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MICROBIOLOGIA DO PESCADO PROFª. DRª. CARLA LAÍNE SILVA LIMA CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO DISCIPLINA DE MICROBIOLOGIA DOS ALIMENTOS O QUE VEREMOS HOJE? ◉ COMPOSIÇÃO DO PESCADO ◉ CAUSAS DA DETERIORAÇÃO E CONTAMINAÇÃO DO PESCADO ◉ MICROBIOLOGIA DO PESCADO 2 INTRODUÇÃO ◉ O pescado e frutos do mar, de uma maneira geral, têm um alto valor biológico e grande importância como fonte de proteínas para o homem. ◉ Dentre seus principais componentes químicos estão a água, proteína bruta e lipídeos (ácido graxos insaturados e baixo teor de colesterol), que juntos somam cerca de 98% do peso total da carne. ◉ Logo é considerado um alimento altamente nutritivo e a sua produção e consumo vêm aumentando a cada ano. DETERIORAÇÃO DE PESCADOS PODE OCORRER : AUTÓLISE ◉ As enzimas envolvidas na autólise estão presentes tanto na carne quanto nas vísceras ◉ O pescado, absolutamente fresco e íntegro, é impermeável a bactérias devido à pele intacta ◉ Após a morte, a autólise se instala, tornando a mesma permeável a bactérias e ao mesmo tempo liberando açucares simples, aminoácidos livres, dentre outras substâncias ◉ Torna o meio rico em nutrientes para o crescimento bacteriano. ◉ A deterioração ou as alterações autolíticas são as principais responsáveis pela perda da qualidade inicial do pescado fresco ◉ Rápido desenvolvimento de odores desagradáveis ◉ Aparecimento de manchas devido à ação de enzimas digestivas. CAUSAS DA DETERIORAÇÃO ◉ FATORES: Atividade de água (Aa) Composição química Teor de gorduras pH Temperatura DETERIORAÇÃO DO PESCADO E FRUTOS DO MAR ✓ Os pescados representam o mais susceptível ao processo de deterioração. Isso se deve à associação de fatores intrínsecos e extrínsecos. ✓ Fatores Intrínsecos : Atividade de água Composição química pH Potencial de oxirredução Intrínsecos ATIVIDADE DE ÁGUA E pH ◉ A água é o meio em que atuam os agentes deterioradores, razão pela qual muitos métodos de conservação visam diminuir a atividade de água do produto, geralmente pela salga. Aw: 0,93 a < 0,98 pH: 6.6 < 6.8 CAUSAS DA DETERIORAÇÃO ◉ POTENCIAL DE OXIRREDUÇÃO ◉ Facilita que determinado substrato ganhe ou perca elétrons ◉ COMPOSIÇÃO QUÍMICA • Nutrientes necessários para a multiplicação microbiana: • Proteínas 15 % - 24 % • Lipídios 0.1% - 22% • Água 66% - 84% • Sais minerais 0.08 % - 0.2,2 % 10 TIPOS DE PESCADOS PEIXES, CRUSTÁCEOS E MOLUSCOS DIFERENÇAS ◉ Moluscos: Ostras Mexilhões Vieiras Mariscos Vangoles Polvos Lulas ◉ Crustáceos: Lagostas Siris Caranguejos Camarões ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE ◉ Ômega 3 ◉ Vitaminas ◉ Cálcio ◉ Iodo ◉ Potássio ◉ Zinco ◉ Proteína animal mais saudável e consumida no mundo ◉ Elevada digestibilidade ◉ Alto valor biológico ◉ Teor de ácidos graxos SECRETARIA DE PESCA E AGRICULTURA ◉ Tipos de pescas: • Artesanal • Industrial • Amadora FORMAS DE CONTAMINAÇÃO ◉ No barco, durante a pesca ou no transporte ◉ Na evisceração ou filetamento ◉ Na falta de refrigeração adequada ◉ Na comercialização MEDIDAS PREVENTIVAS • Lavagem, evisceração, refrigeração imediata após a captura são formas de controlar o crescimento de MO • Os locais de recepção e armazenamento deverão estar sempre limpos e serem construídos de materiais que possam ser limpos rapidamente para proteger o pescado da deterioração e contaminação. MEDIDAS PREVENTIVAS ◉ O local onde se manipula o pescado deverá estar completamente isolado de outros locais. ◉ A água que se utiliza no estabelecimento para lavagem, elaboração de produtos e fabricação de gelo deve ser potável. ◉ A resposta dos microrganismos à atividade da água dos alimentos pode, no entanto, ser afetada por um determinado número de fatores, sendo o crescimento microbiano, e em alguns casos a produção de seus metabólitos, particularmente sensíveis a alterações de Aw. ◉ Os diferentes microrganismos têm geralmente um nível ótimo e um nível mínimo de atividade de água para crescimento, embora dependendo de outros fatores de crescimento do meio. PEIXES FRESCOS Contaminante: Físico e químico Manipulador Boas praticas de manipulação ASPECTOS FÍSICOS DO PEIXE ◉ Opérculo ◉ Brânquias ◉ Abdômen ◉ Músculos ◉ Odor, sabor e cor ◉ Ciclo até a comercialização ◉ Furos, manchas, rupturas e hematomas ◉ Escamas ◉ Pele ◉ Mucosidade ◉ Olhos ASPECTOS DE DETERIORAÇÃO ASPECTOS FÍSICOS DO PEIXE ◉ Corpo do pescado está brilhante, limpo, rijo e com cores vivas; ◉ Escamas estão aderentes; ◉ Olhos estão brilhantes e ocupam toda a cavidade orbitária; ◉ Guelras estão úmidas e vermelhas; ◉ Ventre está firme e roliço; ◉ Pescado tem cheiro de maresia; ◉ Espessa camada de gelo . MARISCOS ◉ Expostos a venda vivos ◉ Retenção de agua incolor ◉ Cheiro característico ◉ Carne úmida e aderida a concha ◉ Cor acinzentada-clara nas ostras ◉ Amarelada nos mexilhões CARANGUEJOS E SIRIS ◉ Vivos ◉ Brilhantes cheiro próprio ◉ Íntegros ◉ Carapaça aderente ◉ Olhos vivos e destacados POLVOS E LULAS ◉ Pele lisa e úmida ◉ Olhos vivos e salientes ◉ Carne consistente e elástica ◉ Cheiro ◉ Ausência de pigmentação estranha TRANSPORTE ADEQUADO ◉ 0°C a 2°C ◉ Camada de gelo adequada ◉ Distância da viagem PEIXE CONGELADO ◉ É importante verificar se a embalagem está perfeita, sem cristais de gelo ◉ O cheiro do pescado deve ser suave, semelhante ao peixe fresco comprado em peixarias ◉ Caso haja descoloração, mudança de cor ou presença de cristais, é sinal de que o peixe deve ter sido descongelado e congelado novamente ◉ Verifique se o produto está armazenado na temperatura de conservação informada pelo fabricante na embalagem ◉ Não podem estar amolecidos ou com acúmulo de líquidos ◉ Pescados resfriados devem ser mantidos em temperatura inferior a 6ºC, e o ideal é que sejam mantidos com temperaturas próximas a 0ºC. SUSHI CRU !!! ◉ Segundo a Anvisa → prato que contenha salmão cru ou mal cozido → congelamento de pelo menos -20°C por um período mínimo de sete dias ou -35°C por um período mínimo de 15 horas ◉ Condições suficientes para inativar as larvas de qualquer parasita, evitando qualquer tipo de contaminação. ◉ Risco de contaminação por parasitas e por bactérias ◉ Más condições higiênicos sanitárias dos estabelecimentos e de seus manipuladores. Disponível em: http://acritica.uol.com.br/manaus/Intoxicacao-supostamente-tambaqui-pacientes- hospital_0_1421857815.html ATIVIDADE BACTERIANA ◉ Contribui para acelerar as alterações do pescado durante o seu armazenamento ◉ Processa a partir da superfície da pele, das guelras e do trato intestinal, já que o tecido muscular é estéril no pescado vivo ◉ A atividade bacteriana é também evidenciada através de seus sistemas enzimáticos decompondo as proteínas ◉ Estágios finais de deterioração, pois inicialmente as bactérias se favorecem dos produtos da hidrólise resultantes da autólise, como: aminoácidos, substâncias nitrogenadas não protéicas, uréia e histidina logo após o rigor-mortis. Vibrio parahemolyticus ◉ Bactéria da mesma família do causador da cólera ◉ Existem cerca de 35 espécies do género Vibrio, das quais doze são patogénicas para o Homem ◉ Vibrio parahaemolyticusé a espécie mais importante em termos de segurança alimentar. CARACTERÍSTICAS ◉ Bactéria Gram negativa ◉ É patogênica ◉ Tem forma de bastonete (bacilos) curvo e é movido por flagelos polares CARACTERÍSTICAS ◉ A temperatura de desenvolvimento é de 22º a 42ºC ◉ O pH para o desenvolvimento é entre 5 e 11, o pH ótimo para o microrganismo fica entre 7,5 e 8,5 ◉ São sensíveis, sendo rapidamente mortas a 50ºC ◉ A ocorrência deste patógeno nem sempre está associada à presença de organismos indicadores. ◉ O meio ambiente marinho é seu habitat natural. ONDE A ENCONTRAMOS: ◉ Frutos do mar (especialmente Crustáceos) ◉ Peixes ◉ Moluscos TRANSMISSÃO ◉ É transmitida através de frutos do mar crus ou mal cozidos,especialmente peixes, crustáceos e ostras. ◉ Contaminação cruzada no preparo de alimentos ou pela higienização dos alimentos com água do mar, também pode entrar por feridas abertas ou pelo olho em contato com água contaminada, é mais comum no verão e em águas mornas ou tropicais. SINTOMAS ◉ Os sintomas aparecem 10 a 18h após a ingestão do alimento contaminado e consistem em náuseas, vómitos, dores abdominais, diarreia e febre baixa ocasional . ◉ A manifestação clínica mais comum é a gastrenterite com um período médio de incubação de 15 a 19 horas, e duração de 2 a 3 dias, A indução dos sintomas de intoxicação exige a ingestão de pelo menos 105 a 107 células viáveis. SINTOMAS ◉ Os principais sintomas são: ◉ dores abdominais (88%) ◉ náusea (52%) ◉ vômito (39%) ◉ febre (33%) ◉ Geralmente é uma doença autolimitada com gravidade moderada e de curta duração ◉ Casos severos e prolongados podem acontecer, como por exemplo, septicemia que é caracterizada por febre ou hipotensão, podendo incluir sintomas como edema e dor nas extremidades do corpo. ◉ A morte também pode ocorrer subsequente à ocorrência de septicemia. TRATAMENTO E PREVENÇÃO ◉ Tratamento - hidratação oral ou endovenosa podendo requerer tratamento com antibióticos nos casos hospitalizados ◉ Prevenção - os alimentos devem passar por cozimento adequado (70-100ºC) ◉ Refrigeração correta ( 4ºC) em ambiente limpo e sem interrupções dos alimentos marinhos crus; ◉ Atenção às possibilidades de contaminação cruzadas; ATÉ PRÓXIMA AULA! 44
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