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Unidade 1
Fundamentos de Auditoria e 
a Saúde Pública 
Auditoria Hospitalar
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
HERMÍNIO OLIVEIRA MEDEIROS
AUTORIA
Hermínio Oliveira Medeiros
Olá! Sou graduado em Farmácia pela Universidade Federal de Ouro 
Preto (2005) e em Sociologia pela Universidade Paulista (2018). Sou Mestre 
em Administração em Saúde pela Universidade del Mar (2014), Pós-
graduado com MBA em Gestão de Negócios pelo Centro Universitário 
de Viçosa (2012) e especializado em Gestão em Logística Hospitalar pela 
FINOM (2009), em Qualidade e Acreditação Hospitalar pela Faculdade 
de Ciências Médicas de Minas Gerais (2014) e em Qualidade em Saúde e 
Segurança do Paciente pela ENSP/FIOCRUZ (2017). Atuo na docência de 
cursos superiores da Saúde e na Gestão de Saúde Pública e Hospitalar. 
Por isso, fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de 
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase 
de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
A Auditoria como ferramenta organizacional ..................................10
Auditoria, fiscalização e avaliação ....................................................................................... 11
O conceito de auditoria ............................................................................................................... 11
O processo de fiscalização ..................................................................................................... 15
As avaliações em saúde............................................................................................................. 16
Auditorias internas e externas ...............................................................18
Auditoria interna ............................................................................................................................... 18
Auditoria externa ..............................................................................................................................22
Comparando auditoria interna e externa .......................................................................24
Tipos de auditoria ....................................................................................... 27
Auditoria de conformidade ......................................................................................................27
Auditoria operacional ...................................................................................................................28
Auditoria de gestão .......................................................................................................................28
Auditoria de qualidade ................................................................................................................29
Auditoria em Saúde Pública ...................................................................31
O SUS e suas diretrizes .............................................................................................................32
A Carta de Direitos dos Usuários do SUS ......................................................................35
Auditoria no SUS ............................................................................................................................. 36
Auditoria em serviços de saúde particulares e conveniados .........................37
7
UNIDADE
01
Auditoria Hospitalar
8
INTRODUÇÃO
Prezado aluno, nesta unidade, vamos estudar os principais conceitos 
e os tipos de auditoria que são normalmente utilizados nas organizações 
prestadoras de serviços de saúde. Aprenderemos a diferenciar a 
aplicação da auditoria, da fiscalização e da avaliação e a sua importância 
no monitoramento da segurança e da qualidade da assistência em saúde. 
Convidamos você a desenvolver seus conhecimentos sobre a ferramenta 
da auditoria. Vamos lá! Bons estudos! 
Auditoria Hospitalar
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no 
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término 
desta etapa de estudos:
1. Identificar os conceitos e modelos básicos de Auditoria.
2. Entender o papel e o perfil do auditor na área de Saúde.
3. Discernir sobre os processos de auditoria interna e externa.
4. Identificar os diferentes tipos de auditoria e suas aplicações.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Auditoria Hospitalar
10
A Auditoria como ferramenta organizacional
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de diferenciar 
os tipos de auditoria aplicados às organizações de 
saúde, bem como planejar e executar auditorias dentro 
das necessidades dos serviços. Também, desenvolverá 
as suas habilidades e competências para promover a 
melhoria contínua dos processos internos por meio do 
monitoramento e avaliação que a auditoria proporciona. 
Vamos lá! 
Ao levantar dados e informações sobre uma organização, o 
profissional que realiza uma auditoria, chamado de auditor, busca, por 
meio da análise de documentos, entrevistas, verificações e inspeções, 
interagir com tal instituição e sentir o que ela tem a expressar sobre a 
realização de seus processos internos. 
NOTA:
Esse é o conceito fundamental da auditoria, que, do latim, 
significa “ouvir”. 
Para a realização eficiente de uma auditoria, alguns 
critérios precisam estar presentes no trabalho do auditor, 
principalmente a imparcialidade.
A auditoria assume, na atualidade, uma importância ímpar nas 
organizações de saúde que buscam a sustentabilidade e a eficiência 
administrativa em um cenário marcado historicamente pela precariedade 
administrativa e o subfinanciamento.
Desse modo, a auditoria configura uma ferramenta utilizada por 
aquelas organizações de saúde que buscam se conhecer e promover 
melhorias contínuas na segurança e qualidade de seus processos de 
assistência aos pacientes.
Auditoria Hospitalar
11
Veremos também que as organizações passam por constantes 
processos de auditoria, fiscalização e avaliações por órgãos sanitários 
reguladores, fontes pagadoras de serviços, certificadoras de qualidade, 
entre outras. 
Auditoria, fiscalização e avaliação
Mesmo entre os profissionais que se dedicam à realização de 
auditoria, existe a confusão conceitual entre auditoria, fiscalização e 
avaliação - suas diferentes tipologias e características. 
O principal motivo dessa disfunção conceitual se deve ao fato de 
que os três processos são amplamente aplicados nas organizações, 
inclusive no setor da saúde. 
O conceito de auditoria
A Auditoria é um sistema de revisão de controle, que fornece 
informações para a administração da empresa sobre a eficiênciae sobre 
a eficácia dos programas que estão em desenvolvimento. Sua função 
não é indicar apenas problemas e falhas, mas, também sugerir e apontar 
soluções. Desta forma, assume um caráter também educacional junto à 
organização (CHIAVENATO, 2006).
Assim, a auditoria propicia à organização o monitoramento 
permanente sobre a execução de seus processos, seja ele qual for.
NOTA:
Controlar é submeter determinado objeto ou assunto a 
exame e vigilância detalhados. 
Desse modo, por meio da auditoria, pode-se rever, examinar 
determinado objeto ou assunto na organização hospitalar.
A auditoria visa informar à gestão sobre o cumprimento de normas 
e diretrizes, metas e regularidade, evidenciando a eficiência e eficácia das 
atividades executadas.
Auditoria Hospitalar
12
NOTA:
As auditorias são contratadas pela gestão da organização 
para que esta possa ter visão ampla sobre um processo de 
interesse.
É importante frisar que a auditoria não evidencia apenas falhas 
e erros, mas proporciona informações para que propostas, sugestões 
e soluções de melhorias sejam elaboradas para a realização daquele 
processo ou assunto em questão. 
IMPORTANTE:
A auditoria não se trata de um processo meramente 
punitivo, mas deve ter caráter focado no aspecto educativo.
Figura 1 - Auditoria
Fonte: Freepik
Nas organizações modernas, a auditoria representa uma ferramenta 
de gestão muito focada na qualidade. Em saúde, é fundamental para a 
segurança e gerenciamento de riscos, permitindo à gestão e às equipes o 
aprimoramento contínuo da assistência à saúde. 
Auditoria Hospitalar
13
A Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores 
(INTOSAI) ressalta que a Auditoria é o exame das operações, atividades 
e sistemas de determinada entidade, com vistas a verificar se são 
executados ou funcionam em conformidade com determinados objetivos, 
orçamentos, regras e normas (INTOSAI, 2015 apud BRASIL, 2017).
Segundo a Instrução Normativa nº 01, de 06 de abril de 2001, da 
Secretaria Federal de Controle Interno do Ministério da Fazenda, a auditoria: 
É um conjunto de técnicas para avaliar a gestão, pelos 
processos e resultados gerenciais, e a aplicação 
de recursos, mediante a confrontação entre uma 
situação encontrada com um determinado critério pré-
estabelecido, que pode ser técnico, operacional ou legal 
(BRASIL, 2001, p. 31).
De modo geral, todos os conceitos de auditoria, apresentados por 
órgãos reguladores ou executores de auditorias em diversos setores e 
organizações, demonstram que se trata de uma ferramenta de controle 
de processos. 
A auditoria é uma ferramenta de gestão que fornece importantes 
parâmetros gerenciais para a tomada de decisão, principalmente na 
correção e melhoria de processos, na alocação de recursos e demais 
problemas de ordem administrativa e assistencial.
IMPORTANTE:
O principal objetivo da auditoria é comparar o cenário 
vigente em uma organização com relação ao respeito 
a uma norma pré-estabelecida como requisito legal, 
diretrizes internas ou normas de qualidade. 
Para o Tribunal de Contas da União (2011): 
Auditar é examinar, de forma independente e objetiva, 
uma situação ou processo, comparando-o com um critério 
estabelecido preliminarmente, para que, dessa forma, se 
consiga emitir uma opinião ou um comentário a respeito 
dessa comparação entre a situação e o critério, e encaminhar 
para um destinatário predeterminado (BRASIL, 2011, p. 12).
Auditoria Hospitalar
14
Concluímos, portanto, que a auditoria é um processo sistemático, 
com base em análises e evidências, avaliações e comparações com 
critérios previamente estabelecidos e que se finaliza com a comunicação 
de seus resultados ao destinatário, por meio da emissão de um relatório 
detalhado. 
O processo de auditoria é composto por cinco etapas fundamentais:
1. Planejamento dos objetivos e dos recursos necessários. 
2. Exame e avaliação dos dados. 
3. Apresentação dos resultados. 
4. Divulgação dos resultados. 
5. Sugestão de ações de melhoria (recomendações).
NOTA:
As auditorias se operacionalizam por meio de entrada, 
processamento e saída.
São partes do processo de auditoria: a entrada de informações sobre 
situações evidenciadas, critérios e normas da auditoria, processados 
em produtos, como achados e relatos de auditoria, propostas de ações 
corretivas e recomendações.
O produto da auditoria é entregue por meio da comunicação dos 
resultados encontrados durante a realização da auditoria e encaminhados 
ao respectivo destinatário, que pode ser o auditado ou não. 
O relatório de auditoria deve conter os atributos: 
 • Coerência.
 • Oportunidade.
 • Convicção.
 • Integridade. 
 • Apresentação. 
Auditoria Hospitalar
15
 • Objetividade.
 • Tempestividade. 
 • Clareza. 
 • Conclusão.
O relatório de auditoria é um instrumento formal e técnico por meio 
do qual a equipe de auditoria comunica o objetivo desse processo, a 
metodologia que foi utilizada, as constatações, as evidências encontradas, 
as conclusões e as propostas de encaminhamentos e melhorias. 
Desse modo, deve ser elaborado em documento formal e 
padronizado e, para cumprir com seu objetivo, direcionado aos 
interessados a fim de que possam proceder sua análise e intervir de 
maneira conveniente. 
O processo de fiscalização 
IMPORTANTE:
Auditoria e fiscalização são processos diferentes quanto aos 
seus objetivos. Assim, é importante saber diferenciá-los.
A auditoria é reconhecida como um sistema, um conjunto 
de elementos, em que há uma entrada de dados, sua análise ou 
processamento, o que resulta em informações precisas. A fiscalização, 
por sua vez, consiste apenas na verificação se algum processo está 
sendo executado de acordo com o previamente preconizado e definido 
como regra. 
Auditoria Hospitalar
16
Figura 2 - Fiscalização
Fonte: Pixabay
A auditoria é um sistema, um processo de trabalho. A fiscalização é 
uma verificação com o que foi pré-determinado.
As avaliações em saúde
Além das auditorias e fiscalizações, temos também que apresentar 
o conceito de avaliação:
Avaliar é emitir uma opinião, um julgamento sobre determinado 
assunto ou objeto; ou ainda sobre um processo, ou mesmo sobre uma 
organização.
EXEMPLO: 
Os serviços de ouvidoria são exemplos em que os usuários emitem 
a sua opinião sobre determinados serviços ou produtos. 
Auditoria Hospitalar
17
Figura 3 - Avaliação
Fonte: Pixabay
As auditorias, de acordo com o objetivo a qual se destinam, podem 
ser realizadas por equipes internas ou externas às organizações de saúde. 
Auditoria Hospitalar
18
Auditorias internas e externas
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você terá compreendido o papel 
e o perfil do auditor na área de Saúde e como funcionam as 
auditorias internas e externas. Vamos lá!
As auditorias podem ser de execução interna ou externa. Cada uma 
tem objetivos, metodologia e visa atingir resultados distintos. 
Assim temos: 
 • A auditoria interna é aquela realizada por profissionais da própria 
organização, normalmente com o objetivo de buscar melhorias, aprimorar 
seus serviços, a fim de conseguir uma certificação ou acreditação.
 • A auditoria externa é realizada por profissionais que não pertencem 
à organização. Podem ser profissionais contratados, de órgãos 
regulamentadores, empresas especializadas ou institutos certificadores.
Auditoria interna
O principal objetivo da realização de uma auditoria interna é a 
melhoria contínua dos processos e dos resultados da organização. 
A partir da auditoria, a gestão pode obter visão de como os 
processos estão sendo executados, seus resultados, suas falhas e os 
riscos envolvidos e, assim, elaborar recomendações de soluções para as 
não conformidades elencadas, visando o aperfeiçoando dos processos, 
os controles internos e a própria gestão da organização. 
NOTA:
A expressão “não conformidade” se refere ao não 
atendimento de um requisito pré-determinado, que 
podeser uma lei, uma norma, uma resolução interna, um 
regimento, um código de ética, entre outros. 
Auditoria Hospitalar
19
De acordo com o Tribunal de Contas da União (2011), as não 
conformidades são divididas em impropriedades e irregularidades:
A impropriedade consiste em falhas de natureza formal de 
que não resulte danos ao Erário, porém evidencia-se a não 
observância aos princípios de legalidade, legitimidade, 
eficiência, eficácia e economicidade. A irregularidade é 
caracterizada pela não observância desses princípios, 
constatando a existência de desfalque, alcance, desvio 
de bens ou outra irregularidade de que resulte prejuízo 
quantificável para o Erário (BRASIL, 2011, p. 128). 
A equipe de auditoria interna do hospital, composta por profissionais 
de suas diversas áreas e setores, constitui a Comissão Interna de Auditoria. 
Essa comissão apoiará a alta direção da organização por gerar relatórios 
com importantes parâmetros gerenciais que subsidiarão a tomada de 
decisão racional e a aplicação de recursos financeiros, muitas vezes 
limitados e insuficientes. 
Figura 4 - Auditores internos
Fonte: Freepik
Auditoria Hospitalar
20
Uma importante vantagem da auditoria interna é que ela permite 
aos gestores obter visão da organização já contando com a experiência e 
o conhecimento da estrutura administrativa pelos auditores que, por sua 
vez, são parte do corpo profissional da empresa.
Por outro lado, apresenta como desvantagem um potencial 
envolvimento desses indivíduos com os setores e a equipe auditada. 
As auditorias da qualidade são instrumentos significativos para o 
gerenciamento da qualidade. 
Independentemente do avanço de algumas organizações, ainda 
não há total consciência dos incentivos provenientes de sua aplicação.
A auditoria da qualidade é uma análise organizada, é planificar, 
evidenciar e desempenhar pelo pessoal apartado da área auditada, a 
fim de averiguar a efetividade do composto de qualidade introduzido 
e, transversalmente, as indicações diretas e o reconhecimento de 
não conformidades. Também é adaptar-se como procedimento de 
realimentação e aprimoramento do sistema da qualidade.
Quando falamos que a qualidade corresponde à responsabilidade, 
o que estamos dizendo é que a Auditoria Contábil tem como compromisso 
as finanças da empresa.
As auditorias contábeis não só confirmam a autenticidade dos 
livros, mas também a acomodamento do sistema contábil. A mesma 
semelhança vale para as auditorias da qualidade.
Quando abordamos esse assunto de acordo com teoria existente, 
demonstramos os mais variados tipos de classificação.
Não obstante, podemos fundamentalmente dividir essas classificações em: 
I. Externas: conhecidas por serem concretizadas e desempenhadas 
por outras instituições, como:
 • Clientes.
 • Empresas.
 • Instituições especializadas.
Auditoria Hospitalar
21
II. Internas: conhecidas por serem concretizadas e desempenhadas 
pela própria instituição; normalmente, são subdivididas em:
 • Auditoria de sistemas – analisa a efetividade do sistema da 
qualidade.
 • Auditoria de processos – analisa a continuidade entre 
procedimentos e mecanismos instituídos a desempenho real.
 • Auditoria de itens (produtos ou serviços) – define a compatibilidade 
de produto ou serviços com as especificações e competências.
Podemos citar como principais objetivos da auditoria de qualidade:
I) Considerar a compatibilidade dos mecanismos da qualidade 
com o regulamento determinado por clientes ou pela própria 
organização.
II) Considerar o consentimento dos procedimentos emprega dos 
com os procedimentos estabelecidos.
III) Considerar o procedimento de tomada de decisão da organização, 
quando relacionamos à qualidade.
V) Considerar a conformidade das características da qualidade dos 
produtos/serviços com as caracterizações.
V) Considerar e melhorar a efetividade do sistema da qualidade.
VI) Identificar complicações de grande potencial da qualidade de 
produtos/serviços.
Não é possível estabelecer um código universal para a fixação 
de um sistema de auditorias da qualidade. Cada organização precisa 
qualificar as suas necessidades e, em responsabilidade destas, expandir 
e amplificar um plano que seja adaptável com as finalidades.
IMPORTANTE:
Não confunda o objetivo das auditorias: os auditores auditam 
os processos e nunca os colaboradores da organização!
Auditoria Hospitalar
22
As auditorias internas preparam a organização para a realização 
de uma auditoria externa de certificação ou acreditação, por exemplo. 
Assim, a equipe identificará as não conformidades e poderá intervir em 
sua resolução previamente, em tempo hábil. 
Auditoria externa
A auditoria externa é realizada por uma equipe auditora composta 
por profissionais independentes, sem ligação com o quadro de recursos 
humanos da organização auditada.
NOTA:
As auditorias externas mais comuns nos hospitais são as 
contábeis, de certificação e acreditação. A acreditação 
no Brasil segue as normas da Organização Nacional de 
Acreditação (ONA). 
Pelo fato de os auditores não terem o conhecimento prévio da 
organização auditada, essa forma de auditoria apresenta vantagens e 
desvantagens. Como vantagem, temos a imparcialidade dos auditores 
e, como desvantagem, o risco de que suas recomendações e sugestões 
sejam superficiais ou fujam da realidade e condições, principalmente 
financeiras, da organização. 
A auditoria externa precisa respeitar as normas de auditoria. Essas 
regras gerais são instituídas pelos órgãos regulamentadores da profissão 
na forma de orientações e regulamentações. 
Não obstante, podemos elaborar as seguintes orientações, que têm 
se demonstrado eficazes para a sua implantação:
I) O sistema deve ser desenvolvido e gerenciado por um profissional 
com experiência na área, tendo a base da Alta Administração para a 
efetuação deste trabalho.
II) O sistema deve ser adaptar de forma a certificar que a efetivação 
das auditorias seja um hábito regular dentro da organização.
Auditoria Hospitalar
23
III) deve ser escolhido um número combinado de normas, a fim de 
ocultar adequadamente as condições da organização, sejam essas 
contratuais ou não.
IV) Todas as auditorias devem ser efetivadas confrontando-se 
os sistemas da organização contra as condições das normas 
escolhidas.
V) O sistema deve ser pensado e compacto no seu ponto de vista.
VI) Os auditores devem ser exercitados e com boas experiências 
em técnicas de auditoria, incluindo-se os fatores como: 
comportamentais.
VII) O sistema deve ser publicado, apreendido e admitido pôr os 
indivíduos da organização.
VIII) Deve existir um sistema eficaz de informações e técnicas da 
auditoria, com linhas de comunicação bem estabelecidas, uma vez 
que muitas áreas funcionais podem estar relacionadas.
IX) Deve haver uma estratégia eficaz para garantir que as iniciativas 
corretivas sejam instauradas. A auditoria deve ser direta, efetiva e 
concretizada contra uma diretriz definida da qualidade.
X) Uma programação de auditorias deve ser demarcar e usada com 
base no sistema de registros de auditoria.
NOTA:
As normas de auditoria são divididas em normas gerais 
(básicas), normas referentes aos procedimentos de execução 
da auditoria, normas referentes ao comportamento do 
auditor e normas referentes à comunicação do resultado 
(confecção do relatório e sua divulgação).
Auditoria Hospitalar
24
Comparando auditoria interna e externa
No Quadro a 1, podemos encontrar reunidas as principais diferenças 
entre as auditorias interna e externa.
Quadro 1 - Principais diferenças entre as auditorias interna e externa
Fonte: Gonzales e Medeiros (2019).
Auditoria Hospitalar
25
REVISANDO: 
A equipe de auditores internos é constituída por funcionários da 
organização. Esse tipo de auditoria visa a melhoria dos processos 
e resultados e é muito utilizada na verificação de adequação às 
normas de qualidade. Seus relatóriose recomendações são de 
interesse externo.
A auditoria externa é realizada por uma equipe contratada para 
fins contábeis, certificações e acreditação. Nesse tipo de auditoria, 
respeita-se as normas de auditoria e seus pareceres, além disso, 
relatórios interessam a um público maior, incluindo acionistas, 
fornecedores e clientes. Hospitais filantrópicos e aqueles de 
capital aberto (Sociedade Anônima) que publicam seus balanços e 
demonstrativos contábeis contratam auditorias contábeis externas 
com essa finalidade. 
De modo geral, o auditor, tanto interno quanto externo, precisa ter 
características e habilidades, conforme apresentado no Quadro 2.
Quadro 2 - Características inerentes aos auditores
Fonte: Gonzales e Medeiros (2019).
Auditoria Hospitalar
26
O auditor precisa atentar-se para as garantias constitucionais de 
inviolabilidade, intimidade e privacidade dos indivíduos. Assim, segundo 
a Constituição Federal de 1988, os auditores são legalmente obrigados a 
manter o sigilo de suas constatações nas auditorias realizadas.
SAIBA MAIS:
O Código de Ética do Auditor prevê como deve ser sua 
conduta, norteando o comportamento ético, seus direitos e 
deveres. Caso queira se aprofundar no assunto, você pode 
clicar aqui. 
Para desenvolver suas atividades, o auditor precisa ter acesso 
às dependências da empresa ou do hospital examinado, acesso aos 
documentos, instalações e equipamentos necessários para executar suas 
atividades corretamente. 
Os auditores também precisam ter grande competência técnica 
a respeito daquele processo que irão auditar, mantendo-se sempre 
atualizados. 
Não pode ser negado ao auditor, sob nenhum pretexto, processo, 
documento ou qualquer informação solicitada por ele. Se isso ocorrer, 
o fato deverá ser comunicado, imediatamente e preferencialmente por 
escrito, ao dirigente da organização, de modo a registrar e solicitar as 
providências necessárias. 
RESUMINDO:
Neste capítulo, vimos que a equipe de auditores internos 
é constituída por funcionários da organização. Já a 
auditoria externa é realizada por uma equipe contratada 
para fins contábeis, certificações e acreditação. Também, 
aprendemos como deve ser a conduta do auditor, com 
base no seu Código de Ética.
Auditoria Hospitalar
https://iiabrasil.org.br/korbilload/upl/editorHTML/uploadDireto/codigodeetica3-editorHTML-00000010-13032019134055.pdf
27
Tipos de auditoria
OBJETIVO:
Ao final deste capítulo, você saberá discernir sobre os 
processos de auditoria interna e externa. Vamos lá!
As auditorias podem ser classificadas em auditoria de conformidade, 
operacional, de gestão e de qualidade, de acordo com o tipo de atividade 
que será executada na organização.
Em cada tipo de auditoria, o planejamento será diferente, bem 
como os recursos necessários e os critérios a serem observados. 
Auditoria de conformidade
As auditorias de conformidade visam determinar se um 
estabelecimento, processo, assunto ou objeto está em conformidade 
com as normas que foram previamente estabelecidas como critérios de 
verificação.
As normas, requisitos legais e demais critérios a serem observados 
pela equipe auditora durante a execução da auditoria irão compor o 
checklist, conhecido como lista de verificação, elaborado na etapa do 
planejamento. 
A auditoria de conformidade é realizada para se verificar se os seus 
processos cumprem, nos aspectos de interesse, as normas e demais 
critérios que regem a organização auditada.
Esse tipo de auditoria busca principalmente verificar a legalidade, 
legitimidade e se existem erros e fraudes nas organizações, de acordo 
com o requisito legal e demais critérios relevantes. 
Auditoria Hospitalar
28
Auditoria operacional
Na auditoria operacional, verifica-se se as atividades e processos 
internos da organização estão sendo executadas, operacionalizadas de 
maneira correta, de acordo com os critérios estabelecidos. 
Esse tipo de auditoria também é conhecido como auditoria de 
desempenho, de eficiência e, ainda, por alguns autores, como auditoria 
de gestão.
Figura 5 - Lista de verificação
Fonte: Pixabay
O objetivo dessa auditoria é descobrir se os processos estão sendo 
bem executados e se existe a possibilidade de melhoria em algum 
aspecto. 
A auditoria visa a identificar se a organização está funcionando de 
maneira satisfatória, desde sua estrutura organizacional, custos, processos 
e rotinas. Por isso, é muito utilizada pelos órgãos de regulação.
Auditoria de gestão
A auditoria de avaliação de gestão conhecida também apenas 
como auditoria de gestão tem por objeto o trabalho do gestor.
Auditoria Hospitalar
29
Nela, são verificados a execução das atividades, os resultados 
obtidos, a regularidade das contas e das prestações de contas, o 
adequado cumprimento dos contratos e convênios firmados.
A auditoria de gestão verifica como está a gestão da organização 
em questão. Por esse motivo é muito utilizado por contratantes da 
organização, acionistas e diretores. 
Por meio desse tipo de auditora, pode-se avaliar o desempenho da 
organização, sua eficiência e eficácia.
Auditoria de qualidade
A auditoria de qualidade tem por objetivo verificar o cumprimento 
das normas de um sistema de gestão da qualidade certificável e 
voluntariamente implantado pela organização de saúde. 
São exemplos de normas de qualidade certificáveis aplicáveis às 
organizações hospitalares: NB ISO 9001, NBR ISO 14001, acreditação ONA, 
Joint Comission International e Accreditation Canada. 
Sabemos da importância dos princípios e diretrizes do Sistema Único 
de Saúde (SUS), e é fundamental compreender como se dão as questões 
contratuais em relação aos profissionais e ao ambiente hospitalar.
A contratualização é um procedimento em que os componentes 
e a administração do Município e do Estado constituem objetivos que 
indicam quantidade e qualidade de atenção e cuidado à saúde e referente 
ao gerenciamento hospitalar, formalizadas e certificadas por meio de um 
acordo contratual.
Esse mecanismo é formado por duas partes. A primeira, o contrato, e 
a outra, os papeis com a detalhamento e apresentação dos objetivos que 
indicam quantidade e qualidade, que serão agrupados e analisados diante 
de uma Comissão de Acompanhamento composta pelo administrador, 
pela equipe hospitalar e pelos pacientes.
Para que seja mais fácil a compreensão, vamos entender como se 
deu a contratualização no decorrer da história.
Auditoria Hospitalar
30
A Auditoria da Qualidade Hospitalar passa pela análise de diversos 
parâmetros gerenciais. Nas organizações de saúde, é muito importante 
que esses parâmetros sejam monitorados de maneira contínua por meio 
de indicadores de resultado (LUONGO, 2011).
De acordo com Bittar (2001): 
O indicador é uma unidade de medida que tem como 
alvo os resultados, processos e estrutura em saúde e que 
pode ser usado como um guia para monitorar e avaliar 
a qualidade e a quantidade da assistência ofertada aos 
usuários, imprescindível para o planejamento, organização, 
coordenação, avaliação e controle das atividades 
desenvolvidas em um determinado processo ou no todo 
(BITTAR, 2001, p. 22). 
Os indicadores hospitalares precisam ser monitorados para fins 
de verificação da qualidade e da segurança da assistência prestada nos 
serviços de saúde. 
IMPORTANTE:
Alguns indicadores se relacionam à gestão da qualidade e 
outros são de monitoramento obrigatório de acordo com a 
legislação sanitária vigente, como aqueles relacionados à 
segurança do paciente e ao controle de infecção hospitalar 
(BRASIL, 1998; BRASIL, 2013a). 
Cabe ressaltar que o cumprimento ao requisito legal é um critério 
dos sistemas de gestão da qualidade nos serviços de saúde.
Auditoria Hospitalar
31
Auditoria em Saúde Pública 
OBJETIVO:
Ao final deste capítulo, você conseguirá identificar os 
diferentes tipos de auditoria e suas aplicações. Vamos lá!
Gerir e financiar o sistema de saúde brasileiro(Sistema Único 
de Saúde ou somente SUS) é um grande desafio. Seus princípios e o 
modo como foi idealizado, claramente visível por meio da leitura de sua 
legislação de constituição e posteriores, faz com que a sua redação seja 
considerada como um exemplo para o mundo. 
REFLITA:
Porém, será que esses fundamentos estão sendo 
respeitados ou o SUS não passa de um sistema teórico e 
impraticável? Esse fato já seria um objeto de verificação 
por meio de auditorias nos serviços de saúde públicos 
do Brasil.
Com a criação do SUS e a posterior expansão do setor de saúde 
suplementar (planos de saúde), a aplicação de grandes volumes de 
recursos financeiros trouxe a necessidade de verificações para se avaliar 
os resultados do setor.
Assim, por meio de auditorias nos serviços públicos de saúde, pode-
se verificar se os recursos estão sendo bem aplicados e se os usuários 
do SUS estão tendo o seu direito à saúde respeitado, dentro do que 
preconiza a Constituição Federal, a Lei Orgânica da Saúde e documentos 
normativos posteriores, principalmente no que tange aos princípios e 
diretrizes do SUS (BRASIL, 1998; BRASIL, 1990).
A Saúde Pública não pode ser sinônimo de precariedade administrativa 
e baixa qualidade dos serviços ofertados aos usuários do SUS.
Auditoria Hospitalar
32
Por ser em serviços públicos, a auditoria segue os mesmos padrões 
de quando é realizada em organizações privadas. É importante lembrar 
que as Redes de Assistência à Saúde (RAS) as quais prestam serviços 
de saúde aos usuários do SUS são compostas por estabelecimentos 
públicos e privados, muitos desses últimos filantrópicos, e importantes na 
composição do sistema dentro da complexidade da atenção em saúde. 
O SUS e suas diretrizes 
O Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS) foi idealizado para ser 
universal e gratuito, desenvolvido e regulado com a participação social e 
financiado pelas três esferas do governo por meio de pactos de gestão. 
Porém, após trinta anos de constituição do SUS, podemos identificar que 
ele ainda está distante do sistema proposto para resolver os problemas 
de saúde dos brasileiros e diversos pontos podem ser elencados para 
melhoria. 
O SUS é a consagração dos princípios constitucionais da 
Universalidade, Equidade e Integralidade na atenção à saúde. Desse 
modo, concretiza a proposta de um sistema de saúde capaz de garantir 
o acesso gratuito e universal à população a bens e serviços que atendem 
as suas necessidades (de básicas a complexas) de saúde e bem-estar, de 
forma equitativa e integral (BRASIL, 1990).
SAIBA MAIS:
Em estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde 
sobre a eficiência em sistemas de saúde no mundo, 
considerando-se 191 países, o Brasil ocupou a 125ª posição. 
Você concorda? Saiba mais clicando aqui.
Na legislação que constitui e regulamenta o SUS, podemos 
encontrar, em seus fundamentos, os chamados “princípios finalísticos”, 
sobre a sua natureza filosófica e doutrinária e os “princípios estratégicos” 
ou “princípios organizativos” que orientam sobre as diretrizes políticas e 
operacionais do efetivo funcionamento do sistema (TEIXEIRA, 2011). 
Auditoria Hospitalar
http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/976/1/TD_1784.pdf
33
IMPORTANTE:
A Constituição Federal apresenta na Seção II (Da Saúde), 
nos artigos 196 a 198, as diretrizes para a construção do 
sistema de saúde pública do Brasil (BRASIL, 1988). Tais 
diretrizes representam os princípios básicos, posteriormente 
delineados de maneira específica na Lei Orgânica da Saúde 
(BRASIL, 1990).
Assim sendo, de acordo com a Constituição Federal de 1988 e a 
Lei Orgânica da Saúde (BRASIL, 1988; BRASIL, 1990), os três princípios 
finalísticos do SUS são: 
 • Universalização: trata-se da universalidade de acesso aos serviços 
de saúde em todos os níveis de assistência. A saúde, como um 
direito de cidadania sob a responsabilidade de provimento pelo 
Estado, deve ser garantida a todas as pessoas, independente 
de sexo, raça, ocupação, ou demais características sociais ou 
individuais.
 • Equidade: relaciona-se à igualdade da assistência prestada à 
saúde dos usuários, excluindo-se qualquer forma de preconceitos 
ou privilégios. O fundamento desse princípio é minimizar as 
desigualdades existentes, uma vez que características individuais 
podem influenciar em suas necessidades de saúde. 
De modo geral, a equidade significa investir mais onde as 
necessidades são maiores, respeitando-se as vulnerabilidades, apesar de 
todos terem direitos iguais.
 • Integralidade: define a assistência à saúde como um conjunto 
articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e 
curativos, individuais e coletivos, exigidos em todos os casos e 
níveis de complexidade do sistema. Por esse princípio, enxerga-
se os indivíduos, atentando-se para todas as suas necessidades. 
Relaciona-se ao conceito ampliado apresentado pela Organização 
Mundial de Saúde em que saúde é um estado de completo bem-
Auditoria Hospitalar
34
estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças 
ou enfermidades (OMS, 1946). 
Para se efetivar esse princípio, deve-se integrar as ações de 
promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, articulados com outras 
políticas públicas, de modo a assegurar a atuação intersetorial em distintas 
áreas. 
De maneira não menos importante, a legislação apresenta também 
os princípios organizativos como forma de se nortear a operacionalização 
do sistema em termos de gestão, trabalho e regulação. 
Teixeira (2011) defende que os chamados “princípios estratégicos 
ou organizativos”, relacionam-se às diretrizes políticas, organizativas 
e operacionais, que determinam “como” deve o SUS ser construído 
dentro do que se estabeleceu, pela legislação, e o que se pretende 
institucionalizar. Esses princípios são a Descentralização, a Regionalização, 
a Hierarquização e a Participação social, que, de acordo com os 
documentos regulamentadores, representam (BRASIL, 1988; BRASIL, 
1990): 
 • Regionalização e Hierarquização: esses dois princípios organizativos 
complementares determinam que os serviços devem ser 
organizados em níveis crescentes de complexidade (primária, 
secundária e terciária), circunscritos em uma área geográfica 
definida, planejados estrategicamente e com base em indicadores 
epidemiológicos para que assim as políticas de saúde sejam 
adaptadas à realidade da população atendida. 
 • Descentralização e Comando Único:  os princípios da 
Descentralização levam à operacionalização do Comando Único. A 
Descentralização é a distribuição de poderes e responsabilidades 
entre os três níveis de governo (Federal, Estadual e Municipal), 
com o objetivo de aumentar a qualidade das ações de saúde e 
garantir o controle e a fiscalização popular. 
A responsabilidade pelas ações do SUS deve ser descentralizada 
até o nível municipal e devem ser garantidas, ao município, condições 
Auditoria Hospitalar
35
gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para a execução dessa 
atribuição. 
 • Participação Popular: um dos princípios organizativos visa à 
participação no controle e regulação do sistema de saúde, possível 
por meio de sua participação no cotidiano dos serviços de saúde. 
Sua concretização se dá por meio da constituição dos Conselhos 
e Conferências de Saúde, para a discussão, para a formulação de 
estratégias, para a efetivação do controle e avaliação da execução das 
políticas de saúde.
ACESSE:
O controle social no SUS exercido pelos conselhos 
de saúde é pauta de um vasto conjunto de normas 
reguladoras. Caso queira se aprofundar no assunto e 
entender a ação de fiscalização dos conselhos de saúde, 
leia o manual Para entender o controle social na Saúde 
(BRASIL, 2013b). Acesse clicando aqui.
A Carta de Direitos dos Usuários do SUS
A Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde foi aprovada pelo 
Conselho Nacional de Saúde (CNS) e visa orientar os cidadãos brasileiros 
sobre osseus direitos no que tange à oferta de serviços de saúde gratuitos 
com resolutividade e qualidade (BRASIL, 2011).
Baseando-se nos princípios norteadores do SUS, o documento 
define, como direitos básicos dos usuários de serviços de saúde, públicos 
ou privado, no Brasil: 
1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e 
organizado aos sistemas de saúde.
2. Todo cidadão tem direito ao tratamento adequado e 
efetivo para seu problema.
3. Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, 
acolhedor e livre de qualquer discriminação.
Auditoria Hospitalar
http://conselho.saude.gov.br/biblioteca/livros/Manual_Para_Entender_Controle_Social.pdf
36
4. Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a 
sua pessoa, seus valores e seus direitos.
5. Todo cidadão também tem responsabilidades para que 
seu tratamento aconteça da forma adequada; 
6. Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos 
gestores da saúde para que os princípios anteriores sejam 
cumpridos (BRASIL, 2011, p. 3-4).
IMPORTANTE:
A Portaria nº 1.820/2009, base da Carta dos Direitos dos 
Usuários da Saúde, é um documento legal extremamente 
importante para a construção do SUS porque, além de 
dispor sobre os direitos dos usuários da saúde, também 
discorre sobre os seus deveres (BRASIL, 2009). 
Auditoria no SUS
A auditoria dos serviços do SUS surgiu com o intuito de realização 
a verificação quanto ao cumprimento e respeito aos princípios do SUS, 
sendo criado o Sistema Nacional de Auditoria do SUS (SNA) para a 
execução dessa atribuição (SANTOS et al., 2012).
SAIBA MAIS:
Caso queira se aprofundar no assunto, saiba mais sobre o 
SNA clicando aqui. 
De acordo com o SNA (2017):
A auditoria é um instrumento de gestão para fortalecer 
o Sistema Único de Saúde (SUS), contribuindo para a 
alocação e utilização adequada dos recursos, a garantia 
do acesso e a qualidade da atenção à saúde oferecida 
aos cidadãos e conceitualmente é o conjunto de técnicas 
que visa avaliar a gestão pública, de forma preventiva e 
operacional, sob os aspectos da aplicação dos recursos, 
dos processos, das atividades, do desempenho e dos 
Auditoria Hospitalar
http://www.saude.gov.br/participacao-e-controle-social/auditoria-do-sus/sistema-nacional-de-auditoria
37
resultados mediante a confrontação entre uma situação 
encontrada e um determinado critério técnico, operacional 
ou legal (BRASIL, 2017, on-line).
O SNA tem a atribuição de realizar a verificação técnico-científica, 
contábil, financeira e patrimonial do SUS. As suas ações de auditoria visam o 
diagnóstico e a transparência, com estímulo ao controle social (BRASIL, 2017).
Na atenção básica, destaca-se o Programa de Melhoria do Acesso 
e da Qualidade na Atenção Básica (PMAQ-AB), que tem como principal 
meta incentivar os gestores e as equipes de saúde a melhorar a qualidade 
dos serviços oferecidos aos usuários no âmbito do SUS. 
Para tal, propõem-se um grupo de estratégias de qualificação, 
acompanhamento e avaliação das ações e do trabalho das equipes de 
saúde. O programa baseia-se no incentivo financeiro federal para os 
municípios participantes que atingirem melhorias no padrão de qualidade 
no atendimento verificadas por meio de auditorias periódicas, realizadas 
em ciclos (BRASIL, 2015). 
Alguns pontos se destacam entre os objetivos gerais e específicos 
do PMAQ. Inicialmente, explicita objetivos finalísticos como a promoção 
da mudança, tanto no modelo de atenção quanto de gestão, impactando 
no cenário da saúde da população, promovendo o desenvolvimento 
dos trabalhadores e orientando quanto aos serviços em função das 
necessidades e satisfação dos usuários do SUS (PINTO; SOUSA; FERLA, 
2014). 
Pode-se observar claramente na política do PMAQ a busca da 
implementação de ações de saúde de qualidade, com base em um 
modelo assistencial em coerência com as necessidades dos usuários e 
respeitando os princípios e diretrizes do SUS.
Auditoria em serviços de saúde 
particulares e conveniados
A auditoria nos serviços públicos de saúde deve ser realizada nas 
unidades de saúde que tenham gestão pública propriamente dita, mas 
Auditoria Hospitalar
38
também se aplica aos serviços particulares e conveniados que compõem 
a RAS. 
Por participarem da rede de atenção à saúde destinada a prover os 
serviços de saúde aos usuários do SUS, as instituições, hospitais e demais 
empresas particulares, filantrópicas e conveniadas também estão sujeitas 
as auditorias.
Nos serviços públicos, as auditorias geralmente se destinam a 
avaliar a execução das políticas de saúde e a alocação de recursos 
financeiros. Nos particulares, por sua vez, busca a qualidade e a redução 
dos custos operacionais por meio da adequação de processos.
A auditoria de contas hospitalares também é prática rotineira para 
o pagamento de serviços prestados, tanto para o SUS quanto para as 
operadoras de planos de saúde.
RESUMINDO:
Nesta unidade, apresentamos as variações conceituais 
da auditoria, mas vimos que todas se definem como um 
processo de trabalho com planejamento e metodologia 
padronizada, com base em verificações, avaliações e 
gerando, como produto, a emissão de pareceres, relatórios 
e a comunicação de seus resultados. Analisamos também 
os tipos de auditoria e seus objetivos, tanto quando 
aplicados nas organizações privadas quanto nos serviços 
públicos de saúde que compõem o SUS.
Assim, concluímos que a auditoria é uma importante 
ferramenta de gestão que permite a visualização dos 
processos organizacionais, promovendo melhoria contínua 
na busca da qualidade, eficiência e segurança. 
Auditoria Hospitalar
39
REFERÊNCIAS
BITTAR, O. J. N. V. Indicadores de qualidade e quantidade em saúde. 
RAS, v. 3, n. 12, jul./set. 2001. 
BRASIL. Carta dos direitos dos usuários da saúde. Ministério da 
Saúde. 3. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 
DF: Centro Gráfico, 1988.
BRASIL. Instrução Normativa nº 01, de 06 de abril de 2001. Define 
diretrizes, princípios, conceitos e aprova normas técnicas para a atuação 
do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal. Brasília: 
Secretaria Federal de Controle Interno, 2001.
BRASIL. Lei Nº 8.080/1990, de 19 de setembro de 1990. Dispõe 
sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a 
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras 
providências. Brasília, DF, Diário Oficial da União, 1990. 
BRASIL. Para entender o controle social na saúde. Brasília: 
Conselho Nacional de Saúde. 2013b. 
BRASIL. Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013. Institui o Programa 
Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Brasília: Ministério da Saúde, 
2013. 
BRASIL. Portaria nº 1645, de 2 de outubro de 2015. Dispõe sobre 
o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção 
Básica (PMAQ-AB). Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 
BRASIL. Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 1998. Programa de 
Controle de Infecção Hospitalar. Brasíia: Ministério da Saúde, 1998. 
BRASIL. Sistema Nacional de Auditoria do SUS (SNA). Brasília: 
Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: http://www.saude.gov.br/
participacao-e-controle-social/auditoria-do-sus/sistema-nacional-de-
auditoria. Acesso em 23 de agosto de 2019.
Auditoria Hospitalar
40
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Auditoria Governamental. 
Brasília: TCU, 2011. 
CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. 4. ed. 
São Paulo: Campus, 2006.
GONZALES, C. MEDEIROS, H. O. Auditoria Hospitalar. São Paulo: 
Anhembi Morumbi, 2019.
LUONGO, Jussara et al. Gestão de qualidade em Saúde. São Paulo: 
Rideel, 2011. 
PINTO, H. A.; SOUSA, A. N. A.; FERLA, A. A. O Programa Nacional de 
Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica: várias faces de 
uma política inovadora. Revista Saúde Debate, Rio de Janeiro, v. 38 n. 
especial, p. 358-372, out. 2014. 
SANTOS, C. A. dos et al. A auditoria e o enfermeirocomo ferramentas 
de aperfeiçoamento do SUS. Revista Baiana de Saúde Pública, Salvador, 
v. 36, n. 2, p. 539-559 abr./jun. 2012. 
TEIXEIRA, C. Os princípios do Sistema Único de Saúde. In: 
CONFERÊNCIA MUNICIPAL E ESTADUAL DE SAÚDE, 1, 2011, Salvador. 
Anais... Salvador: [s. l]., 2011. p. 1-10. 
Auditoria Hospitalar
	A Auditoria como ferramenta organizacional
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	O conceito de auditoria
	O processo de fiscalização 
	As avaliações em saúde
	Auditorias internas e externas
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	O SUS e suas diretrizes 
	A Carta de Direitos dos Usuários do SUS
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	Auditoria em serviços de saúde particulares e conveniados

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