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Apóstila Básica - Fundamentos de Contabilidade v1

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PLANO DE CURSO 
 
1. Nome do curso: Fundamentos de Contabilidade 
 
2. Público-alvo: Servidores e empregados públicos que atuem nas áreas contábeis e 
não contábeis da organização; Gestores públicos das áreas administrativa, financeira, 
planejamento e controle, com ou sem formação contábil, que necessitam conhecer 
aspectos básicos da contabilidade. 
 
3. Quantidade de participantes por turma: Até 20 participantes 
 
4. Pré-requisitos: Estar inserido no público alvo 
 
5. Objetivos: 
 
5.1 Objetivo Geral: Capacitar servidores e empregados públicos para a aplicação dos 
fundamentos de contabilidade em suas rotinas de trabalho; 
 
5.2 Objetivos Específicos: Ao final do curso o aluno deverá ser capaz de: 
 
 Compreender os principais conceitos relativos à Contabilidade; 
 Reconhecer os Princípios de Contabilidade, assim como as principais 
características da informação contábil; 
 Reconhecer os conceitos dos elementos das demonstrações contábeis, 
permitindo diferenciá-los entre si; 
 Identificar as principais características e transações relativas ao Patrimônio das 
Entidades; 
 Compreender as características das demonstrações contábeis 
 Entender o processo de elaboração das principais demonstrações contábeis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. Planejamento do Curso: 
 
6.1. Carga Horária: 20 horas/aula. 
 
6.2. Conteúdo Programático: 
 
 Conceito de Contabilidade: Ciência social, princípios de contabilidade; objeto 
de contabilidade; objetivo da contabilidade, finalidade da contabilidade; 
Contextualização do processo de convergência contábil; 
 Usuários das informações; Campo de aplicação da contabilidade; 
 Características qualitativas da informação contábil; Características Qualitativas 
fundamentais: Relevância, Materialidade, Representação fidedigna, Aplicação 
das características qualitativas fundamentais. Características qualitativas de 
melhoria: Comparabilidade, Verificabilidade, Tempestividade, Aplicação das 
características qualitativas de melhoria; 
 Elementos das demonstrações contábeis: Posição patrimonial e financeira, 
Ativos, Passivos, Patrimônio Líquido, performance, Receitas, Despesas. 
 Reconhecimento dos Elementos das Demonstrações Contábeis: Probabilidade 
de futuros benefícios econômicos, Confiabilidade da mensuração, 
Reconhecimento de ativos, Reconhecimento de passivos, Reconhecimento de 
receitas, Reconhecimento de despesas; 
 Escrituração e fatos contábeis: Métodos de escrituração, Processo de 
escrituração; Contas: Natureza das contas; Lançamento: fórmulas de 
lançamento; Fato contábil permutativo, modificativo e misto. 
 Mensuração dos Elementos das Demonstrações Contábeis 
 Principais demonstrações contábeis: Balanço Patrimonial, Demonstração do 
Resultado do Exercício, Demonstração do Fluxo de Caixa; Balanço 
Orçamentário, Balanço Financeiro, Demonstração das Mutações do Patrimônio 
Líquido; 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.3. Cronograma de execução: 
 
DIA TURNO CARGA-HORÁRIA CONTEÚDO ATIVIDADES 
1 MANHÃ 04 h/a 
 Conceito de Contabilidade: Ciência social, princípios de 
contabilidade; objeto de contabilidade; objetivo da 
contabilidade, finalidade da contabilidade; 
Contextualização do processo de convergência contábil; 
 Usuários das informações; Campo de aplicação da 
contabilidade; 
 
 Exposição de conteúdo 
dialogado; 
 Exercícios de Fixação; 
2 MANHÃ 04 h/a 
 Características qualitativas da informação contábil; 
Características Qualitativas fundamentais: Relevância, 
Materialidade, Representação fidedigna, Aplicação das 
características qualitativas fundamentais. Características 
qualitativas de melhoria: Comparabilidade, 
Verificabilidade, Tempestividade, Aplicação das 
características qualitativas de melhoria; 
 Elementos das demonstrações contábeis: Posição 
patrimonial e financeira, Ativos, Passivos, Patrimônio 
 Exposição de conteúdo 
dialogada; 
 Exercícios de Fixação; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Líquido, performance, Receitas, Despesas. 
 
3 MANHÃ 04 h/a 
 Reconhecimento dos Elementos das Demonstrações 
Contábeis: Probabilidade de futuros benefícios 
econômicos, Confiabilidade da mensuração, 
Reconhecimento de ativos, Reconhecimento de 
passivos, Reconhecimento de receitas, Reconhecimento 
de despesas; 
 Escrituração e fatos contábeis: Métodos de escrituração, 
Processo de escrituração; Contas: Natureza das contas; 
Lançamento: fórmulas de lançamento; Fato contábil 
permutativo, modificativo e misto. 
 Mensuração dos Elementos das Demonstrações 
Contábeis 
 
 Exposição de conteúdo 
dialogada; 
 Exercícios de Fixação; 
 
4 MANHÃ 04 h/a 
 Principais demonstrações contábeis: Balanço 
Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, 
Demonstração do Fluxo de Caixa; 
 Exposição de conteúdo 
dialogada; 
 Exercícios de Fixação; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 MANHÃ 04 h/a 
 Exercício completo partindo das principais transações 
contábeis, culminado com a elaboração do Balanço 
Patrimonial e da Demonstração do Resultado do 
Exercício. 
 
 Exposição de conteúdo 
dialogada; 
 Exercícios de Fixação; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. Metodologia: 
 
7.1. Metodologia de Ensino: exposição dialogada demonstrando os aspectos 
conceituais da contabilidade, exercícios de fixação em sala de aula e explanação de 
casos práticos. 
 
7.2. Metodologia de Avaliação de Aprendizagem: A avaliação será realizada ao 
longo de todo processo da aula, com análise da participação em sala de aula, além de 
exercícios práticos individuais e trabalhos em grupo. 
 
8. Recursos Didáticos: Equipamento de Multimídia 
 
10. Bibliografia: 
 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 00 (R1) - Estrutura 
Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. Disponível 
em: http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/147_CPC00_R1.pdf. Acesso em 
03/07/2017. 
 
IUDÍCIBUS, Sergio de. Et ali. Contabilidade Introdutória. 11ª e.d. São Paulo: Atlas, 
2010. 
 
SOUZA, Sergio Adriano de. Contabilidade Geral 3D: Básica, intermediária e avançada. 
3ª e.d. Salvador: Juspodivm, 2016. 
 
FIPECAFI. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. São Paulo: Atlas, 
2009. 
 
Elaborado por: Rodrigo da Silva Farias, Gestor Governamental – Contador, Gerente 
da Setorial Contábil da PGE/PE, Matrícula 329.175-8. 
 
http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/147_CPC00_R1.pdf
 
 
 
 
 
 
 
 
Giceli Elísio de Barros Martins – Gestora Governamental – Contadora, Gestora da 
Setorial Contábil da Casa Civil, Matrícula 329.168-5. 
 
Data de Elaboração do plano/projeto de curso: 07/07/2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
Sumário 
1. Conceito de Contabilidade .................................................................................................. 11 
1.1 Ciência Social .............................................................................................................. 11 
1.2 Objeto da Contabilidade ................................................................................................... 11 
1.3 Objetivo da Contabilidade ................................................................................................. 11 
1.4 Finalidade da Contabilidade .............................................................................................. 12 
1.5 Usuários das Informações Contábeis ................................................................................ 12 
1.6 Campo de Aplicação da Contabilidade .............................................................................. 12 
1.7 Funções da Contabilidade ................................................................................................. 12 
2. Princípios de Contabilidade ................................................................................................. 13 
2.1 Princípio da Entidade........................................................................................................ 13 
2.2 Princípio da Continuidade ................................................................................................. 13 
2.3 Princípio da Oportunidade ................................................................................................ 13 
2.4 Princípio do Registro pelo Valor Original .......................................................................... 14 
2.5 Princípio da Competência ................................................................................................. 15 
2.6 Princípio da Prudência ....................................................................................................... 15 
3. Característica Qualitativa da Informação Contábil ............................................................. 16 
3.1 Características qualitativas fundamentais ........................................................................ 16 
3.1.1 Relevância .................................................................................................................. 16 
3.1.2 Representação Fidedigna ........................................................................................... 16 
3.1.3 Aplicação das características qualitativas fundamentais ........................................... 16 
3.2 Características qualitativas de melhoria ........................................................................... 17 
3.2.1 Comparabilidade ........................................................................................................ 17 
3.2.2 Verificabilidade ........................................................................................................... 17 
3.2.3 Tempestividade .......................................................................................................... 17 
3.2.4 Compreensibilidade ................................................................................................... 17 
4. O Patrimônio ....................................................................................................................... 18 
4.1 Definição ........................................................................................................................... 18 
4.2 Bens ................................................................................................................................... 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.2.1 Bens Numerários ....................................................................................................... 18 
4.2.2 Bens de Venda ............................................................................................................ 18 
4.2.3 Bens de Renda ............................................................................................................ 19 
4.2.4 Bens de uso ................................................................................................................ 19 
4.2.5 Bens materiais ou tangíveis ........................................................................................ 19 
4.2.6 Bens imateriais ou intangíveis ................................................................................... 19 
4.3 Direitos .............................................................................................................................. 20 
4.4 Obrigações ......................................................................................................................... 20 
4.5 Aspectos qualitativos e quantitativos ............................................................................... 21 
5. Elementos das demonstrações contábeis ........................................................................... 21 
6. Equação Fundamental do Patrimônio ................................................................................. 22 
7. Situação Líquida .................................................................................................................. 23 
7.1 Situação Líquida Positiva ................................................................................................... 23 
7.2 Situação Líquida Nula ........................................................................................................ 24 
7.3 Situação Líquida Negativa ................................................................................................. 24 
7.4 Conclusões da Equação Patrimonial ................................................................................. 25 
7.4.1 Passivo Total ............................................................................................................... 25 
7.4.2 Capital Aplicado .......................................................................................................... 25 
7.5 Origens e Aplicações de Recursos ..................................................................................... 26 
8. Procedimentos contábeis básicos segundo o método das partidas dobradas ................... 33 
8.1 Contas ................................................................................................................................ 33 
8.2 Razão ................................................................................................................................. 34 
8.3 Débito e Crédito ................................................................................................................ 36 
8.4 Lançamentos a Débito e a Crédito das Contas .................................................................. 36 
8.5 Contas de Ativo ................................................................................................................. 36 
8.6 Contas de Passivo e de Patrimônio Liquido ...................................................................... 37 
8.6.1 De Passivo................................................................................................................... 37 
8.6.2 De Patrimônio Líquido ................................................................................................ 38 
8.7 Resumo dos mecanismos de Débito e Crédito ................................................................. 38 
8.8 Método das Partidas Dobradas ......................................................................................... 39 
8.9 Exemplos de Registro de Operações no Razão ................................................................. 39 
 
 
 
 
 
 
 
 
9. As Variações do Patrimônio Líquido ....................................................................................... 43 
9.1 Despesa Receita e Resultado ............................................................................................ 43 
9.2 Receita ............................................................................................................................... 43 
9.3 Despesa ............................................................................................................................. 43 
9.4 Resultado ........................................................................................................................... 43 
9.5 Encerramento de Contas de Receita e Despesa ............................................................... 44 
9.6 Distribuição de Resultados ................................................................................................ 44 
9.7 Demonstração do resultado do exercício ......................................................................... 45 
9.8 Registro das Operações Normais do Exercício .................................................................. 46 
9.8.1 Exemplificação ............................................................................................................ 46 
10. Demonstrações Contábeis ................................................................................................... 50 
10.1 BalançoPatrimonial ........................................................................................................ 50 
9.1.1 Conceito ..................................................................................................................... 50 
10.1.2 Importância do Balanço ........................................................................................... 50 
10.1.3 Conteúdo do Balanço ............................................................................................... 50 
10.2 Demonstração do Resultado do Exercício....................................................................... 51 
10.3 Demonstração dos Fluxos de Caixa ................................................................................. 52 
10.3.1 Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais ............................................................ 52 
10.3.2 Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento ....................................................... 52 
10.3.3 Atividades de Financiamento ................................................................................... 53 
10.4 Balanço Orçamentário..................................................................................................... 53 
10.5 Balanço Financeiro .......................................................................................................... 53 
10.6 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ..................................................... 54 
10.7 Demais Demonstrações Contábeis ................................................................................. 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Conceito de Contabilidade 
 
“Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das 
entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos 
gastos nele ocorridos, com o fim de fornecer informações sobre sua composição e 
variações, bem como sobre o resultado econômico e decorrente da gestão da 
riqueza patrimonial” (Hilário Franco 1996). 
“A Contabilidade é a ciência que estuda, interpreta e registra os 
fenômenos que afetam o patrimônio de uma entidade. Ela alcança sua finalidade através 
do registro e análise de todos os fatos relacionados com a formação, a movimentação e 
as variações do patrimônio administrativo, vinculado à entidade, com o fim de assegurar 
seu controle e fornecer a seus administradores as informações necessárias à ação 
administrativa, bem como a seus titulares (proprietários do patrimônio) e demais 
pessoas com ele relacionadas, as informações sobre o estado patrimonial e o resultado 
das atividades desenvolvidas pela entidade para alcançar os seus fins.” (Definição da 
FEA/USP). https://www.fea.usp.br/contabilidade-e-atuaria/graduacao/o-que-e-
contabilidade 
Ainda de acordo com a FEA/USP, diversas técnicas são usadas pela 
contabilidade para que seus objetivos sejam atingidos: a escrituração é uma forma 
própria desta ciência de registrar as ocorrências patrimoniais; as demonstrações 
contábeis são demonstrações expositivas para reunir os fatos de maneira a obter maiores 
informações, e a análise de balanços é uma técnica que permite decompor, comparar e 
interpretar o conteúdo das demonstrações contábeis, fornecendo informações analíticas, 
cuja utilidade vai além do administrador. 
1.1 Ciência Social 
 
A doutrina majoritária enquadra a contabilidade no campo das Ciências 
Sociais, junto com a Economia, a Administração, o Direito, a Sociologia e outras. 
De acordo com o Professor Antônio Lopes de Sá: O enquadramento da 
Contabilidade, como ciência, deveu-se ao fato da mesma atender a todos os requisitos 
necessários para tal qualificação, ou seja, ter objeto próprio, método específico, 
finalidade determinada, teoremas, teorias, hipóteses, tradição etc. 
1.2 Objeto da Contabilidade 
 
A Contabilidade tem por objeto de estudo o Patrimônio das entidades, 
que, de modo simplificado, vem a ser o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma 
entidade num determinado momento, e que podem ser avaliados economicamente. 
1.3 Objetivo da Contabilidade 
 
O objetivo da contabilidade é o controle do patrimônio. Para atingir tal 
mister, a contabilidade se utiliza de várias técnicas, as principais são: escrituração, 
demonstrações contábeis e análise das demonstrações. 
http://www.exatagestaocontabil.com.br/
 
 
 
 
 
 
 
 
1.4 Finalidade da Contabilidade 
 
A contabilidade tem por finalidade o fornecimento de informações que 
sejam úteis na tomada de decisões econômicas e avaliações por parte dos usuários em 
geral. Essas decisões envolvem, por exemplo, comprar, vender ou manter participações 
em instrumentos patrimoniais e em instrumentos de dívida, e a oferecer ou 
disponibilizar empréstimos ou outras formas de crédito. 
1.5 Usuários das Informações Contábeis 
 
As principais pessoas e entidades que utilizam as informações contábil 
são as que seguem: 
 
 Acionistas, sócios ou proprietários existentes e em potencial com a finalidade 
de saber a rentabilidade e a segurança do seu investimento; 
 Administradores da entidade com a finalidade de tomada de decisão econômica 
 Credores por empréstimos ou outros credores com a finalidade de avaliar a 
segurança do retorno dos recursos aplicados na empresa 
 Órgãos do Governo com a finalidade de verificar a tributação das empresas 
 1.6 Campo de Aplicação da Contabilidade 
 
Todas as entidades que possuem patrimônio estão abrangidas pela 
contabilidade, sejam elas pessoa físicas, jurídicas, com ou sem finalidade lucrativa. 
 
1.7 Funções da Contabilidade 
 
As funções da contabilidade podem ser agrupadas em dois grupos: 
Função Administrativa e Função Econômica. 
A Função Administrativa é desempenhada através do controle do 
patrimônio da entidade mediante registro dos fatos contábeis. 
Por outro lado a Função Econômica está relacionada a apuração do 
resultado, que pode ser lucro ou prejuízo do exercício. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Princípios de Contabilidade 
 
Constituem Princípios de Contabilidade: 
 
a) Entidade; 
b) Continuidade; 
c) Oportunidade; 
d) Registro pelo Valor Original; 
e) Competência; e 
f) Prudência 
 
Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e 
teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante 
nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade 
no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. 
(Resolução CFC nº. 1282/10). 
 
2.1 Princípio da Entidade 
 
O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da 
Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um 
Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de 
pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de 
qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta 
acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no 
caso de sociedade ou instituição. 
O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é 
verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em 
nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. 
 
2.2 Princípio da Continuidade 
 
O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em 
operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do 
patrimônio levam em conta esta circunstância. 
 
2.3 Princípio da Oportunidade 
 
O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e 
apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e 
tempestivas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da 
informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso énecessário 
ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. 
 
2.4 Princípio do Registro pelo Valor Original 
 
O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os 
componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais 
das transações, expressos em moeda nacional. 
 
As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus 
distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: 
 
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem 
pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que 
são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados 
pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em 
algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os 
quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; 
e 
 
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os 
componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações 
decorrentes dos seguintes fatores: 
 
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de 
caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem 
adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são 
reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que 
seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações 
contábeis; 
 
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de 
caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos 
são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se 
espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das 
operações da Entidade; 
 
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo 
futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal 
das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado 
do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o 
passivo no curso normal das operações da Entidade; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, 
entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e 
 
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional 
devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão 
formal dos valores dos componentes patrimoniais. 
 
§ 2º. São resultantes da adoção da atualização monetária: 
 
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa 
unidade constante em termos do poder aquisitivo; 
 
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações 
originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que 
permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por 
consequência, o do Patrimônio Líquido; e 
 
III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o 
ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de 
indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da 
moeda nacional em um dado período. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10) 
 
Nota: o artigo 8º, seu § único, e os incisos I, II e III, que tratavam do Princípio da 
Atualização Monetária foram revogados pela Resolução CFC nº. 1282/10. 
 
2.5 Princípio da Competência 
 
O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e 
outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente 
do recebimento ou pagamento. 
O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação 
de receitas e de despesas correlatas. 
 
2.6 Princípio da Prudência 
 
O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os 
componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem 
alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que 
alterem o patrimônio líquido. 
O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de 
precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições 
de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que 
passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao 
processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Característica Qualitativa da Informação Contábil 
 
Se a informação contábil-financeira é para ser útil, ela precisa ser 
relevante e representar com fidedignidade o que se propõe a representar. A utilidade da 
informação contábil-financeira é melhorada se ela for comparável, verificável, 
tempestiva e compreensível. 
 
3.1 Características qualitativas fundamentais 
 
As características qualitativas fundamentais são relevância e 
representação fidedigna. 
 
3.1.1 Relevância 
 
Informação contábil-financeira relevante é aquela capaz de fazer 
diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários. A informação pode ser 
capaz de fazer diferença em uma decisão mesmo no caso de alguns usuários decidirem 
não a levar em consideração, ou já tiver tomado ciência de sua existência por outras 
fontes. 
A informação contábil-financeira é capaz de fazer diferença nas decisões 
se tiver valor preditivo, valor confirmatório ou ambos. 
 
3.1.2 Representação Fidedigna 
 
Os relatórios contábil-financeiros representam um fenômeno econômico 
em palavras e números. Para ser útil, a informação contábil-financeira não tem só que 
representar um fenômeno relevante, mas tem também que representar com 
fidedignidade o fenômeno que se propõe representar. Para ser representação 
perfeitamente fidedigna, a realidade retratada precisa ter três atributos. Ela tem que ser 
completa, neutra e livre de erro. É claro, a perfeição é rara, se de fato alcançável. O 
objetivo é maximizar referidos atributos na extensão que seja possível. 
 
3.1.3 Aplicação das características qualitativas fundamentais 
 
A informação precisa concomitantemente ser relevante e representar com 
fidedignidade a realidade reportada para ser útil. Nem a representação fidedigna de 
fenômeno irrelevante, tampouco a representação não fidedigna de fenômeno relevante 
auxiliam os usuários a tomarem boas decisões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2 Características qualitativas de melhoria 
 
Comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade 
são características qualitativas que melhoram a utilidade da informação que é relevante 
e que é representada com fidedignidade. As características qualitativas de melhoria 
podem também auxiliar a determinar qual de duas alternativas que sejam consideradas 
equivalentes em termos de relevância e fidedignidade de representação deve ser usada 
para retratar um fenômeno. 
3.2.1 Comparabilidade 
 
As decisões de usuários implicam escolhas entre alternativas, como, por 
exemplo, vender ou manter um investimento, ou investir em uma entidade ou noutra. 
Consequentemente, a informação acerca da entidade que reporta informação será mais 
útil caso possa ser comparada com informação similar sobre outras entidades e com 
informação similar sobre a mesma entidade para outro período ou para outra data. 
Comparabilidade é a característica qualitativa que permite que os usuários 
identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças entre eles. Diferentemente 
de outras características qualitativas, a comparabilidade não está relacionada com um único 
item. A comparação requer no mínimodois itens. 
 
3.2.2 Verificabilidade 
 
A verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que a informação 
representa fidedignamente o fenômeno econômico que se propõe representar. A 
verificabilidade significa que diferentes observadores, cônscios e independentes, podem 
chegar a um consenso, embora não cheguem necessariamente a um completo acordo, 
quanto ao retrato de uma realidade econômica em particular ser uma representação 
fidedigna. Informação quantificável não necessita ser um único ponto estimado para ser 
verificável. Uma faixa de possíveis montantes com suas probabilidades respectivas pode 
também ser verificável. 
 
3.2.3 Tempestividade 
 
Tempestividade significa ter informação disponível para tomadores de 
decisão a tempo de poder influenciá-los em suas decisões. Em geral, a informação mais 
antiga é a que tem menos utilidade. Contudo, certa informação pode ter o seu atributo 
tempestividade prolongado após o encerramento do período contábil, em decorrência de 
alguns usuários, por exemplo, necessitarem identificar e avaliar tendências. 
 
3.2.4 Compreensibilidade 
 
Classificar, caracterizar e apresentar a informação com clareza e concisão 
torna-a compreensível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. O Patrimônio 
 
4.1 Definição 
Na ótica de conjunto podemos defini-lo como uma reunião de bens, 
direitos e obrigações. 
De uma outra forma genérica podemos conceituá-lo como um conjunto 
de riquezas organizadas em prol de um objetivo específico. 
4.2 Bens 
São Bens todas as coisas que têm utilidade para as entidades e podem ser 
avaliados economicamente. 
4.2.1 Bens Numerários 
São os bens relacionados com as disponibilidades financeiras (dinheiro) 
da entidade, por exemplo: 
 
-Caixa; 
 
- Banco Conta Movimento; 
 
- Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata; 
 
- Numerários em Trânsito (por exemplo, quando a matriz manda um 
malote com dinheiro para uma filial). 
 
4.2.2 Bens de Venda 
 
São os bens destinados à comercialização da entidade, por exemplo: 
 
- Matérias-Primas; 
 
- Produtos em Fabricação; 
 
- Produtos Prontos; 
 
- Mercadorias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.2.3 Bens de Renda 
 
São os bens que não são essenciais à manutenção das atividades da 
entidade e que podem gerar renda, por exemplo: 
 
 
- Imóveis para Aluguel; 
 
- Ações de Coligadas; 
 
- Ações de Controladas. 
 
4.2.4 Bens de uso 
 
São os bens que são essenciais à manutenção das atividades da empresa, 
ou seja, a empresa depende desses bens para que possa desenvolver as suas atividades. 
Os bens de uso podem ser materiais ou imateriais. 
 
4.2.5 Bens materiais ou tangíveis 
 
São os bens de existência concreta, ou seja, bens que podem ser tocados, 
por exemplo: 
 
-Veículos; 
 
-Imóveis; 
 
- Móveis e Utensílios; 
 
- Máquinas e Equipamentos. 
 
4.2.6 Bens imateriais ou intangíveis 
 
São os bens de existência abstrata, ou seja, bens que não podem ser 
tocados, por exemplo: 
 
-Marcas; 
 
- Patentes; 
 
- Concessões Obtidas; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Direitos Autorais. 
 
4.3 Direitos 
 
São todos os valores que a empresa tem a receber de terceiros. 
Geralmente aparecem seguidos da expressão a receber, a recuperar, por exemplo: 
 
- Duplicatas a Receber; 
 
- Adiantamentos a Fornecedores; 
 
- Adiantamentos a Empregados; 
 
- Impostos a Recuperar; 
 
- Dividendos a Receber; 
 
- Empréstimos a Diretores; 
 
- Empréstimos a Coligadas; 
 
- Empréstimos a Controladas; 
 
- Juros a Receber; 
 
- Aluguéis a Receber. 
 
4.4 Obrigações 
 
São todos os valores que a empresa tem a pagar para terceiros. 
Geralmente aparecem seguidos da expressão a pagar, a recolher, por exemplo: 
 
- Duplicatas a Pagar; 
 
- Adiantamentos de Clientes; 
 
- Salários a Pagar; 
 
- Impostos a Recolher; 
 
- Dividendos a Pagar; 
 
- Financiamentos; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Empréstimos de Coligadas; 
 
- Empréstimos de Controladas. 
 
4.5 Aspectos qualitativos e quantitativos 
 
As demonstrações contábeis deverão ressaltar os aspectos qualitativos e 
quantitativos de um patrimônio. 
 
Os aspectos qualitativos consistem em dar nomes aos elementos 
patrimoniais (bens, direitos, obrigações e Patrimônio Líquido). Por exemplo, o dinheiro 
que está no cofre da empresa é um bem numerário. Assim, quando a empresa montar o 
seu Balanço Patrimonial, esse dinheiro que está no cofre da empresa vai ser 
representado pela conta caixa. 
 
Os aspectos quantitativos consistem em atribuir valores aos elementos 
patrimoniais. Caso a empresa tenha no seu cofre na data de elaboração do seu Balanço a 
quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais), o mesmo vai ser representado no Balanço 
Patrimonial da empresa pelo valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). 
5. Elementos das demonstrações contábeis 
 
As demonstrações contábeis retratam os efeitos patrimoniais e financeiros 
das transações e outros eventos, por meio do grupamento dos mesmos em classes amplas de 
acordo com as suas características econômicas. Essas classes amplas são denominadas de 
elementos das demonstrações contábeis. 
 
Os elementos diretamente relacionados à mensuração da posição patrimonial 
e financeira no balanço patrimonial são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido. Os 
elementos diretamente relacionados com a mensuração do desempenho na demonstração do 
resultado são as receitas e as despesas. 
 
Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição 
patrimonial e financeira são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido. Estes são 
definidos como segue: 
 
(a) ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos 
passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a 
entidade; 
(b) passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos 
passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade 
capazes de gerar benefícios econômicos; 
 
 
 
 
 
 
 
 
(c) patrimônio líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de 
deduzidos todos os seus passivos. 
 
Graficamente os elementos patrimoniais podem ser representado da seguinte 
maneira: 
 
 
 
Os elementos de receitas e despesas são definidos como segue: 
 
 
 
(a) receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período 
contábil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou 
diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e 
que não estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos 
instrumentos patrimoniais; 
(b) despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período 
contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção 
de passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e que não 
estejam relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos 
patrimoniais. 
6. Equação Fundamental do Patrimônio 
 
A equação fundamental do patrimônio ou equação patrimonial demonstra 
que o total do Ativo que é composto pelas partes positivas do patrimônio é exatamente 
igual ao total do Passivo que é formado pelas partes negativas do patrimônio mais o 
Patrimônio Líquido. 
 
 
 
 
 
Ativo 
Passivo 
 
 
 
 
Patrimônio 
Líquido 
 
 
 
 
Interesse Residual 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ativo Passivo 
Partes positivas = Bens + Direitos 
 
Partes negativas = Obrigações 
+ 
Patrimônio Líquido 
Total __________________ x Total __________________ x 
 
 
 
Assim, temos que a equação fundamental do Patrimônio é: 
 
 
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido 
7. Situação Líquida 
 
A diferença entre o total do Ativo (partes positivas do patrimônio) e o 
total do Passivo (partes negativas do patrimônio) resulta na situação líquida, que pode 
ser positiva, nula ou negativa. 
 
 
Situação Líquida (SL) = Ativo (A) – Passivo (P) 
7.1 Situação Líquida Positiva 
 
A situação líquida positiva ocorrequando o total de bens mais direitos 
for maior que o total das obrigações, e nesse caso a situação líquida (SL) é chamada de 
situação líquida positiva, situação líquida ativa ou situação líquida superavitária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bens 
= 
Obrigações 
 
 + 
Situação 
Líquida 
 
Direitos 
=> Situação Líquida Positiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.2 Situação Líquida Nula 
 
A situação líquida nula ocorre quando o total de bens mais direitos for 
igual ao total das obrigações, e nesse caso a situação líquida é chamada de situação 
líquida nula ou situação líquida compensada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.3 Situação Líquida Negativa 
 
 
A situação líquida negativa ocorre quando o total de bens mais direitos 
for menor do que o total das obrigações, e nesse caso a situação líquida é chamada de 
situação líquida negativa, situação líquida passiva, situação líquida deficitária ou 
passivo a descoberto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bens 
= Obrigações 
 
 + => Situação Líquida Nula 
Direitos 
 
 
Bens 
- Obrigações 
 
 + 
 
Direitos 
 
 
 
 
=> Situação Líquida Negativa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.4 Conclusões da Equação Patrimonial 
 
 
Da equação patrimonial, identificamos o passivo total, o capital aplicado 
e as origens e aplicações dos recursos. 
 
 
7.4.1 Passivo Total 
 
O passivo total corresponde ao somatório do passivo exigível 
(obrigações) com o passivo não exigível (Patrimônio Líquido). 
 
 
Passivo total = Passivo exigível + Passivo não exigível 
 
 
 
 
7.4.2 Capital Aplicado 
 
O somatório do capital de terceiros (obrigações) com o capital próprio 
(Patrimônio Líquido) resulta no capital total à disposição da empresa. 
 
Da equação patrimonial temos que o total do Ativo ou capital aplicado é 
exatamente igual ao total do Passivo ou capital total à disposição da empresa. 
 
 
Capital Total à disposição da empresa = Capital de Terceiros + Capital Próprio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ativo Passivo 
Bens Obrigação................. Passivo Exigível 
Direitos PL............................. Passivo não Exigível 
Total Total...................... Passivo Total 
Ativo Passivo 
 Obrigação................. Passivo Exigível 
 PL............................. Passivo não Exigível 
Total.................................................. Capital Aplicado Total......................... Capital total á disposição da empresa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como o total do Ativo (ou Capital Aplicado) é igual ao total do Passivo 
(ou Capital Total à disposição da empresa), temos: 
 
 
Capital Aplicado = Capital Total à disposição da empresa 
 
 
7.5 Origens e Aplicações de Recursos 
 
 
Após a classificação das contas em bens, direitos, obrigações, patrimônio 
líquido, receitas e despesas, a Contabilidade identifica quais dessas contas representam 
uma origem ou aplicação de recursos. As origens de recursos são valores oriundos dos 
sócios da empresa ou de terceiros, e representam os valores negativos do patrimônio, 
pois a empresa contrai obrigações para com os sócios ou terceiros, que nesse caso, são 
os credores da empresa. 
No surgimento de uma empresa, os sócios entregam valores para a 
integralização do capital, e nesse caso temos uma fonte de recursos próprios. Após a 
entrada em funcionamento, o lucro derivado das operações da empresa, representam 
uma fonte de recursos próprios. 
Caso a empresa tenha necessidade de ampliar as suas instalações e não 
disponha de recursos próprios, a ampliação poderá ser financiada com recursos de 
terceiros, derivados de uma instituição financeira. Assim, os recursos de terceiros 
(capital de terceiros) e os recursos próprios (capital próprio) representam as duas 
principais fontes de origens dos recursos para a formação do patrimônio de uma 
empresa. 
 
 
Origem dos Recursos = Recursos de Terceiros + Recursos Próprios 
 
 
De posse dos capitais de terceiros e dos capitais próprios, a empresa 
realiza a aplicação dos respectivos recursos na aquisição de bens e direitos, para que 
possa desenvolver as suas atividades. Portanto, os bens e direitos representam as 
aplicações de recursos. Para a Contabilidade, não existe uma aplicação de recursos sem 
que haja uma origem de recursos respectiva, ou seja, sempre que ocorrer entradas de 
bens ou direitos, haverá origens de recursos das respectivas entradas. Da mesma forma 
caso se verifique uma saída de bens ou redução dos direitos, deve-se justificar onde as 
respectivas saídas de bens ou redução dos direitos foram aplicados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Portanto, sempre que houver uma redução do Ativo e um aumento do Passivo 
haverá uma origem de recursos, e sempre que houver um aumento do Ativo e uma 
redução do Passivo haverá uma aplicação de recursos. Conclusão, como o total do Ativo 
ou aplicações dos recursos é igual ao total do Passivo ou origem dos recursos, temos: 
 
Aplicações dos Recursos = Origem dos Recursos 
 
 
7.6 Configurações do Estado Patrimonial 
 
Como ilustração, suponhamos uma balança de dois pratos: colocaremos 
no da esquerda o Ativo e no da direita o Passivo. Se ambos tiverem valores iguais, o 
equilíbrio estará conseguido. Mas, como normalmente Ativo e Passivo apresentam 
valores diferentes, a balança pendera para um dos lados. O peso (valor) que 
colocaremos apenas para a obtenção do equilíbrio e o que chamamos Patrimônio 
Liquido e, é logico, esta no lado de menor valor. 
Passaremos a considerar certo numero de operações de uma empresa, 
preparando um Balanço Patrimonial apos cada operação e observando a continua 
igualdade entre os dois lados do Balanço. 
 
1ª Operação - Subscrição do capital social 
 
Diversas pessoas resolvem fundar uma sociedade anônima, denominada Recife S/A. 
Fazendo uma analise do que pretendem fazer, concluem que precisam investir R$ 
5.000,00 para começar o empreendimento. Esse é, então, definido como o capital inicial 
do empreendimento. Com isso, subscrevem (assinam o compromisso de entregar o 
dinheiro) e integralizam (entregam efetivamente o dinheiro), deliberando que esse 
capital será constituído de 50 ações de $ 100 cada uma. A entidade inicia suas 
atividades em 15-janeiro- X, dedicando-se ao ramo de prestação de serviços de 
informática. 
 
Apos a subscrição e integralização em dinheiro do capital social, o Balanço Patrimonial 
toma a forma apresentada a seguir: 
 
 
 
 
 
 
Ativo Passivo 
 Obrigação.................................... Recursos de Terceiros 
 PL................................................ Passivo não Exigível 
Total...................................... Aplicações dos Recursos Total............................................ Origem dos Recursos 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recife S.A 
Balanço Patrimonial em 31-12-xx 
Em $ mil 
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido 
 
 Patrimônio Líquido 
Caixa 5.000 Capital Subscrito 5.000 
 
 
Total do Ativo 5.000 Total do Passivo + PL 5.000 
 
 
A entidade recebe um Ativo (Caixa) no valor de R$ 5.000 e, em 
contrapartida, forma o Patrimônio Liquido inicial. 
 
2ª Operação - Aquisição de edifício 
 
A empresa resolve adquirir em 10-2- X, mediante pagamento a vista, um 
edifício de dois pavimentos para abrigar suas instalações, pela importância de $ 2.000. 
 
Com essa transação, a empresa adquire um novo Ativo (Imóveis), mas vê 
seu dinheiro (Caixa) diminuído do mesmo valor. 
 
Realizada a transação imobiliária, o Balanço Patrimonial passa a ter a 
seguinte disposição: 
 
 
 
 
 
 
Recife S.A 
Balanço Patrimonial em 31-12-xx 
Em $ mil 
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido 
 
 Patrimônio Líquido 
Caixa 3.000 Capital Subscrito 5.000 
Imóveis 2.000 
 
Total do Ativo 5.000 Total do Passivo + PL 5.0003ª Operação - Compra de materiais 
 
Para iniciar suas atividades mercantis, a empresa necessita adquirir 
materiais, que serão estocados, para uma posterior utilização, quando da prestação dos 
serviços a seus clientes. 
 
O diretor da empresa, Sr. Rodriguez, conhece o Sr. Oliveira, comerciante 
que, na ocasião, esta liquidando seus estoques de material eletrônico. 
 
Em 13-2-X são arrematados todos os materiais da empresa liquidante 
pela importância de $ 2.000. O Sr. Oliveira confessa que poderia vender facilmente seu 
saldo de Materiais por $ 2.800, em leilão, mas aceita o preço oferecido pela Recife S.A., 
por se tratar de venda rápida, assinando as partes o respectivo contrato. 
 
Existe um principio contábil segundo o qual as aquisições de bens devem 
ser registradas pelo custo real da compra, não importando se, nesse período, ha 
considerável diferença entre o custo e o valor desse bem no mercado. Essa diferença 
será reconhecida (como lucro) apenas mais tarde, como veremos. 
 
Isto porque, desde o inicio da Contabilidade, o raciocínio tem sido o 
seguinte: vamos registrar os estoques por quanto eles nos custaram para que, quando 
forem vendidos, possamos medir o lucro pela diferença entre o dinheiro da venda e o 
dinheiro usado na compra. Ou, no caso de materiais a serem consumidos na prestação 
de serviços, deixemo-los pelo custo para que, quando prestarmos os serviços e 
consumirmos o material, tenhamos o lucro medido pela diferença entre o dinheiro da 
venda e o empregado para comprar o material usado e para pagar outras despesas. 
 
O material adquirido figurara no Balanço Patrimonial, então, pelo preço 
de custo (compra) de $ 2.000. 
 
Nenhum pagamento em dinheiro e feito ao Sr. Almeida nessa data, ja que 
ele concordou com um certo prazo para essa liquidação financeira. 
 
Por essa transação, a empresa adquire um novo Ativo (Materiais) e 
assume um Passivo, uma obrigação de pagar (Fornecedores). 
 
Apos essa transação, o Balanço da Recife S.A. passa a ter a seguinte 
forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recife S.A 
Balanço Patrimonial em 31-12-xx 
Em $ mil 
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido 
 
 Passivo 
Caixa 3.000 Fornecedores 2.000 
Imóveis 2.000 Patrimônio Líquido 
Estoque de Materiais 2.000 Capital Subscrito 5.000 
 
Total do Ativo 7.000 Total do Passivo + PL 7.000 
 
 
 
4ª Operação - Compra de veiculo 
 
A Recife S.A. necessita de um utilitário para efetuar aos clientes a 
entrega dos aparelhos eletrônicos consertados. 
 
Adquire, então, em 20-2-X, da Alfa Automóveis S.A., um veiculo, a 
vista, por $ 200. 
 
Efetuada essa nova transação, a empresa adquire um novo Ativo 
(Veículos) e seu dinheiro (Caixa) diminui no mesmo valor. O balanço da empresa estará 
agora assim configurado: 
 
 
 
 
Recife S.A 
Balanço Patrimonial em 31-12-xx 
Em $ mil 
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido 
 
 Passivo 
Caixa 2.800 Fornecedores 2.000 
Imóveis 2.000 Patrimônio Líquido 
Estoque de Materiais 2.000 Capital Subscrito 5.000 
Veículos 200 
 
Total do Ativo 7.000 Total do Passivo + PL 7.000 
 
 
 
 
 
 
 
 
5ª Operação - Venda de parte do edifício 
 
Os diretores, verificando que o edifício adquirido excede as necessidades 
previstas, resolvem vender o pavimento superior ao Sr. A. Sousa, em 23-2-X por $ 
1.200. Supondo que o custo pago pelo imóvel total, $ 2.000, fosse dividido em partes 
iguais, $ 1.000 como custo de cada um dos dois pavimentos adquiridos, ter-se-ia agora o 
seguinte: o ativo cresceu $ 1.200 representado pela Nota Promissória a Receber, mas o 
ativo também foi reduzido em $ 1.000, devido a baixa da parte do imóvel vendido. Com 
isso, ha um incremento liquido de $ 200 do ativo; como nada se altera no passivo, isso 
provoca, então, um aumento de $ 200 no patrimônio liquido, em função desse lucro na 
venda do imóvel 
 
Nenhum dinheiro foi recebido do Sr. A. Sousa, nessa data, porem a 
empresa adquire um novo Ativo - um direito de receber os $ 1.200, representado por 
uma Nota Promissória emitida pelo comprador. 
 
Tais direitos serão denominados por Títulos a Receber A venda do 
pavimento ocasiona redução do Ativo Imóveis. Vejamos a nova situação do Balanço 
Patrimonial da Alfa S.A.: 
 
 
 
 
6ª Operação - Pagamento de obrigação 
 
Em 5-3-X, a Recife S.A paga ao Sr. oliveira $ 1.200, correspondentes a 
parte da divida assumida com o mesmo em 13-2-X, quando da aquisição de materiais 
eletrônicos. Esta operação diminui o Passivo (Fornecedor) e também a disponibilidade 
Recife S.A 
Balanço Patrimonial em 31-12-xx 
Em $ mil 
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido 
 
 Passivo 
Caixa 2.800 Fornecedores 2.000 
Imóveis 1.000 Patrimônio Líquido 
Estoque de Materiais 2.000 Capital Subscrito 5.000 
Veículos 200 Lucro 200 
Títulos a receber 1.200 
 
 
Total do Ativo 7.200 Total do Passivo + PL 7.200 
 
 
 
 
 
 
 
 
de dinheiro em Caixa (Ativo). Eis o novo Balanço Patrimonial da entidade, apos a 
ocorrência dessa operação. 
 
 
 
 
7ª Operação - Recebimento de direito 
 
Em 10-3-X, são recebidos $ 400 do Sr. A. Sousa como pagamento parcial 
de sua divida. Esse fato contribui para aumentar o dinheiro em Caixa (Ativo) e diminuir 
os Títulos a Receber (Ativo). Veremos a seguir o balanço Patrimonial da Alfa S.A. 
 
Recife S.A 
Balanço Patrimonial em 31-12-xx 
Em $ mil 
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido 
 
 Passivo 
Caixa 1.600 Fornecedores 800 
Imóveis 1.000 Patrimônio Líquido 
Estoque de Materiais 2.000 Capital Subscrito 5.000 
Veículos 200 Lucro 200 
Títulos a receber 1.200 
 
 
Total do Ativo 6.000 Total do Passivo + PL 6.000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8. Procedimentos contábeis básicos segundo o método das partidas 
dobradas 
8.1 Contas 
 
No tópico anterior foi preparado um balanço apos a ocorrência de cada 
operação da empresa. Tal procedimento visou demonstrar a continua igualdade da 
Equação do Patrimônio (A = P + PL) e explicar os efeitos de alguns eventos sobre os 
elementos do patrimônio. 
 
Na pratica, porem, ha dificuldade de se preparar um balanço apos cada 
operação. Em qualquer empresa, tais operações se sucedem a cada instante e muito 
complicado. Por exemplo: como registrar o valor dos salários devidos aos empregados a 
cada minuto? Se as vendas forem registradas instantaneamente e as despesas com 
empregados não, teremos deformações na representação do que ocorre com a empresa, 
um processo de registro que permita a apresentação instantânea de seus resultados. Por 
outro lado, as pessoas interessadas nos balanços, como administradores, acionistas, 
entidades governamentais etc. contentam-se apenas com os balanços periódicos que são 
confeccionados com dados fornecidos pelos registros das operações, normalmente 
mensais ou trimestrais; as vezes anualmente. 
 
Em geral, as operações ocasionam aumentos e diminuições no Ativo, no 
Passivo e no Patrimônio Liquido como já vimos. Esses aumentos e diminuições são 
registrados em contas. Damos, abaixo, um dos modelos de conta. 
 
 
Recife S.A 
Balanço Patrimonial em 31-12-xx 
Em $ mil 
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido 
 
 Passivo 
Caixa 2.000 Fornecedores 800 
Imóveis 1.000 Patrimônio Líquido 
Estoque de Materiais 2.000 Capital Subscrito 5.000 
Veículos 200 Lucro 200 
Títulos a receber 800 
 
 
Total do Ativo 6.000 Total do Passivo + PL 6.000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8.2 Razão 
 
Antigamente, as contas eram registradas nas paginas de um livro 
chamado Razão. Depois, passaram a ser registradas em folhas ou fichas soltas. Hoje, 
estão na memoria do computador. No entanto, em seu conjunto, mantidas em um livro, 
ou arquivo, ou numa memoria, continuam com a mesma denominação, Razão. O 
importantee que em cada conta se mantenha o registro, da historia da movimentação do 
componente do ativo, do passivo ou do patrimônio liquido a que se refere. 
 
Utilizam-se contas separadas para representar cada tipo de elemento do 
Ativo, do Passivo e do Patrimônio Liquido. Cada uma dessas contas será distinguida das 
demais por sua denominação. Por exemplo, o dinheiro em mãos será representado pela 
conta Caixa. 
 
Podemos, também, e o que ocorre na pratica, representar diversos 
elementos de características semelhantes em uma mesma conta, a qual recebera o nome 
que melhor represente os elementos agrupados. 
 
Exemplificando, podemos dizer que: 
 
a) o conjunto formado por cadeiras, mesas, maquinas de escrever, 
maquinas de somar etc. poderia ser registrado em uma única conta, 
que teria por nome Moveis e Utensílios; 
 
b) o conjunto de pequenas despesas, sem necessidade de 
discriminação, receberia o nome de Despesas Diversas ou 
Despesas Gerais etc.; 
 
c) diversos valores a receber, sem necessidade de representação 
isolada, poderiam ser registrados na conta Valores a Receber ou 
contas a Receber etc.; 
 
Título da Conta Código 
Data Operações Débito Crédito D/C Saldo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
d) diversos valores a pagar, sem necessidade de representação 
isolada, poderiam ser registrados na conta Valores a Pagar ou 
Contas a Pagar etc. 
 
 
A pratica aconselha a numeração ou codificação das contas, de forma 
racional e bem planificada. Exemplo de codificação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para simplificar as ilustrações, explicações e resoluções de problemas, 
utilizaremos uma representação gráfica de conta bastante simples, que será denominada 
Conta em T ou Razonete em T ou, simplesmente, Razonete. A forma gráfica, cujo 
funcionamento explicaremos mais tarde, e a seguinte: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contas Número ou código 
Ativo 
Caixa (Dinheiro) 101 
Contas a Receber 102 
Estoques 103 
Terrenos 105 
Passivo 
Contas a Pagar 201 
Patrimõnio Líquido 
Capital 301 
 
 
 
 
 
 
 
 
8.3 Débito e Crédito 
 
O lado esquerdo de uma conta e chamado o lado do debito; o lado direito 
e chamado o lado do credito. Um lançamento no lado esquerdo de uma conta e 
denominado lançamento a debito ou simplesmente debito; um lançamento no lado 
direito de uma conta e chamado lançamento a credito ou, simplesmente, credito. 
Utilizam-se também os verbos creditar e debitar. Quando se faz o lançamento a 
esquerda da conta, dizemos que estamos debitando essa conta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os leigos em Contabilidade, geralmente, são levados a pensar que debito 
significa algo desfavorável, e credito algo favorável. Na realidade, isto não ocorre, pois 
tais denominações são, hoje, simplesmente convenções contábeis, com uma função 
especifica em cada conta, como veremos adiante. 
A diferença entre o total de débitos e o total de créditos feitos em uma 
conta, em determinado período, e denominado saldo. Se o valor dos débitos for superior 
ao valor dos créditos, a conta terá um saldo devedor. Se acontecer o contrario, a conta 
terá um saldo credor. 
 
 
8.4 Lançamentos a Débito e a Crédito das Contas 
 
Como já vimos, as operações ocasionam aumentos e diminuições do 
Ativo, do Passivo e do Patrimônio Liquido. 
As contas possuem dois lados (esquerdo e direito); dessa forma, os 
aumentos podem ser registrados em um lado e as diminuições no outro. A natureza da 
conta e que ira determinar o lado a ser utilizado para os aumentos e o lado para as 
diminuições, como veremos a seguir. 
 
8.5 Contas de Ativo 
 
Título da conta 
(lado do débito) (lado do crédito) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os elementos que compõem o Ativo figuram no lado esquerdo do 
Balanço. Em coerência, as contas de Ativo (Bens e Direitos) sempre devem apresentar 
saldos devedores, isto e, no lado esquerdo. 
Convém notar que uma empresa possui ou não bens e direitos; não 
existem bens negativos e tampouco direitos negativos; portanto, as contas de Ativo 
possuem saldo devedor ou nulo. Para que uma conta de Ativo (Bens ou Direitos) tenha 
saldo devedor, e necessário que os aumentos e as diminuições nela ocorridos sejam 
assim registrados: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8.6 Contas de Passivo e de Patrimônio Liquido 
 
8.6.1 De Passivo 
 
Como as contas do Passivo aparecem sempre no lado direito do Balanço, 
e, portanto, terão sempre saldo credor, deve acontecer com elas o inverso do que 
acontece com as do Ativo, isto e, os aumentos e diminuições do Passivo (obrigações) 
devem ser registrados da seguinte maneira: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Qualquer conta de Ativo 
Débito Crédito 
$ Aumentos $ Diminuições 
Qualquer conta de Passivo 
Débito Crédito 
$ Diminuições $ Aumentos 
 
 
 
 
 
 
 
 
8.6.2 De Patrimônio Líquido 
 
Como o Patrimônio Liquido Positivo ocupa o lado direito do Balanço, o 
funcionamento de suas contas será igual ao funcionamento das do Passivo, ou seja: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observações: 1. Uma empresa possui ou não Passivo (obrigações); não existem dividas 
negativas. 
 
2. O Patrimônio Liquido (Ativo-Passivo), entretanto, pode ser positivo, 
nulo ou negativo. 
 
 
8.7 Resumo dos mecanismos de Débito e Crédito 
 
 
Resumindo o mecanismo acima, podemos dizer que: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Qualquer conta de Patrimônio Líquido 
Débito Crédito 
$ Diminuições $ Aumentos 
Contas 
Efetua-se um lançamento a: 
Débito Crédito 
de para para 
Ativo Aumentar Diminuir 
Passivo Diminuir Aumentar 
Patrimônio Líquido Diminuir Aumentar 
 
 
 
 
 
 
 
 
8.8 Método das Partidas Dobradas 
 
A essência do método, universalmente aceito, e que o registro de 
qualquer operação implica que a um debito numa ou mais contas deve corresponder um 
credito equivalente em uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores debitados 
seja sempre igual a soma dos valores creditados. "Não há debito (s) sem credito (s) 
correspondente (s).” 
 
8.9 Exemplos de Registro de Operações no Razão 
 
Para ilustrar a função do debito e do credito nas contas, passaremos a 
considerar algumas operações de uma empresa. Procuraremos analisar cada ocorrência 
para verificar quais lançamentos a debito e a credito seriam necessários para o registro 
desses aumentos e dessas diminuições. Para simplificar a demonstração, usaremos 
razonetes, nos quais colocaremos unicamente as quantias, a debito ou a credito. Para 
auxiliar a identificação dos lançamentos, o debito e o credito de cada operação terão a 
mesma numeração, entre parênteses. 
 
1. Diversas pessoas resolveram, em 20-7-X8, fundar uma sociedade anônima, com 
o Capital totalmente integralizado em dinheiro no ato de $ 17.000, dividido em 
1.700 ações de $ 10 cada uma. Com a entrada do dinheiro para a sociedade, o 
Ativo CAIXA foi aumentado (debita-se CAIXA) e o Patrimônio Liquido 
também foi aumentado (credita-se CAPITAL). 
 
 
Caixa 
 (1) 17.000 
 
 
 
 
 
Lembremo-nos: Ativo, se existe, tem saldo devedor. Logo, ao aparecer 
saldo em dinheiro onde não havia nada, ha que se Debitar o Caixa. Por outro lado, se o 
Patrimônio Liquido é positivo, tem que estar no lado direito do Balanço; logo, com 
saldo credor. Assim, ao passar de zero para o valor positivo de $ 17.000, isso é 
registrado mediante um Credito na conta Capital. 
 
 
 
 
 
 
 
Capital 
 17.000 (1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Compra de Terrenos - A empresa, ao planejar a construção de um edifício para 
suas instalações, adquire dois lotes de terrenos contíguos, em 22 de julho, por $ 
3.100 cada um, pagando a vista. Resulta dai que: 
 
• o Ativo Terrenos foi aumentado - debita-se Terrenos 
• o Ativo Caixa foi diminuído - credita-se Caixa. 
 
 
 
 
 
3. Venda de Terrenos - O gerente resolveu vender umdos lotes ao Sr. A. Silva, em 
27 de julho, por $ 3.100, isto e, pelo mesmo valor que havia custado a empresa. 
Nenhum dinheiro foi recebido do Sr. Silva nessa data, porem a empresa adquiriu 
o direito de cobrar $ 3.100 do Sn Silva. Consequentemente: 
 
• O Ativo Terrenos ficou diminuído - credita-se Terrenos; 
 
• O Ativo ficou aumentado pelo aparecimento de um direito: debita-se 
Títulos a Receber. 
 
 Terrenos 
(2) 6.200 3.100 (3) 
Saldo = 3.100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Terrenos 
(2) 6.200 
 
 
 
Caixa 
(1) 17.000 6.200 (2) 
Saldo = 10.800 
 
 
 
 
Títulos a Receber 
(3) 3.100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Compra de Materiais - Em 28 de julho, foram adquiridos, do Sr. Figueiredo, a 
prazo, materiais pelo preço de $ 7.800. Como resultado, temos que: 
 
 
• Um novo Ativo, Materiais, foi adquirido - debita-se Estoques; 
• Foi assumida uma obrigação - credita-se Contas a Pagar. 
 
Estoques 
(4) 7.800 
 
 
 
 
 
5. Compra de Moveis e Utensílios - No mesmo dia, foram adquiridos, também a 
prazo, do Sr. Figueiredo, duas mesas, quatro cadeiras, um computador e uma 
impressora, pelo preço de $ 5.000. Todos estes elementos podem ser 
representados por uma única conta de Ativo, Moveis, Utensílios e 
Equipamentos. Logo: 
 
 
• Um novo Ativo, Moveis, Utensílios e Equipamentos, foi adquirido - 
debita-se Moveis, Utensílios e Equipamentos. 
 
• O Passivo Contas a Pagar foi aumentado - credita-se Contas a Pagar. 
 
 
 
 
Móveis, utensílios e Equipamentos 
(5) 5.000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contas a Pagar 
 7.800 (4) 
 
 
 
Contas a Pagar 
 
7.800 
 5.000 (5) 
12.800 = Saldo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. Em 30 de julho, foi recebida do Sr A. Silva parte de sua divida, $ 2.200. Um 
novo resultado se apresenta: 
 
 
• O Ativo Caixa foi aumentado - debita-se Caixa; 
 
• O Ativo Títulos a Receber foi diminuído - credita-se Títulos a Receber. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. Foi pago, em 31 de julho, ao Sr. Figueiredo, parte da divida para com ele, $ 
7.000. Uma nova alteração ocorre: 
 
 
• O Passivo Contas a Pagar foi diminuído - debita-se Contas a Pagar; 
 
• O Ativo Caixa foi diminuído - credita-se Caixa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Títulos a Receber 
(3) 3.100 2.200 (6) 
Saldo = 900 
 
 
 
 
Caixa 
(1) 17.000 6.200 (2) 
(6) 2.200 
 
 
 
Saldo = 13.000 
 
Contas a Pagar 
 7.800 (4) 
(7) 7.000 5.000 (5) 
 
 
5.800 = Saldo 
 
 
Caixa 
(1) 17.000 6.200 (2) 
(6) 2.200 7.000 (7) 
Saldo = 6.000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9. As Variações do Patrimônio Líquido 
9.1 Despesa Receita e Resultado 
 
As causas principais que fazem variar o Patrimônio Liquido são: 
 
a) o investimento inicial de capital e seus aumentos posteriores ou 
desinvestimentos (devoluções de capital) feitos na entidade; 
 
b) o resultado obtido do confronto entre contas de receitas e 
despesas dentro do período contábil. 
 
Como o primeiro item já foi exposto anteriormente, discutiremos o que 
concerne às receitas, despesas e resultado. 
9.2 Receita 
 
Entende-se por Receita a entrada de elementos para o ativo, sob a forma 
de dinheiro ou direitos a receber, correspondentes, normalmente, a venda de 
mercadorias, de produtos ou a prestação de serviços. Uma receita também pode derivar 
de juros sobre depósitos bancários ou títulos, de alugueis e outras origens. 
 
Às vezes, a Receita ocorre em função da redução de um passivo. 
 
A obtenção de uma Receita resulta, pois, num aumento de Patrimônio 
Liquido. 
9.3 Despesa 
 
Entende-se por Despesa o consumo de bens ou serviços, que, direta ou 
indiretamente, ajuda a produzir uma receita. Diminuindo o Ativo ou aumentando o 
Passivo, uma Despesa e realizada com a finalidade de se obter uma Receita. 
 
9.4 Resultado 
 
Caso as receitas obtidas superem as despesas incorridas, o Resultado do 
período contábil será positivo, denominado de lucro, aumentando o Patrimônio Liquido- 
Se as despesas forem maiores que as receitas, este fato ocasiona um prejuízo que 
diminuirá o Patrimônio Liquido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9.5 Encerramento de Contas de Receita e Despesa 
 
 
Toda empresa necessita fazer a apuração de resultados pelo menos uma 
vez por ano. O lucro ou prejuízo de um exercício esta na dependência do confronto das 
contas de receita e de despesa, e esse resultado liquido é apurado na conta denominada 
Resultado. 
Para efeito de apurar o Resultado da empresa, as contas de receita e 
despesa são periódicas, isto e, somente deverão conter registros para um ano ou período 
menor, conforme a duração do período contábil, o que significa que todas as contas de 
receita e de despesa devem possuir saldo zero no inicio dos períodos. 
Para que isso ocorra, no final de cada período deve-se proceder ao 
encerramento das contas de resultado, por meio dos lançamentos de encerramento. O 
encerramento das contas de receita e realizado pela transferência (debito) de seus saldos 
credores para credito da conta Resultado. As contas de despesa são encerradas pela 
transferência (credito) de seus saldos devedores para debito da conta Resultado. 
 
9.6 Distribuição de Resultados 
 
Pelo exposto no tópico anterior, a conta Resultado recebe, por 
transferência, a debito o valor dos saldos das contas da despesa e a credito os saldos das 
contas de receita. Se o total dos créditos da conta Resultado for superior ao total dos 
débitos, teremos um lucro liquido; se, ao contrario, o total dos débitos superar o total 
dos créditos, chegaremos a um prejuízo. 
Ocorrendo Lucro ou Prejuízo, o resultado apurado será transferido para a 
conta Lucros ou Prejuízos Acumulados. 
Apos sua transferência para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, o 
Resultado do Exercício poderá ser distribuído para outras contas do Patrimônio Liquido 
e do Passivo. 
Mesmo com saldo devedor, a conta devera aparecer no Balanço, no 
grupo Patrimônio Liquido, da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em $ mil 
Patrimônio Líquido 
Capital 50.000 
 ( - ) Prejuízo Acumulado (1.000) 49.000 
 
 
 
 
 
 
 
 
9.7 Demonstração do resultado do exercício 
 
A conta Resultado serve, pois, de intermediaria na apuração do lucro 
(prejuízo) de um exercício. Entretanto, não basta apenas a conta do razão Resultado, 
onde aparecem as contrapartidas das contas de despesa e de receita encerradas no fim do 
exercício. É necessário também a Demonstração do Resultado do Exercício, onde 
aparecerão, detalhadamente e dentro de critérios de classificação, as contas de Receita, 
Despesa e o Lucro ou Prejuízo Liquido. 
 
Nessa demonstração, deve ser observado um cabeçalho composto de: 
 
a) nome ou denominação da empresa; 
b) nome da demonstração; e 
c) o período coberto. 
 
É de se notar que o ultimo item - período coberto - difere do Balanço, 
que mostra a data em que este foi levantado; a demonstração de resultados apresenta o 
movimento de certo período. 
 
Como já dito, o lucro apurado por meio da Demonstração do Resultado 
do Exercício pode ser considerado razoavelmente correto; porem, o lucro exato de uma 
empresa somente poderá ser apurado no fim de sua vida, apos a venda de todo seu ativo 
e o pagamento de suas obrigações. Como geralmente a empresa tem um tempo de 
duração indeterminado e necessário que se conheça frequentemente o resultado de suas 
operações, a Demonstração do Resultado deve ser levantada periodicamente. 
 
Entre as muitas finalidades da Demonstração do Resultado do Exercício, 
podem-se citar as mais importantes: 
 
a) os acionistas e quotistas são informados sobre os resultados das 
operações; 
 
b) os bancos podem apurar, por meio dele, a rentabilidade das empresas 
para atender aos financiamentos solicitados pelas mesmas; 
 
c) interessa aos investidores de ações e debentures; 
 
d) aos próprios administradorespara medirem sua eficiência e, quando 
necessário, alterarem a politica dos negócios da empresa, como, por exemplo: alteração 
dos preços, aumento de produção, expansão da propaganda etc. 
 
Deve-se advertir que, para algumas das finalidades mencionadas, haverá 
a necessidade de um exame conjunto com o balanço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9.8 Registro das Operações Normais do Exercício 
 
9.8.1 Exemplificação 
 
Suponhamos que determinada empresa, prestadora de serviços, encerre 
seu exercício a cada final de mês, apurando o resultado; não obstante muitas operações 
ocorram, vamos apenas ilustrar as relativas as despesas e receitas. 
 
Durante o mês de outubro de XI, a empresa incorreu nas seguintes despesas e receitas: 
 
dia 2 - pagamento de despesas de materiais de escritório consumidos no mês $ 250.000 
 
 
Despesa com material de Escritório 
 
(1) 250.000 
 
 
 
 
 
 
 
 
dia 3 - compra, a prazo, de pecas para reparos empregadas nos serviços prestados no 
mês $ 1.100.000 
 
 
 
 
Despesa com Peças 
 
(2) 1.1000.000 
 
 
 
dia 5 - recebimento de receita por serviços prestados no mês $ 4.450.000 
 
 
Receita com Serviços 
 
 
4.450.000 (3) 
 
 
 
 
 
Caixa 
 250.000 (1) 
 
 
 
Contas a pagar 
 250.000 (2) 
 
 
 
Caixa 
(3) 4.450.000 250.000 (1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
dia 15 - emissão de uma fatura por serviços prestados no mês e ainda não recebidos $ 
5.800.000 
 
 
Receita com Serviços 
 4.450.000 (3) 
 
5.800.000 (4) 
 
 
 
 
 
dia 30 - pagamento de salários do mês $ 4.500.000 
 
 
Despesa com Salários 
 
(5) 4.500.000 
 
 
 
 
 
dia 31 - pagamento do aluguel da loja, do mês $ 400.000 
 
 
Despesa com aluguel 
 
(6) 400.000 
 
 
 
 
 
Como o exercício é encerrado todo mês, apura-se o resultado fazendo as 
partidas de encerramento e de distribuição de resultado, transportando-o para os 
razonetes. 
 
 
 
 
 
 
Contas a receber 
(4) 5.800.000 
 
 
 
Caixa 
(3) 4.450.000 4.500.000 (5) 
 
 
 
Caixa 
(3) 4.450.000 
 250.000 (1) 
4.500.000 (5) 
 400.000 (6) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Despesa com material de Escritório 
 
(1) 250.000 
 
250.000 (a) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Receita com Serviços 
 4.450.000 (3) 
 
5.800.000 (4) 
(c) 10.250.000 10.250.000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Despesa com aluguel 
 
(6) 400.000 400.000 (e) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Despesa com Peças 
 
(2) 1.100.000 
 
1.100.000 (b) 
 
 
 
Despesa com Salários 
 
(5) 4.500.000 4.500.000 (d) 
 
 
Apuração de Resultado 
(a) 250.000 10.250.000 (c) 
(b) 1.100.000 
 
(d) 4.500.000 
 
(e) 400.000 
6.250.000,00 10.250.000,00 
 4.000.000,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Demonstração do Resultado do Exercício 
Período: 01/10/2017 a 31/10/2017 
Em $ mil 
1. Receitas 
 de serviços 
 
10.250 
2. Despesas 
 de material para escritório 250 
 de peças para reparos 1.100 
 de salários 4.500 
 de aluguel 
 
400 -6.250 
 
 
 
3. Lucro Líquido 4.000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10. Demonstrações Contábeis 
 
10.1 Balanço Patrimonial 
 
9.1.1 Conceito 
 
O Balanço e a demonstração contábil que tem por finalidade apresentar a 
situação patrimonial da empresa em dado momento, dentro de determinados critérios de 
avaliação. 
Por esse motivo, é chamado “Balanço Patrimonial”. 
É a demonstração que encerra a sequencia dos procedimentos contábeis, 
apresentando de forma ordenada os três elementos componentes do patrimônio: Ativo, 
Passivo e Patrimônio Liquido. 
 
10.1.2 Importância do Balanço 
 
Obter dados do Ativo, Passivo e Patrimônio Liquido, analisar suas 
variações durante determinado período de tempo, por meio da verificação direta dos 
registros contábeis, e tarefa trabalhosa. Mesmo nas pequenas empresas, podem ocorrer, 
diariamente, inúmeras operações e seus registros contábeis contem grande numero de 
particularidades. 
Dai a necessidade de resumir e apresentar os dados de forma adequada, 
que permitam as pessoas interessadas conhecer a situação patrimonial da empresa e as 
variações ocorridas durante certo período de tempo. 
A tarefa de resumir e apresentar os elementos para analise e interpretação 
será simplificada se a contabilização das operações for feita com critério e calcada em 
um Plano de Contas bem elaborado. 
A grande importância do Balanço reside na visão que ele da das 
aplicações de recursos feitas pela empresa (Ativos) e quantos desses recursos são 
devidos a terceiros (Passivos). Isso evidencia o nível de endividamento, a liquidez da 
empresa, a proporção do capital próprio (Patrimônio Liquido) e outras analises. A visão 
de dois balanços consecutivos mostra facilmente a movimentação ocorrida no período e 
como a estrutura patrimonial e financeira se modificou no período. 
 
10.1.3 Conteúdo do Balanço 
 
 
As contas do Balanço classificam-se em vários grupos e subgrupos, cujo 
esquema e a seguir apresentado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10.2 Demonstração do Resultado do Exercício 
 
A Demonstração do Resultado do Exercício, elaborada simultaneamente 
com o Balanço Patrimonial, constitui-se no relatório sucinto das operações realizadas 
pela empresa durante determinado período de tempo; nele sobressai um dos valores 
mais importantes as pessoas nela interessadas, o resultado liquido do período, Lucro ou 
Prejuízo. 
Ao mostrar como se formou o lucro ou o prejuízo, esclarece muitas das 
variações do patrimônio liquido, no período entre dois balanços. 
A Contabilidade, com os dois relatórios, o Balanço Patrimonial e a 
Demonstração do Resultado do Exercício, um completando o outro, atinge a finalidade 
de mostrar a situação patrimonial e financeira da empresa. 
Com os dois relatórios, qualquer pessoa interessada nos negócios da 
empresa tem condições de obter informações, fazer analises, estimar variações, tirar 
conclusões de ordem patrimonial e econômico financeira, traçar novos rumos para 
futuras transações e, para tanto, e só praticar adequada técnica de Analise e 
Interpretação de Balanços e outros processos fornecidos pela Contabilidade. 
Sem duvida, quanto maior o numero de informações de que o analista 
dispuser, além do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício, 
tanto melhores e mais exatas são as analises e conclusões. 
A Lei das Sociedades por Ações tornou obrigatória a elaboração e 
publicação, além do "Balanço”, da “Demonstração do Resultado”, da "Demonstração de 
Lucros ou Prejuízos Acumulados", da "Demonstração dos Fluxos de Caixa" e de "Notas 
Explicativas as Demonstrações Financeiras”. (A Demonstração de Lucros ou Prejuízos 
Acumulados pode ser substituída pela de "Mutações do Patrimônio Liquido" - da qual 
Lucros ou Prejuízos Acumulados e uma coluna especifica.) 
Essas pecas muito contribuem, nas analises e interpretações, para o 
conhecimento da situação da empresa. 
A Demonstração comparativa do Resultado do Exercício da Companhia 
ABC e apresentada a seguir, na forma dedutiva, como determina a Lei das Sociedades 
por Ações. 
Conteúdo do Balanço 
Ativo Passivo 
Ativo Circulante Passivo Circulante 
Ativo não Circulante, dividido em: Passivo Não Circulante 
 Realizável a Longo Prazo Patrimônio líquido, dividido em: 
 Investimentos Capital Social 
 Ativo Imobilizado Reservas de Capital 
 Ativo Intangível Ajustes de Avaliação Patrimonial 
 Reservas de Lucro 
 Lucros (ou Prejuízos) Acumulados 
 
 
 
 
 
 
 
 
10.3 Demonstração dos Fluxos de Caixa 
 
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) apresenta as entradas e 
saídas de caixa e as classifica em fluxos operacional,

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