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FILOSOFIA
3ª. série
DE OLHO NO CONTEÚDO 
METAFÍSICA/ONTOLOGIA
METAFÍSICA
Área da Filosofia que se ocupa de questões relativas 
ao ser – a realidade que rodeia e inclui os indivíduos – e 
ao devir – as mudanças dos entes (elementos que com-
põem a realidade).
Aristóteles, da Cidade de Estagira, na Macedônia, formalizou a Metafísica, cujas origens remontam a reflexões de filó-
sofos anteriores.
Cosmologia pré-socrática 
Reflexões sobre a ordem natural do mundo, em 
busca da arché, um princípio material originário, co-
mum a tudo o que existe (a unidade na multiplicidade).
Imobilismo de Parmênides
“O ser é” e “o não ser não é”. Logo, o conhecimen-
to provém da doxa (opinião), via da ilusão (o não ser 
é), ou da episteme (ciência), via da verdade (o ser é e 
não pode não ser). A ordem do pensamento difere da 
ordem das percepções, pois o ser é eterno e o devir é 
aparência; ou então, o ser viria do não ser e voltaria a 
ele, implicando a existência, logicamente contraditória, 
do não ser.
Mobilismo de Heráclito
“Tudo é devir”, “tudo flui”, pois o mundo nasce 
da transformação dos opostos (o quente esfria, o frio 
esquenta), em um movimento constante e sem qual-
quer finalidade. De sua obra, restam fragmentos em 
forma de aforismos, textos breves que exigem reflexão 
para serem interpretados (sua afirmação de que um 
homem não volta a se banhar no mesmo rio sugere 
que ambos mudam).
Teoria das ideias socrático-platônicas
Cada ideia é a essência daquilo que dá forma, 
logo os entes sensíveis são cópias imperfeitas das 
ideias, que constituem a verdadeira realidade, o mun-
do inteligível (a ideia de livro é una, perfeita, imutável, 
mas os livros são múltiplos, imperfeitos, perecíveis). 
Assim, crer nas impressões sensíveis é como aceitar a 
sombra da verdade. O meio para ir além dos sentidos e 
alcançar as essências (ideias) é a dialética, método de 
pensamento e diálogo que confronta afirmações opos-
tas para distinguir opinião (doxa) e verdade (episteme).
SER? DEVIR?
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280280 3ª. série
Para Aristóteles, a essência está no próprio ente – composto de matéria e forma – e não é afetada pelo devir, pois os 
entes carregam certas potências (a de uma semente é tornar-se planta e, quando isso ocorre, a potência torna-se ato, mas 
a essência do ente se mantém, pois continha essa possibilidade). 
Aristóteles chamava os entes de substâncias (indivíduo = substância primeira; espécie ou gênero = substância segunda) 
e atribuía sua existência a quatro causas: material (a matéria do ente), formal (sua forma), eficiente (o que o gerou) e final 
(sua finalidade). Afirmava ainda que o primeiro motor (ou Deus) é causa final para todos os entes, por movê-los mesmo sen-
do imóvel (ato puro). Afinal, atraídos pela perfeição do primeiro motor, os entes se aperfeiçoam atualizando potências por 
meio da ação das causas eficientes. 
Na Idade Média, as reflexões metafísicas mantiveram certa relação com a filosofia grega, mas seu principal aspecto foi 
a associação com o cristianismo. 
Do século XII ao XIV, vários filósofos debateram, sem chegar a um consenso, uma questão ligada à substância segunda 
de Aristóteles – as espécies e os gêneros, ou ainda, os universais. A questão era: “Os universais existem ou são apenas 
nomes presentes no intelecto e na linguagem?”.
Patrística
Agostinho de Hipona foi influenciado pelo neoplatonismo, que alegava a superioridade do inteligível sobre 
o sensível. Aproximou essa tese da teologia cristã e enfatizou a prioridade do espiritual (Deus, alma) sobre o 
corpóreo. 
Escolástica 
Tomás de Aquino apontou cinco vias para provar a existência de Deus, uma influenciada pelo platonismo e 
quatro pelo aristotelismo. Adaptou as teses dos filósofos gregos para adequá-las ao pensamento cristão (Deus 
foi associado ao primeiro motor imóvel, por ser eterno – não criado – e, ao mesmo tempo, o criador).
Nominalismo – Roscelin de Compiégne
Os universais são nomes, palavras vazias que não correspondem a coisas. 
Realismo – Guilherme de Champeaux
Os universais existem como coisas que diferem entre si pelos atributos acidentais (características que po-
dem variar sem que a essência se altere). 
Conceitualismo – Pedro Abelardo
Os universais são conceitos: nomeiam coisas e, ainda que estas desapareçam, eles permanecem no intelecto 
(se todas as rosas do mundo deixassem de existir, o universal rosa ainda teria um significado no pensamento).
Terminismo – Guilherme de Ockham
Os universais são conceitos com realidade lógica (no pensamento) e não ontológica (no mundo). Expressam 
conhecimentos sobre as coisas, mas seu uso é linguístico e variável: podem se referir a um ente (miau é um gato), 
a uma espécie (o gato é um felino) ou ao termo que os nomeia (gato é um substantivo).
Em sua obra escrita no século XVII, denominada Meditações metafísicas, René Descartes descreve seu percurso para 
fundamentar uma filosofia livre de erros. Inicia pela dúvida hiperbólica, questionando a veracidade dos conhecimentos 
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Filosofia
Livro de atividades
adquiridos por meio dos sentidos e da tradição. Emprega a hipótese retórica de que tais impressões e crenças poderiam ser 
geradas por um gênio enganador, hábil em iludir. Percebe então que, ao duvidar, está pensando, o que atesta sua própria 
existência, como “coisa pensante” (res cogita). Essa conclusão, conhecida como cogito, constitui o primeiro princípio da 
filosofia cartesiana, uma ideia de absoluta evidência, clara e distinta, indubitável e, portanto, capaz de fundamentar novas 
certezas no decorrer das investigações do filósofo.
Já no século XVIII, o empirista radical David Hume negou a existência de ideias inatas, asseguradas pelo racionalismo 
cartesiano. Afirmou que toda impressão ou ideia vem de uma percepção, isto é, nasce da experiência. Para ele, ideias abor-
dadas pela Metafísica, como a de causalidade, são apenas palavras, pois não correspondem a elementos empíricos. Hume 
considerava um equívoco supor que a realidade é uma cadeia de causas e efeitos. A origem desse equívoco seria o hábito 
de observar a sucessão de fatos, julgando que o anterior causa o seguinte, quando, a qualquer momento, a expectativa de 
que essa sequência se repita pode ser contrariada pela experiência. 
Ainda no século XVIII, Immanuel Kant afirmou que as reflexões de Hume o despertaram de um “sono dogmático”, isto é, 
da crença de que o conhecimento é determinado pelos objetos. Isso o levou a investigar como o sujeito os conhece. Iniciou 
pela distinção entre nôumeno (a “coisa em si”) e fenômeno (o modo como algo se apresenta à razão), concluindo que, no 
ato de conhecer, a razão “molda” os objetos às suas próprias estruturas – a sensibilidade, formada por tempo e espaço, e o 
entendimento, formado por algumas categorias. Sendo assim, a razão conhece apenas fenômenos. 
A seguir, o filósofo confrontou sua descoberta com a aspiração da Metafísica ao conhecimento de nôumenos. Ressaltou 
que as ciências formulam juízos sobre fenômenos, a fim de gerar conhecimentos sobre eles. Classificou os juízos em quatro 
tipos que, em tese, poderiam ser combinados.
Segundo Kant, a validade da Metafísica, como ciência, dependeria da possibilidade de formular juízos sintéticos a priori, 
ou seja, capazes de gerar conhecimento sobre nôumenos, sobre objetos anteriores à experiência. Todavia, segundo o modo 
como o conhecimento ocorre, somente dois objetos anteriores à experiência seriam acessíveis à razão, possibilitando a ela-
boração de juízos sintéticos a priori sobre eles: as estruturas da própria razão e as leis morais estabelecidas por ela. Afinal, 
somente os seres racionais podem instituir leis para si e escolher obedecê-las. Trata-se da “ação livre por dever”, que segue 
o imperativo categórico da moralidade: agir somente de modo que se possa desejar a universalização do ato, tomando a 
humanidade como fim, e não como meio para satisfazer os próprios interesses.
No século XIX, Friedrich Nietzsche confrontouas tendências metafísicas e teológicas presentes na Filosofia. Ele clas-
sificou a Metafísica, a religião e a moral tradicional como ilusões e como obstáculos à realização da vontade de potência 
(impulso natural de expandir-se e viver plenamente). Alegou que as crenças metafísicas enfraquecem a vontade de potên-
cia, criando realidades mais perfeitas e verdadeiras do que a própria vida, supostamente alcançáveis por meio da razão e 
da moral, como o mundo inteligível platônico e o céu cristão. Para ele, tais crenças promovem a fuga da vida, tentando os 
indivíduos a renunciarem aos instintos, a fim de evitar os aspectos dolorosos da existência.
• Juízos a priori (ou apriorísticos) são anteriores à experiência (puros).
• Juízos a posteriori (ou empíricos) são posteriores à experiência.
• Juízos analíticos expõem um predicado implícito em um sujeito, são a priori.
• Juízos sintéticos acrescentam um predicado a um sujeito, são a posteriori.
A crítica de Nietzsche também alcançou o pensamento kantiano, por manter a tese da existência de nôumenos, 
ligados à razão e à moralidade, e por defender uma lei moral absoluta, o imperativo categórico. Esse polêmico 
filósofo, de grande influência no pensamento contemporâneo, confrontava a crença em uma moral absoluta e em 
uma verdade absoluta, considerando essa postura dogmática e equivocada. Defendia, ao contrário, a instituição 
de uma nova moral, a do além do homem, capaz de se entregar à vida com alegria, mesmo na dor. Defendia 
ainda o reconhecimento de que a verdade (ou as verdades) é sempre fruto de perspectivas e interpretações. 
282282 3ª. série
No século XX, em um contexto marcado pelo desenvolvimento das ciências e pela desconfiança em relação ao pensa-
mento metafísico, Edmund Husserl empreendeu reflexões de natureza ontológica (metafísica), retomando alguns elementos 
do pensamento kantiano para realizar uma nova crítica da razão, ou consciência. Ele buscava uma nova abordagem da 
consciência por discordar da tendência que apontava na Psicologia, de reduzi-la a “fatos observáveis e testáveis”. Sendo 
assim, gerou uma nova perspectiva filosófica conhecida como Fenomenologia.
A transição do pensamento ocidental moderno para o contemporâneo teve início no século XIX. A nova mentalidade, 
que caracteriza a Filosofia contemporânea, é crítica em relação a dois aspectos da Modernidade: a exaltação da razão (ou 
consciência) e a concepção de que a história é constituída como progresso da racionalidade.
Husserl isolou verdades científicas ou filosóficas e crenças irrefletidas do cotidiano. Sem elas, restava apenas 
a consciência para constituir o conhecimento. Ele a definiu como consciência intencional, explicitando que ela é 
sempre consciência de algo. Esse “algo” são entes das regiões do ser, cujos objetos são percebidos e pensados 
(natureza, sociedade, moral, religião, matemática, lógica). A consciência os toma, sob diferentes perspectivas, e 
lhes confere significados. Assim, um objeto não é o mesmo para ela quando tomado em circunstâncias diver-
sas (lembrado, imaginado, visto de perto ou de longe, isolado ou em um contexto, sob emoções distintas, etc.). 
FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
PERIODIZAÇÃO DA FILOSOFIA
FILOSOFIA ANTIGA
Período pré-socrático 
ou cosmológico
Período socrático 
ou antropológico
Período 
sistemático
Período helenístico 
ou greco-romano
Século VII a.C. ao século 
III d.C.
Do século VII a.C. ao 
século V a.C. 
Final do século V a.C. ao 
século IV a.C. 
Final do século IV a.C. 
ao século III a.C.
 Final do século III a.C. ao 
século VI d.C. 
FILOSOFIA 
MEDIEVAL
Patrística Escolástica Renascimento
Século III ao século XVI Do século III ao 
século VIII 
 Do século IX ao 
século XV
Século XVI
FILOSOFIA 
MODERNA
Racionalismo e 
Empirismo
Iluminismo
Século XVII ao século XIX Século XVII Século XVIII
FILOSOFIA 
CONTEMPORÂNEA
Século XIX à 
atualidade
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Filosofia
Livro de atividades
FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
Atual período da História da Filosofia, marcado por uma 
profunda revisão de teses filosóficas estabelecidas na Mo-
dernidade, em especial quanto ao otimismo perante a razão.
CRISE DA 
RAZÃO?
O século XIX foi marcado por importantes mudanças científicas e tecnológicas, tais como o desenvolvimento industrial, o 
surgimento da teoria evolucionista de Charles Darwin e o avanço das Ciências Humanas. Nesse contexto, Auguste Comte 
criou um sistema de pensamento conhecido como positivismo, pois ele empregava o termo “positivo” para se referir ao es-
tágio de máximo progresso de uma forma de conhecimento. Comte acreditava que os acontecimentos e fenômenos, tanto 
naturais quanto sociais, obedeciam a leis gerais que poderiam ser desvendadas. Um exemplo é a lei dos três estados que, 
segundo ele, revelava as etapas (ou estados) do progresso racional-científico, as quais, por sua vez, constituíam a história 
humana.
TEOLÓGICO OU FICTÍCIO
Busca de conhecimentos absolutos, sendo a origem dos fatos 
e fenômenos atribuída à ação de forças abstratas.
ES
TA
DO
S 
METAFÍSICO OU ABSTRATO
Busca de conhecimentos absolutos, sendo a origem dos fatos 
e fenômenos atribuída a agentes sobrenaturais.
POSITIVO OU CIENTÍFICO
Busca, por meio de raciocínio e observação, do conhecimento 
das leis gerais que explicam os fatos e fenômenos.
Segundo Comte, a Física moderna havia alcançado o estágio positivo no estudo da natureza e o mesmo deveria ocorrer 
com a Sociologia no estudo das sociedades. Designando-a como Física Social, ele acreditava que a Sociologia pudesse 
identificar leis fixas, determinantes dos fenômenos sociais. Seu objetivo final era empregar tal conhecimento para constituir 
uma política racional capaz de promover uma reestruturação social sem os conflitos de uma revolução e de acordo com o 
lema positivista “amor, ordem e progresso”. 
A tese do progresso da racionalidade e da história também foi defendida por George W. F. Hegel, cujo pensamento é 
classificado como idealismo, já que identificava o real e o racional. Hegel definia a história como o progresso do espírito 
(razão) e da ideia de liberdade, resultante de um movimento dialético – descrito pelo filósofo em uma concepção própria de 
Lógica, conhecida como Lógica Dialética. 
De acordo com Hegel, o movimento dialético é gerado e alimentado pela contradição entre teses e antíteses. Cada tese 
é uma ideia (advinda do sistema de verdades parciais de um dado momento histórico) e tem como sua antítese a ideia con-
trária. O confronto entre a tese e a antítese promove a síntese, uma nova ideia, que contém elementos de ambas, apesar 
de superá-las. Hegel acreditava que esse movimento contínuo orientava o progresso do espírito rumo ao absoluto (a totali-
dade) – ou seja, rumo à compreensão do próprio movimento dialético – passando por três momentos, em que o espírito se 
reconhece de diferentes formas.
ESPÍRITO SUBJETIVO
Quando o espírito se reconhece como consciência 
individual.
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ESPÍRITO OBJETIVO Quando o espírito se reconhece como cultura. 
ESPÍRITO ABSOLUTO
Quando o espírito se reconhece como Arte, Religião 
e Filosofia.
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284284 3ª. série
De acordo com o marxismo, as contradições entre tese e antítese ocorrem nas relações sociais, e não em um plano me-
ramente racional. Trata-se do antagonismo entre grupos, denominado luta de classes. Nas sociedades industriais, os polos 
desse antagonismo são a burguesia, classe que detém os meios de produção, e o proletariado, classe operária, cuja força 
de trabalho é explorada no sistema capitalista. Sendo assim, Marx e Engels denunciaram a ideologia, ou seja, o pensamento 
difundido pela classe burguesa cujo objetivo era manter a ordem atual em benefício próprio. Os pensadores acreditavam 
que, ao tomar consciência de sua condição de explorados, os proletários seriam capazes de realizar uma revolução social, 
abolindo as classes sociais e as injustiças do capitalismo, a fim deinstituir o comunismo.
Ainda no século XIX, Friedrich Nietzsche combateu os conceitos de verdade, razão, progresso e valores morais que se 
destacaram no pensamento filosófico moderno. Segundo ele, essas ideias eram empregadas para disfarçar o aspecto trá-
gico da existência. 
Materialismo histórico e dialético
Karl Marx e Friedrich Engels retomaram o conceito hegeliano de dialética, mas sob uma perspectiva ma-
terialista. Ambos também acreditavam no progresso da história, porém ressaltavam a necessidade de uma re-
volução para que ele se concretizasse, pois a realidade histórica resulta das relações de produção. Além disso, 
o marxismo afirma que a consciência é determinada pelas condições concretas de existência, e não o 
contrário, como pensava Hegel.
Nietzsche declarou a inexistência de uma verdade absoluta, inteligível, capaz de orientar a moral. Em vez 
disso, afirmou que existem inúmeras verdades, interpretações da realidade, conforme as diferentes perspec-
tivas dos indivíduos, e que as ações devem ser determinadas pela vida, não por ideias fantasiosas como a de 
absoluto. Para expressar essa visão, Nietzsche recorre à metáfora de anunciar a “morte de Deus” no pensa-
mento moderno.
A “crise da Razão”, iniciada no século XIX, ampliou-se com a criação da Psicanálise, por Sigmund Freud, no século XX. 
Afinal, ela mostrou que a consciência é a menor porção do psiquismo. Com o objetivo de identificar as causas das pertur-
bações psíquicas para promover a cura, Freud revelou três componentes psíquicos: id ou inconsciente, ego ou consciência, 
e superego ou porção não consciente, que realiza proibições morais segundo normas sociais internalizadas. Afirmou ainda 
que os desejos do id movem o ser humano. Os que atendem à sobrevivência são pulsões de vida; e os que geram destruição 
e sofrimento, pulsões de morte. É evidente que esses desejos podem contrariar certas normas morais. Quando isso ocorre, 
o desejo é reprimido pelo superego, mas a repressão pode falhar, permitindo que ele se manifeste em forma de sonhos ou 
sintomas. Além disso, Freud mencionou o “mal-estar na civilização”, conflito gerado pela contradição entre os impulsos do 
indivíduo e as normas sociais. O papel do psicanalista, nesses contextos, é o de ajudar o paciente a sublimar os desejos 
reprimidos, o que requer trazê-los antes à consciência.
Escola de Frankfurt
Na primeira geração desse movimento, iniciado no século XX, Theodor Adorno e Max Horkheimer refleti-
ram sobre a razão instrumental e a razão crítica. Na segunda, Jürgen Habermas propôs o conceito de razão 
comunicativa.
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Filosofia
Livro de atividades
Adorno e Horkheimer dividiram a racionalidade em instrumental e crítica. De acordo com eles, a Modernidade promoveu 
a primeira, que se tornou útil para o capitalismo. Assim, a razão instrumental emprega ciência e tecnologia para dominar a 
natureza e a vida humana. Utiliza também a indústria cultural para disseminar a ideologia dominante e incentivar o consumo. 
A serviço dessa indústria, os meios de comunicação de massa contribuem para que a Arte e o lazer se transformem, res-
pectivamente, em objeto de consumo e extensão do trabalho. Diante disso, Adorno e Horkheimer sugerem o uso da razão 
crítica para despertar reflexões críticas a respeito do mundo e das relações sociais. Habbermas, por sua vez, lembra que a 
razão instrumental é exercida por um sujeito, que toma algo ou alguém como objeto. Assim sendo, propõe uma nova forma 
de racionalidade, intersubjetiva e emancipatória, a razão comunicativa, capaz de usar a linguagem de modo argumentativo, 
lógico e democrático.
Ainda no século XX, Michel Foucault investigou vários assuntos, como a instituição de discursos e saberes, a rejeição 
à loucura (como oposto da razão), as relações entre os discursos e o poder. Mostrou que o poder é exercido de formas 
distintas, desde a Modernidade, e propôs que os indivíduos resistam às tentativas de normalização e construam livremente 
as próprias subjetividades.
• O poder disciplinador usa uma noção prévia de normalidade para controlar o corpo e 
os desejos. Fugir ao padrão resulta em punição ou tratamento clínico.
• O biopoder busca o controle das populações, de modo a se manterem produtivas, para 
servir aos interesses do capitalismo.
• Os micropoderes são focos de poder, diluídos nos saberes e instituições, para norma-
lizar os comportamentos. 
LÓGICA
Na Antiguidade grega, a dialética socrático-platônica confrontou-se com a retórica dos sofistas. Enquanto os dialéticos 
buscavam superar a contradição entre aparência e essências para alcançar a verdade, os sofistas adotavam o relativismo, 
considerando diferentes perspectivas possíveis. Alguns deles empregavam estratégias psicológicas, instigando as paixões 
dos ouvintes, a fim de convencê-los a crer em seus discursos. A Lógica surgiu nesse contexto, elaborada por Aristóteles, 
como instrumento para a Filosofia e as ciências. 
LÓGICA
Área da Filosofia que trata da forma e da validade dos raciocí-
nios. Investiga aspectos da linguagem e procura compreender como 
as diferentes formas de expressão do pensamento se relacionam 
com a realidade.
VÁLIDO? 
VERDADEIRO?
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286286 3ª. série
A Lógica formal orienta a construção de raciocínios de acordo com regras que resultam em formas aplicáveis a diferentes 
conteúdos. Um de seus ramos é a Lógica matemática, que transforma os modelos de raciocínio válidos em fórmulas, nas 
quais os termos e as relações entre eles são substituídos por símbolos. Raciocínios (ou argumentos) que contêm erros são 
chamados de sofismas ou falácias. Os equívocos podem resultar do desrespeito a alguma das regras de formulação (falá-
cias formais) ou de vícios de linguagem e manipulação psicológica (falácias não formais).
A Lógica aristotélica é formal, opera com proposições, frases que expressam juízos. Logo, propõe regras para a formu-
lação das proposições e para o seu encadeamento em forma de raciocínios ou argumentos, conhecidos como silogismos. 
Cada proposição de um silogismo contém dois termos que representam um sujeito (S) e um predicado (P) unidos por um 
verbo (cópula).
Silogismo clássico
Todo homem é mortal. Primeira premissa
Sócrates é homem. Segunda premissa
Logo, Sócrates é mortal. Conclusão 
Os termos das proposições são denominados maior, menor e médio, conforme a extensão (quantidade de indivíduos) 
do grupo que representam. No exemplo citado, Sócrates é o termo menor, mortal é o termo maior e homem é o termo médio. 
A função do termo médio é estabelecer um nexo entre os outros dois, por isso não pode aparecer na conclusão.
Na Modernidade, Immanuel Kant dividiu a razão em teórica, responsável pelo conhecimento, e prática, responsável pela 
moralidade. Além disso, criou uma nova Lógica, a fim de desvendar a constituição da razão (estruturas cognitivas univer-
sais, anteriores à experiência, denominadas formas puras, ou a priori) e as formas de conhecimento (os modos humanos de 
conhecer). 
Segundo Kant, a razão teórica é constituída pelas formas puras da sensibilidade e do entendimento. O conhecimento, 
por sua vez, é composto de intuições, ligadas à sensibilidade, e de conceitos, ligados ao entendimento. Intuições e concei-
tos relativos aos fenômenos são empíricos (a posteriori), e os que se referem às estruturas da razão são puros (a priori). A 
fim de estudar intuições e conceitos puros, Kant criou a Estética transcendental, que trata das formas puras da sensibilidade 
(espaço e tempo), e a Lógica transcendental, que trata das formas puras do entendimento (12 categorias decorrentes da 
classificação aristotélica das proposições) e de alguns erros da razão. 
ANALÍTICA TRANSCENDENTAL Estudo das categorias do entendimento.
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DIALÉTICA TRANSCENDENTAL
Estudo dos erros da razão ao buscar o 
conhecimento do nôumeno.
FORMAL
Busca formas universalmente válidas de ordenar os 
componentes dos raciocínios.
LÓ
GI
CA
INFORMALAnalisa os conteúdos de argumentos construídos 
em linguagem não formal.
Aristóteles, que foi aluno de Platão, julgou a contraposição de teses contrárias, empregada na dialética, insuficiente para 
alcançar a verdade, uma vez que, assim como a retórica, a dialética também operava com opiniões e buscava a persuasão. 
Sendo assim, investigou as normas do pensamento, a fim de aplicá-las na construção de raciocínios nos quais validade e 
veracidade fossem objeto de demonstração. Nascia então a Analítica, mais tarde chamada de Lógica e dividida em dois 
tipos principais: formal e informal.
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Filosofia
Livro de atividades
Desde a Antiguidade, a Epistemologia se ocupa de diversas questões relativas ao conhecimento. Nos últimos séculos, 
porém, certas particularidades do pensamento contemporâneo impulsionaram o desdobramento dessa área de estudos em 
um ramo específico denominado Filosofia da Ciência. Desse modo, é importante lembrar-se de que o tipo de conhecimento 
designado pelo termo ciência varia conforme os contextos históricos e de que as reflexões da Filosofia da Ciência referem-
-se aos modelos científicos moderno e contemporâneo.
FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
Ciência moderna
Constituída a partir dos séculos XVI e XVII, a Ciência moderna buscou rever visões de mundo relacionadas à 
Metafísica, valendo-se de procedimentos e tecnologias fundamentados nos métodos experimental e matemáti-
co. Passou a ser vista como um saber rigoroso, capaz de explicar o funcionamento de fenômenos particulares 
por meio de leis gerais. O entusiasmo em relação a esse modelo científico alcançou o século XIX, quando alguns 
pensadores buscaram universalizá-lo, além de julgá-lo capaz não apenas de explicar, mas também de prever 
fenômenos. Isso contribuiu para o “cientificismo”, idealização da Ciência ao ponto de julgá-la neutra (sem in-
fluência de crenças, emoções e preconceitos), infalível e superior às demais formas do conhecimento humano. 
O positivismo, inaugurado no século XIX, caracteriza-se pela tese de que o conhecimento humano é progressivo e acu-
mulativo. Ele teria evoluído, no decorrer da história, desde estágios primitivos, marcados por superstições e abstrações, até 
alcançar o estágio positivo ou científico, com o advento da Ciência moderna. Esse progresso teria facultado às ciências a 
separação do seu “tronco” gerador, a Filosofia. Tal condição, considerada ideal, permitia que indagações metafísicas sobre 
a essência e as causas dos fenômenos fossem substituídas por investigações positivas acerca do funcionamento deles, em 
busca de leis gerais para promover a aplicação universal das teorias científicas.
Filosofia positiva
Comte pretendia elevar a Filosofia ao estágio positivo. Para tanto, em vez da construção de sistemas filosófi-
cos amplos e abrangentes, propunha a destinação de cada objeto de estudos a uma ciência positiva, específica 
e autônoma, reservando à Filosofia a função de empreender a avaliação racional dos métodos das ciências. 
FILOSOFIA DA CIÊNCIA
Ramo da Epistemologia responsável por investigar os 
limites, as possibilidades e as especificidades da Ciência 
com relação a outras formas de conhecimento, e avaliar 
os métodos empregados pelas diferentes ciências.
TEORIA 
CIENTÍFICA?
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No século XX, o movimento fundado por um grupo de pensadores, conhecido como Círculo de Viena, recebeu as deno-
minações de positivismo lógico, neopositivismo, ou empirismo lógico. A fim de promover um pensamento científico empiris-
ta, livre de especulações metafísicas, os neopositivistas aplicaram procedimentos da Lógica e da Matemática aos métodos 
e à linguagem das ciências. Assim, as teorias científicas deveriam ser expostas em forma de proposições afirmativas ou 
negativas, logicamente organizadas.
Verificabilidade
De acordo com o neopositivismo, as ciências deveriam se ater a proposições com 
significado, ou seja, relativas a fenômenos que pudessem obter verificação empírica. Esse 
princípio foi denominado verificabilidade.
Karl Popper contestou a aplicabilidade do princípio neopositivista de verificabilidade, já que seria impossível analisar 
todos os casos particulares incluídos em uma teoria. Afinal, o método científico é indutivo e as teorias constituem-se como 
generalizações. Logo, são prováveis, provisórias e, muitas vezes, mantidas com base em argumentos ad hoc, que consistem 
em excluir de seu âmbito os casos que poderiam falseá-las.
Falseabilidade
Em busca de um critério capaz de distinguir o conhecimento científico, Popper chegou 
à falseabilidade. Esse princípio consiste em só considerar científicas apenas as teorias 
abertas à refutação. Assim, uma teoria é válida enquanto não se demonstrar que é falsa. 
Em caso de refutação, deve ser substituída por outra que esteja de acordo com o princípio 
de falseabilidade.
FILOSOFIA DA LINGUAGEM
FILOSOFIA DA LINGUAGEM
Área da Filosofia que estuda as formas e as funções da 
linguagem, bem como os diferentes usos linguísticos, levando 
em conta a diversidade de contextos comunicativos em que 
eles ocorrem na vida social dos seres humanos.
FUNÇÕES DA 
LINGUAGEM?
A Filosofia da Linguagem é uma das mais recentes áreas de estudo da Filosofia. Estabelecida no século XX, ela aborda 
diferentes aspectos da linguagem, como origem, causas, formas. Além disso, investiga os “acordos” que se estabelecem 
no uso linguístico, a fim de compreender como acontecem a elaboração, a apropriação e a ressignificação dos tipos de 
acordos.
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Filosofia
Livro de atividades
Em sua primeira fase, merece destaque o trabalho de Bertrand Russell e George Moore em busca de uma linguagem 
logicamente perfeita, relacionada ao atomismo lógico. Em seguida, ocorre a “virada da Linguagem”, com destaque para a 
obra de Ludwig Wittgenstein, em especial para a sua teoria dos jogos de linguagem.
Atomismo lógico
Russell e Moore idealizaram uma linguagem científica inequívoca, que tivesse um único termo para nomear 
cada objeto simples. A descrição dos objetos compostos, por sua vez, seria realizada pela combinação de 
palavras simples. Eles também propuseram o atomismo lógico, tendo como referência os conceitos científicos 
de átomo (simples) e moléculas (complexas). Seu objetivo era dividir a realidade em fatos simples e complexos, 
expressando-os, respectivamente, por meio de proposições atômicas e moleculares.
Jogos de linguagem
A obra de Ludwig Wittgenstein divide-se em duas fases. Inicialmente, influenciado pelo atomismo lógico, ele 
apostou na possibilidade de conhecer a realidade empírica e representá-la adequadamente por meio da lingua-
gem. Na segunda fase, porém, Wittgenstein abdicou dessa visão e formulou a teoria dos jogos de linguagem. De 
acordo com ela, os usos linguísticos variam conforme os diversos contextos em que se realizam. Além disso, as 
pessoas nem sempre observam as regras da lógica, mas estabelecem, compartilham e modificam outras regras 
conforme as situações, os grupos e as necessidades de comunicação. Sendo assim, nos diversos usos linguísti-
cos, os significados de um mesmo termo podem variar sem que isso impossibilite a comunicação.
Anotações
ATIVIDADES
290 3ª. série
METAFÍSICA/ONTOLOGIA 
1. (UNESP – SP)
Em 4 de julho de 2012, foi detectada uma nova par-
tícula, que pode ser o bóson de Higgs. Trata-se de uma 
partícula elementar proposta pelo físico teórico Peter 
Higgs, e que validaria a teoria do modelo padrão, segun-
do a qual o bóson de Higgs seria a partícula elementar 
responsável pela origem da massa de todas as outras 
partículas elementares.
(Jean Júnio M. Pimenta et al. O bóson de Higgs. In: Revista brasileira de 
ensino de física, vol. 35, no 2, 2013. Adaptado.)
O que se descreve no texto possui relação com o 
conceito de arqué, desenvolvido pelos primeiros 
pensadores pré-socráticos da Jônia. A arqué diz 
respeito
a) à retórica utilizada pelos sofistas para convenci-mento dos cidadãos na pólis.
b) a uma explicação da origem do cosmos funda-
mentada em pressupostos mitológicos.
c) à investigação sobre a constituição do cosmos 
por meio de um princípio fundamental da natu-
reza.
d) ao desenvolvimento da lógica formal como ha-
bilidade de raciocínio.
e) à justificação ética das ações na busca pelo en-
tendimento sobre o bem.
2. (UFU – MG)
Leia o texto abaixo:
Afasta o pensamento desse caminho de busca e que 
o hábito nascido de muitas experiências humanas não te 
force, nesse caminho, a usar o olho que não vê, o ouvido 
que retumba e a língua: mas, com o pensamento, julga a 
prova que te foi fornecida com múltiplas refutações. Um 
só caminho resta ao discurso: que o ser existe. 
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia: Filosofia pagã 
antiga. Tradução de Ivo Storniolo. São Paulo: Paulus, 2003. p. 35. 
Com base no pensamento de Parmênides, assinale 
a alternativa correta. 
a) Os sentidos atestam e conduzem à verdade ab-
soluta do ser. 
b) O ser é o eterno devir, mas o devir é de alguma 
maneira regido pelo logos. 
c) O discurso se move por teses e antíteses, pois 
essas são representações exatas do devir. 
d) Quem afirma que “o ser não existe” anda pelo 
caminho do erro. 
3. (UFU – MG)
Considere o seguinte texto do filósofo Heráclito 
(século VI a.C.).
“Para as almas, morrer é transformar-se em água; 
para a água, morrer é transformar-se em terra. Da terra, 
contudo, forma-se a água e da água, a alma”
Heráclito. Fragmentos, extraído de: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos 
de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. Tradução do 
autor.
Em relação ao excerto acima, podemos afirmar 
que ele ilustra
a) a concepção heraclitiana que valoriza a impor-
tância do movimento na descrição da realidade.
b) a concepção dialética do pensamento heracli-
tiano, segundo a qual o movimento é uma ilusão 
dos sentidos.
c) a concepção heraclitiana da realidade, segundo 
a qual a multiplicidade dos fenômenos subjaz 
uma realidade única.
d) o pensamento religioso de Heráclito, segundo o 
qual a morte é a libertação da alma.
4. (UNESP – SP)
Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde 
a infância, geração após geração, seres humanos estão 
aprisionados. A luz que ali entra provém de uma imen-
sa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros há 
um caminho em que homens transportam estatuetas 
(pequenas estátuas) de todo tipo, com figuras de seres 
humanos, animais e todas as coisas. Por causa da luz 
da fogueira, os prisioneiros enxergam na parede do fun-
do da caverna as sombras das estatuetas transportadas 
atrás de um muro, mas sem poderem ver as próprias es-
tatuetas nem os homens que as transportam. Como ja-
mais viram outra coisa, os prisioneiros imaginam que as 
291
Filosofia
Livro de atividades
sombras vistas são as próprias coisas. Que aconteceria, 
indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que 
faria um prisioneiro libertado?
(Marilena Chaui. Convite à filosofia, 1994. Adaptado.)
Na alegoria da caverna, a qual figura típica da filo-
sofia de Platão correspondem os seres humanos 
aprisionados? E o prisioneiro que se liberta das 
algemas? Explique o significado filosófico dessas 
duas figuras.
5. (UFU – MG)
Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), apesar de ter sido 
discípulo de Platão, criou sua própria filosofia. Uma 
das diferenças marcantes entre os dois é a impor-
tância dada aos fenômenos naturais do chamado 
mundo sensível. No mundo sensível, a mudança é 
constante, característica que Aristóteles procura 
explicar a partir das concepções de matéria, forma, 
potência e ato. 
Com base nos seus conhecimentos e no texto aci-
ma, assinale a alternativa que define corretamente 
a concepção aristotélica de ato e potência. 
a) a potência e o ato são conceitos que não se 
referem, de fato, às coisas materiais sujeitas à 
transformação. 
b) a potência é o momento presente, atual da ma-
téria; ato é o que ela poderá vir a fazer. 
c) a potência e o ato não se relacionam com a ma-
téria. 
d) a potência é o que a matéria virá a ser, seu devir, 
o princípio do movimento; ato é aquilo que ela é 
no presente. 
6. (UFU – MG)
Segundo Aristóteles, tudo tende a passar da potên-
cia ao ato; tudo se move de uma para outra condição. 
Essa passagem se daria pela ação de forças que se 
originam de diferentes motores, isto é, coisas ou seres 
que promoveriam esta mudança. No entanto, se todo o 
Universo sofre transformações, o estagirita afirmava que 
deveria haver um primeiro motor [...]. 
CHALITA, Gabriel. Vivendo a filosofia. São Paulo: Ed. Ática, 2006. p. 58. 
Com base em seus conhecimentos e no texto aci-
ma, assinale a alternativa que contenha duas ca-
racterísticas do primeiro motor. 
a) O primeiro motor é imóvel, caso contrário, algu-
ma causa deveria movê-lo e ele não seria mais 
o primeiro motor; é imutável, porque é ato puro. 
b) O primeiro motor é imóvel, mas não imutável, 
pois pode ocorrer de se transformar algum dia, 
como tudo no Universo. 
c) O primeiro motor é imutável, mas não imóvel, 
pois do seu movimento ele gera os demais mo-
vimentos do Universo. 
d) O primeiro motor não é imóvel nem imutá-
vel, pois isto seria um absurdo teórico. Para 
Aristóteles, o primeiro motor é móvel e mutável, 
como tudo.
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7. (UNESP – SP)
Não posso dizer o que a alma é com expressões ma-
teriais, e posso afirmar que não tem qualquer tipo de di-
mensão, não é longa ou larga, ou dotada de força física, 
e não tem coisa alguma que entre na composição dos 
corpos, como medida e tamanho. Se lhe parece que a 
alma poderia ser um nada, porque não apresenta dimen-
sões do corpo, entenderá que justamente por isso ela 
deve ser tida em maior consideração, pois é superior às 
coisas materiais exatamente por isso, porque não é ma-
téria. É certo que uma árvore é menos significativa que 
a noção de justiça. Diria que a justiça não é coisa real, 
mas um nada? Por conseguinte, se a justiça não tem 
dimensões materiais, nem por isso dizemos que é nada. 
E a alma ainda parece ser nada por não ter extensão 
material? 
(Santo Agostinho. Sobre a potencialidade da alma, 2015. Adaptado.)
No texto de Santo Agostinho, a prova da existência 
da alma
a) desempenha um papel primordialmente retóri-
co, desprovido de pretensões objetivas.
b) antecipa o empirismo moderno ao valorizar a 
experiência como origem das ideias.
c) serviu como argumento antiteológico mobiliza-
do contra o pensamento escolástico.
d) é fundamentada no argumento metafísico da 
primazia da substância imaterial.
e) é acompanhada de pressupostos relativistas no 
campo da ética e da moralidade.
8. (UFU – MG)
Santo Tomás de Aquino, nascido em 1224 e fale-
cido em 1274, propôs as cinco vias para o conhe-
cimento de Deus. Estas vias estão fundamentadas 
nas evidências sensíveis e racionais. A primeira via 
afirma que os corpos inanimados não podem ter 
movimento por si mesmos. Assim, para que estes 
corpos tenham movimento, é necessário que algo 
os mova. Esta concepção leva à necessidade de 
um primeiro motor imóvel, isto é, algo que mesmo 
não sendo movido por nada pode mover todas as 
coisas. Sobre a primeira via, que é a do movimen-
to, marque a alternativa correta.
a) Para que os objetos tenham movimento, é ne-
cessário que algo os mova; dessa forma, en-
tende-se que é necessário um primeiro motor. 
Logo, podemos entender que Deus não é ne-
cessário no sistema. 
b) Para Santo Tomás, os objetos inanimados mo-
vem-se por si mesmos e esse fenômeno de-
monstra a existência de Deus. 
c) A demonstração do primeiro motor não recorre 
à sensibilidade, dispensando toda e qualquer 
observação da natureza, uma vez que sua fun-
damentação é somente racional. 
d) Conforme o argumento da primeira via pode-
mos concluir que Deus é o motor imóvel, o qual 
move todas as coisas, mas não é movido.
9. (UFU – MG) 
Alguns filósofos podem ser considerados realistas 
e outros nominalistas, conforme o posicionamento de 
cada um. Guilherme de Champeaux (1070– 1121 d. C.) 
foi um filósofo e teólogo francês, professor na escola da 
catedral de Notre Dame, em Paris. Champeaux afirmava 
que “o universal é não somente real, mas também es-
sencialmente idêntico na diversidade das coisas de que 
é atributo.”
VASCONCELOS, José Antônio. Reflexões: filosofia e cotidiano. São 
Paulo: edições SM, 2016. p. 212.
A posição de Champeaux, em relação aos univer-
sais, é classificada como
a) realista, pois compreende que os universais são 
entes reais.
b) nominalista, pois considera que os universais 
são apenas nomes.
c) conceptualista, pois aceita que há certa realida-
de nos universais.
d) indeterminada, pois, para ele, os universais são 
um problema sem resolução.
10. (UFU – MG)
Para responder à questão, leia o seguinte texto. 
O universal é o conceito, a ideia, a essência comum 
a todas as coisas (por exemplo, o conceito de ser hu-
mano). Em outras palavras, pergunta-se se os gêneros 
e as espécies têm existência separada dos objetos sen-
síveis: as espécies (por exemplo, o cão) ou os gêneros 
(por exemplo, o animal) teriam existência real? Ou seriam 
apenas ideias na mente ou apenas palavras? 
ARANHA, Maria Lúcia Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. 
 3. ed. São Paulo: Moderna, 2003. p. 126. 
A resposta correta à pergunta formulada no texto 
acima, sobre os universais, é: 
a) segundo os nominalistas, as espécies e gêne-
ros universais são meras palavras que expres-
sam um conteúdo mental, sem existência real. 
b) segundo os nominalistas, os universais são 
conceitos, mas têm fundamento na realidade 
das coisas. 
293293
Filosofia
Livro de atividades
c) segundo os nominalistas, os universais (gêne-
ros e espécies) são entidades realmente exis-
tentes no mundo das ideias, sendo as coisas 
deste mundo meras cópias destas ideias. 
d) segundo os nominalistas, os gêneros e as espé-
cies universais existem realmente, mas apenas 
na mente de Deus. 
11. (UFU – MG)
Leia com atenção o texto abaixo: 
Mas há um enganador, não sei quem, sumamen-
te poderoso, sumamente astucioso que, por indústria, 
sempre me engana. Não há dúvida, portanto, de que eu, 
eu sou, também, se me engana: que me engane o quan-
to possa, nunca poderá fazer, porém, que eu nada seja, 
enquanto eu pensar que sou algo. 
DESCARTES. Meditações sobre Filosofia Primeira. Campinas: Editora da 
UNICAMP, 2004. p. 45. 
Para atingir o processo extremo da dúvida, Descar-
tes lança a hipótese de um gênio maligno, suma-
mente poderoso e que tudo faz para me enganar. 
Essa radicalização do processo dubitativo ficou 
conhecida como dúvida hiperbólica. Assinale a 
alternativa que apresenta corretamente a relação 
estabelecida por Descartes entre a dúvida hiperbó-
lica (exagerada) e o cogito (eu penso). 
a) Descartes sustenta que o ato de pensar tem ta-
manha evidência, que eu jamais posso ser en-
ganado acerca do fato de que existo enquanto 
penso. 
b) A dúvida hiperbólica é insuperável, uma vez que 
todos os conteúdos da mente podem ser ima-
gens falsas produzidas pelo gênio maligno. 
c) Com o exemplo dos juízos matemáticos, que 
são sempre indubitáveis, Descartes consegue 
eliminar a hipótese do gênio maligno.
d) Somente a partir da descoberta da ideia de 
Deus é que Descartes consegue eliminar a dú-
vida hiperbólica e afirmar a existência do pen-
sante. 
12. (UFU – MG)
O texto abaixo é de René Descartes (1596-1650). 
Leia-o com atenção. 
Mas, logo em seguida, adverti que, enquanto eu que-
ria assim pensar que tudo era falso, cumpria necessa-
riamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, 
notando que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão 
firme e tão certa que todas as mais extravagantes su-
posições dos céticos não seriam capazes de a abalar, 
julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulo, como o pri-
meiro princípio da filosofia que procurava. 
Descartes. Discurso do método. Coleção Os Pensadores. São Paulo: 
Abril Cultural, 1973. p. 41. 
Com base no pensamento de Descartes, responda 
ao que se pede. 
a) Por que o cogito é o “primeiro princípio da filo-
sofia” para Descartes? 
b) Qual é a relação entre o procedimento da dú-
vida hiperbólica e a descoberta do cogito em 
Descartes? 
 
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13. (UFU – MG)
David Hume (1711-1776) é um dos representantes 
do empirismo. Sua teoria sobre as ideias parte do 
princípio de que não há nada em nossa mente que 
não tenha passado antes pelos sentidos, portanto, 
as ideias vão se formando ao longo da vida. Des-
sa forma, Hume afasta-se do princípio da corrente 
racionalista ou inatista segundo a qual afirma que 
há ideias inatas em nossa mente. De acordo com o 
pensamento de Hume, é correto afirmar que 
a) as percepções dos sentidos geram impressões 
e ideias. 
b) as ideias que podem ser consideradas verda-
deiras são as inatas. 
c) as ideias fictícias são as que têm mais alto grau 
de ser. 
d) as percepções dos sentidos nos enganam, por 
isso as ideias daí decorrentes são falsas. 
14. (UFU – MG)
Leia atentamente o texto abaixo. 
Kant distinguiu duas modalidades de realidade. A 
realidade que se oferece a nós na experiência e a rea-
lidade que não se oferece à experiência. A primeira foi 
chamada por ele de fenômeno [...]. A segunda foi chama-
da por ele de nôumeno [...] [ou coisa em si]. 
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995. p. 233. 
Em relação aos conceitos de fenômeno e coisa em 
si, conforme formulados por Kant, marque a alter-
nativa correta.
a) Kant designa por coisa em si a parte da experi-
ência que pode ser conhecida pelo intelecto no 
tempo e no espaço. 
b) A coisa em si designa exatamente aquilo que uma 
ciência deve conhecer em um objeto empírico. 
c) A crítica kantiana dirige-se contra as aparên-
cias. É por isso que Kant afirma ser impossível 
conhecer os fenômenos. 
d) O mundo fenomenal contém os objetos que 
podem ser captados pela nossa sensibilidade e 
ser apresentados no espaço e no tempo.
15. (UNESP – SP)
É esse o sentido da famosa formulação do filósofo 
Kant sobre o imperativo categórico: 
“Aja unicamente de acordo com uma máxima tal que 
você possa querer que ela se torne uma lei universal”. 
Isso é agir de acordo com a humanidade, em vez de agir 
conforme o seu “euzinho querido”, e obedecer à razão 
em vez de obedecer às suas tendências ou aos seus in-
teresses. Uma ação só é boa se o princípio a que se 
submete (sua “máxima”) puder valer, de direito, para to-
dos: agir moralmente é agir de tal modo que você possa 
desejar, sem contradição, que todo indivíduo se submeta 
aos mesmos princípios que você. Não é porque Deus 
existe que devo agir bem; é porque devo agir bem que 
posso necessitar – não para ser virtuoso, mas para es-
capar do desespero – de crer em Deus. Mesmo se Deus 
não existir, mesmo se não houver nada depois da morte, 
isso não dispensará você de cumprir com o seu dever, 
em outras palavras, de agir humanamente.
(André Comte-Sponville. Apresentação da filosofia, 2002. Adaptado.)
O conceito filosófico de imperativo categórico é 
baseado no relativismo ou na universalidade mo-
ral? Justifique sua resposta. Explique o motivo pelo 
qual a ética kantiana dispensa justificativas de ca-
ráter religioso.
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Filosofia
Livro de atividades
18. (UNESP – SP) 
A modernidade não pertence a cultura nenhuma, 
mas surge sempre CONTRA uma cultura particular, 
como uma fenda, uma fissura no tecido desta. Assim, na 
Europa, a modernidade não surge como um desenvol-
vimento da cultura cristã, mas como uma crítica a esta, 
feita por indivíduos como Copérnico, Montaigne, Bruno, 
Descartes, indivíduos que, na medida em que a critica-
vam, já dela se separavam, já dela se desenraizavam. A 
crítica faz parte da razão que, não pertencendo a cultura 
particular nenhuma, está em princípio disponível a todos 
os seres humanos e culturas. Entendida desse modo, a 
modernidade não consiste numa etapa da história da 
Europa ou do mundo, mas numa postura crítica ante a 
cultura, postura que é capaz de surgir em diferentes mo-
mentos e regiõesdo mundo, como na Atenas de Péri-
cles, na Índia do imperador Ashoka ou no Brasil de hoje. 
Antonio Cícero. Resenha sobre o livro “O Roubo da História”. Folha de 
S. Paulo, 01.11.2008. (Adaptado) 
Com a leitura do texto, a modernidade pode ser 
entendida como
a) uma tendência filosófica especificamente euro-
peia e ocidental de crítica cultural e religiosa. 
b) uma tendência oposta a diversas formas de de-
senvolvimento da autonomia individual. 
c) um conjunto de princípios morais absolutos, 
dotados de fundamentação teológica e cristã. 
d) um movimento amplo de propagação da crítica 
racional a diversas formas de preconceito. 
e) um movimento filosófico desconectado dos 
princípios racionais do iluminismo europeu.
19. (UNIMONTES – MG)
A doutrina positivista, cujo principal representante 
foi o francês Auguste Comte (1798-1857), nasceu 
em um ambiente cientificista. Em sua obra Curso 
de Filosofia Positiva, propôs-se a examinar como 
ocorreu o desenvolvimento da inteligência humana 
desde os primórdios, a fim de dar as diretrizes de 
como seria melhor pensar o progresso da Ciência. 
Para Comte, o termo “positivo” designa 
a) o sobrenatural descrito através das ações dos 
deuses. 
b) as forças abstratas em sua influência sobre o 
universo. 
c) os fenômenos da natureza descritos de forma 
quimérica. 
d) o real em oposição ao quimérico, a certeza em 
oposição à indecisão, o preciso em oposição ao 
vago. O estado positivo corresponde à maturi-
dade do espírito humano. 
FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA 
16. (UNESP – SP)
Convicção é a crença de estar na posse da verdade 
absoluta. Essa crença pressupõe que há verdades ab-
solutas, que foram encontrados métodos perfeitos para 
chegar a elas e que todo aquele que tem convicções 
se serve desses métodos perfeitos. Esses três pressu-
postos demonstram que o homem das convicções está 
na idade da inocência, e é uma criança, por adulto que 
seja quanto ao mais. Mas milênios viveram nesses pres-
supostos infantis, e deles jorraram as mais poderosas 
fontes de força da humanidade. Se, entretanto, todos 
aqueles que faziam uma ideia tão alta de sua convicção 
houvessem dedicado apenas metade de sua força para 
investigar por que caminho haviam chegado a ela: que 
aspecto pacífico teria a história da humanidade!
(Nietzsche. Obras incompletas, 1991. Adaptado.)
Nesse excerto, Nietzsche
a) defende o inatismo metafísico contra as teses 
empiristas sobre o conhecimento.
b) valoriza a posse da verdade absoluta como 
meio para a realização da paz.
c) defende a fé religiosa como alicerce para o pen-
samento crítico.
d) identifica a maturidade intelectual com a capa-
cidade de conhecer a verdade absoluta.
e) valoriza uma postura crítica de autorreflexão, 
em oposição ao dogmatismo.
17. (UNIMONTES – MG)
A fenomenologia surgiu a partir da preocupação 
com o transcendental, isto é, a busca das condi-
ções a priori de possibilidade da Filosofia como 
Ciência rigorosa. É o conhecimento do que apare-
ce ou se manifesta à consciência, em conformida-
de com a estrutura da própria consciência. A feno-
menologia surgiu a partir da preocupação de 
a) Edmund Husserl.
b) Aristóteles.
c) Karl Marx.
d) Levinas.
296296 3ª. série
20. (UNESP – SP)
A genuína e própria filosofia começa no Ocidente. Só 
no Ocidente se ergue a liberdade da autoconsciência. 
No esplendor do Oriente desaparece o indivíduo; só no 
Ocidente a luz se torna a lâmpada do pensamento que 
se ilumina a si própria, criando por si o seu mundo. Que 
um povo se reconheça livre, eis o que constitui o seu ser, 
o princípio de toda a sua vida moral e civil. Temos a no-
ção do nosso ser essencial no sentido de que a liberdade 
pessoal é a sua condição fundamental, e de que nós, 
por conseguinte, não podemos ser escravos. O estar às 
ordens de outro não constitui o nosso ser essencial, mas 
sim o não ser escravo. Assim, no Ocidente, estamos no 
terreno da verdadeira e própria filosofia.
(Hegel. Estética, 2000. Adaptado.)
De acordo com o texto de Hegel, a filosofia
a) visa ao estabelecimento de consciências servis 
e representações homogêneas.
b) é compatível com regimes políticos baseados 
na censura e na opressão.
c) valoriza as paixões e os sentimentos em detri-
mento da racionalidade.
d) é inseparável da realização e expansão de po-
tenciais de razão e de liberdade.
e) fundamenta-se na inexistência de padrões uni-
versais de julgamento.
21. (UFU – MG)
Segundo Karl Marx (1818-1883), “não é a consciên-
cia dos homens que determina o seu ser; é o seu ser 
social que, inversamente, determina a sua consciência”.
Contribuição à crítica da economia política. São Paulo: 
M. Fontes, 1977. p. 23.
Essa citação sintetiza o pensamento filosófico, po-
lítico, histórico e econômico desse pensador, que 
se convencionou chamar de
a) Liberalismo de esquerda.
b) Idealismo dialético.
c) Atomismo econômico.
d) Materialismo histórico.
22. (UFU – MG)
Conforme Martins e Aranha, o materialismo de Karl 
Marx diferencia-se do materialismo mecanicista. 
Analisando estas diferenças, as autoras concluem: 
[...] segundo o materialismo dialético, o espírito não é 
consequência passiva da ação da matéria, podendo rea-
gir sobre aquilo que determina. Ou seja o conhecimento 
do determinismo liberta o homem por meio da ação des-
te sobre o mundo, possibilitando inclusive a ação revo-
lucionária. 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. 
Filosofando. São Paulo: Moderna, 2000. p. 241. 
Com base em seus conhecimentos e nas informa-
ções acima, assinale a alternativa correta. 
a) Diferentemente dos idealistas, Marx considera 
que as manifestações espirituais humanas de-
rivam da estrutura material ou econômica da 
sociedade, mas não de modo absoluto, pois o 
espírito pode se libertar. 
b) Como em Marx, a estrutura material ou econô-
mica determina as manifestações do espírito, 
que será, em consequência, sempre passivo 
diante desta estrutura. 
c) Marx entende que o espírito é resultado da es-
trutura material ou econômica da sociedade, 
por isso jamais pode modificá-la. 
d) A dialética materialista de Marx sintetiza os mo-
mentos da realização da razão na história e não 
o agir histórico que realiza os conteúdos da ra-
zão. 
23. (UNESP – SP)
Jamais um homem fez algo apenas para outros e sem 
qualquer motivo pessoal. E como poderia fazer algo que 
fosse sem referência a ele próprio, ou seja, sem uma ne-
cessidade interna? Como poderia o ego agir sem ego? 
Se um homem desejasse ser todo amor como aquele 
Deus, fazer e querer tudo para os outros e nada para 
si, isto pressupõe que o outro seja egoísta o bastante 
para sempre aceitar esse sacrifício, esse viver para ele: 
de modo que os homens do amor e do sacrifício têm 
interesse em que continuem existindo os egoístas sem 
amor e incapazes de sacrifício, e a suprema moralida-
de, para poder subsistir, teria de requerer a existência da 
imoralidade, com o que, então, suprimiria a si mesma.
(Friedrich Nietzsche. Humano, demasiado humano, 2005. Adaptado.)
A reflexão do filósofo sobre a condição humana 
apresenta pressupostos
a) psicológicos, baseados na crítica da inconsis-
tência subjetiva da moral cristã.
b) cartesianos, baseados na ideia inata da existên-
cia de Deus na substância pensante.
c) estoicistas, exaltadores da apatia emocional 
como ideal de uma vida sábia.
d) éticos, defensores de princípios universais para 
orientar a conduta humana.
e) metafísicos, uma vez que é alicerçada no mun-
do inteligível platônico.
297297
Filosofia
Livro de atividades
24. (UNESP – SP)
Texto 1
Com o desenvolvimento industrial, o proletariado não apenas se multiplica; comprime-se em massas cada vez maio-
res, sua força cresce e ele adquire maior consciência dela. Os choques individuais entre o operário singular e o burguês 
singular tomam cada vez mais o caráter de confrontos entre duas classes. Os operários começam a formar associações 
contra os burgueses. Aqui e ali a luta irrompe em motim.
(Karl Marx e Friedrich Engels. Manifesto Comunista,2005. Adaptado.)
Texto 2
A identificação das classes oprimidas com a classe que as domina e explora é parte de um todo maior. Isso porque 
as classes oprimidas podem estar emocionalmente ligadas a seus senhores; apesar de sua hostilidade para com eles, 
podem ver neles os seus ideais. A menos que tais relações existam, é impossível compreender como uma série de civili-
zações sobreviveu por tão longo tempo, apesar da justificável hostilidade de grandes massas humanas.
(Sigmund Freud. O futuro de uma ilusão, 1974. Adaptado.)
a) Cite as duas áreas do pensamento originadas a partir das obras dos autores dos textos. Indique um fato 
histórico de natureza revolucionária marcadamente influenciado pelo texto 1.
b) Quais foram os critérios utilizados por Marx e Engels para analisar a relação entre as classes sociais? 
Segundo Freud, qual é o fator que impede a realização de uma revolução proletária?
 
298298 3ª. série
25. (UNESP – SP)
O mundo seria ordenado demais, harmonioso demais, para que se possa explicá-lo sem supor, na sua origem, uma 
inteligência benevolente e organizadora. Como o acaso poderia fabricar um mundo tão bonito? Se encontrassem um re-
lógio num planeta qualquer, ninguém poderia acreditar que ele se explicasse unicamente pelas leis da natureza, qualquer 
um veria nele o resultado de uma ação deliberada e inteligente. Ora, qualquer ser vivo é infinitamente mais complexo do 
que o relógio mais sofisticado. Não há relógio sem relojoeiro, diziam Voltaire e Rousseau. Mas que relógio ruim o que 
contém terremotos, furacões, secas, animais carnívoros, um sem-número de doenças – e o homem! A história natural 
não é nem um pouco edificante. A história humana também não. Que Deus após Darwin? Que Deus após Auschwitz? 
(André Comte-Sponville. Apresentação da filosofia, 2002. Adaptado.)
Sobre os argumentos discorridos pelo autor, é correto afirmar que a existência de Deus é
a) defendida mediante um argumento de natureza estética, em oposição ao caráter ideológico e alienante 
das crenças religiosas.
b) tratada como um problema sobretudo metafísico e teológico, diante do qual são irrelevantes as questões 
empíricas e históricas.
c) abordada sob um ponto de vista bíblico-criacionista, em oposição a uma perspectiva romântica peculiar 
ao iluminismo filosófico.
d) problematizada mediante um argumento de natureza mecanicista-causal, em oposição ao problema ético 
da existência do mal.
e) tratada como uma questão concernente ao livre-arbítrio da consciência, em detrimento de possíveis es-
peculações filosóficas.
26. (UNIMONTES – MG)
Husserl apresenta a sua fenomenologia como um método de investigação que tem o propósito de apreen-
der o fenômeno, isto é, a aparição das coisas à consciência, de uma maneira rigorosa. O rigor que Husserl 
reivindica para seu método fenomenológico advém do propósito desse pensador em dispensar à filosofia o 
mesmo método conferido à ciência. Podemos atribuir a Husserl a célebre definição de consciência:
a) “Toda consciência é consciência de algo”.
b) “A consciência é um dado material”.
c) “A consciência é puro vazio”.
d) “A consciência é uma pura construção espiritual”.
27. (UNESP – SP)
Texto 1
As mercadorias da indústria cultural se orientam segundo o princípio de sua comercialização e não segundo seu 
próprio conteúdo. Toda a prática da indústria cultural transfere, sem mais, a motivação do lucro às criações espirituais. 
A partir do momento em que essas mercadorias asseguram a vida de seus produtores no mercado, elas já estão conta-
minadas por essa motivação. A indústria cultural impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes 
de julgar e decidir conscientemente. Mas estes constituem, contudo, a condição prévia de uma sociedade democrática, 
que não se poderia salvaguardar e desabrochar senão através de homens não tutelados.
(Theodor W. Adorno. A indústria cultural, 1986. Adaptado.)
Texto 2
A fabricação de livros tornou-se um fato industrial, submetido a todas as regras da produção e do consumo; daí, 
uma série de fenômenos negativos, como o consumo provocado artificialmente. Mas a indústria editorial distingue-se 
das demais porque nela se acham inseridos homens de cultura, para os quais a finalidade primeira não é a produção de 
um livro para vender, mas sim a produção de valores culturais. Isso significa que, ao lado de “produtores de objetos de 
consumo cultural”, agem “produtores de cultura”, que aceitam a indústria cultural para fins que a ultrapassam.
(Umberto Eco. Apocalípticos e integrados, 1990. Adaptado.)
299299
Filosofia
Livro de atividades
a) Em qual dos dois textos é apontado o caráter antidemocrático da indústria cultural? Explique o significa-
do da expressão “homens não tutelados”.
b) Por que a expansão artificial do consumo pode ser considerada “fenômeno negativo”? Explique a relação 
entre indústria cultural e sociedade segundo o texto 2.
28. (UNESP – SP)
Desde o início da semana, alunos da rede municipal de Vitória da Conquista, na Bahia, não vão mais poder cabular 
aulas. Um “uniforme inteligente” vai contar aos pais se os alunos chegaram à escola – ou “dedurar” se eles não passaram 
do portão. O sistema, baseado em rádio-frequência, funciona por meio de um minichip instalado na camiseta do novo 
uniforme, que começou a ser distribuído para 20 mil estudantes na segunda-feira. 
Funciona assim: no momento em que os alunos entram na escola, um sensor instalado na portaria detecta o chip e 
envia um SMS aos pais avisando sobre a entrada na instituição. 
Natália Cancian. Uniforme inteligente entrega aluno que cabula aula na Bahia. Folha de S. Paulo, 22.03.2012. 
A leitura do fato relatado na reportagem permite repercussões filosóficas relacionadas à esfera da Ética, pois 
o “uniforme inteligente” 
a) está inserido em um processo de resistência ao poder disciplinar na escola.
b) é fruto de uma ação do Estado para incrementar o grau de liberdade nas escolas. 
c) indica a consolidação de mecanismos de consulta democrática na escola pública. 
d) introduz novas formas institucionais de controle sobre a liberdade individual. 
e) proporciona uma indiscutível contribuição científica para a autonomia individual.
300300 3ª. série
29. (UNESP – SP)
Texto 1 
O biopoder, sem a menor dúvida, foi elemento 
indispensável ao desenvolvimento do capitalismo, que 
só pode ser garantido à custa da inserção controlada 
dos corpos no aparelho de produção e por meio de um 
ajustamento dos fenômenos de população aos proces-
sos econômicos. Para o biopoder, que tem a tarefa de 
se encarregar da vida, sua necessidade de mecanismos 
contínuos, reguladores e corretivos exige distribuir os vi-
vos em um domínio de valor e utilidade. Um poder des-
sa natureza tem de qualificar, medir, avaliar, hierarquizar. 
Uma sociedade normalizadora é o efeito histórico de uma 
tecnologia de poder centrada na vida. 
Michel Foucault. História da sexualidade, vol. 1, 1988 (Adaptado.) 
Texto 2 
Uma pesquisa anunciada recentemente na Suíça re-
velou que, com um simples exame de sangue, será pos-
sível detectar a Síndrome de Down (ou trissomia do 21) 
no feto. O aval ao novo teste pré-natal foi dado recente-
mente pela Agência Nacional de Produtos Terapêuticos 
da Suíça, em meio à controvérsia de que o exame pode-
ria levar a um aumento no número de abortos. Os testes 
estarão disponíveis no mercado ainda neste mês. Apesar 
de a legislação de países europeus como Espanha, Itália 
e Alemanha garantir autonomia à mulher na escolha so-
bre o aborto, o tema não passou isento de discussão. A 
Federação Internacional das Organizações de Síndrome 
de Down, que reúne 30 associações de 16 países, entrou 
com uma representação na Corte Europeia de Direitos 
Humanos pedindo a proibição do teste. 
http://zerohora.clicrbs.com.br, 22.08.2012 (Adaptado.) 
LÓGICA 
30. (UFU – MG)
Em um importante trecho da sua obra Metafísica, 
Aristóteles se refere a Sócrates nos seguintes ter-
mos: 
Sócrates ocupava-se de questões éticas e não da 
naturezaem sua totalidade, mas buscava o universal no 
âmbito daquelas questões, tendo sido o primeiro a fixar 
a atenção nas definições. 
Aristóteles. Metafísica, A6, 987b 1-3. Tradução de Marcelo Perine. São 
Paulo: Loyola, 2002. 
Com base na filosofia de Sócrates e no trecho 
supracitado, assinale a alternativa correta. 
a) O método utilizado por Sócrates consistia em 
um exercício dialético, cujo objetivo era livrar o 
seu interlocutor do erro e do preconceito − com o 
prévio reconhecimento da própria ignorância −, 
e levá-lo a formular conceitos de validade uni-
versal (definições). 
b) Sócrates era, na verdade, um filósofo da nature-
za. Para ele, a investigação filosófica é a busca 
pela “arché”, pelo princípio supremo do cos-
mos. Por isso, o método socrático era idêntico 
aos utilizados pelos filósofos que o antecede-
ram (pré-socráticos). 
Com base no texto de Foucault, comente o papel 
da ciência como possível instrumento de eugenia e 
normalização, relacionando-o com as implicações 
301301
Filosofia
Livro de atividades
c) O método socrático era empregado simples-
mente para ridicularizar os homens, colocando-
-os diante da própria ignorância. Para Sócrates, 
conceitos universais são inatingíveis para o ho-
mem; por isso, para ele, as definições são sem-
pre relativas e subjetivas, algo que ele confir-
mou com a máxima “o homem é a medida de 
todas as coisas”. 
d) Sócrates desejava melhorar os seus concida-
dãos por meio da investigação filosófica. Para 
ele, isso implica não buscar “o que é”, mas 
aperfeiçoar “o que parece ser”. Por isso, diz o 
filósofo, o fundamento da vida moral é, em úl-
tima instância, o egoísmo, ou seja, o que é o 
bem para o indivíduo num dado momento de 
sua existência. 
31. (UNIMONTES – MG)
Aristóteles sistematizou suas principais ideias em 
um conjunto de Tratados. A lógica mereceu aten-
ção em um livro denominado Órganon, que perma-
neceu através dos séculos até nossos dias.
Segundo Aristóteles, a lógica subdivide-se em:
a) Lógica Formal (Menor) e Lógica Matemática.
b) Lógica Formal (Menor) e Lógica Material (Maior).
c) Lógica Material (Maior) e Lógica Musical.
d) Lógica Formal (Menor) e Lógica da Linguagem.
32. (UFU – MG)
Silogismo. Essa palavra, que na origem significava 
cálculo, era empregada por Platão como raciocínio em 
geral e foi adotada por Aristóteles para indicar o tipo per-
feito do raciocínio dedutivo, definido como um discurso 
em que, postas algumas coisas, outras se seguem ne-
cessariamente.
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Trad. Benedetti, I. C. São 
Paulo: Martins Fontes, 2003. (Adaptado)
Considerando-se a definição de silogismo, assinale 
a alternativa que indica sua interpretação correta.
a) A conclusão pode contrariar todas as premis-
sas.
b) O silogismo só conduz a conclusões hipotéti-
cas.
c) A conclusão é sempre resultado das premissas.
d) A dedução é inaplicável ao silogismo categórico.
33. (UFU – MG)
Conforme o Dicionário de Filosofia de Nicola Abbag-
nano, Platão emprega a palavra silogismo para definir 
o raciocínio em geral. Aristóteles, por sua vez, o define 
como o tipo perfeito de raciocínio dedutivo, “um discur-
so em que, postas algumas coisas, outras se seguem 
necessariamente.” Considere que a premissa “Todo atle-
ta treina”, sentença universal e afirmativa, é a premissa 
maior de um silogismo, cuja conclusão é: “Logo, Maria 
treina”. 
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Trad. Alfredo Bosi e Ivone 
C. Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 
De acordo com tal definição, assinale a alternativa 
que indica, corretamente, a premissa menor: 
a) Maria não é atleta. 
b) Maria não treina. 
c) Maria é atleta. 
d) Maria é atleta, mas não treina. 
34. (UFU – MG)
Na escola, Joana se queixava a uma amiga sobre 
um namorado que a abandonara para ficar com 
outra colega da turma. Tentando consolá-la, a ami-
ga lhe disse que ela deveria se acostumar com isso 
ou, então, nunca mais tentar namorar, pois, disse 
ela, “os garotos são todos interesseiros”. Deixando 
a dor de Joana de lado, poderíamos sistematizar o 
argumento da amiga na forma de um silogismo tal 
como definido pelo filósofo Aristóteles, da seguinte 
maneira: 
Todo garoto é interesseiro. Premissa maior 
Ora, o namorado de Joana é um garoto. Premis-
sa menor 
Logo, o namorado de Joana é interesseiro. Con-
clusão.
A respeito desse argumento, e de acordo com as 
regras da lógica aristotélica, é correto afirmar que 
a) o argumento é inválido, pois a premissa maior é 
falsa. 
b) o argumento é válido, pois a intenção da amiga 
era ajudar Joana. 
c) o argumento é válido, pois a conclusão é uma 
consequência lógica das premissas. 
d) o argumento é inválido, pois a conclusão é falsa. 
302302 3ª. série
35. (UFU – MG)
Imannuel Kant (1724-1804) reconheceu a impor-
tância dos avanços das ciências naturais, em es-
pecial da Física, que passou de um conhecimen-
to meramente especulativo para se constituir em 
Ciência. A Metafísica, por sua vez, não obteve o 
mesmo sucesso, pois, continuando a ser especu-
lativa, por mais que os sistemas fossem muito bem 
elaborados, suas verdades não eram indiscutíveis. 
Assim, Kant procura dar à Metafísica a mesma 
consistência que possuíam outros campos do sa-
ber, fundamentados em juízos sintéticos a priori. 
Com base nas explicações acima e nos seus co-
nhecimentos, assinale a alternativa que define a 
concepção kantiana de juízo sintético a priori. 
a) São universais, necessários e ampliam o conhe-
cimento. 
b) Não são universais e necessários, mas permi-
tem ampliar o conhecimento. 
c) São universais e necessários, mas não permi-
tem ampliar o conhecimento. 
d) Não são nem universais nem necessários, por-
tanto não permitem ampliar o conhecimento.
36. (UFU – MG)
De acordo com o pensamento do filósofo Immanuel 
Kant (1724-1804), os juízos a priori são todos ana-
líticos e os juízos a posteriori são todos sintéticos.
Assinale a alternativa que define corretamente as 
noções de juízo analítico e juízo sintético.
a) O juízo analítico é uma proposição que não 
pode ser pensada sem ser simultaneamente 
acompanhada de sua necessidade, já o juízo 
sintético não é uma proposição necessária.
b) No juízo analítico, o sujeito está contido no con-
ceito do predicado, mas, no juízo sintético, o 
predicado advém da experiência.
c) No juízo analítico, o predicado pertence ao su-
jeito como algo que está contido nele, já no ju-
ízo sintético, o predicado está totalmente fora 
do conceito do sujeito.
d) O juízo analítico é uma proposição necessária, 
já no juízo sintético, o predicado vai além do 
conceito do sujeito, acrescentando algo a esse.
FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
37. (UNESP – SP)
Os ídolos e noções falsas que ora ocupam o intelec-
to humano e nele se acham implantados não somente 
o obstruem a ponto de ser difícil o acesso da verdade, 
como, mesmo depois de superados, poderão ressurgir 
como obstáculo à própria instauração das ciências, a não 
ser que os homens, já precavidos contra eles, se cuidem 
o mais que possam. O homem se inclina a ter por verdade 
o que prefere. Em vista disso, rejeita as dificuldades, leva-
do pela impaciência da investigação; rejeita os princípios 
da natureza, em favor da superstição; rejeita a luz da ex-
periência, em favor da arrogância e do orgulho, evitando 
parecer se ocupar de coisas vis e efêmeras; rejeita para-
doxos, por respeito a opiniões vulgares. Enfim, inúmeras 
são as fórmulas pelas quais o sentimento, quase sempre 
imperceptivelmente, se insinua e afeta o intelecto.
(Francis Bacon. Novum Organum [publicado originalmente em 1620], 
1999. Adaptado.)
Na história da filosofia ocidental, o texto de Bacon 
preconiza
a) um pensamento científico racional afastado de 
paixões e preconceitos.
b) uma crítica à hegemonia do paradigma carte-
siano no âmbito científico.
c) a defesa do inatismo das ideias contra os pres-
supostos da filosofia empirista.
d) a valorização romântica de aspectos sentimen-
tais e intuitivos do pensamento.e) uma crítica de caráter ético voltada contra a 
frieza do trabalho científico.
38. (UNIMONTES – MG)
O lema adotado na bandeira brasileira – Ordem e 
Progresso – teve influências positivistas. Conside-
rando as características do Positivismo, julgue as 
afirmativas a seguir:
 I. O Estado positivo constitui-se pela predominância 
da observação. A sociedade busca respostas 
científicas para todos os fenômenos.
 II. O termo “positivismo” designa o pensamento do 
filósofo francês Auguste Comte (1798-1857) e tem 
como afirmação básica que todo conhecimento, 
em termos de realidade, se baseia nos dados 
“positivos” da história da humanidade.
303303
Filosofia
Livro de atividades
 III. O Positivismo baseia-se em dados empíricos da 
realidade cotidiana, no “mundo da vida”, e busca no 
método dialético a compreensão da complexidade 
social.
Está(ão) correta(s) as afirmativas:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) III e I, apenas.
39. (UNESP – SP)
Texto 1
Karl Popper se diferenciou ao introduzir na ciência a 
ideia de “falibilismo”. Ele disse o seguinte: “O que prova 
que uma teoria é científica é o fato de ela ser falível e 
aceitar ser refutada”. Para ele, nenhuma teoria científica 
pode ser provada para sempre ou resistir para sempre 
à falseabilidade. Ele desenvolveu um tipo de teoria de 
seleção das teorias científicas, digamos, análoga à teoria 
darwiniana da seleção: existem teorias que subsistem, 
mas, posteriormente, são substituídas por outras que re-
sistem melhor à falseabilidade.
MORIN, Edgar. Ciência com consciência, 1996. Adaptado.
Texto 2
O paralelismo entre macrocosmos e microcosmos, a 
simpatia cósmica e a concepção do universo como um 
ser vivo são os princípios fundamentais do pensamento 
hermético, relançado por Marcílio Ficino com a tradução 
do Corpus Hermeticum. Com base no pensamento her-
mético, não há qualquer dúvida sobre a influência dos 
acontecimentos celestes sobre os eventos humanos e 
terrestres. Desse modo, a magia é a ciência da interven-
ção sobre as coisas, os homens e os acontecimentos, a 
fim de dominar, dirigir e transformar a realidade segundo 
a nossa vontade.
REALE, Giovanni.História da filosofia, vol. 2, 1990.
Baseando-se no conceito filosófico de empiris-
mo, descreva o significado do emprego da palavra 
“ciência” nos dois textos. Explique também o di-
ferente emprego do termo “ciência” em cada um 
dos textos.
40. (UNIMONTES – MG)
O que distingue a atitude científica da atitude 
costumeira ou do senso comum? Antes de mais 
nada, a ciência desconfia da veracidade de nos-
sas certezas, de nossa adesão imediata às coisas, 
da ausência de crítica e da falta de curiosidade. 
A ciência é uma forma sistemática e organizada 
do pensamento humano. Com relação à ciência, é 
INCORRETO afirmar:
a) Distingue-se da magia, pois rejeita o universo 
das crenças como base.
b) É fixa e não aceita transformações no decorrer 
de sua história.
c) Busca libertar os seres humanos dos mitos e 
das superstições.
d) Resulta de um trabalho paciente e de investiga-
ção racional.
304304 3ª. série
41. (UNESP – SP)
A ciência é uma atividade na sua essência antidogmática. Pelo menos deveria sê-lo. A ciência, em particular a física, 
parte de uma visão do mundo que é, de acordo com a terminologia utilizada por Arquimedes, um pedido que se faz. É 
assim porque pedimos para que se admita, à escala a que pretendemos descrever os fenômenos, que o mundo assuma 
uma determinada forma. Os outros pedidos e postulados têm de se inserir, tão pacificamente quanto possível, nesse 
pedido fundacional. Mas nunca perderão o estatuto de pedidos. Transformá-los em dogmas é perturbar a ciência com 
atitudes que lhe deveriam ser totalmente estranhas.
(Rui Moreira. “Uma nova visão da natureza”. Le Monde Diplomatique, março de 2015. Adaptado.)
Baseando-se no texto, explique qual deve ser a relação entre ciência e verdades absolutas. Explique também 
a diferença entre uma visão de mundo baseada em “pedidos” e uma visão de mundo dogmática.
FILOSOFIA DA LINGUAGEM 
42. (UFSJ – MG)
O Círculo de Viena foi um importante marco para a filosofia e, exemplarmente, propôs que,
a) antes de ser classificado de percepção extrema ou subjetividade, todo e qualquer dado deve ser sistema-
ticamente analisado.
b) em qualquer evento, existe algo de subjetivo e isso é disfarçado pelas extraordinárias extensões no mun-
do metafísico.
c) para ser aceita como verdadeira, uma teoria científica deveria passar pelo crivo da verificação empírica.
d) no limite do que o sujeito pode perceber e do que é exatamente o objeto há um abismo de possibilidades 
e é nisso que consiste a importância da metafísica.
43. (UNIMONTES – MG)
O filósofo austríaco Wittgenstein (1994, p. 245), ao afirmar que “Os limites de minha linguagem significam os 
limites de meu mundo”, quis demonstrar que linguagem e mundo estão intrinsecamente ligados. Assinale a 
alternativa INCORRETA.
a) Quanto mais amplo for o mundo, mais ampla será a linguagem.
b) Quanto mais restrita for a linguagem, mais restrito será o mundo.
c) Quanto mais rica for a linguagem, com muitas palavras, maiores serão as possibilidades de pensamento 
e produção de ideias.
d) Quanto mais amplo for o mundo e a linguagem, mais restritas se tornam as possibilidades de pensamento.

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