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Relatório de apresentação de APE - Arícia Dutra, Isadora Freire, Janine Tillman, Maria Esther, Perlyson Alves, Raquel Gonçalves, Vicente Carneiro

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
DISCIPLINA DE ANÁLISE DE POLÍTICA EXTERNA
DOCENTE: DMITRI FELIX DO NASCIMENTO
ARÍCIA M. A. DUTRA
ISADORA FREIRE DA SILVA
JANINE TILLMAN
MARIA ESTHER CAMPOS
PERLYSON ALVES
RAQUEL GONÇALVES
VICENTE CARNEIRO DE SOUSA
RELATÓRIO DE APRESENTAÇÃO
JOÃO PESSOA - PB
2022
ARÍCIA M. A. DUTRA
ISADORA FREIRE DA SILVA
JANINE TILLMAN
MARIA ESTHER CAMPOS
PERLYSON ALVES
RAQUEL GONÇALVES
VICENTE CARNEIRO DE SOUSA
RELATÓRIO DE APRESENTAÇÃO
Relatório de apresentação para a disciplina de Análise de
Política Externa do curso de Relações Internacionais da
Universidade Federal da Paraíba, a ser utilizado como
atividade avaliativa.
Orientador: Profº Dimitri.
JOÃO PESSOA - PB
2022
SUMÁRIO
1. A IMPORTÂNCIA DAS TEORIAS CLÁSSICAS E CONTEMPORÂNEAS DA
POLÍTICA EXTERNA DE ACORDO COM VALERIE HUDSON
1.1 O CAMPO DE ESTUDO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS……………….4
1.2 O PROCESSO DECISÓRIO E SUAS FACETAS………………………………….4
1.3 A EXPLANANS DA ANÁLISE DE POLÍTICA EXTERNA……………………...4
1.4 A QUESTÃO DA AGÊNCIA-ESTRUTURA PARA A ANÁLISE DE POLÍTICA
EXTERNA…………………………………………………………………………………….5
1.5 OS GRUPOS E SUAS CONFIGURAÇÕES………………………………………..6
1.6 O LEGADO DO BEHAVIORISMO: A POLÍTICA COMPARADA E A MENTE
DO TOMADOR DE DECISÕES…………………………………………………………….6
1.7 A ANÁLISE DE POLÍTICA EXTERNA E SUAS CONCEPÇÕES NO PÓS
GUERRA-FRIA………………………………………………………………………………7
2. O QUE É E COMO SE FAZ POLÍTICA EXTERNA PARA ARIANE FIGUEIRA….7
2.1 AS DIFERENTES PERSPECTIVAS A RESPEITO DA FORMAÇÃO DO
ESTADO E SUA EVOLUÇÃO………………………………………………………………7
2.2 O PRINCÍPIO DA NÃO INTERVENÇÃO E A INEXISTÊNCIA DE UM
PODER SOBERANO COMO A ORIGEM DE POSSÍVEIS DILEMAS DE
SEGURANÇA………………………………………………………………………………...7
2.3 A IGUALDADE JURÍDICA E A CAPACIDADE COMO FORMA DE
DIFERENCIAÇÃO POLÍTICA……………………………………………………………..7
2.4 A CONVERSÃO DE POSSIBILIDADES INTERNAS EM VANTAGENS
EXTERNAS…………………………………………………………………………………...8
2.5 MOMENTOS HISTÓRICOS……………………………………………………….8
2.6 OS DEBATES PLURALISTAS E TRADICIONALISTAS (REALISTAS)...........8
2.7 OS DEBATES POSITIVISTAS E O NASCIMENTO DA ANÁLISE DE
POLÍTICA EXTERNA COMO UM NOVO NÍVEL DE ANÁLISE DAS RELAÇÕES
INTERNACIONAIS………………………………………………………………………….8
2.8 CLARKE EWHITE E AS UNIDADES DE ANÁLISE…………………………...9
2.9 AS BUROCRACIAS E O PODER LEGISLATIVO………………………………9
3. JEFFREY FRIEDEN E O PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO DO ESTADO
3.1 PREFERÊNCIAS E ESTRATÉGIA ……………………………………………….10
3.2 PROCESSO DE MUDANÇA EM POLÍTICA EXTERNA POR CHARLES
HERMANN………………………………………………………………………………….10
3.3 PAPEL DO PRESIDENTE NA FORMULAÇÃO DE
PREFERÊNCIAS………………………………………………………………….……….. 11
4. ROBERT D. PUTNAM E A RELAÇÃO ENTRE DIPLOMACIA E POLÍTICA
DOMÉSTICA………………………………………………………………………………..11
4.1 A LÓGICA DOS JOGOS DE DOIS NÍVEIS………………………………………11
5. ANÁLISE DA GUERRA COMERCIAL ESTADOS UNIDOS VS. CHINA…………12
5.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DOS ATORES……………...….12
5.2 GRUPOS DE INTERESSE NO ÂMBITO DOMÉSTICO………………………...13
5.3 ANÁLISE DA GUERRA COMERCIAL PELAS LENTES DA TEORIA DA APE
(TEORIA DE PUTNAM).......................................................................................................13
5.4 CONCLUSÃO………………………………………………………………………..16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………………………………..16
1. A IMPORTÂNCIA DAS TEORIAS CLÁSSICAS E CONTEMPORÂNEAS DA
POLÍTICA EXTERNA DE ACORDO COM VALERIE HUDSON
1.1 O CAMPO DE ESTUDO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
● É o mesmo das outras ciências sociais: se busca entender como a humanidade percebe
e reage ao mundo ao seu redor e em como moldamos e somos moldados por esse
mesmo mundo;
● Os Estados são muitas vezes vistos como o campo das RI, inserindo nesse tópico o
conceito de “Caixa Preta”, onde a decisão dos indivíduos sozinhos ou em grupos são
vistas como as decisões do Estado;
● O Estado é uma abstração metafísica útil como um atalho para o campo das RI, mas
não pode ser sua real conceituação;
● O processo de tomada de decisões é o verdadeiro campo das RI.
1.2 O PROCESSO DECISÓRIO E SUAS FACETAS
● As Análises de Política Externa tradicionalmente se veem mais interessadas nos
processos de tomada de decisão feitos por pessoas em situação de autoridade para
contemplar as fontes do Estado-nação;
● Dificuldades para o analista de política externa: as informações fornecidas muitas
vezes podem ser incompletas ou falsas, protegidas por acordos secretos e diversos
outros fatores;
● Uma decisão pode não resultar em uma ação;
● Uma decisão pode ser tomada para agir de uma forma que não a revele;
● Toda política externa visa alcançar suas metas, entretanto, sucesso completo é muito
raro e pode provocar reações opostas às esperadas.
1.3 A EXPLANANS DA ANÁLISE DE POLÍTICA EXTERNA
● São os fatores que influenciam os processos de tomada de decisão das políticas
externas, assim como os tomadores de decisões;
● A explicação das políticas externas se dá de forma multifatorial, isto é, são utilizados
mais de um nível de análise. Também está presente a interdisciplinaridade.
1.4 A QUESTÃO DA AGÊNCIA-ESTRUTURA PARA A ANÁLISE DE POLÍTICA
EXTERNA
● As teorias da APE também são focadas em atores específicos para sua orientação,
tornando possível colocar os tomadores de decisões humanos dentro da caixa preta;
● O ponto de intersecção da APE não é o Estado, e sim os tomadores de decisão. Para
Hudson, as teorias da APE focadas nos agentes salva as teorias das Relações
Internacionais da irrelevância e da vacuidade;
○ As teorias da APE constroem uma ponte entre as RI e outros campos, como as
políticas públicas e comparativas.
1.5 OS GRUPOS E SUAS CONFIGURAÇÕES
● Os grupos são categorizados em diversas dimensões (tamanho, líder, regras para
decisão, autonomia dos participantes);
● Dinâmica de pequenos grupos: a motivação por manter o consenso entre o grupo e a
aceitação pessoal pelo grupo;
● Organizações e burocracias colocam sua própria sobrevivência no topo da sua lista de
prioridades.
1.6 O LEGADO DO BEHAVIORISMO: A POLÍTICA COMPARADA E A MENTE DO
TOMADOR DE DECISÕES
● Política externa comparativa: legado do behaviorismo nas APE, onde a política
externa não pode ser estudada em complemento, mas o seu comportamento sim. Nesse
sentido, surge o "evento" da política externa;
○ Os eventos podem ser comparados junto com dimensões behaviorista;
○ Com o surgimento do "evento" tornou-se possível coletar dados em uma
variedade de possíveis fatores explicativos e determinar as patentes na qual as
independentes variáveis estão correlacionadas com o comportamento das
políticas externas;
○ Events data: tentativa de codificar e computadorizar todos os dados referentes
à política internacional;
● A mente de um formador de políticas externas não é uma tábula rasa: ela contém
informações e padrões complexos, como crenças, atitudes, valores, experiências,
emoções, estilos, memórias e concepções nacionais e pessoais;
○ A mente de um tomador de decisão é um micro universo de variedades
possíveis em uma dada sociedade;
○ Cultura, história, geografia, economia, instituições políticas, ideologias,
demografia e inúmeros outros fatores moldam o contexto social no qual o
tomador de decisões opera.
1.7 A ANÁLISE DE POLÍTICA EXTERNA E SUAS CONCEPÇÕES NO PÓS
GUERRA-FRIA
● Com a queda do sistema bipolar no pós-guerra fria ficou claro que é impossível
explicar ou prever mudanças no sistema com base no sistema de níveis das variáveis
sozinho. Tem-se, então, por parte dos estudiosos da área, um:
1. Comprometimento em olhar abaixo do estado-nação para analisar as
informações dos atores específicos;
2. Comprometimento em construir uma teoria de alcance médio como
interface entre as teorias centradas nos atores e a complexidade do
mundo real;
3. Comprometimento em conseguir explicações multicasuais explorando
múltiplos níveis de análises;
4. Comprometimento em utilizar a teoria e achados ao redor do mundo o
espectro da ciência social;5. Comprometimento em ver o processo de tomada de decisão em si tão
importante quanto o resultado destes.
2. O QUE É E COMO SE FAZ POLÍTICA EXTERNA PARA ARIANE FIGUEIRA
2.1 AS DIFERENTES PERSPECTIVAS A RESPEITO DA FORMAÇÃO DO ESTADO
E SUA EVOLUÇÃO
I. O Tratado de Westfália como fator principal no entendimento de Estado como
entidade soberana e seus fundamentos basilares: população, território,
ordenamento jurídico e soberania;
II. O monopólio legítimo do uso da força e o poder supremo dentro de suas
fronteiras, frente a um sistema internacional anárquico.
2.2 O PRINCÍPIO DA NÃO INTERVENÇÃO E A INEXISTÊNCIA DE UM PODER
SOBERANO COMO A ORIGEM DE POSSÍVEIS DILEMAS DE SEGURANÇA.
2.3 A IGUALDADE JURÍDICA E A CAPACIDADE COMO FORMA DE
DIFERENCIAÇÃO POLÍTICA:
I. Tamanho, recursos naturais, tamanho da população e posição geográfica como
representação de poder;
II. Fontes tangíveis e intangíveis de poder: o nível de desenvolvimento dos Estados
e a imagem e capacidade de liderança de um país.
2.4 A CONVERSÃO DE POSSIBILIDADES INTERNAS EM VANTAGENS
EXTERNAS:
● Os países devem conduzir sua política externa de forma estratégica para alcançar seus
objetivos .
2.5 MOMENTOS HISTÓRICOS
I. A primeira guerra mundial e o foco na segurança internacional por parte dos realistas e
dos idealistas
II. O institucionalismo e a interdependência complexa a partir de 1960, com a ascensão
do capitalismo e a segunda guerra mundial
III. A vitória do capitalismo e a internacionalização da economia mundial como fatores
para a mudança de direcionamento da política externa em busca da participação em
processos decisórios
2.6 OS DEBATES PLURALISTAS E TRADICIONALISTAS (REALISTAS)
I. Tradicionalistas: O Estado como o único ator do sistema internacional e a
política externa concentrada nas mãos do chefe de Estado e seu Ministro
correspondente.
II. Pluralistas: O caráter “interméstico”, a existência de múltiplos atores e a
interação por meio de relações transnacionais.
III. As premissas compartilhadas entre os dois
2.7 OS DEBATES POSITIVISTAS E O NASCIMENTO DA ANÁLISE DE POLÍTICA
EXTERNA COMO UM NOVO NÍVEL DE ANÁLISE DAS RELAÇÕES
INTERNACIONAIS
● A Análise Política Externa como verificador da “caixa-preta” do Estado (as
“engrenagens” existentes durante o processo de tomada de decisão). A partir disso,
surgem três grandes gerações da APE:
I. Política Externa Comparada: Identificação de tendências nos padrões de
comportamento dos Estados e a diferenciação de suas escolhas com base em seu
nível de desenvolvimento econômico, processos históricos, características
institucionais, tipo de de sociedade, estruturas do governo e no sistema
internacional, através de diferentes níveis de análise;
II. Segunda geração: Busca cobrir as deficiências da primeira geração e percebe a
multifatorialidade e elementos centrais (indivíduos, burocracias, grupos de
interesse, regras decisórias, interação entre Executivo e Legislativo);
III. Terceira geração: Influenciada pelas teorias pós-positivistas, analisa os
indivíduos levando em conta sua natureza sociológica, ou seja, ideologias,
emoções, entre outros aspectos cognitivos e sociais que irão influenciar na
tomada de decisão e na percepção das situações.
2.8 CLARKE EWHITE E AS UNIDADES DE ANÁLISE
I. Unitária ou desagregada;
II. Sistema de inputs → “caixa-preta” → outputs;
III. Contraposição: Análise por produção de tipologias se divide em possíveis
unidades últimas de decisão: Líder predominante, Grupo e os Múltiplos Atores
Autônomos.
2.9 AS BUROCRACIAS E O PODER LEGISLATIVO
I. Modelo Político-Burocrático, bastante criticado, em que a política externa é o
resultado de um complexo processo de barganha entre as burocracias que
compõem o Executivo. Nesse modelo, as decisões são compostas por uma
interação entre uma rede de atores, cada qual com objetivos próprios e
inserções próprias no processo decisório e pela influência de defensores e
opositores;
II. Segundo Ariane, as burocracias servem para garantir a accountability do
sistema político, ou seja, a verificação de seu funcionamento e torná-lo mais
profissional, evitando casos de clientelismo e nepotismo;
III. Com o processo de globalização, o Estado assume o papel de regulador do
desenvolvimento e a análise passa a ser das performances dos Estados,
enquanto as burocracias funcionarão como maximizadoras orçamentárias;
IV. Segundo Niskanen, elas serão responsáveis pelo monopólio da informação e
pelo poder de agenda, mas os parlamentares vão ser atores estratégicos e
manipular a barganha a seu favor, já que são superiores;
V. O poder Legislativo é capaz de atribuir maior credibilidade aos acordos de
cooperação internacional, pois a maior participação do parlamento em
processos decisórios passa confiança para outros Estados;
VI. A dificuldade de distinção entre poder Legislativo e burocracias resulta em
problema entre principal e agência, tornando necessário a existência de uma
atuação conjunta das duas.
3. JEFFREY FRIEDEN E O PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO DO ESTADO
3.1 PREFERÊNCIAS E ESTRATÉGIA
I. As fontes dos interesses nacionais e internacionais se denominam preferências;
II. Diferença entre preferência e estratégia → O ator concebe a estratégia como um meio
por meio de definir claramente quais são suas preferências (fins);
III. Preferências são pensadas para obter melhor custo/benefício;
IV. Existem três maneiras de saber a preferência dos atores:
1. Atores buscam maximizar seu poder;
2. Podemos notar as preferencias no que é revelado pelos atores;
3. Dedução: requer bom conhecimento de fatores sociais, econômicos e históricos do
autor.
3.2 PROCESSO DE MUDANÇA EM POLÍTICA EXTERNA POR CHARLES
HERMANN
I. Existem quatro fontes para saber como vão ser formuladas as preferências:
1) Um líder predominante;
2) Ambiente burocrático;
3) Reestruturação doméstica;
4) Choque externo;
II. Agentes de mudança primária;
III. As fontes de mudança são capazes de gerar formações de preferências radicalmente
diferentes daquelas que determinado Estado teria em período anterior ao ascensão do agente
de mudança primário;
IV. Resultado da mudança dentro da estrutura do governo pode gerar quatro mudanças que
podem partir de:
1) Mudança de ajuste → Nível de esforço diante de determinada temática aumenta ou
diminui por parte de um governo;
2) Mudança/Alteração no programa → Mudança nos métodos e meios pelas quais um
problema é enfrentado;
3) Mudança nos objetivos → Problemática ou objetivo de política externa é trocado ou
simplesmente deixado para trás;
4) Mudança de orientação internacional → Uma forma mais extrema de reorientação
envolve a redirecionamento perante o mundo como um todo;
V. Existem ainda sete fases de desenvolvimento da agenda de uma política exterior do país:
1) Formação de expectativas iniciais;
2) Estímulo de atores externos e do ambiente;
3) Reconhecimento de informações discrepantes;
4) Postulado de uma conexão entre um problema e a política adotada;
5) Desenvolvimento de alternativas;
6) Construção de consenso interno para a escolha;
7) Implementação de uma nova política.
3.3 PAPEL DO PRESIDENTE NA FORMULAÇÃO DE PREFERÊNCIAS
I. Os presidentes usam os instrumentos de poder para se inserirem mais na política
externa;
II. Para Cason e Power isso pode ser negativo pois a política externa pode se tornar
sujeita a caprichos presidenciais;
III. Os presidentes ainda dependem de uma burocracia para tomar decisões pelo Estado.
4. ROBERT D. PUTNAM E A RELAÇÃO ENTRE DIPLOMACIA E POLÍTICA
DOMÉSTICA
● “A política doméstica e às relações internacionais sempre estão entrelaçados de
alguma forma”;
● Os países são ao mesmo tempo interdependentes e soberanos;
● Agente principal - não ator;
○ existem os chefes executivos, diplomatas:
■ sofre pressão no âmbito internacional e doméstico;
■ tabuleiro.
4.1 A LÓGICA DOS JOGOS DE DOIS NÍVEIS
○ 1º nível - internacional:
■ diplomatas, assessores presidentes;
○ 2º nível - doméstico:
■ partidos,parlamento e lobbies.
● Importante que exista democracia, liberdade de expressão, opinião pública, eleições;
● Bom negociador:
○ Procura que as decisões ou acordos sejam positivos para ambos os cenários;
○ Preocupa-se com a opinião pública.
● Estágios de negociação:
○ 1 estágio: acordo provisório
■ O líder ou seu representante convence o cenário internacional.
○ 2 estágio: ratificação do acordo
■ O acordo é trazido para o cenário doméstico, há de ter votação no
parlamento para ser válido.
● Win Sets:
○ Podemos descrever esse conceito como um conjunto de vitórias, o qual o
agente leva para a mesa de negociações internacionais, isso é uma
consequência direta dos pacotes de possibilidades aceitáveis que esses agentes
podem atender para fechar acordos com outros agentes;
○ Cada agente leva seu pacote de possibilidades aceitáveis para o tabuleiro da
negociação e busca seus Win Sets.
● Caso não haja um acordo, chamamos de não-acordo, o que significa manter o
status-quo, podendo até acontecer uma guerra, visto que a diplomacia não foi
suficiente para apaziguar os ânimos;
● É importante ter boa reputação doméstica, para validar suas ações no âmbito
internacional;
○ Credibilidade.
● Sobreposição de Win Sets:
○ Ceder ou não fazer o acordo
■ Normalmente não se cede quando o cenário doméstico sai perdendo, ou
seja, o líder político que está negociando não vê vantagens para o seu
país, ou cenário doméstico;
○ Motivações do líder político
■ fortalecer a posição doméstica (Guerra da ucrânia, iraque etc);
■ mudar o equilíbrio de poder doméstico, trazendo benefícios;
■ perseguir o interesse nacional no cenário internacional.
5. ANÁLISE DA GUERRA COMERCIAL ESTADOS UNIDOS VS. CHINA
5.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DOS ATORES
● No século XXI, a China e os Estados Unidos (EUA) se tornaram as duas maiores
economias em termos de PIB e os maiores países comerciais do mundo;
● Desde a adesão da China à Organização Mundial do Comércio (OMC), o comércio
bilateral entre a China e os Estados Unidos vem aumentando ao longo do tempo, o que
influencia na preocupação dos EUA em relação ao crescimento chinês e sua ameaça à
hegemonia estadunidense no comércio internacional;
● Dessa forma, a preferência dos atores condiz a:
○ Estados Unidos: conter o crescimento econômico da China;
○ China: expansão comercial e tecnológica;
● No que diz respeito aos atores secundários da guerra comercial sino-americana, temos:
○ Grã-Bretanha;
○ Alemanha;
○ Rússia;
○ Canadá;
○ Brasil;
○ Japão.
5.2 GRUPOS DE INTERESSE NO ÂMBITO DOMÉSTICO
● Nos Estados Unidos tem-se: Ministério da Economia e Comércio, exportadores de alta
tecnologia (como a Microsoft), o presidente Donald Trump, mercado consumidor;
● Na China: Ministério do comércio da China, Vice-premier Liu He, o líder Xi Jinping,
produtores de alta tecnologia e 5G (Huawei);
● Nos atores secundários: varejistas canadenses, governo canadense, Secretário de
Estado da Grã-Bretanha, Primeira-Ministra Theresa May, grupo de exportadores
alemães, empresas de tecnologia russas.
5.3 ANÁLISE DA GUERRA COMERCIAL PELAS LENTES DA TEORIA DA APE
(TEORIA DE PUTNAM)
● A resposta dos EUA à expansão chinesa foi a implementação de tarifas comerciais
○ Os Estados Unidos esperavam lançar tarifas unilaterais sem a retaliação
chinesa, no entanto a China respondeu, se alguma tarifa fosse lançada contra a
china, eles seriam retaliados
○ O protecionismo estadunidense voltado à base eleitoral de Trump e à
consequente barganha em relação à China para diminuir os déficits comerciais
○ Os negociadores do comércio dos eua superestimaram os benefícios de um
acordo comercial rígido ao passo que subestimaram os custos
● 1° RODADA DE NEGOCIAÇÃO (Nível 1 → proposta de resolução e negociação de
acordo comercial entre os países)
○ Restrição dos EUA às importações de produtos de alta tecnologia chinesa +
sanções comerciais
○ Reunião do G20, em Buenos Aires começam uma rodada de negociação de 90
dias e suspendem as sanções durante o período, na tentativa de analisar o
conjunto de vitórias e perdas para alcançar a ratificação no nível II.
● Com o fim da primeira rodada de negociação, tem-se o não alcance do nível 2:
mudança nos ajustes e alteração do programa de política externa da guerra comercial
devido tanto ao comportamento do líder (Trump) como também do ambiente
doméstico (força dos grupos domésticos de exportação de alta tecnologia).
● 2° RODADA DE NEGOCIAÇÃO (Retorno da guerra comercial e necessidade de
novas negociações para implementação do nível 1)
○ Em 2019: EUA aplicam mais 10% de imposto sobre $200bi em importações
chinesas → China responde colocando taxas alfandegárias sobre mercadorias
dos EUA e lançando outros encargos adicionais
○ Outra tentativa de acordo que foi mal sucedida, pois Trump prometeu não
colocar mais tarifas sobre os produtos chineses, porém acaba desfazendo e
repete as sanções
● CUSTOS E BENEFÍCIOS DA GUERRA COMERCIAL - ESTADOS UNIDOS
○ Política externa de caráter protecionista
○ Os Estados Unidos estão abarrotados de conflitos faccionais, compostos a
partir de uma matriz complexa de interesses econômicos e políticos.
Produtores agrícolas querem subsídios contínuos e proteção contra
importações mais baratas; trabalhadores e sindicatos querem proteção contra
mão-de-obra barata e fontes externas de fornecimento; a Microsoft quer
garantir os direitos de propriedade intelectual; e exportadores e investidores
querem mercados abertos, oportunidades e estabilidade econômica no exterior.
■ Esses conflitos faccionais e matriz complexa de interesses econômicos
e políticos internos dos EUA, acaba dificultando a ratificação de um
acordo comercial com a China no nível 2.
○ BENEFÍCIOS
■ Evitar o deslocamento da produção para o exterior, onde a mão de obra
era mais barata
■ Pressionar os países a comprarem os produtos industriais e
tecnológicos dos EUA
■ Manutenção da hegemonia estadunidense
■ Impedir a China de alcançar os objetivos do Made in China 2025
○ CUSTOS
■ As exportações dos EUA acabaram sendo as maiores vítimas
■ A utilização de tarifas para proteger certos setores manufatureiros vai
contra suas forças econômicas, visto que eles não têm vantagem
comparativa em muitos setores manufatureiro, gerando uma menor
economia
■ Desengajamento dos EUA do sistema de comércio mundial e os países
desviando o comércio em torno dos Estados Unidos → O
protecionismo dos EUA acaba fazendo com que ele vá contra o
princípio de livre-comércio da OMC, o que enfraquece o formato do SI
e os próprios EUA, visto que os países passam a fazer comércio na
região (excluindo os EUA de certos acordos).
○ EXEMPLO
■ As tarifas nas commodities de soja: a China é o maior consumidor
mundial de soja e respondia por 60% das exportações de soja dos EUA
antes da disputa comercial reduzir esse comércio. Com o conflito, as
exportações americanas de soja para a China caíram acentuadamente;
■ Fortalecimento das relações sino-russas através do acordo da Huawei
com a Russia Mobile Telecommunications System Corporation (MTS)
para implementação de 5G e estreitamento de laços econômicos;
● CUSTOS E BENEFÍCIOS DA GUERRA COMERCIAL - CHINA
○ Política externa de caráter expansionista;
○ BENEFÍCIOS
■ Projeto Made in China 2025;
■ Expansão de mercado consumidor e busca por menor dependência dos
EUA;
■ Expansão de economia digital através da Huawei e do 5G (acordo com
a Rússia);
■ depreciação do preço da moeda chinesa a fim de conseguir exportar
mais para os países estrangeiros;
○ CUSTOS
■ A dependência do comércio dos EUA leva a preocupações de que a
China possa sofrer perdas substanciais com a guerra comercial. Essa
incerteza pesa sobre os sentimentos do mercado e resulta na saída de
capital da China, o que, por sua vez, suprime os preços de seus ativos;
■ Tarifas comerciais pelos EUA (tentativa estadunidense de conter a
expansão econômica chinesa).
5.4 CONCLUSÃO
● APLICAÇÃO DA TIPOLOGIA DO PUTNAM NO CASO CHINAVS. EUA
○ China em uma posição relativamente estática dentro da guerra comercial ou
com acordo de resolução no nível 2;
○ Estados Unidos se aproxima dos ganhos máximos ao ratificar o esboço do
nível 1 previsto para solucionar o conflito entre os dois, tendo em vista maior
previsibilidade no comportamento da China, alinhamento às regras
internacionais de comércio estabelecidas pela OMC e negocia a partir do seu
conjunto de vitórias com a China mantendo uma estrutura de cooperação e não
de instabilidade e incertezas;
○ Sem o acordo, os Estados Unidos rompe e fragiliza os benefícios domésticos, o
sistema internacional e prejudica sua rede de cooperação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERREIRA, Marcos Alan S. V. Formação de Preferências e Mudança em Política
Externa. In.: Análise de Política Externa em Perspectiva: atores, instituições e novos temas.
João Pessoa: Editora UFPB, 2020.
FIGUEIRA, Ariane Roder. O que é política externa?. In.: Introdução à Análise de Política
Externa. São Paulo: Editora Saraiva, v.1, 2011.
_____. Como se faz política externa?. In.: Introdução à Análise de Política Externa. São
Paulo: Editora Saraiva, v.1, 2011.
HUDSON, Valerie. Overview and Evolution of Foreign Policy Analysis. In.: Foreign Policy
Analysis: Classic and Contemporary Theory. Rowman & Littlefield. 2a ed., 2014.
PUTNAM, Robert D. Diplomacia e Política Doméstica: a lógica dos jogos de dois níveis.
Revista de Sociologia Política, Curitiba, v.18, n.36, jun. 2010, p. 147-174.
SHENG, Li, NASCIMENTO, Dmitri Felix do. A New Competitor in Asia: U.S.-China
Trade War. In.: Love and Trade War: China and the U.S in Historical Context. Macau:
Palgrave MacMillan, 2021.

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