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Literatura Greco-Latina - Estação e introduções

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Nesta disciplina, conhecerá o contexto cultural das civilizações grega e romana, como uma das bases sobre a qual se assenta a cultura ocidental, por meio de grandes obras literárias de autores clássicos. Quando empregamos o termo greco-latino à literatura, estamos nos referindo à produção literária clássica que se deu durante a Grécia Antiga, em todas as suas cidades e etapas, e durante a Roma Antiga.
Os gregos desenvolveram uma série de cânones artísticos e filosóficos que foram logo, em grande parte, imitados pelos romanos, e graças ao êxito político e militar de ambos os povos, e sua enorme expansão territorial, todas as suas ideias culturais, artísticas e literárias permaneceram gravadas na memória coletiva do Ocidente. Se a literatura ocidental tem uma origem, devemos buscá-la na literatura grega ou greco-latina. 
Buscaremos compreender a influência das literaturas gregas e latinas (na épica, lírica, tragédia e comédia) na literatura ocidental. Estudar essa cultura é fundamental para compreendermos melhor o nosso próprio mundo, fortalecendo nossa consciência histórica e a capacidade crítica.
CIRCUITO INICIAL
A nossa língua tem raízes na Grécia Antiga. A partir das letras individuais somos capazes de escrever palavras, como livro e caneta! A Grécia contribuiu com o sistema mais eficiente de escrita, o alfabeto, que constitui o veículo de transmissão de seu legado linguístico e cultural. O nome deriva das duas primeiras letras do alfabeto grego: alfa (α) e beta (β).
Para Refletir
O sistema alfabético é muito prático. Com um número relativamente reduzido de símbolos é possível escrever qualquer palavra, inclusive os termos recém-inventados, e podemos aprender a utilizá-lo em pouco tempo. Imagina quantas letras teríamos de memorizar se existisse uma para cada uma das palavras de nossa língua? Quantos anos levaríamos para conhecermos todas?
A Grécia levou à criação de um sistema lexical a qual recorrem permanentemente todas as línguas modernas em busca de "raízes" para expressar suas ideias, objetos ou novos conceitos. A língua latina foi a primeira a se beneficiar dessa riqueza histórica. A expansão histórica de Roma estendeu o uso do latim, tornando-se a língua de registro e de transmissão de todos os conhecimentos.
Conheça como são escritas algumas palavras em grego. Acesse o endereço:<http://www.translitteration.com/transliteracao/pt/grego/greeklish/> e experimente fazer a transliteração, que consiste em representar os caracteres de uma escrita pelos de outra.
Aula 1: A CIVILIZAÇÃO GRECO-LATINA: CARACTERÍSTICAS E ESPECIFICIDADES E A NARRATIVA LITERÁRIA GREGA E LATINA
Estação 1: Começo de conversa
Você sabia que a cultura grega permaneceu no mar Mediterrâneo em uma península cercada por mares, ilhas e arquipélagos, mas com algumas dificuldades para se comunicarem internamente? A Grécia era uma área com muitas montanhas e é por esta razão que foram divididas em polis (veremos melhor isso mais adiante), cada uma com seu próprio governo. Apesar de terem uma relação com a Grécia, muitas polis tinham uma identidade própria, como Atenas e Esparta. A primeira reconhecida como um grande centro de pensamento filosófico e reflexivo; e a segunda, como o lugar dos guerreiros e do intelecto bélico.
____
“Esparta e Atenas: as duas principais Cidades-Estados da Grécia Antiga.”
Vídeo aula: Atenas e Esparta foram as duas principais cidades-estados da Grécia Antiga. Esparta era militarista. O fato de ela ser militarista refletiu muito na sua organização política. Esparta era dividida socialmente. No topo da pirâmide estava quem mandava, ou seja, os espartanos, os verdadeiros cidadãos, os ricos proprietários de terra, donos de escravos. A ideia de democracia não existia em Esparta.
Em esparta o cidadão nascia e morria para uma única coisa: a guerra. Tanto que a educação espartana era totalmente voltada para a guerra. As crianças eram retiradas aos sete anos de idade da família e levada para uma escola militar, onde treinavam rigorosamente para garantir sua lealdade, coragem e habilidade de combate. Uma criança que nascia deficiente era morta, já que não se tornaria um adulto guerreiro.
Esparta não tinha nenhuma forma de ascensão social. Era totalmente pensada para manter a elite dominante segura. Nela, os escravos não eram propriedade pessoal das elites. Chamados de hilotas, os escravos pertenciam à cidade de Esparta. Os esparciatas, latifundiários, utilizavam a mão de obra deles conforme precisavam.
Já Atenas era o berço da filosofia, da razão, da democracia, do teatro, das artes, ou seja, uma sociedade culturalista, intelectualista. Foram os Atenientes que inventaram o teatro (tragédia e comédia), criaram esculturas mais próximas do ser humanos, procurando expor o sentimento, o movimento.
A filosofia era muito importante para os atenienses. Dentre os filósofos que se destacaram estavam Platão, Aristóteles e Sócrates. A partir da filosofia, os atenienses nortearam o pensamento grego, utilizando-se muito da razão. Mas o que vai caracterizar mais a sociedade ateniense é o sistema político, que mudará a história da humanidade: a democracia, o governo do povo. Ou seja, a maioria decidia, isto é, cada cidadão podia ir até a praça, levantar a mão e decidir os rumos da polis de Atenas. Em Atenas todos governavam, hoje só um governa. Hoje, todo mundo é cidadão. Mas, em Atenas, só era considerado cidadão quem fosse homem, nascido em Atenas (com pai e mãe atenienses), livre e que tivesse completado o seu treinamento militar. Ou seja, nenhuma mulher, nenhum escravo, ninguém que não fosse militar, era considerado cidadão. Nem todos podiam votar.
A Grécia, assim como todo mundo Antigo, tinha os seus escravos. A democracia dependia dos escravos porque o cidadão ateniense só podia votar porque tinha um escravo trabalhando em seu lugar, ou seja, ao mesmo tempo o cidadão participava da vida política e econômica utilizando o seu escravo.
CONCLUSÃO: Atenas e Esparta não eram exatamente opostas. Em Esparta muito menos gente participava da política. Mas, em ambas as cidades, uma elite que não trabalhava, militarizada e agrária dominava uma população bem maior. E, além disso, os cidadãos somente tinham tempo para se envolver em política porque tinham escravos para realizarem o trabalho braçal.
___ Fim do vídeo aula
As manifestações artísticas que essas polis realizavam tinham uma ligação com suas características. Os espartanos cultuavam o corpo, tendo pinturas que simbolizam imponentes homens, de grandes qualidades físicas, muitos guerreiros com características de divindades, pois a Grécia Antiga foi uma polis muito religiosa e seu caráter politeísta acarretou a construção de uma grande quantidade de templos religiosos e esculturas a seus deuses.
Essa escultura, do rei Leônidas, representa muito bem o corpo nu, tema central da escultura e da pintura na Grécia Antiga. Os artistas gregos representavam com frequência corpos vigorosos, atribuindo tanto a heróis quanto a deuses corpos com aspectos de atletas na plenitude de sua beleza e de sua juventude.
Os artistas conheciam muito bem o organismo humano e marcavam as articulações para salientar a composição estrutural e os movimentos do corpo humano. Passavam horas contemplando e estudando detalhadamente o corpo humano, observando seus movimentos simples e complexos.
Embora a herança grega seja muito ampla em todos os seus aspectos, muito de suas ideias e criações fazem parte de nossa vida cotidiana. Os gregos deixaram coisas que você pode ter em suas mãos e em sua casa. Sabe a literatura? Aquele aspecto relevante de quase todas as civilizações? Pois bem, essa literatura, tal como entendemos hoje, é uma invenção genuinamente clássica que começou na Grécia, na época de Homero.
A Homero atribui-se a autoria das obras a "Ilíada", cujo relato principal é a "ira de Aquiles", e a "Odisseia", uma coleção de fantásticas aventuras vividas por Ulisses em sua viagem de volta a sua pátria, Ítaca, após a Guerra de Troia.
_____vídeo aula
HOMERO REALMENTE EXISTIU?
Muitos historiadorese arqueólogos não têm chegado à conclusão se Homero realmente existiu ou se trata de um personagem lendário, pois há poucas provas concretas de sua existência. Suas obras podem ter sido escritas por outros autores antigos ou, talvez, são apenas compilações de tradições orais da época da Grécia Antiga.
As grandes obras épicas atribuídas a Homero são os dois primeiros textos principais que sobreviveram em língua grega e que chegaram até nós: a Ilíada e a Odisséia. A fama de seus poemas foi tão grande que a curiosidade e o mistério e torno de Homero já existia desde os tempos antigos.
As primeiras referências indiretas ao poeta e citações de seus épicos são datadas de meados do século 7 a.C.. Por isso, especula-se que, se ele tenha existido realmente, deve ter vivido por volta dos séculos 8 ou 9 a.c. Essa hipótese é sustentada pela análise do estilo e do conteúdo das obras homéricas.
Trabalhos arqueológicos do século 19 e os trabalhos de decifração das tábuas escritas em linear B nos anos de 1950 procuraram comprovar a veracidade histórica da literatura de Homero e do próprio Homero. A linear B era uma forma silábica que usa signos ideográficos e está mais próxima dos hieróglifos e egípcios do que do alfabeto grego antigo.
No final do século 19, o arqueólogo Heinrich Schliemann escavou uma região na Turquia, seguindo as indicações geográficas trazidas por Homero, e confirmou a existência da cidade de Tróia. Ele descobriu artefatos, túmulos e grandes palácios que pareciam corresponder às lendas heroicas de Homero.
Além de Heinrich Schiliemann, o arquiteto Michael Ventris, nos anos de 1950, decifrou tábuas escritas em linear B que apontavam a existência de Homero citando cantos. Homero se tornou famoso entre os gregos e romanos posteriormente, na época clássica. Entretanto, na Antiguidade era um desconhecido, um personagem com um passado distante. Acredita-se que era um poeta cego e um ambulante ou um contador de histórias na corte de uma das cidades-estados gregas.
CONCLUSÃO: Ainda que não se saiba muito sobre a vida de Homero, uma certeza é que as suas obras são fundamentais para o estudo da Grécia Antiga. Os poemas de Homero revelam informações importantes sobre o comportamento, a cultura, a religião, os fatos históricos, a mitologia grega e a sociedade da Grécia Antiga.
___ Fim do vídeo aula
Ulisses e as sereias
Trata-se de um quadro pintado por Herbert James Draper, em 1909, intitulado “Ulisses e as Sereias”. A obra representa a passagem da "Odisseia" (canto XII) onde Ulisses se amarra ao mastro do barco para evitar entregar-se aos cantos de sereias.
Advertido pela deusa Circe o quão perigoso era o canto das sereias, Ulisses ordenou também que os remadores cobrissem com cera os ouvidos. Se a magia musical pedisse para libertá-lo, eles tinham de apertar os laços ainda mais fortes. Graças a esta estratégia, Ulisses foi o único ser humano que ouviu o canto das sereias e sobreviveu a elas, que devoravam aqueles que se deixavam seduzir.
Você sabia que o mito de Ulisses foi fonte de inspiração para várias obras de arte? Que tal pesquisar sobre?!
Vale mencionar que tanto a “Ilíada” quanto a "Odisseia" eram utilizadas para o ensino intelectual, uma vez que transmitiam o valor do guerreiro, o que era de suma importância para o mundo grego. Outro grande poeta dessa época foi Hesíodo. Duas obras foram escritas por ele "Trabalhos e Dias" e "Teogonia".
Os acontecimentos das guerras são recordados, celebrados por gerações de poetas que recitavam histórias nas casas dos grandes homens. O êxito dessas histórias dependia do público, daqueles que estavam desejosos em escutar as aventuras dos heróis e deuses.
Os acontecimentos das guerras são recordados, celebrados por gerações de poetas que recitavam histórias nas casas dos grandes homens. O êxito dessas histórias dependia do público, daqueles que estavam desejosos em escutar as aventuras dos heróis e deuses.
Os gregos também foram os criadores da tragédia e do teatro que eram um dos principais passatempos da época. Eles consideram o teatro como um espaço onde toda a população se reunia em um ato que era ao mesmo tempo cívico e religioso. Existiam dois tipos de teatro: a tragédia e a comédia. A tragédia buscava ensinar ao público a relação entre os homens e os deuses, em que o destino dos seres humanos era trágico frente à ação dos deuses. Seus principais representantes foram: Sófocles, Ésquilo e Eurípides.
A tragédia grega não possuía um assunto original, isto é, o dramaturgo não inventava os argumentos de sua obra, mas tomava temas da "Ilíada" e de lendas conhecidas pelos gregos – pois eram temas da mitologia popular – para mostrar o conflito pessoal de heróis em seu momento mais dramático. Portanto, a tragédia grega mostra o auge da luta entre o homem-herói e o seu destino.
Já a comédia, por outro lado, criticava todas as questões que preocupavam a sociedade: sátiras políticas, literárias, a representação grosseira da libertinagem, a reflexão sobre os males da vida, a degeneração dos costumes e da política etc.
Enquanto na tragédia o público já sabia o que ia ver, pois conhecia o tema, na comédia o argumento é ignorado completamente: o espectador se encontra ante um enredo desconhecido e com personagens também desconhecidos. O comediógrafo tem que realizar um grande trabalho criativo e deve ser original. Tudo é matéria para a temática da comédia, mas, sobretudo, questões cotidianas, do mesmo tempo em que vivem os espectadores. A vida cotidiana é um espetáculo de comédia, é o "rir-se de si mesmo".
Entretanto, a comédia não é um retrato "realista" da sociedade. Os temas e os personagens são reais (ou pelo menos tomados da realidade), mas o enredo é, por vezes, inverossímil e absurdo. É uma mistura explosiva entre realidade e fantasia. A comédia, dessa forma, é uma efusão de alegria; o riso é um fim em si mesmo.
Na área do pensamento, a Grécia foi o berço da filosofia. Esta foi a maior criação dos gregos. Graças à observação da realidade foi possível pensar na existência de um elemento da natureza que servisse para explicar a origem e o funcionamento da vida e do universo. Explicações mágicas ou religiosas da época foram substituídas pela aplicação da razão. Sócrates, o primeiro grande filósofo grego, desenvolveu a ideia de maiêutica, da pergunta e do diálogo para descobrir o pensamento e o mundo.
Um dos discípulos de Sócrates, Platão, foi convidado a ver as coisas de outro ponto de vista: não fechar-se em um pensamento concreto e dirigido, mas usar a descoberta e a curiosidade. Ele era um grande amante da matemática. Seu sistema de conhecimento se dava por meio da indução. Sistema muito utilizado por grandes cientistas, como Einstein, para quem a teoria da relatividade levou à busca de um absoluto possível no mundo do inteligível, porque no mundo dos sentidos não existem absolutos, não há sistemas de referência privilegiada.
Aristóteles, discípulo de Platão, queria conhecer as coisas por meio da observação, da experiência, e depois extrair as leis. Opta por outra forma de conhecimento, a dedução. Para ele, as coisas da vida são intuitivas e dedutivas. As coisas pertencem ao mundo das ideias, mas também pertencem ao mundo sensível.
Se para Platão foi necessário aprender matemática para entrar na Academia, para Aristóteles, as ciências naturais eram a base necessária para entrar no liceu.  Aristóteles foi um grande criador e analista de ideias políticas e da condição do pensamento humano primitivo, de sua capacidade de aprendizagem e criatividade.
No quadro "A Escola de Atenas", o pintor italiano Rafael Sanzio representou muito bem as ideias de Platão e de Aristóteles. Ele deu um destaque ao centro do cenário arquitetônico, colocando os dois grandes filósofos, Platão e Aristóteles, passeando amigavelmente. 
Quadro: A escola de Atenas: Aproximando a imagem, vemos Platão apontando para os céus, porque as ideias são baseadas no mundo inteligível. Já Aristóteles aponta em direção a terra, porque as ideias são baseadas na longa observação das criaturasda natureza, na capacidade de se maravilhar com o que vê.
Outra grande contribuição dos gregos foi o sistema político chamado democracia, que dotava os cidadãos gregos de uma participação direta em sua política administrativa por meio da assembleia popular. Nós utilizamos essa forma de governo até hoje, inclusive aqui no Brasil – embora com algumas diferenças – para escolher quem governa o país. Na antiga Atenas, os cidadãos se reuniam frequentemente para votar as leis que regulavam suas vidas. Eles usavam as mãos para votar. Mulheres, escravos e estrangeiros eram proibidos de votar. Então, a democracia não era tão democrática realmente, não é mesmo?
Não podemos falar da Grécia Antiga e não mencionarmos as Olimpíadas. Os primeiros Jogos Olímpicos ocorreram em 776 a.C. O único evento foi uma corrida a pé de 200m e o vencedor, um padeiro humilde chamado Coroebus. Conforme o tempo passava, os gregos foram adicionando mais eventos, aproximando mais dos Jogos Olímpicos que conhecemos hoje. 
Assista ao vídeo a seguir que conta um pouco dos jogos olímpicos da Antiguidade: https:youtu.be/iHx8GccG0SY
Percebemos que muitas coisas presentes na nossa sociedade foram inventadas/criadas pelos gregos. Nós realmente os copiamos! Ok, nós não copiamos tudo. Mas vamos dar-lhes um pouco de crédito de qualquer maneira. Assim, se falamos de ciência, matemática, democracia, arte, teatro, literatura, filosofia, as olimpíadas, os gregos foram os pioneiros!
 
Você sabe dizer o que mais herdamos dos gregos? Guarde suas anotações para os próximos circuitos.
O QUE APRENDEMOS NESTA ESTAÇÃO?
· Os gregos deram forma a uma cultura clássica, cujos valores foram passados de geração em geração.
· O alfabeto, a ciência, a matemática, a democracia, a arte, o teatro, a literatura, a filosofia, as olimpíadas, fazem parte da herança grega que tem sido revisitada até os dias atuais.
AULA 2: HOMERO E A ÉPICA GREGA
Sugestão de estudo: O filme “300” (2007) expressa muito bem o que e uma narrativa épica. 
A “Odisseia” (1997), de Andrei Konchalovsky, e “Troia” (2004), de Wofgang Petersen sao os filmes mais recentes sobre a
“Iliada” e a “Odisseia”.
Estação 2: A civilização da Grécia e da Roma Antiga
Cerca de 2.500 anos atrás, a Grécia foi um dos lugares mais importantes do mundo antigo. Os habitantes da Grécia foram grandes pensadores, guerreiros, escritores, atores, atletas, artistas, arquitetos e políticos.
Os gregos chamavam-se "Helenos" e sua terra era "Hellas". O nome "gregos" foi dado ao povo da Grécia, mais tarde, pelos romanos. Eles viviam na Grécia Continental, nas ilhas gregas e, também, em colônias espalhadas ao redor do Mar Mediterrâneo. Havia gregos na Itália, na Sicília, na Turquia, no Norte da África e no oeste da França.
A maioria sobrevivia da agricultura, da pesca e do comércio. Outros eram soldados, estudiosos, cientistas e artistas. Grande parte dos gregos morava em aldeias ou no campo. Muitos deles eram pobres e a vida era difícil, porque terra, água e madeira para construção eram escassos. É por isso que vários partiram a fim de encontrar novas terras para habitarem.
Os "Minoans" foram os primeiros habitantes da Grécia. Eles não viviam na Grécia Continental, mas na vizinha ilha de Creta, entre 2.200 a.C. e 1.450 a.C. Eram conhecidos como os "Minoans" após o lendário rei, Minos. Depois dos "Minoans" surge a civilização micênica, da Grécia Continental. Eles eram construtores e comerciantes, além de grandes soldados. Lutaram na famosa batalha de Troia. Homero, o grande escritor grego, contou histórias da época micênica em seus livros a "Ilíada" e a "Odisseia".
Após a idade micênica (que terminou por volta de 1.100 a.C.), a Grécia entrou na "Idade das Trevas", época de decadência da civilização micênica. A principal hipótese para explicar esta decadência são as invasões dos povos do noroeste. Denomina-se essa idade como “Idade das Trevas” porque ninguém sabe muito sobre o que aconteceu – língua escrita, arte, tudo desapareceu.
Ao final deste período, as pequenas aldeias começaram a se agrupar em pequenas cidades-estados, independentes umas das outras. E, a partir da formação dessas primeiras cidades-estados, a história da Grécia Antiga pode ser dividida em três etapas: Arcaica, Clássica e Helenística.
Atenção
Ao longo da história da Grécia Antiga ocorreram vários acontecimentos que permitiram agrupá-la em alguns períodos:
· Pré-Homérico: desenvolve-se na Ilha de Creta uma das culturas 
pré-helênicas mais brilhantes, a minoica-cretense. Era formada pelos aqueus, os primeiros grupos de indo-europeu a se fixarem na Grécia.
· Homérico: o estudo dessa fase da história grega se baseia nas obras do poeta grego Homero, isto é, a “Ilíada” e a “Odisseia”.
· Arcaico: ocorre a evolução das cidades-estados gregas.
· Clássico: desenvolvem-se as guerras médicas entre gregos e persas, que termina com a vitória dos primeiros sobre os segundos. "Idade de ouro" da Grécia.
· Helenístico: final da história grega, quando Roma toma o controle da Grécia.
Depois da "Idade das Trevas" 
Em 800 a.C., quase 300 anos após a "Idade das Trevas", a civilização grega emergia lentamente. Os gregos começaram a negociar mais com o mundo exterior. Realizaram os primeiros Jogos Olímpicos e eles lutaram contra o exército persa invasor. Este período é nomeado pelos historiadores como o período "Arcaico" da história grega. Durante esse tempo, muitas cidades na Grécia foram governadas por um rei.
Por volta de 480 a.C., a Grécia entrou na "Idade do ouro" que durou 200 anos. As pessoas construíram templos fantásticos, fizeram descobertas científicas, escreveram peças e fundaram a primeira democracia. Os historiadores chamam esse período de "Grécia Clássica".
Atenção
Na Grécia Antiga, a vida se concentrava ao redor dos centros: a Ágora, praça pública, lugar onde os atenienses se reuniam para discutir suas leis e decidir o futuro político da cidade; os Edifícios Públicos eram os locais destinados à cobrança de impostos ou taxas; e a Acrópole, lugar mais elevado da cidade, para a população defender-se facilmente das guerras.
A era final da história grega é conhecida como o período "Helenístico". Isso durou de 323 a.C. até 30 d.C., quando Roma toma o controle da Grécia. Os romanos não destruíram a vida grega. Eles respeitavam os gregos e copiaram muitas coisas, como a cultura, as construções, as crenças e as roupas.
Aprofunde seus conhecimentos, compreendendo melhor a civilização grega antiga.
Assista ao vídeo: <https://youtu.be/91g7p6VvuPE>.
A Civilização da Roma Antiga 
Até aqui, você conheceu um pouco sobre a história da Grécia Antiga, sua origem, sua herança, seu governo. Vamos, agora, conhecer a civilização da Roma Antiga.
Cerca de 2.000 anos atrás, a cidade de Roma era o centro de um vasto império que se estendia da Escócia até a Síria. No auge de seu poder, Roma dominava mais de 45 milhões de pessoas em toda a Europa, Norte de África e na Ásia. Seu exército era o mais poderoso no mundo e com ele conquistava mais terras. Roma cresceu enquanto cidade e atingiu um capital enorme.
Roma Antiga era a casa de templos de mármore branco, palácios luxuosos e espetáculos de gladiadores. Com mais de um milhão de pessoas que viviam lá, a cidade também era um lugar sujo e perigoso, um labirinto de ruas laterais e de favelas.
Os romanos adoravam diferentes deuses e deusas. Havia deuses para quase tudo, para o trovão, o amor, a guerra, a sabedoria etc. Somente mais tarde os romanos se tornaram cristãos. O cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano pelo imperador Constantino, no século 4 d.C. Antes disso, os cristãos enfrentaram vários problemas, porque eles se recusavam a adorar o imperador como um deus. Alguns cristãos foram presos e condenados à morte.
Reza a lenda que Roma foi fundada por dois irmãos gêmeos, Rômulo e Remo, que eram os filhos do deus Marte. Quando bebês, os garotos foram deixados no rio Tibre por seu tio malvado, mas foram resgatados por um lobo. Ao alcançarem a idade adulta, eles se vingaram do seu tio, matando-o. Em seguida, os gêmeosdecidiram iniciar uma nova cidade e essa cidade foi chamada de Roma.
Assista ao vídeo a seguir e entenda melhor a civilização romana antiga.: 
<https://youtu.be/5o2g-1ETQOk>.
Quem governou Roma?           
Nos primeiros dias, Roma foi governada por reis. Rômulo foi supostamente o primeiro rei. O último foi Tarquin. Ele governou até 509 a.C., quando o povo de Roma expulso-o.
Roma, em seguida, tornou-se uma república. Esse regime não permitia que uma pessoa tivesse controle total da cidade. Em vez disso, um grupo de homens, chamados senadores, compartilhavam o poder. Com a república, Roma tornou-se mais poderosa, lógico que com a ajuda do seu exército que foi considerado o maior e mais forte do mundo antigo.
Assim, uma das principais razões de Roma ter se tornado poderosa foi por causa da força do seu exército. Ele conquistou um vasto império que se estendia da Grã-Bretanha para o Oriente Médio. O exército era considerado muito avançado para sua época. Os soldados tinham um bom treinamento e as melhores armas e armaduras. Ser um soldado era um negócio sério. Os senadores nem sempre conseguiam controlar o exército e, às vezes, eles entravam em confronto com os generais.
O maior general de Roma foi Júlio César. Ele tinha o controle completo do exército, mas queria governar Roma como um rei. Alguns senadores não gostaram disso e eles o mataram em 44 a.C.
Mas já era tarde demais, Júlio César tinha mudado Roma. Alguns anos mais tarde, seu filho adotivo, Octavio, ​​tomou o poder e se tornou o primeiro imperador de Roma.
O Entretenimento em Roma
A luta de gladiadores era uma grande atração. Milhares de pessoas iam para o estádio do Coliseu, em Roma. Eles assistiam à caça de animais selvagens, execuções e gladiadores lutando até a morte. A maioria dos gladiadores eram escravos, criminosos ou soldados capturados. Se um gladiador fosse muito bem-sucedido, ele podia ganhar sua liberdade. Havia muitos tipos de gladiadores. Alguns lutavam com uma espada e um escudo, enquanto outros utilizavam uma rede e um tridente. Quando um gladiador era espancado, o público fazia um sinal se ele devia ser salvo ou morto. O imperador, então, decidia se o gladiador devia viver ou morrer.
Os romanos adoravam corridas. A corrida de carros de Roma era chamada de "Circus Maximus". Os corredores davam em torno de sete voltas no estádio em carros sendo puxados por dois cavalos (bigas) ou quatro cavalos (quadrigas). Havia quatro equipes de pilotos de carros em Roma: azuis, verdes, vermelhos e brancos. Pessoas os apoiavam, como ocorre hoje com os times de futebol.
Os romanos gostavam de teatro. A maioria das peças encenadas eram comédias, embora existissem tragédias também. Atores, muitas vezes, usavam máscaras para caracterizar o personagem. Eles também usavam perucas para ajudar o público a identificar quem eles estavam interpretando – um velho usava uma peruca branca, enquanto um escravo usava uma peruca vermelha.
REFLEXÃO: Você sabia que as competições de vale-tudo têm uma imensa relação com o circo romano? E que os estádios de futebol também? Os estádios de futebol até parecem com o Coliseu, uma espécie de Maracanã dos espetáculos romanos daqueles tempos. A concepção de circo romano é bem diferente daquilo que entendemos hoje como circo. Ele era uma demonstração, num estádio, de competição violenta, principalmente, entre os romanos e os primeiros cristãos, que eram sacrificados publicamente. Ou seja, o circo romano caracterizava-se por ser muito violento. Enquanto que o circo moderno é bem diferente, já que é uma demonstração de habilidade, de alegria do público.
A Queda do Império Romano 
A partir do século III d.C., Roma começou a perder sua autoridade tradicional como o centro do Império e as províncias foram adquirindo crescente autonomia. O Império era muito grande e difícil de controlar. Cada um dos exércitos regionais tentou impor seus generais como imperadores, causando conflitos internos e aumentando ainda mais a fraqueza de Roma.
Diante da incerteza causada pela crise do século III, as atividades comerciais e artesanais entraram em declínio. Muitas cidades romanas, que viviam aumentando os impostos sobre o comércio, começaram a se desdobrar. Roma não ganhava mais as batalhas. Estava na defensiva e na ausência de novas conquistas, uma das principais fontes de riqueza imperial. Os escravos tornaram-se escassos e, portanto, mais caros.
No final do século III, o imperador Diocleciano propôs organizar o Império, criando uma nova forma de governo. Dividindo o Império em duas regiões: Oriental e Ocidental. O Império seria governado por dois Césares, com poder militar, e dois Augustos, com o poder político. Este sistema foi chamado de "Tetrarquia", governo de quatro.
A tetrarquia não resolveu os problemas e as lutas continuaram até quando Constantino se proclamou imperador único. O novo governante fundou em Bizâncio (atual Turquia) a nova capital do Império Romano. Ele inaugurou uma política de tolerância ao cristianismo, adotando esta religião, o que deu um enorme impulso para a sua difusão.
Em 410 d.C., o rei visigodo Alarico ocupou e saqueou Roma. Posteriormente, ocorreram invasões até 476 d.C. O último imperador do Ocidente, Rômulo Augusto, foi deposto pelo alemão Odoacro. O Império Romano do Ocidente chegou ao fim com um imperador que tinha o nome de um dos fundadores de Roma. O Império Oriental sobreviveu até a invasão turca de 1453.
Entenda melhor a crise do Império Romano. Assista ao vídeo a seguir:  <https://youtu.be/ZOARiJx0Tb8>. 
SINTETIZANDO
O QUE APRENDEMOS NESTA ESTAÇÃO?
· Os gregos chamavam-se "Helenos" e sua terra era "Hellas". O nome "gregos" foi dado ao povo da Grécia, mais tarde, pelos romanos.
· A maioria dos gregos antigos sobrevivia da agricultura, da pesca e do comércio. Outros eram soldados, estudiosos, cientistas e artistas.
· A Grécia Antiga era dividida em cidades-estados, cada uma tinha autonomia e a sua própria maneira de governar.
· A partir da formação das primeiras cidades-estados, a história da Grécia Antiga pode ser dividida em três etapas: Arcaica, Clássica e Helenística.
· Roma Antiga era a casa de templos de mármore branco, palácios luxuosos e espetáculos de gladiadores. Com mais de um milhão de pessoas que viviam lá, a cidade também era um lugar sujo e perigoso, um labirinto de ruas laterais e de favelas.
· Reza a lenda que Roma foi fundada por dois irmãos gêmeos, Rômulo e Remo, que eram os filhos do deus Marte.
· Uma das principais razões de Roma ter se tornado poderosa foi por causa da força do seu exército.
· A luta de gladiadores, as corridas de carro e o teatro eram as principais atividades de entretenimento de Roma.
Questão 1.1: Circuito inicial
À cultura grega e aos gregos antigos podemos conferir várias realizações e inovações. Entre elas:
Escolha uma:
a. A literatura como a que é entendida nos dias atuais. 
b. A tragédia, que sempre tinha um assunto original para apresentar; 
c. A comédia, que tinha o propósito de ensinar a relação entre deuses e homens; 
d. A tragédia, que apresentava situações cotidianas; 
e. A tragédia, que apresentava uma crítica social; 
Questão 1.2: Circuito inicial
A respeito dos espartanos, cidadãos de Esparta, marque a alternativa incorreta:
Escolha uma:
a. viviam no que se chamava de pólis; 
b. era um povo guerreiro; 
c. era um povo voltado para a filosofia; 
d. era um povo com governo próprio. 
e. tinham identidade própria, em relação à Grécia; 
Questão 2.1: Circuito inicial
Palavras como helenizar, helênico, entre outras, são amplamente utilizadas para se referir a um determinado povo. Sabendo disso, aponte a alternativa que apresenta, corretamente, que povo é esse:
Escolha uma:
a. O povo grego de Homero; 
b. Os povos bárbaros, que eram guerreiros; 
c. O povo árabe, que invadiu a Península Ibérica; 
d. O povo romano da antiguidade; 
e. O povo guerreiro de Tarquínio; 
Questão 2.2: Circuito inicial
A Roma Antiga, com origem no Lácio, expandiu-se por boa parte do mundo, dominando-o. Sobre as formas de governo dessa Roma, aponte a opçãoque apresenta a verdadeira ordem cronológica em que elas ocorreram:
Escolha uma:
a. Reinado, República e Império; 
b. República, Império e Reinado; 
c. Império, República e Reinado; 
d. Império, Reinado e República; 
e. Reinado, Império e República. 
O que aprendemos neste circuito inicial?
· A civilização da Grécia Antiga foi uma das mais importantes da história da humanidade. Os gregos conseguiram desenvolver uma cultura extraordinária, deixando um legado duradouro, a tal ponto que as nossas ideias sobre política, medicina, história, arte, literatura, arquitetura, escultura são em grande parte herança dos antigos gregos.
· Descobrimos que os gregos viviam em cidades-estados, independentes umas das outras, e que partir da formação dessas primeiras cidades-estados, a história da Grécia Antiga pode ser dividida em três etapas: Arcaica, Clássica e Helenística.
· Tivemos conhecimento de que não apenas a cultura da Grécia Antiga nos deixou um legado. A civilização romana também influenciou e nos influencia e é inegável a sua herança para a humanidade.
· Por fim, conhecemos algumas cidades-estados de maior destaque na Antiguidade Grega: Delfos, Atenas, Esparta, Olímpia e Corinto.
Aula 3: CATULO, HORÁCIO, VIRGÍLIO E OVÍDIO: A LÍRICA LATINA
CÍRCUITO INTERMEDIÁRIO
Vamos aprofundar os estudos da cultura grega e romana e também destacaremos o contexto socio-histórico da produção literária de ambas. Na Estação 3, exploraremos a cultura e a arte da Grécia Antiga e da Roma Antiga, seu teatro, sua arquitetura e escultura, assim como a sua música. A literatura grega e romana será tratada na Estação 4. Nela, conheceremos os gêneros da literatura grega e a importância do latim para a difusão da literatura romana. Veremos como se dava a transmissão dos poemas homéricos e como se estruturavam esses textos.
 
Estação 3: A Cultura e a Arte da Grécia Antiga e da Roma Antiga
O que você sabe sobre a cultura e a arte da Grécia Antiga? 
Os gregos tinham estilo! Sua cerâmica vermelha e preta era muito elegante e foi comprada e vendida em todo o Mediterrâneo e até mesmo em partes da Ásia. Eles eram grandes construtores também. Construíram enormes templos aos seus deuses e esculturas soberbas em homenagem aos bravos heróis.
Eles também inventaram o teatro. Milhares de pessoas lotavam a arena da antiga Atenas para assistir às peças de escritores famosos como Sófocles, Eurípides e Ésquilo. Os gregos celebravam as artes com grandes festivais. Havia sempre música, dança e festa em honra a seus deuses.
VÍDEO AULA: “O legado da cultura clássica.”
O que a Grécia e Roma nos deixaram como legado.
ARQUITETURA: Os gregos foram os primeiros nativos que conseguiram imitar com perfeição a natureza e a produzirem obras arquitetônicas complexas. As colunas utilizadas pelos gregos também podem ser encontradas na arquitetura no século vinte, tal como a do Teatro Municipal. A engenharia civil romana também merece destaque, pois desenvolveu a base para o nosso sistema de esgoto.
FILOSÓFICO: É inegável a influência do pensamento filosófico no mundo. Todos nós somos influenciados por ela, já que, ao defendermos uma ideia, estamos filosofando. Filosofar é pensar, refletir sobre determinado ponto de vista. Foi como os gregos que a filosofia propriamente dita ganhou força. Pensadores como Platão e Aristóteles são admirados até hoje por diversos intelectuais.
POLÍTICA: A Grécia também contribuiu para a democracia atual, já que Atenas a política era considerada a mais sublime das atividades. Foi lá que nasceu o governo do povo. Mas não era exatamente como hoje. Em Roma, o sistema era muito parecido com o da Grécia Antiga.
MOEDA: Outra contribuição dos gregos para a atualidade foi o uso da moeda. Mas foi de Roma que surgiu o termo monetário, que vem de Juno Moneta, deusa padroeira de Roma. O que usamos hoje é a palavra “dinheiro”, oriundo do termo denário romano.
BELEZA: Sobre a beleza física, os gregos idealizaram a figura masculina como viril e aparentemente carinhosa. Hoje em dia, quem não deseja um homem assim. Já a figura feminina na Grécia apresentava-se “cheinha”, com o corpo coberto protegendo a virgindade. Bem diferente da beleza atual, com corpos de mulheres magras.
NO ESPORTE: A Grécia deixou seu maior legado: As olimpíadas. Este evento era tão importante que nos dias dos jogos olímpicos, ninguém podia usar armas. Formava-se, então, um total clima de paz entre todas as cidades que estavam em guerra. Hoje, o mundo todo se mobiliza para assistir aos jogos olímpicos.
TEATRO: Foi na Grécia clássica que o teatro surgiu, dos rituais dos Deus Dionísio. As tragédias e comédias apresentadas naquela época apenas se transformaram e até hoje podemos encontra-las encenadas.
CONCLUSÃO: Os gregos e romanos deixaram um legado enorme para o mundo ocidental. Apresentamos aqui somente alguns pontos de muitos outros dos quais os gregos e também os romanos nos influenciaram.
___ Fim da videoaula
O lugar da cultura na Grécia Antiga era Atenas. A cada quatro anos realizavam-se nela os Jogos Olímpicos. Milhares de pessoas desfilavam pela cidade para adorar a deusa Athena. Havia competições de atletismo, leitura de poesia e música. Os jogos terminavam com um enorme banquete, à noite.
Atenas era o lugar para ir assistir às peças de teatro. A cidade tinha um festival de teatro chamado de "Dionísia", em homenagem ao deus Dionísio, o deus do teatro e do vinho. O festival era como uma competição. Juízes davam prêmios para as melhores tragédias e comédias.
O Teatro Grego 
Os gregos amavam o teatro! Na Grécia Antiga, os teatros estavam por toda parte. Cada cidade tinha uma grande arena onde milhares de pessoas se reuniam para assistirem às peças, que tinham um caráter educativo, sério, conscientizador, religioso e cultural para o povo grego. O dramaturgo ateniense mais bem-sucedido foi Sófocles, que venceu tantas competições de teatro grego que se tornou uma grande celebridade.
Havia três tipos de peças: comédias, tragédias e dramas satíricos. O público aplaudia e batia os pés quando a peça era boa; jogava comida nos artistas, quando a peça não agradava. Mas, se o público estivesse muito agitado, a equipe de teatro tinha grandes varas para mantê-los quietos.
Todos os atores na Grécia antiga eram homens. Eles mudavam sua aparência usando máscaras, perucas e roupas. O coro, de pé abaixo do palco, narrava ao público o que estava acontecendo na história. Seus trajes podiam ser ainda mais estranhos do que o dos atores – com peles de animais e cabeças de aves, por exemplo.
Reflexão: Da próxima vez que você assistir a um jogo, a um filme, ou até mesmo estiver em casa vendo televisão, lembre-se de que tudo começou com os gregos e suas máscaras. Só não tente jogar comida em sua televisão!
A Arquitetura e a Escultura Grega 
Os gregos acreditavam que o segredo para fazer um grande edifício era a matemática. Eles cuidadosamente concebiam e mediam seus edifícios, garantindo que eles tivessem todos os seus ângulos, formas e tamanhos certos. Tanto os edifícios quanto as esculturas eram construídos levando-se em consideração regras matemáticas rígidas, chamada ordens arquitetônicas.
Seus templos eram construídos com colunas de pedra e, às vezes, decorados com pedras de cavernas (mármores). Apesar de construírem edifícios de vários tipos (teatros, estádios, bibliotecas etc.), o edifício mais representativo era o templo, que tinha como principal função abrigar uma estátua da divindade. Os fiéis não tinham acesso ao interior do edifício, portanto, os templos gregos eram menores do que os do Egito.
Os gregos também se mostravam bons em fazer estátuas. O tema mais utilizado nessas esculturas era o corpo humano, que servia para representar heróis, divindades e mortais. Mestres escultores esculpiam estátuas de mármore realistas e as decoravam com tintas de cores vivas. Para torná-las ainda mais espetaculares, acrescentavam algumas joias de ouro, bronze e marfim que brilhavam à luz do sol. Em cada edifício e escultura, os gregos valorizavam a beleza e harmonia.
O povo gregoera famoso por suas panelas de barro. Corinto e Atenas produziam belas cerâmicas. Seus habitantes usavam uma mistura de argila aquosa para fazer os padrões. O vaso era "assado" em um forno. Depois, as áreas pintadas com uma mistura de argila ficavam pretas e as áreas sem pintura tinham uma tonalidade marrom-avermelhada.
A Música Grega
A história da música se confunde com a própria história do homem. Assim que ele toma consciência de que poderia organizar os sons, já se tem uma produção musical. Os primeiros instrumentos musicais foram as vozes (o eco nas cavernas), os pedaços de madeira usados como flautas, os chifres de animais utilizados como trompas primitivas, entre outros.
No entanto, a primeira grande civilização que realmente inaugurou o que entendemos por música hoje foi a Grécia. A música e os instrumentos da Grécia Antiga vêm dos vestígios da mitologia, da literatura, do teatro e da filosofia; que conviviam na sociedade grega.
A Grécia tinha um sistema musical organizado, com estrutura de notas, escalas, acordes etc. A música não era dissociada de outras disciplinas, como a astronomia, a filosofia, a matemática. Tinha uma importância extrema na sociedade, para cada indivíduo particular.
Reflexão: Na Grécia Antiga, havia funções específicas para cada tipo de música. Um guerreiro devia ouvir um determinado tipo de música que iria potencializar suas faculdades mentais, como a bravura e a coragem. Já um artesão ouvia outro tipo de música, potencializando outras qualidades, como a precisão e a concentração.
Dos instrumentos que conhecemos da Grécia Antiga, a Lira foi sem dúvida o mais difundido e mais importante. Ela era formada por uma caixa de ressonância da qual saíam uns braços (geralmente curvos), unidos por um travessão, e uma série de cordas esticadas verticalmente para serem tocadas com ambas as mãos ou com uma palheta. Era construída com uma carapaça ou casca de tartaruga e, inicialmente, tinha apenas três cordas.
Dizia-se que a lira era o instrumento dos anjos e dos poetas. Mas por quê? Porque era um instrumento inspirador. Por exemplo, o rei Davi a tinha como sua companheira constante para cantar seus poemas. A lira foi usada como uma ferramenta de louvor a Deus. Reis, aristocratas e poderosos da época contratavam cantores e poetas que utilizavam a lira. Não é segredo nenhum de que a música purifica o espírito, não é mesmo?
A música possuía um grande papel na sociedade da Grécia Antiga. Além de aparecer nas celebrações com outros instrumentos, como as flautas, a poesia grega muitas vezes era recitada com o acompanhamento de lira. Daí o nome “gênero lírico”. Estes instrumentos também estiveram presentes durante os Jogos Olímpicos, em danças (em que se dava maior importância ao movimento das mãos e do corpo), na tragédia grega, que era, em parte, um drama musical.
A lira também era a ferramenta preferida dos anjos e seres míticos como fadas, elfos etc. Associava-se o seu som, de alta vibração, ao divino, assim como o violino e a flauta. Por seu som harmonizante, a lira tem sido utilizada para fins terapêuticos, para harmonizar o corpo mental, física e mentalmente. Algumas culturas também têm usado esse instrumento em rituais fúnebres. Essa função simbólica dá à lira um toque místico.
Os instrumentos oriundos da lira são a cítara, a guitarra, a harpa e o alaúde, que continuam a tradição da lira até a atualidade, como instrumentos do poeta e do trovador.
SAIBA MAIS: Na mitologia grega, a lira foi inventada por Hermes quando ainda era uma criança. Posteriormente o instrumento foi dado ao seu irmão Apolo, o deus da música.
E o que você sabe sobre a cultura e a arte da Roma Antiga? 
A cultura e a civilização romana devem muito à Grécia Antiga. Os romanos adoravam aos mesmos deuses gregos; desenvolveram seu alfabeto a partir do grego; desenharam suas moedas sob os protótipos gregos e muito de sua arte e de suas peças foram baseadas nos gregos.
Quando Roma conquistou a Grécia, numerosos conhecimentos da civilização helenística, tanto no campo sociopolítico quanto na arte foram adquiridos. Os gregos concentraram sua arte na exaltação da beleza, esculpindo ou pintando, na maioria dos casos, motivos religiosos ou mitológicos. 
Os romanos fugiram desta temática, exaltando os próprios homens: bustos, esculturas de governadores e de políticos, retratos de imperadores, batalhas e arcos triunfais comemorativos com relevos que narram as batalhas. Este foi o caráter distintivo da arte romana e que a torna original.
A arte romana atingiu o seu período de maior esplendor durante a idade de ouro do Império Romano. Foi mais variada e até mesmo moderna do que a arte grega e é por isso que teve maior influência sobre a arte do Renascimento e da Idade Média. A arte Roma foi caracterizada pela sua praticidade, não pela sua finalidade estética.
Devido a esse caráter prático, os romanos se desenvolveram enormemente na arquitetura, construindo verdadeiras obras de arte arquitetônicas que nem sempre tinham um caráter utilitário.
A Arquitetura e a Escultura Romana
Você já ouviu falar no Arco do Triunfo? Sim, aquele monumento que é um dos maiores cartões-postais de Paris.
O Arco do Triunfo, em Paris, foi inspirado nos antigos arcos romanos. Denominavam-se "Arcos do Triunfo" porque eram monumentos ou edifícios construídos para comemorar grandes triunfos (vitórias) militares. O Arco do Triunfo de Paris não foge à regra. Ele foi construído em comemoração às vitórias militares de Napoleão Bonaparte.
São preservados hoje cerca de quatro grandes arcos antigos em Roma, e três deles são triunfais: o Arco de Constantino, o Arco de Tito, o Arco de Septímio Severo; e o quarto arco (não triunfal) é o Arco de Giano.
Além dos arcos do triunfo, os romanos construíram anfiteatros, circos (onde aconteciam as corridas de carros), foros (o centro da vida política), templos (destinados aos deuses), aquedutos (que permitiam abastecer as cidades com água proveniente das montanhas), entre outros.
O que se sabe é que essas construções serviram para duas coisas. A primeira é o caráter utilitário que se deu aos edifícios para melhorar as condições de vida dos cidadãos romanos. A segunda busca representar a majestade e o poder do vasto Império Romano, com grandes blocos de pedra e elementos artísticos que serviam para lembrar as grandes conquistas em tempo de guerra.
Assim como a arquitetura, a escultura romana também é influenciada pela arte grega, razão pela qual ela se move entre os dois estilos, realista e idealista, respectivamente. O tema central em ambos os estilos é o retrato e o corpo humano, tentando alcançar a excelência na identificação do modelo. As esculturas romanas mostram energia e movimento para enfatizar o poder dos generais e dos imperadores.
O Teatro Romano 
O teatro romano surgiu como uma derivação do teatro grego. Porém, diferentemente das peças gregas, as romanas não tinham um caráter educativo e cultural. Na verdade, o teatro romano caracterizava-se por uma tendência à brincadeira e ao grotesco. Quando se utilizavam as peças para discutir a realidade, os autores eram coibidos. Por isso, o "Mimo" (espetáculos de mímica) e as "Farsas Atelanas" eram os mais aceitos pelo poder.
Os "Mimos" eram representações em que tantos homens quanto mulheres sem máscaras davam vida a cenas cotidianas partindo de um texto em prosa. Na evolução do teatro romano, vão ganhando uma popularidade crescente, deslocando-se para além das fronteiras romanas e até tomando o lugar das "Farsas Atelanas". Os "Mimos" agradavam à plebe de Roma e também aos povos dominados, independentemente da língua e da raça. Por isso, foram tidos como artigos de exportação, contribuindo para o domínio e o prestígio de Roma.
Já as "Farsas Atelanas" eram pequenas representações populares baseadas na vida cotidiana. Nelas, aparecem personagens fixos representados por atores amadores cobertos por máscaras: o velho tolo, o corcunda, o jovem louco etc. As "Farsas Atelanas" resistiram ao tempo e influenciaram as "farsas" da Idade Média e a Comédia Del'arte (noteatro moderno).
A origem do teatro e das representações dramáticas de Romana está ligada à helenização geral da cultura romana após a Primeira Guerra Púnica. O teatro é o exemplo mais claro, embora não seja o único, da habilidade da civilização romana de apropriar-se de manifestações artísticas de outros povos, expressando o seu próprio espírito.
Atenção
Na literatura latina, não se usam as palavras tragédias e comédias para se referir às obras dramáticas. O termo geralmente utilizado para qualquer tipo de representação dramática (tragédia e comédia) é "Fábula". A distinção entre uma forma dramática e outra está relacionada à origem do assunto tratado e à caracterização dos personagens no palco.
SINTETIZANDO:
O QUE APRENDEMOS NESTA ESTAÇÃO?
· O teatro na Grécia se caracterizou por representar obras dos gêneros: tragédia, comédia e dramas satíricos. Ele tinha um caráter educativo, sério, conscientizador, religioso e cultural.
· A arquitetura grega empregou como elemento de sustentação a coluna e como materiais de decoração, pedras de cavernas (mármores).
· Nas esculturas, o tema que os gregos mais utilizavam era o corpo humano, que servia para representar heróis, divindades e mortais.
· A música e os instrumentos da Grécia Antiga vêm dos vestígios da mitologia, da literatura, do teatro e da filosofia.
· As construções romanas tinham um caráter utilitário para melhorar as condições de vida dos cidadãos romanos e também um caráter majestoso e de poder para representar as grandes conquistas em tempo de guerra.
· Roma, assim como a Grécia, valorizava os retratos e as esculturas do corpo humano.
· O teatro romano perdeu o caráter educativo e conscientizador do teatro grego, convertendo-se em um simples meio e instrumento de diversão pensado para as massas e com fins meramente de entretenimento.
AULA 4: ÉSQUILO, SÓFOCLES E EURÍPEDES: A TRAGÉDIA GREGA
Estação 4: A Literatura Grega e Romana
Imagine que você esteja em uma biblioteca, na seção de literatura clássica, procurando algum livro que explique ou comente os mitos e lendas da literatura grega. Em uma das estantes encontra um livro com título curioso:
"Teogonia" a origem dos Deuses e lê a seguinte passagem:
“Em primeiro lugar existiu o Caos. Depois Gea de amplo seio, assentamento seguro de todos... E Eros, o mais formoso dentre os deuses imortais, que afrouxa os membros e subjuga o coração e a prudente vontade nos peitos de todos, deuses e homens. 
Do Caos nasceram Érebo e a negra Noite. Da Noite surgiram Éter e Dia, frutos do contato amoroso com Érebo.
Gea primeiramente deu a luz ao estrelado Urano, semelhante a ela mesma, para que a protegesse por todas as partes com a finalidade de ser assento seguro para todos os deuses bem-aventurados. Também deu à luz a grandes montanhas, deliciosa morada dos deuses, as Ninfas que habitam as colinas arborizadas.” 
(Fonte: HESÍODO. Teogonia. Niterói: EDUFF, 1996, pp. 45-46).
Provocação: O que é descrito nesta passagem da “Teogonia”? Em qual outro livro você já se deparou com uma descrição similar? Quem foi Hesíodo?
Talvez você já saiba que Hesíodo foi um dos primeiros poetas gregos, representante, juntamente com Homero, da primeira poesia épica grega. Tem duas obras fundamentais: "Teogonia" e "Trabalhos e Dias". A primeira resume os principais mitos do povo grego e a segunda, o autor se apresenta como um educador e defensor do camponês grego, apontando o trabalho como fonte de todo bem.
Epistemologicamente, "Teogonia" significa genealogia dos deuses. Designa as várias histórias míticas acerca da origem dos deuses e de seus parentescos. Este termo (teogonia) inclui também uma cosmogonia (origem do cosmos, do mundo) e uma antropogonia (gênese dos seres humanos).
No livro "Teogonia", Hesíodo relata principalmente toda a história da mitologia grega, fazendo uma descrição geral de todos os deuses e mortais e de sua procedência. Grande parte da obra é precisamente um relato em forma de poesia, por assim dizer, da "árvore genealógica" dos deuses gregos, em que o autor cita, em ordem estrita, todas as uniões originaram esses deuses e os filhos resultantes dessas uniões.
O livro é construído a partir de gêneros poéticos pré-existentes que até então pertenciam à tradição oral da Grécia: cosmogonias, teogonias, genealogias e mitos de sucessão. Os três primeiros gêneros podem aparecer fundidos, formando a espinha dorsal da obra, e dispostos em uma ordem aproximadamente cronológica. Os mitos de sucessão, embora eles possam ser considerados como digressões dentro dos genealógicos, dão sentido a toda a obra.
Na obra se encontram explicações, por meio de mitos, dos fatos comuns da vida, como o dia e a noite, os fenômenos naturais (tufões e furacões). As mulheres, no texto, são descritas como uma calamidade para os homens, entre outras coisas, o que confirma a necessidade de o homem dar respostas a questões básicas, e os gregos o fizeram por meio do mito e de sua mitologia.
Na passagem exposta anteriormente se descreve parte da "Cosmogonia", ou seja, o princípio do mundo. É uma origem do mundo basicamente mítica. Primeiramente, surge Urano, o céu; depois surgem os lugares, como as montanhas. Em todos os mitos clássicos, o homem surge da Terra. Na Bíblia, no Antigo Testamente (em Gênese), temos algo bem parecido sobre a criação do mundo, não é mesmo?
O objetivo de Hesíodo, em sua obra "Teogonia", era, por meio de sua poesia didática, expor a genealogia dos deuses e do mundo, componentes principais da mitologia grega, parte essencial na vida dos antigos. Dessa forma, ele abriu caminho para a filosofia ao introduzir uma ordem racional e lógica de todas as lendas e mitos relacionados com os deuses, que eram parte do acervo cultural do povo grego naquela época, e até certo ponto, eles necessitavam de um documento que realizasse a organização de suas crenças. Hesíodo o fez.
Sem dúvida, os primeiros habitantes da Grécia possuíam uma literatura de tradição oral, em que se cantavam os feitos de certos heróis que encarnavam a essência da nação. O esplendor deste gênero é alcançado com Homero, autor da "Ilíada" e da "Odisseia". Tais poemas constituem o ápice de um processo de composição iniciado anteriormente. Assim, para alguns estudiosos, Homero não é o primeiro autor dos poemas épicos, mas o propagador da antiga tradição épica oral.
VÍDEOAULA: “O que devemos saber sobre a literatura grega e latina?”
LITERATURA GREGA ANTIGA: A literatura teve um papel importante na cultura grega. Os poetas exaltavam valores, tais como a beleza, a harmonia e as virtudes dos heróis míticos. Explicavam o mundo através de relatos orais que eram transmitidos de geração a geração. Os personagens eram deuses, semideuses e heróis.
“O que se chamava de literatura grega antiga eram relatos orais e não escritos.”
PRINCIPAIS GÊNEROS DA LITERATURA GREGA ANTIGA: Os gêneros que se destacaram na Grécia Antiga foram: épico, lírico e dramático (tragédia, comédia e drama).
POESIA ÉPICA: Na poesia épica se contam os feitos dos heróis e dos deuses, valendo-se da prosa ou do verso extenso. É improvisada e composta por aedos (poetas) para ser recitada. A épica grega alcançou seu máximo esplendor com a ilíada e a odisseia, de Homero.
POESIA LÍRICA: É um gênero literário que trata de temas sentimentais, assim como as inquietudes e ânsias do poeta. Era composta não para ser lida, mas recitada diante de um público. A lírica foi, a princípio, uma canção para ser cantada com o acompanhamento da lira.
POESIA DRAMÁTICA: O teatro surge como uma expressão ritual-religiosa associada ao culto em honra ao deus do vinho, Dionísio. Era uma atividade muito importante e muito didática na cultura grega, sobretudo, em Atenas. “Passava cultura/valores”
Dentro do gênero dramático se destacavam a tragédia e a comédia, cujas partes são cantadas por um coro ou recitadas por um ator. A tragédia busca um efeito purificador no público: a catarse. Seus temas são os sofrimentos, os crimes e a morte. Já a comédia busca fazer rir, mediante a ridicularização. Diferentemente da tragédia, tem umfinal feliz.
A LITERATURA LATINA: Os romanos demonstraram mais originalidade em aspectos como o direito e a organização administrativa. Na literatura, eram seguidores gregos, mas isso não quer dizer que não trouxeram nenhuma originalidade. Eles reformularam gêneros já existentes e criaram outros. “Não copiaram tudo, também criaram alguns gêneros novos.”
Características: O teatro, na Roma Antiga, era um espetáculo cuja finalidade era divertir e fazer o público rir. Ou seja, os romanos deram preferência à comédia. Já a poesia lírica, esta foi criada para ser lida e difundida através de manuscritos.
CONCLUSÃO: Falar de literatura Antiga é falar majoritariamente de Literatura Grega e Latina. Elas são uma das contribuições do mundo clássico que ainda sobrevive com vigor nos nossos dias. De fato, podemos dizer que a literatura, tal como a entendemos hoje, é uma invenção genuinamente grega e latina.
 FIM DA VIDEOAULA.
Embora hoje pareça difícil que uma literatura possa existir sem a escrita, os primeiros poemas épicos foram composições orais feitas por cantores ("aedos"). Eles dominavam um vasto repertório de temas e técnicas que lhes permitam compor enquanto cantavam o poema na praça da cidade ou no palácio. O que faziam é bem parecido com que os “rappers” atuais fazem, lógico que com algumas diferenças.
Os "aedos" eram capazes de improvisar para atender aos pedidos do público, de estender um determinado ponto do poema por causa do interesse da plateia e de encurtar o poema quando o público já estava cansado. Na "Odisseia" temos várias passagens em que nos deparamos com esses cantores narrando as façanhas dos heróis, ou no palácio ou na ilha de Ítaca. Em ambos os casos, o "aedo" aparece como um profissional respeitado.
Quando surge a escrita, muitos desses poemas começaram a ser escritos. Os “rapsodos”, então, passaram a memorizar e a recitar os poemas longos (não mais a cantar), mantendo o tempo com uma bengala. Temos, portanto, duas fases da épica oral: a primeira com os "aedos" que cantavam acompanhados pela lira e produziam poemas longos; e a segunda, com "rapsodos" reproduzindo poemas, memorizando um texto escrito.
Homero utilizou, quase que certamente, a escrita, mas em seus poemas persistem características da antiga poesia épica oral. São poemas compostos por episódios delimitados. Os antigos "aedos" não cantavam poemas de milhares de versos, mas passagens, episódios específicos (a luta entre dois guerreiros, a tomada de uma cidade, uma aventura fabulosa etc.).
A "Ilíada" e a "Odisseia" conservam a "dicção formular", típica da épica oral. O "aedo" contava com uma extensa experiência de versos e fatos para descrever situações específicas ("fórmulas"). Assim, ele evitava ter de compor palavra a palavra. Por exemplo, cada vez que amanhecia o poeta dizia "quando se levantou a Aurora"; quando um navio zarpava falava "sentados nos bancos golpeavam com os remos o mar" etc.
Homero coletou uma série de relatos que tinham sido cantados por "aedos" e "rapsodas" e escreveu a "Ilíada" e a "Odisseia". Seus textos em verso mantêm todos os recursos poéticos para que continuem sendo recitados. Portanto, nada põe dúvida de que os poemas homéricos eram o conteúdo principal da educação grega e que essa aprendizagem se baseava no que hoje em dia se faz com a poesia: na repetição, na memorização e na recitação.
Juntamente com a "Ilíada" e a "Odisseia" incluem-se ainda os chamados hinos homéricos, uma série de poemas relativamente breves que celebram os feitos de vários deuses. São compostos em um estilo épico e também são atribuídos a Homero.
Após a épica, surgem os primeiros vestígios da lírica grega, gênero que mantém uma constante conexão com a música – poemas são cantados com o acompanhamento de lira (estão lembrados deste instrumento?). Essa poesia nasce ao mesmo tempo que a ideia de indivíduo, durante a época arcaica, caracterizada por uma sociedade em mudança, ou seja, uma sociedade movida por transformações econômicas, sociais e políticas.
Na época arcaica grega, a colonização, o comércio, o aparecimento da moeda, a mudança nas técnicas militares... a antiga aristocracia rural perde o seu poder, ao mesmo tempo em que se começa a romper com a sociedade tribal. É nesse contexto que surge a descoberta do indivíduo, o valor da pessoa como tal e não só como uma peça dentro de uma estrutura familiar ou de uma tribo. Não é de se admirar que, nesta mesma época, tenha surgido a filosofia.
Os cantos tradicionais começaram a servir de modelo para os poetas cantarem o que acontecia no momento, o aqui e o agora (hic et nunc), distanciando-se das façanhas dos heróis lendários cantados na épica. Porém, a linguagem épica servia de base para a linguagem deste novo gênero.
A lírica primitiva grega se divide em dois tipos principais: a lírica pessoal, expressão do sentimento individual do autor; e a lírica coral, que expressa o sentimento coletivo e sua função é para ser cantada em lugares públicos.
Na lírica pessoal, destaca-se a poetisa Safo (VI a.C.) que explorava o sentimento amoroso do ponto de vista feminino. E na lírica coral o poeta Píndaro é o mais relevante. Ele é autor das odes triunfais em honra aos atletas vencedores dos eventos ginásticos e esportivos.
Atenção: O escritor grego foge do sentimentalismo ou do puramente decorativo, usando as palavras que contêm as emoções mais intensas e as verdades mais significativas. Na escolha dos temas, em qualquer que seja o gênero (lírico ou épico), observamos um espírito conservador, ligado a um passado distante. Todas essas características têm como suporte imprescindível as peculiaridades da língua grega: a sintaxe flexível que simplifica a expressão de pensamentos complexos; um vocabulário rico; além da capacidade de formar novas palavras, o que facilita a enorme variedade de estilos e combinações de sílabas longas e curtas que favorecem uma métrica musical.
Depois de pesquisar sobre a literatura grega, você começa a navegar na Internet, adentrando nos clássicos da literatura latina, e se depara com um texto do poeta latino Horácio. Entusiasma-se lendo os poemas em que o poeta descreve a beleza e a natureza e canta os pequenos prazeres da vida, em uma perspectiva tranquila, como a famosa ode “Da vida no campo”.
Feliz aquele que distante dos negócios,
qual raça antiga de mortais,
com a boiada campos paternos cultiva,
de toda usura desprendido,
e por turba feroz não se ergue, qual soldado,
e não teme raivoso mar,
e evita o fórum e os soberbos limiares
de cidadãos mais poderosos.
Portanto, ou com crescido rebento das vides
os elevados choupos casa,
ou, de afastado vale, contempla manadas
que com seus mugidos vagueiam,
e, então podando ramos inúteis com foice,
outros enxerta mais alegres,
ou espremido mel conserva em limpas ânforas
ou tosquia enfermas ovelhas.
Ou quando Outono, em campos, ergueu a cabeça,
com doces frutos enfeitada,
como se alegra, pêra enxertada colhendo
e uva que compete co'a púrpura [...] 
Fonte: (HORÁCIO. Da vida no campo. IN: KLINGNER, F. (Org.). Horatius. Opera. Lipsiae: Teubner, 1959)
PROVOCAÇÃO: O que significa a expressão Beatus ille? Você conseguiria resumir em poucas palavras o conteúdo do texto? Conhece alguma influência posterior a esta ode?
A ode “Da vida no campo”, de Horácio – que começa com as palavras latinas Beatus ille (que significa "bem-aventurado", "Bendito aquele") –, expressa o anseio por uma vida simples, sóbria, longe do barulho e das preocupações da vida da cidade.
O poeta quer evitar os negócios e a preocupação com as possíveis ganâncias, os assuntos públicos, os julgamentos etc. Prefere se dedicar à vida no campo e às suas atividades diárias: colher frutas, mel; realizar trabalhos nos vinhedos; cuidar dos rebanhos etc.
O tema desta ode será uma constante durante o Renascimento. Muitos renascentistas escreveram sobre uma vida idealizada no campo, longe do caos da cidade, onde a natureza era perfeita e tranquila.
Atenção: É interessante mencionar que, no momento em que Horácio escreveu esta ode, as pequenas fazendas (ondegeralmente trabalhava a família e alguns escravos) tinham sido quase inteiramente substituídas por grandes latifúndios, tornando a agricultura uma frente diferente e praticamente monopolizada pela mão de obra barata e facilmente substituível pelo trabalho escravo.
A literatura latina é formada sobre os moldes formais e temáticos da grega. Em muitos aspectos, os escritores romanos escolheram evitar a inovação a favor da imitação dos grandes autores gregos. A "Eneida" de Virgílio inspirava-se na épica de Homero; Plauto seguia os passos de Aristófanes; Ovídio explorava os mitos gregos.
Dentre as contribuições mais importantes da literatura latina destacam-se o desenvolvimento da sátira, a profundidade que adquire o eu poético e o instrumento ideológico em que se converte o gênero épico.
Vale mencionar que a principal fonte temática tanto da literatura romana quanto da grega são as lendas e mitos, que inicialmente tinham um sentido religioso, em seguida, passaram a ter um valor mais simbólico e, finalmente, acabaram se convertendo em literatura pura.
As maiores contribuições de Roma no campo literário se centrarão na comédia, com Plauto e Terêncio e também sobre o eu poético no terreno da lírica – Catulo, Horácio, Virgílio e Ovídio. Vale ainda citar a historiografia de César Salustio e Tito Lívio; a sátira de Horácio, Pérsio, Marcial, Juvenal; e a retórica de Cícero e Quintiliano.
Atenção: Da literatura grega podemos destacar os gêneros mais importantes: épico, lírico e dramático. Na poesia, temos as fábulas, a história, a oratória e, dentro da prosa, a filosofia. Da literatura romana podemos ressaltar a grande influência da língua latina, mais conhecida como o idioma de Roma. Graças à expansão do povo romano, o latim se propagou para todo o mundo e se tornou a língua predominante da Europa Ocidental.
Sintetizando
O QUE APRENDEMOS NESTA ESTAÇÃO?
· As literaturas gregas e romanas são um dos legados mais importantes da cultura clássica.
· Hesíodo é considerado um dos primeiros poetas gregos, representante, juntamente com Homero, da primeira poesia épica grega.
· As duas obras fundamentais de Hesíodo são: a "Teogonia" e os "Trabalhos e Dias".
· O esplendor da literatura de tradição oral (poesia épica) é alcançado com Homero, autor da "Ilíada" e da "Odisseia".
· A literatura romana tem uma relação básica com os modelos gregos, porém imprimiu nela seu próprio caráter, reformulando gêneros já existentes e oferecendo algumas novidades essenciais, como o desenvolvimento da sátira.
· A principal fonte temática tanto da literatura romana quanto da grega são as lendas e mitos.
· As contribuições de Roma no campo literário se centrarão na comédia, com Plauto e Terêncio e também sobre o eu poético no terreno da lírica – Catulo, Horácio, Virgílio e Ovídio.
QUESTÃO 3.1
Marque a alternativa que apresenta os elementos essenciais da epopeia clássica:
Escolha uma:
a. Introdução, onde o autor indica o que vai cantar; Desenvolvimento, pedido de aprovação dos seres sobrenaturais; e Conclusão, exposição da ação com descrição do desfecho. 
b. Proposição, onde o autor indica o que vai cantar; Desenvolvimento, pedido de aprovação dos seres sobrenaturais; e Conclusão, exposição da ação com descrição do desfecho. 
c. Dedicatória, onde o autor oferece o poema a uma personalidade importante; Epílogo, que é o remate do poema ; e Conclusão, exposição da ação com descrição do desfecho. 
d. Introdução, onde o autor indica o que vai cantar; Invocação, pedido de inspiração aos seres sobrenaturais; e Conclusão, descrição do desfecho da história. 
e. Proposição, onde o autor indica o que vai cantar; Invocação, pedido de inspiração aos seres sobrenaturais; e Narração, exposição eloquente da ação. 
QUESTÃO 3.2
Sobre Atenas, que era na Grécia Antiga a cidade dedicada às artes, podemos afirmar:
Escolha uma:
a. Nela, a mulher era entendida como a maior criação da natureza; 
b. Nela, as mulheres participavam plenamente da democracia; 
c. Nela, está até os dias atuais a chamada Acrópole; 
d. Segundo uma lenda, ela foi fundada por Enéias; 
e. O forte da cidade era formar guerreiros; 
QUESTÃO 4.1
É notório que gregos antigos amavam o teatro. Diante disso, analise as afirmativas abaixo sobre ele e, em seguida, marque a opção correta:
I – os três tipos de peças que existiam na Grécia Antiga eram a comédia, a tragédia, e o drama lírico.
II – as pessoas que assistiam eram muito exigentes e, quando não gostavam de uma peça, jogavam comida nos artistas.
III – o teatro foi inventado pelos gregos.
Escolha uma:
a. Somente a III está correta. 
b. Somente a I está correta. 
c. A I e II estão corretas. 
d. A II e III estão corretas. 
e. Todas estão corretas. 
Vimos que o teatro grego se caracterizou por representar obras dos gêneros: tragédia, comédia e dramas satíricos. Ele tinha um caráter educativo, sério, conscientizador, religioso e cultural. Diferentemente do teatro grego, o romano caracterizava-se como um simples meio e instrumento de diversão pensado para as massas e com fins meramente de entretenimento.
Tivemos conhecimento de que a arquitetura grega empregou como elemento de sustentação a coluna e como materiais de decoração, pedras de cavernas (mármores). As construções romanas tinham um caráter utilitário para melhorar as condições de vida dos cidadãos romanos e também um caráter majestoso e de poder para representar as grandes conquistas em tempo de guerra.
Notamos que tanto a Grécia quanto Roma valorizavam os retratos e as esculturas do corpo humano, que serviam para representar heróis, divindades e mortais. Na literatura, Grécia e Roma nos deixaram um legado. Hesíodo é considerado um dos primeiros poetas gregos, representante, juntamente com Homero, da primeira poesia épica grega.
Compreendemos que a literatura romana tem uma relação básica com os modelos gregos, porém imprimiu nela seu próprio caráter, reformulando gêneros já existentes e oferecendo algumas novidades essenciais, como o desenvolvimento da sátira: As contribuições de Roma no campo literário se centrarão na comédia, com Plauto e Terêncio e também sobre o eu poético no terreno da lírica – Catulo, Horácio, Virgílio e Ovídio.
Por fim, conhecemos dois grandes poemas que estão na base da literatura de tradição oral (poesia épica): a “Ilíada” e a “Odisseia”, de Homero.
CIRCUITO FINAL
AULA 5: PLAUTO E TERÊNCIO: A COMÉDIA LATINA
Neste Circuito Final compreenderemos alguns dos principais gêneros da literatura grega e romana: a lírica latina, a tragédia grega e a comédia latina. Iniciamos, na Estação 5, abordando a lírica latina, voltada para a efemeridade da existência, a expressão poética manifestando o estado da alma, o culto à subjetividade e à liberdade criativa.
Já na Estação 6, conheceremos a tragédia grega, uma história dramática baseada nas relações entre homens e deuses, nos conflitos e nas paixões humanas. Ela tinha a função de provocar nos espectadores emoções e expectativas quanto ao desfecho da história (quase sempre terminava em morte). Além disso, possuía uma função moral e pedagógica.
 
ESTAÇÃO 5: A lírica latina
Talvez você nunca tenha parado para pensar que todos os “direitos” que temos hoje nem sempre existiram. Isso se aplica especialmente às mulheres. Para iniciarmos esta estação, procure observar o que há na imagem a seguir.
Acertou se disse que se trata de um casamento romano. O casamento era o principal "tarefa" da mulher greco-romana. Tanto na Grécia quanto em Roma ele era sempre um ato privado, um acordo entre as famílias. Em cada civilização esse ato era composto por uma série de ritos que se realizavam ao longo de vários dias.
Na Roma Antiga e na Grécia Antiga, a situação da mulher não era tal como é hoje. Em alguns países, atualmente, as mulheres podem escolher o marido, votar, podem se candidatar às eleições, podem ir à faculdade, podem sair sozinhas na rua, trabalharem com o que desejam etc.
Em ambas as culturas, os homens e as mulheres nunca desfrutaram os mesmos privilégios. Eram consideradas menores e, por isso, excluídas da esferapública, isto é, a política, do governo das cidades, dos tribunais e do exército. O seu âmbito de ação era a casa.
Na Grécia Antiga, especialmente em Atenas, a mulher com dinheiro vivia isolada em um "gineceu", uma sala especial para as mulheres incumbidas de tecer, cuidar das crianças e do controle dos escravos. Elas nem sequer iam às compras, porque o comércio era considerado uma atividade masculina. Apenas saíam de casa por ocasião de um funeral ou de uma cerimônia religiosa.
Dado que o seu papel na vida era ser uma esposa e, sobretudo, mãe, sua educação reduzia-se ao trabalho doméstico. Por sorte, algumas aprendiam a ler. Em Esparta, as mulheres tinham mais liberdade, porém, mesmo assim, a sua principal tarefa era ter filhos.
Na Roma Antiga, as mulheres possuíam mais liberdade do que na Grécia, mas continuavam a serem inferiores. Não viviam em uma sala especial e podiam sair de casa para ir às compras ou visitar os templos. Sempre, é claro, na companhia de outras mulheres. Suas tarefas seguiam relacionadas com o cuidado da casa e dos filhos. A diferença da mulher grega, de Atenas, era que a mulher romana recebia mais educação, ainda que não alcançasse a educação dos homens.
Mas por que estamos falando da mulher greco-romana?
Era considerado um alto grau de depravação na sociedade romana que uma mulher de elevada posição social fosse para as ruas em busca de amantes por puro prazer e não por necessidade econômica. Pois bem, foi isso que a amante de Catulo fez.
O poeta Catulo é um dos autores fundamentais para conhecer o mundo amoroso da alta sociedade romana, nos anos em que ele viveu. Ele foi o primeiro grande poeta lírico em latim, inspirado pelos modelos gregos. Catulo é um jovem provinciano de família rica que chega a Roma e que, em vez de ingressar em um cursus honorum, se deixa levar por seus conhecidos de Roma a uma vida social ativa de festas, passeios noturnos, amantes e prazeres do intelecto, ou seja, poesia, já que nesse ambiente juvenil não há muito espaço para a "severidade" dos filósofos.
Em um dos seus passeios noturno, conhece Clódia, uma senhora liberal e sedutora, senhora culta e dissimulada, a quem poeticamente nomeou sob o pseudônimo de Lésbia – segundo o uso difundido pela poesia de amor – para homenageá-la em seus versos. Ela era uma mulher da classe alta da sociedade e teve uma boa educação. Casou-se e se divorciou. Depois, teve várias aventuras com homens casados, escravos, convertendo-se em uma famosa jogadora e "bebedora". Passou a ser conhecida como uma mulher de "vida alegre", tendo vários amantes, dentre eles, Catulo.
Catulo ama verdadeiramente Clódia, com uma paixão autêntica que não diminui ante o engano e o desdém dela, mas que é reforçada pela força do desejo. Sua produção literária descreve as diferentes fases deste relacionamento apaixonado, a máxima felicidade, a desconfiança, a ruptura, o ódio e a amarga lembrança. Como esperado, este apaixonado romântico morreu jovem, aos trinta anos de idade.
Leia a seguir um trecho do poema “Carmem VII”, em que Catulo expressa todo o seu sentimento amoroso:
Carmem VII 
Perguntas, Lésbia, quantos beijos teus
sejam suficientes e demasiados, para mim.
Tanto quanto o número de areia líbia
jaz em Cirene laserpícios,
entre o oráculo de Júpiter estuoso
e o sacro sepulcro do velho Batos;
e quanto as numerosas constelações, quando a noite silencia,
veem os amores furtivos dos homens.
Beijar tão numerosos beijos
é suficiente e demasiado para o insensato Catulo... 
(CATULO, Poema 7. In: NETO, João Angelo Oliva. O livro de Catulo. Tradução, Introdução e Notas de J.A. Oliva Neto. São Paulo: Edusp, 1996..)
Catulo triunfa como poeta e como amante, contrapondo-se o ódio ao amor. A originalidade do poeta, além de ter como fonte de inspiração uma mulher, é a subjetividade que possui os seus poemas. No trecho, podemos perceber que o seu amor é de entrega total e, portanto, revela a intimidade que emerge por meio da comparação da necessidade de muitos beijos de sua amada.
VÍDEOAULA – A poesia lírica e os setimentos.
O conceito de lírica em suas origens na Grécia Antiga, onde os poetas se expressavam por meio de cantos e com o acompanhamento de instrumento de cordas conhecido como lira. Banquetes, festas, cerimônias religiosase competições esportivas contavam com a presença de poetas líricos.
A poesia lírica tem sido definida como expressão dos sentimentos por meio da palavra, escrita ou oral. Desseponto de vista, a lírica se caracteriza por sua subjetividade, ou seja, o poeta expressa o seu pensamento, o seu interior, a sua visão de realidade.
Sentimentos e subjetividades são coisas muito difíceis de expressar com palavras. Por isso, é precisamente na poesia lírica que a língua mais “se retorce”, mais se “desloca”, para que as palavras possam expressar, para além do seu significado objetivo, a subjetividade, às vezes muito íntima e pessoal do poeta.
Ainda que esteja associada ao amor, a poesia lírica não se esgota no amor. Ela comporta qualquer tema que reflete as emoções do autor diante da contemplação do mundoou da realidade: pena, solidão, medo, fracasso, aegria, desamparo, nostalgia...
Um poema é a união de um fundo emotivo e sentimental e de caracterísiticas formais. A maior parte dos poemas é escrito em versos, ainda que isto não seja uma característica exclusiva da poesia. O poeta também pode se expressar a partir da prosa poética, que nada mais é do que um texto escrito como prosa, mas funcionando como poesia, através da sensibilidade transmitida.
A lírica é escrita com o coração e, para lê-la bem, às vezes também devemos usar o coração mais do que a cabeça. É preciso nos deixar levar pela intuição, pelas palavras que nos dizem coisas, que evocam, sugerem ou representam ideias além do seu significado usual.
São características da poesia lírica:
- A subjetividade, a expressão emocional, o us de um grande número de recursos literários e o cuidado formal e estético.
- O autor transmite um determinado estado de ânimo, ou seja, a poesia lírica se caracteriza pela instropeccção e pela expressão particular de sentimentos.
- Exige um esforço de interpretação do leitor.
- A maioria dos poemas é caracterizado pela sua brevidade.
- Os poemas, muitas vezes, estão em conformidade com as regras formais que os caracterizam: versos, estrofes, ritmo, rima... englobadas sob o nome da métrica.
- Os poetas, para conseguirem a beleza estética do poema, valem-se também de alguns recursos linguísticos ou estilísticos.
CONCLUSÃO: A poesia lírica se define por sua expressão dos sentimentos e da subjetividade do poeta. Através dela o poeta expressa amor, a dor, o medo, a nostalgia, a solidão... A poesia lírica não se preocupa em descrevr a realidade, mas como o poeta vê essa realidade, como essa realidade é para o poeta e como ela o faz sentir-se; LICENÇA POÉTICA, PODER DE CRIAÇÃO. NÃO SEGUIR REGRAS GRAMATICAIS.
Fim da videoaula
O poeta acredita que o amor, a paixão, o desejo e a satisfação são elementos capazes de criar laços morais, direitos e deveres entre duas pessoas, opondo-se à tradição romana (do imperador Augusto) que admitia piedade filial e paterna, deveres de maridos e respeito mútuo.
Seus longos poemas são complexos e eruditos. Mas, são mais característicos os seus poemas curtos, alguns dos quais meras declarações de amor a Lésbia ou poemas dedicados a seu irmão morto, e outros que reluzem sua mordaz inventividade e inteligência contra seus inimigos políticos.
Catulo cultivava, assim como outros poetas latinos, um lirismo espelhado na liberdade, na celebração da vida, na efemeridade da existência, na expressão poética manifestando o estado da alma, no culto ao amor e à subjetividade.
Outro escritor que também se opõe ao modelo de sociedade postulado pelo imperador Augusto é Ovídio.  Na obra "Arte de amar", Ovídio dita algumas regras para os homens conquistarem as mulheres. A maioria das regras é destinada aos homens, porém ele também menciona algumas às mulheres. Segundo o poeta, tanto a aproximação da amada quanto o início da relação

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