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• O sistema urinário é dividido em: ➢ Trato superior – representado pelos rins ➢ Trato inferior – representado pelos ureteres, vesícula urinária e a uretra • Nos animais domésticos, os rins podem ser classificados como unipiramidais (unilobares) – cães, gatos, pequenos ruminantes e cavalos ou multipiramidais (multilobares) – suínos e bovinos • Promovem a manutenção do equilíbrio hídrico e salino • Faz a regulação do equilíbrio acidobásico • Excreção de compostos nitrogenados • Tem função endócrina – produção de eritropoietina • Tem participação no metabolismo ósseo • Promove o controle da pressão arterial • Correspondem à ausência completa ou a rudimento embrionários de um ou ambos os rins, podendo não haver estrutura renal reconhecível macroscopicamente • O ureter pode não estar presente – se estive presente a extremidade cranial se apresenta fechada • A aplasia pode estar relacionada com outra anormalidades urogenitais • Aplasia unilateral pode ser imperceptível nos exames clínicos, podendo ser um achado acidental de necropsia desde que o outro rim seja normal – rim contralateral aumenta de volume (hipertrofia compensatória) • Aplasia bilateral é incompatível com a vida pós-natal e ocorre esporadicamente • É caracterizada pelo desenvolvimento incompleto do rim – ao nascimento há menor número de néfrons, lóbulos e cálices • Pode ser ocasionada por conta da redução do blastema metanéfrico ou pela incompleta formação do néfron pelo botão uretral • Quando unilateral pode ocorrer hipertrofia compensatória do outro rim • A hipoplasia bilateral dependendo do grau pode ocasionar insuficiência renal • O rim hipoplásico é mais suscetível as infecções quando comparado ao rim normal • Na hipoplasia além da redução no número e no tamanho dos glomérulos, poderão ser observados resquícios de estrutura embrionárias • A persistência da lobulação pode ser parcial ou total e está presente durante toda a vida do animal sem apresentar significado clínico • Ela apenas promove irregularidade no contorno renal, sem afetar a função do órgão – pode ser denominada como variação anatômica • Os rins ficam situados fora de sua posição sublombar normal, como resultado de migração anormal durante o desenvolvimento fetal • Ocorre com maior frequência em suínos e geralmente essa condição acomete apena um dos rins • A cavidade pélvica e a região inguinal são as localizações em que mais frequentemente os rins ectópicos ficam situados • Essa condição pode ocasionar obstrução do fluxo urinário e predispor esse órgão a hidronefrose e a infecção urinária, com subsequente pielonefrite e processos inflamatórios das vias urinárias inferiores • Solitários (uriníferos) – ficam localizados frequentemente na cortical, podem ocorrer nos suínos, bovinos, cães e dificilmente nos gatos. Pode haver um ou mias cistos que fazem saliência na superfície do órgão. Apresentam cápsula transparente ou esbranquiçada e opaca e contém líquido semelhante a urina • Múltiplos (policísticos) – apresentam parênquima substituído por formações císticas numerosas, pequenas e coalescentes. São mais comuns em bezerros, suínos e gatos. O rim quando seccionado transversalmente, apresenta aspecto semelhante a favo de mel e os cistos contém líquido semelhante a urina • É caracterizado pelo acúmulo de sangue no interior dos vasos sanguíneos, podendo ser ativa ou passiva (rins com coloração vermelho bem acentuado) ➢ Hiperemia ativa – estase de sangue arterial e está associada aos processos inflamatórios agudos do rim (nefrites, glomerulites e glomerulonefrites, além de processos septicêmicos e/ou toxêmicos). Os rins podem estar aumentados de volume, ter sangue fluindo pela superfície de corte e se apresentam avermelhados de maneira uniforme ➢ Hiperemia passiva – conhecida como congestão e é caracterizada pela estase de sangue venoso. Pode ser encontrada na insuficiência cardíaca congestiva ou insuficiência cardíaca direita, na compressão ou trombose das veias renais e cava caudal. Os rins afetados estão aumentados de volume e escuros, deixando fluir sangue facilmente ao corte – junção corticomedular fica saliente e escura • São comuns no córtex renal em uma variedade de bacteremias e viremias, algumas vezes são encontradas em animais saudáveis abatidos. • Podem ter origem bacteriana (ex: Salmonelose, erisipela, clostridiose, leptospirose) e viral (ex: peste suína, febre catarral maligna) • Outras causas frequentes são as intoxicações (ex: dicumarínicos, acidentes ofídicos), a deficiência de fatores de coagulação sanguínea e os traumatismos • As hemorragias do parênquima renal são do tipo petequial • Infartos renais são áreas de necrose de coagulação devido a isquemia por obstrução vascular que são decorrentes de êmbolos ou trombos situados nas artérias e nas veias renais ou em suas ramificações • A dimensão do infarto depende do calibre e do número de vasos sanguíneos ocluídos • Os infartos renais possui diversas causas – todas as doenças que resultam na formação de tromboêmbolos são causas potenciais de infartos renais, se destacam endocardites valvulares, pneumonias, doenças periodontais graves, trombose das veias renais por abcessos e endarterite das artérias aorta e renais, neoplasias malignas metastáticas e outras • Uremia – síndrome caracterizada por distúrbios bioquímicos (aumento da ureia e creatinina) associado a sinais clínicos e lesões sistêmicas • Azotemia – termo usado erroneamente como sinônimo de uremia, se refere à elevação de ureia e creatinina sanguínea, sem sinais clínicos e lesões sistêmicas • Entre as causa de uremia ou azotemia estão: 1. Pré-renal: tem como causa a diminuição do aporte vascular para os rins, insuficiência cardíaca congestiva, choque circulatório e hipovolemia (hemorragias e desidratação graves). Provoca diminuição da perfusão renal e consequentemente reduzem a taxa de filtração glomerular, retendo no sangue as substâncias desnecessárias e tóxicas que deveriam ser eliminadas pela urina. Nesse caso dificilmente ocorre uremia pré- renal uma vez que esse sinais podem levar o animal a óbito ou provocar nefrose isquêmica antes de causar a uremia pré-renal. O mais comum nessa situação é a ocorrência de azotemia pré-renal 2. Renal: é causada por lesões agudas ou crônicas que diminuem a função renal a níveis incompatíveis com o normal. A insuficiência renal aguda é caracterizada por azotemia (azotemia renal). A insuficiência crônica é caracterizada por uremia (uremia renal) 3. Pós-renal: é causada por obstrução completa do fluxo urinário por causa intrínsecas ao trato urinário inferior (urolitíase, tumores de bexiga e de uretra) ou extrínsecas (tumores de útero, hiperplasia de próstata, prostatite grave e paralisia da bexiga causada por lesões da medula espinhal) • Insuficiência renal aguda – ocorre por conta da redução súbita da função renal, tendo como causa mais comum as glomerulonefrites agudas. Nesse tipo de insuficiência há oligúria ou anúria, azotemia, pequeno ou nenhuma perda de eletrólitos e hiperpotassemia. O quadro pode ser reversível, mas a morte do animal pode ocorrer devido à cardiotoxicidade, pelo excesso de íons potássio e de outros tóxicos no sangue e pela acidose metabólica (lesões extrarrenais são discretas) • Insuficiência renal crônica – acontece por conta da incapacidade dos rins de desempenhar sua funções, como resultado da perda progressiva e gradual do tecido renal por um período prolongado. Geralmente é irreversível e é resultado final de muitas doenças renais • Acúmulo intravascular de resíduos, como: ureia, creatinina, ácidos fenólicos, álcoois • Diminuição do pH do sangue (acidose metabólica) • Alterações na concentração iônica do plasma (K, Ca, PO4) • Hipertensão• É caracterizada como um processo de natureza inflamatória que compromete o corpúsculo renal • Envolve a deposição de complexos imunes solúveis no interior dos glomérulos ou a presença de anticorpos antimembrana basal glomerular • A glomerulonefrite decorrente da deposição de complexos imunes acontece em conjunto com infecções persistentes e que resultam em antigenemia prolongada • Pode ocorrer em todas as espécies domésticas e é causada por: hepatite infecciosa canina, piometra, dirofilariose, lúpus eritematoso sistêmico, erliquiose, leishmania e neoplasias (caninos), leucemia felina, peritonite infecciosa felina e neoplasias (felinos), anemia infecciosa (equinos), diarreia viral bovina, mamites, metrites e piometra (bovinos) e peste suína africana e circovirose (suínos) • Num processo crônico pode haver lesão tubular (nefrose tubular) ou até mesmo necrose • Teste de imunofluorescência: padrão linear (quando há deposito na membrana basal de anticorpo antimembrana basal) e padrão granular (corresponde a deposição de complexo antígeno-anticorpo na membrana basal) • Consequências da lesão glomerular: tumefação endotelial (menor fluxo de sangue e menor fluxo de urina), inflamação alterando a permeabilidade das camadas (proteinúria) e perda focal do epitélio e endotélio (hematúria e proteinúria) • Classificação das glomerulonefrites 1. Proliferativa – caracterizada pela proliferação das células glomerulares, influxo de leucócitos e proliferação de células mesangiais 2. Membranosa – caracterizada pelo espessamento difuso da membrana basal dos capilares e da cápsula de Bowman. É a forma mais comum de glomerulonefrite imunomediada em gatos 3. Membranoproliferativa – caracterizada pela hipercelularidade quanto pelo espessamento da membrana basal e da cápsula de Bowman. É a forma mais comum de glomerulonefrite em cães • É caracterizada pela inflamação da pelve e do parênquima renal (túbulos e interstício) resultante da ascensão de infecção do trato urinário inferior, podendo ocorrer também mesmo que raramente por infecções hematogênicas e por parasitas que se alojam na pelve renal. Em algumas situações pode acontecer fibrose renal resultante da destruição do parênquima pelo parasita • É uma lesão túbulo-intersticial supurativa, ou seja, é uma infecção onde ocorre a formação de exsudato purulento (pus) – a eliminação do pus ocorre pela urina (piuria) • Os agentes geralmente são microrganismos do trato intestinal, como: Escherichia coli, Staphylococcus sp., Streptococcus sp., Enterobacter sp., Proteus mirabilis, Klebsiella, Acinetobacter sp. E Pseudomonas sp. • Uma das defesas do trato urinário é a descamação normal das células epiteliais e a esterilidade da bexiga é mantida pelo seu esvaziamento contínuo e por defesas imunes • Fatores de predisposição: obstrução urinaria causada por anomalia uretral em animais jovens, urolitíase, tumores e hiperplasia prostática • As fêmeas são mais predispostas à infecção do trato urinário inferior, pois apresentam uretra mais curta, por alterações hormonais que afetam a aderência das bactérias à mucosa e por serem mais suscetíveis aos traumas uretrais durante o coito • Patogenia: depende de um refluxo anormal de urina contaminada pelas bactérias do trato urinário inferior para a pelve renal e túbulos coletores. Em condições normais, há pouco refluxo vesicoureteral durante a micção. Quando há aumento da pressão no interior da bexiga, desencadeado por obstruções, cistite e uretrite, esse refluxo é maior • Infecção do trato urinário inferior pode favorecer o refluxo vesicoureteral. Quando a parede da vesícula urinaria está inflamada há maior refluxo vesicoureteral (as endotoxinas liberadas por bactérias GRAM negativas, podem inibir o peristaltismo uretral, o que favorece o refluxo • Após esse refluxo de urina contaminada, as bactérias ascendem para a pelve e podem colonizar a região medular do rim (região mais suscetível a infecção por ter suprimento sanguíneo pobre e osmolaridade intersticial elevada, que inibe a atividade fagocitaria dos leucócitos, e pela elevada concentração de amônia, que impede a ativação de complemento) • Macroscopicamente – em geral a pielonefrite é bilateral, as membranas da pelve e dos ureteres se apresentam hiperêmicas ou hemorrágicas e cobertas de exsudato (purulento, hemorrágico, fibrinoso, fibrinonecrótico entre outros). A pelve pode estar dilatada, contendo exsudato. Os rins podem apresentar estrias vermelhas ou acinzentadas, que se estendem até à superfície renal. Na pielonefrite crônica, há necrose com destruição da medular e fibrose das regiões cortical • Consiste na dilatação da pelve e dos cálices renais devido a obstrução do fluxo urinário, geralmente associado à progressiva atrofia do parênquima renal • A obstrução urinaria aumenta as chances de infecções • As causa mais comuns de obstrução são: cálculos urinários, hiperplasia prostática, processos inflamatórios, neoplasias, hérnia perineal, distúrbios funcionais e anomalias congênitas • Qualquer obstrução do trato urinário pode causar hidronefrose, porém a extensão e a duração da obstrução determinarão a gravidade da lesão renal • Suínos – Stephanurus dentatus • Felinos – Capillaria spp • Cães – Dioctophyma renale Cálculos afetam de forma comum a maioria das espécies domésticas • Os cálculos renais mais comuns são: 1. Cálculos de estruvita (formados por Mg, Nh3 3 PO4) 2. Cálculos de oxalato de cálcio 3. Cálculos de fosfato 4. Cálculos de uratos 5. Cálculos de cistina • os cálculos renais podem obstruir os mais diversos locais do trato urinário, podendo ocasionar uma nefrose ou até uma pielonefrite Neoplasias primárias → Carcinoma renal → Nefroblastoma • Se origina a partir das células do epitélio tubular renal • É a neoplasia primária mais frequente diagnosticada (principalmente em cães, gatos e equinos) • Pode ser chamado também de adenocarcinoma • Conhecido como nefroma embrionário • É uma neoplasia de origem embrionária, ou seja, o animal nasce com o tumor (bilateral) → Nos rins pode haver a presença de tumores metastáticos, como os linfomas, carcinomas, mamários e hemangiossarcomas
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