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Oftalmologia Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 1 Anatomia e Fisiologia Ocular Órbita Esquema piramidal: ossos frontal, asas do esfenóide, lacrimal, maxilar, malar/ zigomático, palatino e etmoidal. Volume: 30 mL O olho ocupa 1/5 deste espaço. A principal artéria supridora da órbita e de suas estruturas: é a artéria oftalmica e do sistema venosos pelas orbitárias superior e inferior. E a inervação complexa é feita nervo lacrimal, frontal, troclear, oculomotor e nasociliar. Órbita – Forames 1. CANAL ÓPTICO (Nervo óptico e artéria oftálmica) 2. FISSURA ORBITÁRIA SUPERIOR (nervo lacrimal, frontal, nasociliar, o III, IV e VI pares cranianos, e a veia oftálmica superior) 3. FISSURA ORBITÁRIA INFERIOR (Veia oftálmica inferior e a entrada da divisão maxilar do V par craniano) Pálpebras Superior e inferior O movimento de piscar ocorre a cada 3 a 4 segundos em circunstâncias normais. Necessário para que ajude no escoamento da lágrima. Músculos: orbicular, tarsais e elevador da palpebra. As pálpebras apresentam as glândulas tarsais (Meibomius) sendo cerca de 20 a 25 em cada pálpbera. Seus ductos excretam nas margens palpebrais. Nutrição: artérias palpebral e lacrimal (ramo da oftalmica). Drenagem venosa: medialmente para as veias oftálmica e angular. E lateralmente para a veia temporal. Drenagem linfática: nódulos parotídico superficial e submandibular. Inervação sensorial: trigêmeo Inervação motora: facial A pálpebra é a região que recobre o olho, sendo essencial para a proteção. Além de proteger, a cada 3 a 4 segundos acontece o movimento de piscar, que faz a lubrificação da superfície ocular. As glândulas de Meibomius, quando inflamam, geram o hordélodo (terçol). Corte lateral Tarso (Glândulas de Meibomius) Existe a parte interna da pálpebra e a parte externa da pálpebra. A glândula de Meibomius tem como uma de suas funções auxiliar em parte na composição lacrimal, produzindo compostos que evitam com que a lágrima evapore rapidamente. 1 2 3 Oftalmologia Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 2 Pálpebras – função Proteção Lubrificação do olho Sempre quando um corpo estranho cai dentro do olho, um dos principais locais que esse corpo fica é no tarso superior (parte da pálpebra superior). Isso é importante para levantarmos a pálpebra superior para retirar o material estranho. Sistema Lacrimo-Nasal PONTOS LACRIMAIS: óstio mede 0,25 mm de diâmetro e se situa na papila lacrimal. CANALÍCULOS LACRIMAIS: tem cerca de 2mm, atravessa a fascia lacrimal e desemboca no saco lacrimal por um pequeno canal comum que possui uma válvula anti-refluxo chamada válvula de Rosenmuller. SACO LACRIMAL: mede cerca de 14 mm de altura e 10 de largura, capacidade de 20 mm3 e situa-se na fossa lacrimal. Devido a fragilidade desde osso, as rinites e etmoidites podem atingir o saco lacrimal causando dacriocistites. CANAL LACRIMO-NASAL: o conduto sai do saco lacrimal e entra no canal ósseo do maxilar superior estendendo-se até o meato inferior das fossas nasais onde situa-se sua abertura. Neste ponto de saída há uma outra válvula chamada Hasner. A glândula lacrimal principal é temporal superior tanto no olho esquerdo quanto no direito e é ela que realiza a produção da lágrima. A drenagem da lágrima é feita pela parte medial. Se observarmos a pálpebra na porção medial, existe um pontinho na pálpebra superior e na inferior – é o óstio do ponto lacrimal. Os canalículos superior e inferior se unem para formar o canalículo comum, desembocando no saco lacrimal. O saco lacrimal faz uma pressão negativa que acaba “puxando” um pouco a lágrima. Após o saco lacrimal, existe o canal lacrimo-nasal que desemboca no meato inferior na fossa nasal. Se durante esse percurso tiver alguma obstrução, a drenagem não acontece e acontece a epífora (lacrimejamento). Em recém-nascidos é comum a válvula de Hasner vir obstruída. Nesses casos é orientado fazer massagem no sentido superior para o inferior, criando uma pressão e desobstruindo a válvula. Produção lacrimal e drenagem Glândula lacrimal Canalículos e saco lacrimal Ducto nasolacrimal Meato inferior Sistema Lacrimo-Nasal • NUTRIÇÃO: provém da artéria oftalmica • VEIAS: infraorbitárias e angular. • DRENAGEM LINFÁTICA: gânglios submandibulares. • INERVAÇÃO: nervos infratroclear (ramo do nasociliar) e pelo infraorbitário. Músculos Extra-Oculares Os músculos extra-oculares são responsáveis pelos movimentos do olho. 4 músculos retos: Superior: elevação (N. oculomotor); Inferior: depressão (N. oculomotor); Medial: adução (N. oculomotor); Lateral: abdução (N. abducente). 2 músculos oblíquos: Superior: rotação (N. troclelar); Inferior: rotação (N. oculomotor). Os músculos do olho esquerdo e olho direito precisam estar em sintonia. É importante saber a inervação desses músculos. Oftalmologia Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 3 O globo ocular é constituído por 3 túnicas: Externa: Protetora. Córnea e a esclera. Média: Vascular. Íris, corpo ciliar e coróide. Interna: Nervosa. Retina. Túnica Externa – Esclerótica É a camada protetora do olho sendo formada pela esclera e córnea. ESCLERA: é composta por fibras colágenas, é densa, branca, e corresponde a 4\5 da túnica externa. CÓRNEA: é uma estrutura transparente e avascular, correspondendo a 1\5 da túnica externa e adapta-se a esclera como um vidro de relógio. LIMBO ESCLEROCORNEANO: é o local entre a junção da córnea com a esclera. A esclera é o “branco do olho”. A transição entre a córnea e a esclera é chamada de limbo esclerocorneano. Limbo Esclerocorneano É a zona de transição Límbica, formada por elementos da esclera e da córnea. No limbo esclerocorneano estão localizadas células pluripotentes – se uma lesão acontece na córnea, essas células fazem a reepitelização do epitélio corneano. Se um paciente, por exemplo, sofre uma queimadura grave no olho, devemos avaliar o quanto do limbo esclerocorneano sofreu isquemia, porque uma área grande isquemiada reduz a chance de recuperação da córnea. Esclera Camada fibrosa exterior que protege o olho. Densa, branca e contínua com a córnea anteriormente e ao revestimento dural do nervo óptico posteriormente. A superfície externa da esclera é coberta por uma fina camada de tecido elástico chamada episclera que contem vasos que a nutrem. A inervação é feita pelos nervos ciliares. Conjuntiva Membrana mucosa fina e transparente. Recobre a superfície posterior das palpebras até o epitélio corneano, no limbo. Nutrição sanguínea: arco arterial marginal e artérias ciliares (ramos da oftálmica). Drenagem venosa: veia palpebral ou diretamente para as oftálmicas superior e inferior. Drenagem linfática: a região lateral para o gânglio parotídico superficial (pré- auricular) e a medial para o submandibular – em pacientes com conjuntivite, devemos palpar os gânglios. Se os linfonodos estiverem infartados, há uma grande chance de essa conjuntivite ser viral. Inervação: nervos ciliares longos, frontal, lacrimal e infraorbitário (ramos do trigêmeo). A conjuntiva recobre tanto a esclera como o tarso (pálpebra). É por isso que em situações de conjuntivite, a esclera e o tarso ficam avermelhados, já que a conjuntiva fica hiperemiada. Córnea 5 camadas: epitélio-membrana basal epitelial, camada de Bowman, estroma, membrana de Descemet e endotélio. Tecido transparente, avascular, asférica Horizontalmente de 11 a 12 mm Verticalmente de 9 a 11 mm Espessura central 0,5 mm e periférica 0,7 mm Raio de curvatura médio central 7.8 mm. Contribui com 74% do poder dióptrico do olho. 43,25d A nutriçãodepende da glicose que se difunde do humor aquoso e do oxigênio da lágrima. Inervação densa através dos ciliares longos – a córnea é extremamente inervada. Proteção Refração Além de fazer a proteção do olho, a córnea é a maior responsável pelo grau do olho. Se o epitélio da córnea for lesado, ele consegue se regenerar. Mas se a lesão for mais profunda, pegando a camada de Bowman, estroma... a regeneração dificilmenteacontece e a visão fica opaca. Oftalmologia Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 4 A membrana de Descemet regenera, mas demora muitos meses. Essas células são responsáveis por manter a transparência da córnea. Cristalino Lente biconvexa, avascular, transparente. Com cerca de 4mm de espessura e 9 mm de diâmetro Anteriormente está o humor aquoso e posteriormente o vítreo. Consiste de um núcleo denso/rígido e um córtex; Envolto por uma cápsula elástica permeável – SACO CAPSULAR; Mantido em posição pela zônula (ligamento suspensor do cristalino). O cristalino divide o olho em segmento anterior e segmento posterior. O cristalino está em contato com o humor aquoso na parte anterior e na parte posterior está em contato com o gel vítreo. Juntamente com a córnea, o cristalino é responsável pelo grau do olho. O cristalino possui uma cápsula que fica envolta dele. A zônula é o ligamento suspensor do cristalino, que vai estar preso no músculo ciliar, fazendo a acomodação dos olhos quando contrai. Por exemplo: estamos enxergando de longe e queremos ler algo de perto, o músculo contrai e vai mudar a espessura da lente, aumentando o poder da lente, acomodando a visão. Cristalino – Função Focalizar os raios luminosos sobre a retina. Promove junto com o corpo ciliar e a zônula o fenômeno de acomodação. Para ver de perto – musculo ciliar se contrai e torna o cristalino mais esférico. E para focalizar ao longe, o músculo ciliar se relaxa, esticando as fibras zonulaes e reduzindo seu diametro. Com a idade, as fibras perdem sua elasticidade e ocorrem depósitos de substâncias ao longo e entre as fibras formando a catarata. Túnica Média ou Vascular Úvea Íris – é a região responsável pela parte colorida do olho Corpo ciliar Coróide Trato Uveal ÍRIS: circular com músculos, pigmentos e a abertura pupilar. Função de um diafragma de câmera fotográfica. Pupila dilatada: esfincter e musculos ciliares relaxados. Pupila miótica: músculos contraídos. Nutrição: círculo maior da íris e a inervação pelos ciliares curtos. Corpo ciliar: estrutura triangular que se estende da raiz da íris a coroide. Apresenta uma musculatura que, como já vimos, promove a acomodação. Os vasos sanguíneos provem do círculo maior da íris. E a inervação dos nervos ciliares. Oftalmologia Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 5 O corpo ciliar vai da raiz da íris até o início da coroide. Tem uma musculatura está em contato com a zônula que promove a acomodação do olho (músculo ciliar). O processo ciliar é importante para a constante produção do humor aquoso, que vai ser responsável pela pressão ocular. Corpo ciliar Processo ciliar: responsável pela produção do humor aquoso; Músculo ciliar: sustenta o cristalino e altera sua forma, assim promovendo a acomodação visual. Do músculo ciliar saem vários ligamentos que prendem e sustentam o cristalino, chamado de ligamento suspensor do cristalino ou zônula. Acomodação visual No olho normal, o músculo ciliar contrai ou expande o cristalino, permitindo a alteração do foco dos objetos próximos. Quando queremos enxergar para perto, o músculo realiza uma contração e as fibras do cristalino vão relaxar, fazendo com que o diâmetro ântero-posterior do cristalino aumente e juntamente também aumenta o poder da lente do olho. Humor aquoso Produzido pelos processos ciliares. O humor aquoso é responsável pela nutrição da córnea, cristalino, e manutenção da pio. O humor aquoso é continuamente escoado. Se o paciente tiver algum problema na drenagem do olho, ele pode aumentar a pressão no olho e em um dado momento causar glaucoma. CORÓIDE: porção posterior do trato uveal. Entre a esclera e a retina. Formada por vasos sanguíneos limitados pela membrana de bruch internamente e pela supracoróide externamente. A camada mais interna de pequenos vasos é conhecida como coriocapilar e nutrem a retina. As veias são mais calibrosas e deixam o olho pelas 4 vorticosas, uma em cada quadrante. A coroide é responsável pela maior parte da nutrição do olho. Oftalmologia Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 6 Vítreo Corpo gelatinoso, claro, avascular que abrange 2/3 do volume e do peso do olho. Envolvido por uma membrada hialóide e limitado pelo cristalino e pela retina. Constituído de água, colágeno, ácido hialurônicos e outros elementos. O gel vítreo precisa ser transparente, do contrário acontece a opacidade do olho. Vítreo – Função Manter a forma e transparência. Nutrição da retina interna. Túnica Interna: Retina Membrana de múltiplas camadas de tecido neural. Transparente e possui um brilho mais notável em pacientes jovens. Principais regiões: ora serrata (mais anterior) e pólo posterior (nervo óptico, mácula e as arcadas vasculares). ORRA SERRATA: 1. Nervo óptico 2. Mácula 3. Arcadas Vasculares Mácula Fóvea Retina Camadas: Epitélio pigmentar Cones e bastonetes Membrana limitante externa Camada nuclear externa Camada plexiforme externa Camada nuclear interna Camada plexiforme interna Camada de células ganglionares Camada de fibras nervosas Membrana limitante interna A imagem atravessa todas as camadas da retina. Os fotorreceptores são os cones e os bastonetes. Os cones são responsáveis pela percepção de cor e estão mais na região centra. Os bastonetes estão mais na periferia e são responsáveis pela visão noturna. Retina – Função A retina é destinada a receber imagens visuais, analisá-las parcialmente e transferi-las para o cérebro. Por isso a retina apresenta um forte sistema de conexões nervosas que dependem de mudanças químicas excitantes. As principais células fotoreceptoras: Cones: visão de detalhes e de cores. Bastonetes: auxiliam na visão noturna ou na penumbra e periférica. 1 2 3 3 Oftalmologia Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 7 Nervo Óptico O nervo ótico é um tronco constituído de cerca de um milhão de axônios originários das células ganglionares da retina. Estes axônios formam a camada de fibras do nervo óptico da retina e convergem para formam o nervo óptico saindo por uma abertura de 0,7 mm de comprimento e 1,5 mm de diâmetro. Saindo da porção orbitária, percorre o buraco óptico ósseo e penetra na cavidade craniana até o quiasma óptico onde se une ao seu contra-lateral. Continua posteriormente aos corpos geniculados laterais e faz sinapse com neurônios cujos axônios terminam na cortex visual primária dos lobos occipitais.
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