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Quando trabalhamos com projetos de subestação, temos que dimensionar os equipamentos, de forma que a subestação suporte as condições de operação de tensão, corrente e potência características da carga. Dessa forma, fazemos tanto o projeto executivo da subestação para alocação dos equipamentos como o estudo de curto-circuito e de proteção em determinados pontos da rede. Ambos são feitos para realizar a parametrização dos relés secundários da subestação, afinal, como já vimos, o disjuntor, por si só, não atua contra correntes de curto-circuito, sobrecargas ou faltas monofásicas na linha. Para que a proteção atue a jusante ou a montante do local em que pode ocorrer a falta, é realizado um estudo de coordenação e seletividade, sendo necessário coordenar as proteções do circuito para que cada uma possa atuar de forma correta. Afinal, ao longo dos alimentadores da subestação até as redes de distribuição, existem religadores, chaves fusíveis e chaves seccionadoras automáticas, e é necessária uma coordenação entre todos esses equipamentos. Agora, descreva como funciona a coordenação entre o religador de subestação, a seccionadora e o elo fusível. Considere os pré-requisitos necessários para que haja a coordenação entre eles. R: A coordenação entre o religador de subestação, a seccionadora e o elo fusível é essencial para garantir que o sistema de proteção da subestação seja eficiente e confiável, atuando de maneira adequada em caso de falhas ou sobrecargas. Essa coordenação busca evitar desligamentos desnecessários e assegurar que apenas os equipamentos mais próximos da falha ou sobrecarga sejam isolados, minimizando o impacto nas operações e reduzindo o tempo de restauração do sistema. Para que haja uma coordenação eficaz entre esses dispositivos, é necessário considerar os seguintes pré-requisitos: • Estudo de Coordenação e Seletividade: Antes de qualquer implementação, é fundamental realizar um estudo detalhado de coordenação e seletividade. Isso envolve a análise das características de tempo-corrente dos dispositivos de proteção, a definição das zonas de atuação de cada dispositivo e a determinação dos tempos de atuação de acordo com a localização do defeito ou sobrecarga. • Definição de Zonas de Atuação: A subestação e o sistema de distribuição são divididos em zonas de proteção. Cada zona abrange um determinado trecho do sistema elétrico. A ideia é que, em caso de falha ou sobrecarga, apenas o dispositivo de proteção mais próximo da zona afetada seja ativado, isolando apenas o segmento com problemas e mantendo o restante do sistema operacional. • Características dos Dispositivos de Proteção: o Religador de Subestação: Um religador é um dispositivo de proteção automático que pode operar várias vezes em resposta a falhas temporárias, como galhos de árvores que caem sobre as linhas, sem a necessidade de intervenção humana. Sua coordenação é baseada no ajuste de curvas de tempo-corrente, para que ele atue rapidamente em situações próximas ao ponto de falta, mas retarde sua atuação em faltas mais distantes, permitindo que dispositivos mais próximos isolem o defeito. o Seccionadora: A seccionadora é um dispositivo de manobra que permite isolar seções específicas da rede elétrica para manutenção ou reparo. Sua coordenação é feita de forma a não interferir com a atuação dos religadores e dos elos fusíveis em situações de falha ou sobrecarga. o Elo Fusível: Os elos fusíveis são dispositivos de proteção contra sobrecorrente que se rompem quando uma corrente excessiva passa por eles. A coordenação dos elos fusíveis é feita em conjunto com os religadores e as seccionadoras, garantindo que eles atuem de maneira apropriada para isolar a área afetada. • Ajuste dos Tempos de Atuação: Com base nas características dos dispositivos de proteção e nos estudos de coordenação, os tempos de atuação de cada dispositivo são ajustados para garantir que a proteção mais próxima da falha atue primeiro, isolando a área afetada, enquanto as proteções mais distantes esperam um tempo maior para atuar. • Monitoramento e Testes: Após a implementação, é crucial realizar monitoramento contínuo do sistema de proteção e realizar testes periódicos para verificar se os dispositivos estão atuando conforme o esperado. Caso ocorram desvios, os ajustes devem ser revisados e refeitos. Em resumo, a coordenação entre o religador de subestação, a seccionadora e o elo fusível envolve um estudo detalhado das características dos dispositivos de proteção, definição de zonas de atuação, ajuste de tempos de atuação e testes regulares para garantir que o sistema de proteção seja eficaz e confiável em todas as situações operacionais.