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Unidade 2
Introdução
Você está na unidade Cinesiologia e Biomecânica e sua interface com o sistema nervoso. Conheça aqui os conceitos do comportamento biomecânico do osso, sistema muscular, tipos de disposição das fibras musculares, características funcionais do tecido muscular, sistema vestibular, sistema nervoso central e periférico, nervos de pares cranianos, plexo braquial, plexo lombossacaral, estrutura da coluna, a importância da estabilidade e os ciclos da marcha.
Sistema esquelético
O sistema esquelético é constituído por numerosos ossos, sendo que é o arcabouço rígido do corpo humano, proporciona forma e apoio ao corpo, proteção aos órgãos vitais, ajuda o movimento e funciona como um sistema de alavancas, bem como propicia a formação do sangue, principalmente em ossos planos. Cálcio e outros sais minerais são armazenados em todo o tecido ósseo.
O tecido ósseo pode ser considerado um material composto de duas fases, com o mineral em uma fase e o colágeno e a substância fundamental em outra. Funcionalmente, as propriedades mecânicas mais importantes dos ossos são: resistência, rigidez e tenacidade, sendo mais bem examinadas o seu comportamento, quando o osso é submetido a carga.
Comportamento biomecânico do osso 
O osso tem uma estrutura parecida com a da madeira, em formato de lamelas, por isso, 
se comporta ansiotropicamente. Isso significa que ele exibe distintas propriedades mecânicas quando recebe cargas de diferentes direções.
Uma delas é a tração, que acontece quando são aplicadas forças iguais e opostas à superfície externa da estrutura. As fraturas produzidas por forças de tração normalmente ocorrem nos ossos esponjosos. A compressão é a tensão compressiva, que ocorre quando muitas pequenas forças são dirigidas para dentro da superfície da estrutura. No cisalhamento, aplica-se uma força paralela à superfície da estrutura, o que resulta em tensão e deformação no interior da estrutura.
Na flexão, as cargas são aplicadas à estrutura, ocasionando que ela dobre em torno de um eixo. Por sua vez, na torção, a carga é aplicada a uma estrutura de maneira que faz com que esta rode em torno de um eixo e produz um torque.
Quando é imposta uma carga ao osso, a contração dos músculos nele inseridos altera a distribuição das tensões no osso. Essa contração muscular diminui ou elimina a tensão de tração sobre o osso, pela produção de tensão de compressão que neutraliza parcialmente ou totalmente.
Durante o processo de envelhecimento, observa-se uma perda progressiva da densidade óssea, as trabéculas longitudinais ficam mais finas, trabéculas transversais são reabsorvidas, redução na quantidade de osso esponjoso e diminuição do tecido ósseo.
As principais estruturas que auxiliam as articulações do sistema esquelético são os tendões, os ligamentos e as cápsulas articulares, que têm a função de garantir a mobilidade e a estabilidade articular. A função dos ligamentos e cápsulas articulares é conectar um osso ao outro, além de aumentar estabilidade mecânica, evitar o movimento excessivo e contribuir para a propriocepção.
Os tendões e os músculos compõem a unidade musculotendínea, que atua como um dispositivo de restrição dinâmica e possibilita que os músculos fiquem a uma distância adequada das articulações sem a necessidade de aumentar o comprimento muscular.
Essas estruturas, portanto, são fundamentais para o controle motor, porque apresentam estruturas neurais que fornecem feedback constante sobre a posição das articulações.
Sistema Muscular
Como sabemos, os músculos estão inseridos nos ossos e sempre cruzam pelo menos uma articulação. Quando um músculo se contrai, uma extremidade da articulação se movimenta em direção a uma outra. O osso mais móvel, no qual é encontrada a inserção distal, se move em direção ao osso mais estável, no qual encontramos a inserção proximal. As inserções proximais tendem a estar mais próximas do tronco, enquanto que as inserções distais tendem a estar mais próximas das extremidades dos membros.
Disposição das fibras musculares
Há alguns tipos de fibras musculares, as quais classificaremos, agora, de acordo com a sua disposição.
Fibras musculares paralelas
São mais longas e têm um grande potencial de amplitude de movimento.
Fibras musculares oblíquas
São mais curtas, porém são mais numerosas por área determinada, em comparação às paralelas. Isso faz com que músculos com fibras oblíquas apresentem maior potencial de força.
Os músculos retos
São longos e delgados, possuindo fibras que se encontram em todo o seu comprimento, como no músculo sartório.
Músculo pisiforme
É aquele que é mais largo no meio e vai se afunilando nas duas extremidades, como o bíceps braquial.
Músculo em formato plano
Possui quatro lados e têm inserções largas em cada extremidade, como o pronador quadrado.
Músculo com formato triangular
É plano e tem formato de leque, como o peitoral maior.
Músculos com fibras oblíquas
Têm disposição penilforme, na qual o músculo se insere no tendão em um ângulo oblíquo. Eles podem ser semipeniformes, peniformes e multipeniformes. Os semipeniformes assemelham-se ao lado de uma pena. Os peniformes são parecidos com a pena de uma ave comum. Os multipeniformes têm alguns tendões com fibras oblíquas.
Característica funcional do tecido muscular
O tecido muscular apresenta propriedades de irritabilidade, contratibilidade, extensibilidade e elasticidade. Irritabilidade seria a capacidade de responder a um estímulo, que pode ser natural ou decorrente de uma corrente elétrica. A contratibilidade é a capacidade de contração do músculo. A extensibilidade é a capacidade de ele aumentar seu comprimento, quando e se uma força for aplicada. A elasticidade, por fim, é a capacidade do músculo de retornar a seu comprimento normal, após ser alongado ou encurtado.
Base molecular da contração muscular
O encurtamento ativo do sarcômero, ou seja, do músculo, resulta do movimento relativo dos filamentos de actina e miosina, enquanto cada filamento mantém o seu comprimento original. A força de contração é realizada pelas cabeças de miosina, ou pontes cruzadas, na região de sobreposição entre actina e miosina.
Esse movimento de pontes cruzadas, em contato com os filamentos de actina, produz o deslizamento dos filamentos de actina em direção ao centro de sarcômero. Então, ocorre contração da fibra muscular, quando todos os sarcômeros se encurtam de maneira simultânea, o que é chamado de contração.
As pontes cruzadas não são sincronizadas, de forma que cada uma age de modo independente. Além disso, apenas cerca de metade das pontes cruzadas produzem ativamente força e deslocamento, então, quando se desconectam, outras pontes assumem a tarefa, de modo que o encurtamento é mantido.
Esse encurtamento é refletido no sarcômero como uma diminuição da banda I e uma diminuição da banda H, conforme as linhas Z se aproximam mais; a largura da banda A permanece constante.
Uma chave para o mecanismo de deslizamento é o íon cálcio, o qual ativa e desativa a atividade de contração. A contração, por sua vez, começa quando o cálcio é disponibilizado para os elementos contráteis e cessa quando o cálcio é removido. O mecanismo pelo qual o sinal elétrico aciona os acontecimentos químicos de contração é conhecido como excitação – contração.
A tensão o refere-se à força acumulada de um músculo. Portanto, tônus muscular corresponde à tensão acumulada em um músculo, mesmo em momentos de repouso.
Por fim, a excursão muscular é a variação entre o alongamento máximo e a redução máxima de um músculo. Em geral, o músculo tem excursão suficiente para realizar a amplitude normal de movimento.
Insuficiências ativas x passivas
O ponto no qual o músculo não consegue mais se encurtar é denominado de insuficiência ativa, a qual acontece no músculo agonista. A insuficiência passiva acontece quando um músculo não consegue mais ser alongado sem que suas fibras sejam danificadas e acontece no músculo antagonista.
Sistema vestibular
O sistema vestibular, assim como o auditivo, usa células ciliadas para traduzir os movimentos. O labirintovestibular tem dois tipos de estruturas, com funções distintas: órgãos otolíticos, que são os detectores da gravidade e as inclinações da cabeça e os ductos semicirculares, os quais têm sensibilidade à rotação da cabeça. O sistema vestibular humano é constituído por sistema sensorial periférico, um processador central e um mecanismo de resposta motora. O aparelho periférico consiste em um conjunto de sensores do movimento, os quais enviam informações ao sistema nervoso central, principalmente ao complexo nuclear vestibular e ao cerebelo. Essas informações são sobre a velocidade angular da cabeça, a aceleração linear e a orientação cefálica com relação ao eixo gravitacional.
O sistema nervoso central processa os sinais e os combina com outras informações sensoriais. A resposta do sistema vestibular central é transmitida aos músculos extraoculares à medula espinal para preparar dois reflexos: vestíbulo-espinal e vestíbulo-ocular.
O reflexo vestíbulo-ocular gera os movimentos oculares, o que permite uma visão nítida quando cabeça está em movimento. Já o reflexo vestíbuloespinal gera um movimento corpóreo de compensação com o foco de manter a estabilidade cefálica e postural e evita quedas.
O trauma externo às extremidades, assim como o aprisionamento do nervo periférico, pode ocasionar uma deformação mecânica dos nervos, ocasionando um déficit da função nervosa. Caso o trauma mecânico exceda um determinado grau, os mecanismos internos de proteção dos nervos podem não ser suficientes, causando alterações na estrutura e função.
Sistema nervoso central
O encéfalo é composto pelo cérebro, tronco encefálico e cerebelo; enquanto a medula espinal é a continuação do bulbo. A via nervosa motora mais importante para controle muscular é o trato corticoespinhal lateral, localizada lateralmente ao H de substância cinzenta, funículo anterior.
 O trato corticoespinhal lateral é formado na área motora do córtex cerebral e vai até a medula espinal. Suas fibras cruzam de um lado para outro na região inferior do tronco encefálico, as fibras do trato corticoespinal realizam sinapse no corno anterior, com outros tipos de neurônios.
Neurônios que realizam sinapse acima do nível descrito são denominados neurônios motores superiores, enquanto os neurônios que realizam sinapse no nível do corno anterior ou em níveis inferiores são classificados como neurônios motores inferiores.
Nos neurônios motores inferiores, a musculatura somática é inervada pelos neurônios motores somáticos do corno ventral da medula espinhal, também chamada de neurônios motores inferiores. É preciso lembrar que apenas os neurônios motores inferiores comandam diretamente a contração muscular.
Os neurônios motores-alfa são responsáveis pela geração de força do músculo. Esse neurônio e as fibras que ele enfraquece são os componentes elementares do controle motor. Além disso, eles ativam os músculos esqueléticos.
Existem apenas três fontes principais de entradas para um neurônio motor alfa, quais sejam:
· Células ganglionares da raiz dorsal, com axônios provenientes de um dispositivo sensorial especializado, no interior do músculo, o fuso muscular;
· Neurônios motores superiores, localizados no córtex cerebral motor e no tronco encefálico;
· Interneurônios da medula espinhal, que são a principal fonte de entrada para os neurônios motores-alfa, e podem ser excitatórios ou inibitórios.
Propriocepção dos fusos musculares
O reflexo de estiramento de um músculo acontece quando o músculo é estirado e, por consequência, ele tende a reagir, encurtando-se. O reflexo patelar é um exemplo de reflexo de estiramento. Quando o fisioterapeuta bate no tendão abaixo do seu joelho, o tendão estende muito rapidamente, então, por reflexo, o músculo do quadríceps da coxa contrai e faz a sua perna estender.
Outro sensor do músculo esquelético é o órgão tendinoso de golgi, que funciona como mediador de tensão muito sensível, pois ele monitora a tensão muscular ou a força de contração. Eles estão localizados na junção do músculo com o tendão e são inervados por axônios inervados.
Propriocepção das articulações
Além dos fusos musculares e dos órgãos tendinosos de golgi, vários axônios proprioceptivos estão presentes nos tecidos conectivos das articulações, principalmente na cápsula articular e os ligamentos. Esses neurônios mecanossensíveis respondem à mudança de ângulo, direção e velocidade de movimento em uma articulação.
Sistema nervoso periférico
É composto por nervo cranianos e espinais. Os nervos cranianos são 12 pares, classificados como sensitivos, motores ou misto. São eles:
1 - Olfatório (sensorial);
2- Óptico (sensorial);
3- Oculomotor (motor);
4- Troclear (motor);
5- Trigêmeo (misto);
6-Abducente (motor);
7-Facial (misto);
8-Vestibulococlear (sensorial);
9-Glossofaríngeo (misto);
10-Vago (misto);
11-Acessório (motor);
12-Hipoglosso (motor).
Há, também, 31 pares de nervos espinais: oito nervos cervicais, 12 torácicos, cinco lombares, cinco sacrais e um coccígeo.
Nervos terminais do plexo braquial
Há alguns nervos terminais do plexo braquial: axilar, musculocutâneo, mediano, radial, e ulnar.
O nervo axilar (vértebras C5 e C6) enfraquece o deltoide e o redondo menor, tendo distribuição sensitiva à parte lateral do braço acima da parte inferior do músculo deltoide. Suas manifestações clínicas motoras de paralisia são perda da abdução do ombro e comprometimento da rotação lateral do ombro
O nervo musculocutâneo (vértebras C5 e C6) inerva os músculos coracobraquial, bíceps braquial e braquial. Ele tem como distribuição sensitiva a superfície anterolateral do antebraço. As manifestações clínicas motoras de sua paralisia são perda de flexão do cotovelo e comprometimento da supinação;
Além desses nervos, há o nervo radial (vértebras C6, C7, C8 e T1), que inerva os músculos tríceps braquial, ancôneo, braquiorradial, supinador, extensores da mão, dos dedos da mão e do polegar. Como distribuição sensitiva, ele tem a região posterior do braço, região posterior do antebraço e superfície radial do dorso da mão. Quando paralisado, a manifestação clínica é perda da extensão de cotovelo, da mão, dos dedos da mão e do polegar.
O nervo mediano (vértebras C6, C7, C8 e T1), por sua vez, inerva os músculos pronadores, flexores da mão, dedos da mão na região lateral e a maioria dos músculos do polegar. Sua distribuição sensitiva ocorre na face palmar do polegar, do segundo, terceiro e metade lateral do quarto dedo da mão. Quando há paralisia, a manifestação clínica é perda da pronação do antebraço, perda da oposição, flexão e da abdução do polegar, comprometimento da força, redução da abdução da mão.
Por fim, o nervo ulnar (vértebras C8 e T1) inerva o músculo flexor ulnar do carpo e músculo flexor profundo dos dedos, músculo interósseos e lumbricais, com distribuição sensitiva no quarto e quinto dedos da mão. Quando há paralisia, ocorre perda da adução da mão, comprometimento da flexão da mão e dos dedos da mão, perda da adução do polegar e perda da função da maioria dos músculos intrínsecos da mão.
Nervos terminais do plexo lombossacral
Analisaremos, agora, as características dos nervos terminais do plexo lombossacral, quais sejam: femoral, obturatório, isquiático, tibial e fibular comum.
O nervo femoral (vértebras L2, L3 e L4) inerva os músculos iliopsoas, sartório, pectíneo e quadríceps femoral. Sua distribuição sensitiva acontece na região anterior e medial da coxa, região medial perna e pé. Como manifestação clínica motora de paralisia, apresenta comprometimento da flexão do quadril e perda da extensão do joelho.
Por sua vez, o nervo obturatório (vértebras L2, L3 e L4) inerva os músculos adutores do quadril e obturador externo, possuindo distribuição sensitiva na parte média da região medial da coxa. Suas manifestações clínicas de paralisia são perda da adução do quadril e comprometimento da rotação lateral do quadril.
O terceiro nervo terminal do plexo lombossacral que vamos analisar é o nervo isquiático (vértebras L4, L5, S1, S2 e S3). Ele inerva os músculos posteriores da coxa,e, além disso, não apresenta distribuição sensitiva. Suas manifestações clínicas de paralisia são comprometimento da extensão do quadril e perda da flexão do joelho.
O nervo tibial (vértebras L4, L5, S1, S2 e S3) inerva os músculos poplíteos, flexores plantares do pé, tibial posterior e intrínsecos do pé. Tem distribuição sensitiva na região posterolateral da perna e região lateral do pé. Quando de sua paralisia, a manifestação clínica e motora é a perda da flexão plantar do pé, o comprometimento da inervação do pé e a perda da flexão dos dedos do pé.
Por fim, o nervo fibular comum (vértebras L4, L5, S1 e S2) inerva os músculos fibulares, tibial anterior e extensores dos dedos do pé, com distribuição sensitiva na região anterolateral da perna e pé. As manifestações clínicas de paralisia são perda da dorsiflexão do pé, perda da extensão dos dedos e perda da eversão do pé.
Coluna vertebral
A coluna vertebral tem função de sustentar, garantir a flexibilidade, proteger, fixar os músculos e atenuar as cargas impostas ao corpo. Ela não é totalmente reta,  mas apresenta uma série de curvaturas, as curvaturas torácica e sacral opõem-se às curvaturas cervical e lombar.
Relembramos que ela tem 33 vértebras: sete cervicais, 12 torácicas, cinco lombares, cinco sacrais e quatro coccígeas.
Com relação à articulação, ela possui discos intervertebrais, os quais como amortecedores, e permite mobilidade entre as vértebras. Ela tem, também, ligamento longitudinal anterior, ligamento longitudinal posterior, ligamento amarelo, ligamento interespinhoso, ligamento supraespinhoso e ligamento intertransverso.
Postura
Postura é a posição das partes do corpo em relação umas as outras, em determinado momento, e pode ser estática, sentada ou deitada, além de dinâmica quando o corpo se move. As contrações musculares são as principais responsáveis por manter o corpo na posição em pé, tanto na postura estática quanto na dinâmica, sendo que os músculos com maior participação são classificados como músculos antigravitacionais.
A oscilação postural é o movimento anteroposterior da parte superior do corpo, que é refletido principalmente pelos tornozelos, pois, devido ao grande número de descolamentos e de correção no centro de gravidade de sustentação.
Quando estamos em postura sentada, é importante um bom alinhamento, porque pode haver grande pressão sobre os discos intervertebrais, pois a pressão nos discos na posição sentada é 50% maior que em pé.
Quando uma pessoa se inclina para frente, a pressão sobre o disco aumenta e quando uma pessoa se curva para frente ou levanta um determinado peso, a pressão sobre os discos é diretamente proporcional ao peso ou cumprimento do braço de alavanca.
Postura deitada é classificada como uma posição de repouso e a menor pressão nos discos intervertebrais acontece nesta posição.
Estabilidade
Quando um objeto está estabilizado, todos os torques que agem sobre eles são iguais e acarretam um estado de equilíbrio. A segurança ou a precariedade desse estado de equilíbrio depende principalmente da relação entre o centro de gravidade do objeto e sua base de sustentação. Porém, para que isso fique claro, é preciso o entendimento de alguns termos, que veremos agora.
	Gravidade
	É a atração mútua entre a Terra e o objeto.
	Força gravitacional
	É sempre vertical, atuando de cima para baixo, em direção ao centro da Terra.
	Centro  da gravidade
	É o ponto de equilíbrio de um corpo no qual o torque é igual de todos os lados, assim como é o ponto de intersecção dos planos do corpo humano. No corpo humano, o centro de gravidade se localiza na linha mediana, próximo ao mesmo nível que a segunda vértebra sacral. Todavia, as proporções do corpo variam com a idade, de forma que, por exemplo, o centro de gravidade de uma criança é maior do que o de um adulto.
	Base de sustentação
	É a parte do corpo que está em contato com a superfície do apoio. O contorno da superfície do corpo é a base de sustentação.
	Linha   de gravidade
	Corresponde a uma linha vertical, imaginária, que passa por entre o centro de gravidade, em direção ao centro da Terra.
	Equilíbrio estável
	Ocorre quando um corpo está em uma posição em que seu deslocamento exigiria a elevação do centro da gravidade.
	Equilíbrio instável
	Ocorre quando uma pequena força é suficiente para deslocar um corpo.
	Equilíbrio neutro
	Ocorre quando o centro de gravidade de um corpo não é elevado e não é abaixado quando é deslocado.
Quanto mais inferior é o centro de gravidade, mais estável é o objeto; quanto mais larga é a base de sustentação mais estável é o corpo; a estabilidade aumenta à medida que a base de sustentação é alargada na direção da força; quanto maior é a massa de um corpo, maior é a sua estabilidade; quanto maior o atrito entre a superfície de sustentação é a base de apoio, maior será a estabilidade do corpo e as pessoas têm o melhor equilíbrio durante o movimento se elas olham para um objeto fixo ao invés de um objeto móvel.
Alinhamento vertebral
A coluna vertebral pode ser comparada a uma coluna de blocos. Não é, como afirmamos anteriormente, totalmente reta, mas tem uma série de curvaturas. As curvaturas precisam ser mantidas durante o repouso e a atividade, porque absorvem os choques e reduzem o grau de lesão. As curvaturas torácica e sacral opõem-se às curvaturas cervical e lombar.
Quando uma ou mais dessas curvaturas da coluna vertebral aumenta ou diminui muito em relação ao que se considera uma postura adequada, o resultado é a má postura. Alguns dos desvios posturais, segundo os segmentos do corpo, são os seguintes:
	Cabeça
	Para frente, inclinada ou rodada e assimetria da mandíbula.
	Região cervical
	Curvatura exagerada ou retificada.
	Ombros
	Arredondados, elevados ou abaixados.
	Escápulas
	Abduzidas, aduzidas ou aladas.
	Região torácica
	Curvatura exagerada e desvio lateral.
	Região lombar
	Curvatura exagerada, retificação e desvio lateral.
	Pelve
	Inclinação anterior, posterior, inclinação lateral e rotação.
	Joelho
	Recurvado, fletido, varo, valgo, torção tibial lateral e medial.
	Tornozelo e pé
	Arco longitudinal retificado, exagerado, pé pano e calvo.
Marcha
É importante algumas definições para descrever a marcha. A primeira delas é o ciclo da marcha, que ocorre entre o momento em que o pé toca o solo e o momento que este mesmo pé toca o solo novamente. O comprimento da passada é distância percorrida durante o ciclo da marcha. Passo, por sua vez, é a metade.
O comprimento do passo corresponde à distância entre o toque do calcanhar de um pé, no solo, e o toque do outro calcanhar, também no solo. Cadência é a velocidade da caminhada, ou seja, é o número de passos por minuto.
Além disso, vamos analisar, agora, o ciclo de marcha, que possui duas fases, a de apoio e a de balanço. A fase de apoio ocorre quando o pé está em contato com o solo, iniciando quando o calcanhar de um pé toca o solo e termina quando esse pé sai do solo e corresponde a 60% do ciclo de marcha. Fase de balanço começa assim que o pé sai do solo e termina apenas quando o calcanhar do mesmo pé toca o solo novamente. Durante essas fases do ciclo da marcha, devem ocorrer três eventos, que são aceitação do peso, apoio de um membro inferior e avanço do membro inferior.
A aceitação do peso ocorre no princípio da fase de apoio, quando o pé toca o solo e, então, o peso do corpo é transferido para ele. O apoio em um membro inferior e avanço desse membro ocorrem durante a fase de balanço.
Fase de apoio
Na fase de apoio ocorre o seguinte processo: primeiramente, há o contato inicial, no qual metatarsos e tornozelo ficam na posição neutra, joelho em extensão, quadril em flexão, tronco fica ereto. Após isso, há a resposta à carga, quando metatarsos se encontram na posição neutra, tornozelo em flexão plantar, joelho e quadril em flexão e o tronco ereto. No apoio médio, os metatarsos ficam na posição neutro, o tornozelo fica em dorsoflexão, joelho e quadril ficam neutro e tronco, ereto.
Na fase de apoio final, os metatarsos se encontram em extensão, o tornozelo,em dorsoflexão, o joelho fica neutro, o quadril fica em extensão e o tronco fica ereto. Após isso, há a fase pré-balanço, quando metatarsos ficam em extensão, o tornozelo em flexão plantar, o joelho fica em flexão e o quadril se encontra neutro e o tronco, ereto.
Os principais eventos do ciclo da marcha normal, na fase de apoio, são os seguintes:
Toque do calcanhar: Início da fase de apoio, com toque de pé no solo. Há aceitação do peso, apoio duplo, corpo no ponto mais baixo do ciclo, a cabeça e o tronco estão eretos durante todo o ciclo. Ocorre dorsiflexão para posição neutra do pé, há extensão da perna, o membro inferior fica na frente do corpo, a pelve está rodada para a frente e o membro superior ipsilateral para trás, assim como o membro superior contralateral está rodado para a frente.
Apoio completo do Pé: Início do contato do pé com o solo, continua até o pé oposto sair do solo. Há transferência contínua do peso para o membro inferior de apoio, acontece o fim do apoio duplo, há flexão plantar, flexão parcial da perna, extensão da coxa; o corpo alcança o membro inferior e balanço do membro ipsilateral para frente.
Apoio Médio: O corpo passa sobre o membro inferior de apoio, iniciando com a saída do outro membro inferior do solo, continuando até que o corpo esteja sobre o membro inferior de apoio. Aqui, o corpo está no ponto mais alto do ciclo. Inicia-se o apoio simples, com leve dorsiflexão, extensão da perna e coxa, corpo passa sobre o pé direito, pelve em posição neutra e os dois membros estão paralelos ao corpo.
Saída do calcanhar: O calcanhar sai do solo e começa o impulso, começa com a elevação do calcanhar e continua até o outro pé tocar no solo. O corpo se move à frente do pé, e o apoio simples é finalizado. Há dorsiflexão do pé, flexão plantar, extensão da perna e início de leve flexão, corpo à frente do membro inferior de apoio, rotação posterior da pelve e balanço do membro inferior ipsilateral para a frente.
Saída dos dedos: Começa com o contato do outro pé com o solo, continua até que os dedos saiam do solo, início do avanço do membro inferior, início e término do apoio duplo, flexão plantar, flexão da perna, inclinação da pelve e membro superior ipsilateral para frente.
Fase de balanço
Na fase de balanço, no balanço inicial, os metatarsos ficam neutros, o tornozelo, em flexão plantar, o joelho e o quadril ficam em flexão e o tronco fica ereto. Depois, há o balanço médio, no qual metatarsos e tornozelo ficam neutros, joelho e quadril em flexão e tronco fica ereto. No balanço final, os metatarsos e tornozelo ficam neutros, joelho em extensão, quadril em flexão e tronco ereto.
Os principais eventos do ciclo da marcha normal, na fase de balanço são os seguintes:
Aceleração: O membro inferior está atrás do corpo, movendo-se para frente para alcançá-lo. Inicia-se com a saída do pé do solo e termina com o balanço do pé oposto ao pé de apoio. É o início fase de balanço e início do apoio simples contralateral, no qual há dorsiflexão, flexão da perna e o membro inferior está atrás do corpo, mas movendo-se para frente. A pelve roda para frente, realizando balanço do membro superior ipsilateral para trás.
Balanço Médio: Nessa fase, o pé balança sob o corpo e o ultrapassa. Começa com o pé oposto ao pé de apoio e termina com a perna em posição vertical. Há encurtamento do membro inferior para sair do solo, e continuação do apoio simples contralateral. Ocorre dorsiflexão, a perna se encontra em flexão máxima e começa a estender, há flexão máxima da coxa, e membro inferior passa sob o corpo e move-se na frente do corpo; a pelve, por sua vez, fica em posição neutra, com membros superiores paralelos ao corpo e movendo-se em sentidos opostos.
Desaceleração: Começa com a perna em posição vertical e termina quando o pé toca o solo. É o fim do avanço do membro inferior, fim do apoio simples. Há dorsiflexão, extensão da perna, flexão da coxa, e o membro inferior se encontra na frente do corpo, com a pelve rodada para frente, o membro superior ipsilateral para trás e o membro superior contralateral para frente.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
Aprender sobre o comportamento biomecânico do osso;
Entender sobre o sistema nervoso central e o periférico;
Compreender quais são os nervos dos pares cranianos;
Conhecer a estrutura da coluna;
Reconhecer a importância da estabilidade;
Aprofundar o estudo sobre os ciclos de marcha.
Referências Bibliográficas
BEAR, M.; CONNORS, B.; PARADISO, M. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
LIPPERT, L. Cinesiologia Clínica e Anatomia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
NORDIN, M.; FRANKEL, V. Biomecânica Básica do Sistema Musculoesquelético. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

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