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Doença de Huntington (doença de Huntington; coreia de Huntington; coreia crônica progressiva; coreia hereditária) A doença de Huntington (coreia de Huntington) é uma doença hereditária, que se inicia com abalos ou espasmos ocasionais e, depois, evolui para movimentos involuntários mais pronunciados (coreia e atetose), deterioração mental e morte. • Na doença de Huntington, a parte do cérebro que suaviza e coordena os movimentos se degenera. • Os movimentos ficam bruscos e descoordenados e a função mental se deteriora, incluindo o autocontrole e a memória. • Os médicos baseiam o diagnóstico nos sintomas, histórico familiar, imagem do cérebro e exame genético. • Os medicamentos podem ajudar a aliviar os sintomas, mas a doença é progressiva, levando à morte. A doença de Huntington afeta de uma a dez em cada cem mil pessoas. O número de pessoas afetadas varia dependendo da parte do mundo em que vivem. Afeta igualmente aos dois sexos. O gene da doença de Huntington é dominante. Então, os filhos de uma pessoa com essa doença têm 50% de chance de desenvolvê-la. Os sintomas geralmente se desenvolvem sutilmente, tipicamente começando entre 35 e 40 anos, mas, às vezes, antes da fase adulta. A doença de Huntington é causada pela degeneração gradual de partes dos gânglios basais chamados de núcleo caudado e putâmen. Os gânglios basais são grupos de células nervosas localizadas na base do telencéfalo, na profundidade do cérebro. Eles colaboram na suavização e coordenação dos movimentos. • Localizando os gânglios basais Os gânglios basais são conjuntos de células nervosas localizados profundamente no cérebro. Elas incluem as seguintes: • Núcleo caudado (uma estrutura em forma de C que se afunila em uma cauda fina) • Putâmen • Globo pálido (localizado dentro do putâmen) • Núcleo subtalâmico • Substância negra • Os gânglios basais ajudam a suavizar os movimentos dos músculos, suprimir os movimentos involuntários e coordenar alterações na postura. Sintomas Durante os estágios iniciais da doença de Huntington, a face, o tronco e membros podem se mover involuntariamente e rapidamente. A princípio, as pessoas podem misturar estes movimentos anormais involuntários com movimentos intencionais de forma que os movimentos anormais são pouco perceptíveis. Entretanto, com o tempo, os movimentos ficam mais óbvios. Os músculos podem contrair-se breve e rapidamente, causando movimento repentino nos braços ou em outra parte do corpo, por vezes de maneira repetitiva e em sequência. As pessoas podem caminhar de modo exageradamente elegante ou alegre, como um fantoche. Podem fazer caretas, flexionar os membros e piscar mais frequentemente. Os movimentos tornam-se descoordenados e lentos. Por fim, todo o corpo é afetado, dificultando o caminhar, sentar, comer, falar e vestir-se. Frequentemente ocorrem alterações mentais antes ou quando movimentos anormais se desenvolvem. Essas alterações no início são sutis. Gradualmente, as pessoas podem ficar irritadas e nervosas. Elas podem perder o interesse nas atividades cotidianas. Podem não conseguir controlar seus impulsos, perdendo o controle, tendo vieses de desânimo ou tornando-se promíscuas. Na medida em que a doença evolui, a pessoa pode ficar irresponsável e vagar sem objetivo. Com o passar dos anos, perdem a memória e a capacidade de pensar racionalmente. Podem tornar-se gravemente deprimidos e tentar o suicídio. Em estágio avançado da doença, a demência é grave e as pessoas podem ficar confinadas à cama. É necessário cuidado em tempo integral ou internação em centro de cuidados médicos. O óbito geralmente ocorre 13 a 15 anos depois do início dos sintomas. Diagnóstico • Uma avaliação por um médico, confirmada por um teste genético • Tomografia computadorizada ou imagem por ressonância magnética A doença de Huntington pode ser difícil de reconhecer nas primeiras fases, visto que os sintomas são imperceptíveis. A suspeita da doença é feita com base nos sintomas e no histórico familiar. Se os familiares tiveram problemas mentais ou se lhes foi diagnosticado um transtorno neurológico (como doença de Parkinson ou um distúrbio psiquiátrico (como esquizofrenia), é necessário informar o médico, pois a doença de Huntington pode não ter sido diagnosticada. É realizada a tomografia computadorizada (TC) ou exames de imagem por ressonância magnética (RM) para verificar a degeneração dos gânglios basais e de outras áreas do cérebro geralmente afetadas pela doença e para eliminar outras doenças. O teste genético é feito para confirmar o diagnóstico. O exame e a orientação genética são importantes para quem tem um histórico familiar da doença, mas nenhum sintoma, pois as pessoas provavelmente têm filhos antes que os sintomas apareçam. Para essas pessoas, a orientação genética deve ser feita antes do exame. Elas são encaminhadas aos centros especializados em lidar com questões éticas e psicológicas complexas. Tratamento Antipsicóticos e outros medicamentos para aliviar os sintomas Tão logo seja feito o diagnóstico, as pessoas com a doença de Huntington devem estabelecer instruções prévias, nas quais indiquem o tipo de assistência médica que desejam ter nos momentos finais da vida. Não existe cura para a doença de Huntington. No entanto, certos medicamentos, incluindo os medicamentos antipsicóticos (como clorpromazina, haloperidol, risperidona e olanzapina) e medicamentos que reduzem a quantidade de dopamina (como tetrabenazina e a reserpina anti-hipertensiva), podem ajudar a aliviar os sintomas. Antidepressivos podem ser usados para tratamento da depressão, se existir. Testes genéticos para a doença de Huntington A mutação genética que causa a doença de Huntington está localizada no cromossomo 4. Envolve a repetição de uma determinada seção do código genético no DNA. O gene da doença de Huntington é dominante. Assim, ter apenas uma cópia do gene anormal, herdado de um dos pais, é suficiente para causar a doença. Quase todas as pessoas com a doença têm apenas uma cópia do gene anormal. Os filhos dessas pessoas têm 50% de chance de herdar o gene anormal e, consequentemente, a doença. Pessoas com um dos pais ou avós com a doença de Huntington podem saber se herdaram o gene da doença por meio de um teste genético. Para o teste, é retirada e analisada uma amostra de sangue. Essas pessoas podem ou não querer saber se herdaram o gene. Esse aspecto deve ser discutido com um especialista em orientação genética antes de ser realizado o teste genético. https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula- espinal-e-dos-nervos/doen%C3%A7as-do-movimento/doen%C3%A7a-de-huntington https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/doen%C3%A7as-do-movimento/doen%C3%A7a-de-huntington https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/doen%C3%A7as-do-movimento/doen%C3%A7a-de-huntington Contexto Genético Os cromossomas contém genes, que são as unidades básicas da hereditariedade. Um gene é uma sequência de DNA (ácido desoxirribonucleico) que codifica uma determinada proteína. O DNA é um polímero (uma longa molécula) composta de nucleotídeos em forma de uma dupla hélice. Um nucleotídeo é uma molécula composta por uma base nitrogenada (adenina, guanina, citosina ou timina) ligada a uma molécula de açúcar (desoxirribose) e um grupo fosfato. O DNA armazena a informação genética, que é “traduzida” numa sequência específica de aminoácidos para formar proteínas usando o “código genético”. Os seres humanos são diplóides. Isto signifca que eles contém duas cópias (também chamadas alelos) de cada gene: uma cópia é herdada de cada um dos pais. Uma célula humana contém 23 pares de cromossomas. Em cada par, um cromossoma é proveniente dopai e o outro da mãe. A DH é uma doença hereditária causada por mutações num determinado gene (o gene da DH) presente em todas as células do corpo desde a fecundação. Isto significa que a DH pode ser transmitida de geração para geração. Doença Genética Autossómica A DH é uma doença genética autossómica. Isto significa que ela pode afectar tanto homens quanto mulheres porque o gene defeituoso está localizado num cromossoma que é o mesmo em ambos os sexos (autossoma ou cromossoma somático). Geralmente, as pessoas afectadas pela DH são heterozigóticas. Isto significa que elas têm duas cópias diferentes do gene: uma cópia normal herdada do/a pai/mãe não afectado/a e uma cópia mutada herdada do/a pai/mãe afectado/a. Em casos excepcionais, quando ambos os pais são afectados, a descendência pode herdar duas cópias defeituosas do gene (uma cópia de cada um dos pais). Neste caso, a criança é homozigótica (duas cópias idênticas do gene). Doença Genética Dominante A DH é uma doença genética dominante. Isto significa que apenas uma cópia defeituosa do gene de um dos pais é suficiente para herdar a doença. Em outras palavras, a mutação no gene da DH domina sobre a cópia normal herdada do/a pai/mãe não afectado/a. O gene que causa a DH foi identificado em 1993. Localizado no cromossoma 4, o gene codifica uma proteína chamada huntingtina (Htt). Na primeira parte do gene da DH, existe uma sequência de três nucleotídeos, citosina-adenina-guanina (CAG), que se encontra repetida várias vezes (ou seja, …CAG-CAG-CAG-CAG…). Isto é chamado de “repetição trinucleotídica”. De acordo com o código genético, o trinucleotídeo CAG codifica o aminoácido glutamina. Portanto, uma sequência de repetições CAG forma uma série de glutaminas ou “poliglutamina”. Uma repetição trinucleotídica com até 35 unidades CAG é considerada normal. Quando o gene da DH tem mais de 40 repetições CAG, a forma alterada da proteína huntingtina que é então produzida causará a doença dentro de uma duração normal de vida. Portanto, a DH é causada por uma extensão trinucleotídica e é uma entre várias doenças poliglutamínicas. Contexto genético retirado do site: https://abh.org.br/o-que-e-doenca-de- huntington/contexto-genetico-da-dh/ https://abh.org.br/o-que-e-doenca-de-huntington/contexto-genetico-da-dh/ https://abh.org.br/o-que-e-doenca-de-huntington/contexto-genetico-da-dh/
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