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Prof. Me. Justino Netto UNIDADE II Hermenêutica A hermenêutica jurídica relaciona-se com a ciência da interpretação da linguagem jurídica, a qual tem por objetivos sistematizar princípios e regras. Por sua vez, a interpretação é um processo de definição do sentido e alcance das normas jurídicas. Interpretar, dessa forma, é dar o verdadeiro significado da norma, ou seja, é buscar o seu sentido e alcance. De acordo com o artigo 5º da LINDB: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”. Aspectos técnicos Toda norma necessita ser interpretada, mesmo que seu conteúdo seja claro, não se aplicando, portanto, o princípio in claris cessat interpretatio, ou seja, quando a norma for clara prescinde-se de interpretação. A interpretação se ocupa de: a) conferir a aplicabilidade da norma jurídica às relações sociais; b) estender o sentido da norma às relações novas; c) dar o alcance do preceito normativo para que corresponda às necessidades sociais; d) garantir intersubjetividade, uma vez que o intérprete e o legislador dão sentido a um significado objetivamente válido. A interpretação e sua ocupação Intérpretes do Direito: pode-se afirmar que a interpretação das normas jurídicas diante do caso concreto tem como intérpretes os “operadores do Direito”, dentre os quais, estão os doutrinadores e os juízes, cabendo a estes últimos a concretização da jurisdição. Interpretação jurisdicional: decorre do princípio da inafastabilidade da jurisdição, previsto no artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal. Trata-se de regra cogente direcionada ao Poder Judiciário na busca por uma solução a todas as demandas, mesmo aquelas não regulamentadas pelo legislador. Hermenêutica jurídica – ciência da interpretação Jurisprudência: como decisões reiteradas num mesmo sentido, capazes de criar um padrão normativo tendente a influenciar futuras decisões judiciais. Quem produz jurisprudência no dia a dia forense? A jurisprudência é dinâmica? Sim. Ex.: reconhecimento do furto famélico. A função criadora de Direito dos tribunais, que existe em todas as circunstâncias, surge com particular evidência quando um tribunal recebe competência para produzir também normas gerais através de decisões com força de precedentes. Podemos dizer que a atividade dos tribunais de criar normas gerais se assemelha à atividade legislativa do Poder Legislativo, reforçando o princípio da segurança jurídica. A frase acima descrita é de: a) Miguel Reale. b) Hans Kelsen. c) Gadamer. d) Heidegger. e) Schleiermacher. Interatividade A função criadora de Direito dos tribunais, que existe em todas as circunstâncias, surge com particular evidência quando um tribunal recebe competência para produzir também normas gerais através de decisões com força de precedentes. Podemos dizer que a atividade dos tribunais de criar normas gerais se assemelha à atividade legislativa do Poder Legislativo, reforçando o princípio da segurança jurídica. A frase acima descrita é de: a) Miguel Reale. b) Hans Kelsen. c) Gadamer. d) Heidegger. e) Schleiermacher. Resposta Dogmática x Zetética Dogmática: pretende instaurar uma sociedade juridicamente segura, retirando parte da área de decisão do operador do Direito, que deve agir de maneira a respeitar os limites do que foi imposto pela legislação. A interpretação do jurista, dessa maneira, se submete à norma em vigor, sem muito questioná-la. Metodologia da Ciência da Hermenêutica Jurídica Dogmática x Zetética Zetética: coloca o questionamento como posição fundamental, o que significa que qualquer paradigma pode ser investigado e indagado. Utiliza também fontes secundárias, como Sociologia, História, Geopolítica. (visão mais ampla e completa!) Máximas da experiência: juiz poderá socorrer-se do senso comum, valendo-se de conhecimentos que devem estar fundados naquilo que comumente ocorre na sociedade. Trata-se de recurso tradicional de controle da atividade jurisdicional, prevista no NCPC, artigo 375, que dispõe: “O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece.” Discricionariedade: está ligada ao poder que as autoridades judiciárias têm de agir com certa liberdade, optando pela melhor interpretação do texto legal, tendo em vista a realização de seus valores e fins, figurando tal opção hermenêutica como o resultado do exercício de um poder discricionário. Hermenêutica jurídica – ciência da interpretação Analise as assertivas e assinale a alternativa correta: I. A Zetética é o método de observar, analisar e atuar perante o Direito segundo orientações por casos concretos ocorridos anteriormente. II. A Zetética implica na oposição à teoria da Dogmática do Direito, o que significa que qualquer paradigma possa ser investigado e indagado. a) I e II são falsas. b) Somente I é verdadeira. c) Somente II é verdadeira. d) I e II são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. e) I e II são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. Interatividade Analise as assertivas e assinale a alternativa correta: I. A Zetética é o método de observar, analisar e atuar perante o Direito segundo orientações por casos concretos ocorridos anteriormente. II. A Zetética implica na oposição à teoria da Dogmática do Direito, o que significa que qualquer paradigma possa ser investigado e indagado. a) I e II são falsas. b) Somente I é verdadeira. c) Somente II é verdadeira. d) I e II são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. e) I e II são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. Resposta Integração do Direito: é um processo de preenchimento das lacunas das leis, a fim de que se possa dar sempre uma resposta jurídica àquele que procura o judiciário (jurisdicionado). Na autointegração, pode-se dizer que é o aproveitamento de elementos do próprio ordenamento jurídico. Já a heterointegração é a aplicação das normas que não participam da legislação, como as regras estrangeiras. Modos de Integração do Direito No Brasil, de acordo com o artigo 4º da LINDB (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), temos: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de Direito.” Existe tal norma porque o legislador não tem como abarcar todos os tipos de conflito possíveis em uma sociedade, de modo que lacunas vão existir! O referido artigo de lei nos traz as formas de integração, quais sejam: a analogia; os costumes; os princípios gerais de Direito. Integração Normativa Considere as seguintes assertivas a respeito das lacunas: I. A lacuna caracteriza-se não só quando a lei é completamente omissa em relação ao caso, mas igualmente quando o legislador deixa o assunto a critério do julgador. II. Há uma lacuna na lei quando determinado caso é previsto na lei diretamente, porém com insuficiência verbal, através de uma impropriedade de linguagem. Assinale a alternativa correta: a) I e II são falsas. b) Somente I é verdadeira. c) Somente II é verdadeira. d) I e II são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. e) I e II são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. Interatividade Considere as seguintes assertivas a respeito das lacunas: I. A lacuna caracteriza-se não só quando a lei é completamente omissa em relação ao caso, mas igualmente quando o legislador deixa o assunto a critério do julgador. II. Há uma lacuna na lei quando determinado caso é previsto na lei diretamente, porém com insuficiência verbal, através de uma impropriedade de linguagem. Assinale a alternativa correta: a) I e II são falsas. b) Somente I é verdadeira. c) Somente II é verdadeira. d) I e II são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. e) I e II são verdadeiras, e a segunda não justificaa primeira. Resposta É o processo no qual o julgador aplica a um caso não previsto aquilo que o legislador prévio definiu para outro semelhante em igualdade de razões. A integração ocorre por meio da comparação (paradigma). Espécies de Analogia Analogia legis: consiste na aplicação de uma regra jurídica existente a caso semelhante, não previsto pelo legislador. Analogia juris: sugere um processo mais amplo, porque não encontrando regra jurídica que regulamente caso semelhante, ao julgador se permite, com suporte em diversas regras jurídicas, disciplinadoras de um instituto semelhante, descobrir o preceito aplicável ao caso não previsto, pela combinação de muitos outros. Analogia São postulados que norteiam o ordenamento jurídico! São enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico em sua aplicação e integração, ou mesmo para a elaboração de novas normas. Funções dos Princípios Gerais de Direito Informadora, ou seja, serve de inspiração ao legislador e de fundamento para o ordenamento jurídico; Normativa, atuando como fonte supletiva, na ausência da lei, nesse caso constituindo meio de integração do Direito; Interpretadora, para orientar o intérprete ou o julgador. Princípios Gerais de Direito Enquanto fontes do Direito, os costumes tratam de comportamentos reiterados dos quais podemos extrair normas. Podem ser normas secundum legem, praeter legem e contra legem. No secundum legem, o legislador não disciplina a matéria e remete aos costumes (verdadeira opção legislativa). Ex.: artigo 113 do Código Civil. Depois, como praeter legem, quando o costume não é previsto pela lei nem por ela proibido, pode ser utilizado enquanto mecanismo de preenchimento da lacuna, permitindo ao juiz redigir uma sentença em conformidade com ele. Verdadeiro método integrativo! Ex.: Súmula nº 370 do STJ que trata do cheque pré-datado. Finalmente, contra legem diz respeito a integrar contra a lei! Costumes Quanto ao modo de sua elaboração, a Constituição, sistematizada em ideias e princípios fundamentais de teoria política e do Direito dominante no momento de confecção, denomina-se: a) Flexível. b) Formal. c) Outorgada. d) Dogmática. e) Informal. Interatividade Quanto ao modo de sua elaboração, a Constituição, sistematizada em ideias e princípios fundamentais de teoria política e do Direito dominante no momento de confecção, denomina-se: a) Flexível. b) Formal. c) Outorgada. d) Dogmática. e) Informal. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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