Prévia do material em texto
Apostila – Patologia e Clínica Médica de Ruminantes – Sistema Digestório Clínica Exame Clínico Geral Importância do Exame Clínico Geral Incapacidade de comunicação verbal do paciente; Queixa principal não apresentar relação com o sistema PRIMARIAMENTE acometido; Ex: Cetose ou Hipocalcemia → proprietário dificilmente nota as apresentações clínicas iniciais; O exame físico geral permite avaliação atual do quadro clínico do paciente; Podemos avaliar o nível em que a doença se encontra e podemos estimar o tempo que esta vem ocorrendo, sempre associando as informações dadas pelo proprietário; Ex: Avaliação de um paciente com diarréia e seus níveis progressivos de desidratação; Permite reconhecer o comprometimento de outros sistemas; Ver acometimentos secundários advindos de outras doenças já estabelecidas; Ex: Poliartrite com consequente formação de abcessos; Encefalopatia hepática; Insuficiência renal causando síndrome urêmica; Dinâmica diferenciada dos sinais clínicos em diferentes enfermidades ou até mesmo na mesma doença em determinados períodos; Indumentária (Paramentação) Macacão; Pijama; Jaleco; Bota; Utensílios básicos para exame clínico geral Relógio; Termômetro; Estetoscópio; Apresentação da ficha clínica → Importância dos dados obtidos Identificação do proprietário e da propriedade; Confiança entre MV e proprietário; uso de linguagem apropriada de linguagem com o nível de escolaridade; reconhecimento de termos utilizados pelo proprietário; Reconhecer a região de onde o paciente vem, ajuda a entender e saber quais as doenças endêmicas vindas da região de onde o paciente vem; Identificação do paciente (conhecimento de fatores de risco e predisposição): Espécie; Permite identificar a predisposição de doenças entre as diferentes espécies; Ex: urolitíase em pequenos ruminantes; Nome ou número; Permite identificar o paciente dentro de um rebanho; Idade; Ex: CCE em animais idosos; Raça; Ex: mastite em vacas holandesas de alta produção; tristeza parasitária não é comum em certas raças (gir); Sexo; Ex: urolitíase é mais comum em pequenos ruminantes do sexo masculino; Anamnese → Possuir conhecimento teóricos sobre as enfermidades é um princípio para a obtenção de uma boa anamnese; Queixa principal: O que? Quando? Como? Histórico do paciente e do rebanho; Vermifugação; Mineralização; Vacinação; Fonte água; Alimentação; Quantidade de animais; Manejo nutricional (proporção de concentrado e volumoso); Exame Físico Geral Mensuração e observação de parâmetros; Avaliação de mucosas e linfonodo submandibular na cabeça; avaliação de glote e traqueia no pescoço; avaliação do linfonodo pré-escapular; mensuração de FR e FC no tórax; avaliação do sistema digestório no flanco (vazios); aferir temperatura; realizar coleta de fezes e avalia-las; palpação retal → avalia o vazio do lado direito; palpação dos rins em região mais medial-lateral direita; palpação da bexiga no assoalho da pelve; Semiologia do Sistema Digestório Introdução Falhas de manejo alimentar são causas comuns de problemas do sistema digestório; Lábios dos bovinos são extremamente espessos e imóveis, o que induz os bovinos a utilizar a língua na apreensão do alimento; os caprinos, por usa vez, tem lábios mais finos e móveis, o que permite o uso dos lábios para apreensão dos alimentos; Esse fato confere aos caprinos uma maior seleção alimentar em relação ao bovino, isso predispõe os bovinos a retículo peritonite traumática. Bovinos e ovinos costumam comer com a cabeça baixa, em contato com alimento do solo, enquanto os caprinos, por serem mais seletivos em relação ao alimento, procuram alimentos em lugares mais altos. O hábito de comer com a cabeça baixa em contato com alimento do solo dos bovinos e ovinos confere a estes uma maior resistência parasitária, pelo contato maior com os parasitos, que são mais presentes nos alimentos do solo, enquanto que os caprinos são mais susceptíveis a desenvolverem reações a estes parasitos e serem levados a morte. Rúmen → Retículo (retículo peritonite traumática) → Omaso → Abomaso Rúmen Zona líquida → Zona pastosa → Zona sólida → Gás Importância: Perda de estratificação ruminal; Por exemplo: timpanismo gasoso (camada gasosa se sobressai devido à grande produção de gás); acidose ruminal (camada líquida se sobressai) Retículo Omaso Abomaso Abordagem na anamnese e no exame geral Alimentação Composição (qualidade) Quantidade Forma de administração Estudo e entendimento do comportamento dos animais podem ser fator determinante na predisposição de certa doença. Logo, o manejo alimentar pelo qual o animal passa é importante; Alterações no apetite – apetite caprichoso (hiporexia), apetite alterado (parorexia), apetite ausente (anorexia) Consumo de alimentos que esses animais não consomem normalmente indica deficiência de certos substratos; Lambedura de pedra e até de outros animais, ingestão de terra indica deficiência de cloreto de sódio; Consumo de osso indica deficiência de fósforo; Consumo de madeira indica deficiência de cobalto; Sinais espontâneos de dor; Caprinos são mais susceptíveis a dor; Endotoxemia e acidose ruminal são causadores de dor forte; Icterícia; Exame das vias digestivas anteriores Boca Inspeção Avaliar apreensão dos alimentos; Oferecer alimento e observar a reação do animal; Estar ciente dos hábitos alimentares e das diferenças anatômicas entre as espécies; Por exemplo: interesse no alimento, mas ausência de apreensão indica deficiência do nervo hipoglosso no caso dos bovinos, que apreendem com a língua; e de nervo facial no caso de ovinos e caprinos que apreendem com os lábios; Avaliar a mastigação e a deglutição Durante o processo de mastigação, iremos avaliar como este acontece. Por exemplo: frouxidão mandibular indica deficiência do nervo trigêmeo. Na deglutição iremos avaliar a presença ou não de obstrução, assim como a atividade do nervo glossofaríngeo, que é responsável pela deglutição. Avaliar ingestão de água Bovinos adultos sadios ingerem de 25 a 80 litros de água por dia; Ingestão de água varia de acordo com a quantidade de água no alimento oferecido; Quanto mais concentrados na alimentação, mais água é ingerida; A quantidade de água ingerida também é relevante com relação ao tipo de água oferecida; Exploração da boca Parte anterior da cavidade oral – inspeção. Abrir a boca do animal com as mãos. Puxar a língua com uma gaze. Abre-bocas. A porção posterior da cavidade oral pode ser inspecionada com o uso de espéculos. Canos PVC podem ser utilizados na falta de espéculo; O odor bucal também deve ser avaliado; O odor normal depende da alimentação do animal (normalmente, tem cheiro de cana de açúcar.) Odores alterados: Urêmico; pútrido; adocicado; Ruminação Ruminação – saúde digestiva Bovinos adultos ruminam várias vezes por dia e chegam a utilizar até oito horas por dia com esta atividade. Ocorre geralmente após a alimentação; A regurgitação patológica é raríssima e, quando ocorre, usualmente é de origem esofágica (vômito falso) Lesão de glote, esôfago e piloro são condições que predispõe ao vômito; Fermentação Ruminal 600L gás/dia (66% dióxido de carbono, 26% metano, 8% demais) (quanto + concentrado, mais gás) Este gás tem que ser eliminado constantemente, e o animal o faz através da eructação. Os gases podem ser eliminados via anal ou oral, sendo a oral a mais importante; Nos casos em que ocorram obstrução, impedimentos e redução de motilidade ruminal, dessas vias, ocorrerá acúmulo de gás no rúmen. Hipomotilidade ruminal Hipocalcemia é uma grande causa devido a ausência de cálcio para promover a motilidade dos músculos do rúmen; Uso de fármacos que reduzem motilidade ruminal, como atropina; Obstrução esofágica Intraluminal e extraluminal; Hipomotilidade esofágica; Oferecimento excessivo de concentrados (aumento da fermentação ruminal e consequente aumento dos gases); Timpanismo ou meteorismo Distensãodorsoventral esquerda do rúmen; Som timpânico; Timpanismo gasosos → percussão timpânica da parte dorsal até ventral do rúmen; Timpanismo espumoso → pequenas bolhas, pouco som timpânico; Alimentação de alta fermentação; Salivação Os ruminantes salivam muito. Um bovino adulto chega a produzir até 200L de saliva por dia. A saliva, que tem pH alcalino, tem uma função importante nos ruminantes de neutralizar o pH do rúmen, que é ácido devido a produção dos ácidos graxos voláteis, em especial o lactato; Excesso na produção de saliva chama-se ptialismo e quando escorre da boca recebe o nome de sialorreia. Esôfago Dorsal a traqueia – desloca-se para o lado esquerdo na porção cervical, voltando a sua posição dorsal na porção torácica; Inspeção externa e palpação direta – porção cervical; Durante a palpação pode-se notar aumento de volume em pontos de obstrução do esôfago; Palpação e inspeção indireta – sondas esofágicas e endoscopia; Obstrução esofágica intraluminal A sonda tem sua passagem impedida (não forçar a passagem, pois há risco de ruptura de esôfago); Obstrução esofágica extraluminal Nos casos de aumento dos linfonodos mediastínicos ou até de massas tumorais, em que a sonda passará com dificuldade e ocorrerá a liberação de gases; Estenose da cardia ruminal, a sonda passará com facilidade Recursos radiográficos. Exame da região abdominal Importância no diagnóstico das afecções do sistema digestório Rúmen Projeção topográfica-lado esquerdo Volume – 150L Limite anterior – linha que vai do 11º espaço intercostal na parte dorsal até o 7º espaço na parte ventral Retículo → ele encontra-se apoiado na cartilagem xifoide entre o 5º e o 7 º espaço intercostal e projeta-se para ambos os lados, mas é mais proeminente do lado esquerdo. Omaso → pode ser delimitado entre 7º e o 9º espaço intercostal, no terço médio do lado direito. Abomaso → ele está do 7º ao 11º espaço intercostal presente do lado direito. A projeção topográfica do fígado está superior lado direito 11º a 12º espaço intercostal, localizado no lado direito; Técnicas semiológicas Inspeção abdominal Timpanismo gasoso → pode haver distensa do abdômen não só no antímero esquerdo, mas também no direito, o que pode indicar a severidade da condição (pequenos ruminantes); Indigestão vagal → ocorre atonia dos esfíncteres retículo-omasal e até pelo piloro e a passagem do alimento se torna comprometida; Ocorre por lesão do nervo vago, que pode ser decorrente de retículo peritonite traumática, de traumas na região de pescoço, inflamações e outros tipos de lesão que levam a lesão e até rompimento do nervo vago; Não há tratamento para doença e na maioria dos casos, o animal é sacrificado, com outros mantendo uma vida normal; Palpação abdominal A palpação auxilia na avaliação do conteúdo das vísceras e pesquisa de sensibilidade. Flanco → palpação do rúmen; Na palpação do rúmen, a sua contração pode ser sentida com a aplicação da mão fechada no vazio do flanco. Palpação do retículo A palpação direta externa e a inspeção não são possíveis. Pode-se palpar o retículo de forma indireta, pressionando-o com um bastão Outras provas podem ser empregadas como beliscamento do dorso; Induz o animal a forçar o abdômen mais ventralmente, isso leva o retículo a ser pressionado contra a cartilagem xifoide, o que leva ao animal a expressar dor (gemido na ausculta) caso haja problemas com o retículo; Pode-se também fazer a utilização da percussão dolorosa; Palpação retal É indispensável para o exame dos órgãos digestórios, particularmente dos intestinos. As fezes são grandes indicatórias de certas patologias; Fezes escuras (melena) indica lesões no intestino delgado e estômago e seu consequentemente sangramento, por ser numa região cranial, a digestão do sangue; quando as lesões são mais caudais (intestino grosso), o sangue aparece vivo nas fezes; Percussão Avalia também o conteúdo das vísceras, sensibilidade e delimitação topográfica. De maneira geral, o abdômen apresenta sons maciços e submaciços na sua porção ventral e medial. A região hepática também apresenta som maciço. Na parte do vazio do flanco, tanto direito como esquerdo, se percebe presença sons claros; Prova do boloteamento; Auscultação Potente recurso na análise funcional do sistema digestório. O rúmen apresenta uma crepitação constante que se exacerba durante a sua contração. Ruído de rolamento produzido pela movimentação do conteúdo ruminal O omaso apresenta uma crepitação discreta. O abomaso e o intestino apresentam Percussão-Auscultatória Técnica mista – particularmente útil no diagnóstico de deslocamento do abomaso Os “pings” podem também aparecer; Exames complementares Suco ruminal Cor, odor, consistência, prova de sedimentação e flotação. pH, dosagem de cloretos, redução do azul de metileno. Infusórios e bactérias. Laparoruminotomia Punção abdominal Punção do lado direito 5 a 10 centímetros a partir da cicatriz umbilical; Exame de fezes Anatomia e fisiologia da digestão de pequenos ruminantes Diferenciação entre as espécies de ruminantes: características anatômicas, alimentares e de hábitos; Desenvolvimento do aparelho digestivo de ruminantes em crescimento; Recém-nascido → R-R (32%); Omaso (8%); Abomaso (60%) Adulto → R-R (73%); Omaso (9%); Abomaso (18%) R-R → É de grande importância nos ruminantes, sejam os recém-nascidos ou adultos, tendo nos adultos maior importância na digestão fermentativa dos alimentos do que em recém-nascidos; faz uso de bactérias da flora ruminal para realizar os processos fermentativos; Omaso → tem pouca função em ambos recém-nascido e adultos, sendo sua maior função a de reabsorver água, poucas são as patologias que advém desse pré- estômago; Abomaso → tem função enzimática de digestão semelhante à de monogástrico e é extremamente importante em recém-nascidos na digestão do leite, diferentemente dos adultos; A inervação dos proventrículos é realizada pelo nervo vago; O rúmen ocupa a maior parte da cavidade abdominal esquerda nos ruminantes; A contração ruminal é monofásica e possuem função de misturar a ingesta ruminal e promover ação fermentativa bacteriana; O movimento do rúmen proporciona também a eliminação do gás resultante da fermentação bacteriana e que fica presente no saco dorsal através da eructação; O gás é eliminado através do esfíncter da cardia, que abre com a detecção do gás por meio de sensores presente no epitélio do esfíncter; O rúmen é composto de diversos sacos onde permanecem os alimentos para digestão → sacos: dorsal; ventral; cranial; cego (caudodorsal); cego (caudoventral); O som auscultado no rúmen (descarga, ondas) ocorre devido a fricção das fibras dos alimentos com a papila ruminal; O retículo possui contração bifásica e por isso, possui função propulsora e leva a ingesta para os outros pré-estômagos através do esfíncter retículo-omasal; Na sua expansão pela presença do líquido ruminal, ele ativa sua contração e propulsiona o conteúdo para os próximos proventrículos; Funcionamento e importância do processo de ruminação: Anti-peristaltismo (musculatura potente do esôfago, com dois tipos de fibras) → remastigação (10 a 15 movimentos mastigatórios para remastigação completa) → reinsalivação (grande quantidade de saliva é levada junto com esse alimento, muito maior que a primeira mastigação) Microbiologia do rúmen Meio aquoso; Temperatura +/- constante (39-40 ºC) Baixo teor de oxigênio, mantendo uma anaerobiose quase permanente; Fluxo contínuo de substratos; Tamanho de partículas reduzido pela mastigação; pH mantido em uma zona estreita (5.5 a 7.0), ação tampão da saliva (pH 8.2); Protozoários; Bactérias; Fungos; Bactérias: Já foram isoladas mais de 400 espécies; Mais de 20 estão em quantidade significativa (1010/ml); Apresentam alta atividade metabólica Colonização mais rápida entre as populações ruminais; Se dividem em vários grupos, por substrato de atuação; Protozoários Cerca de 20 espécies;Até 100 vezes > que as bactérias; Cerca de 106/ml; Se estabelecem por contato direto ou indireto via saliva; Contribuem para: Estabilidade da fermentação e pH; Degradação da matéria seca em geral; Degradação da fibra; Digestão do amido. Podem gerar alguns efeitos considerados adversos; Produção metano; Fungos: Presentes em pequenas proporções; Quitridiomicetos anaeróbios; São produtores de zoósporos flagelados; Chegam ao ambiente ruminal por intermédio das forragens; Seu ciclo é completado por colonização de material recém ingerido; Há evidências que degradam fibras e lignina; Composição da Dieta e seu Metabolismo Carboidratos Sem digestão oral; Digeridos pela ação microbiana do rúmen; Bactérias anaeróbicas → transformam substratos; Etapas: hidrólise; acidogênese → AGVs; Acetato (maior quantidade no consumo de fibra); butirato (menor quantidade); propianato (maior quantidade no consumo de concentrado); Ração → concentrado + fibroso; Ração → nome dado ao produtor para o concentrado; Absorção e metabolismo de AGVs Proprionato → 95-98% passa pelo fígado → gliconeogênese → glicose; Butirato → absorção e transformação em corpos cetônicos → oxidação → transformação em gordura; Proteínas São hidrolisadas por enzimas bacterianas Aminoácidos entram na célula bacterianas; Lipídeos Lipólise → triglicerídeos; Fluído Ruminal Introdução Fornece informações sobre as funções do trato digestivo superior Confirmar ou excluir distúrbios da digestão bioquímica dos pré estômagos Realizar coleta do fluído em animais que não comem é a primeira coisa que se deve fazer quando se depara com um paciente desse; Osmolaridade: 200 a 350 mols → pode variar dependendo da dieta Colheita do fluído ruminal Uso de um mecanismo para realizar a colheita a vácuo; Realizar a coleta o mais rápido possível, para evitar o estímulo de produção de saliva, visto que ao entrar em contato com o fluído ela altera o seu pH, deixando mais elevado, dado alcalinidade que ela possui naturalmente. Quantidade suficiente é a de 50ml, no entanto, quanto maior a quantidade da coleta melhor a homogeneidade de sua amostra; Não realizar coleta nas 4 primeiras horas após alimentação, visto que atividade fermentativa é muito intensa e o fluído ruminal virá com diversas alterações; Análise do Fluído Ruminal Características físicas Cor (avaliação subjetiva) Varia com a natureza do alimento Feno → verde oliva a verde acastanhado Pastagem → verde oliva Grãos ou silagem → castanho amarelado Tubérculos → cinza Patológico Acidose ruminal → cinza/verde leitoso Decomposição da ingesta → verde enegrecido Odor Normal/característico → aromático Odores anormais Inodoro Ácido Pútrido Amoniacal Consistência Normal → levemente viscoso Patológico → aquoso, espumoso Cuidado! Saliva → aumenta viscosidade → nova colheita ↑ volume Tempo da atividade de sedimentação e flotação (TAS) → 4 a 8 minutos Flotação é a subida das bolhas de gás para a superfície do fluído; Sedimentação é a decantação das partículas sólidas para o fundo do recipiente que o fluído se encontra; Suco inativo (aquoso) → rápida sedimentação e flotação retardada ou ausente Consistência espumosa → sedimentação e flotação não evidenciada Características químicas pH Mensuração Papel indicador de pH Potenciômetro Valor fisiológico 5,5 a 7,4 Varia em função do tipo de alimento ingerido e do tempo decorrente da última alimentação; Rações ricas em fibras e/ou proteína → pH mais próximo do 7; Rações ricas em carboidratos → pH mais baixo; Dieta rica em carboidratos (animais adaptados) – pH (~=) 5.5 Pastagem – pH (~=) 7,0 Silagem, concentrado – pH (~=) 6 – 7 CUIDADO! Contaminação da amostra com saliva, o pH fica mais alcalino Processos patológicos pH aumentado (alcalino) Após jejum de mais de 24h Desativação da flora proventricular Intoxicação por uréia Processos de putrefação Alcalose ruminal pH diminuído (ácido) Fermentação excessiva de carboidratos de fácil digestão Em decorrência do refluxo abomasal, nas situações onde a saliva não tem mais ação tamponante; PRAM → prova de redução do azul de metileno; Característica bioquímica que reflete o metabolismo fermentativo anaeróbio da população bacteriana → avalia o consumo do azul de metileno, baseado na avaliação da cor do fluido após uma certa quantidade de tempo; Feno e concentrado → 3min Feno → 3 a 6 minutos Cereais → 1 minuto > 15 minutos atividade bacteriana comprometida Transfaunação < 8 minutos; Teor de cloretos Importância: nos casos onde há interrupção do fluxo gastrointestinal Método de determinação colorimétrico (espectrofotometria) Valores normais Bovinos – 15 – 25 mEq/l Ovinos – 8 – 25 mEq/l Anormalidades → 30 mEq/l Interpretação ↑cloreto → patologias do abomaso (compactação, estenose pilórico, abomasites, deslocamentos) e obstruções intestinais Características microbiológicas Atividade bacteriana Avaliação de flora Contagem direta dos microrganismos Cultura Coloração de gram → observação microscópica da microflora Acidose ruminal → gram positiva > gram negativa Protozoários Importância clínica Maior sensibilidade às anormalidades ocorridas ao meio ruminal Número de protozoários 10^5 Protozoários ciliados (principais) e flagelados Avaliação Viabilidade → % infusórios vivos/mortos Densidade → -(ausente), + (escassa), ++ (moderada), +++ (abundante) Motilidade → -, +, ++, +++ (sofre influência da temperatura) Distribuição → pequenos > médios > grandes Outras provas (Fluído Ruminal) Digestão da celulose Ácido láctico Concentração de amônia Redução do nitrito Ácidos graxos voláteis Afecções do Sistema Digestivo Afecções do sistema digestivo de pequenos ruminantes Caprinos e Ovinos Características geográficas → boa adaptação para as características da caatinga Rusticidade Produção de Leite Produção de Carne Fermentação Ruminal → importante entender; Indigestão Alimentar Simples Etiologia/Epidemiologia É frequente no diagnóstico das enfermidades que acometem os pré-estômagos. Modificações no manejo e no habito alimentar dos animais de forma abrupta, alterando o consumo alimentar. A oferta de um alimento ao qual a flora ruminal não está adaptada (silagem, cevada, fubá de milho), rações estragadas. A adaptação dos ruminantes a uma nova alimentação leva pelo menos entre 15 a 21 dias, por isso que o oferecimento de alimentos em que o animal não está adaptado causa indigestão; Manejo inadequado de cochos, nos quais o alimento novo é colocado sobre o velho, ingestão de placenta por vacas após o parto e de dietas contaminadas com substâncias que inibem a fermentação causam modificações no microambiente do rúmen. É mais frequente naqueles animais que são mantidos em confinamento, durante a fase produtiva, devido à variação que pode sofrer a composição da dieta, em quantidade e qualidade, principalmente, mudanças bruscas nos tipos de grãos. O distúrbio ocorre com maior frequência no período de maior estiagem, quando há escassez de alimentos de qualidade nas propriedades que não são bem estruturadas para produzir alimentos. Sinais clínicos Redução no apetite ou anorexia e a diminuição na produção de leite Dinâmica ruminal: amplitude e frequência ↓ As fezes estão reduzidas em quantidades, ressecadas e contém fibras não digeridas. Fluído ruminal: → O pH na maioria dos casos está ↑ → PRAM está acima de 6 minutos, em alguns casos não reduz. → Há uma diminuição significativa na atividade dos protozoários. Tratamento O restabelecimento do ambiente do rúmen: → Fornecer um substrato adequado, forragem de boa qualidade; → Ajustar o pH, quando estiver acima de 7,0: Administrando-se 0,1 a 0,2 litros de vinagre (5%) por via oral → Restauração da microbiota por meio da transfaunação 1 a 2 litros de fluido ruminal → Fornecimento de forragem de boa qualidade → Tratamento parenteral com soluções de cálcio (reestabelece o peristaltismo ruminal) intravenoso ou subcutâneo e vitaminas do complexoB (administração oral). Controle e Profilaxia As medidas preventivas da indigestão simples devem ser direcionadas para que as mudanças de alimentação sejam realizadas gradualmente, num período mínimo de três semanas, para que a microbiota se adapte à modificação da dieta. Afecções do Rúmen e Retículo Criações tecnificadas → surgimento das doenças com o uso de técnicas para aumentar a produção; Surgimento e intensificação das doenças Principais enfermidades → acidose ruminal, alcalose ruminal Alcalose Ruminal Epidemiologia Distúrbio de pouca frequência em relação aos demais Ingestão ↑ de alimentos nitrogenados: PTN e NNP - Dietas pobres em carboidratos Uso de uréia como fonte de nitrogênio barato - Produção excessiva de amônia Sistema de produção intensiva: vacas de leite Maior ocorrência em épocas secas - Rações: farelos de soja e algodão, cama de frango - Perdas econômicas: tratamento, produção animal Fisiopatologia Concentração no rúmen de NH3 ↑ ←→ ↑ absorção - Ureia: índices elevados 1-2 horas após ingestão - Proteínas vegetal: 3-5 horas após - Intoxicação: níveis no rúmen > 100mg/dl Bactérias proteolíticas pH do fluido ruminal > 7,0 Altera a composição da flora bacteriana do rúmen - Bactérias: celulolíticas e aminolíticas prejudicadas Sinais clínicos ↑ NH3: hiperamonemia Graves: tremores musculares, incoordenação, salivação, timpanismo, hipomotilidade ruminal, excitação Brandos: diminuição do apetite, hipomotilidade ruminal, incoordenação, timpanismo, diarréia pH do suco ruminal: 7,5 a 8,5 Atividade da fauna e flora alterada Tratamento Eliminar a causa Correção do pH ruminal: solução de vinagre - ½l a 1l em 5l de água fria Transfaunação com suco de rúmen fresco Hidratação, vitaminas do complexo B e minerais Casos graves: ruminotomia É a única opção viável nesses casos, visto que o vinagre não irá resolver; Prognóstico Depende do quadro clínico Casos brandos tem bom prognóstico, no entanto, casos graves tem prognóstico de reservado a ruim devido a severidade dos sinais clínicos; Prevenção Manejo nutricional adequado - Fornecimento de compostos NNP e farelos proteicos - Incorporar fontes de carboidratos na dieta Acidose Ruminal Relação simbiótica - Hospedeiro ←→ Microrganismos Razões econômicas → Sistema de produção intensivo - Explorando o complexo processo fermentativo → Acidose Ruminal → Ruminites, abcessos hepáticos, laminite, trombose da veia cava Etiologia Espécies afetadas → Perdas econômicas diretas e indiretas → Morbidade e mortalidade → Alta prevalência e impacto econômico Modificações no quadro clínico → Osmolaridade, pH e lacticemia → Morte da fauna; Desequilíbrio da flora → Manifestações clínicas variáveis → Leves ou Fatais; Quantidade e tipo de alimento ingerido, estado nutricional e tempo de adaptação do rúmen Acidose lactica ruminal Distúrbio fermentativo Afeta bovinos, caprinos, ovinos e bubalinos Ingestão elevadas de carboidratos fermentáveis Alterações no rúmen e sistêmicas Sinais clínicos Evolução superaguda: <8 horas, decúbito e morte Aguda - Aparecimento nas primeiras 36 horas - Anorexia, hipomotilidade/atonia ruminal, distensão abdominal, FC e FR aumentadas, TR > 40ºC, fezes pastosas a diarreicas, poliúria/anúria, desidratação, esclera com vasos injetados Crônica - Baixos índices de produção, anorexia e sequelas - Laminite Achados laboratoriais Colheita e exame das amostras do fluido ruminal - Bomba de sucção a vácuo + sonda plástica flexível - ± 200mL de suco ruminal - 15’ para início das provas Cor, odor e consistência Alterações 4h PI → Cor verde-oliva castanha; Odor aromático; Consistência levemente viscosa; Restabelecimento do padrão normal → 32h PI → Consistência; → 48h PI → Cor; Determinação do pH Aferição imediata pH → Baixo Protozoários → atividade diminuída PRAM → min TAS → diminuído Bioquímica - GGT, AST, CK e ureias: inicialmente aumentadas, mas se estabilizam - Ácido láctico: aumentado (uso de cromatógrafo) - Glicose aumentada no início, tende a cair Urina → pH baixo Hemograma - Hemoconcentração, VG: 30% - 50% - Leucometria: normal ou ↑, neutrofilia, linfopenia Flora Bacteriana Predomínio de bactérias Gram-negativas → Evolução da enfermidade; Diminuição do pH → Presença de bactérias gram-positivas Recuperação clínica → restabelecimento da flora → 32h a 48h PI Diagnóstico Histórico; Exame clínico; Achados laboratoriais; Tratamento Correção da acidez Remoção da fonte produtora de ácido láctico Uso de antibióticos → ionóforos; Transfaunação e terapia de suporte Ruminotomia: casos graves Prognóstico Dependo do quadro clínico Prevenção Práticas adequadas de manejo - 3 semanas para a adaptação a nova dieta Uso de aditivos - Tamponantes: carbonatos de Mg, óxido de Mg, bicarbonato de sódio - Antibióticos ionóforos: monensina, lasalocida Timpanismo (meteorismo) Há distensão ruminal e perda de estratificação Distensão anormal do retículo e rúmen Excessiva retenção de gases – fermentação Timpanismo primário → espumoso Timpanismo secundário → gasoso Espuma misturada com o conteúdo ruminal Gás livre separado da ingesta Timpanismo primário Ingestão de forragens suculentas – leguminosas Alimentação com grãos finamente triturados Alteração na microbiota Bactérias encapsuladas produzem um/ muco viscoso que pode resultar em uma espuma estável Redução na produção de saliva Timpanismo secundário Obstrução física da eructação Corpo estranho no esôfago → exame do esôfago extremamente necessário; Ruptura de esôfago Aspiração de alimentos para o pulmão Pontos de obstrução mais comum: Glote; Desvio cardíaco; Cardia; Estenose ou pressão derivada de um aumento de volume fora do esôfago (como linfadenopatia) Atonia do rúmen Compressão do vago Timpanismo – Sintomas Distensão do flanco esquerdo, início esquerdo Dispnéia moderada a severa Ressonância timpânica sobre o abdômen dorsal, som metálico No timpanismo gasoso é maior; No timpanismo espumoso o ping é menos evidente e o gás não é liberado com a passagem da sonda estomacal Timpanismo – Tratamento Retirar animais do pasto ou alimento suspeito Plantas com altos índices de proteína levam a timpanismo; Passar a sonda/utilizar trocater em último caso Avaliar se o timpanismo é gasoso (se resolve com o uso da sonda, também pode-se usar o trocater) ou espumoso O trocater ajuda no esvaziamento do gás, no entanto, ele pode deixar fistula no animal, de modo que gás seja drenado sempre para fora do corpo e em alguns casos até mesmo dentro da cavidade abdominal; uma solução seria realizar a punção de forma que os orifícios em cada tecido estejam desencontrados; Retirada de corpos estranhos; Você pode empurra-los para dentro do rúmen casos estes não sejam metálicos ou pontiagudos; Utilização da sonda de pesca Procedimento cirúrgico não é recomendo devido a cicatrização do esôfago que já é dificultada e no caso de ruminantes existe um agravante, que é o fato da ruminação impedir que haja uma cicatrização adequada e induzirá a criação de fistula; No entanto, se o proprietário desejar, pode-se realizar sempre com a alerta do problema que será gerado. Casos Graves Nos casos de visível distensão, respiração bucal, protusão de língua e andar cambaleante – ruminotomia de emergência Casos leves a moderados Terapia com cálcio e ruminotóricos-laxantes-antiácidos para favorecer o esvaziamento – purgante salino Agentes antifiséticos – acetilbutilato – blo-trol (apenas utilizado no espumoso) Bovinos (20 a 30ml) Caprinos e ovinos (10ml) Retículoperitonite traumática Fatores de Risco Cama de frango Manutenção de cercas Animal solto na rua (próximos a lixões) Coxo Direcionamento do corpo estranho → muito importante na sucessão do quadro clínico Esôfago: obstrução da goteira esofágica – vômito Regurgitação descoordenada Direcionamento do corpo estranho – lateral direito Retículoperitonite traumática – Aguda Aspectos clínicos e laboratoriaisVariáveis em função do tipo de síndrome Aguda Abrupta redução na produção de leite e apetite (anorexia) Febre, FC e FR normais ou ↑, lentos e deprimidos Relutância aos movimentos Abdução de codilhos Cifose/Hipomotilidade ruminal com timpania Fezes secas, escassas e mal digeridas Devido a disfunção do retículo em separar o alimento que permanecerá no rúmen e os que seguirão para os próximos pré-estômagos Provas de dor Prova de cernelha (prova de pinçamento) → ausculta de gemido indicando dor; Prova de bastão (provocar dor) → ausculta de gemido indicando dor; Percussão dolorosa Crônica Perda de peso Disfunção ruminal com ou sem timpanismo Anorexia intermitente PERITONITE GENERALIZADA Febre, frieza cutânea generalizada Expiração com ronco e gemido Aumento à palpação da tensão abdominal Devido à grande quantidade de liquido presente devido a peritonite; Estase ruminal e gastrointestinal Diagnóstico Uso de ultrassom; Direcionamento do corpo estranho: Ventral: abcessos subperitoniais e subcutâneos próximos ao processo xifoide - PERITONITE Cranioventral: poderá atingir diafragma, pericárdio, miocárdio; retículo pericardite traumática; Som de máquina de lavar na ausculta; não se ausculta esse som em casos de pericardite fibrinosa, nesse caso o som é de abafamento Retículopericardite traumática ICC Estase venosa positiva devido a ICC; Achados clínicos e laboratoriais Hemogramas: leucocitose Fibrinogênio plasmático ↑ Apesar de ser uma proteína de fase aguda, o fibrinogênio estará presente mesmo nos casos crônicos Em casos onde o fígado está comprometido, o fibrinogênio não poderá ser produzido, portanto não se eleva Provas de função ruminal: fauna e flora comprometidas Análise do fluido peritoneal e pericárdio: odor e celularidade alterada Ultrassonografia Região cranioventral do tórax, antímero esquerdo com probe convexa 3,5MHZ Abdominocentese Pericardiocentese Achados de necropsia Áreas de aderência Fibrina na cavidade abdominal Abscessos Líquido peritoneal turvo e fétido Peritonite difusa Pericárdio espessado com grande presença de fibrina nos casos retículopericardite Grande diversidade de objetos estranhos Deslocamento lateral direito → fígado Deslocamento lateral esquerdo → baço Tratamento RPT aguda Conservativo Imã, antibióticos Transfaunação Hidratação, vitaminas do complexo B, cálcio. Ruminotomia exploratória: conduta inicial de terapia Prevenção Manejo alimentar adequado Uso de dispositivos magnéticos Afecções do Abomaso Introdução Condições envolvidas com as afecções do abomaso: Intensificação da produção bovina Seleção para alta produção leiteira Alimentação com grandes quantidades de grãos Confinamento Exercício limitado Estresse Principais afecções do abomaso 1. Deslocamento do abomaso à esquerda (DAE) 2. Deslocamento do abomaso à direita (DAD) 3. Torção do abomaso (vólvulo) 4. Úlceras abomasais 5. Impactação alimentar do abomaso (Impactação associada com indigestão vagal/Impactação abomasal dietética) 1. Deslocamento do abomaso à esquerda (DAE) A causa da DAE é multifatorial → altos níveis de concentrado + diminuição da motilidade do órgão + acúmulo de gás abomasal Epidemiologia Ocorre mais frequentemente em vacas adultas de alta produção – nas seis primeiras semanas após o parto (90% dos casos) Fatores de risco Dietas altamente energéticas durante o pré-parto Vacas obesas Diminuição da ingestão de matéria seca antes do parto Redução do enchimento ruminal e hipomotilidade O baixo volume ruminal oferece menos resistência ao DAE Patogenia Alimentação com grãos aumenta o fluxo da ingesta ruminal para o abomaso Aumento na concentração dos ácidos graxos voláteis inibe a motilidade do abomaso Acúmulo da dieta e gases no abomaso Distensão e deslocamento Final da prenhez rúmen é levantado do assoalho pela expansão do útero. Depois do parto o rúmen abaixa e aprisiona o abomaso Sinais clínicos do DAE Inapetência ou anorexia completa Queda na produção de leite Cetose Temperatura, FC e FR sem alterações Fezes reduzidas e mais moles que o normal Hipomotilidade ruminal e ausência de sons nos espaços intercostais abdominais Som de líquido ao balotamento Sons metálicos (pings) característico Na ausculta do rúmen pela fossa paralombar e que se ouça um som abafado indica que o abomaso foi deslocado Tratamento Médico (clínico) → podem ser utilizadas soluções de cálcio, neostigmina e catárticos salinos. Cirúrgico → abomasopexia paramediana direita; omentopexia pela fossa paralombar direita 2. Deslocamento do abomaso à direita e vólvulo abomasal Abomaso desloca e gira a posição do piloro e há acumulo de gás Epidemiologia Ocorre mais frequentemente em vacas adultas de alta produção – nas seis primeiras semanas após o parto (90% dos casos) Patogenia Atonia abomasal e deslocamento na direção caudal Abomaso não elimina o seu conteúdo Desidratação e alcalose metabólica com hipocloremia e hipocalemia O abomaso distendido pode torcer nas proximidades do orifício omaso-abomasal Obstrução aguda com deterioração circulatória local e necrose isquêmica do abomaso Sinais clínicos Inapetência, anorexia e diminuição da produção láctea Fezes reduzidas, aumento da ingestão de água Fraqueza muscular Temperatura/Batimentos cardíacos/Movimentos respiratórios Mucosas secas e pálidas – desidratação Atonia ruminal e conteúdo pastoso Víscera tensa, imediatamente atrás e abaixo do arco costal direito. Balotamento com auscultação – chapinhar na área Percussão e auscultação – Som metálico 3. Indigestão Vagal Sinônimos Síndrome de Hoflund Síndrome da Indigestão Vagal Anatomia Nervo Vago Origem: centros gástricos na medula oblonga Adentram abdômen: hiato esofágico no diafragma Divisão: 2 ramos Ventral: à direita – inerva retículo, omaso e abomaso (geralmente o mais afetado pela RPT); Dorsal: à esquerda, inerva o rúmen Fisiologia Sistema nervoso intrínseco – parede ruminorretícular – ainda assim é a inervação vagal que coordena os movimentos. Após vagotomia – atonia e retorno da movimentação; Núcleo dorsal recebe estímulos aferentes que afetam controle da motilidade dos pré- estômagos Origem na luz ruminorretícular e monitoram: distensão, consistência da ingesta, pH, concentração de AGV e força iônica Definição É um grupo de distúrbios motores que dificultam a passagem dos alimentos através do orifício retículo-omasal ou pelo piloro Pode acontecer por lesões ao longo do curso do Nervo Vago Locais de Obstrução Existem 2 locais de obstrução da ingesta, que causam 4 distúrbios funcionais: 1. Falha no transporte omasal da ingesta (Estenose funcional anterior) Atonia retículo-ruminal – Timpanismo recidivante Motilidade normal a aumentada do rúmen 2. Falha no esvaziamento pilórico (Estenose funcional posterior) Prejuízo ao fluxo do piloro de modo contínuo Prejuízo de modo intermitente Sinais Clínicos Falha no transporte omasal → Estenose Funcional Anterior Inapetência com distensão ruminal Hiper/hipomotilidade ruminal Acúmulo da ingesta no compartimento ruminorretícular Contorno abdominal maça/pera Bradicardia Redução trânsito gastrintestinal – redução volume de fezes Fezes com um maior tamanho das fibras Perda padrão de motilidade e da estratificação ruminal – espumoso e uniforme Desidratação – falha na absorção ruminal Falha no fluxo de saída pelo piloro → Estenose Funcional Posterior Acúmulo de ingesta no abomaso e omaso Incialmente não há comprometimento da motilidade ou estratificação ruminal Aumento do teor de cloretos (>30mEq/L) Menor eliminação de fezes Causas Predisponentes Estenose Funcional Anterior Estenose Funcional Posterior RPT Vólvulo abomasal Aderências do lado direito do retículo Deslocamento abomasal direito/esquerdo Abcessos hepáticos Inflamação ou aderência na região fúndica ou no retículo Peritonite difusa Úlcera abomasal (principalmente as perfurantes) Doenças inflamatórias rúmen/retículo Prenhez avançada com fetogrande Obstrução orifício retículo-omasal Etiologia de 72 casos de paralisia do Nervo Vago (Dirksen 1980) RPT – 31 casos RPT com abcesso – 21 casos Hérnia diafragmática – 9 casos Hepatite apostematosa – 4 casos Linfadenite leucótica (linfonodos mediastínicos) – 3 casos Abcessos esofágicos – 1 caso Causa incerta – 3 casos “Na maioria dos casos de indigestão vagal há pouca evidência de lesão do nervo vago...” Diagnóstico Histórico (curso subagudo a crônico; inapetência com distensão abdominal) Sinais clínicos (hipermotilidade descoordenada; bradicardia) Ultrassonografia Prova da atropina (bradicardia) → 30mg sulfato de atropina /SC/15min ↑FC em no mínimo 16% da FC inicial Atropina – Atua bloqueando o efeito do nódulo sinoatrial, o que aumenta a condução através do nódulo atrioventricular e consequentemente o batimento cardíaco Ruminotomia exploratória: Áreas de aderência Distensão ruminorretícular Conteúdo pastoso/espumoso no rúmen Ausência de tonicidade do orifício retículo-omasal Importante determinar a causa primária Achados de Necropsia Rúmen com conteúdo pastoso a espumoso Retículo e omaso anormalmente distendido Omaso e abomaso mais firme Intestinos relativamente vazios Fezes pastosas e não digeridas Prognóstico Geralmente é desfavorável Destino dos 72 casos de paralisia do nervo vago (Dirksen 1980) Sacrifício imediato – 61 casos Tratados – 11 casos Recuperados – 5 casos Estenose funcional anterior parcial – 2 casos Estenose funcional posterior temporária – 3 casos Não recuperados – 6 casos Doenças do Gado Leiteiro - Rebhun Medicina Interna de Grandes Animais – Smith Clínica Veterinária – Otto Radositis 4. Úlceras de Abomaso Etiologia A causa é desconhecida; Causas primárias tem sido sugerida: por exemplo: linfomas do abomaso, doenças virais. Úlceras abomasais primárias Vacas leiteiras em lactação: estresse do parto, início da lactação, alta produção e dieta com grãos Touros adultos e bovinos de corte: transporte e cirurgias longas, condições dolorosas e dieta com grãos Bezerros alimentados manualmente: desmame/sucedâneo Bezerros de corte lactentes: tricobenzoares Úlceras abomasais secundárias DAE e/ou dilatação Compactação ou vólvulo abomasal Linfomatose Indigestão vagal Patogenia Classificação da úlcera abomasal Tipo 1: úlcera não-perfurada – lesão na mucosa – ↓ apetite; Lesão da mucosa Difusão de íons H+ do lumén para mucosa Difusão de pepsina para mucosa Aumento da lesão Bom prognóstico Tipo 2: úlcera não perfurada e com sangramento - lesão na mucosa e em vasos – ↓ apetite; melena; dor; bruxismo; mucosas pálidas; Bom a moderado Tipo 3: úlcera perfurada e com peritonite local aguda – lesão na mucosa; submucosa; muscular e serosa – abcesso localizado – ↓ apetite; melena; urina normal; anorexia; febre (em estágios iniciais até que a região esteja encapsulada); desidratação; ↓ produção de leite; dor; bruxismo andar diferenciado; inapetência; frequência respiratória aumentada; redução de motilidade intestinal; mucosas pálidas; Reservado a ruim; Tipo 4: úlcera perfurada e com peritonite difusa – lesão na mucosa; submucosa; muscular e serosa – inflamação por todo o peritônio ↓ apetite; melena; diarreia; urina normal; anorexia; febre; desidratação; ↓ produção de leite; dor; bruxismo; andar diferenciado; inapetência; frequência respiratória aumentada; prova de dor positiva; dificuldade em andar; dificuldade em se deitar; coloração alterada do líquido da cavidade abdominal; Ruim; Achados clínicos Dor abdominal Melena Palidez das mucosas Anorexia, taquicardia (90-100 bpm) diminuição de produção, fezes escassas; Patologia clínica Teste de sangue oculto (coleta de fezes) Hemograma Diagnóstico Achados clínicos e necroscópico Prognóstico De reservado a desfavorável Tratamento Transfusão de sangue (VG ↓ 20%) e fluidoterapia (oral → tanto com atonia ruminal quanto com motilidade, há absorção de líquido) Coagulantes!? → não é necessário, pois há produção de vitamina K no rúmen; Antiácidos: óxido de magnésio (500 a 800g/450kg PV – 2 a 4x/dia) ou silicato de magnésio (100g dia) Altera o pH do fluido ruminal e pode levar a morte de bactérias; pouco eficiente, extremamente caro; Caulim e pectina (2-3L/animal, 2x/dia) Excisão cirúrgica: sucesso limitado Prevenção Ração, parasito e estresse → causas, preveni-los; Ração adequada; Controle de parasito; Redução de estresse; 5. Impactação alimentar do abomaso Etiologia Ingestão de grande quantidade de forragem de baixa qualidade Epidemiologia Vacas de corte primíparas Vacas no periparto (HV/CSTR) Achados clínicos Anorexia, fezes escassas, distensão abdominal e perda de peso Parâmetros fisiológicos normais, rúmen cheio e atônico Flanco direito inferior distendido e o abomaso pode ser palpado pela parede abdominal ou via retal Debilitação e decúbito Patologia clínica Alcalose metabólica, hipocloremia hipocalcemia Dosar teor de cloretos? Diagnóstico Laparotomia (confirmação) Diferencial: impactação associada com indigestão vagal, impactação de omaso, peritonite difusa e obstrução intestinal. Achados de necropsia Compactação, cama de frango, corpos estranhos. Prognóstico Desfavorável. Tratamento Encaminhar para o abate; Abomasotomia? Controle Forragem de boa qualidade. Afecções Intestinais dos Ruminantes Importância Casuística Afecções mecânicas/fermentativas Dilatação e Torção do Ceco Obstrução intestinal Dilatação e Torção de Ceco Etiologia Incerta ↑ concentração de AGV: ácido butírico → reduz motilidade do ceco Epidemiologia Vacas leiteiras: alta produção e bem alimentadas Ocorre geralmente no pico de produção por volta dos 60 dias pós-parto; Três a cinco anos de idade Periparto Ovinos: descrito na literatura 1º Parto 2º Parto 3º Parto 4º Parto 5º Parto 6 º Parto 7º Parto 0 5 10 15 20 25 Produção leiteira conforme a quantidade de partos Produção de Leite Número de Partos Pr od uç ão d e Le ite e m Li tro s Patogenia Sinais clínicos Dilatação cecal sem torção → Apetite caprichoso a anorexia, baixa na produção, desconforto abdominal e poucas fezes; → Som de “ping”: fossa paralombar direita até 10º espaço intercostal → Auscultação/baloteamento: ruído de chapinhar; → Ligeira distensão do flanco superior direito. Casos leves: sem sinais e parâmetros fisiológicos normais Dilatação cecal com torção → anorexia, atonia ruminal, distensão do flanco direito e ausência de fezes (torção impede formação de fezes; distensão do flanco pelo aumento do órgão); → Desidratação (não está havendo absorção de água) e taquicardia; → Movimentação cautelosa e escoiceia o abdômen (dor); → Som de “ping”: fossa paralombar direita até 12º espaço intercostal; → auscultação/baloteamento: ruído de chapinhar. → enoftalmia Importante: exame retal Patologia clínica Dieta rica em carboidratos Fermentação do ceco (quando o alimento não é fermentado no rúmen pelo excesso) ↑AGV ↓ pH Acúmulo de ingesta e gás Dilatação, delocamento e torção Ácido Butiríco (grande produção distende o ceco e causa -> Atonia cecal Hematologia sem alteração Hipocloremia e hipocalemia Teor de cloretos do fluído ruminal (elevado nos casos de torção; PODE estar em casos de dilatação) Prognóstico Bom → Dilatação sem torção Reservado a desfavorável → Dilatação com torção Tratamento Clínico Retirar a causa Volumoso de boa qualidade Droga parassimpática: neostigmina (0,02mg/kg PV – SC – 1/1h – 3 dias); Cirúrgico Torção; vísceras distendidas; Nos casos de torção, se esvazia o órgão para depois manipula-lo; Obstrução Intestinal Etiologia Acidentes intestinais (torção, intussuscepção e estrangulamento) Bloqueio luminal; Íleo paralítico Epidemiologia Incomum, mas ocorre; Animais jovens e adultos; Sinais clínicos → anorexia, atonia intestinal (da área acometida principalmente); distensão do abdome; → Fezes escassas ou ausentes (grandes quantidades de muco e sangue → ‘coágulo de sangue’)→ Dor abdominal (sapateia, decúbito com estiramento e escoiceia o abdome) Desidratação severa e toxemia; Decúbito e morte Distensão do abdômen do lado direito Importante: exame retal Patologia clínica Hematologia e fibrinogênio plasmático (proteína de fase aguda – excelente marcador para indicar inflamação em ruminantes (400 a 600 mg/dl) Alcalose metabólica hipoclorêmica, hipocalêmica ↑ Teor de cloretos do fluido ruminal Prognóstico Bom (não havendo torção ou estrangulamento das vísceras) Reservado a desfavorável Tratamento Cirúrgico → detectar o local Em casos em que a obstrução é feita por enterólito pequeno, pode-se utilizar laxantes para fazer o esvaziamento; Fatores de Risco e Métodos de Controle de Parasitoses Gastrointestinais em Caprinos e Ovinos Introdução Conhecer a propriedade, a realidade de cada fazenda; Entender e conhecer os cuidados sanitários que devem ser aplicados as propriedades para um melhor controle de parasitoses; Doenças parasitárias estão entre os principais problemas sanitários das propriedades rurais; A região Nordeste concentra os maiores rebanhos, com 94% dos caprinos e 55% dos ovinos; A morte por parasitoses só se observa em ruminantes que estão imunodeprimidos; A parasitose nem sempre causa perda de peso, a perda de peso que permite a manifestação da parasitose, no entanto, uma vez instalada, a parasitose ajuda nesse quadro. Etiologia Helmintos → geralmente eles sempre são encontrados associadas várias espécies; nos animais mais jovens, eles são associados a Eimeria sp., causando a eimeriose; Haemonchus contortus → parasita hematófago, suga grandes quantidades de sangue; é o principal nematódeos; anemia severa; Trichostrongylus axei T. colubriformis Strongyloides papillosus Oesophagostomum columbianum Protozoários: Eimeria sp. → mais comum em animais jovens, são associados a helmintos; Os animais com eimeriose são geralmente descartados quando na fase adulta, pois eles não acompanham o desenvolvimento do resto do rebanho; Epidemiologia Fatores de Risco Espécie: Caprinos ramoneiam (procuram alimentos em lugares mais altos, logo, possuem menor contato com L3, por isso, possuem baixa resistência aos parasitas e são mais susceptíveis a infecção) Essa baixa resistência acontece pela menor capacidade de desenvolver resposta imune frente aos parasitas gastrointestinais (PGI); No entanto, pode-se adaptá-los em um período de um ano, para que estes se tornem mais resistentes; Ovinos pastejam (comem alimentos do solo, logo, são mais infectados com a L3 pela maior presença destas, no entanto, possuem mais resistência e morrem menos por isso;) Eles possuem uma melhor resposta imune frente aos PGI, o que confere a maior resistência que possuem; Em surtos de rebanhos mistos de caprinos e ovinos, é mais comum que os sinais clínicos surjam apenas nos caprinos devido essas condições explanadas; Cabras toleram melhor as toxinas naturais – metabólitos secundários de plantas (PSMs) – ramoneio – plantas arbustivas com maior conteúdo em PSMs – que resultou em um processo evolutivo com o desenvolvimento de mecanismos fisiológicos e metabólicos adaptativos para tolerar a toxicidade dos PSMs – AUTOMEDICAÇÃO Isso confere aos caprinos uma metabolização mais rápida dos anti- helmínticos (ATH), por sua vez, eles podem combater os helmintos com o auxílio de metabólitos secundários de plantas; (Umbuzeiro) Sistema de Produção: A origem de contaminação é nos pastos (95% dos parasitos estão no pasto, apenas 5% estão nos animais) Quantos animais estão no pasto? Que tipo de sistema esses animais vivem? (intensivo, semiintensivo, semiextensivo ou extensivo) L3 ingerida → Período Pré-Patente (3 semanas) → Volta para o ambiente como ovo nas fezes → Entre 4 a 6 dias a larva se torna infectante → L3 ingerida Na época de seca, a larva infectante permanece no animal em estado de hipobiose e retorna para o ambiente no início do período chuvoso; No ambiente, a larva pode permanecer por até 3 meses viva; São sensíveis a SECA e a GEADA; Pastejo rotacionado → animal deve permanecer no piquete até no máximo por 5 dias, sendo indicado que ele saia no 4º dia; Nos sistemas de rotação, quando o paciente retorna ao 1º piquete, esse já não tem uma boa qualidade de alimento Liberar o animal a partir das 8h da manhã, que é o horário do dia em que o sol está com maior intensidade e impede a infecção, pois a lava se esconde rente ao solo para evitar a radiação solar Lotação das pastagens/currais → até 5 animais/hectare; Fêmeas em período periparto → possuem queda de imunidade devido ao processo de fisiológico do parto, logo, caso existam no animal parasitos em estado de hipobiose, eles irão se reativar e infectar o animal e o ambiente em grandes quantidades; É recomendada a vermifugação da fêmea 1 mês antes do parto para evitar a infecção da fêmea e a consequente infecção do ambiente → caso essas fêmeas permaneçam em áreas reservadas para elas; nos casos em que as fêmeas são mantidas nos piquetes, se faz a vermifugação 1 mês antes do parto e no dia do parto; Raça: Raças nativas x Raças importadas As raças nativas têm maior resistência; as importadas são mais susceptíveis a PGI, precisando de vermifugação preventiva; Produtividade: Cabras de raças leiteiras são mais susceptíveis a PGI, logo, esses animais são outro grupo que necessitam de vermifugação; Estado nutricional e imunológico Animais desnutridos e imunocompetentes são grupos de riscos, devido a falha da ação imunitária, necessitando vermifugação; Fêmeas em lactação → o desmame dos cabritos deve ocorrer em até 60 dias após nascimento, para evitar que a mãe acaba se desnutrindo e ficando imunocompetente; Sinais clínicos Anemia → Haemonchus são hematófagos, sugam sangue e causam anemia severa; Mucosas pálidas; Anorexia; Perda de Peso; Edema submandibular, pode-se encontrar edema na conjuntiva; Diarréia (não para Haemonchus...) → causada pela Eimeria e várias espécies de Helmintos Hemoncose → Achados de Necropsia Grande presença de parasita Carcaça pálida Edema submandibular e mesentério Hidrotórax Hidropericárdio Ascite (em animais jovens) Diagnóstico Sinais clínicos Determinação do número de ovos por grama de fezes (OPG → 500 a 1000) e Ht Cultura de Larvas Necropsia Controle e profilaxia Eliminar os vermes do HOSPEDEIRO Melhorar resistência do HOSPEDEIRO Reduzir o contato entre o HOSPEDEIRO e o estágio infectante Refugia Grupo de larvas que permanece na pastagem sem sofrer ação das drogas, sendo considerados como um estoque de larvas SUSCEPTÍVEIS ao vermífugo; Controle de PGI Um fator importante para minimizar o fenômeno da resistência anti-helmíntica são as larvas em refugia – RA – sucesso da progênie que sobreviveu ao tratamento. Resistência e resiliência do hospedeiro Resistência é a capacidade do hospedeiro de resistir à infecção parasitária Animais resilientes, ao contrário dos resistentes, não diminuem significamente a contaminação ambiental Como saber se existe resistência? Teste de redução da contagem de ovos por grama de fezes Realizar OPG Tratar os animais Realizar novo OPG – 10 dias Teste de eficácia das drogas Média do OPG dia 0 – Média do OPG dia 10/Média do OPG no dia 0 x 100= E (%) Formas de Controle de PGI com Anti-Helmíntico Tratamento Preventivo É realizado em períodos regulares, em datas pré-estabelecidas, em todo o rebanho, com o objetivo de evitar infecções clínicas ou subclínicas Tratamento curativo É realizado somente quando ocorrem sinais clínicos; (Perda de produtividade) Tratamento tático É utilizado sempre que as condições ambientais favoreçam o surgimento de verminose Vantagem: Geração de resistência é retardado; Desvantagem: Perda de produção Tratamento Supressivo Vermífugar os animais a cada 2-4 semanas, com drogas de curta persistência Tratamento seletivo Quando se trata somente alguns animais do rebanho Tratamento não intencional Utilização de anti-helmínticospara outras doenças parasitárias Opções de Controle Controle integrado das parasitoses Manejo do rebanho e de pastagens Pastoreio rotacionado Descontaminação prévia das pastagens Pastoreio com alternância de categorias e ou espécies de hospedeiros Controle biológico Seleção genética Nutrição Vacinas Fitoterapia Método Famacha Inspeção da Mucosa Ocular Vermífugar menor nº de animais e frequência Vermífugar apenas animais com anemia clínica Coloração da mucosa com provável Ht A coloração da conjuntiva de caprinos sadios tem menor intensidade quando com ovinos sadios Preenchimento capilar nos caprinos é mais demorado, pode levar até 8s Intoxicação → Neguvon (Triclorfone); Levamisol; Sinais clínicos → balançar de cauda e cabeça, salivação, incoordenação; Recuperação rápida; Auxiliar no tratamento de intoxicação com antitóxico e fluidoterapia; Tratamento Anemia → Transfusão Escolha do doador Avaliação da condição clínica geral e Ht 20 – 25 % de sua volemia – a cada 30 dias Exemplo: Ovino 60Kg (4,80 – 6,00 L total – 960 – 1,200ml) Teste de Compatibilidade Se coleta 2ml de sangue do doador e 2ml do receptor → coloca-se o sangue em seus respectivos recipientes adequados com anticoagulante, se homogeneíza o sangue, logo após se retira 1ml de cada um e mistura as amostras em uma placa de petri para observar a reação; Caso o sangue se aglutine e continue homogeneizado, é compatível; Caso se separe e forme grânulos, é incompatível Volume necessário 2,2 ml de sangue/kg de PV para elevar 1% VG → serve para grandes animais; Ex: Cabra c/ 30 Kg c/ VG de 10% Elevar p/ 24% (normal) VG: 24 – 10 = 14% 1Kg --------- 2,2 ml de sangue 30Kg -------- x =66ml 66 ml p/ elevar 1% VG 1% -------- 66ml 14% ------- X = 924 ml de sangue Volume (ml) = Peso Paciente x (Ht% Pretendido – Ht% Paciente) X 2,2 Se o paciente tiver uma boa terapia de suporte e a resolução da causa da anemia, apenas 50% do volume pretendido garante que o paciente tenha uma melhora no seu quadro; Coleta de sangue para doação Contenção do Doador → Utilização de Cateter → Auxílio da Gravidade Anticoagulante → 1 parte de citrato de na/9 partes de sangue Para cada 450 ml de sangue, se usa 50 ml de citrato Administração do Sangue Venopunção – utilização de cateter Mensuração dos parâmetros fisiológicos Velocidade de administração Reações transfusionais Tremores musculares Inquietude, defecação e piloereção Suspenção da Administração do Sangue Administração de Glicocorticoide (Imunossupressão/Preservação de integridade vascular) Patologia Sistema Digestivo A maioria das enfermidades do sistema digestivo em ruminantes é decorrente de manejo alimentar inadequado Principais sinais clínicos apresentados no sistema digestivo Diarréia Desidratação Timpanismo Abaulamento abdominal Anorexia Perda de peso Emagrecimento Sialorreia Apetite caprichoso Melena Mucosas pálidas Estomatites erosiva e ulcerativas Doença Causa Espécies afetadas Febre Catarral Maligna Alcephaline herpesvírus-1 Herpesvírus ovino-2 Ruminantes BVD Pestivírus Bovinos Doença Causa Espécies afetadas Febre aftosa Picornavírus Ruminantes, Suínos Estomatite vesicular Radbovírus Ruminantes, Suínos e Equinos Estomatites erosivas e ulcerativas Doenças erosivas Febre catarral maligna Etiologia Alcephaline herpesvírus-1; Herpesvírus ovino-2; Mais importante na nossa região; Grande eliminação do vírus pelos ovinos Contaminação de outros ruminantes, mas principalmente bovinos em contato com ovinos; Especula-se, que esporadicamente a doença pode ser adquirida de animais silvestres; Vírus da FCM clássica do veado de cauda branca Herpesvírus caprino 2 Epidemiologia Ruminantes; Ovino portador: Contato dos bovinos e ovinos na época de parição. Sinais clínicos Incubação de 3 a 10 semanas; Curso clínico de 3 a 7 dias: Geralmente os animais falecem por volta do 7º dia, mas caso sobrevivam a essa fase, eles sobrevivem sem sequelas; Febre, linfadenopatia, salivação, descarga nasal mucopurulenta, opacidade de córnea, hematúria, diarreia, úlceras na cavidade oral (pontas de papilas são achatadas pela presença das úlceras – redução de vascularidade → pouco aporte de nutrientes → necrose → achatamento), palato, cavidade nasal (corrimento nasal), boca e língua: Mal do chifre, mal-do-oca: Remoção do chifre e uso de querosene como suposto tratamento pelos produtores: Muitas vezes pioram o quadro clínico do animal; Dermatites com crostas e desprendimento de chifre e cascos. Patologia Pontos esbranquiçados nos rins e fígado Presença de aglomerados de células de defesa (linfócitos e plasmócitos) nesses tecidos, principalmente nos vasos; Linfonodos congestos e hemorrágicos; Microscopicamente há vasculite mononuclear, inflamação e necrose nas mucosas e infiltrado inflamatório mononuclear em diversos órgãos: Condição disseminada em todos os vasos do corpo; Necrose fibrinosa. Diagnóstico Epidemiologia, sinais clínicos e achados de necropsia; Elisa e PCR; Isolamento viral na gnu associada. Controle e profilaxia Não há tratamento específico Tratamento de suporte Não há vacinas Evitar o contato de ovinos em épocas de parição com bovinos Bovinos que se recuperam eliminam o vírus por 2 meses, além de transmissão transplacentária Diarreia viral bovina (BVD) - Doença das mucosas (MD) Etiologia Flaviviridae, gênero Pestivírus (RNA) Vírus da Diarréia Viral Bovina (BVDV) BVD causa uma ampla variedade de sinais clínicos Doença respiratória, doença do digestório, doença neurológica... Grande variabilidade antigênica Dois biótipos VDVB – NCP – Não-citopático → não causa destruição das células VDVB – CP – Citopático → causa destruição das células infectadas; Dois grupos antigênicos: BVDV- tipo 1 → menos virulento Considerando que a maioria são NCP, podendo haver CP; BVDV- tipo 2 → mais virulento Considerado que a maioria são CP, podendo haver NCP; A infecção com o vírus da DVB causa diferentes manifestações clínicas Infecções inaparentes ou leves Falhas reprodutivas Fêmeas gestantes; Diarreia superaguda altamente fatal Trombocitopenia e doença hemorrágica Alterações congênitas nos bezerros* Depende da fase gestacional em que a fêmea se contamina, geralmente ocorre entre 120 e 150 dias, as alterações são geralmente neurológicas; Doença da mucosa Infecção: contato com secreções/excreções entre mucosas e transplacentárias. Patogenia Infecção aguda não prenhes → geralmente é uma infecção de sintomatologia leve ou até assintomática, os animais se curam rapidamente e conseguem eliminar totalmente o vírus do corpo Assintomática, febre, hipersalivação, descarga nasal, tosse e diarreia Lesões ulcerativas discretas na cavidade oral Imunossupressão Raro Doença respiratória e hemorrágica com diarreia Extremamente raro Infecção aguda em prenhes (reprodutiva) → Infectados com CP Reabsorção embrionária, abortos, mumificação, natimorto Animais Persistentemente Infectados (A-PIs) Fêmeas gestantes infectadas com vírus NCP entre 40 a 120 dias geram filhotes infectados com o vírus, sem deformações congênitas; Esses A-PIs nascem normalmente e eliminam o vírus em grandes quantidades, são imunodeprimidos, tem crescimento retardado, quadros de diarréia, pneumonia e são magros; Doença das mucosas Infecta APENAS o A-PI A-PI → possuem do nascimento o vírus NCP e se infectam ou sua cepa viral passa por mutação e eles passam a possuir a cepa viral CP e acabam contraindo a Doença das Mucosas e morrem, pois, esta possui letalidade 100%, apesar de possuir 1-2% morbidade; Sinais clínicos e lesões 100% letal – PRESENÇA DE SINAIS CLÍNICOS Na forma aguda → salivação, febre, descarga nasal e ocular e diarreia com sangue; Na forma crônica → atraso de crescimento, perda de peso, diarreia, alopecia e hiperceratinização (espessamento da pele). Úlceras em todo trato gastrointestinal (da boca até o reto) papilas ruminais diminuídas de tamanho e conteúdo intestinal aquosose vermelho (sangue). Esôfago → úlceras lineares em forma de “arranhão de gato” Evidenciação macroscópica das placas de Peyer Depressão microscópica das placas de Peyer; Diagnóstico Epidemiologia, sinais clínicos e achados patológicos. Sangue em anticoagulante, soro, órgãos Isolamento viral, IHQ, ELISA e PCR Controle e profilaxia Com vacinação em rebanhos de alta rotatividade Sem vacinação em rebanhos fechados Eliminar os A-PIs Os bezerros persistentemente infectados SÃO FONTES DE DISSEMINAÇÃO DOS VÍRUS Doenças ulcerativas Febre Aftosa Família: Picornaviridae; gênero; Aphtovirus Sorotipos na América do Sul O, A e C 2005 Mato Grosso do Sul e Paraná Acomete – biungulados Via de infecção → respiratória Vírus de alta capacidade de infecção por um ser um vírus aéreo, também usa fômites O vírus permanece latente em animais que se recuperaram e até mesmos vacinados A imunidade é específica e temporária Veiculação da vacina (adjuvante) gera formação de granuloma por isolamento do adjuvante por tecido de granulação para que a vacina passe mais tempo no corpo; Identificação da vacinação por meio de sorologia Sinais clínicos e lesões Formação de vesículas nos cascos, na boca e até no teto; Vesículas e úlceras no coração; Desprendimento de epitélio e acumulo de líquido na vesícula e logo após ulceração, temos tecido inflamatório; Salivação, febre; Portadores Bovinos recuperados Animais silvestres Diagnósticos Isolamento do vírus Material para laboratório: epitélio ou líquido das vesículas; líquidos da faringe e esôfago; Preservação: refrigerado ou congelado; Sorologia Material para laboratório: soro Preservação: refrigerado ou congelado Sorologia de animais vacinados: presença alta de anticorpos de proteínas externas do vírus, devido a vacina possuir essas proteínas; Quando infectados possui grandes quantidades de anticorpos tanto para proteínas internas e externas; Baixa presença de anticorpo para proteínas externas é indicativo de não- vacinação; Controle e profilaxia Vacinação Controle da movimentação de animais Quarentena de animais de áreas fora do programa Estomatite Vesicular (Pran) Família: Rhabdoviridae Gênero: Vesiculovirus Acomete animais domésticos e silvestres, equinos, bovinos e suínos. Homem (gripal) Suspeita de transmissão por vetores mosquitos: Devido a sazonalidade Replicação e infecção transovariana em mosquitos Persistência do vírus em animais silvestres Características epidemiológicas dos surtos Forma súbita e simultânea em propriedades distantes Animais adultos são mais susceptíveis Sazonal elevação da população de mosquitos Equinos apresentando quadros clínicos na mesma propriedade em que há bovinos, ajuda a eliminar a possibilidade de febre aftosa, no entanto, sorologia ainda é obrigatória; Doença de notificação obrigatória; Sinais clínicos e lesões Lesões vesiculares semelhantes a febre aftosa; Vesículas no casco, no teto, na boca; Animais apresentam inapetência alimentar Doença é autolimitante Morte causada pela doença é extremamente rara; Geralmente a morte é dada pela perda dos cascos, ao invés da doença em si; Diagnóstico Epidemiologia, sinais clínicos e isolamento viral Provas sorológicas – atividade viral O animal possui imunidade temporária, podendo ser infectado novamente numa média de 3 anos após a última infecção; Controle e profilaxia Não há vacinas Tratamento sintomático Controle sanitário dos rebanhos Paratuberculose Afeta bovinos, ovinos, caprinos e bubalinos Mycobacterium avium subespécie paratuberculosis A bactéria sobrevive no meio ambiente Epidemiologia Período de incubação geralmente de 2 anos Desenvolvem a doença, eliminam o agente, não adoecem, mas são portadores → de difícil diagnóstico. Se contaminam nas primeiras semanas ou meses de vida → desenvolve sintomatologia entre 3-5 anos Contaminação é dada por alimentos contaminados por fezes, leite ou secreção uterina Sinais clínicos Emagrecimento, diarreia recorrente (má absorção de nutrientes), perda produção, edema submandibular recorrente (desaparecem nas épocas que o animal apresenta quadros diarreicos e retornam quando esses cessam), desidratação e caquexia; Sintomatologia crônica; Achados patológicos Espessamento da mucosa do íleo (aspectos de giros encefálicos); Aumento dos linfonodos mesentéricos → superfície de corte com áreas esbranquiçadas; Espessamento da válvula ileocecal e por muitas vezes, avermelhada; Mineralização das artérias, principalmente aorta → mediadores da inflamação causam a deposição de sais de cálcio pela produção de substância semelhante a vitamina D (comum em doenças crônicas) Microscopia → infiltrado inflamatório de células gigantes Diagnóstico Diarreia crônica em animais adultos Isolamento do agente em fezes, leite e material de necropsia Lesões patológicos Sorologia (ELISA), testes alérgicos (menos recomendado devido reações cruzadas) Diagnóstico diferencial: deficiência de cobre Controle e Profilaxia Evitar ingestão de água e alimentos contaminados por fezes de adultos Colostro e leite pasteurizado. Enterotoxemia Afetam principalmente ovinos e caprinos, bovinos não possuem diagnóstico no Brasil Clostridium perfringens tipo D Gram +, forma de bastonete Presente no trato gastrintestinal normal Doença do rim polposo Presença de grande quantidade de amido/leite Diminuição do trânsito intestinal Excelente pastagem Cordeiro de 3-10 semanas Tipos de Clostridium e toxinas A – Porcos, ovinos, bovinos, equinos, aves e canídeos B – Ruminantes e potros C – Porcos, bovinos, cordeiros e potros D - Ruminantes E -? Sinais clínicos Curso clínicos menor que duas horas-12 horas Caprinos aguda, subaguda (2-4 dias) e crônica Glicosúria e aumento no soro Cólicas abdominais Diarreia verde escura ou hemorrágica, fibrina Alterações neurológicas Decúbitos, berros, convulsões e morte Achados patológicos Grandes regiões do intestino avermelhadas, com aspecto hemorrágico; Conteúdo do intestino hemorrágico com presença de fibrina recobrindo a mucosa Diagnóstico Ocorrência de doença hiperaguda em cordeiros com bons níveis de alimentação; Rim polposo (pode não ocorrer em ovinos adultos) Enterite segmentar; Esfregaços do conteúdo intestinal corados pela técnica de Gram → não é diagnóstico definitivo; Detecção da toxina. Controle e Profilaxia Vacinação – menos eficiente em caprinos Fêmeas prenhes no terceiro mês 4 – 8 semanas repetição com 30 – 40 dias Diminuição dos níveis de alimentação 15 – 20 para que se instale Actinobacilose Actinobacillus lignieresii, bacilo Gram- Comensal – lesões na cavidade oral Susceptíveis: principalmente bovinos; ovinos, suínos e equinos Esporádica (isolados) ou raros surtos; Fatores: alimentos fibrosos, grosseiros – TRAUMA Afeta língua e linfonodos (geralmente rompem e drenam secreção purulenta da cabeça e pescoço Zoonose ocupacional Sinais clínicos Língua hipertrofiada, firme, sensível e dolorosa; “língua de pau” Salivação intensa e movimentos de mastigação; Dificuldade de alimentar (devido o problema na língua); Linfonodos aumentados e pus: retrofaríngeos, parotídeos e submandibulares; Lesões: lábios, palato, faringe, fossas nasais e face (“cara de hipopótamo”); Pulmão e fígado. Patogênese Silagem com presença alta de fibra, que lesiona a cavidade oral e permite a penetração da bactéria que será drenada para o linfonodo local; Achados patológicos Nodos bem delimitados e amarelados no corpo da língua; Ulceração na língua; Diagnóstico Sinais clínicos + epidemiologia Exame direto do pus com hidróxido de sódio a 5% (“grânulos de enxofre”) Cultura, isolamento e identificação; Histopatologia (biópsias); Piogranulomas com centro necrótico contendo drusas; Tratamento Antibioticoterapia → Tetraciclina Limpeza e drenagem dos abcessos; Controle e Profilaxia Isolamento de animais doentes, evitando contaminação do ambiente; Tratamento: iodeto de sódio ou potássio + antibiótico (sulfonamidas,estreptomicina ou penicilina); Evitar alimentos grosseiros; Actinomicose Actinomyces bovis, bactéria filamento, Gram+ Comensal – lesões na cavidade oral Susceptíveis: principalmente bovinos; ovinos, suínos e equinos; Esporádica (isolados) ou raros surtos; Fatores: alimentos fibrosos, grosseiros – TRAUMA Afeta os ossos da mandíbula e maxila Zoonose ocupacional Sinais clínicos Nódulo duro ao redor dos dentes molares ou pré-molares; Ulceração da mucosa com pus amarelado; Perda de dentes e dificuldade de mastigação; Emagrecimento progressivo; Achados patológicos Inflamação óssea; Patogênese Silagem com presença alta de fibra, que lesiona a cavidade oral e permite a penetração da bactéria que será levada para os ossos da mandíbula e maxila, nos quais causarão uma inflamação com produção purulenta semelhante a da actinobacilose; Diagnóstico Sinais clínicos + epidemiologia Exame direto do pus com hidróxido de sódio a 5% (“grânulos de enxofre”) Cultura, isolamento e identificação; Histopatologia (biópsias); Afeta osso. Importante diferenciar da actinobacilose que afeta tecidos moles; Controle e profilaxia Isolamento de animais doentes, evitando contaminação do ambiente; Tratamento: iodeto de sódio ou potássio + antibiótico (sulfonamidas, estreptomicina ou penicilina); Evitar alimentos grosseiros; Trabalho escrito → salmonelose epidemiologia; patogenia; achados patológicos (macro e microscopia); Sinais clínicos; diagnóstico; controle; profilaxia; Toxicologia Plantas tóxicas para ruminantes e equinos no Nordeste Adendos Samambaia do campo 70 plantas identificadas como tóxicas Abrus precatorius – olho de cobra Não é considerada uma planta tóxica para animais de produção e pequenos animais; se faz colar; Princípio ativo: abrina 1 milhão de animais intoxicados por plantas tóxicas por ano; A maioria das plantas não possuem tratamento específico, consistindo na maioria das vezes de tratamento sintomático; Plantas tóxicas para a pecuária Toda aquela que quando ingerida, em condições naturais pelos animais causa danos à saúde ou mesmo a morte. (Stayn 1934) O que se precisa saber de cada planta? Espécies afetadas Condições que ocorrem as intoxicações Sinais clínicos Lesões Princípio ativo Maior parte das plantas não possuem princípios ativos descobertos; Dose tóxica Diagnóstico Diagnóstico diferencial Controle e profilaxia Registro de intoxicação Plantas que afetam o sistema digestivo Plumbago scandens – louco Arrabidaea coralina – cipó de rego Centratherum punctatum – perpétua Dieffenbachia picta – comigo ninguém pode Jatropha ribifolia – pinhão rasteiro Stryphnodendron coriaceum – barbatimão Enterolobium contortisiliquum – orelha de negro Luetzelburgia auriculata – pau mocó Ricinus communis – mamona Plumbago scandens – louco Ruminantes em geral; Queixa clínica do proprietário → Animais apresentam cachos de espuma na boca Sinais clínicos Salivação intensa; Ptialismo; Timpanismo; Membros abertos; Deprimido; Sede; Urina mais escura de duas a quatro horas após administração da planta; urina clareava seis horas após administração; Especula-se que a coloração seja devida a um pigmento; Necropsia Pigmentação da mucosa indo da base da língua para o resto do trato digestório; Histologicamente se observa desprendimento do epitélio do trato digestório; Arrabidaea coralina – cipó de rego Caprinos Sinais clínicos Causa diarreia pelo aumento do peristaltismo dos animais acometidos; Animais que ingerem a planta e não são levados a óbito, permanecem magros por vários meses, mesmo com alimentação adequada; Necropsia Avermelhamento → hiperemia, congestão da mucosa; Centratherum brachylepis – Perpétua Ovinos, Caprinos e Bovinos Cresce em regiões úmidas e com presença de água; Sinais clínicos Edema de bochecha e língua (semelhança com a planta Dieffenbachia picta) Timpanismo (aumento do lado esquerdo) Fezes em forma de bolota ressecada; Tratamento: Pela semelhança com os sinais clínicos da planta D. picta pode se tentar fazer o uso de anti-histamínico; corticoide; AINES, para resolver os edemas de bochecha e língua; Dieffenbachia picta – comigo ninguém pode Ruminantes em geral; não é comum a intoxicação; Princípio ativo: oxalato de cálcio Causa liberação de histamina Sinais clínicos: Edema de bochecha, língua e glote; Edema subcutâneo; Tratamento: Anti-histamínico; Corticoide; AINES Analgésico Na ausência de medicamento realizar traqueostomia; Jatropha ribifolia – pinhão rasteiro Sinais clínicos: Pigmentação amarronzada na boca e nos dentes; Enterolobium contortisiliquum – tamboril, orelha de negro; Fruto é o que causa a intoxicação; Saponina é o princípio ativo (causa fotossensibilização e provavelmente a diarreia e o aborto) Sinais clínicos Diarreia e aborto; Enterite; Congestão no trato digestório; No caso de sobrevivência, o animal pode apresentar fotossensibilização; Stryphnodendron coriaceum – barbatimão Fruto é o que causa a intoxicação; Saponina é o princípio ativo (causa fotossensibilização e provavelmente a diarreia e o aborto) Sinais clínicos Diarreia e aborto; Enterite; Congestão no trato digestório; No caso de sobrevivência, o animal pode apresentar fotossensibilização; Luetzelburgia auriculata – pau mocó Bovino normalmente não consume; Intoxicação apenas ocorre se houver consumo em grande quantidade; Sinais Clínicos Diarreia severa com fezes amarronzadas; Pode ter sinais neurológicos; Hiperemia na mucosa; Dose de 1gm o animal pode não ser levado a óbito, 2,5gm Ricinus communis – mamona Princípio ativo: ricina Aumenta o peristaltismo, é utilizado como laxante em dozes adequadas (óleo de rícino) Sinais clínicos Gastroenterite severa; Diarreia sanguinolenta; Anemia; Dor abdominal; Quadro neuromuscular; Tremores; Fraqueza muscular; Pode levar a confusão com outras plantas tóxicas; Portulaca elatior – beldroega, berduega Sinais clínicos Diarreia esverdeada; Sinais neurológicos; Plantas cianogênicas Manihot glaziovii – maniçoba* Cnidoscolus quercifolius – favela* Manihot esculenta – mandioca*, macaxeira Anadenanthera colubrina - angico Sorghum vulgare - sorgo Sorghum halepense – sorgo de alepo Cnidoscolus quercifolius – favela * Itens em vermelho são as mais importantes; Princípio ativo (todas as plantas): Glicosídeo cianogênico (CN) Mecanismo de ação: o cianeto se liga a ferro trivalente da enzima citocromoxidase dos eritrócitos, o que inibem o transporte de oxigênio; Substância fica livre no sangue, que reage com o oxigênio e gera cianeto (HCN = ácido cianídrico); A substância é hidrossolúvel, cuidado sua dissolução em água e a ingestão dessa água pelos animais; Manejo: se dá da trituração das plantas e descanso das plantas para evaporação do glicosídeo cianogênico, que é extremamente volátil; Esse manejo é realizado com a maioria das plantas que contém o princípio ativo Tratamento: Tiossulfato de sódio 20% → 50ml/100kg/PV Endovenoso; Tiossulfato reage com cianeto, ligando-se a este e gerando tiocianato; Sinais clínicos: Dificuldade respiratória; Opistótono; Nistagmo; Movimento de pedalagem; Conclusões: M. glaziovii é tóxica de janeiro a junho, em diferentes estágios de crescimento A planta não pode ser administrada imediatamente após o corte, nem para pastejo. M; glaziovii deve ser moída e administrada após 96h A planta deve ser moída para a preparação de silagem ou feno e estes não devem ser administrados antes de 96h após a preparação. Experimento para avaliar a presença de cianeto na planta: água destilada, ácido pícrico e carbonato de sódio; De preferência, não tocar na planta; Intoxicação por nitratos e nitritos Pennisetum purpureum – capim elefante Echinocloa polystachia – capim mandante Portulaca oleracea – beldroega, berduega Brachiaria radicans – capim língua Fatores e condições que fazem as plantas a armazenar nitratos e nitritos, o que leva a sua toxicidade; Adubadas com matéria orgânica:adubos orgânicos: estrume; Pulverizadas com herbicida 24D Aguadas com água de esgoto; Secas prolongadas → seguidas de chuvas, ocasionam o crescimento rápido da planta e leva a planta a acumular nitratos e nitritos; Capins plantados em terrenos inclinados, as plantas que se encontram nas regiões mais baixas possuem maiores concentrações dos nitratos e nitritos: isso se dá pelo acúmulo dessas substâncias nas regiões mais baixas, que são levadas pela água por gravidade; Os nitratos são transformados em nitritos no trato digestivo pelas bactérias nativas, o nitrito se liga com o ferro da hemoglobina e a transforma em metahemoglobina, reduzindo as quantidades de hemoglobina (que transporta o oxigênio para as células) e isso impede a oxigenação adequada das células; Concentrações de 40 a 50% de metahemoglobina no sangue, sinais clínicos iniciam, no entanto, é após 50% de concentração que os sinais mais severos aparecem; Sinais clínicos: Sangue mais escuro; mucosas cianóticas; problemas de respiração; agressividade; Tratamento: Azul de metileno 1 a 4% de concentração diluída em água destilada, na dose de 3mg/kg, a administração é por via endovenosa; Permite a reversão da metahemoglobina em hemoglobina; Intoxicação por Uréia Uréia disponíveis no mercado para alimentação animal Uréia pecuária Uréia extrusada Uréia encapsulada Esse tipo permite uma liberação mais lenta da substância o que reduz e evita as chances de intoxicação; Oferecida para ruminantes como fonte de nitrogênio não proteico com objetivo de estimular a engorda e de maximizar a produção de leite; No entanto, a substância é tóxica, principalmente em grandes quantidades. No rúmen, as bactérias transformam a uréia em amônia a qual é absorvida para o sangue e intoxica o animal; O pH alcalino do rúmen é predisponente e quando se associa a uréase produzida pelas bactérias do rúmen levam a intoxicação; Para que a intoxicação seja evitada, se faz a adaptação do animal, oferecendo pequenas quantidades iniciais que podem ser progressivamente aumentadas até que o animal se acostume com a substância em sua rotina diária; Durante a adaptação dos animais, não se deve cessar o oferecimento por dois dias ou mais e retornar sem uma readaptação, pois o animal pode ser intoxicado; Toxicidade Fatores que interferem na toxicidade Consumo de uréia por animais não adaptados; Ingestão de grandes quantidades em animais já adaptados; Falta de homogeneidade na mistura; Velocidade de ingestão; pH ruminal; Níveis superiores a 0,50 g/kg de peso vivo apresentam riscos de intoxicação; Sinais clínicos Agitação Incoordenação salivação em excesso Timpanismo Tremores musculares Micção e defecação frequentes Respiração ofegantes Dispnéia Tratamento Vinagre + Água gelada Oferecer por sonda ou garrafada; Medidas de prevenção Misturar bem o sal mineral com a ureia para que fique bem homogeneizada; Deve haver uma boa distribuição dos cochos e em locais estratégicos, como próximo de bebedouros. Os cochos devem ter dimensões adequadas para que à mistura fique disponível para todos os animais; Não deixar faltar mistura para os animais por 2 dias, caso contrário, os animais terão que ser adaptados a mistura novamente. Não fornecer a mistura a animais em jejum, famintos, cansados ou depauperados; Os cochos têm que ser cobertos para não se misturar com água da chuva e não gerar salmoura; Não devo ser aberto dos lados para que não haja desperdício; Apostila – Patologia e Clínica Médica de Ruminantes – Sistema Digestório Clínica Exame Clínico Geral Semiologia do Sistema Digestório Introdução Exame das vias digestivas anteriores Exame da região abdominal Anatomia e fisiologia da digestão de pequenos ruminantes Composição da Dieta e seu Metabolismo Fluído Ruminal Introdução Análise do Fluído Ruminal Características físicas Características químicas Afecções do Sistema Digestivo Indigestão Alimentar Simples Afecções do Rúmen e Retículo Alcalose Ruminal Acidose Ruminal Timpanismo (meteorismo) Retículoperitonite traumática Afecções do Abomaso Introdução 1. Deslocamento do abomaso à esquerda (DAE) 2. Deslocamento do abomaso à direita e vólvulo abomasal 3. Indigestão Vagal 4. Úlceras de Abomaso 5. Impactação alimentar do abomaso Afecções Intestinais dos Ruminantes Dilatação e Torção de Ceco Obstrução Intestinal Fatores de Risco e Métodos de Controle de Parasitoses Gastrointestinais em Caprinos e Ovinos Introdução Etiologia Epidemiologia Sinais clínicos Hemoncose → Achados de Necropsia Diagnóstico Controle e profilaxia Tratamento Patologia Sistema Digestivo Estomatites erosivas e ulcerativas Doenças erosivas Febre catarral maligna Diarreia viral bovina (BVD) - Doença das mucosas (MD) Doença das mucosas Doenças ulcerativas Febre Aftosa Estomatite Vesicular (Pran) Paratuberculose Enterotoxemia Actinobacilose Actinomicose Toxicologia Plantas tóxicas para ruminantes e equinos no Nordeste