/MS nº 420/2022, deve-se também atri-
buir a NHE a articulação com outros serviços de vigilância em saúde para o desenvol-
vimento das ações de vigilância, inclusive os atores que se encontram fora do ambiente 
hospitalar, como os Centros de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), 
Equipes de Vigilância em Saúde do trabalhador, os Centros de Referência em Saúde do 
Trabalhador (Cerest), o Serviço de Vigilância do Óbito (SVO), a Vigilância Epidemiológica 
(VE) Municipal Estadual, entre outros.
Para melhorarmos a compreensão sobre o apoio a equipe externa vamos apresentar um 
exemplo que você poderá se deparar ao longo de suas atividades no NHE, especialmente 
se você trabalhar em unidades hospitalares da região norte ou centro-oeste, onde a mine-
ração é comum.
51Investigação Epidemiológica em Saúde do Trabalhador no Âmbito Hospitalar
Curso VEHSAT
Considerando este caso:
Como o NHE poderia apoio a equipe do Cerest nesta investigação epidemioló-
gica?
É competência do NHE notificar o caso?
Conseguiu pensar em respostas?
Para que possamos resolver este caso gostaria que pensassem em duas situações 
distintas: na primeira, certificar-se que é um caso de ansiedade relacionada ao 
trabalho e na segunda, verificar após acompanhamento do caso que se trata de 
um caso de intoxicação exógena à vapor de mercúrio decorrente da ação de fis-
calização do Ibama em uma mineradora que utilizava mercúrio no processo de 
mineração do ouro de forma ilegal.
No primeiro caso, caberá ao NHE comunicar o caso à Equipe de Vigilância e Saúde 
do Trabalhador ou Cerest para que estas equipes possam realizar a investigação 
epidemiológica do caso, preencher a ficha de notificação de Transtornos Mentais 
Relacionados ao Trabalho e notificar. Nesta situação, o NHE poderá auxiliar estas 
equipes fornecendo informações sobre o paciente ou auxiliando as equipes na 
coleta de informações dentro da unidade

Continue navegando