Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
VERTIGEM, DESEQULÍBRIO E EXAME DA AUDIÇÃO 
 
Orelha 
 
- A orelha interna é um conjunto complexo de estruturas no interior do osso 
temporal dividido em 2 sistemas: 
 
• Labirinto anterior ou cóclea: Contém os órgãos da audição; 
• Labirinto posterior ou sistema vestibular: Contém os órgãos 
responsáveis pelo equilíbrio. 
 
 
 
Audição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
Orelha externa 
- Pavilhão auricular: Fixado lateralmente na cabeça. 
 
• O pavilhão auricular, constituído por um esqueleto fibrocartilaginoso, 
permite identificar e localizar a fonte sonora. 
 
• Em sua porção medial está localizada a concha, uma escavação profunda, 
ao redor da qual há 4 saliências: hélice, antélice, trago e antitrago. 
 
• Na porção inferior, há uma quinta saliência, o lóbulo, que não possui 
cartilagem. 
 
 
– Meato acústico externo (MAE): Estende-se do pavilhão auricular até a 
membrana timpânica 
 
. - A orelha externa funciona como uma caixa de ressonância, sendo responsável 
por transferir e amplificar o som para a orelha média, principalmente em 
frequências de 2.000 a 5.000 Hz. Contribui, também, na percepção da origem da 
fonte sonora. 1.1.2. 
 
 
Orelha média 
- Cavidade pneumática (cheia de ar) localizada na parte petrosa do osso temporal, 
denominada cavidade timpânica. 
 
- Comunica-se com a nasofaringe por meio de um canal osteocartilaginoso, a tuba 
auditiva. 
 
- Na cavidade timpânica encontra-se a cadeia ossicular (martelo, bigorna e 
estribo), articulados entre si, e que se estendem da membrana timpânica à orelha 
interna. 
 
- A orelha média funciona como um transformador de impedâncias ao transmitir a 
energia mecânica do som do meio aéreo, de baixa impedância (baixo atrito), para 
o interior da cóclea, meio de alta impedância (alto atrito). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
Orelha interna 
- Composta por minúsculas cavidades e canalículos na parte petrosa do osso 
temporal, incluindo o labirinto ósseo dentro do qual se encontram ductos e 
vesículas membranáceas que formam o labirinto membranoso. 
 
- Labirinto ósseo: 
• 3 canais semicirculares; 
• Cóclea: Responsável pela conversão da energia mecânica do som em 
impulsos elétricos (transdução mecanoelétrica. Além disso) e pela 
separação dos sons de acordo com seu espectro de frequência. 
 
◦ Possui a forma de um ducto em espiral, dividido em 3 seções: 
o Escala timpânica 
o Escala média 
o Escala vestibular 
 
• Membrana basilar: Separa as escalas vestibular e média da escala 
timpânica e é composta por fibras com diferentes graus de elasticidade. 
 
• Teoria da codificação espacial da frequência ou tonotopia coclear: A 
diversidade de tamanho e elasticidade entre as fibras que compõem a 
membrana basilar faz com que diferentes regiões vibrem de acordo com a 
frequência da onda sonora incidente na orelha, de modo que sons agudos 
excitam a região basal da cóclea, enquanto os graves, a região apical. 
 
 
 
 
Equilíbrio 
 
 Labirinto e canais semicirculares 
- Labirinto (orelha interna) é composto por uma estrutura membranosa (labirinto 
membranoso), contida no interior de uma estrutura óssea (labirinto ósseo). 
 
• Cada labirinto contém 5 receptores sensoriais, representados pelas 2 
máculas dos órgãos otolíticos e pelas cristas dos 3 canais semicirculares. 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
• Entre o labirinto ósseo e o membranoso encontra-se um líquido, a perilinfa, 
e, dentro do labirinto membranáceo, a endolinfa. 
 
 
 
- Canais semicirculares: Canal anterior (ou superior), canal posterior e canal 
horizontal (ou lateral). 
 
• Formam entre si pares coplanares, sendo responsáveis pelo 
reconhecimento de acelerações angulares causadas pela rotação da 
cabeça ou do corpo. 
 
• Como esses canais são espelhados, ou seja, o canal lateral direito está no 
esmo plano que o esquerdo, um movimento que cause máxima excitação 
de um membro do par produzirá a máxima inibição do outro. 
 
• A ampola de cada ducto contém células ciliadas, nas quais cada uma 
possui diversos estereocílios e um cinocílio, envoltos por massa gelatinosa 
(cúpula). 
 
• São esses cílios que, ao se movimentarem, permitem percepção dos 
movimentos 
 
 
- Sáculo e utrículo 
- Estruturas que possuem células ciliadas sensitivas agrupadas nas chamadas 
máculas utriculares e saculares. 
 
As células ciliadas estão embebidas em uma membrana otolítica, constituída de 
matriz gelatinosa de mucopolissacarídios. 
 
• Nessa matriz encontram-se aderidos cristais de carbonato de cálcio 
(otocônias), que, por terem densidade relativa maior, exercem pressão 
sobre o epitélio sensorial. 
 
- A mácula é capaz de detectar acelerações lineares, movimentos de inclinação e 
estímulos gravitacionais em qualquer plano tridimensional, complexo mecanismo 
que contribui para a manutenção do equilíbrio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
Exame clínico 
 
Anamnese 
 
Identificação 
Idade: 
• Recém-nascidos (RNs): Destacam-se infecções perinatais, uso de 
medicamentos ototóxicos e mutações genéticas; 
 
• Crianças pré-escolares e escolares: Maior prevalência de otite média; 
 
• Idosos: Relevância a presbiacusia. 
 
 
Sexo: A presbiacusia, por exemplo, é mais prevalente no sexo masculino, 
enquanto otosclerose, doenças imunomediadas e paraganglioma são mais 
frequentes em mulheres; 
 
Cor: Otosclerose é mais frequente em pessoas de cor branca; 
 
 Profissão: Pensar em perda auditiva nos pacientes expostos, no momento atual 
ou pregressamente, a ambientes ruidosos no trabalho ou a agentes tóxicos 
inaláveis. 
 
 
Antecedentes pessoais 
Crianças: 
• Antecedentes pré-natais (uso de substâncias ototóxicas; infecções 
[toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, HIV/AIDS]); 
 
• Antecedentes perinatais (prematuridade, anoxia, hipoxia); 
 
• Antecedentes pós-natais (necessidade de internação em unidade de 
terapia intensiva, uso de aminoglicosídeos ou diuréticos de alça, 
hiperbilirrubinemia, meningite neonatal). 
 
 
Adultos e idosos: 
• Tabagismo, uso de bebidas alcoólicas, alimentação e sedentarismo; 
 
• Antecedentes cirúrgicos, especialmente otorrinolaringológicos; 
 
• Doenças sistêmicas; 
 
• Uso de medicamentos (aminoglicosídeos, diuréticos de alça, salicilatos e 
cisplatina); 
 
• Exposição a ambientes ruidosos; 
 
• História de traumatismo cranioencefálico. 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
 
Antecedentes familiares: Questionar a existência de outros familiares com 
perda auditiva, como disacusias congênitas, otosclerose e presbiacusia. 
 
 
Sinais e sintomas 
- Disacusia (hipoacusia e anacusia): Principal queixa relacionada com a 
audição. Significa perda parcial ou total de audição que diminua a inteligibilidade 
da mensagem falada. 
 
• Deve ser sempre avaliada quanto a: 
− Lateralidade (uni ou bilateral); 
− Início (insidioso, rapidamente progressivo ou abrupto); 
− Intensidade (se parcial ou total); 
− Duração (dias, semanas, meses ou anos); 
− Constância, intermitência ou flutuação ao longo do dia; 
− Início, antes ou após aquisição da linguagem oral (pré ou pós lingual); 
sintomas associados (zumbido, tontura, plenitude aural e acometimento de 
outros pares cranianos, como o nervo facial). 
 
 
- Tontura e vertigem: Pode decorrer de comprometimento dos sistemas 
periféricos (aferência) ou das respostas motoras envolvidas na estabilização da 
postura e da manutenção do centro da massa corporal e da cabeça (eferência). 
 
 Pontos importantes a investigar: 
− Tempo de evolução, aguda (menos de 1 semana) ou crônica; 
− Recorrente ou autolimitada; 
− Periodicidade; 
− Características da tontura (sensação rotatória caracteriza a vertigem); 
− Sintomas associados (hipoacusia, zumbido, cefaleia, náuseas, vômito); 
− Fatores desencadeantes (movimentos ou posição da cabeça; esforço 
físico; alimentação; estresse). 
 
 
- Zumbido: Sensaçãode som na ausência de estímulo sonoro externo. 
 
Dados a serem analisados: 
− Localização (unilateral, bilateral ou na cabeça); 
− Características (apito, chiado, grave, agudo, pulsação); 
− Tempo de evolução; 
− Modo de início (insidioso, abrupto, após episódio de surdez súbita ou 
episódio de tontura); 
− Fatores de melhora ou piora (movimentação da cabeça; ingestão de 
alimentos como chocolate, alimentos condimentados, uso de cafeína); 
− Grau de incômodo (leve, moderado, intenso); 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
− Sintomas associados: tontura, plenitude aural, perda auditiva, cefaleia, 
cervicalgia e distúrbio da articulação temporomandibular; doenças 
sistêmicas (hipertensão arterial, diabetes, hiper ou hipotireoidismo); 
− Tabagismo, etilismo, consumo excessivo de doces; 
− Medicamentos (ácido acetilsalicílico, anti-inflamatórios, aminoglicosídeos e 
antidepressivos); 
− Tratamentos realizados. 
 
Exame físico 
 
Inspeção das orelhas externa e média 
- Observar forma, tamanho e cor do pavilhão auricular, com o objetivo de detectar 
malformações, como agenesia de pavilhão auricular; microtia do pavilhão 
auricular; aplasia ou hipoplasia do meato acústico externo; orelhas proeminentes; 
fístulas ou cistos pré-auriculares. 
 
- Meato acústico externo: Pesquisar edema, secreções, descamações, sangue 
ou cerume, corpo estranho, escoriações ou alterações na estrutura (estreitamento, 
abaulamento, deformidades). 
 
- Membrana timpânica: Quando normal, tem formato arredondado, coloração 
perlácea com uma região anterior que reflete a luz do otoscópio, chamada 
triângulo luminoso de Politzer, à otoscopia ou à otomicroscopia. 
 
 
 
- Alterações mais frequentes da membrana timpânica: 
• Otite média aguda: Observa-se membrana timpânica íntegra e abaulada; 
• Membrana timpânica com perfuração central; 
 
 
 
 
 
 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
• Membrana timpânica íntegra com áreas de esclerose. 
 
 
 
 
Palpação da orelha externa 
- A palpação do pavilhão auricular e da região retroauricular é útil para avaliação 
de tumorações, identificação de linfonodos, cistos, abscessos ou hematomas. 
 
• Indispensável para identificar áreas de flutuação quando houver suspeita 
de abscesso. 
 
 - Observar também a presença de orifícios (fístulas), malformações dos arcos 
branquiais, como o coloboma auricular. 
 
 
 
Ausculta 
- Importante ser feita nas regiões retroauricular, periauricular e cervical em 
pacientes com zumbido pulsátil para investigar a possibilidade de aneurisma, 
fístula ou malformações arteriovenosas. 
 
 - Teste de Weber: O diapasão é colocado na linha média do crânio do paciente, 
na testa, glabela ou incisivos centrais superiores ou inferiores. 
 
O paciente deve informar se escutou o som na linha média, na orelha direita ou 
na esquerda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
 
 
 
- Teste de Rinne: Permite comparar a audição por vias óssea e aérea. 
 
O diapasão é colocado na apófise da mastoide do paciente até o desaparecimento 
da percepção sonora; em seguida é colocado na região anterior ao trago, sem 
tocá-lo. 
 
• Rinne positivo, ou seja, condução aérea melhor que a condução óssea. 
Rinne positivo na perda neurossensorial, a condução óssea e a condução 
aérea são igualmente diminuídas. 
 
• Rinne negativo na perda condutiva, condução óssea melhor que a aérea. 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
OBS: Em indivíduos com audição normal a via respiratória é mais sensível à 
percepção sonora do que a via óssea, ou seja, a percepção do som ainda ocorre 
quando o diapasão estiver localizado à frente do trago (Rinne positivo). 
 
 
OBS: Avaliação de perda auditiva pelo Teste de Rinne: 
 
• Perdas neurossensoriais: Teste de Rinne positivo significa que há 
rebaixamento tanto na via respiratória quanto na via óssea. 
 
• Perda condutiva: Teste de Rinne negativo, ou seja, a percepção na via óssea é 
melhor que na via respiratória. 
◦ Paciente escuta melhor o som do diapasão quando estiver apoiado na mastoide. 
 
 
 
 
Testes de função vestibular 
 
- Teste estático da função vestibular (teste de Romberg): Utilizado para avaliar 
o reflexo vestibulospinal, as conexões do tronco encefálico e o cerebelo. 
 
• Técnica: Coloca-se o paciente em pé com os calcanhares juntos e as pontas 
dos pés separadas a 30º, braços ao longo do corpo ou estendidos anteriormente 
na altura dos ombros e olhos fechados durante cerca de 1 min. 
 
 
• Interpretação do teste: 
• Normal: Indivíduo permanece na posição inicial, sem oscilações que 
ocasionem queda ou deslocamento do pé; 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
• Queda para a frente ou para trás: Relaciona-se com o comprometimento 
do SNC; 
• Oscilações ou queda para as laterais: Sugerem alterações no sistema 
vestibular. 
 
 
- Testes dinâmicos da função vestibular: 
• Marcha: Nas lesões unilaterais do sistema vestibular periférico, a marcha é 
insegura, e o paciente apresenta desvio ou queda para o lado comprometido. 
 
− De modo característico, observa-se piora da qualidade da marcha com os 
olhos fechados, ocorrendo melhora, quando o paciente abre os olhos e tem 
o auxílio da fixação visual. 
 
 
• Teste de Fukuda: Solicita-se que o paciente execute 60 passos, elevando os 
joelhos como se estivesse marchando sem sair do lugar, com os olhos fechados 
e os braços estendidos anteriormente na altura dos ombros. 
 
− Consideram-se normais os desvios laterais de até 30° e deslocamentos 
anteriores de 1 metro. 
− O ideal é realizar o teste em uma sala com marcação circular no chão, 
representada por 3 círculos concêntricos com 50 cm de diâmetro cada e 12 
divisões radiais de 30°). 
 
− A alteração mais frequente no teste é o desvio lateral progressivo ao longo 
do teste, em geral para o lado do déficit vestibular. 
 
 
 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
 
Nistagmo 
◦ Espontâneo: Movimento ocular observado no paciente sentado, com os olhos 
na posição primária do olhar (olhar frontal), sem fixação ocular. 
 
▪ Nas labirintopatias periféricas o nistagmo espontâneo está presente apenas na 
fase aguda e coincide com o relato de vertigem. 
 
▪ Na fase aguda, o nistagmo tem o componente rápido no sentido oposto ao da 
lesão e diminui progressivamente até desaparecer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De posição: 
▪ Manobra de Dix-Hallpike: Testase o canal semicircular posterior, o mais 
acometido nos casos de desprendimento de otólitos. 
 
 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
Semiotécnica da manobra de DixHallpike: 
• Paciente inicialmente sentado com as pernas estendidas sobre a maca; 
 
• Com o paciente sentado, vira-se sua cabeça passivamente em um ângulo 
de 45° com o plano sagital para o lado testado; 
 
• Faz-se movimento rápido e contínuo, deitando o paciente e finalizando a 
manobra com a cabeça do paciente ultrapassando a borda da maca e 
pendurada para trás em torno de 15°; 
 
• Paciente deve permanecer com a cabeça pendente por cerca de 30 s com 
os olhos abertos; 
 
• Canal posterior testado em cada lado é aquele que está em posição mais 
inferior ao fim da manobra. 
 
• O nistagmo que aparece alguns segundos é: 
◦ Geotrópico (componente rápido em direção ao solo); 
◦ Torcional; 
◦ Desaparece com a repetição da manobra (fatigável) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
 Doenças das orelhas 
 
- Cerume 
Substância normalmente presente no meato acústico externo, cuja função é limpá-
lo, lubrificá-lo e protegê-lo. Quando em excesso ou impactado, pode provocar 
hipoacusia e desconforto. 
 
• É hidrofóbico, ácido e conter lisozima e tem atividade bactericida. 
 
 
 
 
- Corpo estranho 
Comum em crianças. 
• Provocam hipoacusia e zumbidos. 
• No caso de insetos, provocam desconforto e ruído desagradáveis. 
• Pode ocorrer infecção. 
 
 
- Otite externa difusa 
Inflamação difusa do meato acústico externo, podendo atingir também pavilhão 
auriculare a membrana timpânica. 
 
• Caracteriza-se por dor, que pode ser intensa, que irradia para a região 
temporal e mandibular, sensibilidade aumentada da dor à palpação e à 
manipulação da orelha, prurido, perda auditiva tipo condutiva e plenitude 
auricular por edema e estenose do meato acústico externo devido ao 
acúmulo de debris e secreções. 
 
• Ao exame físico, o meato é eritematoso e edemaciado. Podem ser 
observadas otorreia purulenta, bolhas, falsas membranas e lesões 
crostosas. 
 
• Nos processos infecciosos avançados, podem estar presentes febre e 
linfonodomegalia, pré e pós-auricular, e na região cervical anterior. 
 
• A bactéria isolada com mais frequência é a Pseudomonas aeruginosa 
(cerca de 40% dos casos), seguida por Staphylococcus epidermidis e 
Staphylococcus aureus. 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
- Otite externa necrosante 
 Processo infeccioso começa no meato acústico externo e se estende à base do 
crânio. 
- A maioria dos casos é observada em pacientes imunocomprometidos, 
principalmente diabéticos (90%), insulinodependentes e mal controlados e idosos. 
 
• A Pseudomonas aeruginosa, tal como na otite externa difusa, é o agente 
infeccioso mais comum. 
 
• O sintoma mais comum (90% dos casos) é otalgia, em geral lancinante, que 
se irradia para as regiões frontotemporais e parietais, com piora à noite. 
Otomicroscopia de orelha direita com cerume em meato acústico externo. 
 
◦ Costuma ser resistente aos analgésicos comuns. 
 
 
• Grande parte dos casos é acompanhado de otorreia fétida e purulenta. 
 
• Paralisia facial periférica pode ocorrer pelo comprometimento do forame 
estilomastóideo ou necrose do VII par em infecções avançadas, condição 
clínica que tem pior prognóstico. 
 
• Os nervos mais comumente envolvidos são o VII, X e XI. 
 
 
 
Otomicose/otite externa fúngica 
Causada por fungos existentes na pele do meato acústico externo. 
 
Aspergillus é o agente etiológico mais frequente, seguido por Candida albicans. 
 
Principal queixa é prurido intenso, podendo ocorrer também sensação de 
plenitude aural e zumbido, em decorrência de acúmulo de secreções, além de 
otorreia espessa que pode ocluir o meato. 
 
 Ao exame físico, o meato acústico tem aspecto hiperemiado com discreto edema. 
 
◦ Infecções por Aspergillus: Micélios fúngicos, que apresentam diversas 
colorações, conforme a espécie: preta quando se trata de A. niger, verde de A. 
viridans, amarela de A. flavus, marrom de A. Fumigatus. 
 
◦ Infecções por Candida: Meato pode estar preenchido por massa 
esbranquiçada. 
 
 
 
Pericondrite e condrite auricular 
 Processos inflamatórios do pericôndrio e da cartilagem da orelha externa, 
respectivamente. 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
• Como o suprimento sanguíneo da cartilagem é feito através do pericôndrio, 
a presença de coleções purulentas entre o pericôndrio e a cartilagem 
impede a irrigação, podendo causar necrose. 
 
• Pseudomonas aeruginosa é o microrganismo encontrado com mais 
frequência. 
 
• A orelha afetada mostra-se hiperemiada e dolorosa, com endurecimento de 
parte ou de todo o pavilhão, podendo ocasionar oclusão do meato acústico 
externo. 
 
- Podem existir pontos de flutuação, inclusive com drenagem espontânea 
de secreção purulenta. 
- Nos casos mais graves, a pele sobre a área afetada pode ter descamação, 
com crostas ou ulceração. 
 
• A pericondrite do pavilhão auricular induzida pelo piercing vem se tornando 
uma afecção frequente, principalmente entre os jovens. 
 
 
 
 
 Herpes-zóster 
 
Aparecimento de reações inflamatórias nos gânglios e na pele do dermátomo 
correspondente. 
 
• A causa é a reativação do herpes-vírus simples tipo 3 que permanece 
latente nos gânglios das raízes nervosas dorsais. 
 
◦ Diminuição da imunidade parece ser a causa da ativação do vírus. 
 
• Manifesta-se por dor intensa, do tipo nevrálgico, e aparecimento de 
vesículas sobre uma base eritematosa, seguindo a distribuição cutânea do 
nervo acometido. 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
 
 
 
Otite média aguda 
 Antecedente de alergia ou infecção que resulta em congestão com edema de 
mucosa do trato respiratório, incluindo rinofaringe, tuba auditiva e orelha média. 
 
• A efusão produzida dentro da orelha média, não encontrando saída, nela 
se acumula. 
 
• Inicia-se com infecção de vias aéreas superiores, que se arrasta até o 
súbito aparecimento de otalgia. 
 
• Em crianças pode-se observar irritabilidade, dificuldade para alimentar e 
febre. 
 
• O diagnóstico de otite média aguda é feito pela presença de otalgia e 
visualização pela otoscopia de abaulamento de membrana timpânica, dado 
que é considerado patognomônico. 
 
 
• Ao exame físico observa-se membrana timpânica com perda da transparência 
ou presença de líquido em orelha média, e à pneumotoscopia encontra-se redução 
na mobilidade desta membrana. 
 
• Os microrganismos bacterianos mais frequentes são Streptococcus pneumoniae, 
Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis. 
 
 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
Otite média com efusão: 
Presença de líquido na orelha média na ausência de sinais ou sintomas de 
infecção aguda. O fluido pode ser mucoide, seroso, sanguinolento ou purulento. 
 
 • Confirma-se o diagnóstico pela otoscopia, com visualização de bolhas de 
secreção ou nível hidroaéreo. 
 
• A membrana timpânica frequentemente apresenta aumento da vascularização 
radial da parte tensa. 
 
• Pode-se observar também horizontalização do cabo do martelo. 
 
 
 
 
Otite média crônica (OMC) 
Processo inflamatório da orelha média com duração superior a 3 meses. 
 
• OMC não colesteatomatosa simples: Perfurações timpânicas; 
 
◦ Centrais: Quando se encontram bordas de remanescente timpânico em 
torno da perfuração; 
 
◦ Marginais: Quando não existem bordas em algum ponto da perfuração. 
 
◦ As manifestações mais comuns são otorreia intermitente, em geral 
associada a episódios de infecções de vias aéreas superiores ou história 
de contaminação com água, com dor e diminuição da acuidade auditiva. 
 
◦ Mucosa da orelha média normalmente tem aspecto pálido e não apresenta 
secreção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
OMC não colesteatomatosa supurativa 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
 Presença de otorreia mucoide ou mucopurulenta de longa duração que se 
acentua durante episódios infecciosos de vias aéreas superiores. 
 
◦ As perfurações da membrana timpânica são de grandes dimensões e às 
vezes totais. 
 
 
OMC colesteatomatosa 
Colesteatoma caracteriza-se pela presença de pele na cavidade timpânica, com 
matriz externa formada por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, 
repousando sobre perimatriz de tecido conjuntivo. 
 
◦ A matriz descama em lamelas de queratina para dentro do espaço por ela 
delimitado, preenchendo-o e distendendo-o. 
 
◦ Pode ser classificada em congênita e adquirida, primária e secundária 
 
 
 
 
Mastoidite coalescente 
 Resulta de evolução de processo inflamatório que envolve a mastoide, levando à 
lise das septações ósseas. 
 
• Caracteriza-se por hiperemia, calor e rubor da região retroauricular, podendo, em 
alguns casos, evoluir para coleção purulenta, com formação de abscesso. 
 
 
 
 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
Otosclerose 
 Hipoacusia originada da anquilose da platina do estribo, e/ou do envolvimento 
generalizado da cápsula ótica. 
 
 • Em geral, a perda auditiva tem início na idade de 15 a 35 anos, sendo mais 
frequente em pessoas de cor branca. 
 
• Em geral, a otoscopia é normal, mas em raros casos observam-se anastomoses 
dos vasos do promontório, originando mancha róseo-avermelhada, conhecida 
como sinal de Schwartz. 
 
• A audiometria demonstra perda auditiva condutiva, principalmente, para tons 
graves. 
 
 
 
Vertigem 
- A vertigem, ou seja, sensação ilusória rotativa, é o principal tipo de tontura que 
pode ser caracterizada pelos pacientes. 
 
- É importante diferenciar a crise vertiginosa periférica da de origem central,a 
partir da análise do nistagmo e de testes adequados. 
 
 
 
 
- Entre as vestibulopatias periféricas, as principais são: síndrome de Ménière, 
vertigem postural paroxística benigna (VPPB), neurite vestibular. 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
 Síndrome de Ménière 
- Vertigem de origem periférica caracterizada pela tétrade sintomática: 
• Vertigem episódica 
• perda auditiva progressiva 
• Zumbido 
• Plenitude aural. 
 
• Crise vertiginosa: Início súbito, duração de alguns minutos a 24 h; em geral, a 
sensação vertiginosa permanece 2 a 3 h, persistindo desequilíbrio o resto do dia; 
 
• Perda auditiva: Neurossensorial, flutuante, progressiva, acometendo, 
inicialmente, frequências mais graves; 
 
 
Vertigem postural paroxística benigna (VPPB) 
- Caracteriza-se por crises vertiginosas desencadeadas por movimentos bruscos 
da cabeça, associadas a nistagmo posicional paroxístico. 
 
• A vertigem tem duração de alguns segundos e cessa espontaneamente. 
 
• Não há sintomas auditivos. 
 
- O diagnóstico pode ser feito pela manobra de Dix-Hallpike. 
 
 
 
Neurite vestibular 
- De etiologia desconhecida, acredita-se que esteja relacionada a infecção pelo 
herpes-vírus simples tipo 1, com comprometimento do ramo superior do nervo 
vestibular. 
 
 - O paciente apresenta um episódio de vertigem de aparecimento súbito 
associado a sintomas neurovegetativos importantes, como náuseas, vômito e 
sudorese fria. 
 
• Não há queixas auditivas. 
• A crise pode ter duração de dias a semanas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
EXAME OTOSCÓPICO 
 
Entre as ferramentas diagnósticas da otologia está a otoscopia. 
 
A presença de um canal – conduto auditivo externo – e de uma fronteira com 
transparência – membrana timpânica – entre a orelha externa e a orelha média 
transforma o uso de iluminação não somente necessário como um diferencial em 
relação à grande maioria das regiões anatômicas que não permitem de forma tão 
acessível obter informações de tamanho impacto no diagnóstico dos pacientes. 
Para se reconhecer as diversas patologias que afetam a orelha média com 
repercussões à otoscopia (otite média aguda e otite média crônica) 
 
O otoscópio é um instrumento semelhante a uma lanterna que possui formato 
cônico em sua cabeça para facilitar sua adequação à anatomia da orelha. Ele 
possui uma lente de aumento que permite a melhor visualização das estruturas 
anatômicas. 
 
O instrumento dispõe de uma série de espéculos de tamanhos variados que 
facilitam a acomodação do instrumento da orelha. O tamanho adequado do 
espéculo deve ser o maior que o meato acústico do paciente consiga acomodar 
com facilidade. É fundamental que o espéculo escolhido seja corretamente 
esterilizado antes do procedimento. 
 
 
 
PROCEDIMENTO 
O examinador deve solicitar que o paciente incline a cabeça para o lado 
contralateral ao examinado. Para facilitar a introdução do otoscópio, devemos 
realizar a retificação do meato acústico. 
 
 
Em adultos, isso consiste na tração delicada do pavilhão auricular para superior e 
posteriormente, afastando-o discretamente da cabeça. Em crianças, o pavilhão 
auricular deve ser tracionado para inferior e posteriormente. 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
 
 
O instrumento deve ser segurado através de seu cabo, entre o polegar e os demais 
dedos do examinador, de forma semelhante a uma caneta. Em geral, o 
examinador segura o otoscópio em sua mão direita quando está avaliando a 
orelha direita, e o inverso quando se observa a orelha esquerda. 
 
 
 
Além disso, é importante apoiar a mão que segura o otoscópio na face do paciente, 
através do quinto dedo, para garantir que o instrumento acompanhe os 
movimentos da cabeça do paciente 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
A inserção do espéculo deve ser lenta, delicada e direcionada para baixo e para 
frente, permitindo a visualização da membrana timpânica. Ao longo do conduto 
auditivo externo, o profissional de saúde deve buscar identificar presença de 
corpos estranhos, hiperemia, edema e cerume. Por vezes, o cerume, cuja cor varia 
de amarelo a marrom, pode atrapalhar a visualização das demais estruturas. 
 
Por outro lado, ao observar o tímpano, o examinador deve estar atento à 
coloração, contornos e presença ou não de perfurações na membrana. 
 
A observação dos pontos de referência mencionados pode auxiliar o profissional 
na avaliação da saúde do ouvido médio. 
 
 
 
 
 
 
 
IANI SOARES LUZ XIII – MED 
 
ALTERAÇÕES 
 
OTITE EXTERNA AGUDA 
Otite externa aguda é a infecção da pele do canal auditivo, geralmente de etiologia 
bacteriana. No exame físico, geralmente manifesta-se através de dor à 
movimentação do pavilhão auricular e trago. 
 
- Na otoscopia, a otite externa aguda apresenta meato acústico edemaciado, 
estreitado, úmido, pálido e hipersensível. Eventualmente, o meato acústico pode 
apresentar hiperemia. 
 
OTITE MÉDIA AGUDA 
A otite média aguda é o surgimento rápido de sinais e sintomas de inflamação da 
orelha média. 
 
- No exame físico, geralmente manifesta-se através de dor à palpação do processo 
mastoide. 
 
- Em geral, ela se manifesta na otoscopia através de abaulamento, opacidade 
(perda da translucidez) e hiperemia da membrana timpânica, e, quando de 
etiologia bacteriana, via acúmulo de secreção purulenta. Saiba mais sobre essa 
doença em Otite Média aguda | Ligas. 
 
 
PERFURAÇÃO DE MEMBRANA TIMPÂNICA 
- As perfurações da membrana timpânica podem ser causadas tanto por 
traumatismos diretos, quanto por infecções purulentas na orelha média. Elas 
podem estar associadas a sintomas como perda auditiva, dor, otorragia e 
vertigem. 
 
- Essa perfuração geralmente é evidente na otoscopia, onde a membrana 
timpânica também se apresentará com mobilidade abolida e, em perfurações 
infecciosas, pode apresentar fibrose e tecido de granulação (associados à 
inflamação crônica).

Mais conteúdos dessa disciplina