Prévia do material em texto
11/02/2022 1 Prof. Dr. Alex Augusto Gonçalves – alaugo@ufersa.edu.br - (61) 99173-8910 ANI0342 – TECNOLOGIA DO PESCADO I Prof. Dr. Alex Augusto Gonçalves Chefe Laboratório de Tecnologia e Controle de Qualidade do Pescado - LAPESC Universidade Federal Rural do Semi Árido – UFERSA alaugo@ufersa.edu.br | (61) 99173-8910 BIOTOXINAS MARINHAS NO PESCADO Prof. Dr. Alex Augusto Gonçalves Chefe Laboratório de Tecnologia e Controle de Qualidade do Pescado - LAPESC Universidade Federal Rural do Semi Árido - UFERSA 1 2 11/02/2022 2 Schramm, M.A.; Proença, L.A.O. & Alves, T.P. Biotoxinas Marinhas em Pescado (Parte 1. Ciência do Pescado, Cap. 7, p. 76-89) In: Gonçalves, A.A. (Editor). Tecnologia do pescado: ciência, tecnologia, inovação e legislação. [2. ed.]. Rio de Janeiro, RJ: Atheneu, 673 p., 2021. Biotoxinas marinhas 3 4 11/02/2022 3 Biotoxinas marinhas O pescado está entre os alimentos que podem provocar intoxicações alimentares em consumidores. As toxinas são substâncias produzidas por organismos vivos que desempenham alguma função metabólica, fisiológica e/ou ecológica. Intoxicações humanas, por toxinas de origem aquática, podem ocorrer por contato primário, exposição ao aerossol, inalação ou ingestão, sendo as toxinas mais perigosas ou tóxicas são aquelas produzidas por algumas espécies de microalgas (protistas), denominadas ficotoxinas. Intoxicações alimentares associadas ao consumo de pescado ocorrem com diferentes tipos de organismos, como peixes, crustáceos e moluscos, especialmente aqueles filtradores (i.e. moluscos bivalves). Biotoxinas marinhas As microalgas exibem diferentes estratégias de sobrevivência, aquisição de recursos (orgânicos e inorgânicos), e competição interespecífica, seja através de um crescimento populacional mais intenso, chamado de floração ou bloom, ou por meio de mecanismos que minimizem suas perdas por herbivoria, como a produção de mucilagem, toxinas e substâncias alopáticas. Como consequência, tais estratégias frequentemente resultam em elevada biomassa, alterando a cor, odor e demais aspectos sanitários da água. As florações de microalgas são fenômenos naturais e, na maioria dos casos, contribuem positivamente na produção de recursos pesqueiros naturais e de cultivo (aquicultura). 5 6 11/02/2022 4 Biotoxinas marinhas Quando esses processos ecológicos ocorrem associados a algum tipo de efeito deletério ao homem, à fauna aquática ou ao ambiente, seja de forma direta ou indireta, o evento recebe a denominação de Floração de Alga Nociva (FAN), fenômeno popularmente conhecido como maré vermelha. TOXINAS HIDROSSOLÚVEIS Grupo da Saxitoxina Paralytic Shellfish Poisoning – PSP Grupo do ácido domóico Amnesic Shellfish Poisoning – ASP TOXINAS LIPOFÍLICAS Grupo do Ácido Okadáico Diarrhetic Shellfish Poisoning – DSP Grupo da Pectenotoxina Grupo da Yessotoxina Grupo dos Azaspirácidos Grupo das Iminas Cíclicas Grupo da Brevetoxina Neurotoxic Shellfish Poisoning – NSP Grupo da Ciguatoxina Ciguatera fish poisoning – CFP Grupo da Tetrodotoxina 7 8 11/02/2022 5 Paralytic Shellfish Poison (PSP) Toxina encontrada em ostras, vieiras, mexilhões Oriunda do plâncton Alexandrium (A. catenella e A. tamarense) Pyrodinium (P. bohamense e P. bohamense var. compressa) PSP: mais de 10 componentes Goniautoxina (GTX) Saxitoxina (PX) Protogoniautoxina (PX) Decarbamoilsaxitoxina Morte pode ocorrer em 12 h; após esse período não há mais risco de vida Neurotoxic shellfish poison (NSP) Intoxicação pelas brevetoxinas (BTXs) produzidas pelo dinoflagelado Gymnodinium breve Moluscos bivalves concentram essas toxinas Sintomas da intoxicação (via inalação de aerossóis marinhos em praias afetadas) → tosse, escorrimento nasal, espirros, ardência na garganta e vias aéreas superiores Sintomas da intoxicação (via alimento contaminado) --. náuseas, formigamento e amortecimento da região perioral, perda de controle motor e fortes dores musculares 9 10 11/02/2022 6 Diarrheic shellfish poison (DSP) Toxinas produzidas pelo plâncton: Dinophysis fortii, D. acuminata, D. acuta, D. caudata, etc. Intoxicação pela ingestão de moluscos bivalves os quais tenham acumulado, ao longo da cadeia alimentar, ácido okadáico (AO) e dinofisistoxinas (DTXs) – toxinas que promovem fortes distúrbios gastrointestinais; Os sintomas são diarréia, cólicas, porém dificilmente provocando a morte. Amnesic shellfish poison (ASP) Envenenamento amnésico resultante da ação da toxina ácido domóico (AD) Moluscos bivalves tornam-se tóxicos ao se alimentarem de diatomáceas dos gêneros Pseudonitzschia e Nitzchia, as quais produzem o AD. Certas macroalgas como Alsidium corallinum, Chondria sp também produz. AD pode produzir náuseas, vômitos, diarréias, vertigens, confusão mental, perda de memória, e em certos casos coma e morte 11 12 11/02/2022 7 Tetrodotoxinas (TTX) é uma potente neurotoxina de origem marinha, produzida por várias espécies animais, mas essencialmente associada aos Tetraodontiformes (baiacu), de onde deriva o seu nome comum. pode também estar presentes em algumas algas, dinoflagelados e cianobactérias, nermetídeos, crustáceos, moluscos gastrópodes e cefalópodes, equinodermos, tunicados e anfíbios (pererecas) o ictiotoxismo por TTX é um problema de Saúde Pública, sobretudo no países asiáticos, onde o baiacu é uma refeição muito apreciada ou então é usado com o objetivo de suicídio. Produzida também por várias cepas bacterianas Tetrodotoxinas (TTX) Este peixe é classificado como ictiossarcotóxico devido a ter maior predominância da toxina na sua muscultura, vísceras e pele. Para além da sua importância como doença de origem alimentar (food-borne disease), a TTX também tem diversas aplicações em diferentes áreas científicas, nomeadamente na terapia da dor e nos estudos moleculares dos canais de sódio. Dose letal (LD50) = 8,7 µg/kg 13 14 11/02/2022 8 Ciguatera Intoxicação induzida por peixes portadores de princípios tóxicos que habitam as regiões tropicais e subtropicais (recifes e corais / proximidades) Toxina CIGUATOXINA (CTX) Toxina 10 vezes mais tóxica que a TTX 15 16 11/02/2022 9 17 18 11/02/2022 10 OBRIGADO Prof. Dr. Alex Augusto Gonçalves – alaugo@ufersa.edu.br - (61) 99173-8910 19