Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CUIDADO A SAÚDE DO IDOSO - Aula 03 P R O F . M A R Í L I A G A B R I E L L E S E T O R D E M A R K E T I N G G R U P O S E R E D U C A C I O N A L CUIDADO AO IDOSO O processo do envelhecer, para inúmeras pessoas, tem um significado negativo e pode se referir a ser antigo, idoso, ou ainda, individuo com características de velho, mas podemos ir além desse significado e dizer que o envelhecer é uma sequência contínua de diminuição das funções do corpo humano ou orgânica, não é sinônimo de surgimento das disfunções dos órgãos ou patologias. É algo inevitável nos seres humanos e faz parte do ciclo vital com o passar do tempo. D A T A CUIDADO AO IDOSO D A T A O envelhecer biológico é uma ação contínua, que tem início ao nascimento e perdura até a morte. Senescência: período de modificações, orgânicas e fisiológicas, do corpo humano ao longo do tempo, podendo ocasionar efeitos deletérios no organismo da pessoa idosa. Representa uma modificação ou transformação visível dos conjuntos das características genéticas do indivíduo idoso, desencadeando múltiplos fatores biológicos do envelhecimento que podem se manifestar e ocasionar alterações nas células, tecidos e órgãos. CUIDADO AO IDOSO Polifarmácia: múltiplos medicamentos ingeridos pelo idoso, o que pode levar a interações medicamentosas. Essas interações podem chegar a comprometer a seguridade e efetividade do efeito terapêutico, com consequência ineficaz do tratamento. Além disso, aumentam os efeitos farmacológicos, podendo causar toxicidade orgânica, aumentando os efeitos colaterais, desenvolvendo reações contrárias às terapêuticas, que iremos chamar de reações adversas e, com isso, aumentam os índices das taxas de morbimortalidade D A T A CUIDADO AO IDOSO As dificuldades decorrentes da falta de adesão ao tratamento farmacológico aumentaram nos últimos anos e têm gerado preocupação aos profissionais da área da saúde, devido a influenciar os idosos ao uso irracional da terapêutica medicamentosa clínica. É importante destacar o comprometimento dos profissionais da saúde em orientar os indivíduos idosos ao uso correto das medicações, fármacos ou drogas. D A T A CUIDADO AO IDOSO Biologia do Envelhecimento O crescimento acelerado da população de idoso vem ocorrendo de forma contínua em todas as partes do mundo e, principalmente, no Brasil. Isso se deve às melhores condições da qualidade de vida e dos avanços tecnológicos associados com a diminuição das taxas de natalidade, que contribuíram para o um aumento significativo dessa população (BRASIL 2006). É de extrema importância para todos os profissionais das diversas áreas que trabalham com as pessoas idosas aprender, conhecer, compreender e diferenciar as modificações funcionais orgânicas do processo do envelhecimento daquelas da ação contínua do envelhecer patológico. D A T A CUIDADO AO IDOSO D A T A CUIDADO AO IDOSO Teorias biológicas Teoria genética: Ela é baseada em fatores genéticos do ser humano e preserva o parecer de que o processo do envelhecimento é o produto das modificações bioquímicas do organismo, que são coordenadas pelo próprio conjunto de genes o qual poderia regular a expectativa de vida por meio dos diversos fatores genéticos. Sendo assim, cada ser humano denota uma durabilidade vital estabelecida pelo seu padrão genético, algo que tenta ser investigado e comprovado por diversas pesquisas acerca da longevidade. CUIDADO AO IDOSO D A T A Teorias biológicas Teoria genética: Outro fator genético bem estudado pelo meio científico é a diminuição de uma região do cromossomo chamado de telômero. Essa região se localiza na parte final dos cromossomos eucarióticos. É considerado um elemento determinante na evolução do processo do envelhecimento. Além disso, a diminuição dos telômeros também conduziria as perdas de informações gênicas e, consequentemente, desenvolveria uma instabilidade genética no decorrer da vida (DUTRA; CORREA, 2020). CUIDADO AO IDOSO D A T A CUIDADO AO IDOSO Teorias biológicas Teoria imunológica: Acredita-se que existe uma diminuição da capacidade de atuação do sistema imunológico e, ao longo dos tempos, tornaria o indivíduo bem mais adaptado às agressões internas e externas do organismo humano, provocando, assim, o processo acelerado do envelhecimento. Essa teoria pleiteia que a redução da resposta imunológica se relacionaria diretamente com o envelhecimento do principal órgão imunológico, chamado de timo, que exerce a função de desenvolver e diferenciar os linfócitos T ou células T, que combatem o organismo dos agentes estranhos, denominados de antígenos. D A T A CUIDADO AO IDOSO Teorias biológicas Teoria do acúmulo de danos ou erro catástrofe: se baseia na ideia central do processo do envelhecimento e se direciona principalmente à concentração de moléculas imperfeitas oriundas de erros no reparo, além da produção de moléculas no interior das células (NERI, 2011). Com o passar do tempo e aumento da idade, essas imperfeições moleculares repercutiriam na perda contínua das funções do corpo humano, levando o indivíduo ao processo do envelhecimento. D A T A CUIDADO AO IDOSO Teorias biológicas Teoria das mutações: inúmeras modificações recorrentes nas células eucarióticas, ao passar dos anos, produzem células defeituosas ou mutantes, e essas são incapazes de continuar com a funcionalidade orgânica normal, provocando uma deficiência biológica nas funções dos órgãos, que pode acelerar o processo do envelhecimento (DUTRA; CORREA, 2020). D A T A CUIDADO AO IDOSO Teorias biológicas Teoria do uso e desgaste: se baseia no fato de que o envelhecimento seja o produto do armazenamento de agressões ambientais diárias, que resulta na redução da capacidade orgânica de se recuperar e voltar ao estado normal. Essa teoria explica que as lesões, os processos infecciosos e inflamações, entre outras formas de agressões patogênicas ou não, se acumularia ao longo do tempo no indivíduo humano e, dessa forma, os ferimentos e outros fatores agressivos provocariam modificações celulares teciduais e orgânicas e, assim, desenvolveria rapidamente o processo do envelhecimento. Essa teoria atualmente se encontra em desuso e mal vista. D A T A CUIDADO AO IDOSO D A T A Teorias biológicas Teoria dos RLs: A se baseia no fato de que o envelhecimento seria o produto de defeitos no interior da célula de forma aleatória, provocadas pelas moléculas instáveis e bem reativas denominadas de RLs (NERI, 2011). É importante dizer que essas moléculas atacariam outras em busca da sua estabilidade e, como não conseguem, danificam biomoléculas intracelulares e aceleram o processo do envelhecimento. CUIDADO AO IDOSO D A T A Farmacoterapia na pessoa idosa A população se encontra em crescente envelhecimento e, com tal cenário mundial, surgem também as patologias somadas aos diferentes fatores orgânicos que perduram nessa fase da vida. Essa situação vivenciada pela pessoa idosa proporciona o crescente consumo medicamentoso e, com isso, surge a preocupação dos efeitos desses fármacos em um corpo que se encontra em plenas modificações. CUIDADO AO IDOSO D A T A CUIDADO AO IDOSO D A T A CUIDADO AO IDOSO D A T A CUIDADO AO IDOSO D A T A A palavra farmacocinética foi descrita pela primeira vez em 1953 para explicar o movimento do fármaco ao longo do organismo humano (BATISTA, 2015). Logo após a essa época, foi descrita uma outra palavra denominada farmacodinâmica, que indicava o mecanismo de atuação e as suas consequências desejadas ou terapêuticas e os seus efeitos nocivos (tóxicos). Farmacoterapia na pessoa idosa CUIDADO AO IDOSO D A T A CUIDADO AO IDOSO D A T A Já sabemos que a polifarmácia favorece as interações medicamentosas (IM). Interação medicamentosa é a resposta dos fármacos de forma clínica após o ato de administração dos medicamentos. Ocorre quando existe combinações medicamentosas dos diferentes fármacos administrados individualmente, mas que sofreram influência mútua. Essa resposta podeser benéfica ou nociva, ou ainda desenvolver redução ou aumento dos efeitos adversos, portanto, quando a interação é nociva, pode chegar a diminuir a eficácia do tratamento, aumentar e acelerar excessivamente os efeitos medicamentosos, causando toxicidade, aumentando os efeitos colaterais, e até elevar os índices de morbimortalidade. Farmacoterapia na pessoa idosa CUIDADO AO IDOSO D A T A Os principais tipos de interações medicamentosas que podem ocorrer no adulto e no idoso são: Interação medicamentosa do tipo medicamento e medicamento Interação medicamentosa do tipo medicamento e alimento Interação medicamentosa medicamento e bebida alcoólica Interação medicamentosa medicamento e exames laboratoriais. Farmacoterapia na pessoa idosa CUIDADO AO IDOSO D A T A É observado que, geralmente, essas interações são consideradas prejudiciais ao paciente adulto e idoso. Esse tipo de interação geralmente é provocado por um erro de prescrição ou por automedicação. Por este motivo, existe uma necessidade do profissional médico conhecer detalhadamente as ações dos fármacos que estão sendo prescritos e o profissional enfermeiro precisa e necessita conhecer e compreender o fármaco que está sendo administrado. As principais manifestações das interações medicamentosas indesejáveis podem ser consideradas as intoxicações medicamentosas, neutralização do efeito desejado, dificuldade no tratamento da doença ou de seus sintomas e aumento de reações adversas. As manifestações têm efeitos variados na saúde do adulto e idoso, podendo ser leve, moderado e grave, e até mesmo ocasionar a hospitalização e evolução para o óbito. Farmacoterapia na pessoa idosa CUIDADO AO IDOSO D A T A Violência física CUIDADO AO IDOSO D A T A As IM geralmente são classificadas conforme os fatores envolvidos em interações farmacocinéticas (IFC) ou interações farmacodinâmicas (IFD) (TELESSAUDE, 2010). Interações farmacocinéticas: quando um fármaco altera a etapa da absorção da distribuição e do metabolismo ou excreção de outros fármacos. Interações farmacodinâmicas: decorre da capacidade de um fármaco de se associar ou interagir com o local de ação afetando, o mecanismo de regulação de outros medicamentos. Farmacoterapia na pessoa idosa CUIDADO AO IDOSO D A T A As pessoas idosas tornam-se mais susceptíveis às interações farmacológicas devido ao processo do envelhecimento interagir com as atividades hepáticas, homeostáticas e renais e, possivelmente, pode chegar a ocasionar comprometimentos orgânicos, principalmente no que diz respeito à distribuição e metabolização dos medicamentos, chegando a prejudicar os efeitos terapêuticos e acelerar/intensificar os efeitos adversos (UNA /SUS, 2015). Efeitos desregulados: hipotensão postural com medicamentos que reduzem a pressão sanguínea; desidratação; hipovolemia; distúrbios hidroeletrolíticos com diuréticos; hemorragias com anticoagulantes administrados oralmente. Farmacoterapia na pessoa idosa CUIDADO AO IDOSO D A T A Do ponto de vista profissional, o enfermeiro e a equipe de enfermagem desempenham funções primordiais e singulares na prevenção das IM ao exercerem as funções relacionadas ao aprazamento, preparo, administração e acompanhamento dos efeitos dos fármacos nos diferentes grupos de indivíduos humanos. Entretanto, é imprescindível que tenha conhecimento clínico técnico e científico para saber perceber e identificar as diversas manifestações da IM para não expor os clientes pacientes ou usuários a situações nocivas à saúde (NERI, 2011). Farmacoterapia na pessoa idosa CUIDADO AO IDOSO D A T A Programa Nacional de Segurança do Paciente: tem a finalidade da prevenção e redução de eventos adversos relacionados à assistência nos serviços de saúde, ofertando incumbências à pessoa idosa de qualidade e sem danos (UNA/SUS 2015). Entre as diversas normas básicas, existe um protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos que precisa ser colocado em prática no dia a dia do profissional enfermeiro que trabalha diretamente com os idosos, que fazem uso de inúmeros fármacos. Farmacoterapia na pessoa idosa CUIDADO AO IDOSO D A T A É muito comum prescrições medicamentosas com o objetivo de consertar reações colaterais oriundos de outros medicamentos que foram administrados anteriormente que, possivelmente, ocasionaram uma cadeia de reações indesejáveis, denominada de cascata iatrogênica. Diagnosticar erros medicamentosos é de extrema complicação devido aos processos sintomatológicos serem inúmeras vezes inespecíficos. Geralmente, quando são percebidos pelo médico e enfermeiro, a melhor conduta a seguir é suspender o medicamento. Farmacoterapia na pessoa idosa CUIDADO AO IDOSO D A T A O enfermeiro que assiste ao idoso precisa aprender a lidar com fatores limitantes que decorrem com a senescência (SANDRI; ALVAREZ, 2018). Por isso, promoção, prevenção, educação e orientação são as funções básicas iniciais para conseguirem estabelecer vínculos com a pessoa idosa para desenvolverem esquemas terapêuticos simples e, finalmente, maximizar a eficiência terapêutica do medicamento, reduzindo o aparecimento de eventos adversos. Farmacoterapia na pessoa idosa CUIDADO AO IDOSO D A T A O enfermeiro, ao longo do seu contexto profissional, adquiriu múltiplas funções, mas sempre trabalhou com o vínculo ao próximo para garantir uma melhor assistência de enfermagem baseada em evidências científicas. Não é tão fácil conseguir o tal vínculo com o cliente paciente ou usuário a qual ele presta assistência de saúde. Quando nos referimos a criar vínculo, vem em mente o termo adesão, que no sentindo da palavra tem um significado de fazer parte de alguma coisa, demonstrando apoio. Não é algo fácil conseguir que uma pessoa cheia de costumes ao longo da sua vida venha a fazer adesão de algo que geralmente não quer ou não se encontra apta para tal. Adesão medicamentosa em idosos CUIDADO AO IDOSO D A T A O número crescente de pessoas idosas portadoras de patologias crônicas que utilizam os serviços de saúde se elevam diariamente e a inadequação da terapêutica medicamentosa pode ser considerada o principal fator que as levam a procurar esse atendimento (JUNIOR; LINDNER; HELENA, 2013). Nos idosos, este problema, além de acelerar a demanda da assistência dos serviços de saúde, favorece o aumento dos índices das taxas de internação hospitalar ou contribui para aumentar o tempo de duração dessa internação Adesão medicamentosa em idosos CUIDADO AO IDOSO D A T A Para que a ocorrência do processo de adesão medicamentosa tenha sucesso, diversos fatores devem ser levados em consideração: Adesão medicamentosa em idosos • Situação social econômica e cultural do idoso e/ou cuidador; • Presença ou ausência de deficiência motora e cognitiva do idoso; • Conhecimento a respeito da patologia e nível de relação ao enfermeiro-idoso. CUIDADO AO IDOSO D A T A É importante dizer que a função do enfermeiro nessa ocasião é orientar, mostrar e incentivar o uso correto e adequado do fármaco, além de explicar a função terapêutica de cada medicamento e associá-los com as respectivas patologias. Entretanto, são inúmeras as causas que colaboram para a falta de adesão entre as pessoas idosas, tais como: Adesão medicamentosa em idosos - Acessibilidade aos medicamentos ou fármacos; - aspectos da patologia e do tratamento; - assistência social; - vinculação profissional de saúde-idoso; - idade avançada - baixo poder aquisitivo; - analfabetismo; - processo depressivo; - transtorno de ansiedade; - negação ou receio da patologia - as crenças relativas à saúde CUIDADO AO IDOSO D A T A Os profissionais enfermeiros, ao longo do tempo, adquiriram mais experiência com as pessoas idosas do que com as formações específicas, ficando uma lacuna entre a teoria e prática na área da gerontologia. As pessoas idosas são, atualmente, os principais usuários dos diversificados níveis de assistência de saúde. As atribuições do enfermeiro incluem a prestaçãode uma assistência especializada e individualizada para o idoso, além de dar informação e educar para a saúde, objetivando a qualidade de vida (SANDRI; ALVAREZ, 2018). Essa interação entre idoso e enfermeiro centra-se em uma relação dinâmica a qual o enfermeiro deve prestar os cuidados baseados nas queixas singulares e adequar ao convívio diário para uma melhor aceitação por parte da pessoa idosa. O Enfermeiro e a pessoa idosa CUIDADO AO IDOSO D A T A É comum a ocorrência do desencadeamento de fatores clínicos no enfermeiro devido ao despreparo em não saber lidar com o idoso. Esses fatores podem desencadear níveis elevados de estresse nesses profissionais. Tais fatores são: os idosos apresentam manifestações clínicas críticas devido à coexistência de inúmeras doenças crônicas e degenerativas; os idosos exigem mais tempo e atividades diárias e podem apresentar algum nível de dependência funcional; existem problemas na relação interpessoal; pode ocorrer dificuldade em aceitar o processo da morte dos idosos. O Enfermeiro e a pessoa idosa CUIDADO AO IDOSO D A T A Enfim, o campo de atuação do enfermeiro em gerontologia, bem como os cuidados de enfermagem para a pessoa idosa, é um desafio para o profissional que atua com os cuidados aos idosos. É recomendável que o profissional enfermeiro busque uma especialização na área da gerontologia e esteja atento às legislações técnicas e cientificas vigentes, além de se capacitar constantemente no processo da assistência de enfermagem para conseguir atuar de forma correta e coerente de acordo com cada indivíduo idoso. O Enfermeiro e a pessoa idosa CUIDADO AO IDOSO D A T A Conhecer as tendências e inovações do cuidar na saúde do idoso é um critério facilitador para a aplicabilidade de uma prestação de serviço de qualidade, estendendo o processo do envelhecimento para um planejamento diário de um plano de cuidado direcionado às necessidades anatômicas, fisiológicas, bioquímicas, imunológicas e farmacológicas do corpo da pessoa idosa. O Enfermeiro e a pessoa idosa CUIDADO AO IDOSO D A T A OBRIGADA!
Compartilhar