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Saúde do idoso

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SAÚDE DO IDOSO
Objetivos
◦ O objetivo geral é abordar integralmente a saúde da pessoa idosa, conhecendo as peculiaridades
de certas condições e agravos. Temas abordados: visão geral da abordagem clínica de pessoas
idosas, peculiaridades das manifestações clínicas em pessoas idosas, os gigantes da geriatria,
gerenciando o cuidado.
◦ Objetivos específicos: Atualizar o profissional de enfermagem e estudantes de enfermagem
acerca do processo de envelhecimento, as mudanças que ocorrem no organismo do idoso e as
patologias mais frequentes na terceira idade; Possibilitar ao aluno e ao profissional de enfermagem
o conhecimento teórico sobre a Sistematização da Assistência ao paciente geriátrico. Esclarecer
dúvidas sobre as peculiaridades na assistência de enfermagem ao paciente geriátrico.
Idosos no Brasil
O Brasil envelhece de forma rápida e intensa. No Censo de 2000, contava com mais de 14,5 milhões de
idosos (IBGE, 2000), em sua maioria com baixo nível socioeconômico e educacional e com uma alta
prevalência de doenças crônicas e causadoras de limitação funcional e de incapacidades.
◦ A maior causa de mortalidade entre idosos brasileiros é o acidente vascular cerebral.
◦ A longevidade do da população brasileira está aumentando em nosso país. O envelhecimento esbarra-se
nos diversos problemas sociais existente na nação. Os fatores socioeconômicos exercem importante
influência tanto nos aspectos psicológicos como físicos do processo de envelhecimento.
◦ Novos Desafios para o sistema de saúde instalado no Brasil: a prevenção das doenças crônicas e
degenerativas, a assistência à saúde dos idosos dependentes e o suporte aos cuidadores familiares.
Brasil e a saúde do idoso
◦ Neste país, a velhice sem independência e autonomia ainda faz parte de uma face oculta da opinião pública,
porque vem sendo mantida no âmbito familiar dos domicílios ou nas instituições asilares, impedindo
qualquer visibilidade e, consequentemente, qualquer preocupação política de proteção social. Estudos
revelam que cerca de 40% dos indivíduos com 65 anos ou mais de idade precisam de algum tipo de ajuda
para realizar pelo menos uma tarefa como fazer compras, cuidar das finanças, preparar refeições e limpar a
casa.
◦ A população idosa frequentemente é a que mais adoece e é acometida por uma ou mais doenças, sendo que a
morbidade múltipla entre idosos está associada às doenças crônicas, bem como às condições precárias de
vida ligadas a baixa renda, que requerem medidas de diversas naturezas. A doença crônica aumenta a
vulnerabilidade do idoso ao declínio funcional.
POLÍTICA DO IDOSO NO BRASIL 
◦ A Política Nacional do Idoso, promulgada em 1994 e regulamentada em 1996, assegura direitos sociais às
pessoas idosas, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na
sociedade e reafirmando o direito à saúde nos diversos níveis de atendimento do Sistema Único de Saúde
(SUS) – Lei nº 8.842/94 e Decreto nº 1.928/96.
◦ Estatuto do Idoso: Art. 3º “É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público
assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, À liberdade, à dignidade, ao respeito e a convivência
familiar e comunitária.
◦ A Portaria nº 399 de 22 de fevereiro de 2006 divulga o Pacto pela Saúde – Consolidação do SUS e aprova as
diretrizes operacionais do Pacto.
◦ A Portaria nº 2.528 de 19 de outubro de 2006 – aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.
São diretrizes importantes para a atenção integral à saúde do idoso: 
◦ Promoção do envelhecimento ativo e saudável; 
◦ Manutenção e reabilitação da capacidade 
funcional; 
◦ Apoio ao desenvolvimento de cuidados 
informais. 
◦ A finalidade primordial da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa é recuperar, manter e
promover a autonomia e a independência dos indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas e individuais
de saúde para esse fim, em consonância com os princípios e diretrizes do SUS. É alvo dessa Política todo
cidadão brasileiro com 60 anos ou mais de idade.
◦ Um instrumento de acompanhamento da saúde do idoso no SUS é a Caderneta do Idoso – deverá
ser preenchida no momento da visita domiciliar onde há um morador com 60 anos ou na consulta na
Unidade de Saúde da Família (USF). A segurança na identificação do paciente é fundamental para a redução
de erros relacionados a administração de medicamentos, transfusão de hemoconcentrado e na realização de
exames. A função primordial da caderneta do idoso é fazer um levantamento das condições de saúde desse
indivíduo e os riscos para sua saúde.
Idoso: é uma pessoa de idade avançada. 
◦ A OMS classifica cronologicamente como idoso, as pessoas com mais de 65 anos de idade
em países desenvolvidos e mais de 60 anos em países em desenvolvimento.
◦ Geriatria: estudo da velhice inclui a fisiologia, patologia, diagnóstico e tratamento das doenças dos
idosos.
◦ Gerontologia: estudo do processo do envelhecimento advém das ciências biológicas, sociológicas e
psicológicas.
◦ A enfermagem Gerontologica/ Geriátrica: é o campo da enfermagem que se especializa no
cuidado dos idosos.
Quem é o paciente geriátrico?
Características do paciente geriátrico: 
◦ Idade superior a 60 anos; 
◦ Pluripatologias; 
◦ Seu processo ou doença principal tem caráter incapacitante; 
◦ Patologia mental acompanhante ou predominante; 
◦ Existe problemática social relacionada ao seu estado de saúde
Alterações estruturais
CÉLULAS E TECIDOS 
Redução do número de células ativas; 
Redução do abrandamento do ritmo da 
multiplicação celular; 
Atrofia e perda de elasticidade tecidual. 
COMPOSIÇÃO GLOBAL DO CORPO E PESO 
CORPORAL 
Aumento do tecido gordo em relação ao tecido magro; 
Modificações no peso corporal e no peso dos órgãos. 
MÚSCULOS, OSSOS E ARTICULAÇÕES
Redução de 25 a 30% da massa muscular; 
Redução da mobilidade de diversas articulações; 
Redução da distância entre os discos vertebrais; 
Redução da dimensão da caixa torácica; 
Perdas de cálcio; 
Redução do funcionamento locomotor e problemas de equilíbrio. 
PELE E TECIDO SUBCUTÂNEO 
Perda dos tecidos de suporte cutâneo;
Atrofia e baixa da eficácia das glândulas
sebáceas e sudoríparas;
Perda de elasticidade da pele;
Persistência da prega cutânea;
Aparecimento de rugas;
Acentuamento das proeminências ósseas;
Descair das faces, queixo e pálpebras e
alongamento dos lobos das orelhas.
TEGUMENTOS
Pelos finos e raros, exceto na face;
Perda de cabelos, calvície ou cabelos
brancos;
Acinzentar ou descolorir dos cabelos;
Espessamento das unhas (Onicogrifose).
ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS
“Envelhecimento é um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal,
não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma
espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio-
ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte”
(OPAS - ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE). 
◦ O aumento da expectativa de vida da população brasileira exige de nós uma participação
consciente, voltada para a melhoria da qualidade de vida dos idosos. Para o ano de 2050, estima-se
que existam cerca de dois bilhões de idosos no mundo, a maioria deles vivendo em países em
desenvolvimento. Envelhecer é um processo natural que ao longo do tempo impõe ao ser
humano diversas alterações, produzindo efeitos estruturais e comportamentais que repercutem no
contexto biopsicossocial na vida desse indivíduo. Essas alterações têm interferências multifatoriais,
pois tanto fatores intrínsecos como extrínsecos corroboram para a senilidade. A existência
humana é marcada, nos seus extremos. O ser humano passa pela infância atravessa a mocidade,
atinge a maturidade e, finalmente, chega à velhice. Aparecem, então, os primeiros sinais evidentes
da usura de todo o organismo.De acordo com a Organização Mundial de Saúde, é considerado como IDOSO, o indivíduo que tem entre 60
anos ou mais.
◦ As diferenças de cada processo de envelhecimento distinguem-se de pessoa a pessoa. Dois
indivíduos de mesma idade podem apresentar-se envelhecidos mediante as respostas de cada um
deles aos agentes estressores, internos e externos. Mesmo sendo um processo natural, envelhecer
produz modificações fisiológicas importantes nos sistemas orgânicos que têm como resultado
uma cascata de efeitos indesejáveis aos sistemas vitais. Essas respostas individuais às agressões
sofridas ao longo da nossa vida são os fatores que determinam a velocidade com que o
envelhecimento acontece.
◦ Estas alterações ocorrem desde cedo embora sejam pouco percebidas, mas é na “velhice” que
estas modificações tornam-se visíveis. As mudanças ocorrem a nível celular, tecidual, orgânico e
nos sistemas. Cada sistema sofre alterações naturais a seu próprio tempo como resultado de
agressões intrínsecas e extrínsecas que levam a uma diminuição da reserva fisiológica, ao declínio
dos sistemas de defesa e de adaptação ao meio, e deixam a pessoa mais susceptível a enfermidades.
Entretanto, é importante que tenhamos em mente alguns conceitos.
◦ Com o aumento da população idosa, surgiram duas especialidades da Medicina voltadas ao
cuidado dessas pessoas, denominadas Geriatria e a Gerontologia.
Geriatria x Gerontologia
◦ Geriatria é “o ramo da Medicina que lida com os aspectos fisiológicos e
psicológicos do envelhecimento bem como com o diagnóstico e tratamento das
doenças que afetam aos idosos”, enquanto Gerontologia estuda “todos os
aspectos do envelhecimento e suas consequências”. Portanto, podemos afirmar
que a Gerontologia é de atuação mais ampla que a Geriatria. Ela assiste o idoso
nos aspectos biomédico e social. A Geriatria trata das alterações orgânicas e
estruturais, faz o diagnóstico e trata das enfermidades que acometem os idosos.
Senescência x Senilidade
◦ Senescência é um processo natural vivido por cada espécie. Expressa as alterações biopsicofuncionais que
decorrem do envelhecimento que a pessoa sofre ao longo dos anos e que implica em perda progressiva das
reservas funcionais que, a princípio, significa ausência de doença. É o período em que os declínios físicos e
mentais são lentos e graduais.
◦ Senilidade é a fase final do envelhecimento. Nesta fase, podemos observar a diminuição da memória e a
ocorrência de perda significativa das capacidades física e funcional que tende a estabelecer limitações que
podem originar necessidade de assistência à saúde. Refere-se à fase do envelhecer em que o declínio físico é
mais acentuado e é acompanhado da desorganização mental. Aqui, também, encontramos as diferenças
entre as pessoas; algumas se tornam senis relativamente jovens, outras antes dos 70 anos, outras, porém,
nunca ficam senis, pois são capazes de se dedicarem a atividades criativas que lhes conservam a lucidez até a
morte. É necessário ressaltar a importância da realização do histórico e exame físico completo do idoso
para que você possa observar as alterações. No decorrer desse estudo, você encontrará uma sequência de
informações quanto a alterações, estruturais e fisiológicas, que o envelhecimento acarreta ao nosso corpo.
O Sistema Nervoso Central (SNC) e o Sistema Nervoso Periférico (SNP)
sofrem alterações importantes e as respostas, sensoriais e motoras, são
refletidas de forma equivalente de acordo com a extensão do dano.
◦ Observou-se que o volume do tecido cerebral diminui de forma gradual e variável. Esta situação resulta
da redução da quantidade ou do tamanho de algumas das células que formam parte do cérebro, os
neurônios. Ao mesmo tempo ocorre um aumento do volume do líquido que se encontra normalmente
dentro do sistema nervoso. A combinação de ambas as alterações é conhecida por atrofia cerebral. O
cérebro sofre com a diminuição do fluxo sanguíneo e do consumo de oxigênio, isso podendo levar ao
aparecimento de vertigens e desequilíbrio a mudanças de decúbito.
◦ O retardamento da condução do impulso nervoso leva ao atraso das
respostas sensoriais e motoras. A cognição também é afetada. Com a
diminuição das células nervosas, ocorre com frequência a não
ocorrência de reprodução celular, acontecendo, também, o
decréscimo do peso e do volume do cérebro devido à perda de
massa celular. Estas modificações podem acompanhar-se de
algumas alterações nas funções intelectuais; assim, verifica-se uma
lentificação generalizada de todos os processos mentais. Entre as
manifestações mais marcantes podem mencionar-se a diminuição da
capacidade de memorização, aquisição e retenção de nova
informação. Existe uma grande perda de neurônios durante a vida
humana, mas descobertas recentes da neurociência comprovam que
mesmo na faixa etária de 70 anos o cérebro ainda continua
produzindo novos neurônios e o cérebro idoso é ainda mais elástico
do que se acreditava anteriormente.
Além das alterações mencionadas, o envelhecimento normal
pode acompanhar-se de outras manifestações neurológicas.
◦ Perturbações do equilíbrio; 
◦ Postura encurvada; 
◦ Lentificação da marcha, com passos mais curtos; 
◦ Maior sensibilidade à luz intensa e menor adaptação ao escuro; 
◦ Surdez variável, especialmente para sons agudos; 
◦ Diminuição do gosto e do olfato; 
◦ Redução da velocidade e potência musculares
Alterações cognitivas e sensoriais
Com o envelhecimento, são detectadas diversas mudanças nas funções perceptivas dos idosos. Podemos
destacar como consequência dessas alterações, uma deterioração progressiva no desempenho motor
especializado. O desempenho físico e social do idoso depende da integridade de suas funções cognitivas. A
perda de memória recente e a habilidade de cálculo são indicadores sensíveis de redução dessas funções. A
visão, considerada por muitos como o órgão do sentido mais essencial, é prioritariamente afetada. Surgem
as seguintes alterações:
◦ Redução do campo visual: explicada por fatores mecânicos como abaixamento da pálpebra superior e
pupila diminuída;
◦ Dificuldade de focalização de objetos próximos: é mais lenta a velocidade de acomodação dos olhos
em uma alteração do comprimento focal para uma pessoa idosa.
◦ Diminuição da acuidade visual: o déficit visual ocorre por alterações estruturais e funcionais dos
olhos.
Ainda, em consequência de doenças crônico degenerativas, tais como diabetes e hipertensão,
manifestam-se o glaucoma e problemas na retina que podem levar à cegueira. A catarata, doença
comum entre indivíduos idosos, é a opacidade do cristalino, e reduz drasticamente a visão. A
diminuição da capacidade auditiva é considerada um importante motivo da exclusão social do idoso.
A maior dificuldade auditiva da pessoa idosa é na detecção de sons de alta frequência e no aumento
do tempo de reação aos sons.
Alterações do humor e depressão podem ser confundidas com doenças demenciais. Por essa razão,
a atenção do profissional de saúde deve estar focada na fala do cliente, observando alterações no
ritmo, repetições de palavras ou frases e desarticulação do assunto abordado. O raciocínio torna-se
mais lento embora a inteligência e a capacidade de aprender não diminuam. O desleixo com a
autoimagem, deterioração da relação sócio-familiar, confusão mental e julgamento alterado são
acontecimentos comuns a essa fase.
Os órgãos do sentido são responsáveis em grande parte pelas percepções. A perda
cognitiva não é uma regra ao adulto idoso, pois muitos mantêm o raciocínio pleno, mas o
acréscimo etário suscita a incidência de doenças demenciais, tais como o Alzheimer, que provoca
descuido e desarticulação familiar e social. Quanto menor forem as informações
recebidas pelo sistema nervoso, menor será a sua resposta ao ambiente, interno ou externo,
e consequentemente, menos interações com o meio ao seu redor o indivíduo terá. O idoso
exclui-se facilmente caso não seja constantemente estimulado e motivado a participar deatividades
na sociedade onde vive.
◦ Ocorre uma perda progressiva de neurônios receptores, dano ao nervo auditivo e uma
deterioração da função no córtex auditivo.
◦ O olfato também é afetado, ocorrendo uma queda gradual na capacidade de identificar
corretamente os odores.
◦ O tato, responsável pela informação ao sistema nervoso da temperatura do ambiente externo,
sensações de dor e de toque, é sensivelmente diminuído. A diminuição do número de receptores
de tato e a degeneração das fibras nervosas associadas são as principais razões para este efeito.
Mobilidade 
Patologias mais frequentes na terceira idade
SISTEMA URINÁRIO
Infecção Urinária; 
Hipertrofia e CA de Próstata; 
Incontinência Urinária; 
SISTEMA HEMATOLÓGICO 
Anemias; 
Leucemias e Linfomas; 
SISTEMA NERVOSO 
Doença de Alzheimer; 
Demência vascular; 
Doença de Parkinson; 
Acidente Vascular Encefálico 
SISTEMA ENDÓCRINO E METABÓLICO 
Diabetes Mellitus; 
Desidratação;
Alteração da tireoide; 
Obesidade 
SISTEMA REUMATOLÓGICO E ÓSSEO 
Artrose; 
Osteoporose; 
Fraturas: quadril, rádio e úmero. 
SISTEMA SENSITIVO 
Visual: catarata, glaucoma 
Auditivo: tampões de cera, presbiacusia. 
Sistematização da assistência de enfermagem em pacientes 
com patologias gerontológicas
ETAPAS DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) 
◦ Histórico 
◦ Diagnóstico de Enfermagem 
◦ Planejamento 
◦ Prescrição/Implementação 
◦ Avaliação 
SAE x Idoso
◦ No Brasil, a SAE ainda é um tema pouco estudado e implementado pelos profissionais de
enfermagem, principalmente em relação à população idosa que nas últimas décadas aumentou
gradativamente e consequentemente exigindo uma assistência de maior qualidade.
◦ A SAE é uma estratégia para garantir ao idoso um atendimento sistematizado, individualizado e
humanizado. A implantação da SAE é uma necessidade para a definição, diferenciação e
valorização da profissão e dos profissionais de enfermagem, além de ser um importante recurso
de que o enfermeiro dispõe para aplicar e demonstrar seus conhecimentos científicos, técnicos e
humanos no cuidado ao paciente.
SAE na saúde do idoso
◦ Passou a ser exigida legalmente na Resolução COFEN nº 272/ 2002, que determinou sua implementação
exclusivamente por enfermeiros, em todos os níveis de saúde. É evidente a necessidade de se definir a SAE
no cuidado ao idoso. Sua utilização oferece respaldo, segurança e direcionamento necessário para o
desempenho das atividades do enfermeiro.
◦ A SAE é uma maneira de proporcionar uma assistência individualizada e humanizada, a qual deve estimular a
participação do idoso e sua família na elaboração e execução do seu plano de cuidados.
◦ O Diagnóstico de Enfermagem é definido pelo North American Nursing Association (NANDA):
julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, família ou da comunidade a problemas de saúde/
processos vitais reais ou potenciais.
No acolhimento à pessoa idosa deve-se atentar para os
seguintes aspectos:
◦ O estabelecimento de uma relação respeitosa, considerando sua experiência.
◦ Chamar a pessoa pelo seu nome e manter contato visual de preferência de frente e em local
iluminado, considerando um possível declínio visual e auditivo.
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE 
ENFERMAGEM: 
Nível Primário * Nível Secundário * Nível Terciário 
Nível Primário: Prevenção da Doença, Promoção e Manutenção da Saúde
Objetivos
• Fazer desaparecer os fatores de 
risco; 
• Tornar o organismo mais 
resistente ao ataque; 
• Levantar barreiras contra o 
invasor; 
Meios
• Educação; 
• Tratamento das deficiências;
• Imunização; 
• Modificações dos hábitos de vida; 
Locais
• Cuidados nos domicílios; 
• Serviços não institucionais;
• Grupo de idosos; 
• Clínicas de diagnóstico. 
Objetivos
• Descobrir precocemente o processo patológico;
• Erradicar o mais possível as deficiências;
• Exames de saúde regulares;
Nível Secundário: Curar a Doença, Tratar ou Retardar sua progressão
Meios
• Despiste precoce; 
• Detecção das doenças específicas dos idosos; 
• Identificação dos fatores de risco; 
• Avaliação Psicossocial e familiar; 
Locais
• Todos os níveis do sistema de saúde; 
• Profissionais Especializados; 
• Grupos de Idosos; 
• População em Geral. 
Objetivos
• Instaurar medidas para retardar a progressão da doença; 
• Instituir medidas que permitam um ótimo funcionamento; 
• Prevenir e reduzir as sequelas; 
Nível Terciário: Diminuir as consequências e as repercussões da doença
Meios
Rede de cuidados gerontológicos integrado e adaptado; 
Revalorização do papel do idoso na família; 
Atividades de readaptação: fisioterapia e reabilitação 
Locais
• No domicílio
• Instituições Especializadas; 
• Serviços Externos; 
• Serviços Especializados; 
• Família e Rede de Suporte; 
Atribuições do enfermeiro na atenção ao idoso na 
Atenção Básica
• Realizar atenção integral às pessoas idosas.
• Realizar assistência domiciliar, quando necessário.
• Realizar consulta de enfermagem, incluindo a avaliação multidimensional e
instrumentos complementares, se necessário solicitar exames conforme protocolos
do Ministério da Saúde ou estabelecido pelo gestor municipal.
• Realizar atividades educativas permanentes e interdisciplinares.
• Orientar os idosos, aos familiares e/ou cuidadores sobre a correta utilização dos
medicamentos.
◦ Realizar avaliação global da pessoa idosa na atenção básica: alimentação, acuidade visual e auditiva,
incontinência urinária, sexualidade, vacinação, avaliação cognitiva, depressão, mobilidade, queda, avaliação
funcional e realização das atividades da vida diária.
◦ Suporte familiar e social através da avaliação da funcionalidade familiar e avaliação do estresse do cuidador.
◦ Monitoramento da violência intrafamiliar e maus tratos contra a pessoa idosa.
◦ Atentar para os pontos de fragilidade nos idosos:
◦ Idade superior a 75 anos;
◦ Idosos que vivenciam violência intradomiciliar;
◦ Idosos acamados;
◦ Doenças sabidamente causadoras de incapacidade funcional.
◦ Quedas ou internações nos últimos seis meses.
◦ Idosos que ficam sozinhos e têm várias doenças crônicas.
◦ Idosos residentes em Instituições de Longa Permanência (ILPIs) – antigos asilos.
Avaliação global da pessoa na terceira idade 
• Alimentação e nutrição
• Dieta saudável
• Acuidade visual
• Acuidade Auditiva
• Incontinência urinária
• Sexualidade
• Vacinação
• Avaliação cognitiva 
• Depressão 
• Mobilidade 
• Queda 
• Avaliação funcional 
• Atividade da vida diária
Uma dieta saudável significa a ingestão de alimentos que possam ser digeridos com
facilidade e que não produzam o depósito de gorduras e açúcares, de preferência usando
pouco sal e com uma boa quantidade de líquidos, verduras e frutas.
Os exercícios físicos favorecem o sono, o apetite, promove o bom funcionamento dos
intestinos, a concentração, ajudam a manter o equilíbrio e a coordenação motora, evitam
e reduzem o sobrepeso, aumentam a quantidade cerebral das endorfinas que combatem a
depressão, mas não devem ser extenuantes. Caminhadas diárias são as mais
recomendadas.
Prevenir é o ato pelo qual se procura evitar que algo aconteça. É missão essencial dos
serviços de saúde evitar ou prevenir o aparecimento de doenças.
Condições crônicas comuns em idosos
◦ Osteoporose 
◦ Artrite
◦ Hipertensão 
◦ Diabetes 
◦ Cardiopatia 
◦ Doenças vasculares 
◦ Problemas visuais 
◦ Problemas auditivos 
◦ Depressão 
OSTEOPOROSE
Ossos
◦ O tecido ósseo, apesar do que muitos pensam, é também um tecido vivo. Ele é composto por diferentes tipos
celulares e uma matriz mineralizada. Células especiais do tecido ósseo são responsáveis pela produção de
matriz óssea. Algumas células do tecido ósseo são capazes de destruir a matriz e reabsorvê-la. O tecido ósseo
é responsável por fornecer sustentação e proteção, além de auxiliar na movimentação do corpo. Vasos
sanguíneos são encontrados nas cavidades dos ossos. Nutrientes e gasesnão são capazes de difundir-se pela
matriz, sendo necessária, portanto, a participação de vasos sanguíneos para garantir esse processo.
◦ O tecido ósseo é um tecido formado por células (osteócitos, osteoclastos e osteoblastos) e matriz
mineralizada rica em colágeno. É um tipo de tecido conjuntivo vascularizado.
◦ O tecido ósseo apresenta diferentes tipos celulares que desempenham variadas funções. Dentre elas,
podemos destacar os osteoblastos que são responsáveis pela produção da matriz óssea. São responsáveis
pela deposição da matriz, que ocorre ao redor da própria célula. O osteoclasto está localizado normalmente
na superfície do osso, está relacionada com a destruição da matriz óssea e a reabsorção do tecido.
O osso, além de promover sustentação ao nosso
organismo, é a fonte de cálcio, necessária para a execução
de diversas funções como os batimentos cardíacos e a
força muscular. É uma estrutura viva que está sendo
sempre renovada. Essa remodelação acontece diariamente
em todo o esqueleto, durante a vida inteira.
A osteoporose é uma doença que se caracteriza pela
diminuição de massa óssea, com o desenvolvimento de
ossos ocos, finos e de extrema sensibilidade, tornando-os
mais sujeitos a fraturas.
◦ A osteoporose é definida como uma doença sistêmica progressiva que leva a
uma desordem esquelética, caracterizada por força óssea comprometida,
predispondo a um aumento do risco de fratura.
◦ É considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a “Epidemia
Silenciosa do Século”, e atualmente um problema de saúde pública no mundo
inteiro devido ao aumento na expectativa de vida das populações. É uma
doença de grande impacto devido à sua alta prevalência e grande
morbimortalidade. Afeta indivíduos de maior idade, de ambos os sexos,
principalmente, mulheres na pós-menopausa, que também apresentam mais
fraturas. As fraturas de corpos vertebrais e de quadril são as complicações mais
graves.
◦ A mortalidade das pessoas com fratura de quadril é de 10 a 20% em seis
meses. Do restante, 50% precisarão de algum tipo de auxílio para deambular
(caminhar) e 25% necessitarão de assistência domiciliar ou internação em casas
geriátricas.
◦ Fatores genéticos (como existência de parente de primeiro grau com fratura sem trauma ou
com trauma mínimo); fatores comportamentais (tabagismo, consumo excessivo de bebidas
alcoólicas, cafeína e falta de atividade física regular)
◦ Baixa ingestão de cálcio alimentar
◦ Estado menstrual (menopausa precoce, menarca tardia, amenorreias)
◦ Uso de drogas (corticosteróides, anti-epilépticos, hormônios tireoideanos, ciclosporina)
◦ Doenças endocrinológicas (hiperparatireoidismo primário, tireotoxicose, síndrome de
Cushing, hipogonadismos e diabete melito); Doenças hematológicas (mieloma múltiplo);
Doenças reumatológicas (artrite reumatóide); Doenças gastroenterológicas (síndrome de má-
absorção, doença inflamatória intestinal, doença celíaca); Doenças neurológicas.
ALERTA
A osteoporose é uma doença óssea
metabólica comum e a principal causa de
fraturas por fragilidade esquelética. Ela é
caracterizada por diminuição da massa
óssea e deterioração da microarquitetura do
tecido ósseo com consequente aumento da
fragilidade óssea e da susceptibilidade a
fraturas. Vários fatores de risco estão
associados tanto com o desenvolvimento
de osteoporose quanto com suas fraturas.
A instalação da osteoporose resulta de anos
de perda óssea. Pode ser classificada em
primária, que não apresenta causa bem
definida; e secundária, quando é decorrente
de uma causa bem definida.
Os locais mais comuns atingidos pela
osteoporose são a coluna (vértebras), o
bacia (fêmur), o punho (rádio) e braço
(úmero). Destas, a fratura mais perigosa é a
do colo do fêmur.
Um quarto dos pacientes que sofrem esta
fratura morrem dentro de seis meses e os
que sobrevivem apresentam uma redução
importante da qualidade de vida e
independência.
Muita dor nas costas e diminuição de
estatura podem representar fraturas
vertebrais da osteoporose.
Doença silenciosa (raramente apresenta sintomas antes que aconteça sua
consequência mais grave, isto é, uma fratura óssea). O ideal é que sejam feitos
exames preventivos, para que ela seja diagnosticada a tempo de se evitar as
fraturas. Os ossos recebem forte influência do estrogênio (hormônio
feminino), também presente nos homens, só que em menor quantidade. Esta
hormônio ajuda a manter o equilíbrio entre a perda e o ganho de massa
óssea. Por este motivo, as mulheres são as mais atingidas pela doença, uma
vez que, na menopausa, os níveis de estrogênio caem bruscamente. Com esta
queda, os ossos passam a se descalcificar e se tornam mais frágeis. De acordo
com estatísticas, a osteoporose afeta um homem para cada quatro mulheres.
Dez milhões de brasileiros sofrem de osteoporose. Uma a cada quatro
mulheres com mais de 50 anos desenvolve a doença. No Brasil, a cada
ano ocorrem cerca de 2,4 milhões de fraturas decorrentes da osteoporose.
Duzentas mil pessoas morrem todos os anos no país em decorrência destas
fraturas. Mas, mesmo após uma fratura osteoporótica, o paciente não é
encaminhado para tratamento o que leva a um aumento do risco de uma
nova fratura.
O diagnóstico precoce é feito pela medida da densidade óssea,
através do exame da Densitometria Óssea.
Possuem maior risco para desenvolver osteoporose as mulheres,
indivíduos de raça branca, pessoas miúdas (magrinhas e pequenas), que
tiveram menopausa precoce e não fizeram reposição hormonal, os
fumantes, que possuem história de fraturas na família, que possuem
doenças graves ou que utilizam corticoides por longo tempo, e aquelas
que já tiveram fraturas na idade adulta. O exame está indicado para
todas as mulheres a partir de 65 anos e para todos homens com 70 anos
ou mais. Além disto, todas mulheres menopausadas e todos homens
com mais de 50 anos, que possuam um dos fatores de risco descritos
acima, devem realizar o exame para confirmar a presença da
osteoporose.
Densitometria Óssea
Prevenção de osteoporose
◦ Deve iniciar na infância, através de uma alimentação saudável, com boa quantidade de alimentos ricos em
cálcio (especialmente presente nos laticínios e, em menor quantidade, nas verduras escuras, no gergelim, no feijão
branco e no tofu). Além disto, deve-se proporcionar para a criança e o adolescente a possibilidade de brincadeiras
e atividades ao ar livre. Isto não somente vai estimular o exercício físico, que fortalece o esqueleto em
crescimento, mas também possibilitar a exposição ao sol para que ocorra a produção Vitamina D na pele.
Importante salientar que a atividade física em qualquer fase da vida tem um papel na prevenção de osteoporose e
fraturas. A Vitamina D é fundamental para nossa saúde, em especial para o fortalecimento ósseo. Como ela não
esta presente na maioria dos alimentos, temos que obtê-la através da exposição ao sol ou, quando isto não for
possível, através de suplementos vitamínicos.
◦ O risco de desenvolver a Osteoporose pode ser reduzido, se medidas como uma alimentação rica em cálcio,
manutenção de uma atividade física e aporte adequado de Vitamina D foram proporcionados ao longo da vida.
Entretanto, é importante salientar que, mesmo com todos estes cuidados, uma parte dos indivíduos vai ter
osteoporose, pois a herança genética ainda não pode ser modificada. Existem tratamentos eficazes, para quem tem
a doença. Um endocrinologista poderá conduzir o tratamento de maneira adequada e tranquila.
◦ A prevenção deve começar na infância com a realização de exercícios com
frequência regular, associada a uma dieta rica em cálcio e exposição regular ao sol
(vitamina D), além da melhoria das condições de equilíbrio e visão. Desse modo,
com a chegada da menopausa ou se houver necessidade de utilizar drogas que
aumentam a reabsorção óssea, o indivíduo terá uma reserva óssea adequada,
mantendo os ossos mais resistentes. O tratamento da osteoporose também inclui
dieta, atividade física, exposição solar, além das medidas preventivasde quedas e
uso de medicamentos. No caso da osteoporose secundária, além das medidas
citadas anteriormente, a terapia deverá ser direcionada à doença de base
estabelecida.
◦ Em Julho de 2002, foi publicada a Portaria SAS nº 470 que aprova o Protocolo
Clínico e as Diretrizes Terapêuticas da Osteoporose: Bisfosfonados, Calcitonina,
Carbonato de Cálcio, Vitamina D, Estrógenos e Raloxifeno.
ARTRITE
HIPERTENSÃO
◦ A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um importante problema de saúde pública no Brasil e
no mundo, sendo ainda um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de
doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais crônica. É responsável por pelo menos 40%
das mortes por acidente vascular cerebral e por 25% das mortes por doença arterial coronariana.
Em combinação com o diabetes, representa 62,1% do diagnóstico primário de pessoas submetidas
à diálise.
◦ Entre as pessoas idosas, a hipertensão é uma doença altamente prevalente, acometendo cerca de
50% a 70% das pessoas nessa faixa etária. É um fator determinante de morbidade e mortalidade,
mas, quando adequadamente controlada, reduz significativamente as limitações funcionais e a
incapacidade nos idosos. A hipertensão não deve ser considerada uma consequência normal do
envelhecimento.
◦ Deve-se considerar no diagnóstico da
HAS, além dos níveis tensionais, o risco
cardiovascular global, estimado pela
presença dos fatores de risco, a
presença de lesões nos órgãos-alvo e as
comorbidades associadas.
QUEDA
◦ A queda representa um grande problema para as pessoas idosas dadas as suas
consequências (injúria, incapacidade, institucionalização e morte) que são
resultado da combinação de alta incidência com alta suscetibilidade às lesões.
◦ Cerca de 30% das pessoas idosas caem a cada ano. Essa taxa aumenta para 40%
entre os idosos com mais de 80 anos e 50% entre os que residem em ILPI. As
mulheres tendem a cair mais que os homens até os 75 anos de idade, a partir
dessa idade as frequências se igualam. Dos que caem, cerca de 2,5% requerem
hospitalização e desses, apenas metade sobreviverá após um ano.
Causas e fatores de risco para queda 
◦ Relacionadas ao ambiente 
◦ Fraqueza/distúrbios de equilíbrio e marcha 
◦ Tontura/vertigem 
◦ Alteração postural/ hipotensão ortostática 
◦ Lesão no SNC 
◦ Síncope 
◦ Redução da visão 
DIABETES MELLITUS
◦ O Diabetes Mellitus é uma doença comum e de incidência crescente que aumenta com a idade. O
diabetes apresenta alta morbimortalidade, com perda importante na qualidade de vida. É uma das
principais causas de mortalidade, insuficiência renal, amputação de membros inferiores, cegueira e
doença cardiovascular.
◦ A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou em 1997 que, após 15 anos de doença, 2% dos
indivíduos acometidos estarão cegos e 30 a 45% terão algum grau de retinopatia, 10 a 20%, terão
nefropatia, 20 a 35%, neuropatia e 10 a 25% terão desenvolvido doença cardiovascular.
A importância do tema diabetes no idoso se dá em virtude do envelhecimento populacional que
vem ocorrendo mundialmente e da grande prevalência de DM2 em idosos. Estudos mostram que o
diabetes acomete 18% dos idosos e que 50% dos portadores de DM2 apresentam mais de 60 anos
de idade. Além disso, o diabetes em idosos está relacionado a um risco maior de morte prematura, a
maior associação com outras comorbidades e principalmente com as grandes síndromes geriátricas.
Há maior prevalência de DM2 entre os idosos. Na fisiopatologia do DM2 existem 2 condições
fundamentais que devem estar presentes para que ela ocorra:
◦ Disfunção da célula beta com menor produção da insulina, que no idoso é processo que ocorre
em virtude do envelhecimento da maior deposição de beta amiloide.
◦ Resistência Insulínica, também frequentemente presente no idoso em função das mudanças
corporais que ocorrem com o envelhecimento, como a diminuição da massa magra, o aumento de
massa gorda preferencialmente na região abdominal e a diminuição da atividade física.
◦ O Diabetes Mellitus é uma doença metabólica
caracterizada por hiperglicemia associada a
complicações, disfunções e insuficiência de
vários órgãos, especialmente: olhos, rins,
nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos.
Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação
da insulina, envolvendo processos patogênicos
específicos, por exemplo, destruição das células
beta do pâncreas (produtoras de insulina),
resistência à ação da insulina, distúrbios da
secreção da insulina, entre outros.
Qual a relação da menor atividade física com a resistência insulínica? 
◦ No músculo estão presentes receptores de glicose, denominados GLUT’s, que carreiam a glicose
do sangue para dentro da célula e mantêm a glicemia normal. Porém, para que isso ocorra e esse
receptor seja expresso para fora da célula há necessidade da ação da insulina. A sarcopenia
presente do idoso, isto é, a diminuição de massa muscular diminui o número de GLUT’s. O
aumento da glicose também é responsável por levar a resistência da ação dos receptores de
insulina e consequentemente diminuir a expressão dos GLUT’s. Estudos comprovam que a
atividade física aumenta a massa muscular, diminui a resistência insulínica e melhora a captação
muscular de glicose.
Como diagnosticar o DM2 no idoso?
◦ Glicemia de jejum ≥126 mg/dl ou glicemia de120 minutos pelo TOTG ≥ 140 mg/dl. 
◦ Lembrando que toda glicemia ≥ 100 mg/dl deve ser solicitado TOTG. A dosagem da hemoglobina glicada, 
recentemente foi aventada como diagnostico do diabetes, não confirmada especificamente em idosos, mas 
valores acima de 6,5% para um valor de normalidade de 4-6% .
A insulina pode ser útil como agente anabolizante, reduzindo o risco de fragilidade, 
melhora cognitiva e controle metabólico.
Quais os riscos do diabetes mal controlado para o idoso?
Além dos riscos cardio e cerebrovasculares, em última análise há um risco maior das síndromes geriátricas. São
elas:
◦ Incontinência urinária: pela poliúria, com maior prevalência de infecções urinárias e desidratação pela diurese
osmótica.
◦ Instabilidade e maior risco de queda: por vários fatores, a maior frequência urinária e incontinência, o déficit
visual devido a retinopatia diabética e a neuropatia diabética, episódios de hipoglicemia tornam os idosos mais
vulneráveis às quedas, diminuem a sua capacidade funcional e podem até mesmo favorecer uma evolução para
síndrome de imobilidade após uma fratura.
◦ Iatrogenia secundária à polifarmácia em virtude das múltiplas comorbidades que acompanham o diabetes.
◦ Depressão e demência: o diabetes tem sido associado à um maior risco para depressão não só pelas implicações
psicossociais da doença, mas também por uma associação com a depressão de origem vascular. Também
evidências de associação entre diabetes e demência.
◦ Portanto, a hiperglicemia crônica em função do diabetes mal controlado pode diminuir a funcionalidade do
idoso, tornando-o dependente nas atividades da vida diária e consequentemente diminuindo a sua qualidade de
vida.
Quais são os objetivos do tratamento? 
◦ Controle da hiperglicemia e sintomas associados, prevenção das complicações do diabetes e, principalmente
no idoso, evitar a hipoglicemia. A hipoglicemia, mais do que a hiperglicemia no idoso deve ser evitada pelo
risco de queda e fratura.
Já que a hipoglicemia é tão perigosa, como evitar que isso
ocorra com o idoso?
• O controle passa a ser menos rigoroso que o do adulto. As metas estipuladas são mais flexíveis, sendo que a
Academia européia aceita níveis de hemoglobina glicada entre 7,5 e 8,5% para idosos fragilizados ou idosos
com mais de 80 anos, e a americana níveis entre 7 e 8%.
Existe então uma forma de planejar o melhor tratamento do diabetes para o paciente
idoso?
◦ Alguns pontos são importantes, como: identificar o tempo de diabetes (anos de doença ou recém diagnosticado) e quem
é esse idoso (fragilizado, incapacidade funcional, perda cognitiva); orientar cuidadore familiar sobre reconhecimento de
sintomas, tratamento e monitorização através de programas de educação; participação de uma equipe interdisciplinar
como enfermeira, nutricionista, psicóloga entre outros; necessidade de acompanhamento regular e adesão ao tratamento
e como em todo tratamento de doença crônica a necessidade de mudanças de estilo de vida.
Quais são as opções de tratamento e como deve ser feita a escolha do
tratamento para o idoso?
• A escolha do tratamento do diabetes no idoso, deve ser baseada em evitar ao máximo a hipoglicemia. Devemos
seguir, em princípio, o algoritmo de tratamento da Sociedade Brasileira de Diabetes onde a primeira opção
terapêutica é a associação da mudança de estilo de vida em a prescrição da metformina. Apesar da produção
hepática de glicose no idoso, não estar aumentada, ainda é uma opção barata, efetiva e com baixo risco de
hipoglicemia. Devemos atentar para o fato da metformina favorecer a perda de peso, e no idoso o emagrecimento
pode ser fator de risco de fragilidade.
Drogas que não tem como efeito colateral a hipoglicemia são
extremamente úteis no paciente idoso. A pioglitasona pode
ser usada no idoso com segurança inclusive naquele com
função renal moderadamente alterada, clearence de creatinina
até 30ml0h, desde que a IRC não seja oligúrica.
Os inibidores da DPP IV, também são muito úteis no idoso,
devido ao mecanismo de secreção de insulina ser dependente
da glicose. A combinação destas duas medicações promove
queda da A1c de forma segura e eficaz.
As sulfonilureias poderão ser usadas, em uma eventual
associação com a metformina, ou substituindo no caso de
efeito colateral como perda de peso ou intolerância gástrica.
Devemos preferir as Sulfonilureias com menor risco e
hipoglicemia, como a gliclazida ou glimepirida.
◦ Nos idosos com perda de peso, fragilidade e descontrole metabólico importante, o uso de insulina deve ser
considerado.
◦ A maneira mais eficaz de estabelecermos um regime de insulinização seria em um primeiro momento
controlar a glicemia de jejum através do uso de insulina NPH ou análogo basal, 0,2 UI/Kg, na hora de deitar,
titulando a dose de insulina até atingirmos glicemia de jejum em torno de 110 mg/dl.
◦ Caso a glicemia pré-jantar estiver elevada, acima de 140 mg/dl, iniciamos com dose fracionada de NPH 0,3
UI/Kg, 50% pela manha e 50% ao deitar, reduzindo –se a dose da sulfonilureias pela metade .
◦ Caso não se obtenha um controle adequado no pós prandial, o uso de Insulina regular ou ultra rápida deverá
ser considerado, iniciando com 10% da dose total da NPH, em cada refeição.
◦ O cuidado integral com Diabetes Mellitus e suas complicações é um desafio para a equipe de
saúde, especialmente no sentido de ajudar a pessoa a conviver com essa doença crônica, que
requer mudanças de modo de viver, envolvendo a vida de seus familiares e amigos, na casa e no
ambiente de trabalho. Aos poucos, essa pessoa deverá aprender a gerenciar sua vida com diabetes
em um processo contínuo, que vise qualidade de vida e autonomia.
INCONTINÊNCIA URINÁRIA 
◦ A Incontinência Urinária (IU) ou perda involuntária de urina é um sério problema de saúde que afeta milhões
de pessoas e pode ocorrer em qualquer idade, tendendo a manifestar-se mais frequentemente com o
aumentar da idade, principalmente, nas mulheres, na Peri menopausa.
◦ A prevalência da Incontinência Urinária é maior nas mulheres que nos homens entre os 50 e 75 anos, não
apresentando variações por sexo na idade mais avançada. Estima-se que entre as pessoas idosas, a
prevalência de IU é de aproximadamente 10 a 15% entre os homens e de 20 a 35% entre as mulheres.
◦ Idosos institucionalizados e os providos de internação hospitalar recente apresentam incontinência urinária
de 25 a 30%. Ao menos que sejam investigados, as pessoas não relatam Incontinência Urinária.
◦ A ocorrência de Incontinência Urinária tende a aumentar à medida que aumentam o número de
medicamentos em uso e as comorbidades.
◦ Predispõe às infecções, do trato urinário e genital; provoca maceração e ruptura da pele; facilita a formação
de úlceras por pressão, celulites; contribui para disfunção sexual e para perda da função renal; afeta a
qualidade do sono (normalmente interrompendo-o) e predispõe à ocorrência de quedas.
◦ Algumas vezes, é o primeiro e único sintoma de infecção do trato urinário. A IU tem grande impacto sobre a
qualidade de vida das pessoas idosas causando, geralmente, grande constrangimento e induzindo ao
isolamento social e à depressão.
◦ A qualidade de vida é adversamente afetada pela Incontinência Urinária, havendo uma tendência à
autopercepção negativa de saúde por parte das pessoas idosas. Constitui uma das principais causas de
institucionalização de idosos.
DEPRESSÃO
◦ A depressão é a doença psiquiátrica mais
comum que leva ao suicídio e os idosos formam
o grupo etário, que com mais frequência, se
suicida. Costumam utilizar os meios mais letais,
ainda que não se possam ignorar os chamados
suicídios latentes ou passivos (abandono de
tratamento e recusa alimentar). Estima-se que a
maioria (75%) das pessoas que se suicidam
tiveram consulta com seu médico no mês
anterior, e entre um terço e a metade, na semana
anterior, por outro motivo que não depressão. A
maioria teve seu primeiro episódio depressivo
não diagnosticado e, portanto, não tratado.
◦ A depressão não é apenas tristeza e não é inerente ao processo de envelhecimento, é uma doença
que deve ser tratada. Entre as pessoas idosas, a depressão talvez seja o exemplo mais comum de
uma doença com apresentação clínica inespecífica e atípica. Estudo desenvolvido nos anos 90
colocou a depressão como a quarta causa específica de incapacitação. Numa escala global de
comparação entre as doenças e projeções, indicam que em 2020, será a segunda causa nos países
desenvolvidos e a primeira causa nos países em desenvolvimento.
◦ A prevalência da doença na população em geral varia de 3 a 11% e é duas vezes maior entre as
mulheres do que entre os homens. Nas Instituições de Longa Permanência, cerca de 50%, dos
residentes são portadores de algum problema psiquiátrico, sendo que os quadros demenciais são os
mais comuns seguidos por problemas comportamentais e depressão. Embora a maioria das pessoas
idosas possa ser considerada mentalmente saudável, elas são tão vulneráveis aos distúrbios
psiquiátricos quanto os mais jovens. A depressão é mais frequente nos anos que precedem à
aposentadoria, diminui na década seguinte e, outra vez, sua prevalência aumenta após os 75 anos.
DEMÊNCIAS 
◦ Ao envelhecer, a maioria das pessoas se queixa mais frequentemente de esquecimentos cotidianos.
Esse transtorno da memória relacionado à idade é muito frequente. A memória é a capacidade
para reter e fazer uso posterior de uma experiência, condição necessária para desenvolver uma
vida independente e produtiva. Um problema da memória é sério, quando afeta as atividades do
dia-a-dia, ou seja, quando a pessoa tem problemas para recordar como fazer coisas cotidianas.
◦ A demência é uma síndrome clínica decorrente de doença ou disfunção cerebral, de natureza
crônica e progressiva, na qual ocorre perturbação de múltiplas funções cognitivas, incluindo
memória, atenção e aprendizado, pensamento, orientação, compreensão, cálculo, linguagem e
julgamento. O comprometimento das funções cognitivas é comumente acompanhado, e
ocasionalmente precedido, por deterioração do controle emocional, comportamento social ou
motivação.
A demência produz um declínio apreciável no funcionamento intelectual que interfere com as
atividades diárias, como higiene pessoal, vestimenta, alimentação, atividades fisiológicas e de
toalete. Entre as pessoas idosas, a demência faz parte do grupo das mais importantes doenças
que acarretam declínio funcional progressivo e perda gradual da autonomia e da independência.
A incidência e a prevalência das demências aumentam exponencialmente com a idade.
◦ As demênciassão classificadas em reversíveis ou irreversíveis.
◦ A seguir serão apresentados os tipos mais comuns de demências irreversíveis, assim como suas características
principais:
TIPOS DE DEMÊNCIA IRREVERSÍVEL 
• Doença de Alzheimer 
• Demência Vascular 
• Demências dos corpúsculos de Lewy
Características: Início insidioso, perda de memória e declínio cognitivo lento e progressivo. 
No início, a pessoa apresenta dificuldade para lembrar-se de fatos recentes e para aprender coisas novas, e lembra-se
de coisas de ocorreram num passado mais distante. Início abrupto, geralmente, após um episódio vascular, com
deterioração em degraus (alguma recuperação depois da piora) e flutuação do déficit cognitivo (dias de melhor e
pior desempenho). Apresenta sinais focais, de acordo com a região cerebral acometida. Flutuação na cognição,
alucinações visuais recorrentes bem formadas (p.ex., a descrição de uma pessoa, produto da alucinação, com
detalhes) e parkinsonismo precoce (rigidez, acinesia e fácies amímica).
DOENÇA DE ALZHEIMER
◦ É uma doença cerebral degenerativa primária, de etiologia pouco conhecida, com aspectos neuropatológicos
e neuroquímicos característicos. É a mais prevalente entre as diversas causas de demências. Diversas
condições fazem parte do processo da doença, sendo, portanto, multifatorial. Está associada a diversos
fatores de risco, tais como: hipertensão arterial, diabetes, processos isquêmicos cerebrais e dislipidemia.
◦
◦ Fatores genéticos são relevantes, pois além da idade a existência de um familiar próximo com demência é o
único fator sistematicamente associado.
◦ Escolaridade elevada e atividade intelectual intensa estão relacionadas com menor frequência de demência.
Ainda que não esteja claramente demonstrada, estimular os idosos a manter sua mente ativa pode ser uma
medida profilática.
DEMÊNCIA VASCULAR 
◦ A demência vascular não é uma doença, mas sim, um grupo heterogêneo de síndromes com vários
mecanismos vasculares e mudanças cerebrais relacionados a diferentes causas e manifestações clínicas. É o
segundo tipo mais prevalente de demência. O termo demência vascular tem conotações amplas, referindo-se
a qualquer demência causada por doença cerebrovascular. É comumente utilizado para descrever os efeitos
de grandes lesões tromboembólicas, mas possui outras etiologias.
Etiologia das demências vasculares 
◦ Múltiplos Infartos lacunares. 
◦ Lesões únicas em territórios nobres (tálamo, giro angular). 
◦ Múltiplos Infartos em vasos de grande calibre. 
◦ Infarto único em localização estratégica. 
◦ Alterações crônicas da circulação cerebral. 
◦ Lesões extensas da substância branca (doença de Binswanger). 
◦ Angiopatia amiloide. 
◦ Angiopatias hereditárias. 
◦ Hemorragias cerebrais hipertensivas. 
◦ Sequelas de hemorragia subaracnoidiana e de hematomas subdurais. 
◦ Vasculites. 
ENVELHECIMENTO E A AIDS
A epidemia de HIV e AIDS em pessoas idosas no Brasil tem emergido como um problema
de saúde pública, nos últimos anos, devido a dois aspectos emergentes: incremento da
notificação de transmissão do HIV após os 60 anos de idade e o envelhecimento de pessoas
infectadas pelo HIV.
◦ Segundo o IBGE, o grupo populacional com 60 anos ou mais representa 8,6% da população em geral: cerca
de 15 milhões de pessoas. A incidência de AIDS entre as pessoas idosas está em torno de 2,1%, sendo a
relação sexual a forma predominante de infecção pelo HIV. Mas há uma crescente evidência de que esse
grupo está se infectando cada vez mais não só pelo HIV, mas também, por outras doenças sexualmente
transmissíveis como sífilis, gonorreia, etc.
◦ O número de casos de AIDS, em pessoas idosas, notificados ao Ministério da Saúde, na década de 80, eram
apenas 240 em homens e 47 em mulheres. Na década de 90, verifica-se um total de 2.681 homens e 945
mulheres. Do primeiro caso, nessa população até junho de 2005, o total de casos passou para 4.446 em
homens e 2.489 em mulheres.
◦ O avanço das tecnologias de diagnóstico e assistência em HIV/AIDS, associado à política brasileira de acesso
universal à Terapia Anti-Retroviral (TARV) e à implementação de uma rede de serviços qualificada para o
acompanhamento promove o aumento da sobrevida e da qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV
ou com AIDS.
◦ A AIDS trouxe à tona novas questões para o campo de prática da saúde, entre as quais se destacam: as
abordagens da sexualidade, do uso de drogas e dos direitos humanos, o acesso aos serviços e insumos de
prevenção, entre tantas outras que, muitas vezes, não são abordadas pelo setor saúde.
◦ Quando nos reportamos ao envelhecimento e AIDS uma primeira questão a ser abordada é a sexualidade das
pessoas idosas, mas esta questão não é exclusiva e está relacionada a outros fatores que também são
determinantes da infecção pelo HIV. As diferentes formas de vivenciarmos nossa sexualidade são
determinadas pelos contextos sócio históricos nos quais estamos inseridos, neste sentido, os rituais de
iniciação, os ritos de passagem, as representações sociais que fazemos e manifestamos sobre a condição de
como a praticamos, as escolhas e as orientações que adotamos são também construídas socialmente, e podem
ser legitimadas ou sancionadas. Logo, o exercício da sexualidade das pessoas idosas é algo absolutamente
normal. No entanto, o desconhecimento, o preconceito e a discriminação fazem com que o comportamento
sexual dessas pessoas seja visto como inadequado, imoral, e até mesmo anormal; até pelos próprios idosos.
A VULNERABILIDADE E O 
ENVELHECIMENTO 
ATENÇÃO DOMICILIAR ÀS PESSOAS 
IDOSAS 
◦ É um conjunto de ações realizadas por uma equipe interdisciplinar no domicílio do usuário/família, a partir
do diagnóstico da realidade em que está inserido, de seus potenciais e limitações. Articulam promoção,
prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, favorecendo assim, o desenvolvimento e adaptação de suas
funções de maneira a restabelecer sua independência e a preservação de sua autonomia.
◦ A Atenção Domiciliar no setor público justifica-se pelo grau de humanização que essa atenção traz para o
atendimento ao usuário/família, pela possibilidade de desospitalização, com liberação de leitos para doentes
que realmente deles necessitam e também pela redução de complicações decorrentes de longas internações
hospitalares com redução dos custos envolvidos em todo o processo de hospitalização. A Atenção Domiciliar
integra ainda duas modalidades específicas, a internação domiciliar e a assistência domiciliar.
Particularidade do cuidado ao idoso
Internação domiciliar 
◦ A Internação Domiciliar no âmbito do SUS, Portaria GM N° 2529 de 20 de outubro de 2006, é o
conjunto de atividades prestadas no domicílio às pessoas, clinicamente estáveis, que exijam
intensidade de cuidados acima das modalidades ambulatoriais, mas que possam ser mantidos em
casa, sendo atendidos por equipe específica.
Assistência Domiciliar 
◦ Pode ser realizada por profissionais da Atenção Básica / Saúde da Família ou da atenção especializada.
◦ O Ministério da Saúde define que a Assistência Domiciliar na Atenção Básica/ Saúde da Família é uma
modalidade da Atenção Domiciliar, inerente ao processo de atenção ao idoso.
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa
◦ A avaliação multidimensional é um processo diagnóstico estruturado de múltiplas dimensões,
frequentemente interdisciplinar, que serve para determinar as deficiências ou habilidades do ponto
de vista clínico, psicossocial e funcional, com o objetivo de formular um plano de cuidados,
coordenado e integrado, a curto, médio e longo prazos, visando especialmente a recuperação e/ou
a manutenção da capacidade funcional. Destaque-se que a avaliação multidimensional da pessoa
idosa se difere do exame clínico padrão por enfatizar a avaliação das capacidades cognitiva e
funcional e dos aspectos psicossociais da vida das pessoas idosas e por se basear em escalas e testes
que permitem quantificar o grau de incapacidade(COSTA; MONEGO, 2003).
◦ São diversos os instrumentos existentes que colaboram para uma avaliação global da pessoa
idosa, e abordaremos alguns nesta unidade, especialmente os presentes na 4ª. ed. da Caderneta
de Saúde da Pessoa Idosa e no CAB.
A relação saúde/doença na pessoa idosa é complexa, devido a
vários fatores, entre eles:
Multimorbidade Coexistência, num mesmo indivíduo, de 2 ou mais doenças crônicas
sem relação de causa e efeito entre elas
Polifarmácia
Enfermidade Inaparente
Presença de síndromes geriátricas
Perda funcional
Apresentações atípicas
◦ Nesse contexto, apenas o histórico clínico e o exame físico tradicional não são suficientes para considerar as
diferentes funções necessárias à vida diária da pessoa idosa. Em resposta à complexidade e multiplicidade de
condições de saúde apresentadas por essa população, é necessária a realização de uma avaliação
multidimensional da pessoa idosa, que incorpora diversos domínios do conhecimento em um meio prático e
objetivo de ver a pessoa idosa como um todo.
◦ Inicialmente, são aplicados testes rápidos, de rastreio, e a partir desses resultados o profissional pode fazer
uso de outras ferramentas que permitirão uma avaliação complementar para o estabelecimento de condutas
terapêuticas e do plano de cuidados. Sendo que o plano de cuidados estabelecido a partir da avaliação
multidimensional se aplica ao indivíduo e subsidia a tomada de decisões do ponto de vista coletivo, pois
fornece recursos e informações para estruturar as ações de uma unidade de saúde no que se refere à
população idosa adstrita.
As três dimensões da avaliação multidimensional são:
◦ Clínica
◦ Psicossocial
◦ Funcional
E os componentes para avaliação de cada dimensão variam de
acordo com os recursos disponíveis, a composição da equipe, a
capacitação técnica do profissional e o local de realização;
podendo, inclusive, ser realizada por um único profissional.
AVALIAÇÃO CLÍNICA
◦ O exame clínico tradicional é parte integrante da avaliação multidimensional da pessoa idosa. Sem ele, ainda
que se detectem as deficiências, incapacidades e desvantagens do indivíduo, não será possível diagnosticar o
dano ou lesão responsável por elas (COSTA; MONEGO, 2003). Por outro lado, há condições subjacentes
que não são identificadas pelo processo clínico habitual, como abordaremos adiante. Nesse sentido, a pessoa
idosa deve ser avaliada de forma global; e não apenas ter seus órgãos e sistemas examinados separadamente.
◦
Começando a avaliação clínica:
◦ Inicialmente, realiza-se uma ampla avaliação dos antecedentes diagnósticos,
com ênfase nas doenças crônicas. Deve-se confirmar os diagnósticos
relatados e, quando possível, informar a data aproximada de quando o idoso
tomou conhecimento.
◦ Registrar também a história clínica pregressa (hospitalizações e cirurgias
prévias). Para internações ou cirurgias, informar quando ocorreu, por quanto
tempo, qual foi o motivo e se teve complicações durante a internação, como
confusão mental aguda ou infecções.
◦ Ademais, os medicamentos, fitoterápicos, suplementos e vitaminas em uso pela
pessoa idosa, tanto os prescritos quanto os adquiridos pelo próprio idoso, sem
prescrição, devem ser investigados. Solicitar à pessoa idosa que, sempre que for a
uma consulta, leve consigo todos os medicamentos que costuma utilizar frequente e
ocasionalmente. Com essa medida simples é possível detectar o uso de
automedicação, a utilização de posologia incorreta e a utilização de mais de um
medicamento para o mesmo motivo, às vezes, prescrito por diferentes profissionais
de saúde. Deve-se registrar o nome do medicamento, posologia (quantos
miligramas/microgramas e quantas vezes usa ao dia) e o tempo de uso do
medicamento. Informar também medicamentos que foram descontinuados por
algum motivo que impedia o uso, inclusive alergia.
Estas e outras informações
pertinentes podem ser
registradas na Caderneta de
Saúde da Pessoa Idosa . Vale
lembrar que a atualização das
vacinas também compõe a
avaliação clínica.
AVALIAÇÃO PSICOSSOCIAL
◦ A avaliação psicossocial, por sua vez, compreende diferentes áreas: psíquica (cognição, humor) e social
(suporte social e familiar), que serão abordados detalhadamente.
Psíquica: cognição
A cognição é um conjunto de capacidades mentais (memória, função executiva, atenção, práxis, linguagem,
função visuoespacial, comportamento) que permitem ao indivíduo compreender e resolver os problemas do
cotidiano. A avaliação cognitiva deve fazer parte da avaliação multidimensional, pois auxilia na identificação das
principais alterações na saúde mental das pessoas idosas. O desempenho físico e social do idoso depende da
integridade de suas funções cognitivas. Se o idoso deixar de realizar uma tarefa que executava rotineiramente,
como cuidar do próprio dinheiro, pode sugerir o início de demência.
Perguntas simples são utilizadas para o rastreio do déficit cognitivo. A 3ª. ed. da Caderneta de Saúde da Pessoa
Idosa contempla as seguintes perguntas para esse fim:
◦ Algum familiar ou amigo(a) falou que você está ficando esquecido(a)?
◦ O esquecimento está piorando nos últimos meses?
◦ O esquecimento está impedindo a realização de alguma atividade do cotidiano?
◦ A capacidade de realizar as atividades de vida diária (AVD) não depende apenas da cognição, mas de uma série de
outros fatores como o humor, a mobilidade e a comunicação. Uma pessoa com déficit cognitivo poderá ter
preservada sua condição física e continuar executando tarefas de sua vida diária.
◦ A avaliação do idoso na realização de atividades de sua vida diária não deve ser realizada apenas quando o mesmo
realizar as tarefas sozinho. A capacidade de realização das tarefas cotidianas, geralmente representa um idoso
independente. Contudo, os instrumentos de avaliação podem ser aplicados a idosos com alguma dependência para
verificar se apresentam necessidade de ajuda parcial, em maior ou menor grau.
◦ A confusão mental ocorre sempre após um longo período de internação do idoso. Embora possa ocorrer, a
confusão mental não é um agravo que acompanhe sempre uma internação. E, caso ocorra, deve ser investigada.
◦
A resposta positiva a uma das questões anteriores sugere a
aplicação de outros instrumentos de rastreio, como:
◦ Mini exame do estado mental (MEEM): Essa é uma das escalas mais comuns para avaliar o
estado cognitivo, por sua rapidez e facilidade de aplicação. É um instrumento extremamente útil
na triagem cognitiva por ser simples e de fácil aplicação. Com duração de 5 a 10 minutos é capaz
de rastrear todas as funções cognitivas, o MEEM permite a quantificação do declínio cognitivo e
sugere quais funções cognitivas estão comprometidas.
◦ O MEEM é, sim, capaz de rastrear todas as funções cognitivas. Contudo, deve-se lembrar que não pode ser 
utilizado isoladamente para o diagnóstico das síndromes demenciais. O MEEM permite, simplesmente, a 
quantificação do declínio cognitivo e sugere quais funções cognitivas estão comprometidas.
◦
Como complementação do MEEM, pode-se utilizar:
Desenho do Relógio:
◦ Teste válido e confiável para rastrear pessoas com lesões cerebrais. Verifica a habilidade visuoconstrutiva ou
praxia construcional que é a capacidade de desenhar ou construir a partir de um estímulo (no caso, um
comando verbal). Independe da linguagem verbal e por essa razão é considerada uma prova cognitiva não
verbal. A tarefa tende a ser mais complexa e mais abstrata dada sua natureza integradora com input auditivo e
output motor e maior necessidade de utilização de memória. O teste consiste em solicitar à pessoa idosa que
desenhe um mostrador de relógio com números. Em seguida, solicita-se que sejam acrescentados os
ponteiros do relógio, de horas e minutos, representando ali um horário específico, por exemplo, 2 horas e 50
minutos.
◦ Avaliação dos resultados: Se o paciente desenha um mostrador pequeno, onde não cabem os números, já há
evidencia preliminar de uma dificuldade com o planejamento.Na negligência unilateral, os números serão
colocados apenas na metade do relógio. Pacientes com disfunção executiva (lesão frontal) podem apresentar
dificuldade para colocar os ponteiros.
Teste de fluência verbal:
◦ Consiste em solicitar à pessoa idosa que diga o maior número possível de animais em 1(um)
minuto. Avaliações dos resultados: o escore esperado é de 14 ou 15 animais citados. Pacientes com
demência, além de produzirem escores baixos, tendem a interromper a geração de palavras após
20 segundos do teste. Pacientes deprimidos podem apresentar escores baixos, mas tendem a gerar
palavras durante todo o minuto.
Questionário PFEFFER:
◦ É uma escala de 11 questões aplicada ao acompanhante ou cuidador da pessoa idosa sobre a capacidade
desse em desempenhar determinadas funções. O objetivo do questionário é verificar a presença e a
severidade de declínio cognitivo. Consulte o questionário e a forma de aplicação no CAB 19 (págs. 146-147)
◦ Para a progressão da investigação ou encaminhamento de um caso suspeita de demência, sugerimos consultar
a Portaria SAS/MS 1.298, de 21 de novembro de 2013 – Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: Doença
de Alzheimer
Psíquica: humor
◦ O humor é uma função indispensável para a preservação da autonomia do indivíduo, sendo essencial para a realização
das atividades de vida diária. Depressão e ansiedade são os principais transtornos de humor. A ansiedade pode ocorrer
de forma isolada, porém, geralmente está associada ou é um dos sintomas da depressão. O espectro dos problemas
associados ao rebaixamento do humor ou baixa motivação varia desde a tristeza isolada até a depressão maior.
◦ A presença de depressão entre as pessoas idosas tem impacto negativo na saúde, com mais comprometimento físico,
social e funcional, impactando na cognição e afetando a qualidade de vida. É essencial que seja feita a diferença entre
tristeza e depressão, uma vez que os sintomas depressivos podem ser mais comuns nessa faixa etária ocorrendo, com
frequência, no contexto de enfermidades agudas ou crônicas acutizadas.
◦ As perguntas de rastreio para o transtorno de humor na 4ª. ed. da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa são:
◦ No último mês, você ficou com desânimo, tristeza ou desesperança?
◦ No último mês, você perdeu o prazer ou interesse por atividades anteriormente prazerosas?
◦ Caso a pessoa responda “sim” a uma das duas questões, deve-se aplicar a Escala de Depressão Geriátrica (GDS -15).
Escala De Depressão Geriátrica (GDS 15):
◦ A Escala de Depressão Geriátrica é um questionário de 15 perguntas com respostas objetivas (sim ou não) a
respeito de como a pessoa idosa tem se sentido durante a última semana. Ela é uma ferramenta útil, de
avaliação rápida para facilitar a identificação de sintomas depressivos em idosos. A cada resposta coincidente
com uma conotação negativa some 1 ponto. As perguntas não podem ser alteradas, deve-se perguntar
exatamente o que consta no instrumento. Suspeita-se de depressão se a pontuação for maior ou igual a 6;
sendo que de 6 a 10 pontos sugere depressão leve; de 11 a 15 pontos, depressão grave.
◦ A Escala de Depressão Geriátrica não é um substituto para uma entrevista diagnóstica realizada por
profissionais da área de saúde mental.
Social: suporte social e familiar
◦ A dimensão sócio familiar tem um profundo impacto na saúde e na qualidade de vida do indivíduo, e deve
ser considerada na elaboração do plano de cuidados da pessoa idosa.
◦ A Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa lista algumas questões que auxiliam na identificação de
vulnerabilidades e indicam a necessidade de acionar, por exemplo, a rede de Assistência Social.
◦
Veja como fazer o diagnóstico sócio familiar
◦ Consiste em solicitar à pessoa idosa que diga o maior número possível de animais em 1(um) minuto.
Avaliações dos resultados: o escore esperado é de 14 ou 15 animais citados. Pacientes com demência, além de
produzirem escores baixos, tendem a interromper a geração de palavras após 20 segundos do teste. Pacientes
deprimidos podem apresentar escores baixos, mas tendem a gerar palavras durante todo o minuto.
◦ Primeiramente, deve-se conhecer com quem a pessoa idosa mora e se tem pessoas de referência que possam
ajudá-la caso fique doente ou incapacitada. Residir sozinho, por exemplo, em muitos casos, é indicador de
vulnerabilidade porque pessoas idosas que não têm relações interpessoais apresentam pior estado geral de
saúde. A interação social diminui a probabilidade, mesmo naquelas que apresentam comprometimento
funcional, de apresentarem sintomas depressivos (Hatfield, et al, 2013). Residir em uma Instituição de Longa
Permanência para Idosos, asilos ou casas de repouso também é um forte indicativo de vulnerabilidade social
e familiar.
◦ No caso de a pessoa morar com familiares, o reconhecimento da dinâmica de funcionamento familiar
permite a detecção de disfunções e possibilita a intervenção precoce na busca do reequilíbrio dessa estrutura
de relações e na melhoria da qualidade assistencial prestada ao idoso. As equipes de saúde da família podem
auxiliar os membros da família a negociarem seus papéis e funções de maneira a constituírem um sistema
familiar o mais harmônico possível. A compreensão da dinâmica familiar é de grande importância para a
elaboração do planejamento do plano de cuidados, pois refletirá no alcance do sucesso terapêutico, e na
compreensão das articulações necessárias, no caso de a pessoa idosa não ter referências familiares ou de
cuidadores que possam lhe dar o apoio/suporte necessário na realização das suas atividades.
◦ Também é preciso estar atento aos indicadores de violência domiciliar, abuso e maus tratos contra a pessoa
idosa. Lesões corporais inexplicadas, descuido com a higiene pessoal, demora na busca de atenção médica,
discordâncias entre a história da pessoa e a do cuidador, internações frequentes por não adesão ao tratamento
de doenças crônicas, ausência do familiar na consulta ou recusa à visita domiciliar são extremamente
sugestivos de violência familiar.
◦ Incentivar atividades de interesse social e lazer também é importante para um envelhecimento ativo e
saudável. A capacidade de socialização e integração social é considerada fator protetor da saúde e bem-estar.
Participação em grupos de pessoas idosas, centros comunitários, associação de aposentados, centros-dia, e
organizações de voluntários devem ser estimuladas para toda pessoa idosa.
◦ Além da observação por ocasião das visitas domiciliares, e ou das informações reunidas por ocasião das
entrevistas/consultas, nas unidades de saúde, existem alguns instrumentos que podem ser utilizados para
auxiliar na compreensão da dinâmica familiar como o APGAR da família, o Genograma e o Ecomapa.
Avaliação do estresse do cuidador
◦ Cuidador é a pessoa, da família ou não, que presta cuidados à pessoa idosa que apresenta dependência (em
maior ou menor grau). Suas tarefas envolvem o acompanhamento nas atividades diárias, como auxílio na
alimentação, higiene pessoal, medicação de rotina entre outros; auxiliando na recuperação e na qualidade de
vida dessa pessoa.
◦ O ato de cuidar é voluntário e complexo, tomado por sentimentos diversos e contraditórios como raiva,
culpa, medo, angústia, confusão, cansaço, estresse, tristeza, nervosismo, irritação e choro. Esses sentimentos
podem ser simultâneos e devem ser compreendidos, fazendo parte da relação entre o cuidador e a pessoa
cuidada. É importante avaliar a presença de estresse entre os cuidadores. Isso pode ser um fator de risco da
ocorrência de situações de violência contra os idosos ou de adoecimento do próprio cuidador.
◦ Um instrumento desenvolvido por Zarit – Avaliação da Sobrecarga dos Cuidadores – tem-se mostrado
apropriado para avaliar se os cuidadores de idosos estão sobrecarregados. Deve ser aplicado para o cuidador
principal - pessoa que mais ajuda a pessoa idosa, em entrevista realizada sem a presença da pessoa idosa.
AVALIAÇÃO FUNCIONAL
◦Quando nos referimos às pessoas idosas, o melhor marcador de saúde é a funcionalidade global do indivíduo.
Assim, a pessoa é considerada saudável quando é capaz de realizar as tarefas do cotidiano, de forma
independente e autônoma, mesmo na presença de doenças (MORAES, 2009; RAMOS, 2003).
◦ A avaliação funcional, preconizada pela Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, é fundamental e
determinará não só o comprometimento funcional da pessoa idosa, mas sua necessidade de auxílio. Pode ser
compreendida como uma tentativa sistematizada de avaliar de forma objetiva os níveis no qual uma pessoa
está funcionando numa variedade de aspectos utilizando diferentes habilidades.
◦ Entre os diversos aspectos que precisam ser investigados estão: o desempenho da pessoa idosa nas atividades
de vida diária; sua vulnerabilidade; mobilidade; visão; audição; nutrição e continência.
A avaliação funcional representa uma maneira de medir se uma pessoa é ou não capaz de
desempenhar as atividades necessárias para cuidar de si mesma. Caso não seja capaz, deve-se
verificar se essa necessidade de ajuda é parcial, em maior ou menor grau, ou total. Usualmente,
utiliza-se como ferramenta a avaliação no desempenho das atividades cotidianas ou atividades de
vida diária. Didaticamente, essas atividades são subdivididas em:
Atividades da Vida Diária (AVD): São as relacionadas ao autocuidado e, no caso de limitação de
desempenho, normalmente requerem a presença de um cuidador para auxiliar a pessoa idosa a desempenhá-las.
São conhecidas também como atividades básicas da vida diária:
◦ Banhar-se;
◦ Vestir-se;
◦ Ir ao banheiro (fazer as necessidades fisiológicas sem auxílio);
◦ Transferir-se de uma cama para uma cadeira e vice-versa;
◦ Continência urinária e fecal;
◦ Alimentar-se;
◦ A Escala de Katz é a escala mais utilizada para a avaliação das atividades da Vida Diária dos idosos. Os 
pacientes que não são capazes de realizar qualquer das atividades necessitam de um apoio em casa, seja 
familiar ou de um cuidador.
◦ Há a possibilidade de avaliar a capacidade funcional do idoso pelo uso da Escala de Katz, que verifica sua 
independência na realização de atividades como alimentar-se, vestir-se, ir ao banheiro, e banhar-se.
◦ A Escala de Katz mede efetivamente a habilidade da pessoa desempenhar suas Atividades de Vida Diária
(AVD). No caso da identificação de limitação de desempenho, deve-se investigar as causas e, assim,
determinar as intervenções necessárias para reabilitação.
◦
Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD)
◦ São as relacionadas à participação do idoso em seu entorno social e indicam a capacidade de um indivíduo 
em levar uma vida autônoma dentro da comunidade. São elas: 
◦ Utilizar meios de transporte:
◦ Manipular medicamentos;
◦ Realizar compras;
◦ Realizar tarefas domésticas leves e pesadas;
◦ Utilizar o telefone;
◦ Preparar refeições;
◦ Cuidar das próprias finanças;
◦ A capacidade de realização das tarefas cotidianas, geralmente representa um idoso independente. Contudo, os
instrumentos de avaliação podem ser aplicados a idosos com alguma dependência para verificar se
apresentam necessidade de ajuda parcial, em maior ou menor grau.
◦ A cognição afeta o desempenho físico do idoso? Afeta sim, a integridade das funções cognitivas está
intensamente relacionada ao desempenho físico e social
◦ A avaliação do idoso no desempenho de suas atividades cotidianas pode ser realizada tanto em seu domicílio, 
como durante uma consulta na UBS, por exemplo.
◦ As Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD) são as relacionadas à participação do idoso em seu
entorno social e indicam a capacidade de um indivíduo em levar uma vida autônoma dentro da comunidade.
E são exemplos de AIVD: manipular medicamentos; realizar compras e cuidar das próprias finanças.
◦ A Escala de Lawton é a escala uma das mais utilizadas para a avaliação das atividades instrumentais da Vida
Diária dos idosos. Os pacientes que não são capazes de realizar qualquer das atividades necessitam de um
apoio em casa, seja familiar ou de um cuidador.
◦ A atenção à saúde da pessoa idosa por meio da avaliação da capacidade funcional tem demonstrado ser mais
significativa nas intervenções terapêuticas do que apenas a identificação da presença ou ausência de doenças.
É o que pode ser observado através do seguinte exemplo: dois idosos que tem o diagnóstico de Diabetes
Mellitus, um se mantém independente para todas suas AVD e outro necessita de ajuda para sair da cama e
alimentar-se. Os dois possuem a mesma doença de base, mas, seu nível funcional é muito diferente.
◦ Outro instrumento que inclui aspectos sobre funcionalidade da pessoa idosa e que vem sendo
gradativamente adotado é o Protocolo de Identificação do Idoso Vulnerável (VES-13). A vulnerabilidade,
como aspecto biológico, diz respeito à maior predisposição ao declínio funcional, devido a fatores de risco
individuais que podem levar ao declínio funcional e ao óbito. Para avaliar objetivamente este aspecto, a 3ª.
edição da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa adotou o VES-13 (em inglês, Vulnerable Elders Survey),
devido sua simplicidade de aplicação e validação no Brasil. Baseia-se na avaliação das habilidades necessárias
para a realização das tarefas do cotidiano.
Avaliação de vulnerabilidade – VES-13
◦ O VES-13 é um instrumento simples e eficaz, capaz de identificar a pessoa idosa vulnerável residente na
comunidade, com base na idade, autopercepção da saúde, presença de limitações físicas e incapacidades
(SALIBA, 2001). O questionário pode ser aplicado por qualquer membro da equipe e respondido pelo
paciente ou pelos familiares/cuidadores (dispensando a observação direta do paciente), exames
complementares ou outras escalas diagnósticas.
◦ Cada item recebe uma determinada pontuação e o somatório final pode variar de 0 a 10 pontos. Se a
pontuação for ≥ 3, há risco de 4,2 vezes maior de declínio funcional ou morte em dois anos, quando
comparado com pessoas com pontuação ≤ 2, independentemente do sexo e do número ou tipo de
comorbidades presentes.
◦ https://app2.unasus.gov.br/UNASUSPlayer3/recursos/SE_UNASUS_0002_IDOSO_AVALIACAO_MUL
TIDIMENSIONAL/6/calculadoras/protocoloidoso/index.html
Avaliação da mobilidade
◦ A grande propensão da pessoa idosa à instabilidade postural e à alteração da marcha aumenta o risco de
quedas e, por essa razão, equilíbrio e marcha devem ser sempre avaliados. As alterações na mobilidade e
quedas podem ocorrer por disfunções motoras, de sensopercepção, equilíbrio ou déficit cognitivo.
◦ A dinâmica do aparelho locomotor sofre alterações com redução na amplitude dos movimentos, modifica a
marcha, que fica com passos mais curtos, lentos e pouca elevação dos pés. A amplitude de movimentos dos
braços também diminui, ficando mais próximos do corpo.
◦ A base de sustentação se amplia e o centro de gravidade corporal tende a se adiantar, em busca de maior
equilíbrio. Portanto, a queda é um evento sentinela que pode refletir diversas alterações na pessoa idosa e a
diminuição da capacidade funcional. Todo idoso com histórico de queda deve ter sua mobilidade avaliada. A
Escala de Tinneti, que no Brasil é conhecida como POMA-Brasil, mostra-se útil para o rastreio do equilíbrio
e da marcha.
A 4ª. ed. da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa verifica se há 
histórico de quedas, através das seguintes perguntas:
Ferramentas para avaliação da mobilidade e da marcha:
Stand Up And Go: O teste Get up and Go (Levante e Ande) é um teste prático e útil da avaliação do
equilíbrio e que pode ser realizado em qualquer ambiente.
Aplicação do teste stand up and go: Para realizar o teste, oriente o idoso para que: • Levante sem usar as 
mãos de uma cadeira que não deve ter braços:
◦ Fique de pé por um momento;
◦ Caminhe 2.8 metros em direção de uma parede;
◦ Retorne sem tocar na parede;
◦ Caminhe de volta para a cadeira;
◦ Dê a volta no corpo;
◦ Sente na cadeira;
Escala de avaliação do equilíbrio e

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