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Questionario Exercicio 3 Historia da Religiao Métodos aplicados às ciências da religião FCE

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História e Região
Métodos aplicados às ciências da religião
1. 
Analise os trechos destacados a seguir:
“O historicismo italiano, em particular aquele histórico-religioso, tem tido com ela [fenomenologia da religião] uma relação dialética – uma espécie de confronto a distância e de distância! [...] Em termos epistemológicos: se a tarefa-perspectiva da História das Religiões é a construção de um saber que quer resolver com razões histórico-sociais e, portanto, através de relações exclusivamente humanas todas as instâncias de sentido da religião e das religiões, desde as razões da vida e da morte, ela não pode nem deve deixar de explorar todas as pressões que a Teologia e toda forma de Filosofia universalista exerceram e continuam exercendo sobre nossa vida e nosso pensamento” (GASBARRO, 2013).
“Antes de criticar esta história sociocultural das religiões em termos de reducionismo, como muitas vezes a Fenomenologia da Religião fez, é preciso levantar algumas questões fundamentais: por que a história cai nessa falácia metodológica? Qual complexidade simplifica ou resolve em termos demasiado elementares? Por que nossa cultura continua pedindo à história (das religiões) que responda a interrogações meta-históricas, enquanto não pede à física que resolva problemas metafísicos?” (GASBARRO, 2013).
Considerando as disputas entre a história da religião e a fenomenologia da religião, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. A história da religião é para o fenomenólogo um saber limitado de fato (analisa apenas as manifestações externas) e de direito (a subjetividade do imaginário).
PORQUE
II. A religiosidade não se resolve historicamente (em algo diferente “de si”), mas teologicamente (“além de si”).
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
Você acertou!
A. 
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
A fenomenologia reconhece o valor instrumental da história da religião, mas busca ultrapassá-la como ciência e método próprio, julgando-se competente para fazer afirmações subjetivas, coisa que a história não poderia aventurar-se por limitação em seu próprio estatuto teórico-metodológico. Assim, a proposição I evidencia o que está na II, mostrando que a razão por que a história é limitada é pelo fato de que nem tudo se resolve pelo dado histórico, como os dados da fé que são para além de si, se comparados com os da história que são “de si”. Da mesma forma, a proposição I explicita a distância entre fenomenologia e história e a II a diferença entre as duas metodologias.
2. 
“Quando se fala do romeno Mircea Eliade, logo nos vem à mente o ‘mito do eterno retorno’, tema ao qual ele dedicou um volume especial, com a intenção de submeter a uma análise acurada ‘rituais coletivos de periodicidade irregular, que comportam a construção de uma casa de culto e a recitação solene dos mitos de origem de estrutura cosmogônica. O beneficiário é o conjunto da comunidade, tanto os vivos como os mortos. Por ocasião da reatualização dos mitos, a comunidade inteira é renovada, encontra suas fontes, revive suas origens’” (CIPRIANI, 2007).
​​​​​​​Considerando a teoria de religião de Mircea Eliade, assinale a alternativa correta.
Você acertou!
D. 
A ideia de uma renovação universal pela reatualização cultual de um mito é atestada em muitas sociedades tradicionais.
O estudo sobre a reatualização cultual de um mito é o foco do trabalho de Eliade, que teorizou a função fundamental do mito que é a renovação do mundo, presente no antigo Oriente e em muitos povos arcaicos. Na teoria eliadiana, o que se afirma é que os simbolismos são os mesmos, mas os contextos são diferentes. A teoria eliadiana critica essa postura pretensiosa, ao mesmo tempo reducionista, porque se concentra sobre textos escritos, enquanto a religião tem vários outros elementos a se considerar, como a arte, o sentimento etc. Na teoria eliadiana, o mito não é invenção dos povos, é antes a base da sua explicação do mundo. Não faz parte do vocabulário eliadiano tratar mito como invenção. Na teoria elidiana a história é instrumental, não critério de validade.
3. 
“Através da análise dos atos, precisamos adentrar o mundo de caráter físico, da natureza, por exemplo, e nos damos conta também de que nós queremos conhecer o mundo físico, mas que conhecê-lo não é tão fácil. Talvez seja mais fácil conhecer o mundo humano, porque podemos conhecê-lo através de nossa interioridade. O mundo físico permanece sempre transcendente, externo a nós, mas temos um vínculo com esse mundo da natureza, que é a corporeidade” (ALES BELLO, 2006).
Considerando as informações apresentadas, assinale a opção correta.
Resposta correta.
C. 
A fenomenologia busca ser um método agregador, por meio do qual seja possível aprofundar tanto o conhecimento nas ciências humanas quanto nas ciências da natureza, por exemplo.
A fenomenologia busca ser um método agregador, por meio do qual seja possível aprofundar tanto o conhecimento nas ciências humanas quanto nas ciências da natureza. Fazer afirmações sobre o humano seria mais “fácil” por conta da proximidade como interioridade do ser humano, se comparado ao mundo físico que é externo e necessita de complexas operações para compreendê-lo. Apesar de cada área poder desenvolver métodos próprios, a fenomenologia se mostra também como um “modo de ver”, para além de “modo de fazer”, podendo ser transposta para outras áreas, como vários outros métodos também podem ser adaptados. Não há relação direta entre as leis físicas e os comportamentos humanos, devendo as ciências humanas desenvolverem métodos que deem conta dessa complexidade. A fenomenologia não trabalha com proposições nem apriorismo a que se pudesse comparar. E por último, a correlação está pensando em explicações teológicas, buscando explicação para fenômenos típicos do mundo humano, sem preocupação com os temas do mundo físico, que é o tema da citação.
4. 
“Fiel às considerações husserlianas, Lyotard preserva a distinção entre a validade deste ‘universal idêntico’ apreendido na redução eidética e a validade da generalização inferida indutivamente, mostrando que, enquanto a primeira tem valor apodítico (não admitindo a possibilidade do contrário), a segunda tem valor contingente (não perdendo, portanto, o seu cariz circunstancial ou episódico)” (TOURINHO, 2017).
Considerando as informações apresentadas, avalie as afirmações a seguir:
I. A redução fenomenológica proposta por Husserl ocasionou um reducionismo do método em relação à captação da realidade e à aplicabilidade deste.
II. A redução eidética considera que o ser humano é capaz de compreender as coisas pela intuição do sentido.
III. A redução transcendental ocorre em relação à investigação do conteúdo fenomenológico do ato intencional.
IV. A redução é um exercício para avaliar os fatos como fatos e conferir confiabilidade à análise.
Você acertou!
D. 
II e III. ​​​​​​​
O texto citado coloca em relevo as duas etapas do método fenomenológico: a redução eidética e a redução transcendental. É “redução” porque não interessa para a fenomenologia husserliana o estudo dos fatos em si, diferenciando-se da corrente positivista que tem foco nos fatos, não tendo relação com reducionismo teórico. Husserl chamava de “colocar entre parênteses” as discussões existenciais para focar no fenômeno, como as coisas se apresentam. Assim, na primeira etapa (eidética) o fenomenólogo compreende o que ocorre pelo sentido, a ideia (eidos), e, na segunda etapa (transcendental), pergunta sobre como é o sujeito que busca sentido, analisando o ato intencional e fazendo afirmações sobre o ser humano (universais). O termo redução é apenas um procedimento interno do método e foi trabalhado para dar mais precisão na apreensão do sentido, portanto, apesar da etimologia, a “redução” proposta por Husserl é, na verdade, um aprofundamento, uma ampliação. Por último, na teoria husserliana não há preocupação com os fatos em si, somente com o que eles significam.
5. 
A busca pela estrutura ou essência das religiõeslevou os pesquisadores a proporem construtos teóricos como numinoso, potência, mito, mana, entre outros.
Que conjunto de autores expressa essa corrente teórico-metodológica?
Resposta correta.
E. 
Eliade, Otto e van der Leeuw.
Eliade, Otto e van der Leeuw são pesquisadores reconhecidos por sua abordagem fenomenológica em busca da estrutura e da essência das religiões, que para Eliade é o mito, numinoso para Otto e potência para van der Leeuw. Isso não quer dizer que sejam apenas diferenças semânticas-etimológicas, mas representam também teorias específicas e paralelas. O conjunto de autores Comte, Darwin e Nietzsche representam a modernidade positivista, agnóstica e evolucionista. Os autores Kant, Hegel e Heidegger são filósofos profissionais importantes, mas não trabalharam o tema da essência da religião. Merleau-Ponty, Sartre e Lyotard são autores franceses que tampouco trabalharam o tema do sagrado. Por último, Tylor, Schimidt e Mauss são antropólogos que pesquisaram as culturas humanas e alguns aspectos da religião, mas não construíram as categorias destacadas no enunciado, de tal forma que Eliade, Otto e van der Leeuw são os autores que se caracterizam pelo construto estrutural e apontam uma base comum para a experiência religiosa.

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