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1º ATIVIDADE AUTODIRIGIDA DE DIREITO ELEITORAL Pode a Lei da Ficha Limpa (LC 135/10) atingir situações pretéritas, possibilitando o indeferimento de registro de candidaturas por cidadãos condenados por órgão colegiados do Poder Judiciário antes da sua publicação, ou tal possibilidade, admitida pelo TSE e também pelo STF viola o princípio da irretroatividade da norma (tempus regit actum), originado do Direito Penal e também fundamentado na segurança jurídica? A Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/10) é uma legislação que busca impedir a candidatura de pessoas que possuam condenações por crimes graves ou de improbidade administrativa, entre outras situações. A questão sobre a aplicação retroativa da Lei da Ficha Limpa é um tema jurídico complexo e tem gerado debates nos tribunais. No Brasil, a irretroatividade da lei penal é um princípio fundamental que está previsto no artigo 5º, inciso XL da Constituição Federal. Esse princípio estabelece que a lei penal não pode retroagir para prejudicar o réu, ou seja, não pode atingir fatos ocorridos antes de sua vigência. No entanto, a aplicação da Lei da Ficha Limpa em relação a condenações anteriores à sua promulgação tem sido objeto de controvérsia. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF) já se pronunciaram sobre essa questão em diferentes momentos. O TSE, em alguns casos, manifestou o entendimento de que a Lei da Ficha Limpa pode ser aplicada a condenações anteriores à sua vigência, desde que a decisão condenatória seja proferida por órgão colegiado após a entrada em vigor da lei. Isso significa que, se o órgão colegiado do Poder Judiciário tiver emitido a condenação após a publicação da Lei da Ficha Limpa, a restrição à candidatura poderia ser aplicada. Por outro lado, o STF também já analisou essa questão e emitiu decisões que apontam para uma interpretação mais restritiva, no sentido de que a aplicação da Lei da Ficha Limpa a condenações anteriores à sua vigência pode violar o princípio da irretroatividade da lei penal. É importante ressaltar que o Direito é dinâmico e está sujeito a interpretações e mudanças ao longo do tempo. Portanto, a resposta para a sua pergunta pode variar dependendo do contexto e das decisões judiciais mais recentes. Se você estiver enfrentando uma situação concreta relacionada a esse assunto, é aconselhável buscar orientação jurídica específica de um profissional qualificado.
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