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EM_LIVRO REVISIONAL_VOL 03_FILOSOFIA PROFESSOR

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Livro de Revisão 3
Filosofia
Fernanda Tavares Paulino
©Editora Positivo Ltda., 2017 
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio, sem autorização da Editora.
Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) 
(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)
P328 Paulino, Fernanda Tavares.
 Filosofia : livro de revisão / Fernanda Tavares Paulino – 
Curitiba : Positivo, 2017.
 v. 3 : il.
 ISBN 978-85-467-1732-3 (aluno)
 ISBN 978-85-467-1719-4 (professor)
 1. Ensino médio. 2. Filosofia – Estudo e ensino. I. Título.
CDD 373.33
Livro do ProfessorLivro do Professor
Ensino Médio
1. Metafísica/Ontologia 
Metafísica é a área da Filosofia que trata da essência, das 
causas e da finalidade de tudo o que existe. Diante da mul-
tiplicidade presente no mundo, ela questiona e investiga as 
transformações, a regularidade e a continuidade dos seres e 
os fenômenos, aspectos que despertaram a atenção de dife-
rentes pensadores desde a Antiguidade.
Os primeiros filósofos de que se têm notícia, conhecidos 
como pré-socráticos, buscaram explicar o ser (realidade), o 
não ser (nada) e o devir (mudanças), questionando qual seria 
a origem da geração, da permanência e das transformações 
de tudo o que existe. Eles acreditavam que havia um princípio 
material originário (arché) capaz de revelar uma unidade sob 
a multiplicidade de aspectos que compõem a realidade. 
Entre os pré-socráticos, Parmênides de Eleia defen-
dia a tese do imobilismo, ou seja, a ideia de que o ser é 
eterno, imóvel e incorruptível. Sintetizou esse pensamento 
com a máxima “o ser é, o não ser não é”. Já Heráclito de 
Éfeso, conhecido como mobilista, defendia a ideia de que 
tudo muda constantemente e nada permanece tal qual é. 
Para ele, o fogo era o princípio (arché) gerador das trans-
formações. Afirmava ainda que a tensão entre contrários 
promovia o devir constante da realidade. Seu pensamento 
foi sintetizado na afirmação de que um ser humano jamais 
poderia se banhar duas vezes no mesmo rio, pois, na 
segunda tentativa, nem ele nem o rio seriam os mesmos.
Aristóteles discordou dessa divisão, afirmando que os 
entes são sínolos, isto é, compostos de matéria (hylé) e forma 
( morphé), sendo ambas inseparáveis. Ele considerava a maté-
ria dotada de potência, que é a capacidade de atualizar-se, 
ou seja, de assumir determinada forma. Já a forma represen-
taria o ato, ou seja, a realização de uma potência material. 
Metafísica aristotélica 
Na obra que ficou conhecida como Metafísica, Aristóteles 
propôs-se a investigar o “ser enquanto ser”, isto é, a natureza 
de todos os entes, em busca de um saber universal. Concluiu 
que todo ente é uma substância, o que significa dizer que sua 
essência permanece a mesma, apesar das mudanças que ele 
sofre quando atualiza suas potencialidades. Assim, o filósofo 
denominou de substância primeira os seres particulares, e de 
substância segunda, os universais, que são as espécies e os 
gêneros a que pertencem os indivíduos. 
Aristóteles estabeleceu dez categorias para expressar 
os modos de ser de um ente: substância, qualidade, quan-
tidade, relação, lugar, tempo, posição, posse, ação e paixão. 
Ressaltou que a substância correspondia ao sujeito e as 
demais categorias indicavam seus predicados. Estes, por sua 
vez, seriam acidentais para a substância primeira e essenciais 
para a substância segunda. Além disso, Aristóteles apresen-
tou quatro causas responsáveis pela existência de um ente: 
 • causa material – a matéria que constitui um ente;
 • causa eficiente – quem ou o que produz um ente;
 • causa formal – a forma de um ente;
 • causa final – a finalidade de um ente.
Nesse contexto, o filósofo destacou uma causa final 
comum a todos os seres: Deus, o primeiro motor imóvel.
Metafísica medieval 
Na Idade Média, a Filosofia recebeu influências do pen-
samento grego antigo e também do cristianismo. A Filo-
sofia medieval abordou temas como razão, fé, existência 
de Deus e salvação da alma humana, dividindo-se em dois 
períodos: Patrística (séculos II a VIII), influenciada pelo pla-
tonismo e pelo neoplatonismo, e Escolástica (séculos IX a 
XV), influenciada pelo aristotelismo. 
 Segundo Heráclito, o mesmo indivíduo não se banha duas vezes no 
mesmo rio: ambos mudam constantemente.
Posteriormente, a fim de explicar a ocorrência de trans-
formações e de permanências, Sócrates e Platão dividiram 
a realidade em dois níveis distintos: o mundo sensível, da 
matéria (em constante devir, imperfeito e acessível por meio 
dos sentidos), e o mundo inteligível, das ideias ou formas 
(estável, perfeito e acessível apenas ao pensamento). 
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2 Livro de Revisão 3
Filosofia
Durante a Escolástica, uma das principais questões 
discutidas pelos filósofos referia-se à noção aristotélica de 
substância, com ênfase nos universais (gêneros e espécies). 
Considerando as relações entre linguagem e realidade, 
houve um intenso debate sobre os universais, indagando 
se eles existiam em si mesmos ou como simples nomes 
no intelecto humano e na linguagem. Esse debate ficou 
conhecido como Querela dos Universais e envolveu diver-
sos pensadores, gerando respostas bastante distintas:
 • resposta nominalista (Roscelin de Compiègne, 
século XII) – os universais são meros nomes sem 
relação com a realidade.
 • resposta realista (Guilherme de Champeaux, 
século XII) – os universais existem como coisa (res), 
diferindo entre si pelos atributos acidentais.
 • resposta conceitualista (Pedro Abelardo, século XII) 
– os universais são predicados dos sínolos (matéria 
e forma) e nomeiam as coisas; os conceitos subsis-
tem no intelecto mesmo quando as coisas deixam 
de existir.
 • resposta tomista (Tomás de Aquino, século XIII) – os 
universais existem antes das coisas (ante rem), como 
ideias no intelecto divino; nas coisas (in re), como 
essências; e fora das coisas (post rem), como concei-
tos no intelecto humano.
 Segundo Pedro Abelardo, o universal rosa ainda teria um 
significado na mente, mesmo que todas as rosas deixassem 
de existir no mundo das coisas.
Metafísica moderna 
Na Modernidade (século XVIII), David Hume criticou a 
noção de causalidade da Metafísica tradicional, de origem 
aristotélica. Ele afirmou que a relação entre causa e efeito 
era resultado do hábito de julgar, e não uma lei da natureza. 
Além disso, declarou que a Metafísica não poderia desvelar 
o conhecimento verdadeiro, pois os seres e fatos são con-
tingentes, isto é, mudam constantemente.
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Ainda no século XVIII, Immanuel Kant afirmou que o 
pensamento de Hume o despertou de um “sono dogmático” 
e o influenciou a questionar como o ser humano conhece a 
realidade. Assim, ele concluiu que a realidade se divide em 
nôumeno (a coisa em si) e fenômeno (o modo como algo 
se apresenta a nós), porém somente os fenômenos podem 
ser conhecidos, pois a razão humana molda a realidade a 
suas próprias estruturas no ato de conhecê-la. 
Kant afirmou que a razão humana (o sujeito transcen-
dental) é constituída por formas puras da sensibilidade, 
segundo as quais todos os objetos são percebidos, e for-
mas puras do entendimento, com base nas quais a razão 
organiza os dados obtidos da experiência formando o 
conhecimento. 
De acordo com o filósofo, as formas puras da sensi-
bilidade seriam o espaço e o tempo. Já as categorias (ou 
formas puras) do entendimento formariam quatro grupos: 
quantidade (unidade, pluralidade, totalidade); qualidade 
(essência, negação, limitação); relação (substância, causa-
lidade, ação recíproca); e modalidade (possibilidade, exis-
tência, necessidade).
Kant declarou ainda que, ao investigar a realidade, as 
ciências formulam juízos, afirmando ou negando predica-
dos de sujeitos. Para ele, esses juízos poderiam ser
 • analíticos: juízos que explicitam um predicado já 
contido em um sujeito e, portanto, não produzem 
conhecimento;
 • sintéticos: juízosque acrescentam um predicado a 
um sujeito e, assim, produzem conhecimento;
 • a priori: juízos que são anteriores à experiência;
 • a posteriori: juízos empíricos, ou seja, que são pos-
teriores à experiência.
Segundo Kant, os juízos analíticos eram a priori, e os 
juízos sintéticos, a posteriori. Porém, a fim de ser consi-
derada uma ciência, a Metafísica deveria empregar juízos 
sintéticos a priori, ou seja, capazes de gerar conhecimento 
sobre ideias anteriores à experiência. No entanto, ele con-
cluiu que a razão só poderia formular esse tipo de juízo 
sobre dois objetos: 
 • as suas próprias estruturas, universais e anteriores 
à experiência;
 • as leis morais, universais e estabelecidas a priori 
pela razão.
3
Crítica à Metafísica 
No século XIX, Friedrich Nietzsche criticou a Metafísica, 
a religião e a moral tradicional. Ele as considerava ídolos 
(ilusões) e acreditava que elas impediam a afirmação da 
vontade de potência humana, promovendo a fuga da vida. 
Logo, afirmava a necessidade de destruir esses ídolos para 
iniciar uma nova forma de viver, em que os indivíduos acei-
tassem até mesmo os aspectos mais trágicos da existência. 
Para Nietzsche, a tragicidade e o movimento eram 
aspectos necessários da vida e não deveriam ser negados 
por meio de fugas, como as crenças metafísicas. Essa crítica 
teve grande influência sobre o pensamento de diferentes 
filósofos contemporâneos.
Ontologia contemporânea
No século XX, Edmund Husserl propôs-se a investigar o 
conhecimento e a consciência. Para isso, fundou a fenome-
nologia, cujo ponto de partida era a redução fenomenoló-
gica (époche), procedimento que consistia em suspender as 
crenças cotidianas e também as crenças em verdades cientí-
ficas ou filosóficas. Ao realizá-la, Husserl verificou que restava 
apenas a consciência para se conhecer. Destacou que ela se 
caracteriza pela intencionalidade, ou seja, é sempre cons-
ciência de algo. Isso significa dizer que ela confere significa-
dos aos entes tomados das diversas regiões do ser, de acordo 
com as circunstâncias em que se dirige a eles. 
Nesse contexto, o filósofo designou por noemas aquilo de 
que se tem consciência (os fenômenos), e por noésis a cons-
ciência intencional.
Ainda no século XX, Martin Heiddeger questionou qual o 
sentido do ser e concluiu que somente o ser humano (dasein) 
podia se fazer essa pergunta, por constituir o único ente aberto 
ao ser, isto é, dotado de uma compreensão prévia sobre ele. 
Para Heidegger, o dasein existe e os outros entes apenas 
são. Mas sua existência pode ser inautêntica, quando ele nega 
a si próprio e ignora a questão do ser, entregando-se ao anoni-
mato da vida cotidiana. A existência autêntica, por sua vez, seria 
aquela em que o dasein transcende os entes (vai além deles), 
em busca do sentido do ser. Isso seria a verdadeira Metafísica e, 
para realizá-la, o dasein deveria enfrentar a angústia que, sendo 
sua disposição originária, poderia revelar-lhe a finitude do ser 
e, portanto, a sua própria condição, a de ser-para-a-morte.
1. (UFU – MG) Leia atentamente o texto abaixo.
Na filosofia de Parmênides preludia-se o tema 
da ontologia. A experiência não lhe apresentava 
em nenhuma parte um ser tal como ele o pensava, 
mas, do fato que podia pensá-lo, ele concluía que 
ele precisava existir: uma conclusão que repousa 
sobre o pressuposto de que nós temos um órgão 
de conhecimento que vai à essência das coisas e 
é independente da experiência. Segundo Parmê-
nides, o elemento de nosso pensamento não está 
presente na intuição mas é trazido de outra parte, 
de um mundo extrassensível ao qual nós temos 
um acesso direto através do pensamento.
NIETZSCHE, Friedrich. A filosofia na época trágica dos gregos. Trad. 
Carlos A. R. de Moura. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 
1978. p. 151. Coleção Os Pensadores
 Marque a alternativa INCORRETA.
a) Para Parmênides, o Ser e a Verdade coincidem, por-
que é impossível a Verdade residir naquilo que Não-é: 
somente o Ser pode ser pensado e dito.
b) Pode-se afirmar com segurança que Parmênides 
rejeita a experiência como fonte da verdade, pois, 
para ele, o Ser não pode ser percebido pelos sentidos.
X c) Parmênides é nitidamente um pensador empirista, 
pois afirma que a verdade só pode ser acessada por 
meio dos sentidos.
d) O pensamento, para Parmênides, é o meio adequado 
para se chegar à essência das coisas, ao Ser, por-
que os dados dos sentidos não são suficientes para 
apreender a essência.
 Para Heidegger, o único ente capaz de investigar o sentido do ser e de 
sua própria existência é o dasein, cuja disposição originária é a angústia.
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4 Livro de Revisão 3
Filosofia
2. (UEM – PR)
Ao contrário de seus contemporâneos – como 
Parmênides – Heráclito não rejeitava as contradi-
ções e queria apreender a realidade na sua mu-
dança, no seu devir. Todas as coisas mudam sem 
cessar, e o que temos diante de nós em dado mo-
mento é diferente do que foi há pouco e do que 
será depois: “Nunca nos banhamos duas vezes 
no mesmo rio”, pois, na segunda vez, não somos 
os mesmos, e também as águas mudaram. Para 
Heráclito, o ser é múltiplo [...] por ele estar cons-
tituído de oposições internas. O que mantém o 
fluxo do movimento não é o simples surgimento 
de novos seres, mas a luta dos contrários [...]. É 
da luta que nasce a harmonia, como síntese dos 
contrários.
ARANHA, M. L. de A. Filosofar com textos: temas e história da 
filosofia. São Paulo: Moderna, 2012, p.287. 
 A partir desta afirmação sobre a filosofia de Heráclito, 
assinale o que for correto.
X 01) O princípio motor do movimento é a tensão de for-
ças contrárias entre si.
02) Na Grécia arcaica ou pré-socrática, o curso dos 
rios não estava estabelecido, razão pela qual eles 
mudavam de lugar de um dia para outro.
X 04) O princípio do devir ou da transformação contínua 
visa compreender a ordenação cosmológica do 
mundo.
08) O surgimento de novos seres é explicado pela 
intermediação divina, criadora ex nihilo.
16) A multiplicidade do real é pensada a partir do princí-
pio lógico de não contradição entre o ser e o não ser.
 Somatório: 05 (01 + 04)
3. (UFU – MG) Leia atentamente o texto abaixo. 
Logo, o que é primeiramente, isto é, não em 
sentido determinado, mas sem determinações, 
deve ser a substância. Ora, em vários sentidos se 
diz que uma coisa é primeira, e em todos eles o 
é a substância: na definição, na ordem de conhe-
cimento, no tempo.
ARISTÓTELES. Metafísica. (1028a 30-35). Tradução de Leonel 
Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1969. p.147-148. 
 De acordo com o pensamento de Aristóteles, marque a 
alternativa INCORRETA.
a) Para Aristóteles, o conhecimento somente é possível 
tendo por objeto as substâncias, pois dos acidentes 
não é possível se fazer ciência. 
b) A substância, ao contrário do acidente, é a categoria 
por meio da qual sabemos o que uma coisa é, pois é 
a partir da substância que definimos uma coisa. 
c) Pode-se dizer que, para a metafísica aristotélica, 
a substância é a característica necessária de uma 
coisa, uma vez que nos indica em que sentido uma 
coisa é. 
X d) Segundo a metafísica aristotélica, a definição de cada 
ser é apreendida pela ordenação e classificação de 
suas características acidentais.
4. (UEM – PR)
Pois bem, o que no passado e no presente foi 
sempre objeto de investigação e sempre objeto de 
dificuldades, o que é o ser, é isto: o que é a subs-
tância (quanto a isto, uns dizem que há uma única, 
outros que há mais do que uma e uns dizem que 
é em número limitado, outros que é em número 
ilimitado); por esta razão, nós devemos investigar, 
sobretudo, primeira e, por assim dizer, unicamente 
o que é o ser concebido deste modo.
ARISTÓTELES. Metafísica, VII, 1028b2-7. In: FIGUEIREDO, V. 
Filósofos na sala de aula. V. 3, São Paulo: Berlendis & Vertecchia 
Editores, 2008, p. 14.
 Com base no trecho citado e nos conhecimentos sobre o 
assunto, assinale o que for correto.
X 01) A investigaçãoda noção de ser é um problema cen-
tral para a reflexão filosófica.
X 02) A definição de substância de algo é, no limite, a defi-
nição do ser desse algo.
04) A substância não é alvo de estudos no presente, 
mas foi analisada pelos filósofos do passado.
X 08) O filósofo defende uma investigação da substância 
exclusivamente enquanto o ser de algo, aquilo que 
algo é.
X 16) A definição do que é algo, o seu ser, não se altera no 
tempo nem no espaço.
 Somatório: 27 (01 + 02 + 08 + 16)
5. (UFU – MG) Leia o texto a seguir e responda ao que se 
pede.
criadora ex nihilo: que cria algo do nada (nihil).
5
O grande inspirador da questão (dos universais) 
foi o neoplatônico Porfírio, que em sua obra Isagoge 
afirma: “Não tentarei enunciar se os gêneros e as es-
pécies existem por si mesmos ou somente na inteli-
gência, nem, no caso de subsistirem (existirem por 
si), se são corpóreos ou incorpóreos, nem se existem 
separados dos objetos (que nomeiam), formando 
partes dos mesmos”. Esse problema gerou muitas 
disputas. Era a grande discussão sobre a existência 
ou não das ideias gerais, isto é, os chamados uni-
versais de Aristóteles. Tal discussão ficou conhecida 
como a questão (ou querela) dos universais.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. São Paulo: Saraiva, 
1993. p. 31.
a) O que é um universal?
Universal é um conceito geral que se aplica a um ente 
particular. Por exemplo, a espécie e o gênero a que pertence 
determinado indivíduo.
b) O que foi a questão dos universais na Idade Média? 
Quais as posições em debate?
Foi um debate filosófico que indagou se os universais existem na 
realidade ou no pensamento. Respostas: realista – eles existem na 
realidade; nominalista – são apenas nomes; conceitualista – são 
predicados dos sínolos (matéria e forma); tomista – existem antes 
das coisas, como ideias no intelecto divino; nas coisas, como 
essências; e fora das coisas, como conceitos no intelecto humano; 
terminista – são conceitos lógicos sem realidade ontológica. 
6. (UFU – MG) Leia o texto a seguir sobre o problema dos 
universais. 
Ockham adota o nominalismo, posição inaugu-
rada em uma versão mais radical por Roscelino 
(séc. XII), [que] afirma serem os universais apenas 
palavras, flatus vocis, sons emitidos, não havendo 
nenhuma entidade real correspondente a eles.
MARCONDES, D. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a 
Wittgenstein. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2005. p. 132. 
 Marque a alternativa correta.
a) Segundo o texto acima, o termo “humanidade”, aplicá-
vel a uma multiplicidade de indivíduos, indica um modo 
de ser das realidades extramentais. 
X b) Segundo o texto acima, o termo “humanidade”, apli-
cável a uma multiplicidade de indivíduos, é apenas um 
conceito pelo qual nos referimos a esse conjunto. 
c) Segundo o texto acima, o termo “humanidade”, aplicá-
vel a uma multiplicidade de indivíduos, determina enti-
dades metafísicas subsistentes. 
d) Segundo o texto acima, o termo “humanidade”, apli-
cável a uma multiplicidade de indivíduos, determina 
formas de substância individual existentes.
7. (UFU – MG) Leia atentamente o texto abaixo sobre a teoria 
do hábito em David Hume.
E é certo que estamos aventando aqui uma pro-
posição que, se não é verdadeira, é pelo menos 
muito inteligível, ao afirmarmos que, após a con-
junção constante de dois objetos – calor e chama, 
por exemplo, ou peso e solidez –, é exclusivamente 
o hábito que nos faz esperar um deles a partir do 
aparecimento do outro.
HUME, D. Investigações sobre o entendimento humano e sobre os princípios 
da moral. São Paulo: Editora Unesp, 2004. p. 75.
 Com base na Teoria de Hume e no texto acima, marque 
a alternativa INCORRETA, ou seja, aquela que de modo 
algum pode ser uma interpretação adequada desse texto.
a) A conjunção constante entre dois objetos explica a 
força do hábito e, consequentemente, o procedimento 
da inferência.
b) A hipótese do hábito é consequente com a teoria de 
Hume, de que todo o nosso conhecimento é construído 
por experiência e observação.
c) Se a causalidade fosse construída a priori e de modo 
necessário, não seria preciso recorrer à experiência e 
à repetição para que de uma causa fosse extraído o 
respectivo efeito.
X d) O hábito jamais pode ser a base da inferência. Em 
virtude disso, os conceitos de causa e efeito jamais 
podem se aplicar a qualquer objeto da experiência.
8. (UFU – MG) No texto que se segue, Marilena Chauí 
comenta a estrutura da sensibilidade em Kant.
A forma da sensibilidade é o que nos permite 
ter percepções, isto é, a forma é aquilo sem o que 
não pode haver percepção, sem o que a percepção 
seria impossível.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995. p. 78. 
6 Livro de Revisão 3
Filosofia
 Marque a alternativa que explicita corretamente a forma 
da sensibilidade para Kant.
a) A forma da sensibilidade é constituída por impressões 
e sensações, a partir das quais captamos todos os 
conteúdos da experiência possível. 
b) A forma da sensibilidade é retirada da experiência, 
com a qual aprendemos as noções fundamentais de 
número e extensão. 
c) A forma da sensibilidade é constituída pelos cinco 
sentidos, que produzem todas as imagens possíveis 
da experiência. 
X d) A forma da sensibilidade não é dada pela experiência, 
mas possibilita a experiência, sendo constituída pelo 
espaço e pelo tempo.
9. (UFU – MG) Imannuel Kant (1724-1804) reconheceu a 
importância dos avanços das ciências naturais, em espe-
cial da física, que passou de um conhecimento meramente 
especulativo para se constituir em ciência. A metafísica, 
por sua vez, não obteve o mesmo sucesso, pois, conti-
nuando a ser especulativa, por mais que os sistemas 
fossem muito bem elaborados, suas verdades não eram 
indiscutíveis. Assim, Kant procura dar à metafísica a 
mesma consistência que possuíam outros campos do 
saber, fundamentando-a em juízos sintéticos a priori.
 Com base nas explicações acima e nos seus conheci-
mentos, assinale a alternativa que define a concepção 
kantiana de juízo sintético a priori.
X a) São universais, necessários e ampliam o conhecimento.
b) Não são universais e necessários, mas permitem 
ampliar o conhecimento.
c) São universais e necessários, mas não permitem 
ampliar o conhecimento.
d) Não são nem universais e nem necessários, portanto 
não permitem ampliar o conhecimento.
10. Leia o texto a seguir.
Mas o que são os fenômenos? Fenômeno [...] 
para Husserl é tudo aquilo que aparece, ou seja, 
todas as coisas [...] que se mostram a nós, porém 
assinalando que “coisas” não devem ser entendidas 
apenas como coisas físicas [...]. Quando dizemos 
que algo se mostra ou aparece, temos já subenten-
dido que aquilo que se mostra, mostra-se a alguém, 
a nós, seres humanos. Esse é um ponto importante 
da fenomenologia: a ideia de que fenômenos e 
consciência humana estão sempre correlacionados.
Essa ideia partiu do “conceito de intencionali-
dade” que postula que toda consciência é sempre 
“consciência de algo”, ou seja, que todo pensar 
é sempre “pensar em algo”, todo sentir é “sentir 
algo”, e assim por diante. 
GOTO, Tommy Akira. A alma como realidade psíquica na fenomenologia. 
Disponível em: <http://revistacult.uol.com.br/home/2013/09/a-alma-
como-realidade-psiquica-na-fenomenologia/>. Acesso em: 11 mar. 
2016.
 Sobre o conceito de intencionalidade em Husserl, assi-
nale a alternativa correta.
a) A consciência intencional separa o sujeito do objeto 
para apreender a essência dos fenômenos.
X b) A consciência intencional está sempre voltada para os 
objetos apreendidos.
c) Husserl definiu intencionalidade como característica 
dos fenômenos.
d) A intencionalidade caracteriza-se como capacidade 
de visar às coisas em si, e não aos fenômenos.
11. Leia o texto a seguir.
De fato, o que então lhe interessava não eram 
os diversos comportamentos cotidianos do ser 
humano, mas compreender como tais compor-
tamentos eram possíveis, isto é, qual o seu fun-
damento. Em Ser e Tempo,Heidegger detectou 
tal fundamento na própria relação privilegiada e 
variada que o homem mantém com o ser e com 
o tempo em cada uma de suas atividades. Para 
retomar uma conhecida fórmula de Ser e Tempo, 
pode-se afirmar que o homem é o ente que, en-
quanto existe, está continuamente às voltas com 
o ser, isto é, com o seu ser, com o ser dos outros 
e com o ser dos demais entes que ele encontra à 
sua volta. 
DUARTE, André Macedo. Heidegger e a técnica. In: FIGUEIREDO, 
Vinícius (Org.). Filósofos na sala de aula. São Paulo: Berlendis e 
Vertecchia, 2008. p. 208. v. 3.
 Martin Heidegger chamou o ser humano de dasein, que sig-
nifica ser-aí. Sobre o dasein, assinale a alternativa correta.
X a) O dasein é o único ente aberto ao ser e ao tempo.
b) O dasein apenas é, enquanto os entes existem.
c) O dasein é um ente que não compreende o ser.
d) O dasein não compreende o ser e o tempo. 
7
2. Filosofia contemporânea 
O século XIX marca a transição da Filosofia moderna para a Filosofia contemporânea. Enquanto a primeira, de inspira-
ção iluminista, destacava as possibilidades da razão (ou consciência) e apontava seu progresso no decorrer da história, a 
segunda caracteriza-se pela crítica a essa idealização da racionalidade, ressaltando os limites da razão. Além disso, o desen-
volvimento das Ciências Humanas ofereceu novas visões sobre assuntos abordados no âmbito filosófico, entre os quais as 
concepções de razão, progresso e verdade. 
Positivismo 
O positivismo surgiu no século XIX, com Auguste Comte, 
sob influência de fatores como o desenvolvimento indus-
trial, a teoria evolucionista de Charles Darwin e a afirmação 
das Ciências Humanas. Para Comte, os fatos e fenômenos 
eram regidos por leis gerais e a história revelava o pro-
gresso racional-científico da humanidade. Esse progresso 
respeitaria a “lei dos três estados”, que consistia na transição 
linear de um estado para outro na segunte ordem: 
1. estado teológico ou fictício – caracterizado pela 
busca de conhecimentos absolutos, atribuindo a ori-
gem dos fatos e fenômenos a agentes sobrenaturais;
2. estado metafísico ou abstrato – caracterizado pela 
busca de conhecimentos absolutos, atribuindo a ori-
gem dos fatos e fenômenos à ação de forças abstratas;
3. estado positivo ou científico – caracterizado pela 
busca do conhecimento das leis gerais que explicam 
os fatos por meio do raciocínio e da observação.
Na visão de Comte, a função da Filosofia era avaliar os 
métodos das ciências, as quais ele classificou em três grupos:
 • Física celeste – Matemática e Astronomia;
 • Física orgânica – Química e Fisiologia;
 • Física social – Sociologia.
Comte acreditava que as ciências dos dois primeiros 
grupos já se encontravam no estado positivo. Segundo 
ele, para alcançar esse estado, a Sociologia deveria apli-
car o método da Física newtoniana ao estudo dos fatos 
sociais. Assim, poderia identificar as leis fixas que regem 
esses fatos, além de fundamentar uma política racional que 
possibilitasse uma reestruturação social pacífica. O lema do 
positivismo, que influenciou a inscrição da bandeira nacio-
nal brasileira, era “amor, ordem e progresso”.
Idealismo 
No século XIX, George Wilhelm Friedrich Hegel identi-
ficou o que é real com o que é racional. Também definiu 
a história como o progresso do espírito (razão) e da ideia 
de liberdade, além de apresentar a Filosofia como o saber 
sobre o sentido da história já realizada. 
Segundo Hegel, o progresso do espírito resulta do 
movimento dialético gerado pela contradição entre teses 
e antíteses, promovendo sínteses. Nesse contexto, a tese 
corresponde a uma ideia originada no sistema de verda-
des parciais de um momento histórico; a antítese repre-
senta uma ideia contrária; e, do confronto entre elas, tese 
e antítese, surge a síntese, uma nova ideia que contém ele-
mentos de ambas, apesar de superá-las. Portanto, as crises 
seriam resultantes de contradições dialéticas, mas, com o 
tempo, o confronto entre teses e antíteses produziria sín-
teses cada vez mais elevadas. Assim, ocorreria o progresso 
do espírito rumo ao absoluto (a totalidade), ou seja, rumo à 
compreensão do próprio movimento dialético. Nesse pro-
cesso, o espírito passaria por três momentos:
 • espírito subjetivo – quando o espírito se reconhece 
como consciência individual;
 • espírito objetivo – quando o espírito se reconhece 
como cultura;
 • espírito absoluto – quando o espírito se reconhece 
como Arte, Religião e Filosofia.
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 Para Comte, o progresso 
dos conhecimentos e das 
sociedades culminava 
no estado positivo ou 
científico, superando 
os estados teológico e 
metafísico, equivalentes à 
infância da humanidade.
8 Livro de Revisão 3
Filosofia
Materialismo histórico e 
dialético 
No século XIX, Karl Marx e Friedrich Engels refletiram sobre 
a realidade social e suas relações com as estruturas do pen-
samento. Concluíram que a realidade histórica é constituída 
pelo desenvolvimento das relações de produção dos bens 
materiais necessários à existência humana, em um processo 
dialético de antagonismo entre classes sociais – nas socie-
dades industriais, a burguesia (classe dominante) e o prole-
tariado (classe dominada). Sendo assim, pretendiam formar 
uma ciência materialista para investigar o desenvolvimento 
histórico-social das relações de produção e da luta de classes. 
De acordo com Marx e Engels, as condições concretas de 
existência determinam a consciência dos indivíduos, e não o 
contrário, como afirmara Hegel. Ao abordar esse aspecto, eles 
denunciaram a atuação da ideologia, o pensamento dissemi-
nado pela classe dominante, a favor de seus interesses. Além 
disso, propuseram que a classe operária tomasse consciência 
desse quadro e promovesse uma revolução para transformar a 
realidade, gerando um novo modelo de sociedade, sem clas-
ses sociais, injustiças e Estado: a sociedade comunista. 
Antirracionalismo 
Ainda no século XIX, Friedrich Nietzsche criticou severa-
mente os conceitos de verdade, razão, progresso e valores, 
considerados fundamentais nas teorias filosóficas estabeleci-
das até a Modernidade. Para ele, tais ideias não passavam de 
criações humanas para mascarar a tragicidade da existência. 
Nietzsche negava que houvesse uma verdade absoluta, 
apreensível pela razão. Apontava a coexistência de verdades 
distintas, já que o ser humano teria acesso apenas a perspec-
tivas e interpretações sobre a realidade. O filósofo criticou 
especialmente as concepções de verdade fundamentadas na 
suposta existência de uma realidade externa à vida, capaz de 
determinar qual a conduta moralmente adequada. 
Nesse contexto, Nietzsche anunciou a morte de Deus no 
pensamento moderno, pois não acreditava que houvesse 
outra motivação para o agir humano além da própria vida. 
Ele considerava o ser humano “um fio estendido entre dois 
extremos”: o animal e o além do homem, sendo esse último 
o único capaz de aceitar a vida como ela é e de experimen-
tar o eterno retorno – ou seja, de repetir eternamente sua 
entrega a cada acontecimento da vida. 
 Nietzsche definia o ser humano como um fio estendido entre dois 
extremos: o animal e o além do homem, aquele que aceita e ama a 
vida sem recorrer a fugas metafísicas.
Psicanálise 
No século XX, o médico Sigmund Freud inaugurou a psi-
canálise, dedicando-se ao estudo da consciência em busca 
das causas das perturbações psíquicas de seus pacientes e 
da cura para elas. Segundo ele, o psiquismo humano é for-
mado por três elementos: o id (inconsciente), o ego (cons-
ciência) e o superego (responsável pelas proibições morais). 
Freud afirmava que o ser humano é movido por desejos 
(pulsões), provenientes do id e geralmente relacionados à 
sexualidade, ao poder e à morte. Segundo ele, esses desejos 
entram em conflito com a moral vigente e, por isso, podem 
ser reprimidos pelo superego antes de chegar à consciência. 
No entanto, a repressão do superego pode falhar e, então, 
o desejo reprimidose manifesta em forma de perturbações 
psíquicas, sonhos, esquecimentos e atos falhos. Nesse con-
texto, o papel do psicanalista seria o de ajudar o paciente a 
tornar seus desejos conscientes para então sublimá-los. 
Além disso, de acordo com a psicanálise de Freud, o ser 
humano é movido por pulsões de vida (Eros), responsáveis 
pela sobrevivência, e pulsões de morte (Tânatos), responsá-
veis pela destruição e pelo sofrimento. Assim, ao refrear algu-
mas de suas pulsões para conviver socialmente, os indivíduos 
vivem um conflito denominado “mal-estar na civilização”.
Fenomenologia 
No século XX, Edmund Husserl retomou aspectos da 
crítica da razão empreendida por Kant e que havia resul-
tado na identificação de estruturas cognitivas universais, 
como espaço, tempo, causalidade, etc. 
Avançando na investigação dos modos pelos quais a 
consciência humana conhece a realidade, Husserl inaugu-
rou uma nova área de estudos, a fenomenologia.
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O procedimento inicial de Husserl, denominado redu-
ção fenomenológica ou epoché, foi “colocar entre parên-
teses” a existência da realidade para investigar as relações 
que se estabelecem entre o mundo e a consciência. Com 
base nesse procedimento, ele identificou a intencionalidade 
como característica essencial da consciência. Isso significa 
que a consciência é sempre consciência de algo, em deter-
minado momento e de acordo com as circunstâncias. Além 
disso, o filósofo demonstrou que a consciência (noésis) e o 
objeto conhecido (noema) se misturam no ato da percepção 
de modo que um sempre modifica o outro e vice-versa.
Razão instrumental e razão 
crítica 
No século XX, representantes da Escola de Frankfurt, 
Theodor Adorno e Max Horkheimer, analisaram o conceito 
de razão estabelecido na Modernidade. Nessa reflexão, 
ambos destacaram dois tipos de racionalidade:
 • razão instrumental – típica da Modernidade, respon-
sável pelo domínio da natureza e dos seres humanos 
segundo o critério de que “conhecer é poder” , ou seja, 
tomando a ciência, a tecnologia e a ideologia como 
instrumentos para dominar a vida humana;
 • razão crítica – aquela que permite refletir criticamente 
sobre o mundo e as relações sociais.
Segundo Adorno e Horkheimer, no capitalismo, a razão 
instrumental é utilizada para manipular as populações por 
meio da indústria cultural, criada para disseminar a ideologia 
dominante em favor do consumo. Nesse contexto, a indústria 
cultural se desenvolveu por meio dos avanços nos meios de 
comunicação de massa, transformando até mesmo a arte em 
objeto de consumo, além de mudar a concepção de lazer, de 
modo a torná-lo uma extensão do trabalho.
Pensamento filosófico e não 
filosófico 
No século XX, surgiu o estruturalismo, corrente de pen-
samento que influenciou diversas áreas de estudo, como 
Antropologia, Psicologia, Linguística, Ciência Política e outras. 
Sua ideia central era tratar da existência de estruturas fixas que 
determinariam os diferentes objetos de estudo das Ciências 
Humanas, instituindo as condições de vida, as relações sociais 
e os conhecimentos humanos. 
Michel Foucault foi chamado de estruturalista, mesmo sem 
concordar com esse rótulo. Para ele, os momentos históricos 
são determinados por epistemes, de acordo com os critérios de 
cada cultura para julgar quais discursos são verdadeiros. O filó-
sofo citou três epistemes sobre as práticas discursivas ocidentais: 
conhecimento como apreensão da essência (até o século XVI); 
conhecimento como representação da realidade (séculos XVII 
e XVIII); e busca pelo que permanece oculto nos conhecimen-
tos humanos (séculos XIX e XX). Para ele, entre uma episteme e 
outra, haveria ruptura e descontinuidade na forma de pensar.
Já Gilles Deleuze é chamado de pós-estruturalista por não 
acreditar em estruturas fixas, defendendo a invenção de novas 
subjetividades e a transformação constante dos sujeitos. Seu 
pensamento é conhecido como filosofia da diferença. 
Para Deleuze, o pensamento pode ser filosófico (criador 
de conceitos) e não filosófico (científico, artístico, etc.), sendo 
importante estabelecer um diálogo entre essas formas de pen-
sar. Ele definiu como paixão de pensar o fato de que os pen-
samentos têm sua gênese no movimento gerado por ações 
externas. Além disso, criou o conceito de “corpo sem órgão”, 
para expressar o vínculo do pensamento com a dimensão sen-
sível, e o conceito de “rizoma”, para se referir às relações entre as 
diferentes formas de pensamento e os desejos inconscientes. 
1. Leia o texto a seguir.
Desenvolvido por Augusto Comte, o Positivismo, uma maneira de pensar a vida social, delimitou a área de 
estudo do pensamento social em relação aos demais campos do conhecimento. A Sociologia como ciência teve 
início no século XIX por influência tanto do desenvolvimento das outras ciências quanto das transformações 
sociais da época. Comte a chamou inicialmente de Física Social, antes de criar o termo Sociologia, palavra hí-
brida do latim e do grego, socius-logos, estudo do grupo; a ciência que estuda os grupos. Ao fundamentar a nova 
ciência, mostrou-se contrário aos tipos de pensamento vago sobre o homem, as especulações da razão pura, ou 
seja, da Metafísica e da Teologia.
MATTOS, Sérgio Sanandaj. O positivismo, primeira corrente do pensamento sociológico. Disponível: <http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/ESSO/
Edicoes/57/artigo340334-1.asp>. Acesso em: 18 mar. 2016.
10 Livro de Revisão 3
Filosofia
 Assinale a alternativa que melhor descreve o positivismo.
a) Linha de pensamento que busca explicar os fenôme-
nos sociais com base em abstrações, utilizando con-
ceitos da Metafísica de Aristóteles.
b) Linha de pensamento que ressalta os aspectos positi-
vos (benéficos) da existência humana em sociedade.
X c) Linha de pensamento que analisa os fatos sociais com 
base naquilo que é observável em busca de leis gerais 
que regem os fatos e fenômenos.
d) Linha de pensamento que estuda a influência do 
inconsciente na formação de transtornos psíquicos. 
2. (UFU – MG) A expressão “astúcia da razão” foi utilizada 
por Hegel para explicar o desenvolvimento da História 
Universal. A respeito do significado dessa expressão, 
marque a alternativa correta.
a) Essa expressão significa o irracional governando o 
mundo, porque as ações humanas são movidas pelos 
interesses mesquinhos que só encontram a sua satis-
fação na destruição do Estado, fazendo a humanidade 
regredir ao estado de natureza.
b) Essa expressão significa a fraude característica das 
ações dos indivíduos históricos universais que estão 
empenhados na aquisição do poder, sem se envolve-
rem com a vida cotidiana e com a esfera da morali-
dade subjetiva dos povos.
c) Essa expressão significa a ilusão de que as coisas 
realmente acontecem, quando na verdade a História 
Universal é conduzida pela força do destino traçada 
pela ordem da Providência Divina, que está acima da 
vontade dos homens.
X d) Essa expressão significa a força da razão, isto é, o 
universal que se manifesta por intermédio das ações 
humanas, as quais buscam a satisfação imediata e 
realizam algo mais abrangente, constituindo histori-
camente o Estado e a vida ética dos indivíduos em 
sociedade civil.
3. (UFU – MG) A respeito do conceito de dialética, Hegel faz 
a seguinte afirmação:
O interesse particular da paixão é, portanto, 
inseparável da participação do universal, pois é 
também da atividade do particular e de sua nega-
ção que resulta o universal.
HEGEL, G. W. F. Filosofia da História. 2. ed. Tradução de Maria 
Rodrigues e Hans Harden. Brasília: Editora da UnB, 1998. p. 35.
 Com base no pensamento de Hegel, assinale a alterna-
tiva correta.
a) O particular é irracional, por isso é a negação do uni-
versal, portanto, a História não é guiada pela Razão, 
mas se deixa conduzir pelo acaso cego dos acon-
tecimentos que se sucedem sem nenhuma relação 
entre eles.
b) O universal é a somatória dos particulares, de modo 
que a História é tão só oacumulado ou o agregado 
das partes isoladas, e assim elas estão articuladas tal 
como engrenagens de uma grande máquina.
X c) O particular da paixão é a ação dos indivíduos, sem-
pre em oposição à finalidade da História, isto é, do 
universal da Razão que governa o mundo, mas esta 
depende da ação dos indivíduos, sem os quais ela não 
se manifesta.
d) O universal é a vontade divina que por intermédio da 
sua ação providente preserva os homens de todos os 
perigos, evitando que se desgastem com suas pai-
xões, assim, o humano é preservado desde o seu sur-
gimento na Terra.
4. (UFU – MG) Leia o texto de K. Marx a seguir.
O objeto deste estudo é a produção material. 
Indivíduos produzindo em sociedade, portanto, 
a produção dos indivíduos determinada social-
mente, é por certo o ponto de partida. O caça-
dor e o pescador, individuais 
e isolados, de que partem 
Smith e Ricardo, pertencem às 
ficções do século XVIII.
Marx, K. Introdução à crítica da economia política. São Paulo: Abril 
Cultural, 1987. p. 3.
 Marque a alternativa correta.
X a) A produção material é entendida por Marx como um 
trabalho socialmente determinado.
b) Para Marx, o caçador e o pescador, de que falam 
Smith e Ricardo, representam o trabalho socialmente 
determinado.
c) Marx afirma que o trabalhador isolado é o fundamento 
da produção material.
d) Marx considera seu ponto de partida equivalente ao 
de Smith e Ricardo.
Adam Smith e David 
Ricardo, teóricos do libera-
lismo econômico.
11
5. (UNESP – SP)
 Texto 1
Com o desenvolvimento industrial, o proletariado 
não cresce unicamente em número; concentra-se em 
massas cada vez maiores, fortalece-se e toma cons-
ciência disso. A partir daí os trabalhadores come-
çam a formar sindicatos contra os burgueses, atuan-
do em conjunto na defesa dos salários. De todas 
as classes que hoje se defrontam com a burguesia, 
apenas o proletariado é uma classe verdadeiramen-
te revolucionária. Todos os movimentos históricos 
precedentes foram movimentos minoritários, ou em 
proveito de minorias. O movimento proletário é o 
movimento consciente e independente, da imensa 
maioria, em proveito da imensa maioria. Proletários 
de todos os países, uni-vos!
Marx e Engels. Manifesto comunista, 1982 (Adaptado).
 Texto 2
Só pelo fato de pertencer a uma multidão, o 
homem desce vários graus na escala da civilização. 
Isolado seria talvez um indivíduo culto; em multi-
dão é um ser instintivo, por consequência, um bár-
baro. Possui a espontaneidade, a violência, a feroci-
dade e também o entusiasmo e o heroísmo dos seres 
primitivos e a eles se assemelha ainda pela facilidade 
com que se deixa impressionar pelas palavras e pelas 
imagens e se deixa arrastar a atos contrários aos seus 
interesses mais elementares. O indivíduo em multi-
dão é um grão de areia no meio de outros grãos que 
o vento arrasta a seu bel-prazer.
Gustave Le Bon. Psicologia das multidões, 1980.
 Descreva duas diferenças entre os dois textos, quanto às 
suas concepções sobre o papel das multidões na história.
Segundo o texto 1, a coletividade potencializa o indivíduo para 
transformar a sociedade. O proletariado, como classe, organiza-se 
contra a burguesia de forma consciente e independente. Logo, a ação 
coletiva representa progresso. 
Segundo o texto 2, o indivíduo perde a consciência e a autonomia ao 
agir em multidão, transformando-se em um ser instintivo. Logo, a ação 
coletiva provoca retrocessos.
6. (UNESP – SP)
 Texto 1
Você quer ter boa saúde e vida longa para você e 
sua família? Anseia viver num mundo onde a dor, o 
sofrimento e a morte serão coisas do passado? Um 
mundo assim não é apenas um sonho. Pelo contrá-
rio, um novo mundo de justiça logo será realida-
de, pois esse é o propósito de Deus. Jeová levará a 
humanidade à perfeição por meio do sacrifício de 
resgate de Jesus. Os humanos fiéis viverão como 
Deus queria: para sempre e com saúde perfeita.
A Sentinela, dezembro de 2013. Adaptado.
 Texto 2
Assim, tenho de contradizê-lo quando prossegue 
argumentando que os homens são completamente 
incapazes de passar sem a consolação da ilusão reli-
giosa, que, sem ela, não poderiam suportar as difi-
culdades da vida e as crueldades da realidade. Sem a 
religião, terão de admitir para si mesmos toda a ex-
tensão de seu desamparo e insignificância na maqui-
naria do universo; não podem mais ser o centro da 
criação, o objeto de terno cuidado por parte de uma 
Providência beneficente. Mas não há dúvida de que 
o infantilismo está destinado a ser superado. Os ho-
mens não podem permanecer crianças para sempre; 
têm de, por fim, sair para a “vida hostil”. Podemos 
chamar isso de “educação para a realidade”.
Sigmund Freud. O futuro de uma ilusão, 1974. Adaptado.
 Comente as diferenças entre os dois textos no tocante 
à religião.
O texto 1 é religioso. Com base na fé, aponta um futuro perfeito para os 
merecedores (humanos fiéis), em um novo mundo, como consolação 
para os sofrimentos atuais. 
No texto 2, científico, Freud refere-se ao fenômeno religioso como um 
lenitivo para a condição humana, marcada pela falta de sentido, 
pela contingência e pelo abandono. Qualifica o recurso a esse lenitivo 
como caraterística de um infantilismo, que deve ser superado por meio 
de uma educação para a realidade.
12 Livro de Revisão 3
Filosofia
7. (UNESP – SP) 
Não somente os tipos das canções de sucesso, 
os astros, as novelas ressurgem ciclicamente como 
invariantes fixos, mas o conteúdo específico do 
espetáculo só varia na aparência. O fracasso tem-
porário do herói, que ele sabe suportar como bom 
esportista que é; a boa palmada que a namorada 
recebe da mão forte do astro, são, como todos os 
detalhes, clichês prontos para serem empregados 
arbitrariamente aqui e ali e completamente de-
finidos pela finalidade que lhes cabe no esque-
ma. Desde o começo do filme já se sabe como ele 
termina, quem é recompensado, e, ao escutar a 
música ligeira, o ouvido treinado é perfeitamente 
capaz, desde os primeiros compassos, de adivi-
nhar o desenvolvimento do tema e sente-se feliz 
quando ele tem lugar como previsto. O número 
médio de palavras é algo em que não se pode 
mexer. Sua produção é administrada por especia-
listas, e sua pequena diversidade permite reparti-
-las facilmente no escritório.
Theodor W. Adorno e Max Horkheimer. A indústria cultural como 
mistificação das massas. In: Dialética do esclarecimento, 1947. Adaptado.
 O tema abordado pelo texto refere-se
a) ao conteúdo intelectualmente complexo das produ-
ções culturais de massa.
b) à hegemonia da cultura americana nos meios de 
comunicação de massa.
c) ao monopólio da informação e da cultura por ministé-
rios estatais.
d) ao aspecto positivo da democratização da cultura na 
sociedade de consumo.
X e) aos procedimentos de transformação da cultura em 
meio de entretenimento.
8. O texto a seguir se refere ao pensamento de Gilles Deleuze.
Assim, vendo na Filosofia o domínio do conceito, 
Deleuze irá elaborar sua filosofia não só incorporando 
conceitos provenientes de outras filosofias, que situa 
no espaço da diferença, mas também criando concei-
tos a partir daquilo que foi pensado, com seus pró-
prios elementos – funções científicas, sensações artís-
ticas – em outros domínios. Deste modo, ao pensar a 
literatura e as artes, Deleuze está realizando seu projeto 
filosófico de constituição de uma filosofia da diferença, 
sem que haja uma diferença essencial entre esses estu-
dos e os estudos dos textos tecnicamente filosóficos. 
MACHADO, Roberto. Uma geografia da diferença. Disponível em: 
<http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/uma-geografia-da-
diferenca/>. Acesso em: 18 mar. 2016.
 Com base no texto e em seus conhecimentos sobre a obra 
de Gilles Deleuze, explique o que é a filosofia da diferença.
Em vez de abordar aspectos universais ou estruturas fixas, a filosofia 
da diferença de Deleuze privilegia a reflexão sobre a diversidade, a 
pluralidade e, portanto, sobre a existência de singularidades. Ela se
relacionacom a possibilidade de inventar novas subjetividades, 
abordando diferentes formas de conhecimento, tais como 
os discursos filosóficos e os não filosóficos (Ciência, Arte, etc.).
3. Lógica formal 
Lógica é a área da Filosofia que trata da forma e da validade dos raciocínios, assim como dos modos de se demonstrar 
a verdade ou a falsidade de uma afirmação. Ela investiga questões ligadas à linguagem, às formas de expressão do pensa-
mento e ao modo como estas se relacionam com a realidade. Divide-se em:
 • Lógica formal – estudo da ordenação entre as partes dos raciocínios buscando formas universalmente válidas;
 • Lógica informal – estudo da argumentação realizada em linguagem comum considerando o conteúdo dos raciocí-
nios em vez de seus aspectos formais.
Na Antiguidade grega, o discípulo de Parmênides, Zenão de Eleia, foi um dos primeiros que apontou a possibilidade de 
haver conflito entre a ordem do pensamento e a da realidade. Ele acreditava que o movimento era uma ilusão e elaborou 
os seguintes paradoxos na tentativa de comprovar essa tese: 
 • É impossível deslocar-se de um ponto a outro.
 • Se o veloz herói Aquiles apostasse corrida com uma tartaruga e ela saísse na frente, ele jamais a alcançaria.
 • Uma flecha lançada no ar não está em movimento.
13
Todo homem é mortal
(Todo H é M)
M
H
Sócrates é homem
(S é H)
M
H
S
Logo, Sócrates é mortal 
(S é M)
M
H
S
 De acordo com um dos paradoxos de Zenão, a cada instante, uma 
flecha lançada se encontra em uma posição fixa de modo que seu 
movimento não passaria de ilusão.
Lógica aristotélica 
Na Antiguidade grega, Aristóteles estabeleceu três prin-
cípios lógico-ontológicos, ou seja, válidos para a análise da 
realidade (que é objeto da Metafísica/Ontologia) e tam-
bém para a análise do raciocínio (que é objeto da Lógica).
 • Princípio de identidade: A é A.
 • Princípio de não contradição: A é A e não pode 
ser não-A.
 • Princípio do terceiro excluído: uma afirmação é ver-
dadeira ou é falsa e não há uma terceira possibilidade.
Aristóteles considerava a Lógica (ou Analítica) um instru-
mento ( organon) para avaliar a validade das proposições. Na 
concepção aristotélica, proposição é uma frase que expressa 
um juízo do pensamento, unindo ou separando dois termos 
(o sujeito e o predicado) por meio de um verbo (a cópula). 
De acordo com a categoria de qualidade, as proposições 
podem ser afirmativas (S é P) ou negativas (S não é P). De 
acordo com a categoria de quantidade, elas podem ser uni-
versais (Todo S é P ou Nenhum S é P), particulares (Alguns S 
são P ou Alguns S não são P) ou singulares (Este S é P ou Este 
S não é P). Além disso, as proposições podem se encadear 
formando silogismos.
Silogismo é um argumento formalmente correto com-
posto de três proposições que se relacionam: duas premissas 
e uma conclusão. Observe, a seguir, a representação gráfica 
de um silogismo de acordo com o Diagrama de Venn.
Os termos presentes em um silogismo são classificados 
em: maior, menor e médio. Observe o exemplo.
Primeira premissa → Todo homem é mortal.
Termo maior
Segunda premissa → Sócrates é homem.
Termo médio
Conclusão → Logo, Sócrates é mortal.
Termo menor
Na Lógica aristotélica, a construção de um silogismo for-
malmente correto depende do respeito às seguintes regras:
Regras relativas aos 
termos
Regras relativas às 
proposições
1. O silogismo deve ter 
exatamente três termos. 
5. A conclusão de duas premissas 
afirmativas não pode ser negativa.
2. Nenhum termo do silogismo 
pode ter maior extensão na 
conclusão do que nas premissas.
6. As premissas não podem ser 
todas negativas, pois daí nada se 
conclui.
3. O termo médio deve aparecer 
só nas premissas, nunca na 
conclusão.
7. A conclusão segue sempre a 
premissa mais fraca (particular 
e/ou negativa).
4. O termo médio deve ser 
tomado universalmente em, ao 
menos, uma das premissas.
8. As premissas não podem ser 
todas particulares, pois daí nada 
se conclui.
Aristóteles classificou os silogismos em dois tipos: cien-
tífico e dialético. Indicou o primeiro para as ciências e para a 
Filosofia, por ser irrefutável, e restringiu o segundo à Retórica, 
por ser refutável. Além disso, ressaltou que os silogismos dia-
léticos poderiam constituir sofismas ou falácias quando des-
respeitadas as regras relativas aos termos e às proposições.
Os paradoxos são afirmações aparentemente absurdas 
e contraditórias. Portanto, desafiam alguns dos princípios 
fundamentais da Lógica.
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14 Livro de Revisão 3
Filosofia
Lógica transcendental 
Ao abordar as possibilidades do conhecimento humano, 
o filósofo moderno Immanuel Kant investigou as estruturas 
cognitivas universais anteriores à experiência. A essas estru-
turas, ele atribuiu a denominação formas puras ou a priori. 
As formas puras da sensibilidade são o tempo e o espaço; e 
as formas puras do entendimento são quantidade (unidade, 
pluralidade e totalidade); qualidade (essência, negação e 
limitação); relação (substância, ação recíproca e causalidade); 
e modalidade (possibilidade, existência e necessidade).
Kant concluiu que o conhecimento dos fenômenos era 
composto de intuições, ligadas à sensibilidade, e de con-
ceitos, ligados ao entendimento, sendo ambos a posteriori, 
ou seja, posteriores à experiência (empíricos). Já o conhe-
cimento das estruturas cognitivas humanas seria puro ou a 
priori. Sendo assim, Kant os classificou da seguinte forma:
 • intuição empírica – conhecimento sensível de obje-
tos empíricos por meio de sensações organizadas 
pelas formas puras da sensibilidade;
 • intuição pura – conhecimento das próprias formas 
puras da sensibilidade;
 • conceito empírico – conhecimento intelectual de 
objetos empíricos organizado racionalmente pelas 
categorias do entendimento;
 • conceito puro – conhecimento das próprias catego-
rias do entendimento.
Kant atribuiu o estudo das intuições e dos conceitos 
puros à Estética transcendental e o estudo das intuições e 
dos conceitos empíricos à Lógica transcendental. Esta, por 
sua vez, ele dividiu em: Analítica transcendental, estudo das 
categorias do conhecimento; e Dialética transcendental, 
estudo dos erros da razão ao tentar ir além dos fenômenos.
 Na Dialética transcendental, Kant demonstrou que é possível 
defender, de forma racional, teses contrárias sobre ideais como o 
mundo, a alma, a liberdade e Deus.
Lógica matemática 
O filósofo e matemático contemporâneo Gottlob Frege 
criou a conceitografia, uma linguagem formal que alia ele-
mentos da linguagem com a Álgebra. A conceitografia se 
estrutura por meio de símbolos e fórmulas com o objetivo 
de ser válida para qualquer conteúdo. Por meio dela, Frege 
pretendia trabalhar com um único sentido para cada termo 
a fim de evitar equívocos. Diferentemente de Kant, que rela-
cionou a Lógica com as estruturas da mente, Frege a relacio-
nou com a realidade empírica. 
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1. (UEL – PR) Leia os textos a seguir. 
Aristóteles, no Livro IV da Metafísica, defende o sentido epistêmico do princípio de não contradição 
como o princípio primário, incondicionado e absolutamente verdadeiro da “ciência das causas primeiras”, 
ou melhor, o princípio que se apresenta como fundamento último (ou primeiro) de justificação para qual-
quer enunciado declarativo em sua pretensão de verdade.
“É impossível que o mesmo atributo pertença e não pertença ao mesmo tempo ao mesmo sujeito, e na 
mesma relação. [...] Não é possível, com efeito, conceber alguma vez que a mesma coisa seja e não seja, 
como alguns acreditam que Heráclito disse [...]. É por esta razão que toda demonstração se remete a esse 
princípio como a uma última verdade, pois ela é, por natureza, um ponto de partida, a mesma para os 
demais axiomas.” 
ARISTÓTELES. Metafísica. Livro IV, 3, 1005b apud FARIA, Maria do Carmo B. de. Aristóteles: a plenitude como horizonte do ser. São Paulo: 
Moderna, 1994. p. 93.
15
analogia: comparação que apontasemelhança entre elementos ou 
situações diferentes.
 III. O silogismo é um raciocínio indutivo.
 IV. O exemplo clássico de silogismo é aquele que contém 
duas premissas e uma conclusão.
 Marque a alternativa correta.
a) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
X b) Somente a afirmativa III é falsa.
c) Todas as afirmativas são falsas.
d) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
4. (UERJ) Antonio Prata, ao comentar o ataque ao jornal 
Charlie Hebdo, construiu uma série de variações do 
argumento típico do método dedutivo, conhecido como 
“silogismo” e normalmente organizado na forma de três 
sentenças em sequência. A organização do silogismo 
sintetiza a estrutura do próprio método dedutivo, que se 
encontra melhor apresentada em:
X a) premissa geral – premissa particular – conclusão
b) premissa particular – premissa geral – conclusão
c) premissa geral – segunda premissa geral – conclusão 
particular
d) premissa particular – segunda premissa particular – 
conclusão geral
5. (UEM – PR) Considere os argumentos a seguir e depois 
assinale o que for correto.
a) Todos os humanos desejam por natureza conhecer.
 Débora é um ser humano.
 Logo Débora deseja conhecer.
b) O sábio Dr. Paulo fez um diagnóstico errado.
 Logo os médicos são incompetentes.
c) Andréa foi curada de sua gripe com chás caseiros.
 Logo Camila há de sarar de sua gripe com esses chás.
X 01) A é silogismo válido, B é um sofisma e C é uma 
analogia.
X 02) A é um argumento válido, B é um raciocínio incorreto 
e C é uma indução.
04) A e B são deduções e C é uma falácia.
08) A é uma falácia e B e C são analogias.
X 16) A é uma dedução, B é uma falácia e C é uma analogia.
 Somatório: 19 (01 + 02 + 16)
 Com base nos textos e nos conhecimentos sobre 
Aristóteles, é correto afirmar: 
X a) Aqueles que sustentam, com Heráclito, conceber 
verdadeiramente que propriedades contrárias podem 
subsistir e não subsistir no mesmo sujeito opõem-se 
ao princípio de não contradição. 
b) Pelo princípio de não contradição, sustenta-se a tese 
heracliteana de que, numa enunciação verdadeira, se 
possa simultaneamente afirmar e negar um mesmo pre-
dicado de um mesmo sujeito, em um mesmo sentido. 
c) Nas demonstrações sobre as realidades suprassensíveis, 
é possível conceber que propriedades contrárias subsis-
tam simultaneamente no mesmo sujeito, sem que isso 
incorra em contradição lógica, ontológica e epistêmica. 
d) Para que se possa fundamentar o estatuto axiomático 
do princípio de não contradição, exige-se que sua evi-
dência, enquanto princípio primário, seja submetida à 
demonstração. 
e) Com o princípio de não contradição, torna-se possível 
conceber que, se existem duas coisas não idênticas, 
qualquer predicado que se aplicar a uma delas tam-
bém poderá ser aplicado necessariamente à outra.
2. (UEM – PR) Do ponto de vista da qualidade, as pro-
posições dividem-se em afirmativas e negativas. De 
acordo com a quantidade, as proposições podem ser 
universais, quando o sujeito se refere a toda uma 
classe; particulares, quando o sujeito se refere à parte 
de uma classe; singulares, quando o sujeito se refere a 
um indivíduo. Dentre as proposições abaixo, identifique 
a(s) que for(em) universal afirmativa, universal negativa, 
particular afirmativa. 
X 01) Todos os homens são racionais.
X 02) Nenhum homem é alado.
X 04) Alguns peixes vivem em rios.
X 08) O homem não é quadrúpede.
16) Sócrates é filósofo. 
 Somatório: 15 (01 + 02 + 04 + 08)
3. (UFU – MG) Analise as seguintes afirmativas a respeito 
da lógica de Aristóteles.
 I. A forma mediata do pensamento ou raciocínio é cha-
mada, por Aristóteles, de silogismo.
 II. Em grego, syllogismós significa raciocinar, vem do 
verbo syllogizo, que significa reunir, juntar pelo pen-
samento, conjeturar.
16 Livro de Revisão 3
Filosofia
4. Filosofia da Ciência 
Filosofia da Ciência é o ramo da Epistemologia que 
estuda os limites e as possibilidades da Ciência, as carac-
terísticas que a diferenciam de outras formas de conheci-
mento e a validade dos métodos científicos. 
A partir da Modernidade, o termo ciência passou a 
designar o conhecimento produzido com base em um 
método específico de investigação dos fenômenos, carac-
terizado por etapas como observação, experimentação e 
verificação. Assim, a Ciência moderna se distingue dos 
conhecimentos contemplativos, produzidos antes dela, e 
se caracteriza por utilizar procedimentos empíricos e cálcu-
los matemáticos para explicar e até prever os fenômenos.
 A Ciência moderna investiga os fenômenos por meio de 
procedimentos empíricos e cálculos matemáticos. 
Positivismo 
O positivismo, linha de pensamento estabelecida no 
século XIX por Auguste Comte, afirmava o progresso do 
conhecimento considerando a Ciência moderna como ápice 
desse progresso. Segundo Comte, a Ciência deveria des-
vendar as leis gerais que regem os fenômenos particulares. 
Sendo assim, cada espécie de fenômeno deveria ser inves-
tigada por uma ciência positiva distinta. A Filosofia, por sua 
vez, seria responsável por analisar a validade dos diferentes 
métodos científicos, tornando-se, assim, Filosofia positiva.
Verificabilidade 
Na década de 1920, um grupo de pensadores, que 
ficou conhecido como Círculo de Viena, reuniu-se bus-
cando fundamentar uma concepção científica do mundo, 
caracterizada como empirista. Esses pensadores funda-
ram o positivismo lógico, ou neopositivismo. Entre eles, 
destacam-se Moritz Schilick, Rudolf Carnap, Hans Hahn, 
Otto Neurath, Olga Hahn-Neurath. 
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Os neopositivistas buscaram aplicar a Lógica e a Mate-
mática aos métodos das ciências para conferir mais clareza 
e precisão às teorias científicas. De acordo com eles, essas 
teorias deveriam ser expressas por meio de proposições 
cuja verdade se pudesse verificar de modo empírico. Esse 
princípio ficou conhecido como verificabilidade.
Falseabilidade 
No século XX, Karl Popper questionou a possibilidade 
de aplicar na prática o princípio de verificabilidade. Afinal, 
as ciências empregam o método indutivo, que estabelece 
generalizações, mas não é possível analisar empiricamente 
todos os casos particulares para comprovar uma teoria. De 
acordo com ele, as teorias científicas são prováveis, provisó-
rias e, muitas vezes, são mantidas com base em argumentos 
ad hoc, os quais consistem em excluir de seu âmbito os casos 
que poderiam falseá-las. Sendo assim, Popper propôs o prin-
cípio de falseabilidade, segundo o qual uma teoria só pode-
ria ser considerada científica se estivesse aberta à refutação. 
Revolução científica 
No século XX, Thomas Kuhn afirmou que as ciências se 
orientam por paradigmas (modelos explicativos da reali-
dade formados por leis e valores fundamentais) e que elas se 
modificam por meio de revoluções. Assim, durante o período 
denominado ciência normal, uma comunidade científica uti-
liza o paradigma vigente para solucionar problemas, orientar 
métodos, investigações e teorias. Porém, a ocorrência de um 
significativo número de anomalias (problemas sem solução) 
coloca a ciência normal em crise, afirmando-se um novo 
paradigma que passa a orientar outro modelo científico. 
Portanto, ao contrário dos positivistas, Kuhn acreditava que, 
em vez de um progresso contínuo da Ciência, os diferentes 
modelos científicos revelavam ruptura e descontinuidade.
Gaston Bachelard também considerava o conhecimento 
científico marcado pela descontinuidade. Para ele, cada nova 
descoberta contribui para a superação de erros e de obstácu-
los epistemológicos. Assim, ocorrem rupturas epistemológi-
cas, gerando a constituição de novos conhecimentos. Logo, 
a Ciência é dinâmica. Além disso, ela surge de uma relação 
dialética entre o pensamento e a experiência. 
17
1. Leia este texto sobre o positivismo.
Desenvolvido por Augusto Comte, o Positivismo, uma maneira de pensar a vida social, delimitou a 
área de estudo do pensamento social em relação aos demais campos do conhecimento.A Sociologia 
como ciência teve início no século XIX por influência tanto do desenvolvimento das outras ciências 
quanto das transformações sociais da época. Comte chamou inicialmente de Física Social, antes de criar 
o termo Sociologia, palavra hibrida do latim e do grego, socius-logos, estudo do grupo; a ciência que 
estuda os grupos. Ao fundamentar a nova ciência, mostrou-se contrário aos tipos de pensamento vago 
sobre o homem, as especulações da razão pura, ou seja, da Metafísica e da Teologia.
MATTOS, Sérgio Sanandaj. O positivismo, primeira corrente do pensamento sociológico. Disponível em: <http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/ESSO/
Edicoes/57/artigo340334-1.asp>. Acesso em: 18 abr. 2016.
 Assinale a alternativa incorreta.
a) O positivismo acredita no progresso do conhecimento 
humano, considerando que ele evoluiu do estado mais 
primitivo até chegar à Ciência moderna.
b) O papel da Filosofia, segundo o positivismo, é analisar 
os métodos científicos de forma racional, mas não abs-
trata, como na Metafísica e na Teologia.
c) O positivismo inaugurou a reflexão sobre a vida social 
como um novo campo de estudos, distinto de outras 
áreas do conhecimento.
X d) Auguste Comte incluiu a Física Social no grupo das 
Ciências Naturais, pois ela utiliza o método científico 
em suas investigações.
2. No Brasil, a influência do positivismo pode ser observada em um dos símbolos nacionais, sendo ele: 
a) o Hino Nacional, como atestam os versos: “Se o penhor dessa igualdade / Conseguimos conquistar com braço forte, / Em 
teu seio, ó liberdade, / Desafia o nosso peito a própria morte!”.
X b) a Bandeira Nacional, como indica a inscrição “Ordem e progresso”. 
c) a Bandeira Nacional, em que há as cores verde, amarela, azul e branca.
d) o Hino da Bandeira, como revela a estrofe: “Em teu seio formoso retratas / Este céu de puríssimo azul, / A verdura sem 
par destas matas, / E o esplendor do Cruzeiro do Sul”. 
3. O texto a seguir trata da concepção neopositivista do Círculo de Viena sobre as proposições científicas e filosóficas. 
As proposições da ciência são, tanto de natureza lógica, como de natureza empírica; as da filosofia, ao con-
trário, nem lógicas nem empíricas, e por isso mesmo desprovidas de sentido, porque “o sentido de um enun-
ciado é o método de sua verificação”, e o princípio de verificação afirma que, “se não existe nenhum meio para 
dizer quando um enunciado é verdadeiro, então o enunciado não tem sentido”. 
BARAQUIN, N.; LAFFITTE, J. Dicionário universitário dos filósofos. São Paulo: Martins Fontes, 2007. p. 295.
 De acordo com o texto e seus conhecimentos, assinale a alternativa correta.
a) Segundo o princípio de verificação, ou verificabilidade, a Filosofia é o único conhecimento seguro e confiável, pois suas pro-
posições seguem os critérios da Lógica formal.
X b) As proposições filosóficas são metafísicas e não há como comprová-las empiricamente, de acordo com o princípio de 
verificação, ou verificabilidade. Portanto, são desprovidas de sentido.
c) As proposições científicas não resistem ao princípio de verificação, ou verificabilidade, pois não têm o estatuto de leis 
universais.
d) As proposições filosóficas, assim como as científicas, são passíveis de verificação empírica, segundo o princípio de 
verificação, ou verificabilidade.
18 Livro de Revisão 3
Filosofia
4. A contribuição de Karl Popper foi de grande importância para a Filosofia da Ciência. Sobre as ideias desse pensador, 
assinale a alternativa correta.
X a) Popper apontou os limites do método indutivo, afirmando a impossibilidade de postular leis universais com base na 
observação de casos particulares.
b) Popper defendeu o método dedutivo, que parte de leis universais para chegar aos casos particulares.
c) Popper defendeu o princípio de verificabilidade, segundo o qual todos os casos particulares devem ser observados 
para se postular uma lei geral.
d) Popper criticou o princípio neopositivista de falseabilidade, segundo o qual as teorias científicas devem estar abertas 
à refutação. 
5. (UFPR)
“Embora o cientista não se esforce normalmente por inventar novos tipos de teorias fundamentais, tais 
teorias com frequência têm surgido da prática continuada da investigação. Mas nenhuma inovação desse 
gênero apareceria se a atividade a que chamei de ciência normal tivesse sempre êxito. De fato com muita 
frequência o indivíduo envolvido na solução de quebra-cabeças oferece resistência às novidades que se 
apresentam, e o faz por razões muito aceitáveis. Para ele, trata-se de alterar as regras do jogo e qualquer 
alteração de regras é intrinsecamente subversiva. Esse elemento subversivo torna-se, claro está, mais apa-
rente em inovações teóricas de grande importância como as associadas aos nomes de Copérnico, Lavoisier 
ou Einstein. Mas a descoberta de um fenômeno não antevisto pode ter o mesmo efeito destrutivo, embora 
geralmente em um grupo mais reduzido e por um período de tempo mais curto. [...] O que se segue é que, 
se a atividade normal de solucionar quebra-cabeças tivesse sempre êxito, o desenvolvimento da ciência não 
poderia conduzir a qualquer tipo de inovação fundamental”. 
Kuhn, A Função do Dogma na Investigação Científica, p. 51. 
 De que modo inovações teóricas tais como as promovidas por Copérnico, Lavoisier ou Einstein podem, segundo Kuhn, 
contrariar o desenvolvimento normal da ciência?
A Ciência normal consiste no período de vigência de um paradigma e de “operações de limpeza” para corrigir suas possíveis inconsistências. Inovações 
como as dos teóricos citados representam revoluções científicas. Elas ocorrem quando um grande número de anomalias (problemas sem solução) gera 
ruptura com o paradigma vigente, surgindo um novo paradigma e, assim, um novo modelo científico.
6. (UEM – PR)
Entre o conhecimento comum e o conhecimento científico, a ruptura nos parece tão nítida que estes 
dois tipos de conhecimento não poderiam ter a mesma filosofia. O empirismo é a filosofia que convém 
ao conhecimento comum. O empirismo encontra aí sua raiz, suas provas, seu reconhecimento. Ao con-
trário, o conhecimento científico é solidário com o racionalismo e, quer se queira ou não, o racionalismo 
está ligado à ciência, o racionalismo reclama fins científicos. Pela atividade científica, o racionalismo 
conhece uma atividade dialética que prescreve uma extensão constante de métodos.
BACHELARD, G. A atualidade da história das Ciências. In: Filosofia, Curitiba: Seed-PR, 2006, p. 241.
 A partir do trecho citado, assinale o que for correto.
X 01) Segundo o filósofo, há duas formas de conhecimento, científico e comum, ambas válidas.
02) O empirismo não pode ser considerado como filosofia.
X 04) Para o filósofo, os conhecimentos científicos e comuns possuem bases filosóficas.
X 08) O racionalismo apresenta-se, em geral, como um conhecimento mais científico em relação ao empirismo.
X 16) As justificações do empirismo apoiam-se no conhecimento comum dos homens.
 Somatório: 29 (01 + 04 + 08 + 16)
19
5. Lógica informal 
Um dos objetos de estudo da Lógica é a forma dos raciocínios (Lógica formal). Entretanto, ela também se ocupa de 
questões relativas à argumentação realizada em linguagem não formal (Lógica informal). Esse tipo de argumentação 
ocorre nas mais diversas situações e tem como objetivo persuadir os interlocutores. Contudo, muitas vezes, isso é feito 
de maneira falaciosa.
Falácias 
Falácias, ou sofismas, são raciocínios que apresentam equívocos em sua formulação, mas levam o ouvinte a crer que 
estão corretos. Falácias formais são aquelas apresentadas em forma de silogismo, porém sem respeitar suas regras de for-
mulação. Falácias informais são provenientes de vícios de linguagem, sendo usadas para convencer as pessoas. Há vários 
tipos de falácias informais. Leia, a seguir, a respeito de alguns deles.
 • Ad hominem (ou contra o homem): o orador ataca seu oponente, e não o argumento dele. 
 • Ad populum (ou populismo): o orador apela para a popularidade de umaopinião ou atitude a fim de convencer os 
ouvintes a adotá-la também. 
 • Ad verecundiam (ou apelo à autoridade): o orador apela para a própria autoridade ou à de alguém para afirmar a 
validade de uma opinião. 
 • Non causa pro causa (ou falsa causa): o orador apresenta causas irreais para explicar um fato. 
 • Anfibologia (ou ambiguidade): a proposição do orador pode ser interpretada de maneiras diferentes. 
 • Composição/Divisão: composição é a falácia em que se atribui indevidamente ao todo algo que é verdadeiro em 
parte; divisão é a falácia em que se atribui indevidamente à(s) parte(s) características que pertencem ao todo. 
Nova retórica 
A Nova Retórica, ou Lógica da Argumentação, foi elaborada por Chaïm Perelman na década de 1940. Refere-se à prática 
da argumentação em contextos marcados pelo desacordo entre pessoas. Prevê o uso de argumentos convincentes, sem 
recorrer a nenhuma forma de violência.
 Segundo Perelman, argumentar é se posicionar criticamente em relação a uma tese, buscando a adesão dos ouvintes e 
impelindo-os a agir de acordo com essa tese. Ele ressaltou a importância de atentar para o público, pois os ouvintes podem 
ter diferentes juízos de valor sobre o que é dito pelo orador. Também destacou a existência de dois tipos de discursos per-
suasivos: a educação e a propaganda.
Razão comunicativa 
O filósofo contemporâneo Jürgen Habermas pertence à segunda 
geração da Escola de Frankfurt. Habermas elaborou o conceito de razão 
comunicativa para se referir à prática discursiva realizada entre sujeitos 
mutuamente capazes de estabelecer acordos racionais por meio de uma 
argumentação lógica e democrática. 
De acordo com o pensamento de Habermas, a prática discursiva é 
intersubjetiva, ou seja, relaciona os diversos pontos de vista dos indivíduos 
envolvidos e também seus valores. Dessa maneira, os sujeitos podem ava-
liar, questionar e até elaborar normas sociais. Logo, a razão comunicativa 
conduz os sujeitos à Ética discursiva.
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 A Ética discursiva de Habermas fundamenta-
se no conceito de razão comunicativa, por 
meio da qual os sujeitos podem interagir 
democraticamente em busca de consensos.
20 Livro de Revisão 3
Filosofia
1. Elabore uma falácia de cada tipo solicitado.
a) Populismo
Sugestão de resposta: Mais de um milhão de pessoas já 
assistiu a esse incrível espetáculo. Você não vai querer ficar
de fora, vai?
b) Apelo à autoridade
Sugestão de resposta: Use você também esse cosmético, que 
é o preferido das celebridades.
c) Composição
Sugestão de resposta: As células são invisíveis. Pessoas são 
eitas de células, portanto, são invisíveis.
d) Divisão
Sugestão de resposta: Esse time jogou muito bem no último
domingo. Pedro joga nesse time, logo Pedro jogou muito bem 
no último domingo.
2. Leia o texto a seguir.
A Nova Retórica, diferente da Retórica clássica, 
sabe da possibilidade da argumentação se dirigir a 
auditórios distintos, razão porque se diz que toda 
argumentação é relativa ao auditório. 
CHIARADIA, Gláucia Aparecida da Silva. A nova retórica e os valores 
em Chaïm Perelman. Disponível em: <http://www.arcos.org.br/artigos/
a-nova-retorica-e-os-valores-em-chaim-perelman/>. Acesso em: 28 
mar. 2016.
 Considerando a Nova Retórica, fundada por Chaïm 
Perelman, assinale a alternativa que melhor explica a 
razão pela qual, nesse contexto “toda argumentação é 
relativa ao auditório”. 
a) A argumentação é válida somente quando se apre-
senta para um auditório lotado de ouvintes.
b) A argumentação tem por objetivo convencer um audi-
tório inteiro sobre a tese apresentada, o que justifica, 
até mesmo, o recurso a falácias.
X c) O orador deve buscar a adesão do público ao seu 
posicionamento por meio de argumentos convincen-
tes, afinal, existem diferentes juízos de valor sobre um 
mesmo assunto.
d) Toda a argumentação deve, necessariamente, respeitar 
a opinião do público presente no auditório, apresen-
tando, assim, três teses distintas sobre determinado 
assunto: a do orador, a do opositor e a do auditório.
3. Leia o texto a seguir.
É importante notar que Habermas abandona 
o viés pessimista de seus colegas de Frankfurt 
e desenvolve uma Filosofia genuinamente con-
temporânea, intrinsecamente ligada às práticas 
e ao modo de vida de seu tempo. Em vez de 
se orientar pelo desenvolvimento de soluções 
utópicas e claramente desconectas da realidade 
hodierna, esse filósofo propõe uma abordagem 
sistêmica para condução de um processo histó-
rico de resolução de problemas sociais e para a 
emancipação dos indivíduos que vivem às voltas 
de mecanismos políticos e econômicos de domi-
nação, dominação esta que para Habermas ocor-
re no âmbito da Comunicação. 
JESUS, Cristiano de. A comunicação para o bem social. Disponível 
em: <http://filosofiacienciaevida.uol.com.br/ESFI/Edicoes/71/
artigo265284-3.asp>. Acesso em: 28 mar. 2016.
 Explique por que Habermas considera a razão comunicativa 
importante para a emancipação dos indivíduos em relação 
aos mecanismos de dominação política e econômica.
Para Habermas, a razão comunicativa permite aos sujeitos dialogar 
e, de forma intersubjetiva, problematizar as normas sociais vigentes, 
ponderando democraticamente valores e pontos de vista distintos. 
Por ser intersubjetiva, ela pode promover a emancipação dos 
indivíduos em relação às diversas formas de dominação (política, 
econômica, ideológica, etc.). 
hodierna: atual.
21
Virada da linguagem 
No século XIX, o estudo da linguagem foi relacionado com a Lógica em busca de enunciados formalmente corretos que evi-
tassem equívocos de interpretação. No século XX, também se buscou evitar equívocos provenientes do mau uso da linguagem, 
mas relacionando-a com as Ciências Humanas, com investigações que foram além do papel descritivo da linguagem, conside-
rando também o seu caráter performativo. Nesse contexto, Bertrand Russell e George Moore buscaram uma linguagem logica-
mente perfeita, que tivesse uma única palavra para nomear cada objeto simples. Já os objetos compostos deveriam ser descritos 
pela combinação de palavras simples. Esses estudiosos também propuseram o atomismo lógico, ou seja, dividiram a realidade 
em fatos simples, expressos por proposições atômicas, e fatos complexos, expressos por proposições moleculares. Afirmaram 
ainda que a verdade ou falsidade de uma proposição dependia da correspondência entre os símbolos e os fatos empíricos.
Ainda no século XX,Ludwig Wittgenstein teve importante papel para a Filosofia da linguagem. Sua obra divide-se em 
duas fases distintas. Na primeira, representada pelo Tratado lógico-filosófico, notam-se a influência do atomismo lógico e a 
crença na possibilidade de se conhecer a realidade empírica e representá-la por meio da linguagem. Contudo, na segunda 
fase, em que produziu a obra Investigações filosóficas, Wittgenstein propôs a teoria dos jogos de linguagem, afirmando 
que as pessoas fazem diversos usos da linguagem em contextos diferenciados e nem sempre seguem as regras da lógica. 
Desse modo, os significados podem variar segundo o uso linguístico e o contexto em que os termos são empregados.
1. Em busca de uma linguagem precisa, Bertrand Russell 
elaborou a teoria do atomismo lógico, que consiste:
a) na descrição dos usos linguísticos em diferentes jogos 
de linguagem, empregados em contextos diversos, nos 
quais uma palavra tem diferentes significados;
b) na afirmação de que o uso da linguagem deve ser 
independente dos fatos empíricos, uma vez que tentar 
relacioná-los induz a erros de interpretação;
X c) no uso de proposições atômicas para expressar fatos 
simples e de proposições moleculares para expressar 
fatos complexos;
d) na afirmação de que a linguagem não pode se ater aos 
dados empíricos, uma vez que os cinco sentidos geram 
impressões enganosas, que se contrapõem à realidade.
2. (UFSM – RS) 
Uma criança se machuca e grita; então os adultos 
falam com ela e lhe ensinam exclamações e, pos-
teriormente,

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