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1 
 
 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL DEFINIÇÃO, 
HISTÓRICO E CARACTERÍSTICAS 
1 
 
 
Sumário 
1 – INTRODUÇÃO ....................................................................................... 3 
2 - ASPECTOS EDUCACIONAIS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ................... 5 
3 - CONTEXTUALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................ 11 
4 – A PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ......................................... 17 
 CIDADANIA AMBIENTAL ..................................................................... 19 
5 – CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL........................ 21 
 PRINCÍPIO DO GRANDE IMPACTO POLUIDOR ................................ 22 
 A OCUPAÇÃO URBANA ...................................................................... 23 
 A MIGRAÇÃO PARA AS CIDADES ..................................................... 25 
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1 – INTRODUÇÃO 
 
A educação ambiental tornou-se primordial no contexto atual. As mudanças 
ambientais decorrentes da ação humana na natureza dão sinais claros de que é 
necessário realizar intervenções positivas nos vários sistemas da natureza. 
A educação ambiental surgiu como um ramo da educação, seu objetivo é distribuir 
conhecimento sobre o meio ambiente visando a preservação e utilização sustentável 
dos recursos naturais. Nas últimas décadas a natureza tem dado sinais claros de sua 
exaustão, fazendo-se necessárias medidas urgentes de contenção da pressão sobre 
a natureza. 
A educação ambiental está amparada da Lei n. 9.795 – Lei da educação 
ambiental de 27/04/1999. O artigo 2º diz: “a educação ambiental é um componente 
essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma 
articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter 
formal e não-formal”. 
Desta forma, de acordo com a lei, a educação formal tem a obrigação de incluir 
em seus parâmetros disciplina que aborde as questões ambientais. 
Ao educador fica o dever de despertar a consciência de seus educandos no 
sentido de que o homem não é mais o centro do universo, é necessário haver um 
equilíbrio entre os recursos naturais e a ação humana. A dependência da natureza é 
inerente a vida de todos os seres vivos, percebeu-se nos tempos modernos que a 
retirada indiscriminada dos produtos da natureza podem gerar o fim de muitos 
elementos, inclusive a água, recurso essencial à vida. 
A educação ambiental tornou-se, na atualidade, uma ação permanente com a 
qual as comunidades têm acesso ao conhecimento e a oportunidade da 
conscientização sobre as relações entre homens e a natureza. A educação ambiental 
baseia-se, essencialmente, na mudança de comportamentos, valores e atitudes no 
sentido de promover a conservação e preservação da natureza. A transformação do 
comportamento humano não é uma tarefa fácil, exige dos educadores planejamento, 
ações permanentes, insistência e muitas outras atitudes que consigam sensibilizar os 
educandos. 
4 
 
 
Para a obtenção da sustentabilidade ambiental ainda há muito a trilhar no 
caminho da educação ambiental. As mudanças passam pela responsabilidade e pela 
ética de todos os setores sociais. 
O educador ambiental surgiu com a necessidade de trabalhar o tema, podendo 
ser desde um professor da rede formal de ensino a um indivíduo da sociedade que 
tenha obtido formação suficiente para praticar a educação ambiental. 
 Este curso pretende retratar várias faces da educação ambiental, visando o 
maior entendimento possível sobre a questão. São incluídas neste curso muitas 
informações relativas a embasamentos teóricos, provenientes de grandes 
pensadores sobre esta questão. 
A educação ambiental não deve ficar apenas no teórico ou no discurso, a 
sedimentação do assunto é mais eficiente quando há prática. A educação ambiental 
passa por vários pontos: planejamento de um projeto, capitação de recursos para a 
execução do projeto, execução do planejado, avaliação dos resultados e por fim 
acompanhamento da ação por algum tempo para que se possa tabular os resultados, 
tanto positivos quanto negativos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
2 - ASPECTOS EDUCACIONAIS DA EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL 
Este tema é recorrente nos últimos anos, dada sua preocupação sobe o 
aspecto econômico que a escassez das energias não renováveis proporciona, ou 
mesmo pelo despertar da consciência humana a respeito da necessidade de 
preservação do planeta para as gerações vindouras. A partir do conceito básico de 
desenvolvimento sustentável, cujo objetivo principal é o de se obter um 
desenvolvimento que seja ao mesmo tempo eficaz e que não venha a 
comprometer as gerações futuras. Em algumas atividades podem trabalhar sob 
pressão, levando-os à situação de estresse. 
Transversalidade 
O tema transversalidade é utilizado atualmente no ensino formal, o MEC utiliza 
o sistema da transversalidade para a melhoria do ensino. Os educadores entraram 
em contato com o tema e são poucos que não utilizam a proposta. A maioria das 
escolas trabalham a questão ambiental, mesmo que de forma tênue. 
No Brasil, influenciado pelos diversos encontros e debates, educadores e 
representantes do poder público, envidaram esforços para a criação de programas 
governamentais e para o fomento de iniciativas diversas em matéria de Educação 
Ambiental principalmente no ensino formal. 
Para entender plenamente como surgiu e o que é a transversalidade, bem 
como sua aplicação é importante pensar no contexto da cientificidade da pedagogia, 
a organização curricular encontrou terreno fértil na disciplinarização. O modelo 
arbóreo ou radicular de capilarização do conhecimento científico serviu muito bem de 
planta para a fixação dos currículos escolares. 
A Educação Ambiental deve ser entendida como um processo e não como um 
fim em si mesmo. A Lei 9.795 (1999) estabeleceu que a Educação Ambiental deve 
ser desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em 
todos os níveis e modalidades do ensino formal, mas não como disciplina específica 
incluída nos currículos escolares. 
6 
 
 
 A especialização dos saberes permitiu a especialização dos professores, do 
material didático e do espaço pedagógico e a fragmentação dos saberes permitiu o 
fracionamento do tempo escolar em aulas estanques. E tudo isso possibilitou que o 
processo pedagógico pudesse passar pelo crivo de um rígido controle, que pôde, por 
sua vez, dar à pedagogia a ilusão de que logrou êxito em seu afã de se constituir 
como ciência. 
 A disciplinaridade, em princípio inquestionável, passou a ser questionada. 
Primeiro, noâmbito epistemológico. Se a especialização conseguiu, num primeiro 
momento, responder aos problemas humanos e à sede de saber científico, em fins 
do século XIX e no início do século XX ela começa a apresentar desgastes, e foi com 
a mais antiga das ciências modernas, a física, que os desgastes começaram a 
aparecer. 
No interior de uma ciência baseada na perfeição do universo, na precisão das 
medidas e na certeza das previsões, apareceram os princípios da indeterminação, da 
incerteza, da relatividade. Problemas que já não podiam mais ser resolvidos pela 
especialidade de uma única ciência começaram a aparecer: um acidente ecológico 
remete para a biologia, a química, a física, a geografia, a política etc. 
 Os cientistas, preocupados e curiosos, começam então a explorar as fronteiras 
por entre as ciências, e dessa exploração surgiu a proposta da interdisciplinaridade, 
uma tentativa de transcender limites, de estabelecer comunicabilidade, de reconectar 
as ligações desfeitas ou perdidas com o movimento da especialização. 
A perspectiva interdisciplinar não tarda a chegar ao campo da pedagogia, 
quando não pelos mesmos motivos, mas pelas mostras de esgotamento do modelo 
disciplinar de currículo. Aquilo que em princípio se mostrava como o fundamento da 
cientificidade e da produtividade no processo educativo começa a ser questionado 
como estanque e linear. Em outras palavras, os professores começam a se incomodar 
com o fato de os alunos não serem capazes de estabelecer as conexões entre as 
diferentes disciplinas como eles gostariam que acontecesse. Nesse modelo, a maioria 
dos alunos não consegue estabelecer as relações entre a matemática e a física, entre 
a geografia e a história, para citar apenas dois exemplos. 
A interdisciplinaridade vai justamente ser pensada no âmbito da pedagogia 
como a possibilidade de uma nova organização do trabalho pedagógico que permita 
7 
 
 
uma nova apreensão dos saberes, não mais marcada pela absoluta 
compartimentalização estanque das disciplinas, mas pela comunicação entre os 
compartimentos disciplinares. Assim como epistemologicamente a 
interdisciplinaridade aponta para a possibilidade de produção de saberes em grupos 
formados por especialistas de diferentes áreas, pedagogicamente ela indica um 
trabalho de equipe, no qual os docentes de diferentes áreas planejem ações 
conjuntas sobre um determinado assunto. 
Muitas são as propostas de interdisciplinaridade, uma das mais atuais são os 
Parâmetros Curriculares Nacionais preparados pelo MEC. 
Eles introduzem a ideia dos temas transversais. Esses temas são uma forma 
de se tentar viabilizar a interdisciplinaridade, introduzindo assuntos que devem ser 
tratados pelas diversas disciplinas, cada uma a sua maneira. O currículo passa a ser 
organizado em disciplinas (ou áreas disciplinares, no caso do Ensino Fundamental 
em sua primeira fase) e em temas transversais. 
OS instrumentos legais e os programas governamentais reforçam o caráter de 
interdisciplinaridade atribuído à Educação Ambiental, que deve perpassar os 
conteúdos de todas as demais disciplinas, desde a educação infantil até a pós-
graduação. 
Estudos afirmam que a experiência espanhola, na qual a nossa está baseada, 
é ousada, ao colocar os temas voltados para o cotidiano, como centro de organização 
do currículo, articulando as disciplinas em torno deles. 
A educação para a cidadania requer, portanto, que questões sociais sejam 
apresentadas para a aprendizagem e a reflexão dos alunos. Nessa perspectiva, fica 
evidente que os temas transversais devem ganhar destaque no currículo e ser 
levados a sério. Não basta que cada professor, no contexto de sua área ou disciplina, 
toque em questões eleitas como socialmente relevantes, seja o meio ambiente, a 
diversidade cultural ou a sexualidade; É preciso, na verdade, que todo o currículo 
esteja organizado em torno dessas questões. Para dizer de outra maneira, não é 
suficiente que os temas transversais sejam um apêndice das áreas e das disciplinas 
curriculares; ao contrário, eles devem passar a ser o eixo em torno do qual as 
disciplinas e as áreas se organizem, ressignificando as próprias disciplinas. 
8 
 
 
A Educação Ambiental, como processo contínuo que busca a conquista da 
cidadania e o desenvolvimento justo, solidário e sustentável, é meio e não fim. Sendo 
assim os conteúdos tradicionais só farão sentido para a sociedade e para quem os 
ensina e estuda, se estiverem integrados em um projeto educacional abrangente de 
transformação, a começar pelo ambiente escolar, envolvendo a comunidade e os 
funcionários, repensando o espaço físico e a administração escolar, as práticas 
docentes e a participação discente, isto é, discutindo toda a dinâmica de relações que 
se estabelecem no ambiente que nos cerca. 
Afirma-se, portanto, que os educadores ambientais que atuam em projetos de 
educação ambiental do ensino não-formal necessitam adotar a interdisciplinaridade, 
fator que agregará conhecimento e valores não pensados. 
 
 
Sustentabilidade 
 Outro ponto importante na educação ambiental é a sustentabilidade. Muito 
mais que um modismo atual deve ser entendida como um dos fatores essenciais, se 
não o mais importante, para o futuro do planeta. 
A sustentabilidade já teve sua definição expressa por muitos autores, que 
definiram como sustentável aquilo que é “Capaz de se manter mais ou menos 
constante, ou estável, por longo período. Ideia que surgiu em função da degradação 
ambiental conforme afirmativa de autores que relatam que no âmbito da civilização 
humana, as sociedades contemporâneas têm sido amiúde ignorantes ou negligentes 
acerca das irreversibilidades ambientais decorrentes de suas ações. 
A intensa utilização de elementos não-renováveis e a contínua e generalizada 
degradação ambiental evidenciam essa característica. Tendo na economia seu valor 
maior, as sociedades contemporâneas desconhecem os conceitos de entropia e de 
irreversibilidade. Mais do que isso, a atual racionalidade econômica introduz um novo 
referencial para a velocidade ou dinâmica das sociedades contemporâneas que pode 
ser sintetizado pela máxima: “tempo é dinheiro”. 
A essência do conceito de sustentabilidade está contida em apenas quatro 
palavras “Enough for everyone, forever”, que traduzindo significa “O suficiente para 
9 
 
 
todos e para sempre”, (Frase tirada de um cartaz, em 2002, durante a Cimeira Mundial 
para o Desenvolvimento Sustentável que se realizou em Joanesburgo). 
De acordo com a World Commission on Environment and Development (1987), 
desenvolvimento sustentável significa: “desenvolvimento que atende às 
necessidades do presente sem comprometer as futuras gerações no atendimento de 
suas próprias necessidades”. Portanto, pressupõe-se que esse desenvolvimento 
possa atender às necessidades de todos os povos do planeta sem comprometer os 
ecossistemas e a dinâmica natural que lhes dá suporte e sem comprometer a 
disponibilidade atual de recursos naturais. 
Estreitamente relacionado às discussões acerca da sustentabilidade, aparece 
o conceito de “capacidade de suporte”, originalmente proposto no âmbito da ecologia 
e significando a máxima densidade teórica de indivíduos que um meio pode suportar 
a longo prazo. 
 Na era contemporânea, inúmeras experiências de ONGs e comunidades 
alternativas que exprimem uma perspectiva ecológica são exemplos da possibilidade 
de se viver com qualidade de vida sem colocar em risco a capacidade de suporte do 
meio ambiente. 
A partir do entendimento de que consumo sustentável é o consumo de bens e 
serviços promovido com respeito aos recursos ambientais, que se dá de forma que 
garanta o atendimento das necessidades das presentes gerações, sem comprometer 
o atendimento das necessidades das futuras gerações. A promoção do consumo 
sustentável depende da conscientização dos indivíduos da importância de tornarem-
se consumidoresresponsáveis. 
Depende ainda de um trabalho voltado para a formação de um “consumidor-
cidadão”. Esse trabalho educativo é essencialmente político, pois implica a tomada 
de consciência do consumidor do seu papel de ator de transformação do modelo 
econômico em vigor em prol de um novo sistema, de uma presença mais equilibrada 
do ser humano na Terra. O consumidor é ator de transformação, já que tem em suas 
mãos o poder de exigir um padrão de desenvolvimento socialmente justo e 
ambientalmente equilibrado. 
10 
 
 
O consumidor engajado pode ser visto como um novo ator social. Consciente 
das implicações dos seus atos de consumo, passa a compreender que está ao seu 
alcance exigir que as dimensões sociais, culturais e ecológicas sejam consideradas 
pelos setores produtivo, financeiro e comercial em seus modelos de produção, 
gestão, financiamento e comercialização. Essa não é uma tarefa simples, pois requer 
uma mudança de posturas e atitudes individuais e coletivas no cotidiano. 
O desafio que se coloca é o abandono da sociedade do descarte e do consumo 
excessivos, a recusa do sonho americano (american dream – Sonho de propriedade 
de uma casa grande, carros suntuosos, produtos de alta tecnologia, constantemente 
sujeitos à obsolescência e troca, escravidão da moda, do status, da imagem vendida 
pela mídia) como sinônimo de bem-estar, de felicidade. Já pensou o que seria do 
planeta se os chineses adotassem o padrão de consumo dos norte-americanos? 
As iniciativas educacionais para o consumo sustentável podem se realizar no 
âmbito de todas as disciplinas dos currículos do Ensino Fundamental e Médio, bem 
como no nível superior, e de iniciativas informais. Como tema transversal do ensino, 
o meio ambiente engloba a questão do consumo sustentável, que deve ser abordada 
de forma holística, por se tratar de uma postura de cidadania. 
 Uma nova proposta surge no consumidor consciente, preparado para mudar o 
sistema produtivo: Não produzir lixo. Produzir apenas coisas verdadeiramente 
necessárias e duráveis. Quando não for mais possível usá-las, reciclá-las ou 
encontrar outras pessoas que precisem delas. 
‘‘O Desenvolvimento Sustentável deve garantir as necessidades das atuais 
gerações sem comprometer as gerações futuras.’’ Este é o conceito mínimo de 
Desenvolvimento Sustentável proposto pelas Nações Unidas. Ele possui duas lógicas 
de solidariedade: das gerações atuais com as futuras e das gerações atuais com a 
natureza que elas ocupam hoje. Assim a responsabilidade maior por implementar um 
estilo sustentável de vida no Planeta é das gerações atuais. 
O tema da sustentabilidade confronta-se com o paradigma da “sociedade de 
risco”. Isso implica a necessidade de se multiplicarem as práticas sociais baseadas 
no fortalecimento do direito ao acesso à informação e à educação ambiental em uma 
perspectiva integradora. E também demanda aumentar o poder das iniciativas 
baseadas na premissa de que um maior acesso à informação e transparência na 
11 
 
 
administração dos problemas ambientais urbanos pode implicar a reorganização do 
poder e da autoridade. 
 
3 - CONTEXTUALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
Após a problemática da relação entre homem e natureza, ocorreram 
conferências, agendas e criação de leis importantes na tentativa de reverter os 
problemas causados e anteriormente demonstrados. 
A contextualização é a forma de integrar a educação ambiental no contexto da 
comunidade do local onde será aplicada. Este contexto é cultural, social, laboral, 
religioso, técnico e científico. 
Entende-se que a Educação Ambiental decorre de uma percepção renovada 
de mundo; uma forma integral de ler a realidade e de atuar sobre ela. Nesse novo 
paradigma, a proposta educativa envolve a visão de mundo como um todo e não pode 
ser reduzida a apenas um departamento, uma disciplina ou programa específico. Ela 
deve estar inserida na vida e no cotidiano de todos os indivíduos. 
Educação Ambiental é uma proposta de filosofia de vida que resgata valores 
éticos, estéticos, democráticos e humanistas. Seu objetivo é assegurar a maneira de 
viver mais coerente com os ideais de uma sociedade sustentável e democrática. 
Conduz a repensar velhas fórmulas e a propor ações concretas para transformar a 
casa, a rua, o bairro, as comunidades. Parte de um princípio de respeito à diversidade 
natural e cultural, que inclui a especificidade de classe, de etnia e de gênero. 
A participação constitui-se em eixo matricial da Educação Ambiental. Pode ser 
considerada a base de transformações que poderão reconstruir a convivência dos 
seres humanos, entre si e com o ambiente como um todo. 
Mesmo entre os ambientalistas, ainda ocorre confusão a respeito de conceitos 
básicos da ecologia utilizados como argumentos para exigir as necessárias medidas 
de conservação. Embora o objeto de estudo da ecologia esteja muito próximo do 
cotidiano das pessoas, para a maioria delas, a conexão com os ambientes naturais, 
quando existe, ocorre de uma forma descontextualizada e pobre em informações 
científicas. Por exemplo, ainda são comuns os slogans do tipo "salve a ecologia", 
12 
 
 
"salve o planeta", "precisamos proteger o equilíbrio ecológico", entre outras 
expressões comuns no meio popular. 
Essa desinformação reflete no modo de agir e pensar da população, que se 
habitua a dissociar o ambiente cultural do ambiente natural. Isto dificulta a 
compreensão das relações humanas com o meio natural, o quanto o influenciamos e 
somos influenciados por ele. Portanto, enfatizamos a necessidade do 
desenvolvimento de novos métodos para esclarecer a população sobre a crise 
ambiental e do papel da ecologia neste contexto. 
No que se refere à prática da educação ambiental no Brasil, duas tarefas 
fundamentais, inadiáveis e simultâneas colocam-se diante do poder público e da 
sociedade brasileira. 
1 - A primeira diz respeito ao direcionamento da abordagem da dimensão 
ambiental, na esfera da educação formal, 
2 - A segunda deve voltar-se à recuperação do passivo cognitivo junto à 
maioria da população brasileira, por meio de sua participação no processo de gestão 
ambiental. 
Ante as questões colocadas, como se deve orientar a prática da educação 
ambiental? Ela deve privilegiar a mudança de comportamento do indivíduo em sua 
relação com o meio físico-natural? Ou devemos assumir que garantir boa qualidade 
ambiental exige mais do que posturas pessoais bem intencionadas? 
Em outras palavras, trata-se de escolher a diretriz que deve referenciar o 
exercício da educação ambiental no país. Uma possibilidade é assumir a 
transformação individual como meio para a sociedade brasileira atingir, ao longo de 
um certo tempo, uma conduta ambientalmente responsável (transformar-se para 
transformar). Um outro direcionamento, ao contrário do anterior, considera a 
transformação individual como decorrente do engajamento do sujeito num projeto 
coletivo para construção de práticas sociais ambientalmente saudáveis (transformar-
se transformando). 
Uma forma interessante de sedimentar alguma informação ambiental é utilizar 
exemplos práticos. Tomemos como exemplo uma pessoa que tem por hábito ingerir 
altas quantidades de carne. A conscientização para que ocorra um menor consumo 
13 
 
 
do produto pode ser através de informações de como este alimento é produzido, qual 
o gasto ambiental em desmatamento para formação de pastagem, consumo de água 
por animal/dia (60 a 100 litros de água por dia), pisoteio do solo provocando a 
compactação, emissão de gases de efeito estufa pela regurgitação dos animais, uso 
de combustível fóssil no transporte dos animais, gastos com água no abate dos 
animais, geração de efluentes contaminados devido ao processo, gastos de energia 
no processo de resfriamento das carcaças, uso de plásticos nas embalagens, novo 
transporte as redes de supermercados etc. 
Enfim, o processode produção de proteína de origem animal é extremamente 
oneroso ao meio ambiente, seria prudente que as pessoas ingerissem apenas o 
necessário para o fornecimento dos aminoácidos essenciais exigidos pelo corpo. 
O crime neste caso não é a ingestão de carne, mas o consumo extremo sem 
pesar as consequências para o planeta e para os próprios animais que se tornam 
meras mercadorias, na maioria das vezes sendo mal tratados em função da produção 
e do lucro. 
 
Participação 
Frequentemente, educadores de órgãos ambientais e das organizações não 
governamentais são procurados por grupos sociais, órgãos públicos, empresas, 
movimentos sociais, escolas, entidades comunitárias e até por indivíduos isolados 
para formular, orientar ou desenvolver programas de educação ambiental a partir de 
várias temáticas. 
São trabalhos relacionados com lixo, recursos hídricos, licenciamento 
ambiental, desmatamento, queimadas, assentamentos de reforma agrária, 
agrotóxicos, irrigação, manejo florestal comunitário, captura e tráfico de animais 
silvestres, espécies ameaçadas de extinção, ordenamento da pesca, maricultura, 
agricultura, ecoturismo, unidades de conservação, construção de agendas 21 locais 
e tantos outros temas que, em muitos casos, estão também associados a questões 
étnicas, religiosas, políticas, geracionais, de gênero, de exclusão social, etc. Além da 
diversidade de temas, é comum também se encontrar uma grande variedade de 
abordagens. 
14 
 
 
O modo como um determinado tema é abordado em um projeto de educação 
ambiental define tanto a concepção pedagógica quanto o entendimento sobre a 
questão ambiental que estão sendo assumidos na proposta. 
A questão do lixo, por exemplo, pode ser trabalhada em programas de 
educação ambiental desde a perspectiva do “Lixo que não é lixo”, em que o eixo 
central de abordagem está na contestação do consumismo e do desperdício, com 
ênfase na ação individual e até aquela que toma essa problemática como 
consequência de um determinado tipo de relação sociedade-natureza, histórica e 
socialmente construída, analisa desde as causas da sua existência até a destinação 
final do resíduo e, ainda, busca a construção coletiva de modos de compreendê-la e 
superá-la. 
Para quem se identifica com a primeira perspectiva, está implícita a ideia de 
que a prevenção e a solução dos problemas ambientais dependeriam, basicamente, 
de cada um fazer sua parte. Assim, se cada pessoa passasse a consumir apenas o 
necessário (aquelas que podem), a reaproveitar ao máximo os produtos utilizados e 
a transformar os rejeitos em coisas úteis, em princípio estar-se-ia economizando 
recursos naturais e energia e, dessa forma, minimizando a ocorrência de impactos 
ambientais negativos. 
 Nesse quadro, à educação ambiental caberia, principalmente, promover a 
mudança de comportamento do sujeito em sua relação cotidiana e individualizada 
com o meio ambiente e os recursos naturais, objetivando a formação de hábitos 
ambientalmente responsáveis no meio social. 
Essa abordagem evidencia uma leitura acrítica e ingênua da problemática 
ambiental e aponta para uma prática pedagógica prescritiva e reprodutiva. Assim, a 
transformação da sociedade seria o resultado da transformação individual dos seus 
integrantes. 
 Na outra perspectiva, assume-se que o fato de cada um fazer sua parte por si 
só não garante, necessariamente, a prevenção e a solução dos problemas 
ambientais. Numa sociedade massificada e complexa, assumir no dia-a-dia condutas 
coerentes com as práticas de proteção ambiental pode estar além das possibilidades 
da grande maioria das pessoas. 
15 
 
 
Muitas vezes o indivíduo é obrigado, por circunstâncias que estão fora do seu 
controle, a consumir produtos que usam embalagens descartáveis em lugar das 
retornáveis, alimentar-se com frutas e verduras cultivadas com agrotóxicos, utilizar o 
transporte individual em vez do coletivo, apesar dos engarrafamentos, trabalhar em 
indústria poluente, aceitar a existência de lixões no seu bairro, desenvolver atividades 
com alto custo energético, morar ao lado de indústrias poluentes, adquirir bens com 
obsolência programada, ou seja, a praticar atos que repudia pessoalmente, cujas 
razões, na maioria dos casos, ignora. 
De acordo com essa visão, as decisões que envolvem aspectos econômicos, 
políticos, sociais e culturais são as que condicionam a existência ou a inexistência de 
agressões ao meio ambiente. 
Nessa concepção, o esforço da educação ambiental deveria ser direcionado 
para a compreensão e a busca de superação das causas estruturais dos problemas 
ambientais por meio da ação coletiva e organizada. 
Segundo essa percepção, a leitura da problemática ambiental realiza-se sob a 
ética da complexidade do meio social, e o processo educativo deve pautar-se por uma 
postura dialógica, problematizadora, comprometida com transformações estruturais 
da sociedade e de cunho emancipatório. Aqui se acredita que ao participar do 
processo coletivo de transformação da sociedade a pessoa também está se 
transformando. 
Neste contexto de participação individual surgiu a discussão sobre o consumo 
consciente ou consumidor consciente, onde antes de adquirir algum produto faz-se 
um rastreamento de sua produção. O consumidor deve ter a consciência do impacto 
de seu ato de consumir e também buscar outras pessoas para o seu modo de 
consumo, mobilizar no sentido de pensar antes de comprar, para que comprar, como 
descartar quando for o caso. 
A relação capitalista de consumo pressupõe algo a ser vendido para alguém 
que terá a “necessidade” de comprar. Não havendo interessado em comprar a relação 
de consumo desaparece. Esta condição dá ao consumidor individual um grande 
poder, optando por não consumir devido a algo que desagrade, provocará o fabricante 
no sentido de repensar o modo de produção. 
16 
 
 
O “modo de consumo americano” que se instalou em parte do mundo criou a 
ideologia do consumo rápido e descartável. Além destes fatores incentiva o consumo 
excessivo de uma variedade interminável de mercadorias, desde as voltadas para o 
consumo doméstico ao uso coletivo. 
O mais comum é associar consumo a compras, o que está correto, mas 
incompleto, pois não engloba todo o sentido do verbo. A compra é apenas uma etapa 
do consumo. Antes de comprar é preciso decidir o que consumir, por que consumir, 
como consumir e de quem consumir. Depois de refletir a respeito desses pontos pode-
se partir para a compra. Ao usar o produto existe o descarte de embalagem que deve 
também ser considerada na decisão de comprar. 
A participação efetiva do indivíduo pode ser pequena, mas quando exercida 
por muitos formam uma opinião que deve ser levada em conta. Um exemplo simples 
é a troca do aparelho de celular por um outro “mais moderno”, está atitude gera um 
resíduo sólido que será descartado ainda em condições de uso, em sua produção 
foram utilizados minerais que foram retirados do solo em alguma parte do mundo, 
tendo o agravante do mesmo conter elementos tóxicos para o meio ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
4 – A PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
A construção de uma proposta de educação ambiental emancipatória e 
comprometida com o exercício da cidadania passa pela exigência de explicitação de 
pressupostos que devem fundamentar sua prática, entre os quais se considera: 
1) o meio ambiente ecologicamente equilibrado é: 
• direito de todos; 
• bem de uso comum; 
• essencial à sadia qualidade de vida; 
2) preservar e defender o meio ambiente ecologicamente equilibrado para 
presentes e futuras gerações É dever: 
• do Poder Público; 
• da coletividade; 
3) preservar e defender o meio ambiente ecologicamente equilibrado antes de 
ser um dever é um compromisso ético com as presentes e futuras gerações; 
4) no caso do Brasil, o compromisso ético de preservar e defender o meio 
ambiente ecologicamenteequilibrado para as presentes e futuras gerações implica: 
•construir um estilo de desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente 
seguro num contexto de dependência econômica e exclusão social; 
 • praticar a gestão ambiental democrática, fundada no princípio de que todas 
as espécies têm direito a viver no planeta, num contexto de privilégios para poucos e 
obrigações para muitos; 
5) a gestão ambiental é um processo de mediação de interesses e conflitos 
entre atores sociais que agem sobre os meios físico-natural e construído. Esse 
processo de mediação define e redefine, continuamente, o modo como os diferentes 
atores sociais, por meio de suas práticas, alteram a qualidade do meio ambiente e 
também como se distribuem os custos e os benefícios decorrentes da ação desses 
agentes; 
18 
 
 
6) a gestão ambiental não é neutra. O Estado, ao assumir determinada postura 
diante de um problema ambiental, está de fato definindo quem ficará, na sociedade e 
no país, com os custos e quem ficará com os benefícios advindos da ação antrópica 
sobre o meio, seja ele físico-natural ou construído; 
7) o Estado, ao praticar a gestão ambiental, distribui custos e benefícios de 
modo assimétrico na sociedade; 
8) a sociedade não é o lugar da harmonia, mas, sobretudo, de conflitos e de 
confrontos que ocorrem em suas diferentes esferas (da política, da economia, das 
relações sociais, dos valores, etc.); 
9) apesar de sermos todos seres humanos, quando se trata de decidir ou 
influenciar sobre a transformação do meio ambiente, “há na sociedade uns que 
podem mais do que outros”. 
10) o modo de perceber determinado problema ambiental, ou mesmo a 
aceitação de sua existência, não é meramente uma questão cognitiva, mas é mediado 
por interesses econômicos e políticos, pela posição ideológica e ocorre em 
determinado contexto social, político, espacial e temporal; 
11) a educação no processo de gestão ambiental deve proporcionar condições 
para produção e aquisição de conhecimentos e habilidades e para o desenvolvimento 
de atitudes visando à participação individual e coletiva: 
• na gestão do uso dos recursos ambientais; 
• na concepção e aplicação das decisões que afetam a qualidade dos meios 
físico-natural e sociocultural; 
12) o processo educativo dever ser estruturado no sentido de: 
• superar a visão fragmentada da realidade por meio da construção e da 
reconstrução do conhecimento sobre ela, num processo de ação e reflexão, de modo 
dialógico com os sujeitos envolvidos; 
• respeitar a pluralidade e a diversidade cultural, fortalecer a ação coletiva e 
organizada, articular aportes de diferentes saberes e fazeres e proporcionar a 
compreensão da problemática ambiental em toda a sua complexidade; 
19 
 
 
• possibilitar a ação em conjunto com a sociedade civil organizada e sobretudo 
com os movimentos sociais, numa visão da educação ambiental como processo 
instituinte de novas relações dos seres humanos entre si e deles com a natureza”; 
• proporcionar condições para o diálogo com as áreas disciplinares e com os 
diferentes atores sociais envolvidos com a gestão ambiental; 
13) os sujeitos da ação educativa são prioritariamente segmentos sociais 
afetados e onerados, diretamente, pelo ato de gestão ambiental e dispõem de menos 
condições para intervir no processo decisório. 
O compromisso e a competência do educador são requisitos indispensáveis 
para se passar do discurso à ação. 
Para muitos a situação é um paradoxo. Hoje temos mais informações do que 
nunca sobre questões ambientais. Cada vez mais pessoas e organizações estão 
interessadas em ver a recuperação do meio ambiente. Governos estabelecem 
agências para ajudar a solucionar os problemas. A mais avançada tecnologia está 
disponível para se lidar com os desafios. Mesmo assim, as coisas não parecem 
melhorar. 
 CIDADANIA AMBIENTAL 
É fonte primária de recursos utilizados em processos de produção de bens, 
e o Estado não consegue controlar tudo o que acontece, seja por meio natural, seja 
por ação humana, devendo o indivíduo ser responsável por seus próprios atos. 
A cidadania ambiental é a qualificação das pessoas sobre a legislação 
ambiental e os direitos e deveres difusos para o exercício de uma soberania coletiva 
sobre os ecossistemas locais e da Biosfera. Ela é exercida através de Associações, 
Organizações Não Governamentais e Movimentos Sociais. Seu estatuto jurídico é o 
direito difuso. Seu instrumento é Ação Civil Pública. Seu principal titular é o Ministério 
Público. 
O objetivo de se trabalhar o conceito de Cidadania Ambiental é a construção 
de uma identidade cultural sustentada. De modo a consolidar uma perspectiva 
amorosa e solidária no relacionamento das pessoas com a natureza capacitando-as 
20 
 
 
no conhecimento e uso da Legislação ambiental e dos direitos e deveres difusos de 
proteção à natureza. 
A partir desse contexto é importante educar e conscientizar a população. A Lei 
9.795/99 determinou a inserção da educação ambiental em todos os níveis de ensino, 
um grande avanço. Para o autor o exercício da cidadania ambiental deve ser 
praticado em várias esferas, tais como economizar água do chuveiro, evitar longos 
banhos, evitar a produção excessiva de lixo, controlar o consumo de bens e produtos, 
adotar atitudes que preservam o meio ambiente, enfim economizar no uso de bens 
que exigem na natureza. 
A cidadania ambiental aquele que participa dos debates e audiências públicas, 
que cobra das autoridades providências, tem má efetiva participação em movimentos 
populares ou ONG”s. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
5 – CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
O despertar mundial para os problemas causados pela degradação do meio 
ambiente teve seu início tardiamente em 1972, na Conferência de Estocolmo. 
Reuniram-se 72 nações e criaram o Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente. 
Em seguida, o Programa associou-se a UNESCO para promover a Educação 
Ambiental. Em 1988, a ONU criou a Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o 
Desenvolvimento e produziu o Relatório Nosso Futuro Comum: inicia-se a discussão 
internacional sobre o desenvolvimento. 
Como equilibrar proteção ao Meio Ambiente e alimentar os povos? Como 
construir o desenvolvimento sustentável? Em 1992 acontece no Rio de Janeiro a 
ECO-92, tendo como resultado a Agenda 21. 
A Constituição Federal - artigo 225 / 88 - estabelece a obrigação do poder 
público e do povo de preservar a natureza. 
O princípio n º1 da Declaração de Estocolmo de 1972 diz que "todo homem 
tem direito fundamental à liberdade, à igualdade e a condições de vida adequadas, 
num meio ambiente que permita uma vida de dignidade e bem-estar". 
A Constituição Federal de 1988, no artigo 225 expressa: "o meio ambiente é 
um direito de todos, um patrimônio do povo, essencial à sadia qualidade de vida e 
que por isso, exige-se do Poder Público e do povo o dever de defendê-lo no presente 
para o futuro. 
Estudos comentam que não há como negar que no Brasil sempre existiram 
normas de tutela da natureza, no entanto o artigo 225 legitimou tal regra. A 
conscientização global possibilitou que a Constituição Federal de 1988 estabelecesse 
a proximidade entre o Meio Ambiente e o conteúdo humano e social, permitindo a 
todos, dessa forma, o direito de que as condições que regem a vida não sejam 
mudadas de forma desfavorável, por serem essenciais. 
 O tratamento dado ao meio ambiente passou a ser diferente, é visto como um 
bem de todos, de uso comum, essencial à vida prega-se a ideia de um Estado que 
desenvolva atividades no sentido do homem se sentir em perfeita condição física ou 
22 
 
 
moral, primando pelo bem-estar humano, pela existência de um meio ambiente livre 
de poluição e de outras situações que lhe causem danos. 
Ainda segundo este autor deve-se dar ênfase que o artigo 225 expressa que é 
dever do Poder Público e a dacoletividade, juntos, defender e preservar o Meio, 
ambiente para as presentes e futuras gerações. Danos ambientais e a poluição 
ambiental não se limitam às fronteiras de uma cidade, um estado ou de um país, 
portanto, são responsabilidade de todos. A qualidade do Meio Ambiente é hoje um 
valioso patrimônio que deve ser preservado e recuperado, onde o Poder Público, pelo 
comando imperativo das normas, tem o dever de assegurar a qualidade de vida, que 
consequentemente implica em boas condições de trabalho, lazer, educação, saúde, 
segurança. 
 
 PRINCÍPIO DO GRANDE IMPACTO POLUIDOR 
 Devemos ter consciência que o ser humano provoca grande desequilíbrio em 
todos os lugares que ocupa, alterando o ambiente. 
 A degradação ambiental começa a ter grande importância quando o ser 
humano consegue aumentar a sua expectativa de vida, dominando a maioria das 
doenças. Isto soma-se ao fato de não possuir um predador no meio ambiente, 
gerando uma população “sem controle”. 
 Este fato soma-se a capacidade humana de inventar máquinas para 
realizarem tarefas em grande escala, que por sua vez, geram grandes quantidades 
de resíduos poluentes. Este fato é bem marcado pela Revolução Industrial, que iniciou 
na Europa. Neste momento começou o grande impacto poluidor no planeta. 
A revolução industrial foi o marco inicial da destruição do meio ambiente, a 
partir daquele fato a exploração do meio ganhou velocidade. A industrialização foi a 
descoberta do valor agregado, ou seja, os produtos naturais ao serem trabalhados e 
modificados geravam maior valor monetário, a madeira dava origem a móveis 
elaborados, geravam o desejo e compra por aqueles de melhor poder aquisitivo. 
Antes deste período já existia a poluição, mas o grau de poluição aumentou 
consideravelmente com a indústria e a urbanização, passando de uma escala local 
23 
 
 
para mundial. Sociedades, indivíduos, natureza, espaço, mares, florestas, subsolo: 
tudo tem de ser útil economicamente, tudo deve ser utilizado no processo produtivo. 
O importante nesse processo não é o que é bom ou justo e sim o que trará 
maiores lucros a curto prazo. Assim derrubam-se matas sem se importar com as 
consequências a longo prazo; acaba-se com as sociedades preconceituosamente 
rotuladas de “primitivas”, porque elas são vistas como empecilhos para essa forma 
de “progresso”, entendido como acumulação constante de riquezas, que se 
concentram sempre nas mãos de alguns. 
 
 A OCUPAÇÃO URBANA 
No Brasil, além das indústrias, temos outro fator muito importante, a ocupação 
urbana. Desta forma entendemos que a degradação ambiental observada é 
decorrente do peculiar processo histórico de ocupação e de uso do espaço, onde, em 
quase sua totalidade, critérios técnicos e de segurança para a vida humana foram 
desprezados. Limitações decorrentes de aspectos naturais, como relevo, declividade, 
várzeas, entre outras, foram ignoradas, sobretudo por força da determinante social e 
econômica, resultando na ocupação de áreas “impróprias” para o estabelecimento de 
moradias. 
Conforme relatado em estudos as intervenções antrópicas no ambiente 
sempre representam algum impacto, muitas vezes até por desconhecimento não se 
avalia o risco geotécnico das obras de engenharia, principalmente das pequenas 
obras. Com isso, torna-se necessário um conhecimento das características dos 
terrenos frente à ocupação urbana acelerada. 
Observa-se, assim, que fundos de vale, áreas de mananciais, várzeas de rios 
e córregos e encostas de morro acabaram sendo ocupados por habitações precárias, 
irregulares e sem atendimento de saneamento básico, reproduzindo um modelo de 
degradação ambiental urbana, porém, de evidente solução integrada no sentido local 
e regional. 
Os contingentes submetidos à exclusão social e econômica, seja em 
decorrência da renda limitada, do desemprego, ou mesmo pela falta de moradia 
acessível, acomodaram-se nesses espaços carentes de serviços públicos de saúde, 
24 
 
 
educação, lazer, saneamento e fiscalização adequados, produzindo também 
enormes danos ambientais que precisam ser revertidos. 
A concentração de pessoas em um ambiente sem a devida programação 
sanitária acarreta sérios problemas de saúde pública pela geração intensa de 
resíduos sólidos. Para reduzir os impactos que os resíduos sólidos causam ao meio 
ambiente e à saúde pública é necessário desenvolver programas de coleta seletiva, 
reciclagem e reaproveitamento de materiais e promover a conscientização da 
população de que ações são necessárias para a proteção do meio ambiente. 
A erosão e escorrimento superficial do solo, causados pela sua indevida 
utilização, são um dos principais responsáveis pelas constantes inundações. Na 
cidade de São Paulo, o Rio Tietê possui uma situação que é decorrente de um 
conjunto de fatores que são comuns em parte da região da sub-bacia 
Juqueri/Cantareira, tais como: o parcelamento de glebas em desacordo com a 
topografia; a ocupação dos fundos de vale por população de baixa renda, retirando 
da várzea a sua função de amortecimento das cheias; a impermeabilização excessiva 
do solo, aumentando o volume e a velocidade da água; a retirada da cobertura vegetal 
e execução de serviços de terraplanagem; o lixo lançado no leito dos córregos; as 
ações do poder público concentradas na resolução dos problemas específicos de 
determinados cursos d’água, sem abordar a questão em termos das sub-bacias como 
um todo; as canalizações agravando os problemas da jusante dos cursos d’água, 
dificultando a limpeza e desassoreamento e desobstrução. 
Acima são descritos uma série de prejuízos sócio-ambientais, como os gastos 
com desassoreamento e desobstrução dos cursos d’água, equipamentos públicos 
danificados com as enchentes, perda de bens privados, gastos com saúde pública 
decorrentes de doenças transmitidas pela água por insetos ou por roedores e pela 
contaminação de alimentos, perdas de horas de trabalho e de recursos econômicos 
devido às paralisações por enchentes, deterioração das condições de seu entorno, 
degradação geral do ambiente pelas enchentes em termos de perda de cobertura 
verde, erosão, deslocamento de lixo para casas e vias, deterioração do manancial 
como um todo e constante ameaça de contaminação da água que abastece a região 
metropolitana de São Paulo. 
 
25 
 
 
 A MIGRAÇÃO PARA AS CIDADES 
O Brasil deixou efetivamente de ser um país “predominantemente agrícola”. A 
população urbana começou a ultrapassar a população rural em número. O país 
passou a contar com um parque industrial diferenciado e muito produtivo. 
Este fato deve ser analisado de forma contextualizada, pois tem gerado uma 
série de problemas ambientais, destruição de culturas, mudança de comportamentos, 
individualismo, etc. 
No pós guerra (1950) ocorreu a modernização da agricultura no Brasil com a 
chamada “revolução Verde”. Este fenômeno ocorreu com a utilização de 
equipamentos mecânicos e produtos da indústria química. No entanto, somente a 
partir da década de 1970, em razão da instalação de empresas produtoras destes 
bens materiais no país, é que a “industrialização da agricultura” difundiu-se, e as 
atividades agropecuárias passaram a constituir ramos de produção semelhantes aos 
da indústria. 
 Apesar desta “industrialização” não ter ocorrido no Brasil inteiro provocou 
grandes mudanças no comportamento das pessoas do campo. A força de trabalho foi 
sendo substituída por máquinas gerando um excedente de trabalhadores sem postos 
de trabalho levando-os a migrarem para as cidades, principalmente para as capitais 
onde a oferta de trabalho é maior. Outro fator que empurrou o homem do campo para 
as cidades foram leis trabalhistas, estas leis foram criadas com o intuito de protegê-
lo, mas na realidade ocorreu o contrário. Antes da década de 70 muitos fazendeiros 
possuíam em suas terras os “meeiros” ou “arrendatários”, eram famílias inteiras queviviam em algum espaço da fazenda, plantavam e criavam seus animais, tudo em 
parceria com o dono da fazenda. 
Com o surgimento dos sindicatos rurais e leis que obrigavam os fazendeiros a 
registrar os trabalhadores ou ceder parte da terra para estes com a lei do usucapião 
(após 5 anos no mesmo lugar o trabalhador tinha direito a propriedade que ocupava) 
os conflitos ficaram intensos e os proprietários deixaram de utilizar estas modalidades 
de parceria com trabalhadores rurais. 
O resultado da soma dos fatores industrialização do campo e leis rurais 
provocou o êxodo dos trabalhadores rurais para as cidades, até o momento atual 
26 
 
 
ainda ocorre a migração de trabalhadores para os centros urbanos. Esta situação 
aumentou as favelas já existentes, surgiram bairros nas periferias das cidades 
totalmente sem infra-estrutura. Os gestores das cidades não conseguiram atender as 
demandas por moradias e instalação de infra-estrutura de saneamento básico. 
Segundo dados da Pesquisa Nacional por amostragem (PNAD), em 2000 82% 
da população já residia nas cidades. A previsão é que a urbanização ainda persistirá, 
menos intensa, exceto no Norte e no Nordeste, nas quais o êxodo rural se acelera. 
No Centro- Oeste, no Sudeste e no Sul, a urbanização será bem mais lenta, tendo 
nela peso menor a migração rural–urbana, de origem nas mesmas regiões. 
No entanto a migração do Norte e nordeste ainda não cessou, essas regiões 
são retardatárias quanto ao deslocamento do campo para a cidade. Assim, a política 
econômica que visa reter população nos campos tem que ter o Nordeste como 
prioridade, o que não ocorre presentemente, e reconhece-se que as dificuldades 
operacionais e o risco climático são pedras no caminho. 
A questão ambiental se tornou então muito mais séria com o adensamento 
populacional das cidades. Hoje praticamente todos os grandes centros urbanos já 
enfrentam problemas com captação de água para as populações, alta produção de 
lixo, moradias precárias, crise nos transportes urbanos, violência urbana, poluição, 
despersonificação do ser humano, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
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